Na corte do Rei Arthur surge um estranho cavaleiro. Ele adentra o recinto onde se encontra a távola redonda e desafia um dos cavaleiros de Arthur a lhe enfrentar. Não é um homem comum, mas parecendo uma entidade sobrenatural. Esse primeiro desafio é vencido, mas o tal cavaleiro verde afirma que voltará, um ano depois, na noite de natal, para um decisivo e último combate. O cavaleiro de Arthur, chamado Gawain, aceita o novo desafio e parte para uma jornada em busca de glórias, lutas e o confronto final com o gigante verde de origem desconhecida. Pois é, temos aqui mais um filme passado nos tempos do Rei Arthur, mas não pense que encontrará um filme convencional pela frente.
"O Cavaleiro Verde" é um daqueles filmes que tem muito estilo, muito clima, mas que se esquece de que o cinema é acima de tudo a arte de se contar uma boa história. O diretor David Lowery exagerou na dose do realismo fantástico. O filme muitas vezes se arrasta, mais parecendo um sonho do que algo concreto. Como a história foi baseada em antigos contos e canções medievais, ele tentou trazer esse clima para o filme. Não deu muito certo ao meu ver. O filme certamente vai soar cansativo e arrastado para o público atual. Há bons momentos, como o roubo na floresta e o surgimento de uma estranha mulher, que parece não mais existir em nosso mundo, mas esses são pontuais. O filme como um todo tem mesmo esse hiperdimensionamento de clima, com trilha sonora evocativa soando aos ouvidos o tempo todo. Acaba mesmo cansando quem o assiste.
O Cavaleiro Verde (The Green Knight, Irlanda, Canadá, Estados Unidos, 2021) Direção: David Lowery / Roteiro: David Lowery / Elenco: Dev Patel, Alicia Vikander, Joel Edgerton / Sinopse: Baseado nos contos Arthurianos, o filme conta a história de um dos cavaleiros do Rei Arthur que decide aceitar o desafio de enfrentar uma estranha criatura, que não parece ser desse mundo.
Pablo Aluísio.
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terça-feira, 14 de setembro de 2021
quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
O Velho e a Arma
Durante o lançamento desse filme Robert Redford declarou em entrevista que ele seria o último que faria como ator. Dali para frente ele pensava apenas em dirigir. Como ator, segundo ele, não haveria mais nada que ele quisesse fazer. Já tinha chegado ao final da jornada. Depois da grande repercussão na mídia, ele até que se arrependeu um pouco do que disse, afirmando que quem sabe poderia algum dia fazer alguma participação especial em algum filme, mas nada que viesse a dar muito trabalho. De qualquer maneira, como protagonista, esse parece ter sido o último filme dele no cinema após uma longa e produtiva carreira.
Ele interpreta um velho ladrão de bancos. Um homem que passou a vida toda entrando e saindo da cadeia. Agora, com mais de 70 anos, ele decide formar uma nova quadrilha, só com veteranos. Usando de modos educados, tal como se fosse um verdadeiro cavalheiro, ele começa uma série de assaltos em pequenas agências bancárias do interior. Tudo feito sem violência, com calma, agindo como um verdadeiro gentleman.
Os assaltos começam a chamar a atenção da mídia que logo chama o grupo de "gangue dos velhotes". Para prender todos, um detetive é colocado no caso. O policial, interpretado por Casey Affleck, começa a se sentir humilhado por ser passado para trás por aqueles senhores da terceira idade. Tudo começa a ficar bem constrangedor, então ele se empenha ao máximo para localizar o líder e seu grupo. A pista que precisava acaba sendo dada pela filha de um deles, que entrega todas as informações que ele precisava.
É um bom filme, leve em certos aspectos, que não vai decepcionar aos fãs de Robert Redford. Claro, nunca poderia ser comparado aos clássicos do passado em sua filmografia, mas mantém o interesse e não aborrece em nenhum momento. É um filme rápido, com pouco mais de 80 minutos de duração. Apesar de ser um filme sobre ladrões de bancos, em nenhum momento há cenas de violência gratuita. Além do mais, para os cinéfilos, há um atrativo a mais. Para representar o passado do personagem de Redford algumas cenas de seus antigos filmes são inseridas, dando uma certa nostalgia dos tempos em que ele era um dos grandes galãs do cinema americano. Então é isso, se for mesmo sua despedida das telas como ator, não será um adeus melancólico ou vergonhoso. Muito pelo contrário.
O Velho e a Arma (The Old Man & the Gun, Estados Unidos, 2018) Direção: David Lowery / Roteiro: David Lowery, David Grann / Elenco: Robert Redford, Sissy Spacek, Casey Affleck, Danny Glover, Tom Waits / Sinopse: Levemente baseado em fatos reais, o filme conta a história de Forrest (Redford). Aos 74 anos de idade ele decide formar um novo bando para roubar pequenos bancos do interior. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Robert Redford).
Pablo Aluísio.
Ele interpreta um velho ladrão de bancos. Um homem que passou a vida toda entrando e saindo da cadeia. Agora, com mais de 70 anos, ele decide formar uma nova quadrilha, só com veteranos. Usando de modos educados, tal como se fosse um verdadeiro cavalheiro, ele começa uma série de assaltos em pequenas agências bancárias do interior. Tudo feito sem violência, com calma, agindo como um verdadeiro gentleman.
Os assaltos começam a chamar a atenção da mídia que logo chama o grupo de "gangue dos velhotes". Para prender todos, um detetive é colocado no caso. O policial, interpretado por Casey Affleck, começa a se sentir humilhado por ser passado para trás por aqueles senhores da terceira idade. Tudo começa a ficar bem constrangedor, então ele se empenha ao máximo para localizar o líder e seu grupo. A pista que precisava acaba sendo dada pela filha de um deles, que entrega todas as informações que ele precisava.
É um bom filme, leve em certos aspectos, que não vai decepcionar aos fãs de Robert Redford. Claro, nunca poderia ser comparado aos clássicos do passado em sua filmografia, mas mantém o interesse e não aborrece em nenhum momento. É um filme rápido, com pouco mais de 80 minutos de duração. Apesar de ser um filme sobre ladrões de bancos, em nenhum momento há cenas de violência gratuita. Além do mais, para os cinéfilos, há um atrativo a mais. Para representar o passado do personagem de Redford algumas cenas de seus antigos filmes são inseridas, dando uma certa nostalgia dos tempos em que ele era um dos grandes galãs do cinema americano. Então é isso, se for mesmo sua despedida das telas como ator, não será um adeus melancólico ou vergonhoso. Muito pelo contrário.
O Velho e a Arma (The Old Man & the Gun, Estados Unidos, 2018) Direção: David Lowery / Roteiro: David Lowery, David Grann / Elenco: Robert Redford, Sissy Spacek, Casey Affleck, Danny Glover, Tom Waits / Sinopse: Levemente baseado em fatos reais, o filme conta a história de Forrest (Redford). Aos 74 anos de idade ele decide formar um novo bando para roubar pequenos bancos do interior. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Robert Redford).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Sombras da Vida
Se eu fosse resumir bem a sinopse desse filme diria que se trata de um roteiro que conta a história de um cara comum, casado e feliz, que morre em um acidente de carro. No mesmo dia em que morre ele retoma a sua consciência no hospital onde se encontra seu corpo. Um portal de luz lhe é aberto, para que ele siga seu destino, mas ele recusa deixar esse mundo. Assim vira uma alma penada, vagando pelo mundo. Acaba parando na sua antiga casa, onde reencontra sua viúva em luto. Preso naquele lugar, ele vê o tempo passando, enquanto sofre por não mais pertencer a esse plano terreno.
O ator Casey Affleck passa quase todo o filme coberto com um enorme lençol, numa caracterização de fantasma bem tradicional, diria até caricatural. O que mais surpreende é que depois de um tempo o espectador acaba se acostumando com aquela estranha presença. É uma produção modesta, o filme custou apenas 100 mil dólares, feito para um público específico. O roteiro explora o quadro triste e melancólico que se arrasta por anos e anos, diante daquela alma perdida e sem rumo. Há longas tomadas e muitas cenas sem nenhum diálogo. Não recomendaria o filme para todos os tipos de espectador.
Outra coisa que se deve ter em mente é que não se trata de um filme de terror, longe disso. Na verdade está mais para um drama melancólico, já que o espírito do personagem de Casey Affleck vive a tormenta de existir em um mundo que não é mais o dele. Quando ele vira um fantasma não mais fala, se comunicando com outros espíritos apenas pelo pensamento. Enfim, é um tipo de filme que precisa de bastante cumplicidade de quem assiste. No meu caso gostei do resultado, muito por causa de sua proposta diferente e bem única.
Sombras da Vida (A Ghost Story, Estados Unidos, 2017) Direção: David Lowery / Roteiro: David Lowery / Elenco: Casey Affleck, Rooney Mara, McColm Cephas Jr / Sinopse: O ator Casey Affleck interpreta um homem que morre em um acidente automobilístico. Retomando sua consciência ele descobre que não mais pertence a esse mundo, se tornando literalmente um fantasma que vaga pelo mundo. Filme indicado ao Sundance Film Festival e ao Film Independent Spirit Awards.
Pablo Aluísio.
O ator Casey Affleck passa quase todo o filme coberto com um enorme lençol, numa caracterização de fantasma bem tradicional, diria até caricatural. O que mais surpreende é que depois de um tempo o espectador acaba se acostumando com aquela estranha presença. É uma produção modesta, o filme custou apenas 100 mil dólares, feito para um público específico. O roteiro explora o quadro triste e melancólico que se arrasta por anos e anos, diante daquela alma perdida e sem rumo. Há longas tomadas e muitas cenas sem nenhum diálogo. Não recomendaria o filme para todos os tipos de espectador.
Outra coisa que se deve ter em mente é que não se trata de um filme de terror, longe disso. Na verdade está mais para um drama melancólico, já que o espírito do personagem de Casey Affleck vive a tormenta de existir em um mundo que não é mais o dele. Quando ele vira um fantasma não mais fala, se comunicando com outros espíritos apenas pelo pensamento. Enfim, é um tipo de filme que precisa de bastante cumplicidade de quem assiste. No meu caso gostei do resultado, muito por causa de sua proposta diferente e bem única.
Sombras da Vida (A Ghost Story, Estados Unidos, 2017) Direção: David Lowery / Roteiro: David Lowery / Elenco: Casey Affleck, Rooney Mara, McColm Cephas Jr / Sinopse: O ator Casey Affleck interpreta um homem que morre em um acidente automobilístico. Retomando sua consciência ele descobre que não mais pertence a esse mundo, se tornando literalmente um fantasma que vaga pelo mundo. Filme indicado ao Sundance Film Festival e ao Film Independent Spirit Awards.
Pablo Aluísio.
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