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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

A Face Oculta da Lei

Título no Brasil: A Face Oculta da Lei
Título Original: Dark Blue
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Alphaville Films, Cosmic Pictures
Direção: Ron Shelton
Roteiro: James Ellroy, David Ayer
Elenco: Kurt Russell, Ving Rhames, Scott Speedman, Brendan Gleeson, Michael Michele, Dash Mihok

Sinopse:
Em uma Los Angeles tumultuada pela morte de um negro chamado Rodney King, um policial linha dura interpretado pelo ator Kurt Russell não tem vida fácil. A corregedoria está em seu encalço, por causa das denúncias de abuso policial. Além disso ele precisa preparar um grupo de jovens policiais para a realidade das ruas violentas da cidade.

Comentários:
Um filme como esse seria complicado de ser produzido nos dias atuais. A questão da brutalidade policial envolvendo afrodescendentes continua na ordem do dia. Então ter como protagonista um tira que nem sempre respeitasse a lei, seria no mínimo algo explosivo. Não é para menos que esse filme sumiu do mapa, não sendo exibido mais em lugar nenhum. Seu roteiro pode ser interpretado de forma equivocada. E, pelo visto, mesmo após tantos anos (a história do filme se passa nos anos 90) os problemas raciais envolvendo os policiais americanos só pioraram com o passar dos anos. Parece mesmo algo sem solução. De qualquer forma, visto apenas como uma fita policial, esse filme até que é bem interessante. Tem boas cenas de ação e um roteiro que procura explorar a diferença entre o que manda a lei e o que acontece nas ruas de uma grande cidade americana. O tira de Kurt Russell é um sujeito forjado justamente nessas ruas, onde apenas o mais forte consegue sobreviver ao final de mais um dia de brutalidade, insanidade e violência.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de abril de 2020

Blaze, o Escândalo

Título no Brasil: Blaze, o Escândalo
Título Original: Blaze
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Ron Shelton
Roteiro: Huey Perry
Elenco: Paul Newman, Lolita Davidovich, Jerry Hardin, Gailard Sartain, Jeffrey DeMunn, Richard Jenkins

Sinopse:
Earl Long (Paul Newman) é um político tradicional e populer que consegue se eleger para o cargo de governador da Louisiana, estado do sul dos Estados Unidos, com forte tradição evangélica e conservadora. Só que sua carreira é abalada após a imprensa descobrir um escândalo envolvendo sua vida pessoal. História baseada em fatos reais. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Direção de Fotografia (Haskell Wexler).

Comentários:
É a velha história de político que aparece publicamente como um exemplo, mas que esconde diversos segredos que chocariam seus eleitores. No caso aqui o veterano (e excelente ator) Paul Newman interpretou uma figura que se tornou infame no cenário político americano após a descoberta de que ele tinha um caso amoroso escandaloso com uma prostituta e dançarina de clubes de strip-tease chamada Blaze Starr (Lolita Davidovich). Um espertalhão de boa lábia e mentiroso contumaz, como é comum em políticos populistas. O curioso é que o diretor resolveu selecionar uma atriz completamente novata no cinema para esse papel e logo para contracenar em seu primeiro filme com uma lenda do porte de Newman. Apesar de tudo a dupla deu certo na tela. Lolita foi até muito elogiada por sua atuação na época de lançamento do filme. Outro aspecto curioso desse filme é que o principal biógrafo da vida de Paul Newman, o escritor Shawn Levy, afirmou que Paul Newman aceitou fazer o filme porque a história dele se parecia muito com sua vida pessoa. O ator posava publicamente de bom marido, casado por várias décadas com uma mesma mulher, mas mantinha diversas amantes escondidas, numa verdadeira vida dupla. A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Eis a questão.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Cobb, A Lenda

Todas as vezes que você tenta indicar algum filme sobre beisebol para os brasileiros acontece a mesma coisa. As pessoas não se interessam por esse tipo de filme. Ninguém entende direito as regras desse esporte que apenas americanos idolatram e de forma em geral esse tipo de produção acaba fracassando comercialmente no Brasil. Não foi diferente com "Cobb, A Lenda", que acredito pouca gente viu até hoje. Na realidade foi lançado diretamente no mercado de vídeo, não chegando nem aos cinemas. A história gira em torno de Ty Cobb, que como o próprio título nacional sugere, foi uma lenda do beisebol americano. Quem interpreta o esportista é o ator Tommy Lee Jones. Ele se esforça bastante para trazer credibilidade ao papel, embora fãs do esporte nos Estados Unidos o tenham criticado por causa da falta de semelhança física entre Cobb e Jones.

Como para nós, brasileiros, isso não tem a menor importância, o filme acaba valendo a pena. Não pelas inúmeras cenas captadas durante as partidas (cá para nós, o beisebol é bem chato mesmo!), mas sim pelo lado mais humano do personagem. No final a única certeza que você encontrará pela frente é que não importa o país, o esporte ou a cultura, geralmente pessoas que ganham fama e fortuna com o esporte da noite para o dia acabam fazendo besteira em algum momento de suas vidas, como bem prova o roteiro desse "Cobb, A Lenda".

Cobb, A Lenda (Cobb, Estados Unidos, 1994) Direção: Ron Shelton / Roteiro: Al Stump / Elenco: Tommy Lee Jones, Robert Wuhl, Lolita Davidovich / Sinopse: O filme conta a história de uma lenda do esporte nos Estados Unidos. Filme indicado ao prêmio da Chicago Film Critics Association Awards na categoria de Melhor Ator (Tommy Lee Jones).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Divisão de Homicídios

Título no Brasil: Divisão de Homicídios
Título Original: Hollywood Homicide
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Revolution Studios, Columbia Pictures
Direção: Ron Shelton
Roteiro: Robert Souza, Ron Shelton
Elenco: Harrison Ford, Josh Hartnett, Isaiah Washington

Sinopse:
Dois tiras do Departamento de Homícidios da Polícia de Los Angeles são designados para solucionar a morte de um popular e famoso cantor de Rap. Inicialmente se mostram empenhados em solucionar o crime, mas aos poucos vão conhecendo o mundo dos ricos e famosos, mostrando a realidade milionária dos grandes nomes da indústria fonográfica e musical.

Comentários:
Um filme policial bem fraco e bem decepcionante. Já demonstrava que a carreira outrora tão brilhante e bem sucedida de Harrison Ford já começava a dar sinais de desgaste. O roteiro literalmente atira para todos os lados, mas no final não consegue acertar em nenhum dos alvos. Há uma clara tentativa de unir ação e humor em doses equilibradas, tentando reviver uma fórmula que foi muito bem sucedida na década de 1980. O resultado infelizmente é bem pifío. Harrison Ford não parece empenhado em suar a camisa para o filme funcionar e ao invés disso parece apenas passear em cena, sem muito esforço ou empolgação. Pior é o que acontece com seu parceiro, Josh Hartnett, pois o estúdio tentou transformá-lo em um novo sucesso de bilheteria, sem grande êxito. Só demonstrou que não daria muito certo seguindo nessa linha. Curiosamente o diretor Ron Shelton não é tão mal como aparenta ser nessa fitinha descartável. Ele já havia dirigido coisas interessantes antes como "Blaze - O Escândalo", "O Jogo da Paixão", "Homens Brancos Não Sabem Enterrar" e "A Face Oculta da Lei". Infelizmente o fracasso desse filme foi tão acentuado que sua carreira praticamente acabou em Hollywood depois de seu lançamento. Uma pena.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O Jogo da Paixão

Título no Brasil: O Jogo da Paixão
Título Original: Tin Cup
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Regency Enterprises, Warner Bros
Direção: Ron Shelton
Roteiro: John Norville, Ron Shelton
Elenco: Kevin Costner, Rene Russo, Don Johnson

Sinopse:
Há muito tempo Roy McAvoy (Kevin Costner) deixou de ser uma estrela dos esportes. Nos bons tempos era um campeão e um dos mais populares astros do golf americano. Seu temperamento complicado e suas apostas erradas acabaram com sua carreira. Envelhecido, ganha a vida dando aulas do esporte para crianças e aposentados. Morando numa cidadezinha perdida no Texas ele acaba reencontrando sua grande chance de voltar ao topo no amor e na sua vida profissional.

Comentários:
Dando prosseguimento à análise da filmografia de Kevin Costner (estamos quase chegando ao final da lista) gostaria de lembrar agora desse bem subestimado "Tin Cup". Esse foi o filme lançado imediatamente após o retumbante fracasso comercial de "Waterworld - O Segredo das Águas". Costner aprendeu a duras penas que estrelismo e megalomania formam uma mistura explosiva para qualquer carreira. Assim ele procurou se reencontrar, achar o caminho do sucesso que havia perdido. A solução foi apelar para sua antiga imagem de ator símbolo dos mais altos valores da cultura americana. E para isso nada mais animador do que abraçar novamente um personagem envolvido com romance e esporte. Costner já tinha se dado bem em roteiros assim, basta lembrar de "O Campo dos Sonhos" e em menor escala "Sorte no Amor". Ao seu lado surge um elenco de atores bem simbólicos dos anos 80, como por exemplo Don Johnson, o eterno detetive James Crockett da série "Miami Vice". Ele aqui está como um dos vertices do triângulo amoroso entre ele, Costner e a bela Rene Russo. No geral não há nada de muito marcante no filme mas na época do VHS funcionava muito bem para uma noite sem nada mais a fazer do que curtir apenas um romancezinho leve e divertido.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de março de 2013

Sorte no Amor

Depois do sucesso em “Os Intocáveis” o ator Kevin Costner se tornou o astro mais quente em Hollywood. Vários papéis em filmes de destaque lhe foram oferecidos nesse período mas ele os recusou em série. Na verdade Costner queria algo menos pretensioso, um filme pequeno, menor, mas com bom roteiro. Curiosamente ele voltaria ao tema do beisebol (que iria explorar mais uma vez na carreira em “Campo dos Sonhos”). O filme “Sorte no Amor” é exatamente isso. Uma comédia romântica sem qualquer pretensão, ambientada no mundo do beisebol. Na verdade era um projeto bem pessoal do casal Susan Sarandon e Tim Robbins que começou bem pequeno mas que ganhou ares de grande produção com a entrada de Costner no projeto. O filme narra a chegada de um jogador veterano, Crash Davis (Kevin Costner), em uma pequena cidade da Carolina do Norte para integrar o modesto time local. Lá ele entra em contato com Annie (Susan Sarandon) uma grande fã do esporte que logo se sente atraída pelo novo membro da equipe. A partir daí já sabemos de antemão o que vai acontecer.

O roteiro brinca com a mitologia de um dos esportes mais queridos dos americanos, fazendo uma ponte entre o sentimento religioso do povo americano com a paixão de alguns devotam pelo beisebol. Kevin Costner está completamente à vontade no papel. Esse de fato foi seu primeiro filme nesse estilo, onde ele basicamente interpretava um personagem galã e bonitão. Com figurino estilizado o ator realmente surpreende e se dá muito bem com sua parceira em cena, Susan Sarandon, aqui investindo sem pudores em seu lado mais sensual. A fita foi extremamente barata (orçamento de meros sete milhões de dólares) e rendeu mais de 50 milhões no mercado interno, um ótimo resultado. Tudo fruto do crescente interesse do público americano pelo ator Kevin Costner. O bom resultado garantiu inclusive o lançamento da película nos cinemas brasileiros, algo raro de acontecer em filmes sobre beisebol pois o público brasileiro sempre pareceu ter aversão a produções sobre esse esporte. Mas não se preocupe sobre isso. Quem não entende nada do beisebol pode ficar tranqüilo pois ele aqui funciona apenas como pano de fundo. O tema central é realmente o relacionamento entre os personagens principais. Como romance o filme se sai muito bem e por isso deixo a recomendação. “Sorte no Amor”, uma bela produção da década de 80 com Kevin Costner no auge de sua popularidade.

Sorte no Amor (Bull Durham, Estados Unidos, 1988) Direção: Ron Shelton / Roteiro: Ron Shelton / Elenco: Kevin Costner, Susan Sarandon, Tim Robbins / Sinopse: jogador veterano chega em pequena cidadezinha da Carolina do Norte para participar da modesta equipe local de beisebol. De quebra acaba se apaixonando por uma fã do esporte.

Pablo Aluísio.