Filme biográfico sobre uma artista norte-americana negra que sofreu toda sorte de preconceitos, mas que mesmo assim superou tudo para ser premiada pelo Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante no clássico filme "Carmen Jones". Foi uma pessoa importante, tanto no campo das artes (em especial cinema e música) como também em relação aos direitos civis da população afro descendente dos Estados Unidos. Para se ter uma ideia muitas vezes ela se apresentava em grandes casas de shows e não tinha direito sequer de ir ao banheiro, pois esses eram reservados aos brancos. O preconceito racial em sua mais clara essência. Importante lembrar que os Estados Unidos continuavam segregados, mesmo depois da guerra civil e do fim da escravidão. As escolas, as casas de shows e até mesmo as igrejas eram separadas. Onde branco entrava, negros não eram admitidos. O maior dos absurdos.
O resultado que temos é inegavelmente um bom filme. A atriz Halle Berry se esforçou bastante, obviamente esperando por uma indicação ao Oscar. Não deu certo por vários motivos, mas o principal foi o fato do estúdio ter mudado os planos no meio das filmagens. Ao invés de ser lançado nos cinemas o filme acabou sendo comprado por uma emissora de TV a cabo. Com isso ela só concorreu mesmo ao Emmy - e venceu na categoria de melhor atriz! Para Berry, mesmo sendo uma vitória, foi também uma decepção, pois ela não chegou ao tão sonhado Oscar.
Dorothy Dandridge - O Brilho de uma Estrela (Introducing Dorothy Dandridge, Estados Unidos, 1999) Direção: Martha Coolidge / Roteiro: Earl Mills / Elenco: Halle Berry, Brent Spiner, Klaus Maria Brandauer / Sinopse: Cinebiografia da cantora e atriz Dorothy Dandridge (1922 - 1965). Vivendo em uma época de preconceito racial, ela conseguiu romper barreiras e limites que eram impostos contra artistas negros nos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
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terça-feira, 7 de setembro de 2021
domingo, 1 de agosto de 2021
Mephisto
Excelente filme! A história se passa na Alemanha. O ator Hendrik Höfgen (Klaus Maria Brandauer) é considerado um profissional provinciano, até que decide se mudar para Berlim, para tentar subir na carreira. Na nova cidade ele começa a fazer sucesso interpretando Mefistófeles na peça Fausto de Goethe. Ator talentoso, logo começa a desfrutar da fama. Porém tudo isso acontece no exato momento em que o Partido Nazista toma o poder na Alemanha. Logo começam a desaparecer artistas, autores e pessoas envolvidas com o mundo teatral alemão. Hendrik Höfgen consegue escapar da perseguição nazista aos profissionais da cultura ao mesmo tempo em que vai se tornando mais e mais importante dentro do cenário cultural. Com a morte dessas pessoas os espaços vão ficando vagos e Höfgen passa a ocupar cargos cada vez mais importantes, até que se torna diretor do grande teatro nacional de Berlim, um posto de grande prestígio.
Ele se alia a um general nazista e vai se consolidando no meio de um dos regimes mais brutais da história. O roteiro assim cria um paralelo bem claro entre o personagem que o ator interpreta (Mefistófeles) e o verdadeiro pacto que ele faz com o Diabo na vida real, vendendo sua alma aos nazistas. O interessante é que no passado Hendrik Höfgen apresentava grande interesse pela arte bolchevique. Era um homem de esquerda. Com a subida dos nazistas ao poder ele imediatamente se torna um entusiasta do nazismo, tudo por conveniência e oportunismo. Um dos maiores destaques desse ótimo filme é a interpretação do ator Klaus Maria Brandauer. Ele se entrega como poucos e fica realmente assustador com a maquiagem branca de Mephisto. Em suma, ótimo momento do cinema alemão, aqui revirando a tumba daqueles que se aproveitaram do nazismo como escada social e profissional, usando da loucura ideológica daqueles dias, ainda que ignorando a morte de milhões de inocentes.
Mephisto (Mephisto, Alemanha, 1981) Direção: István Szabó / Roteiro: Péter Dobai, István Szabó, baseados no livro escrito por Klaus Mann / Elenco: Klaus Maria Brandauer, Krystyna Janda, Ildikó Bánsági / Sinopse: O ator de teatro Hendrik Höfgen (Klaus Maria Brandauer) se aproveita da tomada do poder pelo Partido Nazista para subir na vida, se tornando um ator de sucesso, comandando a arte em Berlim durante o III Reich. Filme premiado com o Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro.
Pablo Aluísio.
Ele se alia a um general nazista e vai se consolidando no meio de um dos regimes mais brutais da história. O roteiro assim cria um paralelo bem claro entre o personagem que o ator interpreta (Mefistófeles) e o verdadeiro pacto que ele faz com o Diabo na vida real, vendendo sua alma aos nazistas. O interessante é que no passado Hendrik Höfgen apresentava grande interesse pela arte bolchevique. Era um homem de esquerda. Com a subida dos nazistas ao poder ele imediatamente se torna um entusiasta do nazismo, tudo por conveniência e oportunismo. Um dos maiores destaques desse ótimo filme é a interpretação do ator Klaus Maria Brandauer. Ele se entrega como poucos e fica realmente assustador com a maquiagem branca de Mephisto. Em suma, ótimo momento do cinema alemão, aqui revirando a tumba daqueles que se aproveitaram do nazismo como escada social e profissional, usando da loucura ideológica daqueles dias, ainda que ignorando a morte de milhões de inocentes.
Mephisto (Mephisto, Alemanha, 1981) Direção: István Szabó / Roteiro: Péter Dobai, István Szabó, baseados no livro escrito por Klaus Mann / Elenco: Klaus Maria Brandauer, Krystyna Janda, Ildikó Bánsági / Sinopse: O ator de teatro Hendrik Höfgen (Klaus Maria Brandauer) se aproveita da tomada do poder pelo Partido Nazista para subir na vida, se tornando um ator de sucesso, comandando a arte em Berlim durante o III Reich. Filme premiado com o Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 18 de julho de 2016
Caninos Brancos
Título no Brasil: Caninos Brancos
Título Original: White Fang
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Randal Kleiser
Roteiro: David Fallon, Jeanne Rosenberg, Nick Thiel
Elenco: Ethan Hawke, James Remar, Klaus Maria Brandauer, Seymour Cassel
Sinopse:
Jack Conroy (Ethan Hawke) sonha em ficar rico e para isso resolve subir às montanhas geladas do Alasca em busca de locais onde possa achar ouro. No caminho acaba se tornando amigo de um lobo selvagem que parece se afeiçoar a ele. Jack resolve chamar o novo amigo de "Caninos Brancos". Juntos viverão muitas aventuras no meio da neve e do clima hostil da região.
Comentários:
Produção Disney levemente inspirada em um filme antigo estrelado por Clark Gable chamado "O Grito da Selva". O que temos aqui é um filme muito agradável, com enredo louvando a amizade entre homem e animal que lutam juntos para sobreviver em um lugar onde a natureza se faz presente de forma hostil e severa. Ethan Hawke, que anos depois iria cultivar uma imagem cult aqui se mostra um bom ator de aventuras. Seu companheiro de cena, o tal lobo "Caninos Brancos" rouba o show, mostrando uma postura quase humana. Curiosamente, como sempre acontece em filmes assim com animais, o personagem animal na realidade é "interpretado" por vários lobos diferentes, cada um com sua especialidade (alguns em saltar, outros em correr e por aí vai). Bom entretenimento com o padrão de qualidade Walt Disney para a garotada em geral.
Pablo Aluísio.
Título Original: White Fang
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Randal Kleiser
Roteiro: David Fallon, Jeanne Rosenberg, Nick Thiel
Elenco: Ethan Hawke, James Remar, Klaus Maria Brandauer, Seymour Cassel
Sinopse:
Jack Conroy (Ethan Hawke) sonha em ficar rico e para isso resolve subir às montanhas geladas do Alasca em busca de locais onde possa achar ouro. No caminho acaba se tornando amigo de um lobo selvagem que parece se afeiçoar a ele. Jack resolve chamar o novo amigo de "Caninos Brancos". Juntos viverão muitas aventuras no meio da neve e do clima hostil da região.
Comentários:
Produção Disney levemente inspirada em um filme antigo estrelado por Clark Gable chamado "O Grito da Selva". O que temos aqui é um filme muito agradável, com enredo louvando a amizade entre homem e animal que lutam juntos para sobreviver em um lugar onde a natureza se faz presente de forma hostil e severa. Ethan Hawke, que anos depois iria cultivar uma imagem cult aqui se mostra um bom ator de aventuras. Seu companheiro de cena, o tal lobo "Caninos Brancos" rouba o show, mostrando uma postura quase humana. Curiosamente, como sempre acontece em filmes assim com animais, o personagem animal na realidade é "interpretado" por vários lobos diferentes, cada um com sua especialidade (alguns em saltar, outros em correr e por aí vai). Bom entretenimento com o padrão de qualidade Walt Disney para a garotada em geral.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
007 - Nunca Mais Outra Vez
Título no Brasil: 007 - Nunca Mais Outra Vez
Título Original: Never Say Never Again
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Irvin Kershner
Roteiro: Kevin McClory, Jack Whittingham
Elenco: Sean Connery, Kim Basinger, Klaus Maria Brandauer, Max von Sydow
Sinopse:
James Bond (Sean Connery) decide se aposentar do serviço secreto de sua majestade mas na última hora é surpreendido por uma chantagem internacional envolvendo a SPECTRE. Dois de seus membros, Largo (Klaus Maria Brandauer) e Blofeld (Max von Sydow) roubam ogivas nucleares e ameaçam explodir as bombas em algumas das maiores cidades da Inglaterra e Estados Unidos. O resgate? Cem milhões de dólares.
Comentários:
Um filme não oficial de James Bond que não faz parte da franquia original e que foi muito mal recebido pela crítica na época. Também pudera, Sean Connery havia dito e prometido que jamais voltaria ao personagem, isso porque queria alcançar outros voos em sua carreira. Só que em 1983 todo mundo ficou surpreendido quando o próprio Connery voltou atrás e resolver encarnar novamente (e pela última vez) o tão famoso agente 007. Só que o tempo havia passado, Sean estava ficando careca (usou uma peruca nada convincente em cena) e com vários quilinhos a mais. A trama também não é muito boa e nem inteligente transformando todo o filme em um grande desapontamento. Um prato requentado com praticamente a mesma estória de "007 Contra a Chantagem Atômica" de 1965. Curiosamente o elenco é acima da média (pelo menos no papel), inclusive com a presença do talentoso Max von Sydow e com Kim Basinger como uma das mais bonitas Bond Girls que se tem notícia. Infelizmente mesmo com tudo isso a favor nada funciona mesmo. Ruim, arrastado e sem charme "Never Say Never Again" é de fato decepcionante. Sean Connery deveria ter deixado Bond mesmo em 1971 com "007 - Os Diamantes São Eternos", afinal seu retorno só serviu mesmo para demonstrar que ele não tinha mais nada a ver com o famoso agente secreto.
Pablo Aluísio.
Título Original: Never Say Never Again
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Irvin Kershner
Roteiro: Kevin McClory, Jack Whittingham
Elenco: Sean Connery, Kim Basinger, Klaus Maria Brandauer, Max von Sydow
Sinopse:
James Bond (Sean Connery) decide se aposentar do serviço secreto de sua majestade mas na última hora é surpreendido por uma chantagem internacional envolvendo a SPECTRE. Dois de seus membros, Largo (Klaus Maria Brandauer) e Blofeld (Max von Sydow) roubam ogivas nucleares e ameaçam explodir as bombas em algumas das maiores cidades da Inglaterra e Estados Unidos. O resgate? Cem milhões de dólares.
Comentários:
Um filme não oficial de James Bond que não faz parte da franquia original e que foi muito mal recebido pela crítica na época. Também pudera, Sean Connery havia dito e prometido que jamais voltaria ao personagem, isso porque queria alcançar outros voos em sua carreira. Só que em 1983 todo mundo ficou surpreendido quando o próprio Connery voltou atrás e resolver encarnar novamente (e pela última vez) o tão famoso agente 007. Só que o tempo havia passado, Sean estava ficando careca (usou uma peruca nada convincente em cena) e com vários quilinhos a mais. A trama também não é muito boa e nem inteligente transformando todo o filme em um grande desapontamento. Um prato requentado com praticamente a mesma estória de "007 Contra a Chantagem Atômica" de 1965. Curiosamente o elenco é acima da média (pelo menos no papel), inclusive com a presença do talentoso Max von Sydow e com Kim Basinger como uma das mais bonitas Bond Girls que se tem notícia. Infelizmente mesmo com tudo isso a favor nada funciona mesmo. Ruim, arrastado e sem charme "Never Say Never Again" é de fato decepcionante. Sean Connery deveria ter deixado Bond mesmo em 1971 com "007 - Os Diamantes São Eternos", afinal seu retorno só serviu mesmo para demonstrar que ele não tinha mais nada a ver com o famoso agente secreto.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Entre Dois Amores
Nunca o continente africano foi tão bem fotografado como nesse filme! Longas cenas em plano aberto me fizeram sentir in loco! Além da belíssima direção de fotografia a maravilhosa trilha sonora de John Barry complementa e embeleza ainda mais as belas tomadas da natureza local. Esse é um filme que apesar de ser relativamente recente (foi produzido nos anos 80) traz a linguagem dos grandes filmes clássicos dos anos 40 e 50. O personagem Denys (interpretado muito bem por Robert Redford) poderia facilmente ser um daqueles inesquecíveis aventureiros interpretados pelos mitos da época dourada de Hollywood como Humphrey Bogart ou Errol Flynn. Não é à toa que toda a história (que foi baseada em fatos reais) se passa logo no auge do colonialismo inglês na África. A baronesa Karen Blixen (Meryl Streep) que vai até lá fundar uma fazenda de plantação de café também me lembrou de várias e várias personagens do passado interpretadas pelo mito Katherine Hepburn. Aqui uma não menos talentosa atriz dá vida e brilho ao papel, a mega oscarizada Meryl Streep.
Completando o clima de nostalgia só mesmo um grande cineasta do porte de Sydney Pollack poderia se sair tão bem com um material como esse. Sua direção me lembrou das técnicas de Howard Hawks ou John Ford. Tanto cuidado em sua produção se refletiu imediatamente na noite do Oscar. O filme venceu nas categorias Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Fotografia, Trilha Sonora Original, Direção de Arte e Som. Como se não bastasse a fita teve ótimo resultado comercial com uma bilheteria que ultrapassou os 200 milhões de dólares (um excelente número para a década de 1980). "Entre dois Amores" é isso, um filme contemporâneo com o charme e o estilo dos antigos clássicos. O resultado final é não menos do que ótimo.
Entre Dois Amores (Out Of Africa, Estados Unidos, 1985) Direção de Sydney Pollack / Roteiro de Kurt Loedtka baseado no livro de memórias de Karen Blixen e Judith Thurman / Elenco: Robert Redford, Meryl Streep, Klaus Maria Brandauer / Sinopse: Karen Blixen (Meryl Streep) vai até a distante África administrar e gerir uma fazenda de café. Para isso terá que enfrentar inúmeras adversidades no local. Lá conhece e se apaixona por Denys (Robert Redford) um aventureiro e caçador que atua próximo de sua plantação.
Pablo Aluísio.
Completando o clima de nostalgia só mesmo um grande cineasta do porte de Sydney Pollack poderia se sair tão bem com um material como esse. Sua direção me lembrou das técnicas de Howard Hawks ou John Ford. Tanto cuidado em sua produção se refletiu imediatamente na noite do Oscar. O filme venceu nas categorias Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Fotografia, Trilha Sonora Original, Direção de Arte e Som. Como se não bastasse a fita teve ótimo resultado comercial com uma bilheteria que ultrapassou os 200 milhões de dólares (um excelente número para a década de 1980). "Entre dois Amores" é isso, um filme contemporâneo com o charme e o estilo dos antigos clássicos. O resultado final é não menos do que ótimo.
Entre Dois Amores (Out Of Africa, Estados Unidos, 1985) Direção de Sydney Pollack / Roteiro de Kurt Loedtka baseado no livro de memórias de Karen Blixen e Judith Thurman / Elenco: Robert Redford, Meryl Streep, Klaus Maria Brandauer / Sinopse: Karen Blixen (Meryl Streep) vai até a distante África administrar e gerir uma fazenda de café. Para isso terá que enfrentar inúmeras adversidades no local. Lá conhece e se apaixona por Denys (Robert Redford) um aventureiro e caçador que atua próximo de sua plantação.
Pablo Aluísio.
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