quarta-feira, 22 de setembro de 2021
Voltando aos Bons Tempos
Título Original: Let the Good Times Roll
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Cinema Associates
Direção: Robert Abel, Sidney Levin
Roteiro: Sidney Levin
Elenco: Chuck Berry, Little Richard, Bill Haley, Fats Domino, Chubby Checker, Bo Diddley, The Shirelles, The Coasters
Sinopse:
Documentário musical que celebra a vida e a obra musical da primeira geração do rock americano, surgida em meados dos anos 50. Cenas de arquivo da época são mescladas com apresentações desses rockstars durante a década de 1970. Um raro retrato de toda uma geração que mudou o mundo da música.
Comentários:
Excelente documentário que resgatou vários astros e grupos da primeira geração do rock americano, aquela mesma surgida durante a segunda metade dos anos 50. Praticamente todos estão no palco, com a ilustre ausência de Elvis Presley, que chegou a ser convidado para estar no filme, mas que não podia aparecer pois tinha contratos de exclusividade no cinema. O diretor Robert Abel inclusive havia trabalhado um ano antes com o Rei do Rock no também documentário "Elvis Triunfal" e fez o que for possível para Elvis aparecer nessa produção, mas foi em vão. Não tem problema pois Chuck Berry e seus clássicos imortais estão no filme, assim como Little Richard e seu vocal único, além da classe de Fats Domino e das lindas melodias de grupos como The Shirelles e The Coasters. Até mesmo houve espaço para o Twist de Chubby Checker (que não pertencia a essa primeira leva de veteranos do rock). Enfim, um belo registro de todos esses artistas inesquecíveis, captados onde eles reinavam, no palco.
Pablo Aluísio.
domingo, 10 de janeiro de 2021
A História de Little Richard
Título Original: The Little Richard Story
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: STX Pictures
Direção: William Klein
Roteiro: William Klein
Elenco: Little Richard, Karel Dirka, Andrew Carter, Jeremy Stone. William Rabbit, Ane Smith
Sinopse:
Richard Wayne Penniman é um jovem negro, talentoso pianista, que vai até Nashville em busca do sucesso. Ele percebe que há uma nova sonoridade no ar, um novo gênero musical, uma variação dançante do Rhythm and blues, Ele então começa a compor novas músicas para esse novo estilo musical que iria ser conhecido como rock and roll.
Comentários:
Little Richard morreu em 2020, mas antes de sua morte ele teve a oportunidade de assistir a esse bom filme que contou sua história. Ele foi um dos principais nomes do rock americano em seus primórdios. Colecionou sucessos e suas músicas foram gravadas por Elvis Presley e The Beatles. No auge de seu sucesso, ele teve uma crise de fervor religioso e decidiu abandonar tudo, dinheiro, fama e riqueza para se tornar pastor protestante. Esse filme mostra este e outros fatos interessantes de sua vida. Um filme que resgata a vida de um dos grandes pioneiros do rock. A produção é um pouco modesta, mas bem realizada. O próprio cantor e compositor ajudou em certos aspectos. O resultado ficou muito bom. Para quem gosta da história do rock é uma boa opção para se conhecer um capítulo importante do surgimento desse gênero musical.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Um Vagabundo na Alta Roda
Título Original: Down and Out in Beverly Hills
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Paul Mazursky
Roteiro: René Fauchois, Paul Mazursky
Elenco: Nick Nolte, Bette Midler, Richard Dreyfuss, Little Richard, Tracy Nelson, Elizabeth Peña
Sinopse:
Uma família rica, mas problemática, vê sua vida alterada pela chegada de um vagabundo que tenta se afogar em sua piscina. Ele não morre e acaba mudando a vida de todos aqueles ricaços vazios e sem objetivos na vida.
Comentários:
Touchstone Pictures era o braço adulto dos estúdios Walt Disney. Era nesse selo que a Disney lançava seus filmes fora do nicho infantil. E eram bons filmes, a maioria deles feito especialmente para os pais, se bem que toda a família podia assistir sem problemas. Essa comédia aqui é muito boa, foi inclusive campeã de reprises na Rede Globo, nos bons dias do Supercine (no tempo em que eram exibidos bons filmes nessa sessão televisiva). O elenco está todo bem, afiado. Nick Nolte é o vagabundo. Richard Dreyfuss é o marido rico, um tipo meio idiota e Bette Midler é a sua esposa, afundada em futilidades e falsidades dos mais ricos. Um bom filme, repito, repleto de boas sacadas em seu bem escrito roteiro.
Pablo Aluísio.
domingo, 11 de setembro de 2011
Little Richard
Não desmerecendo a importância dele como artista, as coisas não são bem assim. O próprio Little Richard sequer considerava o rock como algo novo, que havia sido inventado. Ele costumava dizer que aquilo que passou a ser chamado de rock nada mais era do que o bom e velho conhecido Rhythm and blues. E de certa foram ele tinha uma dose de razão.Os novos artistas jovens apenas aceleraram ainda mais aquela vertente do Blues e nesse processo criaram uma nova linguagem musical. Porém ser considerado o inventor do rock era algo sem sentido, segundo a própria opinião de Richard.
Expulso de casa aos 14 anos, após ser acusado de ser homossexual pelo pai, Richard Wayne Penniman (seu nome real) pegou a estrada e foi viver por conta própria. Imagine ser um negro pobre, homossexual e sem trabalho naqueles anos. Pior ainda, ser uma pessoa nessa situação no sul, a região mais racista dos Estados Unidos. Ele porém era lutador e viveu de pequenos trabalhos (como lavador de pratos) por anos. Ganhando sua sobrevivência na luta do dia a dia foi melhorando na música, estudou piano e mais tarde conseguiu viver da arte.
O surgimento daquele novo estilo, que os radialistas associavam a uma rocha (rock), por causa da pegada forte do ritmo, foi sua salvação pessoal. Dono de um timbre de voz único, inimitável, Little Richard começou a fazer sucesso com músicas como "Tutti Frutti", “Long Tall Sally”, “Rip It Up” e “Good Golly Miss Molly”. Foi justamente nessa fase que ele encontrou o auge comercial de toda a sua carreira. Sua melhor fase foi na gravadora RCA, onde gravou seus maiores e mais lembrados hits. Curiosamente na virada da década de 1950 para 1960 ele passou por uma fase de fervor religioso, largando o rock para se dedicar completamente à religião. Virou um cantor de música religiosa e saiu do foco da parada de sucessos que ele vinha frequentando. Uma opção pessoal dele. De qualquer forma aqueles poucos anos de sucesso, entre 1956 a 1959 o imortalizaram para sempre na história da música, fazendo com que ele jamais seja esquecido.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Little Richard
Procurem conhecer bem a capa desse disco. Agora imaginem seu impacto na sociedade racista dos Estados Unidos da década de 1950. Um negro, nada discreto, com a boca escancarada, cheia de dentes, gritando de forma estridente! Mais “Little Richard” do que isso impossível! A capa de “Here´s Little Richard” é certamente uma das mais ousadas e provocadoras da história do Rock! E vai bem de acordo com a trajetória dessa figura fantástica da primeira geração de roqueiros americanos. Poucos artistas viveram de forma tão intensa o espírito do Rock quanto Little Richard. Ele por si só já era um poço de escândalos e contradições! Negro, desafiava a sociedade da época com roupas luxuosas, espalhafatosas e berrantes! Alucinado, gritava a plenos pulmões sua música despudorada, embora na época os negros fossem tão reprimidos que mal podiam abrir a boca sem autorização dos brancos. Profundamente religioso conseguia ser ao mesmo tempo um homossexual sem pudores, escandalizando a todos por onde passava. Cristão agia de forma pouco modesta e humilde, se auto intitulando o “maior roqueiro da América”! No fundo Little Richard era mesmo uma figuraça!
Esse foi o primeiro álbum da carreira do roqueiro e só tem clássicos! É incrível mas basta ler a lista das músicas para se ter uma noção da quantidade de grandes clássicos da história do rock presentes aqui: “Tutti Frutti”, “Ready Teddy”, "Slippin' and Slidin', Long Tall Sally", "Rip It Up", “Jenny, Jenny” entre outras. É muito standart para um álbum só! E o mais incrível de tudo é saber que a grande maioria dessas canções foram compostas pelo próprio Richard Penniman (o nome real do cantor). Realmente impressionante. Como não era dado a modéstias, Little Richard trabalhou ao lado de uma super banda com mais de 20 músicos ao longo de todos aqueles anos. O selo era pequeno, uma pequena gravadora especializada em música negra chamada Specialty Records, mas isso não impediu o disco de vender muito naquele mesmo ano. Claro que muitas das canções já tinham chegado antes no mercado no formato single mas isso não retira o impacto desse primeiro álbum de Little Richard. Era de certa forma uma apoteose de tudo o que ele vinha produzindo até então. Um retrato perfeito de um artista marcante que se tornou um ícone naqueles anos pioneiros do Rock americano. “Here´s Little Richard” é de fato um item obrigatório na coleção de qualquer roqueiro que se preze!
Little Richard - Here´s Little Richard (1957)
Tutti Frutti / True Fine Mama / Can't Believe You Wanna Leave / Ready Teddy / Baby / Slippin' and Slidin' / Long Tall Sally / Miss Ann / Oh Why? / Rip It Up / Jenny, Jenny / She's Got It.
Little Richard - Little Richard (1958)
Segundo álbum da carreira de Richard Penniman (Little Richard para os mais chegados). Sem favor algum eu considero esse um dos melhores discos de Rock ´n´ Roll de todos os tempos. Basta passar os olhos na seleção musical - só clássicos, de ponta a ponta! O disco abre com a maravilhosa "Keep A Knockin'" que consegue em seus poucos minutos de duração resumir tudo o que significava a música de Richard naqueles loucos anos. Sua vocalização não encontrava similar em nenhum outro artista da época e seu jeito abusado e fora dos padrões combinava perfeitamente com o espírito rebelde do novo estilo musical que nascia. "Good Golly, Miss Molly" é outro hino, sempre presente em qualquer coletânea de rock da primeira geração. Uma composição com força, energia e muita vibração. A letra é um barato! O arranjo é simplesmente sensacional e Richard destrói no piano, literalmente "martelando" seu instrumento. Curiosamente ele também tinha a mania de tocar com os pés (Jerry Lee Lewis, outro pioneiro dessa geração, também tinha esse maneirismo). "The Girl Can't Help It" também é uma das minhas preferidas. Essa foi usada no cinema, como tema principal do filme "Sabes o Que Quero", uma comédia musical dos anos 50 que até hoje mantém seu charme intacto.
Já "Hey-Hey-Hey-Hey" foi gravada por ninguém menos do que os Beatles - Paul McCartney era um fã incondicional de Little Richard, a ponto inclusive de levar seu ídolo para a Inglaterra para participar de sua turnê em 1965. Por fim, fechando com chave de ouro temos nada mais, nada menos do que "Lucille"!!! Fala sério... nunca mais Little Richard faria um disco com tantos sucessos imortais como esse aqui. É uma verdade aula do verdadeiro rock ´n´ roll. Infelizmente esse foi o auge do cantor e também seu último grande momento. Ele tinha um conflito muito grande entre sua música profana e seu sentimento religioso. Adorava cantar seus rocks estridentes mas também sentia que aquele tipo de ritmo não combinava bem com sua fé evangélica. Assim em pouco tempo Richard deixaria o bravo rock de lado para abraçar de vez uma vida religiosa, se limitando a tocar música gospel na igreja onde pregava - sim, ele virou um pastor e dos bons! Não tem problema, cada um sabe o que é melhor para si, além do mais vamos convir que após gravar um disco como esse Little Richard já tinha garantido seu lugar, não no céu, mas sim no panteão dos grandes roqueiros de todos os tempos. Amém!
Little Richard - Little Richard (1958)
Keep A Knockin / By the Light of the Silvery Moon / Send Me Some Lovin' / I'll Never Let You Go (Boo Hoo Hoo Hoo) / Heeby-Jeebies / All Around the World / Good Golly, Miss Molly / Baby Face / Hey-Hey-Hey-Hey / Ooh! My Soul / The Girl Can't Help It / Lucille.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
35 anos de Rock and Roll
Entre essas faixas eu destacaria a maravilhosa versão de "Will You Love Me Tomorrow" do The Shirelles, a melhor que já ouvi até´hoje, com lindo arranjo de orquestra. E por mais que tenha procurado por essa mesma versão em outros discos, jamais encontrei! Surpresa completa. Outra que foge do lugar comum é "Save The Last Dance For Me". Essa é outra versão que ainda não encontrei por aí. Por fim destaco outra raridade, essa versão sui generis de "Go Jimmy Go" do Jimmy Clanton. Uma raridade. Em suma, não é uma coletânea tão banal como alguns dizem por aí. Tem coisa boa e rara aqui também. Por isso se encontrar para comprar nem pense duas vezes.
35 anos de Rock and Roll
1. Little Richard - Long Tall Sally
2. Bobby Day - Rockin' Robin
3. Robin Luke - Susie Darlin'
4. The Champs - Tequila
5. The Coasters - Charlie Brown
6. The Shirelles - Will You Love Me Tomorrow
7. Jimmy Rodgers - Honeycomb
8. Lloyd Price - Stagger Lee
9. Chuck Berry - Sweet Little Sixteen
10. Del Shannon - Runaway
11. Jerry Wallace - Primrose Lane
12. Duanne Eddy - Rebel Rouser
13. The Drifters - Save The Last Dance For Me
14. Jimmy Clanton - Go Jimmy Go
15. Gene Vincent - Be Bop A Lula
16. Bill Halley & His Comets - ABC Boogie
Pablo Aluísio.
sábado, 15 de janeiro de 2011
Giants Of Rock´n´Roll
Estava preparando um novo texto para o blog de Elvis Presley e sai em busca de algum material com Bill Haley para ouvir. No fundo de uma caixa acabei me deparando com esse "Giants Of Rock ´n´Roll" um CD que tenho há muitos anos e que nem me lembrava mais de sua existência. Comprei há 20 anos atrás numa pequena loja de minha cidade. "Giants" reúne 4 grandes nomes do surgimento do Rock em um só lançamento. Obviamente se trata de um bootleg, um lançamento não oficial, de um selo que nunca ouvi falar antes (provavelmente de fundo de quintal). A despeito de sua origem bastarda não deixa de ser uma boa dica para quem estiver com curiosidade de ouvir como soava o Rock ´n´Roll em suas origens. Por definição odeio coletâneas por serem produtos sem qualquer profundidade ou relevância mas abrirei uma pequena exceção aqui recomendando o título para os marinheiros de primeira viagem. As gravações são todas originais, oficiais, da época de seus lançamentos.
Só grandes sucessos. Na década de 1950 todos esses artistas lançavam suas melhores músicas em singles (compactos de vinil com uma música no Lado A e outra no Lado B). Era um tipo de produto muito charmoso, de fácil venda, baratos e que rendiam um dinheiro imediato aos cantores e às gravadoras. Também eram de produção muito barata, sem grandes riscos, o que ajudava muito no surgimento de novos talentos. Até um caminhoneiro pobre como Elvis Presley tinha grana para lançar a sorte gravando um disquinho desses! Voltando ao CD aqui temos canções interligadas de Jerry Lee Lewis, Little Richard, Bill Haley e Chuck Berry. Todos grandes nomes, grandes mitos da primeira geração roqueira norte-americana. Gosto muito dessas primeiras faixas de Chuck Berry. Seu rock cru, sem firulas, fundado em letras maliciosas e sacanas e eram a alma dessas primeiras gravações do novo ritmo que surgia nas paradas. Jerry Lee Lewis também aqui surge com o melhor de seu repertório, pouco antes de se envolver com sua prima menor de idade o que lhe custaria a fama e o sucesso. Bill Haley, o "tiozão" do Rock também está no título com sua "Rock Around The Clock" e "See You Later Alligator", uma pequena pérola de seu set list. Fechando o festival revival "Little Richard" a contradição em pessoa. Homossexual e religioso, estridente e harmônico, negro e desafiador, o cantor marcou definitivamente o Rock em sua era jurássica. Enfim, comece com CDs com esse, depois vá se aprofundando com os discos oficiais desses artistas. Sem dúvida será uma bela experiência conhecer ou revisitar tantos talentos desse quarteto realmente fantástico!
The Giants Of Rock ´n´Roll / Jerry Lee Lewis (Whole Lotta Shakin' Goin' On, Great Balls Of Fire, Breathless, High School Confidencial, Drinkin' Wine Spo-de-o-de) Bill Haley (Rock Around The Clock, Shake Rattle and Roll, ABC Boogie, Razzle-Dazzle, See You Alligator) Litte Richard (Long Tall Sally, The Girl Can´t Help, Rip It Up, Lucille, Good Golly Miss Molly) Chuck Berry (Maybelline, Roll Over Beethoven, Rock and Roll Music, Sweet Little Sixteen, Johnny B. Goode)
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Little Richard - The Wild and Frantic Little Richard
A sonoridade não era muito boa. Esse disco na realidade foi um trabalho de fim de festa para Little Richard. Seu contrato com Modern Records havia chegado ao final e eles não queriam mais renovar com ele. Assim Littler Richard acabou gravando poucas músicas. A gravadora acabou completando com a inclusão de faixas diversas que tinha em arquivo, algumas delas gravadas ao vivo. Por isso não espere por nada muito caprichado ou bem gravado. A tônica é outra. O que vale é a importância histórica, desse grande nome da história do rock americano. Qualquer tentativa de desvalorizar esse disco, por mais simples que ele tenha sido, será, por isso, em vão.
Little Richard - The Wild and Frantic Little Richard (1967)
Baby What You Want Me to Do (live)
Do the Jerk
Directly From My Heart
I'm Back
Holy Mackerel
Good Golly, Miss Molly (live)
Send Me Some Lovin (live)
Groovy Little Suzy
Baby Don't You Want a Man Like Me
Miss Ann (live)
Pablo Aluísio.