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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Tempo Esgotado

Voltando a escrever sobre filmes que assisti na década de 1990 vou aqui tecer algumas observações sobre esse "Nick of Time" (no Brasil, "Tempo Esgotado"). Essa foi uma tentativa do ator Johnny Depp de fugir um pouco do estereótipo que a crítica tinha formado sobre sua imagem nas telas. Ao invés de interpretar mais um tipo esquisito em filmes mais ao estilo cult (pois é, isso foi bem antes dele virar um astro de blockbusters), o ator resolveu apostar nesse thriller de ação e suspense que me lembrou até mesmo do clássico western "Matar ou Morrer". Não que o filme seja um faroeste, longe disso, as semelhanças são mesmo em relação ao roteiro, sua estrutura, a forma como tudo é conduzido. Gene Watson, o personagem interpretado por Depp, é um sujeito comum, banal, que leva uma vida extremamente rotineira e chata. Seu cotidiano sem surpresas vira de ponta cabeça quando ele é colocado contra a parede por um criminoso. O sujeito sequestrou sua filha e em troca da vida dela exige que Watson mate um importante político! Ele tem poucas horas para resolver isso (o que traz a maior semelhança com o clássico estrelado por Gary Cooper) e não pode fugir de sua situação ou pedir por algum tipo de socorro por parte das autoridades. 

O filme só funciona mesmo em termos. Depp, de óculos e figurino de jovem trabalhador, não convence muito. Ele corre pra lá e pra cá, com cara de espanto, em uma obra que me decepcionou, ainda mais se tratando do grande John Badham (de tantos filmes bons como "Tocaia", "Drácula" ou "Jogos de Guerra"). Realmente ficou faltando algo mais interessante. Para os fãs de Depp porém nunca será uma perda de tempo total conferir esse trabalho quando ele ainda era bem jovem e prestes a explodir nas telas de cinema. No mínimo valerá pela curiosidade.

Tempo Esgotado (Nick of Time, Estados Unidos, 1995) Direção: John Badham / Roteiro: Patrick Sheane Duncan / Elenco: Johnny Depp, Christopher Walken, Courtney Chase./ Sinopse: Homem comum precisa cometer um crime para salvar uma vida. Thriller de suspense e tensão dos anos 90.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de junho de 2021

De Quem é a Vida Afinal?

Título no Brasil: De Quem é a Vida Afinal?
Título Original: Whose Life Is It Anyway?
Ano de Produção: 1981
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: John Badham
Roteiro: Brian Clark
Elenco: Richard Dreyfuss, John Cassavetes, Christine Lahti, Bob Balaban, Kenneth McMillan, Kaki Hunter

Sinopse:
Ken Harrison (Richard Dreyfuss) é um artista, um escultor, que fica paralítico após um sério acidente de carro. Inconformado com sua nova situação de saúde que é irreversível, ele passa a lutar pelo direito de tirar a própria vida. Uma questão jurídica que se torna alvo de polêmicas.

Comentários:
O filme "De Quem é a Vida Afinal?" discute a questão do suicídio assistido e até mesmo da eutanásia. O roteiro pergunta se o direito de tirar a própria vida pertence ao próprio indivíduo que não quer mais viver ou se isso pode ser impedido legalmente pelo Estado. Tema polêmico, com defensores ardorosos de ambos os lados. Outro aspecto interessante desse filme é que apesar do tema pesado, há uma certa leveza na forma como se comporta o personagem principal. Alguns críticos chegaram até mesmo a considerar o filme uma espécie de comédia de humor negro, algo que eu pessoalmente não concordo pois se trata mesmo de um drama, mesmo que o protagonista interpretado pelo ator Richard Dreyfuss seja em alguns momentos morbidamente engraçado. Então é isso, deixo a dica do filme para quem se interessa pelo tema proposto pelo seu roteiro. Dentro dessa seara é um dos melhores filmes já feitos sobre o assunto.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Competição de Destinos

Essa dica de filme vai para quem é fã do ator (e cantor country nas horas vagas) Kevin Costner. Esse filme, do comecinho de sua carreira, foi bem pouco conhecido, mesmo nos anos 80. Não chegou a ser lançado nos cinemas brasileiros, mas ganhou certa notoriedade no mercado de vídeos VHS, justamente por causa da sequência de sucessos cinematográficos que Costner desfrutou naquela década. De repente ele se tornara um astro em Hollywood e qualquer filme que contasse com seu nome no elenco despertava a atenção e o interesse dos cinéfilos (inclusive dos "ratos de locadoras").

O filme conta a história de dois irmãos que vão participar de uma competição de corrida de bicicletas nas montanhas rochosas. O encontro deles ganha uma importância toda especial porque um dos irmãos descobriu que está com aneurisma cerebral, então tudo passa a ter um sentimento especial envolvido. É um bom filme, mas para falar a verdade não há nada de muito relevante em termos cinematográficos. Curiosamente essa produção iria marcar uma amizade no mundo real entre o ator kevin Costner e o diretor John Badham. Eles até planejaram na época a realização de uma série de filmes policias para o cinema que infelizmente nunca saíram do papel.

Competição de Destinos (American Flyers, Estados Unidos, 1985) Direção: John Badham / Roteiro: Steve Tesich / Elenco: Kevin Costner, David Marshall Grant, Rae Dawn Chong / Sinopse: Dois irmãos partem para uma competição de bicicletas nas montanhas. Esse encontro ganha contornos especiais pois pode ser a última competição deles, pois um dos irmãos está com sinais de aneurisma cerebral.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Aprendiz de Feiticeiro

Título no Brasil: Aprendiz de Feiticeiro
Título Original: The Hard Way
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: Lem Dobbs, Michael Kozoll
Elenco: Michael J. Fox, James Woods, Stephen Lang, Annabella Sciorra, John Capodice, Luis Guzmán

Sinopse:
Nick Lang (Michael J. Fox) é um jovem astro de sucesso em Hollywood. Um ator popular entre o público juvenil. Entretanto ele quer mudar sua carreira, interpretar um tira durão em seu próximo filme. Assim passa a acompanhar John Moss (James Woods), um policial verdadeiro de Nova Iorque, em suas ações. Claro que Moss acha péssimo ter que acompanhar aquele ator de cinema.

Comentários:
O filme foi uma aposta da Universal naquele verão. Foi uma produção cara, com campanha de marketing agressivo nos cinemas. Era um filme estrelado pelo astro do momento, Michael J. Fox, no auge de sua popularidade por causa do filme "De Volta Para o Futuro". Porém, mesmo com tudo a favor, o filme não conseguiu ser um sucesso de bilheteria. O que deu errado? O roteiro era sem novidades, cheio de clichês. Afinal pense bem, quantos filmes você não já assistiu usando desse mesmo enredo? Muitos, certamente. A velha coisa de termos dois parceiros com personalidades diferentes em um filme policial. Isso já foi usado à exaustão, vamos ser sinceros. E se falha no gênero policial, erra ainda mais na questão do humor. É um filme sem graça, que ficou muito datado com os anos. Olhando para o passado parece que J. Fox só conseguiu acertar mesmo com o filme de Zemeckis e Spielberg. Todo o restante de sua filmografia não foi muito marcante. Essa é a verdade.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Zona Mortal

Título no Brasil: Zona Mortal
Título Original: Drop Zone
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: Tony Griffin, Guy Manos
Elenco: Wesley Snipes, Gary Busey, Yancy Butler, Michael Jeter, Corin Nemec, Kyle Secor
  
Sinopse:
Após a fuga espetacular de um criminoso por pára-quedas, o agente que o escoltava, Pete Nessip (Wesley Snipes), acaba sendo suspenso de suas funções. Revoltado com a punição do FBI ele decide começar sua própria investigação, tudo feito sem o conhecimento de seus superiores. Acaba descobrindo algo maior, envolvendo paraquedistas no roubo de informações confidenciais do governo americano.

Comentários:
Nos anos 90 houve uma busca por parte dos roteiristas em inovar nos filmes de ação. Personagens como Rambo estavam desgastados. Assim o cenário mudou, deixando a selva para invadir o meio urbano. Uma boa ideia inovadora acabou surgindo no roteiro desse filme. Explorando o mundo dos esportes radicais o filme explora inúmeras cenas com muita adrenalina, saltos espetaculares e coisas do tipo. Gary Busey, atuando em seu tipo habitual, é o vilão do filme. Ele interpreta um ex-agente do DEA que passa para o outro lado, investindo em várias atividades criminosas para ficar rico, afinal como agente federal ele nunca conseguiria isso. Enfim, uma boa fita, um pouco envelhecida hoje em dia, é verdade, mas ainda boa diversão. Há cenas bem elaboradas não apenas de paraquedismo, como também de brigas em queda livre, bandidos atravessando janelas de altos edifícios e muita ação. Outro ponto positivo vem da direção de John Badham, um dos melhores diretores de filmes de ação de Hollywood. Para quem gosta do estilo não há o que reclamar.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Drácula (1979)

A primeira vez que assisti a esse Drácula foi nos anos 80, no Supercine da Globo. Já naquela ocasião percebi que se tratava de um grande filme. Recentemente porém o filme foi relançado em DVD nos Estados Unidos e decidi rever novamente. O tempo só lhe fez justiça. Digo, sem medo de errar, que esse é certamente um dos melhores filmes sobre o lendário Conde criado por Bram Stoker. Claro que o filme de Francis Ford Coppola segue sendo até hoje a melhor adaptação do romance vampiresco para o cinema. Isso porem não tira os méritos dessa outra excelente produção que foi assinada pelo ótimo John Badham. De fato foi um dos primeiros filmes a seguirem de perto o livro original. Embora a trama tenha sido enxugada um pouco, o enredo segue praticamente o mesmo criado por Stoker.

Quando o filme começa já vemos Drácula desembargando numa Londres escura, cheia de nevoeiros e clima sombrio. O ideal para esse tipo de história. Aliás tiro o chapéu para a equipe que foi responsável pela direção de arte, figurinos, maquiagem e reconstituição histórica da produção, porque está simplesmente perfeita. Some a isso o excelente elenco e você terá uma pequena obra prima em mãos. Frank Langella como Drácula é uma combinação perfeita. Penso até que o ator teria ter voltado ao personagem em novos filmes. Seu estilo pessoal, dicção e modo de comportamento em tudo combina com o Conde da Transilvânia. Em pleno anos 70 ele conseguiu dar uma certa modernizada no personagem, com trejeitos e figurinos mais de acordo com a época, como também conseguiu respeitar a tradição do Conde da literatura. Não foi algo fácil de fazer. O mesmo vale para o veterano Laurence Olivier como seu opositor, o Dr. Van Helsing. Em suma, é um filmão de terror que deixaria orgulhoso o próprio Bram Stoker em pessoa! Nunca assistiu?! Não vá perder mais tempo e corra para conferir.

Drácula (Drácula, EUA, 1979) Direção de John Badham / Roteiro: Hamilton Deane baseado na obra de Bram Stoker / Com Frank Langella, Laurence Olivier, Donald Pleasence / Sinopse: Conde romeno de nome Drácula (Frank Langella) chega na vitoriana Londres para adquirir uma nova propriedade na cidade. Nesse momento conhece a linda Mina, filha do renomado Dr Van Helsing e sua amiga Lucy, jovem namorada de seu procurador. A aproximação se tornará irresistível para o vampiro da noite. .

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Incógnito

Título no Brasil: Incógnito
Título Original: Incognito
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions
Direção: John Badham
Roteiro: Jordan Katz
Elenco: Jason Patric, Irène Jacob, Thomas Lockyer
  
Sinopse:
Harry Donovan (Jason Patric) é um artista frustrado que decide mudar sua vida. Não reconhecido por seus quadros ele resolve então entrar no ramo criminoso das pinturas falsificadas. Ele tem talento para isso. Em pouco tempo pinta um quadro e depois tenta passar para o mercado dizendo ser um original do grande pintor Rembrandt. Para seu golpe dar certo porém ele precisa da ajuda de uma especialista em arte, Broeck (Jacob).

Comentários:
Anda bem esquecido esse thriller de ação e suspense estrelado pelo ator Jason Patric. Ele era apontado na época como um dos mais promissores futuros astros de Hollywood, algo que nunca aconteceu. Ele certamente atuou em bons filmes, mas nunca chegou ao topo. Esse filme "Incógnito" tem sua dose de sofisticação e charme. Esse mundo das artes sempre foi muito sofisticado. Mesmo quando se trata de um criminoso em cena há inegavelmente um certo glamour no ar. O filme de um modo em geral é bom, porém nem todos vão gostar, uma vez que ele tem um ritmo um pouco mais lento do que o habitual. Pessoalmente sempre gostei muito do trabalho do cineasta John Badham. Seu grande sucesso na carreira veio com o musical "Os Embalos de Sábado à Noite", mas há outros excelentes filmes assinados pelo diretor como, por exemplo, "Drácula", "Jogos de Guerra" e até mesmo o policial "Tocaia". Esse filme segue sendo um de seus filmes menos conhecidos, mas isso não significa que seja fraco ou ruim, bem ao contrário, é uma boa produção explorando o submundo dos quadros falsificados em um mercado milionário. Vale conferir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Uma Nova Tocaia

Eu fiquei bem aborrecido com essa continuação simplesmente porque gostei tanto de "Tocaia", o filme original, que ver algo tão caça-niqueis como isso me deixou realmente chateado. Do primeiro filme não há muito o que criticar, eu o considero uma pequena obra prima policial dos anos 80. Um thriller com um roteiro muito bem bolado e uma dupla protagonista simplesmente impagável. Infelizmente em Hollywood o que vale mesmo muitas vezes é o lado puramente comercial do cinema. Não havia necessidade de existir uma sequência já que o primeiro filme tinha uma trama que se fechava muito bem em si mesma. Mesmo assim os produtores ignoraram isso e realizaram um segundo filme que é praticamente uma cópia mal feita do primeiro. Imaginem que coisa equivocada!

Tentar realizar um remake disfarçado já é ruim, agora um de qualidade nitidamente ruim é bem pior do que qualquer outra coisa que se possa imaginar. Nem os personagens resistiram... Richard Dreyfuss e Emilio Estevez apenas batem o ponto, preguiçosamente... como se isso não fosse ruim o bastante ainda escalaram a comediante (completamente sem graça, em minha opinião) Rosie O'Donnell. Ela estava fazendo muito sucesso na TV na época e por isso foi escalada, mas ficou deslocada, desenturmada, com uma personagem que não diz a que veio. Deveria ter ficado no mundo da telinha mesmo, até porque nem acrescentou nada ao filme e nem esse trouxe nada para sua carreira (pelo contrário, foi um tremendo fracasso comercial). O quadro geral assim não ficou nada bom. Nem a presença de John Badham (um bom diretor, sem dúvida) conseguiu evitar o fiasco. Então é isso, "Another Stakeout" não passa de uma continuação ruim, bem ruim, de um filme tão bom.

Uma Nova Tocaia (Another Stakeout, Estados Unidos, 1993) Direção: John Badham / Roteiro:  Jim Kouf / Elenco: Richard Dreyfuss, Emilio Estevez, Rosie O'Donnell, Dennis Farina, Marcia Strassman / Sinopse: Continuação do filme policial de sucesso dos anos 80 denominado "Tocaia".

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Um Robô em Curto Circuito

Título no Brasil: Um Robô em Curto Circuito
Título Original: Short Circuit
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: S.S. Wilson, Brent Maddock
Elenco: Ally Sheedy, Steve Guttenberg, Fisher Stevens, Austin Pendleton, G.W. Bailey, Brian McNamara

Sinopse:
Um pequeno robô, denominado número 5, é eletrocutado acidentalmente no laboratório. Com isso ele desenvolve uma super inteligência artificial e decide fugir, ganhando as ruas, criando várias confusões.

Comentários:
O cineasta John Badham já dirigiu coisas bem melhores na carreira. De qualquer maneira não há como ser genial todas as vezes, algumas vezes o diretor topa um projeto apenas par se manter ativo, com o nome no mercado. Esse "Short Circuit" até que fez boa carreira nas videolocadoras VHS da época, mas a pura verdade é que se trata de um filme por demais fraquinho, bobinho, sem grandes atrativos, a não ser o próprio robozinho que é bem feito, fazendo a alegria das crianças nos anos 80. Esse tipo de produção realmente não costumava fazer sucesso nos cinemas, muitas vezes nem era lançado no circuito comercial (como aconteceu no Brasil) sendo enviado diretamente para o mercado de vídeo onde aí sim fazia certo sucesso e pagava seus custos. Hoje em dia a indústria cinematográfica sem dúvida sente muita falta desse mercado. Muitos filmes eram feitos visando justamente ele.

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de outubro de 2014

Alta Tensão

Título no Brasil: Alta Tensão
Título Original: Bird on a Wire
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: Louis Venosta, Eric Lerner
Elenco: Mel Gibson, Goldie Hawn, David Carradine, Bill Duke

Sinopse:
Rick Jarmin (Mel Gibson) entra no Programa de proteção de testemunhas do FBI após testemunhar contra um poderoso chefão do narcotráfico, Eugene Sorenson (David Carradine). Quinze anos depois ele acaba encontrando por mero acaso com sua antiga noiva, Marianne Graves (Goldie Hawn), em um posto de gasolina. Ela pensara durante todos esses anos que ele tinha morrido em um acidente de avião. O reencontro acaba virando a vida de Rick de ponta cabeça, já que os criminosos só querem mesmo a chance de encontrá-lo novamente para um acerto de contas.

Comentários:
Uma divertida bobagem que uniu o astro dos filmes de ação Mel Gibson com a comediante gracinha Goldie Hawn! A fórmula parecia atrativa para a Universal e assim o filme foi realizado, meio a toque de caixa, com orçamento enxuto, logo após o grande sucesso de Gibson, "Máquina Mortífera II". O fato é que estúdio tinha faturado bem com a mesma Goldie Hawn em filmes que investiam em comédia e ação. Na maioria deles ela havia estrelado ao lado do maridão Kurt Russell. Ele era um ator até bem popular na década de 1980, mas não poderia ser comparado ao furacão Mel Gibson nas bilheterias. Assim o roteiro que foi inicialmente escrito para ser estrelado pelo casal acabou sendo oferecido a Gibson. A produção seria lançada após o verão americano, considerado o mais concorrido e comercial da temporada, só para manter o nome do ator em voga, enquanto ele não surgia em outro blockbuster. O resultado acabou sendo melhor do que o esperado. O filme que custou meros vinte milhões de dólares ultrapassou os 100 milhões em bilheteria em poucas semanas, comprovando que Mel Gibson vivia de fato a época de ouro de sua carreira cinematográfica. Como convém naquela época o roteiro mesclava explosões e cenas de ação com piadinhas engraçadinhas. Revisto hoje em dia a coisa toda ficou bem datada, mas não deixa de ainda divertir, principalmente para os saudosistas daqueles tempos passados.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Jogos de Guerra

Título no Brasil: Jogos de Guerra
Título Original: WarGames
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Badham
Roteiro: Lawrence Lasker, Walter F. Parkes
Elenco: Matthew Broderick, Ally Sheedy, John Wood

Sinopse:
David (Matthew Broderick) é um jovem com muito talento para o mundo da informática que acaba descobrindo uma maneira de entrar no computador central do sistema de segurança do governo americano. Uma vez lá, ele percebe que se quiser poderá até mesmo dar origem a uma guerra nuclear entre União Soviética e Estados Unidos. Filme indicado aos Oscars de Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia e Melhor Som.

Comentários:
Um clássico da guerra fria. Assim de forma bem singela poderíamos definir esse "WarGames", um filme que captou como poucos o clima de paranóia que estava no ar durante os anos do governo Reagan. Por décadas o mundo viveu o temor de presenciar uma guerra nuclear entre as duas maiores potências militares da época. Agora imagine se tudo acontecesse por causa de um adolescente, que adentrasse o sistema de defesa, e começasse uma guerra real a partir da invasão dos computadores de alta segurança do Pentágono! Afinal de contas o mundo informatizado ainda dava pequenos passos nos anos 1980. Curiosamente o evento mostrado no filme, embora seja mera ficção, quase aconteceu de fato durante uma invasão ao mesmo sistema mostrado no filme. Isso aliado a um bom roteiro e a um clima muito bem recriado garante o interesse em "WarGames" mesmo nos dias de hoje. Foi o primeiro filme de repercussão de um ainda quase adolescente Matthew Broderick que, apesar da pouca idade, já dava sinais de que se tornaria um astro nos anos que viriam. Um bom resumo de uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Trovão Azul

Título no Brasil: Trovão Azul
Título Original: Blue Thunder
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: John Badham
Roteiro: Dan O'Bannon, Don Jakoby
Elenco: Roy Scheider, Warren Oates, Candy Clark

Sinopse:
As ruas de Los Angeles estão dominados pela violência e caos. Para combater a falta de segurança para seus cidadãos o departamento de polícia coloca em ação um helicóptero especialmente modificado de codinome "Trovão Azul". Fortemente armado e projetado especialmente para controlar insurgências de rua ele é comandado pelo experiente piloto Frank Murphy (Roy Scheider), um veterano da Guerra do Vietnã. O que o oficial não desconfia é que na verdade o helicóptero é muito mais do que apenas uma aeronave da polícia de Los Angeles, sendo na realidade um projeto secreto de inteligência artificial colocado em teste pelas forças armadas americanas.

Comentários:
A imensa maioria do público brasileiro lembra de "Trovão Azul" não por causa desse excelente filme de ação dirigido pelo mestre John Badham, mas sim pela popular série de TV que fez grande sucesso por aqui, inclusive sendo exibido nas noites de terça pela Rede Globo em meados dos anos 1980. O filme em si infelizmente já não é muito lembrado hoje em dia, talvez apenas pelos que foram garotos naqueles anos - até porque o Helicóptero de combate acabou virando um dos brinquedos mais populares daquela década. Revisto hoje em dia "Blue Thunder" continua sendo no mínimo um eficiente filme de ação e aventura, que apostava bastante nas inovações tecnológicas do mercado de armas para cair nas graças do público em geral. Interessante é que a maioria das novidades daquela máquina de guerra que eram vistas como mera ficção já viraram realidade nos dias atuais. Isso não é novidade pois geralmente a vida de fato imita a arte. Outro atrativo para os cinéfilos é a presença do veterano Roy Scheider, que demonstra muito bem ainda ter fôlego para encarar uma fita tão movimentada como essa. Some-se a isso a ótima direção de John Badham e você terá uma divertida fita de ação com todas as características que fizeram dos anos 80 o tempo de ouro para esse estilo cinematográfico.

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de julho de 2014

A Assassina

Título no Brasil: A Assassina
Título Original: Point of No Return
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Badham
Roteiro: Robert Getchell 
Elenco: Bridget Fonda, Gabriel Byrne, Dermot Mulroney

Sinopse:
A criminosa Maggie Hayward (Bridget Fonda) acaba sendo presa após uma longa carreira no mundo do crime, assaltando bancos e cofres. Condenada, ela corre o risco inclusive de ser punida com a pena capital, mas antes que isso aconteça o governo americano resolve aproveitar todos os seus "talentos" em prol da segurança da nação. Assim ela começa a ser treinada para se tornar uma assassina fria e de extrema eficiência para missões fantasmas promovidas pelo serviço secreto.

Comentários:
Três anos depois que Luc Besson rodou seu "La Femme Nikita" na França, os direitos do filme foram adquiridos pela Warner Bros com o objetivo de se realizar um remake nos Estados Unidos. A ideia e a premissa de termos uma assassina profissional bonita, elegante e mortal nas telas soou por demais interessante para os produtores americanos. Para o papel principal trouxeram a bela Bridget Fonda. Nos anos 90 Bridget era considerada umas das atrizes mais promissoras de Hollywood. Ela vinha da tradicional família Fonda, era talentosa, bela e carismática. Tinha realizado filmes que caíram no gosto dos mais alternativos e antenados como por exemplo "Vida de Solteiro" (filme símbolo do movimento grunge de Seattle) e "Mulher Solteira Procura..." (que mostrava que ela tinha potencial para segurar um filme praticamente sozinha). "A Assassina" poderia ser a grande chance dela virar uma estrela de primeiro time mas o filme não foi tão bem assim em termos de bilheteria (anos depois a Warner aproveitaria os direitos para promover uma bem sucedida série em seu canal a cabo). Depois disso, infelizmente, as coisas começaram a dar errado e ela, surpreendendo a muitos, simplesmente deixou a carreira em 2001, deixando tudo para trás! Uma pena que seu potencial nunca tenha sido explorado até o final. De uma maneira ou outra, ainda indico esse "Point of No Return" para quem gosta de filmes de ação e espionagem.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Tocaia

Na década de 80 a Touchstone Pictures se tornou o braço adulto do império Disney. As produções dessa companhia, embora feitas para o público acima dos 16 anos,  ainda eram leves, divertidas e realizadas para toda a família. Nada de palavrão, nem de situações ofensivas. Tudo era light e soft. Dentro do selo vários atores fizeram bastante sucesso como os dois protagonistas desse delicioso policial com várias pitadas de comédia. Estamos falando da dupla Emilio Estevez e Richard Dreyfuss. Esse tipo de roteiro que explorava a diferença de personalidade entre dois policiais já não era nenhuma novidade na época (basta lembrar de “Máquina Mortífera”) mas a boa química entre esses atores garantiram uma ótima diversão. Na deliciosa trama acompanhamos dois tiras, Chris (Richard Dreyfuss) e Bill (Emilio Estevez), que recebem a missão de vigiar a casa onde mora Maria (Madeleine Stowe), ex-namorada de um criminoso foragido da lei. A chamada tocaia é sempre uma operação de muita paciência e espera e aqui a dupla passa por vários apuros para transformar sua missão em um sucesso. Escondidos na casa em frente e armados com potentes equipamentos de espionagem eles esperam... esperam... e esperam um pouco mais. Tudo em nome da possibilidade de colocar as mãos no criminoso.

Como sempre acontece nesse tipo de filme temos no roteiro dois policiais com personalidades bem opostas. Bill (Estevez), o tira mais jovem, é quadrado, certinho e procura seguir todos os procedimentos e protocolos de sua corporação policial. Já o veterano Chris (Dreyfuss) é o extremo oposto disso. Fanfarrão e pouco avesso a seguir as normas ao pé da letra ele acaba fazendo o impensável ao se relacionar com a mulher que está vigiando. Isso obviamente vai contra todas as regras da polícia. O que poderia se tornar bem cansativo – assistir a uma dupla de policiais em tocaia – logo se torna uma ótima diversão justamente por causa das atitudes fora dos padrões de Chris. “Tocaia” é aquele tipo de filme que você não cria maiores expectativas mas acaba gostando muito por causa do roteiro bem escrito e das situações bem armadas e desenvolvidas. Os atores em cena também ajudam muito. Dreyfuss é ótimo para interpretar personagens assim, a do cara mais velho e nada responsável ou maduro. Idem para Estevez (filho de Martin Sheen e irmão de Charlie Sheen) que faz o tira nerd e careta. Do choque entre eles teremos as melhores cenas do filme. O resultado é dos mais simpáticos e agradáveis e isso tudo se reverteu na excelente bilheteria – que daria origem a uma continuação bem inferior e sem idéias novas. De qualquer forma se você quiser conhecer um policial divertido e bem humorado da década de 80 procure por “Tocaia”, uma produção que diverte bastante e mostra que nem só de “Um Tira da Pesada” vivia o gênero naqueles anos.

Tocaia (Stakeout, Estados Unidos, 1987) Direção: John Badham / Roteiro: Jim Kouf / Elenco: Richard Dreyfuss, Emílio Estevez, Madeleine Stowe, Aidan Quinn, Dan Lauria, Forest Whitaker, Earl Billings./ Sinopse: Dois policiais, um jovem e um veterano, ficam de tocaia na frente da casa de uma ex-namorada de um fugitivo perigoso procurado pelo FBI. O que começa como uma simples operação de rotina acaba virando um caos após um dos tiras decidir, de forma irresponsável, se envolver com a mulher que é justamente o foco de sua investigação.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Os Embalos de Sábado à Noite

Existem alguns filmes que acabam virando símbolo de toda uma década. Os Embalos de Sábado à Noite é um desses filmes. O período histórico retratado é a década de 70, no auge da discoteca. Para quem não se recorda ou não viveu, a Discoteca foi aquele período musical em que as músicas deixaram de ter qualquer conotação política ou social para virarem simples diversão, embalo, dança! Obviamente que tudo vai soar datado hoje em dia: as roupas, as danças e as músicas mas isso é apenas um charme a mais para quem for assistir ao filme atualmente. Duas características são bem marcantes aqui: a trilha sonora do Bee Gees, que fez um sucesso estrondoso jamais repetido pelo grupo em qualquer um de seus trabalhos futuros e o carisma de John Travolta, muito jovem, cheio de maneirismos típicos dos jovens daquela época. De fato esse foi o filme de sua virada na carreira. Ele já tinha aparecido em outros sucessos como Carrie A Estranha e até mesmo em um telefilme famoso chamado O Menino da Bolha de Plástico, mas estava longe de ser um astro. Foi justamente Os Embalos de Sábado à Noite que o transformou em um ator do primeiro time em Hollywood.

O roteiro procura criar uma crônica sobre a vida de um jovem tentando se divertir na metrópole nesses anos do Disco. De dia ele intercala uma série de subempregos para sobreviver, nenhum deles promissor. Sua vida é dura e cheia de dificuldades. Durante a semana  Tony Manero (John Travolta) dá um duro danado na vida mas quando vai chegando o fim de semana ele vai renascendo pois sabe que poderá arrasar nas pistas de dança da cidade. O dinheiro que ganha de forma suada nos dias de trabalho são investidos em roupas maneiras para impressionar no sábado á noite. É curioso que o roteiro do filme tenha sido escrito a partir de um artigo publicado na revista Time intitulado "Tribal Rites of the New Saturday Night" que tentava entender a geração jovem que amava a Discoteca. Eles não tinham qualquer ideologia ou inclinação política ou social, nada disso os interessavam, estavam bem longe da geração consciente da década de 60. Os jovens dos anos 70 só queriam mesmo se divertir, dançar, namorar e aproveitar a vida até o dia raiar.  E é justamente isso que o filme se propõe. Os Embalos de Sábado à Noite é assim um belo retrato daqueles dias dançantes. Definitivamente um musical que marcou época.

Os Embalos de Sábado à Noite (Saturday Night Fever, Estados Unidos, 1977) Direção: John Badham / Roteiro:  Norman Wexler baseado no artigo "Tribal Rites of the New Saturday Night" de Nik Cohn / Elenco: John Travolta, Karen Lynn Gorney, Barry Miller,  Joseph Cali / Sinopse: A vida de Tony Manero (John Travolta) não é nada fácil. Durante a semana se vira como pode em subempregos para ajudar sua família. No fim de semana porém se diverte como nunca nas pistas de discoteca por toda a cidade. Um dançarino talentoso que logo chama a atenção de todos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Drácula (1979)

Na longa tradição de filmes sobre o famoso personagem de Bram Stoker esse Drácula de 1979 se destaca por vários motivos. Em primeiro lugar pela ótima produção. Tudo foi perfeitamente recriado, carros, cenários e direção de arte. Muito bom gosto em cada tomada. Realmente em certos momentos o requinte da produção salta aos olhos, como a abadia adquirida pelo Conde, um ótimo trabalho de ambientação. As cenas no mar, com o navio e seus tripulantes sendo atacados pelo vampiro, são primorosas. Outro grande mérito dessa versão é a estrutura do roteiro que tenta inovar na famosa estória do livro original. Aqui já pegamos o conde chegando a Londres pois o diretor optou por não contar a primeira parte do livro onde Jonathan chega na Transilvânia para vender a propriedade ao estranho nobre romeno. Foi uma decisão acertada pois deu maior agilidade ao filme como um todo.

Agora a grande qualidade de Drácula 1979 realmente é seu elenco. Frank Langella está ótimo como o personagem de Stoker. Um nobre de fala ponderada, charmoso e sedutor com as mulheres mas extremamente perigoso contra seus inimigos. E por falar neles temos o grande Laurence Olivier no papel de Van Helsing, o que alguém poderia querer mais em termos de elenco? Sua cena dentro das catacumbas é ótima, uma grande recriação do clima sombrio e gótico das primeiras produções sobre o vampiro. Enfim, gostei de praticamente tudo no filme e considero essa a segunda melhor versão que já assisti do famoso livro, só perdendo mesmo para o filme de Francis Ford Coppola. Para quem gosta de Drácula e filmes de terror assistir essa versão desse clássico é algo obrigatório.

Drácula (Drácula, Estados Unidos, 1979) Direção de John Badham / Roteiro: Hamilton Deane baseado na obra de Bram Stoker / Com Frank Langella, Laurence Olivier, Donald Pleasence / Sinopse: Conde romeno de nome Drácula (Frank Langella) chega na vitoriana Londres para adquirir uma nova propriedade na cidade. Nesse momento conhece a linda Mina, filha do renomado Dr Van Helsing e sua amiga Lucy, jovem namorada de seu procurador. A aproximação trará sérias consequências para todos.

Pablo Aluísio.