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sábado, 1 de abril de 2023

Argentina, 1985

Excelente filme argentino que inclusive concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro nessa edição do prêmio de 2023. Mostra a história real de um promotor que trabalhou em um caso histórico na Argentina, quando nove oficiais de alta patente das forças armadas daquele país foram julgados por crimes contra a humanidade promovidos durante a sangrenta e brutal ditadura militar que se instalou naquela nação durante os anos 60 e 70. Inicialmente temeroso por sua própria vida, esse corajoso promotor público reuniu um grupo de jovens para trabalharem ao seu lado. Eles tinham um prazo pequeno para reunir  todas as provas para condenar aqueles acusados. E assim se fez história na Argentina. 

Uma lição de história importante, ainda mais nos dias atuais quando o pensamento e a ideologia fascista parecem ganhar cada vez mais adeptos. Ao longo do julgamento que é mostrado no filme, vamos tomando conhecimento das barbaridades promovidas por militares argentinos durante aquela ditadura, considerada uma das mais brutais da história. Não se poupava ninguém, os militares torturavam mulheres grávidas, idosos e chegaram ao ponto de matar crianças. Um horror sem tamanho. Isso mostra como é perigoso essa forma de pensar que menospreza a democracia e os direitos humanos em prol de ditaduras militares sanguinárias e sádicas, que promovem a barbárie e a selvageria contra a sociedade civil. As lições da história estão aí, espero que tomem consciência do que aconteceu no passado, para que não volte a se repetir em nosso futuro. 

Argentina, 1985 (Argentina, 1985, Argentina, 2022) Direção: Santiago Mitre / Roteiro: Santiago Mitre, Mariano Llinás, Martín Mauregui / Elenco: Ricardo Darín, Gina Mastronicola, Francisco Bertín / Sinopse: O filme mostra o histórico julgamento ocorrido na Argentina durante o ano de 1985 onde vários militares de alta patente foram julgados pelos crimes que cometeram durante a ditadura militar instaurada naquele país durante os anos 60 e 70.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Elefante Branco

Título no Brasil: Elefante Branco
Título Original: Elefante Blanco
Ano de Produção: 2012
País: Argentina, Espanha, França
Estúdio: Canal Plus, Canal+ España
Direção: Pablo Trapero
Roteiro: Alejandro Fadel, Martín Mauregui
Elenco: Ricardo Darín, Jérémie Renier, Martina Gusman

Sinopse:
Após passar vários anos como sacerdote católico numa distante cidadezinha da Amazônia, Nicolás (Jérémie Renier), um padre belga, aceita o desafio de ajudar dois colegas numa das mais violentas e pobres periferias de Buenos Aires, Lá o sacerdote europeu toma contato pela primeira vez com a complicada situação da população local, sem ajuda governamental, vivendo com medo no meio de uma verdadeira guerra do tráfico de drogas. Sua missão passa a ser a de salvar o maior número de almas possível naquele verdadeiro inferno na Terra. Filme indicado no Festival de Cannes.

Comentários:
Esse é aquele tipo de filme que você assiste e fica vários dias pensando sobre ele. O roteiro é primoroso e mostra um outro lado da atuação da igreja Católica. Não a das grandes catedrais, nem das grandes questões mundiais tendo o Papa como protagonista. O enfoque aqui é das pequenas e muitas vezes marginalizadas paróquias em regiões extremamente pobres e miseráveis da América Latina. E quando uso a palavra miserável a utilizo no sentido mais amplo possível. Estou me referindo não apenas à pobreza material, mas também à espiritual e de valores. Os três padres protagonistas da estória tentam levar a palavra de Deus a uma região assolada pelas drogas, pela criminalidade e pela falta de esperança. O lugar é dominado por narcotraficantes em guerra uns contra os outros. O crack destrói a juventude e a violência se expande sem encontrar qualquer obstáculo. Além da quase impossível missão dos padres, o filme ainda explora seus dramas pessoais e existenciais, principalmente na figura do sacerdote belga Nicolás (Renier), que não consegue mais esconder o profundo drama interior que vive. Sua crise existencial e de fé aliás levanta mais uma vez o questionamento do celibato católico, pois sendo jovem e bonito acaba despertando o amor de uma jovem da paróquia, colocando em xeque sua posição de padre. Já o padre Julian (Ricardo Darín) é o exemplo de um homem profundamente bem intencionado que não consegue a certa altura lutar contra todas as forças poderosas que lhe afrontam todos os dias, pois o mal sempre parece triunfar naquele ambiente desprovido de tudo. "Elefante Branco" é assim um filme visceral, muito intenso e que traz para todos os brasileiros uma incômoda situação de familiaridade com o enredo, já que acaba nos deixando com aquela sensação de impotência e perplexidade que incomoda bastante. Em minha forma de pensar é uma verdadeira obra prima do cinema argentino.

Pablo Aluísio.