segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Dizem Por Aí...

Título no Brasil: Dizem Por Aí...
Título Original: Rumor Has It...
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Ted Griffin
Elenco: Jennifer Aniston, Mark Ruffalo, Shirley MacLaine, Kevin Costner

Sinopse:
Sarah Huttinger (Jennifer Aniston) é uma garota que descobre por acaso que sua própria família foi a principal fonte de inspiração para o livro e o filme "The Graduate" (A Primeira Noite de um Homem), um clássico do cinema americano dos anos 60. Depois do choque inicial ela decide ir até o fim para descobrir e conhecer todos os envolvidos nessa história.

Comentários:
Pois é, como diz o ditado a vida não está fácil para ninguém... nem para os astros e estrelas do passado. Basta dar uma rápida olhada no elenco dessa comédia romântica para bem entender isso. Shirley MacLaine foi uma das atrizes mais populares dos anos 60. Colecionou prêmios, sucessos e amores. Kevin Costner foi um campeão absoluto de bilheterias no auge de sua carreira. Chegou ao ponto de ganhar os principais prêmios da Academia em obras como "Dança com Lobos". O problema é que Hollywood é uma indústria e como toda atividade comercial o seu passado vale menos do que sua capacidade de gerar lucro. Assim esses dois ícones de ontem viraram coadjuvantes de luxo para estrelinhas de hoje. Quem, em sã consciência, iria dizer que Costner um dia seria uma escada para uma estrelinha de sitcom da TV? Pois é, o mundo dá voltas e esse dia chegou. E o filme em si? Bom, é mais uma comédia romântica que fará a alegria das fãs de Jennifer Aniston! Em poucas palavras: bobinho, inofensivo e despretensioso, tal como o nível cultural de quem adora essa atriz.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de outubro de 2014

Licença para Casar

Título no Brasil: Licença para Casar
Título Original: License to Wed
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ken Kwapis
Roteiro: Kim Barker, Tim Rasmussen
Elenco: Mandy Moore, John Krasinski, Robin Williams

Sinopse:
Sadie Jones (Mandy Moore) e John Krasinski (Ben Murphy) formam o casal que pretende se casar em breve numa bela cerimônia católica tradicional pois ela professa essa fé. Para isso eles precisam antes passar por um curso de formação de noivos onde serão colocados à prova pelo padre Frank (Robin Williams), um religioso fora dos padrões, o que definitivamente não vai ser nada fácil para eles!

Comentários:
Pois é, o tempo passa e as carreiras dos atores vão mudando gradativamente, algumas para melhor e outras para pior. No caso do comediante Robin Williams infelizmente as coisas estão piorando com o tempo. Ele já não consegue mais estrelar filmes tão bons como no passado. Com a perda de material melhor, seus personagens também vão ficando cada vez mais sem graça, o que não me deixa surpreso quando o vejo em papéis mais sérios em filmes comuns. Esse aqui até tenta ter alguma graça, mas o roteiro é muito fraquinho. Sempre querendo fazer piada em cima das excentricidades do padre Frank (Williams) a coisa não funciona. Algumas tentativas de humor inclusive ficam constrangedoras como o uso de dois bebês mecânicos que mais parecem bonecos assustadores de filmes de terror B. Acrescente a isso um casal de atores que não empolga e não são carismáticos e você tem em mãos mais um abacaxi. Poderia ser muito divertido ver Robin Williams interpretando um reverendo cheio de esquisitices, mas esse potencial aqui simplesmente não foi aproveitado e nem virou uma realidade.

Pablo Aluísio.

Clube da Luta

Título no Brasil: Clube da Luta
Título Original: Fight Club
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: David Fincher
Roteiro: Jim Uhls, baseado na obra de Chuck Palahniuk 
Elenco: Brad Pitt, Edward Norton, Helena Bonham Carter, Meat Loaf

Sinopse:
Tyler Durden (Brad Pitt) se junta a outros homens como ele, para violentos combates pelos subterrâneos das grandes cidades com o desesperado objetivo de escapar de alguma forma do marasmo e do tédio da vida moderna. Nesse mundo de extremos, um narrador (Edward Norton) conta suas experiências nesse submundo que muitos ignoram existir. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhores efeitos sonoros, melhores efeitos especiais e melhor edição. Indicado ainda a 19 outros prêmios, entre eles Brit Awards, MTV Movie Awards e Las Vegas Film Critics Society.

Comentários:
"Fight Club" foi muito badalado em seu lançamento. Não era para menos, pois de fato o filme unia uma proposta nova e inteligente com um roteiro cheio de boas sacadas. Os personagens retratam de certa maneira o vazio existencial que impera entre os mais jovens ou entre adultos que descobrem que o jogo finalmente acabou, que não há mais nenhuma esperança no fim do túnel. Para escapar do sufocante tédio do dia a dia e preencher esse vácuo em suas almas, eles partem em busca de emoções mais viscerais, animais mesmo, trazendo-os de volta a um estado mais natural e selvagem. A briga assim funciona não apenas como uma brilhante válvula de escape do massacrante cotidiano, mas também como um retorno às origens animalescas dos seres humanos. Para muitos especialistas estamos assim diante da maior obra prima assinada pelo criativo cineasta David Fincher. Não há como negar que Fincher é seguramente um dos cinco diretores mais brilhantes que surgiram em meados dos anos 1990. Seus filmes nunca se rendem ao lugar comum cinematográfico, especialmente aqueles que tinham tudo para se tornarem fitas descartáveis como "Seven" ou "O Curioso Caso de Benjamin Button", mas que numa verdadeira tacada de mestre se tornaram pequenos clássicos contemporâneos. O elenco também está em momento particularmente inspirado. Edward Norton, o narrador e também protagonista de tudo o que acontece, transparece em sua voz toda a melancolia e falta de ânimo de seguir em frente com sua vida enfadonha. Brad Pitt dá vida a um personagem completamente amoral, que não liga mais para qualquer tipo de valor humano que um dia tenha sido importante para a vida civilizada em sociedade. Infelizmente no Brasil o filme ficou também tristemente marcado por uma tragédia ocorrida em um cinema, quando um jovem estudante de medicina com problemas mentais abriu fogo contra o público em um cinema de São Paulo. Melhor esquecer esse tipo de coisa e louvar sempre o excelente nível desse "Clube da Luta", um dos melhores filmes do cinema americano surgidos dos últimos anos. 

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de outubro de 2014

Onde o Diabo se Esconde

Título no Brasil: Onde o Diabo se Esconde
Título Original: Where the Devil Hides
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: LD Entertainment
Direção: Christian E. Christiansen
Roteiro: Karl Mueller
Elenco: Alycia Debnam Carey, Colm Meaney, Adelaide Kane, Jennifer Carpenter 

Sinopse:
Numa fechada e isolada comunidade religiosa nascem seis garotas no sexto dia do sexto mês. Para o líder e pastor Elder Beacon (Colm Meaney) isso é um claro sinal da presença do diabo pois o 666 está presente bem no meio daqueles acontecimentos. Após uma tragédia, os anos passam e as meninas se tornam finalmente mulheres. Prestes a celebrarem seus aniversários de 18 anos, uma série de mortes começam a acontecer dentro da comunidade. Estaria Beacon realmente com a razão ou tudo seria fruto apenas de uma visão fanática e fatalista de sua seita?

Comentários:
"Where the Devil Hides" começa muito bem. Somos apresentados àquela comunidade fechada em si mesmo, onde tudo gira em torno de uma visão religiosa fundamentalista da vida. As garotas são impedidas de conhecer rapazes fora da fazenda onde vivem, festas e bebidas também não são tolerados. Todos se vestem de forma igual, com vestimentas sóbrias e soturnas. As meninas vão tentando viver suas vidas da melhor forma possível naquele clima opressor, embora seja complicado para adolescentes viverem naquele ambiente de repressão e culpa. Para Mary (Alycia Debnam Carey) a situação é ainda mais delicada, já que ela tem constantes ataques de epilepsia que são interpretadas como manifestações diábolicas. Após sofrer quase um abuso sexual por parte do pastor, ela resolve ir embora, algo que não será muito fácil, pois fora criada longe do mundo moderno. Conseguirá se livrar da suposta maldição ao qual está supostamente condenada? O primeiro conselho que daria a quem for assistir a esse filme é não confiar inteiramente nas armadilhas do roteiro. Falar muito seria de certa forma estragar as surpresas, mas de antemão é válido informar que o espectador é levado a crer e acreditar em uma certa situação que parece ser a mais racional possível. De repente o roteiro dá uma reviravolta e tanto e o tom geral muda radicalmente (em minha opinião, não para melhor). Mesmo assim, com esse tipo de concessão não há como negar que é um horror curioso, diria até bem instigante, apesar do deslize final que comete. Só pecou mesmo por tentar ser pop e juvenil demais.

Pablo Aluísio

Jogos Mortais 2

Título no Brasil: Jogos Mortais 2
Título Original: Saw II
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: Darren Lynn Bousman
Roteiro: Leigh Whannell, Darren Lynn Bousman
Elenco: Donnie Wahlberg, Beverley Mitchell, Franky G

Sinopse:
O Detetive Eric Matthews (Donnie Wahlberg) investiga um assassinato quando acaba descobrindo o envolvimento do psicopata Jigsaw (Tobin Bell) no crime mas não isso não é tudo: ele também mantém sete pessoas presas, envolvidas em um novo jogo mortal onde precisam localizar um antídoto contra um gás mortal que será lançado neles, caso não consigam vencer o desafio. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Terror.

Comentários:
Segundo filme da franquia "Saw". Até hoje fico surpreso com a enorme quantidade de filmes que foram lançados em cima do personagem Jigsaw em tão pouco tempo. Esse aqui ainda mantém a qualidade que fez a fama da série. As armações de Jigsaw são bem armadas, verdadeiras armadilhas assassinas. O filme tem um bom roteiro e na direção o toque do jovem e talentoso cineasta Darren Lynn Bousman que acabou agradando tanto ao estúdio que voltaria à franquia com "Jogos Mortais 3" em 2006 e "Jogos Mortais 4" em 2007. No geral é mais um gore violento e sanguinário, o que convenhamos é justamente o que espera o público alvo desse tipo de fita. No final das contas a criatividade na idealização das mortes e o jogo sádico de Jigsaw são os principais fatores que conseguem manter o interesse do espectador do começo ao fim.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Projeto Secreto - Macacos

Título no Brasil: Projeto Secreto - Macacos
Título Original: Project X
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Jonathan Kaplan
Roteiro: Lawrence Lasker, Stanley Weiser
Elenco: Matthew Broderick, Helen Hunt, William Sadler

Sinopse:
Jimmy Garrett (Matthew Broderick) é um jovem designado para cuidar de um grupo de chimpanzés que são utilizados em um programa militar secreto denominado "Project X". Sua convivência com os animais acaba criando um vínculo emocional com eles. Não demora muito e Garrett começa a pensar em uma maneira de os tirar de lá.

Comentários:
Recentemente no Brasil um grupo de ativistas pela causa dos direitos dos animais invadiu um laboratório de testes e salvou vários filhotes da raça Beagle. Esse fato, amplamente noticiado na imprensa, me lembrou imediatamente desse filme, "Projeto Secreto - Macacos". O enredo tem o mesmo objetivo, denunciar os abusos que são cometidos contra animais que são expostos a experimentos científicos. O personagem de Broderick é um sujeito que acaba se envolvendo justamente nesse tipo de situação, só que no seu caso a coisa é ainda mais barra pesada pois se trata de animais usados em testes de armas militares. Além do sempre carisma presente em Matthew Broderick, o filme ainda se destaca pela bela presença da atriz Helen Hunt e da direção segura de Jonathan Kaplan. Os animais do filme também são extremamente bem treinados, tornando a situação explorada pelo roteiro ainda mais comovente. Enfim deixo a dica caso você seja um ecologista ou não! Em ambos os casos a película certamente valerá a pena!

Pablo Aluísio.

Meus Vizinhos São um Terror

Título no Brasil: Meus Vizinhos São um Terror
Título Original: The 'Burbs
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Joe Dante
Roteiro: Dana Olsen
Elenco: Tom Hanks, Bruce Dern, Carrie Fisher, Corey Feldman

Sinopse:
Ray Peterson (Tom Hanks) é um típico paí de família americano que vê algo de estranho em seus novos vizinhos. Acostumado com uma amizade mais próxima de quem mora ao lado ele logo percebe que os novos moradores de sua rua não querem muita conversa com os seus vizinhos. Ray assim começa a colocar na cabeça que há algo de errado com aquela gente. Estaria certo ou tudo seria fruto apenas da falta do que fazer com sua vida?

Comentários:
Simpático e bem humorado filme estrelado por Tom Hanks, ainda em sua fase como comediante. Produzido por Steven Spielberg esse era o tipo de produção que não fazia muito alarde nas bilheterias de cinema, mas que depois encontrava seu lugar ideal no mercado de vídeo (em pleno auge do VHS), se tornando campeão de locações. O roteiro brinca com o chamado americano suburbano típico. É aquele cara que mora em uma boa casa nos subúrbios das grandes cidades e que leva uma vida levemente entediante. Para passar o tempo começa a xeretar a vida dos vizinhos. É curioso ver que em praticamente todos os filmes e séries que enfocam esse tipo de americano médio ele sempre é retratado como um idiota, completamente controlado pela esposa e filhos. Deve ser algum tipo de tradição na terra do Tio Sam, quem sabe. Deixando essas curiosidades sociológicas de lado o fato é que o filme é boa diversão, muito embora vá se perdendo aos poucos durante o desenrolar da trama. Os problemas do roteiro foram causados por uma grande greve de roteiristas em Hollywood na época, por isso o espectador vai claramente notar que embora comece muito bem o enredo vai perdendo qualidade até o seu final, que também não é grande coisa. Mesmo assim, com todos esses pequenos defeitos, o filme ainda diverte e funciona, principalmente se for encarado como um pipocão no fim de noite.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ligações Perigosas

Título no Brasil: Ligações Perigosas
Título Original: Dangerous Liaisons
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Christopher Hampton
Elenco: Glenn Close, John Malkovich, Michelle Pfeiffer, Keanu Reeves, Uma Thurman

Sinopse:
Baseado no famoso romance "Les Liaisons Dangereuses" do autor Choderlos de Laclos (1741 - 1803), o filme "Ligações Perigosas" narra as intrigas, fofocas e ciladas sociais que se desenvolvem na corte francesa do século XVIII. De um lado o fútil e perigoso Visconde Sébastien de Valmont (John Malkovich), do outro a maquiávelica Marquesa Isabelle de Merteuil (Glenn Close) e no meio de todas as armações sociais a bela e jovem Madame de Tourvel (Michelle Pfeiffer). Um jogo mortal de sedução e poder dentro das relações entre nobres da monarquia francesa da época. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte.

Comentários:
Choderlos de Laclos foi um dos principais generais de Napoleão Bonaparte. Quando não estava nos campos de batalha lutando por seu imperador, escrevia romances. O livro que deu origem a esse filme logo se tornou um dos mais populares de sua carreira como escritor. Ele desvenda o jogo de poder e cobiça que existia dentro da corte francesa. O curioso é que o próprio Napoleão era fruto da revolução francesa, que procurava colocar abaixo a ordem social da monarquia daquela nação, mas tão logo assumiu o poder absoluto deu origem a também uma corte suntuosa e luxuosa, provando que nem sempre as boas intenções resultam em algo positivo. Deixando um pouco de lado esse contexto histórico o fato é que "Ligações Perigosas" tem uma das tramas mais saborosamente perversas da história do cinema americano. Stephen Frears, em grande momento, soube como poucos explorar as vilanices de seus personagens. Aqui, como obviamente podemos notar, o que importa é realmente passear pelas artimanhas e manipulações dos dois personagens centrais, ambos sem quaisquer escrúpulos pessoais ou valores morais, mas mestres na arte da manipulação social. Claro que apenas dois grandes atores poderiam tirar todo o potencial do texto literário para as telas de cinema. Nesse ponto John Malkovich e Glenn Close estão soberbos. Glenn Close em especial tem uma das melhores atuações de sua vida e quem a conhece sabe que isso definitivamente não é pouca coisa. O contraste da podridão de seus interesses e almas com a delicada inocência, juventude e beleza de Michelle Pfeiffer (linda no filme) garantem o alto nível do filme no quesito atuação. Em termos de produção o filme também apresenta um requinte único, com belíssima reconstituição de época, extremamente luxuosa nos mínimos detalhes. Um filme para se ter na coleção, com a finalidade de se rever sempre que possível. Cinema do mais puro e fino bom gosto.

Pablo Aluísio.

A História de Buddy Holly

Título no Brasil: A História de Buddy Holly
Título Original: The Buddy Holly Story
Ano de Produção: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: ECA, Innovisions
Direção: Steve Rash
Roteiro: Alan Swyer, John Goldrosen
Elenco: Gary Busey, Don Stroud, Charles Martin Smith

Sinopse:
Cinebiografia do roqueiro Charles Hardin Holley, mais conhecido como Buddy Holly. Na segunda metade dos anos 1950 ele conseguiu atingir o estrelato ao participar da explosão do nascente rock n roll nas rádios americanas. Talentoso cantor, compositor e guitarrista teve sua promissora carreira interrompida precocemente por causa de uma tragédia que abalou o país. Filme vencedor do Oscar na categoria Melhor Canção. Indicado ainda nas categorias de Melhor Ator (Gary Busey) e Melhor Som.

Comentários:
Esse filme foi realizado para celebrar os vinte anos da morte do jovem cantor e compositor Buddy Holly que morreu tragicamente de um acidente de avião enquanto fazia uma excursão pelo interior dos Estados Unidos. No mesmo acidente morreram também Ritchie Valens, que vinha fazendo sucesso com "La Bamba", "Donna" e outra canções e Big Bopper que estava se destacando nas paradas com sua "Chantilly Lace". Apesar de não ter uma grande produção é um filme honesto, com bom roteiro, que explora de forma extremamente bem feita aspectos da vida precoce de Holly. Na época muito se reclamou do ator Gary Busey que de fato não era muito parecido com o Buddy Holly da vida real, mas isso no fundo é uma bobagem já que ele conseguiu captar bastante bem - beirando a perfeição - os maneirismos e o jeito de ser do cantor. É aquele tipo de filme que todos sabem o final, que não é feliz, mas que vale a pena por resgatar a memória de todos aqueles talentosos artistas que perderam suas vidas naquela madrugada gelada de 1958.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Educação Siberiana

Título no Brasil: Educação Siberiana
Título Original: Educazione Siberiana
Ano de Produção: 2013
País: Itália
Estúdio: Cattleya Studios
Direção: Gabriele Salvatores
Roteiro: Stefano Rulli, Sandro Petraglia
Elenco: John Malkovich, Arnas Fedaravicius, Vilius Tumalavicius, Eleanor Tomlinson

Sinopse:
Kolyma (Arnas Fedaravicius) nasce numa tradicional família de siberianos. Para viver os duros tempos da dominação soviética na região, seu avô lhe ensina as principais regras de sobrevivência. Para ele nenhum homem deve matar outro homem, a não ser que seja um russo comunista que encontrar pela frente. Esses podem ser degolados sem problemas. Assim Kolyma vai vivendo sua vida, ao lado dos amigos e membros numa distante e isolada região da fria Sibéria. Filme indicado ao Globo de Ouro - Itália, nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Música.

Comentários:
O filme tem três linhas narrativas históricas, todas centradas no personagem Kolyma (Arnas Fedaravicius). Na primeira, durante sua infância, o espectador toma consciência de suas origens, personificadas em seu avô Kuzya (John Malkovich), que lhe passa os principais valores de um verdadeiro siberiano, entre eles o de odiar com todas as forças qualquer russo que tente se intrometer em sua vida. Depois, na segunda linha narrativa, acompanhamos sua juventude ao lado de seus amigos, vivendo de pequenos golpes aplicados nas redondezas. Pequenos furtos e roubos sem maiores consequências. Por fim vemos Kolyma servindo o exército, onde acaba tendo que enfrentar um velho amigo que está nas fileiras do inimigo, convertido agora ao islamismo. O elenco é multinacional, onde atores americanos, ingleses, russos e até lituanos dão vida aos personagens. Curiosamente não há nenhum siberiano presente, embora todo o enredo gire em torno das tradições e cultura daquele povo, que segue sendo oprimido pelas tropas russas em seu território até os dias de hoje. A paisagem é desoladora, um deserto branco de neve, mas a estória tem calor humano suficiente para manter o interesse. Além disso o texto tece um interessante painel tendo como pano de fundo períodos históricos importantes daquela distante região, passando pela dominação do regime Stalinista, seguindo com a queda da União Soviética e por fim caindo sob domínio de milícias criminosas e paramilitares. Um retrato no mínimo curioso de uma história que geralmente só conhecemos dos livros de história que ainda insistem em vender aquele período de regime comunista como uma época feliz e próspera para o povo que viveu sob sua sanguinária e opressora ditadura. Os eventos mostrados no filme mostram que definitivamente não foi bem assim.

Pablo Aluísio.

Star Wars Rebels

Título no Brasil: Star Wars Rebels
Título Original: Star Wars Rebels
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Disney Pictures
Direção: Steward Lee
Roteiro: Dave Filoni, Simon Kinberg
Elenco: Vanessa Marshall, Steve Blum, Taylor Gray

Sinopse:
Ezra Bridger (Taylor Gray) é um jovem que mora em um distante planeta perdido nos confins do universo. Quando tropas do império vão ao local receber um importante carregamento de armas ele acaba percebendo que há no meio da multidão um grupo de rebeldes prontos a colocar as mãos nas armas. Sem pensar duas vezes Ezra resolve por conta própria também entrar na jogada, tentando com isso ficar com a valiosa carga que valerá uma verdadeira fortuna no mercado negro. Animação baseada na obra originalmente criada por George Lucas.

Comentários:
Esse é o primeiro produto a ser lançado depois que a Disney comprou todos os direitos sobre a marca "Star Wars". Se trata de uma série com 12 episódios programados para a primeira temporada. O que temos aqui é uma animação que novamente explora aquele universo que já conhecemos tão bem. A má notícia é que não achei grande coisa. As naves imperiais estão lá, o clima em geral procura recriar os famosos filmes e até a trilha sonora evoca as notas musicais que tanto conhecemos. Mesmo assim não consegue empolgar. O roteiro apenas recicla elementos dos três primeiros filmes sem muito sucesso. O garoto simples que acaba entrando na batalha entre rebeldes e império pode ser visto como um plágio de Luke Skywalker. Os rebeldes que ele encontra pelo caminho - jedis obviamente - também vão soar familiares, mas nada disso vai elevar o nível dessa animação que para piorar tudo traz dois aspectos que me deixaram bem decepcionado. O primeiro se refere ao tom bem mais infanto juvenil do que nos filmes originais. Não adianta nutrir grandes esperanças sobre isso, pelo andar da carruagem a Disney suavizou tudo realmente, direcionando "Star Wars" para um público bem jovem, na faixa dos dez, doze anos. Agora mais surpreendente vem no segundo aspecto: não consegui gostar da própria animação sob o ponto de vista meramente técnico! Os personagens parecem ter saído de algum game não muito bem realizado. Seus cabelos mais parecem tapetes espessos e os rostos não são expressivos. Esperava tudo, menos que não fosse tão bem feito. Enfim, se isso for mesmo um preview do que vem por aí nos cinemas é bom os fãs de "Star Wars" começarem a se preocupar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Fúria

Título no Brasil: Fúria
Título Original: Tokarev, Rage
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Image Entertainment
Direção: Paco Cabezas
Roteiro: Jim Agnew, Sean Keller
Elenco: Nicolas Cage, Danny Glover, Rachel Nichols, Max Ryan

Sinopse:
Paul Maguire (Nicolas Cage) é um rico e bem sucedido empreiteiro que vive um dos melhores momentos de sua vida. Casado pela segunda vez, pai de uma adorável adolescente, ele se sente feliz e realizado não apenas na profissão, como também em sua vida pessoal. Tudo muda numa noite quando resolve jantar fora ao lado de sua bela esposa. Ao retornar descobre um cenário completamente caótico em sua casa. Sua filha foi raptada e os dois jovens que a acompanhavam estão feridos após a suposta invasão de um grupo de homens fortemente armados. Pelo visto o passado criminoso de Maguire voltou para assombrar sua vida de conto de fadas.

Comentários:
Este é o novo filme de Nicolas Cage, atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros. É a tal coisa, pouca qualidade tem sido vista nos últimos filmes do ator, então quando algo novo estrelado por ele entra no circuito comercial as expectativas não conseguem ser muito altas, haja visto as bombas que surgiram em sua filmografia recentemente. Aqui o roteiro tenta desenvolver uma trama de justiça pelas próprias mãos e vingança no submundo do crime. O personagem de Cage tem um passado sombrio, assim quando sua filha é raptada tudo leva a crer que algum fantasma do passado retornou para acertar contas com ele. Desesperado, ele resolve se unir a dois velhos parceiros para encontrar os sequestradores. Inicialmente ele desconfia da máfia russa instalada nos Estados Unidos. Após agredir e torturar alguns mafiosos ele consegue algumas informações, mas nenhuma delas parece consistente! Não há nenhuma certeza sobre quem teria sido o responsável pelo crime e é justamente em torno disso que o filme dará sua grande reviravolta final - que antecipo não é lá grande coisa, mas que certamente pegará muita gente desprevenida. Há bastante ação, a ponto inclusive de em determinado momento me lembrar dos antigos filmes dos anos 80, mas fora isso não há maiores surpresas. O bom e velho Danny Glover, da franquia "Máquina Mortífera", está em cena para reforçar ainda mais a nostalgia daqueles anos. Como diversão rápida até pode funcionar, embora não consiga se tornar em nenhum momento um grande thriller policial em termos gerais.

Pablo Aluísio.

Difícil de Matar

Título no Brasil: Difícil de Matar
Título Original: Hard to Kill
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Bruce Malmuth
Roteiro: Steven McKay
Elenco: Steven Seagal, Kelly LeBrock, William Sadler

Sinopse:
Mason Storm (Steven Seagal) é um tira durão que prefere seguir o estilo "lobo solitário", resolvendo ele mesmo todos os casos que lhe caem nas mãos. Após uma invasão em sua casa, sua mulher é assassinada por um grupo de criminosos. Mason ainda tenta impedir o crime, mas é brutalmente espancado. Após passar vários anos em coma ele finalmente retorna à vida para acertar contas com os assassinos. Todas as pistas apontam para um importante político que resolveu riscar Mason do mapa após ele encontrar provas de sua corrupção.

Comentários:
Segundo filme de Steven Seagal. Depois do sucesso de "Nico - Acima da Lei", dois anos antes, a Warner entendeu que poderia ganhar muito com Seagal, em filmes com orçamentos mais enxutos e muita ação e pancadaria, tudo para cair no gosto do público consumidor desse tipo de filme. A aposta foi certeira. Essas fitas não eram grandes sucessos de bilheteria nos cinemas mas no mercado de vídeo VHS geravam muito dinheiro pois o público mais popular sempre as procuravam para locação. "Hard to Kill" não foge muito da fórmula dos filmes de ação da década anterior (dos anos 1980) e de certa forma é até mesmo uma simplificação do estilo daqueles filmes. Mesmo assim é o produto ideal para um determinado nicho do mercado. O grande destaque do elenco vem com a presença da (ainda) bonita Kelly LeBrock. Considerada um dos símbolos sexuais daquela época ela empresta muito charme ao estilo mais violento e cru do filme.  

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de outubro de 2014

Hamlet

Título no Brasil: Hamlet
Título Original: Hamlet
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Canal+, Carolco Pictures, Icon Entertainment
Direção: Franco Zeffirelli
Roteiro: Christopher De Vore
Elenco: Mel Gibson, Glenn Close, Alan Bates, Paul Scofield, Ian Holm, Helena Bonham Carter

Sinopse:
Hamlet (Mel Gibson) é um príncipe dinamarquês medieval que descobre que seu pai foi morto de forma covarde por uma conspiração palaciana liderada por seu próprio tio, para obter com o crime o trono para si. Agora Hamlet, em profunda crise existencial, resolve partir para a vingança contra todos os traidores e assassinos da corte. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino. Também indicado ao BAFTA Awards na categoria Melhor Ator Coadjuvante (Alan Bates).

Comentários:
No começo dos anos 1990, contrariando todas as expectativas, o ator Mel Gibson resolveu ousar como nunca em sua carreira. Deixou os filmes de ação de lado e abraçou a ideia de interpretar o personagem Hamlet de William Shakespeare no cinema. Conforme esclareceu na época, Gibson queria mesmo era criar um vínculo de aproximação entre o texto clássico e a juventude, que naqueles tempos formava a grande massa de seus admiradores. A intenção como se pode ver, foi realmente muito boa, mas todos se perguntavam se alguma coisa boa poderia sair disso! A boa notícia é que sim, essa versão moderna de "Hamlet" em momento algum decepciona. O diretor Franco Zeffirelli foi bastante inteligente para não deixar tudo apenas nas costas de Gibson e resolveu colocar ao seu lado grandes atores e atrizes com formação teatral clássica. Isso acabou compensando qualquer deslize ou problema maior em recitar um texto tão rico nas telas. Outro ponto positivo, que sempre me chamou bastante a atenção, foi a delicada e discreta direção de arte. Cenários e figurinos medievais que jamais assumem uma posição de superioridade sobre o texto, que é afinal de contas a grande força desse enredo único e maravilhoso. Curiosamente Gibson acabou tendo atritos com Zeffirelli no set de filmagens, talvez por já ter naquela época um lado diretor que começava a despontar e aflorar. Anos depois chegou ao ponto de fazer pouco do trabalho de Franco Zeffirelli ao afirmar que havia se tornado diretor após trabalhar com ele.  "Se um cara como esse dirige filmes, por que não eu?" - brincou. Desavenças à parte, temos que reconhecer que um dos trunfos dessa adaptação vem justamente das decisões acertadas do diretor italiano. Uma pequena obra prima dos anos 90 que merece passar por uma nova avaliação que reconheça seus méritos.

Pablo Aluísio.

Alta Tensão

Título no Brasil: Alta Tensão
Título Original: Bird on a Wire
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: Louis Venosta, Eric Lerner
Elenco: Mel Gibson, Goldie Hawn, David Carradine, Bill Duke

Sinopse:
Rick Jarmin (Mel Gibson) entra no Programa de proteção de testemunhas do FBI após testemunhar contra um poderoso chefão do narcotráfico, Eugene Sorenson (David Carradine). Quinze anos depois ele acaba encontrando por mero acaso com sua antiga noiva, Marianne Graves (Goldie Hawn), em um posto de gasolina. Ela pensara durante todos esses anos que ele tinha morrido em um acidente de avião. O reencontro acaba virando a vida de Rick de ponta cabeça, já que os criminosos só querem mesmo a chance de encontrá-lo novamente para um acerto de contas.

Comentários:
Uma divertida bobagem que uniu o astro dos filmes de ação Mel Gibson com a comediante gracinha Goldie Hawn! A fórmula parecia atrativa para a Universal e assim o filme foi realizado, meio a toque de caixa, com orçamento enxuto, logo após o grande sucesso de Gibson, "Máquina Mortífera II". O fato é que estúdio tinha faturado bem com a mesma Goldie Hawn em filmes que investiam em comédia e ação. Na maioria deles ela havia estrelado ao lado do maridão Kurt Russell. Ele era um ator até bem popular na década de 1980, mas não poderia ser comparado ao furacão Mel Gibson nas bilheterias. Assim o roteiro que foi inicialmente escrito para ser estrelado pelo casal acabou sendo oferecido a Gibson. A produção seria lançada após o verão americano, considerado o mais concorrido e comercial da temporada, só para manter o nome do ator em voga, enquanto ele não surgia em outro blockbuster. O resultado acabou sendo melhor do que o esperado. O filme que custou meros vinte milhões de dólares ultrapassou os 100 milhões em bilheteria em poucas semanas, comprovando que Mel Gibson vivia de fato a época de ouro de sua carreira cinematográfica. Como convém naquela época o roteiro mesclava explosões e cenas de ação com piadinhas engraçadinhas. Revisto hoje em dia a coisa toda ficou bem datada, mas não deixa de ainda divertir, principalmente para os saudosistas daqueles tempos passados.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de outubro de 2014

Feitiço do Tempo

Título no Brasil: Feitiço do Tempo
Título Original: Groundhog Day
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Harold Ramis
Roteiro: Danny Rubin, Harold Ramis
Elenco: Bill Murray, Andie MacDowell, Chris Elliott

Sinopse:
Phil (Bill Murray) é um repórter que sua emissora de TV envia para cobrir o chamado "Dia da Marmota", uma daquelas tradições culturais que não fazem o menor sentido no meio oeste americano. A reportagem é das mais chatas e enfadonhas possíveis e Phil não tem o menor interesse em cobrir o evento. Para sua completa surpresa porém algo acaba saindo errado e ele começa a acordar todos os dias no mesmo exato momento de sua vida, repetindo tudo outra vez, sempre que abre os olhos pela manhã. Filme vencedor na categoria de Melhor Roteiro no BAFTA Awards.

Comentários:
"Groundhog Day" foi muito elogiado em seu lançamento. Ninguém esperava um roteiro tão bem construído em uma comédia dita de rotina na carreira de Bill Murray. De fato é um dos mais bem bolados textos que o ator já trabalhou (e olha que ele faria muitos filmes interessantes ao longo de sua trajetória artística nos anos seguintes). É importante também avisar ao espectador menos atento que terá que encarar um filme sui generis pela frente, bem fora dos padrões convencionais, onde o texto vai se construindo e se desenvolvendo em cima de um mesmo dia básico, no qual várias nuances das personalidades dos personagens vão aparecendo. O jornalista Phil, por exemplo, começa a aprender com seus erros, assim quando comete um erro em um dia, tenta se adaptar, se comportando de maneira diferente no dia seguinte - e para sua surpresa muitas vezes percebendo que as coisas também não dão certo mesmo quando ele se comporta de uma maneira diferente! O diretor e ator Harold Ramis, que assina a direção, morreu precocemente, em fevereiro último, e todas as notícias de sua morte procuraram lembrar desse seu excelente momento no cinema, como cineasta. Ele prova que foi muito mais do que apenas o Dr. Egon Spengler da franquia "Os Caça-Fantasmas", pois era, além de um ótimo ator de comédias, também um roteirista talentoso e um diretor mais do que promissor. Assim deixo a dica desse filme que mostra acima de tudo que, no final das contas, o que realmente conta em um filme é o seu bom roteiro.

Pablo Aluísio.

Os Fantasmas Contra Atacam

Título no Brasil: Os Fantasmas Contra Atacam
Título Original: Scrooged
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Richard Donner
Roteiro: Mitch Glazer, Michael O'Donoghue
Elenco: Bill Murray, Karen Allen, John Forsythe

Sinopse:
Frank Cross (Bill Murray) é um sujeito desprezível. Rico, executivo de TV, ele pouco está ligando para o sentimento das outras pessoas. Extremamente cínico, acredita que o espírito de natal é realmente uma grande bobagem, feita única e exclusivamente para turbinar as vendas no final de ano. Sua vida porém dá uma guinada completa quando ele recebe a visita de três espíritos natalinos, que vão mostrar a ele o verdadeiro sentimento que se deve preservar nessa época do ano.

Comentários:
Mais uma adaptação do famoso e consagrado "A Christmas Carol" de Charles Dickens. Em algum momento de sua vida você muito provavelmente já assistiu a algum filme que se utilizou desse livro como base. Basta lembrar do mais recente "Os Fantasmas de Scrooge" com Jim Carrey ou até mesmo do clássico "A Felicidade Não Se Compra" de 1946, com James Stewart. Confesso que há muitos anos não revejo o filme. Na verdade em minha memória seletiva de cinéfilo essa produção me marcou por um motivo bem particular. A vi pela primeira vez ainda nos tempos do VHS (em plena década de 80). Na ocasião acabei pegando uma forte gripe que me deixou literalmente nocauteado. Depois, na alta madrugada, acordei e resolvi assistir ao filme, pois não havia mais nada para fazer, para matar o tempo. Era véspera de natal e o enredo de "Scrooged" se encaixou perfeitamente para a ocasião. Aqui há dois destaques que chamam a atenção. O primeiro é a maquiagem, muito bem realizada e que foi inclusive indicada ao Oscar. Os efeitos especiais também são excelentes, principalmente para uma época em que ainda não havia o pleno desenvolvimento da computação gráfica. Segundo, o filme foi dirigido pelo cineasta Richard Donner que nunca se notabilizou por ter focado sua carreira em comédias, mas sim em filmes de ação e ficção. E por falar em humor, Bill Murray colhendo os frutos do sucesso de "Os Caça-Fantasmas", se sai muito bem em seu personagem, com doses certas de humor e dramaticidade, provando que era um ator capaz de segurar um filme sozinho. Enfim, eis uma boa pedida para a próxima noite do natal.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Livrai-nos do Mal

Título no Brasil: Livrai-nos do Mal
Título Original: Deliver Us from Evil
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Scott Derrickson, Paul Harris Boardman
Elenco: Eric Bana, Édgar Ramírez, Olivia Munn, Sean Harris

Sinopse:
O sargento Sarchie (Eric Bana) descobre haver uma ligação entre eventos macabros que andam acontecendo em sua jurisdição. Primeiro ele se vê diante de um crime horrendo, quando uma mãe joga seu filho em um fosso no zoo da cidade. Depois responde ao pedido de socorro de uma mulher vítima de violência doméstica pois seu marido está manifestando estranhos comportamentos. Por fim encontra um recém-nascido numa lata de lixo numa rua deserta e obscura. Todos os crimes possuem uma ligação em comum, nascida muitos anos antes, ainda na intervenção americana no Iraque. Roteiro baseado em fatos reais.

Comentários:
De uma maneira em geral o filme tenta unir dois gêneros, a dos filmes policiais com terror. O resultado até chega a ser interessante, com bons momentos, mas temos que reconhecer que algo ficou pelo meio do caminho. O enredo de fundo é até curioso. Um grupo de soldados americanos no Iraque descobre o que parece ser uma cripta, onde existe um altar de devoção satânica. Depois desse contato a vida de todos eles muda drasticamente. O tempo passa e então encontramos o policial interpretado por Eric Bana tendo que lidar com eventos misteriosos e sobrenaturais em sua cidade. No começo relutante, acaba aceitando a ajuda do padre jesuíta Mendoza (Édgar Ramírez), que deixa claro a ele que existe a clara  presença do maligno em todos os acontecimentos. Esse personagem é talvez a melhor coisa do filme. Como ele explica em determinado momento, se trata de um ex-viciado em heroína e outras drogas pesadas que decidiu abandonar essa vida dissoluta para se tornar membro da Igreja Católica, se especializando em exorcismos. Ele será o grande trunfo na luta contra um grupo de pessoas que parecem estar realmente possuídas por forças do mal. E por falar em exorcismos, o filme tem um longo ritual de expulsão do demônio numa sala na delegacia que acaba valendo por praticamente todo o resto. Pena que a trama muitas vezes não seja tão bem desenvolvida até chegar nesse clímax  arrebatador. Tipicamente um caso em que a cena final é bem melhor do que o restante do filme. O epílogo deixa a entender que novas sequências podem surgir com a mesma dupla formada pelo tira e o padre. Pensando bem, até que não seria uma má ideia.

Pablo Aluísio.

Demônios - A Batalha das Almas

Título no Brasil: Demônios - A Batalha das Almas
Título Original: The Cloth
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Eminence Productions
Direção: Justin Price
Roteiro: Justin Price
Elenco: Danny Trejo, Perla Rodríguez, Eric Roberts

Sinopse:
Uma guerra entre o bem e o mal é travada na Terra sem que as pessoas percebam que o grande prêmio dado ao vencedor será as almas dos seres humanos. Para combater as forças das trevas o Vaticano cria um grupo especializado em exorcismos, formado por padres especialmente treinados para expulsar demônios de pessoas possuídas. Se auto denominado "Os Clérigos" eles farão de tudo para destruir os planos de Satã em nosso meio.

Comentários:
Já que hoje estamos falando sobre filmes de exorcismo chamo a atenção para esse pouco conhecido "Demônios - A Batalha das Almas". Só o fato de termos aqui o ator Danny Trejo interpretando um padre já é motivo para assistirmos essa pérola. Com orçamento baixo e efeitos especiais realmente muito ruins, o filme tenta contar uma estória envolvendo padres exorcistas em luta contra um Príncipe das Trevas (segundo o roteiro, o quinto membro da hierarquia de Satã) que chega na Terra para abrir os portões do inferno. O curioso é que o filme até começa usando um tom mais sério, mas logo depois adota um estilo "Van Helsing" de ser, onde os padres usam armas especialmente desenvolvidas para enfrentar os enviados das fossas infernais. Assim temos em desfile na tela uma sucessão de bugigangas adaptadas que atiram crucifixos e água benta nos possuídos! Bom, já deu para perceber que não dá para levar nada à sério, não é mesmo? No fritar dos ovos a sensação que tudo nos passa é a de estarmos assistindo um filme com ares de um dia virar série de TV do tipo "Buffy a Caça Vampiros", ou trocando em miúdos, uma tremenda bobagem que mistura quadrinhos, terror e religião sem o menor talento. Pode dispensar sem maiores problemas.   

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O Pacto

Título no Brasil: O Pacto
Título Original: Horns
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Mandalay Pictures
Direção: Alexandre Aja
Roteiro: Keith Bunin, baseado no romance de Joe Hill
Elenco: Daniel Radcliffe, Juno Temple, Heather Graham, Max Minghella 

Sinopse:
Iggy Perrish (Daniel Radcliffe) e Merrin Williams (Juno Temple) vivem um romance dos sonhos. Eles se conhecem desde crianças e agora pretendem se casar. Os planos de felicidade porém são interrompidos de forma trágica após Merrin ser encontrada morta no meio da floresta. Como se isso não fosse horrível o bastante, Iggy (Radcliffe) começa a ser apontado pela polícia como o assassino! Agora ele terá que correr atrás da verdade, para limpar seu nome e encontrar a identidade do verdadeiro criminoso.

Comentários:
Filme bem estranho para falar a verdade. A estranheza não vem tanto da trama em si, que é até recorrente, mostrando um jovem tentando provar sua inocência em relação a um crime que ele afirma não ter cometido. O bizarro em "Horns" (literalmente "Chifres" em português) é a forma como essa estória é contada. O personagem de Daniel Radcliffe começa a sofrer estranhas mutações, nascendo em sua testa chifres, isso mesmo que você leu, chifres! Além disso as pessoas em sua presença começam a confessar seus piores pensamentos, mesquinhos e maldosos, revelando o lado mais cruel dos seres humanos. Assim Iggy começa a pensar que está se transformando em um verdadeiro demônio, com inúmeras referências confirmando essa estranha metamorfose. A partir daí as coisas vão ficando cada vez mais esquisitas, dando um tom de bizarro realismo fantástico ao filme, onde pessoas normais começam a interagir com situações surreais. No geral não consegui em momento algum comprar a ideia do roteiro, até porque o filme não consegue se posicionar, sendo em alguns momentos uma comédia de humor negro, para depois deslanchar para o terror, derrapando finalmente para um romance adolescente açucarado. O fato de Daniel Radcliffe ficar o tempo todo desfilando em cena com chifres na cabeça também não ajuda em nada. Enfim, uma fita para poucos, pois acredito que nem os fãs mais aguerridos de Harry Potter irão gostar. 

Pablo Aluísio.

Pelos Olhos de Maisie

Título no Brasil: Pelos Olhos de Maisie
Título Original: What Maisie Knew
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Red Crown Productions
Direção: Scott McGehee, David Siegel
Roteiro: Nancy Doyne, Carroll Cartwright
Elenco: Julianne Moore, Alexander Skarsgård, Onata Aprile, Steve Coogan

Sinopse:
Maisie (Onata Aprile) é uma garotinha de apenas seis anos que vê o casamento de seus pais desmoronar. Brigando todos os dias, a vida em casa vai ficando cada dia mais insuportável. Sua mãe, Susanna (Julianne Moore), é uma cantora frustrada que deseja recomeçar sua vida nos palcos. Seu pai, Beale (Steve Coogan), é um sujeito que só pensa em seu trabalho ao mesmo tempo em que começa a se enamorar de sua própria babá. Filme indicado ao prêmio London Critics Circle Film Awards na categoria de Melhor Ator (Steve Coogan).

Comentários:
Um bom drama familiar que mostra a gradativa destruição de um casamento pelos olhos da filhinha de apenas seis anos, Maisie (Onata Aprile). O roteiro levanta questões bem interessantes como a própria crise que vive a instituição marital nos dias de hoje. Os casamentos são cada vez mais breves e conflituosos. No caso dos pais de Maisie a situação é ainda pior porque eles não são do tipo que adotam atitudes maduras e adultas, pelo contrário, partem para o confronto direto, com muitas ofensas e represálias. O pai, por exemplo, logo começa um romance com a babá de Maisie que é praticamente uma adolescente. Para dar o troco sua mãe emplaca um relacionamento complicado com o barman Lincoln (interpretado pelo ator Alexander Skarsgård, o vampiro Eric Northman da série "True Blood"). Ele aliás parece ser o único personagem realmente humano de toda a crise familiar que o filme retrata. Logo inicia uma amizade de carinho e afeto com a pequena Maisie, que colocada no meio do fogo cruzado dos pais, procura por algum tipo de aproximação mais carinhosa com o novo padrasto. Outro destaque vem com Julianne Moore. Sua personagem é de uma mulher mais velha que não aceita o fato de que o tempo passou e que ela não se tornará mais uma cantora de sucesso. Agindo muitas vezes como uma adolescente inconsequente, negligenciando a própria filha em busca de um sonho que não se realizará, ela no final das contas só prova que nem todas as mães são iguais e nem fazem jus ao delicado e importante trabalho de se criar um filho. Deixamos então a dica desse belo drama sobre uma família que vai se destruindo aos poucos, como vemos em milhares de casos por aí no mundo real.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Penelope

Título no Brasil: Penelope
Título Original: Penelope
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Summit Entertainment
Direção: Mark Palansky
Roteiro: Leslie Caveny
Elenco: Christina Ricci, James McAvoy, Reese Witherspoon

Sinopse:
Penelope (Christina Ricci) se torna a principal vítima de uma maldição que se abate sobre sua família. Ela tem um sério defeito em seu nariz, que a torna parecida com uma porquinha. Complexada, evita sair de casa até atingir a sua adolescência, onde terá que finalmente enfrentar o mundo lá fora.

Comentários:
Filme com ares alternativos que pouca gente viu. Esse é o tipo de produção que cai muito bem na filmografia da atriz Christina Ricci, já que desde o comecinho de sua carreira ela vem encarando personagens incomuns, que fogem do padrão de beleza e de comportamento das jovens de sua idade. Esse roteiro exige uma certa cumplicidade do espectador porque tudo vai se desenvolvendo em forma de fábula, onde a personagem Penelope parece ter saído de um conto de fadas às avessas para viver no mundo real. Ela tem um focinho de porquinha no rosto e tenta aproveitar sua adolescência da melhor forma possível. Eu particularmente gostei bastante da proposta da estorinha pois em uma fase da vida em que a aparência é tão importante, nada seria mais devastador para uma garota como ela do que ter uma aparência tão fora do normal como aquela. Olhando sob esse ponto de vista tudo não passa de um bem bolada metáfora sobre a eterna insegurança de adolescentes nessa fase marcada por amores juvenis, decepções amorosas, rejeições e tantas outras coisas que as deixam mesmo à beira de um ataque de nervos. São sentimentos que apenas a idade lhes trará segurança e maturidade para enfrentar. Assim recomendo especialmente para os fãs do trabalho mais alternativo de Christina Ricci que aqui continua uma gracinha, mesmo com focinho de porco.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Além da Linha Vermelha

Título no Brasil: Além da Linha Vermelha
Título Original: The Thin Red Line
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Jim Caviezel, Sean Penn, Nick Nolte, John Cusack, Adrien Brody, John C. Reilly, Woody Harrelson, Jared Leto, John Travolta, George Clooney

Sinopse:
Baseado na obra de James Jones, que vivenciou todas as experiências que narrou ao lutar na II Guerra Mundial no Pacífico Sul. No enredo temos um grupo de soldados americanos lutando contra tropas japoneses em ilhas disputadas pelas duas nações. Filme indicado aos Oscars de Melhor Filme, Direção, Roteiro, Fotografia, Edição, Som e Música. 

Comentários:
Eu costumo dizer que o cineasta Terrence Malick não é para qualquer um. Ele cria um cinema sensorial, baseado em sensações e não em narrativas convencionais. É o tipo de artista que precisa de um espectador mais preparado, tanto do ponto de vista filosófico como intelectual. Eu mesmo confesso que só absorvi completamente a arte produzida por Terrence Malick em uma fase mais madura de minha vida. Esse é o tipo de diretor que não fará sua cabeça caso você seja um mero adolescente comum ou uma pessoa sem muito background cultural. Esse "Além da Linha Vermelha" foi consagrado lá fora, mas aqui em nossas fronteiras houve quem considerasse o filme chato ou melancólico demais. Na verdade Malick não está interessado em contar uma história de guerra ao estilo tradicional. O cenário está posto, o conflito é o ponto de referência, porém o grande desafio do diretor é passar a sensação de medo, terror, perplexidade que viveram aqueles homens, isso sob um ponto de vista puramente subjetivo, calcado em sensações humanas reais. Imagine ser um jovem americano jogado no meio de ilhas perdidas no Pacífico para enfrentar guerreiros japoneses completamente fanatizados, prontos para morrer em nome de seu império e imperador, considerado por eles naquele momento histórico como uma verdadeira divindade na Terra. Em vista disso há cenas belíssimas, explorando por exemplo a verde relva das colinas sendo suavemente afagadas pelo vento do Oceano, enquanto tiros voam pelos ares. Coisa de um verdadeiro gênio da sétima arte, certamente. 

Pablo Aluísio.

Terra de Ninguém

Título no Brasil: Terra de Ninguém
Título Original: Badlands
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Martin Sheen, Sissy Spacek, Warren Oates, Gary Littlejohn

Sinopse:
No final dos anos 1950, Charles Starkweather (Martin Sheen) e sua jovem namorada, a adolescente Caril Ann Fugate (Sissy Spacek), saem em uma jornada de matança e morte numa pequena cidade do meio oeste americano. Inicialmente matam a própria família da namorada e depois partem sem rumo certo, espalhando medo e terror nos moradores das cidades da fronteira entre os estados de Nebraska e Wyoming. Ao final, em apenas oito dias, cometem onze assassinatos, em um dos mais infames casos envolvendo serial killers na história dos Estados Unidos. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria Melhor Atriz (Sissy Spacek).

Comentários:
Filme baseado em fatos reais. Aqui o genial diretor Terrence Malick resolveu contar uma história que chocou a sociedade americana no final dos anos 50. Imagine dois jovens, que pareciam ser bem comuns, sairem matando a esmo, sem motivo aparente. Dentro da psiquiatria forense é muito raro encontrar dois psicopatas ainda na juventude se encontrando, ainda bem, pois como vemos aqui os resultados são realmente terríveis. O assassino Charles Starkweather de apenas 18 anos,  era fã do ator James Dean e incorporava seus maneirismos na sua vida pessoal. Talvez isso tenha atraído a jovem Caril Ann de apenas 14 anos, que se apaixonou por ele praticamente da noite para o dia. O romance não contava com o apoio da família dela e esse foi o estopim de toda a matança sem freios. Após matar toda a sua família (incluindo uma criança de apenas dois anos e meio de idade) eles foram para uma fazenda próxima, que pertencia a um amigo do pai de Starkweather. Isso não o impediu de matar a sangue frio novamente, pelas costas e de maneira completamente covarde, o pobre fazendeiro, que os havia acolhido com gentileza minutos antes. Depois ainda seguiram em frente assassinando um jovem casal de namorados que lhe deram carona e uma outra família, de um bem sucedido industrial, que morava pelas redondezas. Uma história terrível e assustadora. Martin Sheen está ótimo como Charles Starkweather. O criminoso fazia bem aquele tipo de psicopata assassino sem qualquer emoção aparente. Lixeiro, sem perspectivas de um dia melhorar na vida, ele saiu ao lado da namorada nessa verdadeira orgia de assassinatos. Um bom exemplar de um caso que mostra sem dúvidas que o mal existe e está presente e mais próximo do que podemos imaginar.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Três Amigos!

Título no Brasil: Três Amigos!
Título Original: Three Amigos
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: John Landis
Roteiro: Steve Martin, Lorne Michaels
Elenco: Steve Martin, Chevy Chase, Martin Short, Joe Mantegna

Sinopse:
Uma humilde vila de mexicanos resolve juntar seus poucos recursos para contratar três americanos que eles pensam ser grandes pistoleiros do velho oeste. Na verdade são apenas três atores canastrões de filmes de faroeste da era do cinema mudo. O engano dará origem a muitas confusões envolvendo o trio de trapalhões.

Comentários:
Confesso que nunca achei grande coisa dessa comédia, isso apesar de ter sido assinada por um dos meus diretores preferidos, o talentoso John Landis, uma espécie de sub-Steven Spielberg dos anos 80. Certamente gosto muito dos filmes do texano Steve Martin, que aqui se alia a dois outros humoristas divertidos, Chevy Chase e Martin Short. Apesar de tanta gente boa reunida a coisa simplesmente não funciona! Acredito que o filme não deu muito certo porque não tem enredo suficiente para um longa-metragem. Talvez funcionasse muito bem na TV, no Saturday Night Live, em sequências rápidas e bem boladas, mas em um filme inteiro, repetindo praticamente a mesma piada, cena após cena, a coisa toda ficou cansativa e sem graça! Sinceramente me pareceu excessivo. Sempre considerei esse filme um dos mais caricatos (no sentido ruim da palavra) da filmografia de Steve Martin. Os personagens são ingenuamente bobinhos, mas infelizmente não engraçados. Aqui temos um caso bem claro de que sempre que se aposta em um humor muito inofensivo, politicamente correto até a medula, as coisas não funcionam como deveriam. De bom mesmo apenas a sátira aos primeiros cowboys do cinema americano, ainda no advento do cinema mudo. Seus figurinos, acredite, não são nada exagerados se comparados ao que os pioneiros realmente usavam nas fitas da época. Pois é, os primeiros atores do faroeste mais pareciam artistas de circo do que homens do velho oeste de verdade. Nesse ponto o filme acertou, o que talvez o salve de ser efetivamente uma decepção completa.

Pablo Aluísio.

Dívida de Honra

Título no Brasil: Dívida de Honra
Título Original: The Homesman
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos, França
Estúdio: EuropaCorp, Javelina Film Company
Direção: Tommy Lee Jones
Roteiro: Tommy Lee Jones, Kieran Fitzgerald
Elenco: Tommy Lee Jones, Hilary Swank, John Lithgow, James Spader, Meryl Streep

Sinopse:
A vida no oeste selvagem era muito dura. Que o diga três mulheres que acabam enlouquecendo por causa das dificuldades de viver em uma terra tão hostil e perigosa. Diante dessa terrível situação o reverendo Dowd (John Lithgow) decide que pelo bem da comunidade as três devem ser enviadas para uma instituição psiquiátrica no distante Iowa. O problema é que até lá são cinco semanas de jornada a cavalo, bem no meio do nada. Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) decide aceitar o desafio. No meio do caminho acaba encontrando o velho George Briggs (Tommy Lee Jones), que também decide seguir viagem ao seu lado. Juntos enfrentarão todos os desafios impostos pela complicada travessia.

Comentários:
Esse faroeste é um projeto muito pessoal de Tommy Lee Jones. Só para se ter uma ideia ele produziu, dirigiu e ainda escreveu o roteiro de "The Homesman". Seu personagem é um homem já cansado pela vida que por um acaso do destino acaba entrando numa jornada ao lado da mulher que o salvou de morrer enforcado. O objetivo é levar três mulheres com problemas mentais a uma cidade distante cinco semanas de viagem pela terras selvagens cheias de pistoleiros, nativos e bandoleiros de todos os tipos. Usando uma carroça adaptada eles partem rumo aos confins do oeste americano. Pode-se dizer que em certos momentos a trama se arrasta um pouco, mas no geral é de fato um bom filme. O elenco tem excelentes atores que interpretam pessoas que Briggs (Tommy Lee Jones) e Mary Bee (Hilary Swank) vão encontrando pelo caminho. James Spader, por exemplo, dá vida a um dono de hotel grã-fino que impede a entrada de Briggs e as mulheres em seu estabelecimento. A recusa não acaba muito bem. Não deixa de ser muito divertido encontrar Spader usando uma chamativa peruca ruiva, com jeito de irlandês, em um trabalho bem diferente que vem desenvolvendo na TV na série "The Blacklist". 

Já a premiada Meryl Streep tem uma pequena, mas importante participação, só surgindo na parte final do filme, como a esposa do pastor e reverendo que recebe as pobres mulheres para internamento no hospício da região. Bem envelhecida, ela provavelmente só aceitou o papel em consideração ao amigo Tommy Lee Jones, até porque recentemente trabalharam juntos no delicado drama de relacionamentos "Um Divã para Dois".  No final de tudo quem acaba roubando mesmo o show é a atriz Hilary Swank. Sua personagem é uma balzaquiana desesperada para se casar que não consegue encontrar o homem de sua vida. Com isso ela vai vivendo de decepção em decepção até chegar ao seu limite. O destino de sua personagem me deixou um pouco perplexo e surpreso, confesso, mas ela consegue trazer uma grande carga humana para seu trabalho. Em suma é isso, no geral não há nada de errado na direção de Jones, talvez o filme devesse ter uns vinte minutos a menos para ser mais fluente, dando mais agilidade aos acontecimentos, quem sabe. Provavelmente esse seria o corte ideal, mas enfim. De qualquer forma esse é apenas um detalhe que não compromete o espetáculo. "The Homesman" é assim um bom western, um pouco diferente, é verdade, mas mesmo assim cativante ao seu próprio modo.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de outubro de 2014

Crimes em Wonderland

Título no Brasil: Crimes em Wonderland
Título Original: Wonderland
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Lions Gate Films
Direção: James Cox
Roteiro: James Cox, Captain Mauzner
Elenco: Val Kilmer, Lisa Kudrow, Kate Bosworth

Sinopse:
Após largar sua carreira em filmes pornográficos, o viciado John Holmes (Val Kilmer) acaba se envolvendo com uma gangue de marginais em Wonderland, bairro suburbano localizado nos arredores de Los Angeles. Sempre em busca de drogas ele propõe um plano ao líder do grupo. Como tem amizade com um rico empresário da cidade, deixará a porta da cozinha de sua mansão aberta, para que os membros da quadrilha entrem e façam um assalto a mão armada. Depois o fruto desse roubo será dividido igualmente entre todos os envolvidos. O problema é que nem tudo sai como havia sido inicialmente planejado. 

Comentários:
John Holmes (Val Kilmer) foi um dos mais famosos atores pornôs dos anos 1970. Apesar de ter participado de quase mil filmes e ter se tornando muito popular naqueles anos pioneiros da indústria adulta dos Estados Unidos, nunca conseguiu alcançar uma estabilidade financeira em sua vida, fruto de seu profundo vício em cocaína e outras drogas pesadas. Depois que largou os filmes entrou de cabeça no submundo de Los Angeles e passou a frequentar a casa de traficantes de drogas, ladrões e criminosos em geral. Foi justamente isso que praticamente o levou a ruína, ao se envolver numa história mal contada, que resultou na morte de quatro pessoas em Wonderland, uma região conhecida, bem próxima de Hollywood. Como ser humano era um verdadeiro lixo, mentiroso, viciado e picareta. Se também era um assassino até hoje pairam sérias dúvidas. O roteiro desse filme explora justamente seu envolvimento ou não em um dos crimes mais violentos da cidade de Los Angeles, um assassinato cruel e bárbaro de quatro pessoas em sua própria residência. 

No geral o grande destaque dessa produção vem do fato do ator Val Kilmer interpretar o patife John Holmes. Personagens viciados, que vivem na marginalidade já tinham sido explorados muito bem em sua carreira antes - vide sua fenomenal interpretação de Jim Morrison dos Doors. Aqui ele também está muito bem, porém a anos-luz de distância de seu trabalho anterior como Morrison. Também pudera, o personagem de Holmes não ajuda. Como ele poderia despertar alguma simpatia interpretando um sujeito desprezível como esse? Por outro lado gostei bastante da atuação de Kate Bosworth, que dá vida a Dawn Schiller, jovem e ingênua namorada de Holmes na época em que os crimes foram cometidos. Como o enredo é baseado em uma história real fiquei realmente impressionado como doces garotas como ela acabam se envolvendo com marginais como Holmes. Esse é um mistério em relação às mulheres que jamais decifrarei. De qualquer maneira deixarei a indicação do filme, mesmo alertando para o fato de que não é nenhuma maravilha do ponto de vista puramente cinematográfico, pois o que o salva mesmo é a reconstituição desse crime absurdo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Vivendo na Eternidade

Título no Brasil: Vivendo na Eternidade
Título Original: Tuck Everlasting
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Jay Russell
Roteiro: Natalie Babbitt, Jeffrey Lieber
Elenco: Alexis Bledel, Jonathan Jackson, Sissy Spacek, Ben Kingsley, Amy Irving, William Hurt

Sinopse:
Winnie Foster (Alexis Bledel) é uma jovem que em suas férias no campo acaba se apaixonando por um jovem de sua idade que pertence a uma família que parece jamais envelhecer. Será que a velha lenda da fonte da juventude tem realmente algum fundo de verdade? Em breve Winnie descobrirá tudo o que se esconde por trás do mito. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Atriz (Alexis Bledel) e Melhor Atriz Coadjuvante (Sissy Spacek).

Comentários:
Filme da Disney que acabou com os anos virando um pequeno cult romântico entre os mais jovens. Duas coisas sempre me chamaram atenção nessa fita. A primeira se refere ao ótimo (ótimo mesmo!) elenco de apoio. Não é todo dia que vemos gente da categoria de Sissy Spacek, Ben Kingsley, Amy Irving e William Hurt trabalhando juntos! E o mais curioso é que não se trata de uma grande produção, feita para fazer bonito em grandes festivais de cinema mundo afora! Pelo contrário, é um filme menos pretensioso, com foco para um público jovem, fã dos produtos da Disney. Outro aspecto que merece todos os elogios vem da bonita direção de arte assinada pelo ótimo Ray Kluga. Tudo de muito bom gosto e refinamento, mostrando como se realiza um filme com doses de fantasia, romance e fábula. Tudo muito belo para sonhar com os olhos abertos. Indico especialmente para os namorados que estejam na mesma faixa etária dos personagens. Para eles haverá um sabor extra todo especial.

Pablo Aluísio.

Roubando Vidas

Título no Brasil: Roubando Vidas
Título Original: Taking Lives
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: D.J. Caruso
Roteiro: Michael Pye, Jon Bokenkamp
Elenco: Angelina Jolie, Ethan Hawke, Kiefer Sutherland

Sinopse:
Illeana (Angelina Jolie) é uma agente do FBI perita em serial killers e seus métodos criminosos. Usando de técnicas pouco usuais, ela tenta entender melhor como funciona a mente desses psicopatas. Agora terá que enfrentar um assassino em série que parece ter prazer em assumir a identidade de suas vítimas, após as assassinar de forma cruel e violenta. Imersa em um verdadeiro e complexo jogo psicológico, Illeana precisará sobreviver a esse grande desafio. Roteiro baseado na novela policial escrita pelo autor Michael Pye.

Comentários:
Antes de ser a salvadora dos povos pobres e oprimidos do quarto mundo, a atriz Angelina Jolie estrelou uma série de filmes bem interessantes que hoje em dia andam praticamente esquecidos. Entre eles um dos meus preferidos é justamente esse "Taking Lives". Como já escrevi aqui antes, filmes sobre Serial Killers (os chamados assassinos em série) são como chocolate, mesmo quando não satisfazem completamente, costumam ser bons! Aqui a cereja do bolo vem das técnicas de psicologia forense que são aproveitadas no enredo. Para estudantes de criminologia e ciências afins, se torna mais do que interessante, pois o espectador é convidado a tentar entender o que se passa na mente desse tipo de criminoso. Não é tarefa fácil, como se pode perceber ao acompanhar todas as nuances desse suspense. De forma em geral considero o texto realmente o grande atrativo da película, uma vez que é muito bem trabalhado. Jolie está particularmente empenhada e imersa no papel, mas quem acaba roubando o filme mesmo no quesito atuação são seus dois coadjuvantes, pois tanto Ethan Hawke como Kiefer Sutherland estão perfeitos em suas caracterizações. Assim deixo a preciosa dica desse thriller policial de ação e suspense que foi injustamente esquecido nesses anos. Um bom filme sobre pessoas que simplesmente não conseguem parar de matar. Vale a pena conhecer.
 
Pablo Aluísio.

Refém de Uma Vida

Título no Brasil: Refém de Uma Vida
Título Original: The Clearing
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Pieter Jan Brugge
Roteiro: Pieter Jan Brugge, Justin Haythe
Elenco: Robert Redford, Willem Dafoe, Helen Mirren, Alessandro Nivola 

Sinopse:
Wayne Hayes (Robert Redford) e sua esposa Eileen (Helen Mirren) vivem uma vida pacata e tranquila até que tudo desmorona ao Wayne ser sequestrado por criminosos. Imediatamente o FBI entra no caso, mas o que parecia ser apenas mais um sequestro comum, visando um pagamento de resgate, se revela bem mais complexo, com segredos guardados a sete chaves por Eileen. O que de fato poderia se esconder por trás desse crime?

Comentários:
Quando lidamos com filmes estrelados pelo ótimo Robert Redford a tendência natural é elevarmos as expectativas ao máximo, afinal é um profissional talentoso e inteligente que teve toda a sua carreira pautada por bons filmes, inclusive alguns verdadeiros clássicos do cinema americano. Por isso quando o filme se revela apenas mediano o gostinho de leve decepção fica nos lábios. "The Clearing" não se enquadra na categoria de filmes ruins, mas temos que reconhecer que é bem banal, algo que como já frisei, não se espera de um filme com o grande Redford. O roteiro dá voltas e parece não chegar a lugar algum. Suspenses como esse lotam todos os anos os cinemas americanos, por isso não vai adicionar grande coisa aos nomes envolvidos em sua realização. Por falar neles, temos aqui de fato um elenco acima da média. Além do próprio Robert Redford, de quem sou fã assumido, ainda encontramos o talentoso e inspirado Willem Dafoe (que recentemente esteve no Brasil em uma excelente montagem teatral) e a grande dama da atuação Helen Mirren. No final das contas quando as luzes de acendem ao fim da projeção, o que nos afasta da sensação de tempo perdido é justamente o consolo de termos tido a oportunidade de vermos tantos bons atores em cena novamente. Isso porém não salva a película do lugar comum, infelizmente.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Elefante Branco

Título no Brasil: Elefante Branco
Título Original: Elefante Blanco
Ano de Produção: 2012
País: Argentina, Espanha, França
Estúdio: Canal Plus, Canal+ España
Direção: Pablo Trapero
Roteiro: Alejandro Fadel, Martín Mauregui
Elenco: Ricardo Darín, Jérémie Renier, Martina Gusman

Sinopse:
Após passar vários anos como sacerdote católico numa distante cidadezinha da Amazônia, Nicolás (Jérémie Renier), um padre belga, aceita o desafio de ajudar dois colegas numa das mais violentas e pobres periferias de Buenos Aires, Lá o sacerdote europeu toma contato pela primeira vez com a complicada situação da população local, sem ajuda governamental, vivendo com medo no meio de uma verdadeira guerra do tráfico de drogas. Sua missão passa a ser a de salvar o maior número de almas possível naquele verdadeiro inferno na Terra. Filme indicado no Festival de Cannes.

Comentários:
Esse é aquele tipo de filme que você assiste e fica vários dias pensando sobre ele. O roteiro é primoroso e mostra um outro lado da atuação da igreja Católica. Não a das grandes catedrais, nem das grandes questões mundiais tendo o Papa como protagonista. O enfoque aqui é das pequenas e muitas vezes marginalizadas paróquias em regiões extremamente pobres e miseráveis da América Latina. E quando uso a palavra miserável a utilizo no sentido mais amplo possível. Estou me referindo não apenas à pobreza material, mas também à espiritual e de valores. Os três padres protagonistas da estória tentam levar a palavra de Deus a uma região assolada pelas drogas, pela criminalidade e pela falta de esperança. O lugar é dominado por narcotraficantes em guerra uns contra os outros. O crack destrói a juventude e a violência se expande sem encontrar qualquer obstáculo. Além da quase impossível missão dos padres, o filme ainda explora seus dramas pessoais e existenciais, principalmente na figura do sacerdote belga Nicolás (Renier), que não consegue mais esconder o profundo drama interior que vive. Sua crise existencial e de fé aliás levanta mais uma vez o questionamento do celibato católico, pois sendo jovem e bonito acaba despertando o amor de uma jovem da paróquia, colocando em xeque sua posição de padre. Já o padre Julian (Ricardo Darín) é o exemplo de um homem profundamente bem intencionado que não consegue a certa altura lutar contra todas as forças poderosas que lhe afrontam todos os dias, pois o mal sempre parece triunfar naquele ambiente desprovido de tudo. "Elefante Branco" é assim um filme visceral, muito intenso e que traz para todos os brasileiros uma incômoda situação de familiaridade com o enredo, já que acaba nos deixando com aquela sensação de impotência e perplexidade que incomoda bastante. Em minha forma de pensar é uma verdadeira obra prima do cinema argentino.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O Mistério de God's Pocket

Título no Brasil: O Mistério de God's Pocket
Título Original: God's Pocket
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Park Pictures
Direção: John Slattery
Roteiro: Peter Dexter, Alex Metcalf
Elenco: Philip Seymour Hoffman, Christina Hendricks, Richard Jenkins, John Turturro

Sinopse:
Mickey Scarpato (Philip Seymour Hoffman) vive em "God's Pocket", um bairro conhecido por ser uma comunidade de trabalhadores de baixa renda. Casado com a bela Jeanie (Christina Hendricks), ele vai levando sua vida no mercado de carnes da região e em pequenos golpes dados ao lado de seu amigo Arthur 'Bird' Capezio (John Turturro). Quando seu enteado morre em um suposto acidente no trabalho ele precisa arranjar da noite para o dia o dinheiro necessário para seu funeral, algo que não vai ser nada fácil. Filme indicado ao prêmio de Melhor Filme - Drama no Sundance Film Festival.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme a ser lançado após a morte do ator Philip Seymour Hoffman. É uma pequena obra, muito talentosa, com ótimo argumento e personagens bem cativantes. O foco do roteiro é direcionado para a chamada classe trabalhadora, o homem comum que mora em bairros de periferia das grandes cidades. A vizinhança aqui enfocada é a de God's Pocket, onde cada um vai tentando levar sua vida em frente, dentro de suas possibilidades. O interessante é que a maioria dos personagens não são bandidos ou marginais, porém vivem numa tênue linha entre a honestidade e a criminalidade. Como se trata de uma comunidade pobre não há qualquer receio em de vez em quando se envolver em alguma atividade ilícita. Como o próprio texto informa na abertura aquele é um lugar onde algum morador, pelo menos alguma vez em sua vida, bateu em alguém, ou roubou alguma coisa pela vizinhança. Mais uma vez estamos diante de um daqueles filmes onde há um clima de melancolia e completa falta de esperança no ar. Aquelas pessoas acordam pela manhã e tentam sobreviver mais um dia, sem muitas perspectivas de que o futuro lhes reservará algo melhor. 

Há também um leve toque de humor negro, principalmente envolvendo o corpo do enteado morto de Mickey, porém não espere por aquele tipo de situação cômica que fará você rolar no chão de rir, pelo contrário, o sorriso certamente sairá bem nervoso. No elenco temos três destaques. O primeiro é obviamente a presença de Philip Seymour Hoffman que dá vida ao personagem Mickey Scarpato. Um sujeito casado com uma bela mulher, mas que leva uma vida dura, onde a sorte parece nunca lhe sorrir. Ao seu lado Christina Hendricks (de "Mad Men") interpreta uma dona de casa arrasada pela morte de seu filho, que começa a ter dúvidas sobre seu casamento e a vidinha que anda levando. Por fim completando o triângulo amoroso temos Richard Shellburn (Richard Jenkins), um decadente jornalista, que passa seus dias completamente bêbado, cuja inspiração literária há muito o abandonou. Sem grandes arroubos de inspiração acaba escrevendo sobre a vida nada extraordinária dos moradores de God's Pocket, algo que lhe custará bem caro depois. Em suma, temos aqui um pequeno grande filme sobre a vida ordinária e cotidiana desses personagens, tudo realizado com muito bom gosto e talento.

Pablo Aluísio.

Divisão de Homicídios

Título no Brasil: Divisão de Homicídios
Título Original: Hollywood Homicide
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios, Columbia Pictures
Direção: Ron Shelton
Roteiro: Robert Souza, Ron Shelton
Elenco: Harrison Ford, Josh Hartnett, Isaiah Washington

Sinopse:
Dois tiras do Departamento de Homícidios da Polícia de Los Angeles são designados para solucionar a morte de um popular e famoso cantor de Rap. Inicialmente se mostram empenhados em solucionar o crime, mas aos poucos vão conhecendo o mundo dos ricos e famosos, mostrando a realidade milionária dos grandes nomes da indústria fonográfica e musical.

Comentários:
Um filme policial bem fraco e bem decepcionante. Já demonstrava que a carreira outrora tão brilhante e bem sucedida de Harrison Ford já começava a dar sinais de desgaste. O roteiro literalmente atira para todos os lados, mas no final não consegue acertar em nenhum dos alvos. Há uma clara tentativa de unir ação e humor em doses equilibradas, tentando reviver uma fórmula que foi muito bem sucedida na década de 1980. O resultado infelizmente é bem pifío. Harrison Ford não parece empenhado em suar a camisa para o filme funcionar e ao invés disso parece apenas passear em cena, sem muito esforço ou empolgação. Pior é o que acontece com seu parceiro, Josh Hartnett, pois o estúdio tentou transformá-lo em um novo sucesso de bilheteria, sem grande êxito. Só demonstrou que não daria muito certo seguindo nessa linha. Curiosamente o diretor Ron Shelton não é tão mal como aparenta ser nessa fitinha descartável. Ele já havia dirigido coisas interessantes antes como "Blaze - O Escândalo", "O Jogo da Paixão", "Homens Brancos Não Sabem Enterrar" e "A Face Oculta da Lei". Infelizmente o fracasso desse filme foi tão acentuado que sua carreira praticamente acabou em Hollywood depois de seu lançamento. Uma pena.

Pablo Aluísio.