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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Demétrio e os Gladiadores

Título no Brasil: Demétrio e os Gladiadores
Título Original: Demetrius and the Gladiators
Ano de Lançamento: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Twetieth Century Fox
Direção: Delmer Daves
Roteiro: Philip Dunne, Lloyd C. Douglas
Elenco: Victor Mature, Susan Hayward, Debra Paget, Anne Bancroft, Richard Egan, Michael Rennie

Sinopse:
A história começa no ponto em que "O Manto Sagrado (1953)" termina, após o martírio de Diana e Marcellus. O manto de Cristo é entregue a Pedro para ser guardado, mas o imperador Calígula o quer de volta para se beneficiar de seus poderes. O ex-escravo de Marcellus, Demétrio (Demetrius), procura impedir isso e chama a atenção de Messalina, esposa do tio de Calígula, o futuro imperador Cláudio. Messalina pretende seduzir Demétrio, que vê sua vida em perigo, lutando como gladiador nas arenas romanas.

Comentários:
Na década de 1950 Hollywood produziu uma série de filmes baseados na história de Roma ou em textos do velho e novo testamento. A história contada nesse filme é puramente de ficção, mas usando personagens históricos reais em sua narrativa. Funciona muito bem. O ator Victor Mature havia encontrado seu caminho n cinema desde "Sansão e Dalila", assim o papel do escravo e gladiador Demetrius lhe caiu muito bem. A figura do gladiador romano inclusive sempre foi muito bem aproveitada pelo cinema. Impossível ficar imune a esses lutadores da Roma antiga. Também destacaria o belo elenco feminino do filme formado principalmente pelo trio de boas atrizes Susan Hayward, Debra Paget e Anne Bancroft. Debra Paget inclusive voltaria a atuar ao lado do ator Richard Egan dois anos depois no primeiro filme de Elvis no cinema. Então é isso, temos aqui um belo exemplar do cinema épico religioso da era de ouro do cinema clássico de Hollywood. Se você aprecia esse tipo de filme não deixe de assistir, esse é certamente um dos melhores já feitos. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Como Nasce um Bravo

Um bando de cowboys liderados por Tom Reese (Glenn Ford) finalmente cumpre seu trabalho. Eles estão chegando de uma longa jornada, onde trouxeram um grande rebanho de gado do Texas até Chicago. Agora querem descansar em um bom hotel da cidade. Nesse hotel trabalha Frank Harris (Jack Lemmon), um almofadinha da cidade grande. Ele está apaixonado por uma mexicana, filha de um rico fazendeiro da fronteira. Só que o romance não vai em frente, justamente por causa do pai, que não quer a filha casada com um americano. Quando ele descobre que a próxima viagem dos cowboys de Reese será realizada justamente em direção ao México, pede para ir junto, mesmo sem experiência em longa viagens como aquela, em cima de um cavalo, enfrentando as dificuldades da natureza, dos ataques de índios. Mesmo relutante Reese finalmente aceita levar Harris junto, só que na condição de sócio da cavalgada, uma vez que ele definitivamente está precisando de dinheiro.

"Como Nasce um Bravo" é um western muito, muito bom. Esse choque de realidades entre dois homens tão diferentes mantém o interesse da trama. Eles logo entram em conflito no caminho rumo ao México. Reese (Ford) é um tipo durão que está acostumado com os perigos de uma viagem como aquela. Sabe que certos valores precisam ser flexibilizados. Já Harris (Lemmon) quer seguir tudo numa certa linha, em um certo código de honra. O filme é interessante justamente por trazer Jack Lemmon em um faroeste. Não era a praia dele, mesmo assim se sai muito bem. Um filme que apreciei muito. Um belo momento da carreira do grande Glenn Ford.

Como Nasce um Bravo (Cowboy, Estados Unidos, 1958) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Frank Harris, Edmund H. North / Elenco: Glenn Ford, Jack Lemmon, Anna Kashfi, Brian Donlevy / Sinopse: Um grupo de cowboys viaja até o México para trazer um grande rebanho de gado para ser vendido em Chicago. E leva junto um almofadinha da cidade grande que vai precisar a aprender a ser um cowboy na prática, enfrentando os desafios de uma grande cavalgada como aquela.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Galante e Sanguinário

Ben Wade (Glenn Ford) é líder de um bando de assaltantes e assassinos cruéis. Eles interceptam uma diligência atravessando o deserto e a assaltam, matando o condutor do veículo. Após o ato criminoso chegam em uma pequenina cidade perdida do velho oeste. Lá Ben é finalmente capturado pelo xerife local. O resto do bando porém foge mas jura voltar para resgatar seu chefe. Praticamente sozinho o xerife decide recrutar alguns moradores locais para lhe ajudar entre eles Dan Evans (Van Heflin) um rancheiro endividado que pretende provar aos seus filhos menores que tem bravura suficiente para levar Ben até a estação de trem onde ele finalmente será levado para julgamento no tribunal da cidade de Yuma. Mesmo que você não assista filmes de western clássicos certamente conhece esse enredo. Isso porque “Galante e Sanguinário” virou remake há poucos anos com Russel Crowe e Ben Foster com o nome de “Os Indomáveis”. A estória é praticamente a mesma, com pequenas mudanças pontuais. O que faz de “3:10 to Yuma” tão interessante é seu enredo, tirando muito proveito da tensão crescente envolvendo a custódia do líder do grupo criminoso por um simples rancheiro. Cercado por todos os lados por membros de sua gangue ele decide demonstrar sua bravura, levando com firme propósito a missão de colocar Ben no trem que o levará às raias da justiça.

Esse é provavelmente um dos melhores momentos da carreira de Glenn Ford. Acredito que apenas “Cimarron” seja melhor. Ele está perfeito em sua caracterização do frio assassino Ben Wade. Para um ator que sempre fazia o papel de mocinho ele demonstrou muito jeito e estilo como o bandido que joga psicologicamente o tempo inteiro com o rancheiro que o mantém prisioneiro. Esse é mais um ótimo faroeste dirigido por Delmer Daves. Roteirista de mão cheia ele fez pouco mais de 30 filmes mas praticamente todos bem marcantes. Ao lado de Glenn Ford brilhou em faroestes como nesse “Galante e Sanguinário” e “Cowboy” que rodaria logo depois. É inegável que Daves usou muitos elementos que já tinham marcado muito em “Matar Ou Morrer” com Gary Cooper. A tensão, a ansiedade, os closes no relógio que teima não passar os minutos e a passagem em tempo real da ida à estação de trem. Vejo nesse aspecto uma homenagem ao grande clássico de Cooper que mesmo já tendo sido utilizado brilhantemente antes volta a funcionar muito bem aqui também. Em conclusão podemos dizer que “Galante e Sanguinário” é um western psicológico bem marcante que joga muito bem com a situação chave da trama. Um grande momento da carreira de Glenn Ford em um papel que o marcaria para sempre.

Galante e Sanguinário (3:10 to Yuma, Estados Unidos, 1957) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Halsted Welles, Elmore Leonard / Elenco: Glenn Ford, Van Heflin, Felicia Farr, Henry Jones, Richard Jaeckel / Sinopse: Ben Wade (Glenn Ford) é líder de um bando de assaltantes e assassinos cruéis. Eles interceptam uma diligência atravessando o deserto e a assaltam, matando o condutor do veículo. Após o ato criminoso chegam em uma pequenina cidade perdida do velho oeste. Lá Ben é finalmente capturado pelo xerife local. O resto do bando porém foge mas jura voltar para resgatar seu chefe.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Rajadas de Ódio

Muitas vezes a paz é simplesmente impossível. Isso é o que tenta mostrar o excelente western "Rajadas de Ódio". Na trama somos apresentados a Johnny MacKay (Alan Ladd) que é enviado pelo presidente Grant para uma região remota do Oeste com o objetivo de pacificar o local. Para isso ele deve usar de todos os meios diplomáticos possíveis, inclusive procurando pessoalmente o chefe rebelde conhecido como "Capitão Jack" (Charles Bronson). Os problemas começam logo na viagem aonde sua diligência é atacada e uma das passageiras, uma senhora inocente, é morta covardemente por um dos homens de Jack.

A partir daí as coisas parecem ir de mal a pior. Embora com toda a boa vontade do mundo Johnny enfrentará muitas dificuldades em alcançar a paz simplesmente porque esse não é o desejo do Capitão Jack e seu bando de Apaches selvagens. Quando uma das partes não aceita e nem quer a paz ela se torna simplesmente impossível. Uma das coisas mais corajosas de "Rajadas de Ódio" é o fato de seu roteiro ser extremamente bem intencionado, pacifista, muito ideológico, algo que realmente chama a atenção em um faroeste da década de 1950.

O elenco é liderado pelo sempre correto Alan Ladd. Seu personagem, um delegado de paz, vem bem a calhar aos tipos que Ladd geralmente interpretava em seus filmes. Ele sempre aparecia em cena como o bom Cowboy, de boa índole e coração de ouro mas que na necessidade também sabia usar de suas armas para impor novamente a ordem no local. Esse tipo de personagem faz parte da mitologia do velho oeste em vários filmes, livros e histórias e Alan Ladd encarnava com perfeição esse tipo de "cavalheiro de esporas".

O filme foi dirigido pelo competente Delmer Daves, um diretor que sempre gostei. Fino e elegante fez vários faroestes para os estúdios Warner, todos com muita competência. Pouco tempo depois da realização desse "Rajadas de Ódio" encontraria em Glenn Ford uma grande parceria em westerns de sucesso. Em conclusão indico esse bem intencionado faroeste para os apreciadores de bons roteiros, principalmente os que trazem em seu conteúdo uma mensagem subliminar positiva e edificante. Nesse aspecto a mensagem de "Rajadas de Ódio" tocará fundo nos pacifistas por convicção.


Rajadas de Ódio (Drum Beat, Estados Unidos, 1954) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Delmer Daves / Elenco: Alan Ladd, Charles Bronson, Audrey Dalton, Marisa Pavan / Sinopse: Na trama somos apresentados a Johnny MacKay (Alan Ladd) que é enviado pelo presidente Grant para uma região remota do Oeste com o objetivo de pacificar o local. Para isso ele deve usar de todos os meios diplomáticos possíveis, inclusive procurando pessoalmente o chefe rebelde conhecido como "Capitão Jack" (Charles Bronson).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Flechas de Fogo

Cowboy (James Stewart) encontra jovem índio agonizando no meio do deserto após ser atacado por tropas americanas. O socorre e acaba se tornando amigo da nação Apache liderada pelo chefe Cochise (Jeff Chandler). O problema é que o mesmo grupo está em guerra contra o exército americano pela posse do selvagem território do Arizona. Ciente da situação o personagem de James Stewart se coloca a disposição para servir de intermediário em um tratado de paz entre as nações indígenas e o governo dos Estados Unidos sob a presidência do general Grant. Muito curioso esse western que décadas antes de "Dança com Lobos" tratou a questão indígena de forma muito correta e realista. Há uma preocupação do roteiro em mostrar aspectos da cultura dos Apaches, suas danças, festejos. O filme chega ao ponto de mostrar um homem branco se apaixonando por uma jovem índia, algo bem ousado para os anos 50.

James Steward apresenta sua personagem habitual: homem virtuoso, honesto, de boa índole. O único problema mais visível de Flechas de Fogo é a escalação de Jeff Chandler como o chefe da nação Apache. Chandler tinha traços bem americanos e nem a maquiagem forte ameniza esse aspecto. Curiosamente tirando ele e a jovem índia que se apaixona por Stewart nenhum dos demais indígenas do filme apresentam traços de homem branco - são índios ou descendentes mesmo, puro sangue. O filme foi dirigido pelo veterano cineasta Delmer Daves que faria pelo menos mais dois clássicos de western nos anos seguintes: "A Lei do Bravo" (outro western respeitoso com a causa do nativo americano) e "A Última Carroça". Seu maior sucesso comercial viria como roteirista ainda na década de 50 com o famoso "Tarde Demais Para Esquecer". Enfim, "Flechas de Fogo" (cujo título original é flecha quebrada - símbolo de paz entre os Apaches) vale a pena por ser socialmente consciente e à frente de seu tempo

Flechas de Fogo (Broken Arrow, EUA, 1950) Direção de Delmer Daves / Roteiro de Elliott Arnold (novela), Albert Maltz / Com James Stewart, Jeff Chandler e Debra Paget / Sinopse: Cowboy (James Stewart) encontra jovem índio agonizando no meio do deserto após ser atacado por tropas americanas. O socorre e acaba se tornando amigo da nação Apache liderada pelo chefe Cochise (Jeff Chandler). O problema é que o mesmo grupo está em guerra contra o exército americano pela posse do selvagem território do Arizona.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Prisioneiro do Passado

Título no Brasil: Prisioneiro do Passado
Título Original: Dark Passage
Ano de Produção: 1947
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Delmer Daves
Roteiro: Delmer Daves, David Goodis
Elenco: Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Bruce Bennett, Agnes Moorehead, Douglas Kennedy, Houseley Stevenson

Sinopse:
Vincent Parry (Humphrey Bogart) é um prisioneiro que consegue fugir da prisão. Depois de despistar os policiais ele chega em San Francisco, onde passa a contar com a ajuda de Irene Jansen (Lauren Bacall) que acredita em sua inocência. Só que para nunca mais voltar para a cadeia ele vai precisar mudar seu rosto, para que não seja mais reconhecido pelos policiais que o estão procurando.

Comentários:
Muito bom esse clássico dos anos 40. A primeira coisa que você vai perceber de inovador é que o diretor Delmer Daves resolveu levar até as últimas consequências a chamada visão subjetiva. Durante os 60 minutos iniciais do filme o espectador passa a ter o ponto de vista do personagem de Bogart, como se a câmera fosse seus olhos. Um efeito extremamente revolucionário para a época. Depois que Vincent, o fugitivo, resolve mudar de rosto com um cirurgião plástico clandestino, finalmente vemos a face de Humphrey Bogart na tela. Até então ele era apenas uma voz, ora falando em off, em seus pensamentos, ora interagindo com os demais personagens da trama, mas sempre numa visão subjetiva. O roteiro tem três atos bem nítidos: a fuga, a mudança de identidade e finalmente a busca pela redenção, quando Bogart tenta descobrir quem teria assassinado sua esposa, no crime que o levou injustamente para a prisão. Apesar de haver alguns elementos de cinema noir, o diretor Delmer Daves não optou pelas sombras, pela escuridão, para contar sua história. Ao contrário disso, grande parte do enredo se passa em uma San Francisco ensolarada, com várias reviravoltas que servem ainda mais para manter o interesse. Enfim, um filme realmente marcante da carreira do casal Humphrey Bogart e Lauren Bacall, que foram bem ousados em abraçar um projeto como esse, com uma narrativa tão fora dos padrões do cinema americano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Amores Clandestinos

Título no Brasil: Amores Clandestinos
Título Original: A Summer Place
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Delmer Daves
Roteiro: Sloam Wilson, Delmer Daves
Elenco: Richard Egan, Sandra Dee, Troy Donahue, Doroth McGuire
 
Sinopse:
O jovem Johnny Hunter (Troy Donahue) conhece uma bela garota, Molly Jorgenson (Sandra Dee), durante um veraneio numa linda ilha turística. O problema para Molly é que seus pais não aceitam, por questões morais e sociais, que o namoro do jovem casal vá em frente. Está armada assim a trama básica do filme "A Summer Place" que no Brasil recebeu o título de "Amores Clandestinos". Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Ator - Revelação Masculina (Troy Donahue). Também premiado pelo Laurel Awards na categoria Melhor Trilha Sonora (Max Steiner).

Comentários:
Esse filme romântico foi um dos maiores sucessos de bilheteria dos anos 50 e elevou a atriz Sandra Dee ao patamar de estrela, campeã de popularidade e ídolo adolescente em plenos anos dourados. O filme é muito didático no sentido de mostrar todo o leque de tabus e preconceitos morais e sexuais que imperavam na sociedade americana da época (se lá nos EUA era assim, imaginem aqui no Brasil como deveria ser atrasado!). A "honra" das jovens de família, a virgindade, o decoro, as convenções sociais que os namorados tinham que seguir à risca, tudo está na tela. O filme é muito romântico e tem uma trilha sonora marcante. Para se ter uma ideia a música tema foi um estouro nas paradas chegando ao primeiro lugar da revista Billboard na versão de Percy Faith. Impossível não conhecê-la até mesmo nos dias de hoje. O roteiro é obviamente açucarado, feito para embalar os amores juvenis da época mas tem também seus méritos, chegando ao ponto de discutir coisas mais sérias como a gravidez na adolescência, por exemplo.

Talvez o maior problema de "Amores Clandestinos", além de sua moralidade totalmente fora de moda nos dias atuais, seja o fraco desempenho do casalzinho de adolescentes que são os protagonistas do filme. Ok, Sandra Dee era um grande fenômeno de popularidade, todas as moças da época queriam ser como ela, mas o fato é que como atriz ela era bem limitada. Seu talento dramático se resumia a fazer beicinhos, um atrás do outro. Pelo menos foi salva por ser carismática e simpática. O mesmo não se pode dizer de seu partner em cena, o inexpressivo galãzinho Troy Donahue que não conseguiu escapar da canastrice completa. Um tipo de ator que se garantia apenas por seu bom visual. O problema é que isso é pouco, ainda mais nesse roteiro onde vários aspectos interessantes poderiam ser bem melhor explorados. O filme foi dirigido por Delmer Daves que havia escrito o roteiro de outro grande sucesso romântico da época, o também clássico "Tarde Demais Para Esquecer". De certa forma "Summer Place" é uma versão adolescente daquele filme estrelado por Cary Grant. Todos os ingredientes estão lá, a impossibilidade de concretizar um grande amor, locações paradisíacas e canções românticas marcantes, de cortar o coração. Por isso indico o filme a quem gosta de produções como essa. Certamente vai aquecer os corações dos mais românticos, desde que eles não sejam exigentes demais com boas atuações.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de outubro de 2017

Só Ficou a Saudade

Título no Brasil: Só Ficou a Saudade
Título Original: Kings Go Forth
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Delmer Daves
Roteiro: Merle Miller, baseado na novela de Joe David Brown
Elenco: Frank Sinatra, Tony Curtis, Natalie Wood, Karl Swenson
  
Sinopse:
Segunda Guerra Mundial. O tenente americano Sam Loggins (Frank Sinatra) e seu pelotão rumam em direção ao sul da França, país que estava sendo libertado naquele momento histórico da dominação nazista. Em seu grupo junta-se um novo cabo, Britt Harris (Tony Curtis), especialista em comunicação. Quando chegam numa pequenina cidade na costa descobrem que o local está praticamente livre de tropas inimigas. Assim eles partem para a diversão, indo à praia e namorando as garotas locais. Sam acaba se apaixonando pela doce e bela Monique Blair (Natalie Wood), mas ela parece ficar mais interessada por Harris, afinal ele é extrovertido, sedutor e boa pinta. O que eles nem desconfiam é que os alemães não estão tão derrotados como todos erroneamente pensam.

Comentários:
Depois de "A Um Passo da Eternidade" o cantor Frank Sinatra deu um tempo em dramas de guerra, só retornando mesmo com esse bom "Só Ficou a Saudade". Embora tenha cenas de ação e combate o filme não se propõe a investir muito nesse aspecto. Na realidade o roteiro está sempre muito mais focado em contar uma história de amor frustrado. A velha história do sujeito que ama uma mulher, mas que precisa se contentar com o triste destino, pois ela ama outro. É interessante que Sinatra tenha optado por interpretar um homem triste, melancólico e rejeitado que precisa manter a cabeça no lugar enquanto tenta sobreviver à guerra e ao fato de que um verdadeiro canalha (o cabo Harris) acabe roubando o coração da garota que ele tanta ama. Há uma linha de diálogo que reflete tudo isso. O tenente interpretado por Sinatra se vira para o personagem de Tony Curtis e desabafa, dizendo: "Olhe para você! É rico, bonito e se dá bem com as garotas. Eu sou pobre e feio!". 

A impressão que tive foi que Sinatra, que vinha numa fossa tremenda em sua vida pessoal, por causa da rejeição de Ava Gardner, tentava transmitir tudo o que sentia justamente nesse papel em que atuava. Outro aspecto digno de nota vem da personagem Monique de Natalie Wood. Ela é filha de um negro americano que se enamorou de uma francesa. Em determinado momento do roteiro ela conta essa história para o tenente Sam. Ele fica chocado com as suas origens! Hoje em dia algo assim daria inúmeros problemas, certamente. Mas enfim... O diretor Delmer Daves, de tantos faroestes, até que se saiu muito bem dirigindo esse romance improvável e triste, sem final feliz. E para fechar a pequena resenha aqui vai também mais um fato curioso. Em determinada cena, numa boate esfumaçada, os soldados começam a pedir que um membro do pelotão suba ao palco para se apresentar. Obviamente por Frank Sinatra ser um dos maiores cantores de todos os tempos o espectador acabe pensando que ele dará uma canja em cena, mas não! Quem sobe ao palco para "dublar" um trompete é Tony Curtis! Assim, sinceramente, não dá para ser feliz...

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

A Última Carroça

Título no Brasil: A Última Carroça
Título Original: The Last Wagon
Ano de Produção: 1956
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Delmer Daves
Roteiro: James Edward Grant, Delmer Daves
Elenco: Richard Widmark, Nick Adams, Felicia Farr, Susan Kohner, Stephanie Griffin, George Mathews

Sinopse:
Durante a colonização do velho oeste americano, um grupo de pioneiros são atacados por selvagens das tribos Apaches que vivem na região. Eles conseguem sobreviver, mas ficam perdidos no meio do deserto. Sua única chance aparece quando um homem branco chamado Todd (Richard Widmark), que viveu entre os comanches, surge para ajudá-los a sair dali com vida.

Comentários:
Bom faroeste, bem valorizado por ter um elenco muito bom e um roteiro eficiente, que não perde tempo com bobagens. O diretor Delmer Daves era um especialista em fitas de western e aqui resolveu não perder muito tempo, usando como estrutura de roteiro um enredo ágil, rápido, mas muito bem escrito. O filme é estrelado pelo ator Richard Widmark que interpreta um personagem bem dúbio, que ora pode ser a salvação de toda aquela gente, ora pode se tornar sua ruína final. Ele é conhecido como Comanche Todd, pois apesar de ser branco, sempre conviveu com as tribos comanches do deserto do Arizona. Ele é procurado pela lei, pela morte de três homens, em situações que nunca ficaram muito bem esclarecidas. Assim os colonos aceitam sua ajuda, mas ficam sempre com um pé atrás, pois ele pode guiar a caravana para um lugar seguro ou levá-los para uma emboscada, onde serão mortos pelos guerreiros apaches. O roteiro joga o tempo todo com essa situação de suspense, trazendo no final ótimo resultado em termos de suspense e roteiro. Como escrevi, um bom filme, muito bem orquestrado por causa de seu inteligente argumento.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de junho de 2006

A Árvore dos Enforcados

Roteiro e Argumento: O roteiro do filme foi extremamente bem escrito. A estória se passa toda durante a corrida do ouro numa montanha de Montana. Assim encontramos todos os tipos de personagens grotescos que habitavam esse tipo de local: ladrões, assassinos, estupradores, vigaristas, ou seja, toda a escória do mundo atrás da oportunidade de ficar rico da noite para o dia. Os roteiristas desenvolveram muito bem os personagens do ponto de vista psicológico, mostrando inclusive seus piores lados (até do médico feito por Gary Cooper).

Produção: Filmada em locações a produção é extremamente caprichada. Reconstruíram uma vila de mineradores com tudo o que tinham direito, inclusive lojas, bordéis e tudo o mais. Não poderia ser diferente já que a presença de Gary Cooper já era garantia de boas bilheterias e por isso os produtores não tinham receio de só usar o melhor que Hollywood poderia oferecer na época.

Direção: O filme foi dirigido não só por Delmer Daves mas também pelo ator Karl Malden que não foi creditado na época. Como as filmagens foram extremamente complicadas por causa das locações Karl dividiu a direção com Daves. O resultado foi ótimo como se pode ver nas telas.

Elenco: Gary Cooper era fenomenal. O sujeito passava dignidade e austeridade apenas com um olhar, impressionante. Aqui o mais interessante é o caráter dúbio de seu personagem que esconde fatos obscuros de seu passado até o final do filme. Afinal o que ele tenta tanto esconder? Karl Malden também está excelente. Seu personagem é um porcalhão e a cena em que ele tenta estuprar a personagem de Maria Schell é extremamente ousada para aquela época. Outro destaque do elenco fica com George C Scott, aqui fazendo um curandeiro bebum e vigarista. Ótimo.

A Árvore dos Enforcados (The Hanging Tree, EUA, 1959) Direção: Delmer Daves / Roteiro: Wendell Mayes, Halsted Welles / Elenco: Gary Cooper, Maria Schell, Karl Malden / Sinopse: O médico Joseph Frail (Cary Cooper) chega em um campo de mineração durante a corrida ao ouro tentando fugir de eventos do passado que ele prefere manter na escuridão. Lá conhece a bonita Elisabeth (Maria Schell) a qual acaba nutrindo sentimentos ao mesmo tempo em que tenta defendê-la dos criminosos locais.

Pablo Aluísio.