quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A Renegada

Título no Brasil: A Renegada
Título Original: Woman They Almost Lynched
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Republic Pictures
Direção: Allan Dwan
Roteiro: Steve Fisher, Michael Fessier
Elenco: Joan Leslie, John Lund, Brian Donlevy, Audrey Totter, James Brown 
  
Sinopse:
Sally Maris (Joan Leslie) é uma professorinha de ensino fundamental que decide ir até o velho oeste ensinar crianças. No meio da viagem sua diligência é atacada pela terrível quadrilha liderada por Charles Quantrill (Brian Donlevy). Levada para Border City ela tenta recomeçar sua vida, mas fica decepcionada ao saber que seu próprio irmão agora é dono de saloon na cidade. Uma atividade que ela considera indigna. Após ele ser morto numa briga com membros da gangue de Quantrill ela acaba herdando o estabelecimento, para escândalo das mulheres da região.

Comentários:
Bom western B da Republic Pictures que explora novamente a figura de Charles Quantrill (Brian Donlevy). Ele foi um personagem real da história americana, um bandoleiro que inicialmente se uniu às tropas confederadas durante a guerra civil, mas que depois foi renegado pelo próprio general Robert Lee por causa de sua brutalidade contra as populações civis das cidades às quais atacava. Nesse filme ele surge de forma romanceada, inclusive os famosos irmãos James, que faziam parte de seu bando, estão também completamente desvirtuados do que foram na vida real. Jesse James (Ben Cooper), por exemplo, é apenas mais um garoto valentão, um pistoleiro que apesar da pouca idade já matou muitas pessoas. O roteiro se desenvolve mesmo em cima das personagens de Sally Maris (Joan Leslie), uma garota do leste que vai ao velho oeste ensinar as crianças e acaba dona de saloon e Kate Quantrill (Audrey Totter), mulher de Quantrill, uma mulher tão violenta e boa do gatilho quanto seu próprio marido. Ela teria tido um caso amoroso no passado com o irmão assassinado de Sally e por essa razão cria-se logo uma grande rivalidade entre elas - com direito a uma briga violenta no saloon entre as duas mulheres, rolando pelo chão, puxando cabelos, etc! Acima de tudo "Woman They Almost Lynched" prova que a Republic também sabia produzir bons faroestes quando tinha material de qualidade em mãos.

Pablo Aluísio.

Mate Todos Eles e Volte Só

Título no Brasil: Mate Todos Eles e Volte Só
Título Original: Ammazzali Tutti e Torna Solo
Ano de Produção: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: Fida Cinematografica, Centauro Films
Direção: Enzo G. Castellari
Roteiro: Tito Carpi, Enzo G. Castellari
Elenco: Chuck Connors, Frank Wolff, Franco Citti
  
Sinopse:
Clyde Mac Kay (Chuck Connors) é um mercenário que resolve aceitar a proposta do exército confederado durante a guerra civil americana. Ele deverá se alistar no exército da União com seu bando, com o objetivo de roubar milhões de dólares em ouro das reservas do governo de Washington. A fortuna deverá ser usada pelos rebeldes para prolongar a guerra o máximo possível, evitando assim uma derrota humilhante.

Comentários:
De uma coisa não se pode acusar o Western Spaghetti: de não ter títulos imaginativos! O diretor Enzo G. Castellari então era bem criativo no momento de nomear seus próprios filmes. Aqui Castellari contou com a presença do americano de origem irlandesa Chuck Connors. A história dele é bem interessante. Connors foi um bem sucedido jogador de beisebol nos Estados Unidos antes de virar ator. Ele brilhou nos campos jogando para times populares como o Chicago Cubs e o Brooklyn Dodgers. Depois do sucesso como esportista decidiu que queria ser ator. Participou de filmes famosos como "Sangue de Apache" e "Da Terra Nascem os Homens". Percebendo que a concorrência era muito acirrada nos Estados Unidos resolveu tentar a sorte na Itália, realizando filmes de faroeste no velho continente. Acabou se dando bem, colecionando sucessos no Western Spaghetti. Essa foi uma das fitas que rodou. Anos depois ele teria sua carreira abalada após tabloides de Los Angeles divulgarem que ele era gay! De qualquer maneira nesse "Mate Todos Eles e Volte Só" ele está em seu tipo habitual nas telas, a do pistoleiro durão, de poucas palavras, que não leva desaforos para casa.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

O Quarto Andar

Esse é daquela série "filmes que ninguém viu e se viu, já esqueceu". O roteiro propõe a ser um suspense sobre uma jovem garota chamada Jane Emelin (Juliette Lewis). Ela acaba herdando o velho apartamento de seu avô. O que parece ser algo bom, acaba se revelando um presente de grego, já que o lugar esconde segredos. O próprio avô morreu em circunstâncias misteriosas e os vizinhos parecem saber de tudo, mas nada contam. Aliás são pessoas esquisitas e estranhas, uma verdadeira fauna de tipos bizarros. O filme tem boa premissa, mas falha em desenvolver seu enredo. O que se sobressai no final das contas é o bom elenco de apoio.

William Hurt, um ator sempre correto em cena, está especialmente sinistro. E o que dizer de Shelley Duvall? Ela sempre foi muito adequada para esse tipo de personagem. A simples aparição da atriz em corredores mal iluminados já garante o susto ao espectador. Enfim, não é um suspense nota 10, mas também passa longe de ser desprezível. O filme foi esquecido, quase que completamente, mas vale a espiada. A moral da história? Nunca se mude para lugares com um passado que você desconheça.

O Quarto Andar (The 4th Floor, Estados Unidos, 1999) Direção: Josh Klausner / Roteiro: Josh Klausner / Elenco: Juliette Lewis, William Hurt, Shelley Duvall / Sinopse: Um filme com trama envolvendo mistério e morte, com final surpreendente.

Pablo Aluísio.

Que Mulher É Essa?

O que falar desse filme? Eu me recordo que assisti no canal HBO, ainda no começo do canal. Não é definitivamente um filme que eu iria locar, por pura falta de interesse. Mesmo assim na TV a cabo acabei vendo. Nenhuma surpresa. É um filme com um roteiro bem básico, que se apoia muito (para não dizer totalmente) na beleza da atriz Liv Tyler. Assim temos um grupo de homens apaixonados por ela, cada um com uma visão diferente da garota. A Liv, que nunca foi boba nem nada, aproveita o plot para literalmente desfilar suas poses em cada cena.

A boa notícia é que ela estava mesmo no auge da beleza, ainda bem jovial e sensual. Cinematograficamente porém isso é muito pouco, pois não consegue sustentar um filme. Para piorar a distribuidora nacional escolheu um péssimo título nacional, com uma pergunta estúpida. Enfim, esse "One Night at McCool's" só é recomendado mesmo para os fãs incondicionais de Liv Tyler... se é que eles ainda existam nos dias de hoje!

Que Mulher É Essa? (One Night at McCool's, Estados Unidos, 2001) Direção: Harald Zwart / Roteiro: Stan Seidel / Elenco: Liv Tyler, Matt Dillon, Mary Jo Smith / Sinopse: A história de uma linda garota que usa de sua beleza para alcançar seus objetivos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Sedução Fatal

Um filme que poucos se lembram hoje em dia. É uma fita que se propõe a resgater em termos os elementos que fizeram o sucesso do cinema noir lá no passado, especialmente nas décadas de 1940 e 1950. Um ainda bem jovem Ewan McGregor interpreta um ex-espião, agora trabalhando como detetive particular, que segue os passos de uma estranha mulher, Joanna (Ashley Judd). Por onde ela passa deixa um rastro de mortes e crimes, o que fascina ainda mais o detetive.

Em seu rastro ele começa a colaborar indiretamente com a serial killer, apagando inclusive pistas essenciais para que os policiais a incriminem. Assim Ewan McGregor interpreta uma espécie de stalker (perseguidor) com desejos perigosos. O filme funciona apenas em parte. No começo quando o espectador começa a entender o enredo, tudo parece bem intrigante e diferente. Depois de um tempo o joguinho de sombras e escuridão começa a cansar. De uma maneira ou outra esse "Eye of the Beholder" pode ser uma boa opção para quem gosta do ator Ewan McGregor, aqui ainda em comecinho de carreira.

Sedução Fatal (Eye of the Beholder, Inglaterra, Canadá, 1999) Direção: Stephan Elliott / Stephan Elliott, baseado na novela policial escrita por Marc Behm / Elenco: Ewan McGregor, Ashley Judd, Patrick Bergin / Sinopse: Um detetive segue os passos de uma estranha mulher.

Pablo Aluísio.

Entrega a Domicílio

Todo mundo precisa começar de algum lugar. Não que o ator Paul Rudd seja um comediante excepcional, fora de série, nada disso. Aqui ele está em uma comédia romântica das mais bobinhas. O enredo é bobo, como tudo. Um jovem estudante, pensando estar sendo traído pela namorada, resolve lhe escrever uma carta terminando tudo. Nesse meio tempo ele descobre que está errado, que ela nunca o traiu. A partir daí ele começa uma corrida desesperada para evitar que a carta seja entregue a ela. Mais bobalhão impossível!

É um daqueles filmes bem descartáveis, que só não se torna uma perda completa de tempo por causa, entre outras coisas, da presença da atriz Reese Witherspoon no elenco. Ainda jovem, carismática - naquele estilo garota séria, quase psicótica e obsessiva com perfeição - a Reese salva o filme da ruína total. Provavelmente esse tipo de fita seja uma daquelas que ela hoje em dia deve sentir um pouquinho de vergonha por ter feito. Coisas da vida.

Entrega a Domicílio (Overnight Delivery, Estados Unidos, 1998) Direção: Jason Bloom / Roteiro: Marc Sedaka, Steve Bloom / Elenco: Paul Rudd, Christine Taylor, Reese Witherspoon / Sinopse: A vida de uma garota comum muda completamente quando ela cai em uma armadilha.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de novembro de 2018

A Rosa Púrpura do Cairo

Filme muito bom, de um tempo em que o diretor Woody Allen estava mais preocupado em fazer bom cinema do que se explicar para a imprensa por problemas de sua vida pessoal. Além disso esse é um tipo de filme bem mais realizado, com roteiro muito original e inteligente, bem ao contrário de seus últimos filmes que me soam cada vez mais artificiais, plásticos, sem substância. Steven Spielberg uma vez disse que um diretor de cinema só consegue manter o alto padrão de sua filmografia por no máximo uma década. Analisando os filmes de Allen chegamos nessa mesma conclusão. A boa notícia é que esse filme é de sua fase mais original e autoral, com um toque de mestre.

O filme conta uma estorinha pouco usual. Durante a década de 1930 uma espectadora pacata de cinema se vê diante de uma situação surreal. O seu personagem preferido de um filme salta da tela para o mundo real.  Jeff Daniels interpreta esse caçador branco que pula literalmente de um velho filme de aventuras para passar algum tempo no mundo das pessoas comuns. Claro, Allen aqui exercita a metalinguagem em um nível que nunca havia sido visto na sétima arte. Ainda bem que nesse processo acabou criando esse pequena obra prima cinematográfica.

A Rosa Púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo, Estados Unidos, 1985) Direção: Woody Allen / Roteiro: Woody Allen / Elenco: Mia Farrow, Jeff Daniels, Danny Aiello / Sinopse: Durante os anos 1930 um personagem de cinema resolve atravessar a tela, vindo parar no mundo real das pessoas comuns. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Woody Allen). Vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.

Pablo Aluísio.

O Garoto do Futuro

Outro filme que podemos chamar de pequeno "clássico" da Sessão da Tarde. Só nos anos 80 mesmo teríamos um filme como esse, da linha mais adolescente, só que com um roteiro muito esquisito (e ao mesmo tempo divertido). O ator Michael J. Fox interpretava um jovem colegial que tinha uma vida comum, normal, como muitos outros jovens de sua idade. Fase boa da vida, com colégio, namoradinha da escola, tudo seguindo numa boa, até que um dia ele descobre que é descendente de uma linha de lobisomens! Isso mesmo, ele em breve vai virar um monstro!

Só que seu pai o acalma, quem sabe virado em metade homem, metade lobo, ele não venha a se tornar o melhor jogador de basquetebol do colégio! Surreal, não é mesmo, mas muito divertido também. O roteiro brinca o tempo todo com a cultura pop. Outro aspecto a se considerar é que nesse mesmo ano Michael J. Fox faria o grande sucesso "De Volta Para o Futuro", assim o estúdio esperou o lançamento desse blockbuster para só depois lançar essa fita bem mais modesta, que acabou pegando carona no sucesso do filme de Zemeckis. Inclusive a distribuidora nacional sem o menor pudor resolveu apelar, criando o título "O Garoto do Futuro" que não tinha nada a ver com o filme que deveria se chamar mesmo "O Lobo Adolescente". Tudo para forçar uma barra com "De Volta Para o Futuro". Que coisa hein?

O Garoto do Futuro (Teen Wolf, Estados Unidos, 1985) Direção: Rod Daniel / Roteiro: Jeph Loeb, Matthew Weisman / Elenco: Michael J. Fox, James Hampton, Susan Ursitti / Sinopse: Scott Howard (Michael J. Fox) é um jovem adolescente colegial comum, como tantos outros, até o dia que descobre que sua família carrega a maldição da lua cheia e ele em breve também vai virar um lobisomem! O que fazer? Talvez se tornar o melhor jogador de basquete do time da escola... quem sabe...

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de novembro de 2018

Carlota Joaquina

Recentemente revi esse filme. Já tinha visto nos anos 90, quando ele foi lançado pela primeira vez. Naquela ocasião se disse que seria a retomada do cinema brasileiro após a era Collor. Foi um filme bancado quase que exclusivamente pela diretora Carla Camurati. Não é um filme historicamente preciso, nem essa foi a intenção da diretora. Ela assim aposta quase numa fábula, quando um escocês e uma garotinha conversam na praia e o assunto Brasil vem à tona. A partir daí ele começa a contar a história da vinda da família real portuguesa ao Brasil, obviamente com ênfase em Carlota Joaquina, a esposa de Dom João VI.

De fato há bom material sobre ela. Passou longe de ser uma rainha comum. Na verdade estava mais para megera e bruxa e Carla investe nisso, mas claro tudo sob um viés de muito bom humor. E no humor ninguém se destacaria mais do que Marco Nanini. Ele interpreta um rei caricato, sempre cambaleante, peruca despenteada e fora do lugar, escondendo sempre uma coxinha de galinha em sua roupa quase aos farrapos. É obviamente uma visão bem cartunesca, baseada em anos dessa imagem do improvável rei português. O roteiro porém acerta quando mostra que mesmo o monarca sendo um desastrado, covarde e até abobalhado, era capaz de tomar as decisões certas. O orçamento do filme foi pequeno, o que em alguns momentos fica claro na tela, mas mesmo assim o filme consegue convencer. Também com personagens históricos tão interessantes iria ficar mesmo complicado passar por cima da curiosidade natural em torno da história de nosso país.

Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (Brasil, 1995) Direção: Carla Camurati / Roteiro: Carla Camurati, Melanie Dimantas / Elenco: Marieta Severo, Marco Nanini, Marcos Palmeira, Antonio Abujamra, Beth Goulart, Ney Latorraca, Vera Holtz, Thales Pan Chacon / Sinopse: O filme traz uma visão bem humorada da vinda da família real portuguesa ao Brasil. O Rei Dom João VI, sua esposa Carlota Joaquina e toda a corte fugiram às pressas para a colônia após a ameaça de Napoleão Bonaparte em invadir as terras da nação lusa.

Pablo Aluísio.

Fúria Cannabis

O filme mostra o abismo em que a sociedade americana está afundada atualmente no tocante à questão das drogas. Os personagens são pessoas comuns, não criminosos, que acabam se envolvendo de uma forma ou outra com a chamada guerra das drogas. Um dos protagonistas é um jovem que fica desempregado. Sem dinheiro ele decide roubar alguns pés de maconha da plantação de um traficante. Tudo para revender e ter o que comer no fim do dia. A história se passa em uma das regiões mais pobres dos Estados Unidos, bem no meio do sul pantanoso.

Outro personagem curioso é um homem que viu sua vida acadêmica ser arruinada. Ele tinha tudo para vencer como professor universitário, era articulado e inteligente, mas no final deu tudo errado. Para sobreviver ele passa então a também vender maconha. E assim segue esse bom filme, mostrando pessoas que acabam se envolvendo no tráfico de uma forma ou outra. Embora existam boas cenas de ação, o principal mérito dessa produção é mostrar mesmo a vida barra pesada desse grupo de personagens sem futuro e sem esperança. Um bom retrato de uma América repleta de drogas e viciados, uma sociedade perdida nesse ponto de vista.

Fúria Cannabis (The World Made Straight, Estados Unidos, 2015) Direção: David Burris / Roteiro: Ron Rash, Shane Danielsen / Elenco: Noah Wyle, Jeremy Irvine, Minka Kelly / Sinopse: O filme mostra a realidade de pessoas comuns, empobrecidas, que vivem numa cidade do sul dos Estados Unidos. Para sobreviverem elas acabam entrando de uma forma ou outra no tráfico de drogas, em especial da maconha, nessas regiões.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Um Preço Acima dos Rubis

Eu sempre gostei dos filmes da atriz Renée Zellweger. Hoje em dia, como sabemos, ela destruiu sua imagem com uma série desastrosa de cirurgias plásticas que inclusive  mudaram suas feições, o que foi um absurdo completo. Nesse filme aqui, ainda bem, isso ainda não tinha acontecido. Renée Zellweger estava como sempre a conhecemos desde o começo de sua carreira, ou seja, era uma mocinha adorável. O interessante é que se trata de um drama até com tema meio pesado. Bem diferente da linha de seu trabalho na época, que ia de comédias românticas a filmes mais leves. Claro que ela estava mirando em prêmios maiores, como até mesmo o Oscar.

O tema do filme gira em torno de uma jovem mulher da comunidade judaica. Renée Zellweger interpreta Sonia Horowitz. Ela faz parte de uma uma família de judeus ortodoxos. Costumes fechados, rígidos, extremamente conservadores e tradicionais. No fundo ela sempre almejou por maior liberdade, mas como conseguir isso no meio daqueles parentes de costumes tão limitadores? Procurando por um pouco de independência pessoal, ela acaba indo trabalhar na joalheria do cunhado, ao mesmo tempo em que começa a se interessar por um homem latino, fora de seu meio social. Filme muito bom, embora, como já frisei, um pouco pesado, com forte carga dramática. Mesmo assim gostei bastante, principalmente pelos figurinos, pela direção de arte e reconstituição histórica. É um filme do tempo em que a Renée Zellweger ainda não tinha feito o grande erro de sua vida.

Um Preço Acima dos Rubis (A Price Above Rubies, Estados Unidos, 1998) Direção: Boaz Yakin / Roteiro: Boaz Yakin / Elenco: Renée Zellweger, Christopher Eccleston, Julianna Margulies / Sinopse: Jovem judia, nascida e criada numa comunidade fechada de judeus ortodoxos, sonha em ter mais liberdade e independência. Após ir trabalhar na joalheria de um parente acaba se apaixonando por um jovem artista latino. Filme indicado ao prêmio de melhor direção no Deauville Film Festival e melhor atriz (Renée Zellweger) no New York Film Critics Circle Awards.

Pablo Aluísio.

Taken

Título no Brasil: Taken
Título Original: Taken
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Television
Direção: Tobe Hooper, Breck Eisner, Bryan Spicer
Roteiro: Leslie Bohem
Elenco: Dakota Fanning, Matt Frewer, Emily Bergl, Heather Donahue, Adam Kaufman, Adam Kaufman

Sinopse e Comentários:
Foi com grande expectativa que os fãs de Steven Spielberg esperaram por essa série de TV. Afinal o programa era produzido pelo próprio Spielberg, através de sua companhia cinematográfica, a DreamWorks. Some-se a isso o fato do diretor estar voltando ao tema dos extraterrestres que tinham dado origem a dois clássicos absolutos do cinema sob sua direção, "ET- O Extraterrestre" e "Contatos Imediatos de Terceiro Grau".

Só que as expectativas não deram em nada. De certo modo essa série foi bem decepcionante. O tema central de seus dez episódios era o estranho fenômeno dos abduzidos. Pessoas que diziam ter sido levadas por naves espaciais de origem extraterrestre, onde eram submetidas a diversas experiências, inclusive com a implantação de chips debaixo de suas peles. A mesma roteirista escreveu os roteiros de todos os episódios, muitas vezes se baseando em depoimentos de pessoas reais. Ficou chato. A verdade é que muitas dessas estórias não passam de lendas urbanas um pouco mais elaboradas, com influência da cultura Sci-fi. Nada mais do que isso. Nem o fato de Spielberg ter contratado bons diretores, como Tobe Hooper, ajudou no resultado final. Achei realmente muito fraco em todos os aspectos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O Articulador

Título no Brasil: O Articulador
Título Original: People I Know
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Myriad Pictures
Direção: Daniel Algrant
Roteiro: Jon Robin Baitz
Elenco: Al Pacino, Kim Basinger, Téa Leoni, Ryan O'Neal, Richard Schiff, Robert Klein, Mark Webber

Sinopse e Comentários:
Al Pacino interpreta Eli Wurman, um relações públicas de Nova Iorque cuja principal função é jogar para debaixo do tapete os escândalos envolvendo seus clientes. O problema é que ele próprio tem seus fantasmas, inclusive envolvendo as drogas, em especial a cocaína. Provavelmente ele se inspirou em vários profissionais como esses que trabalharam ao seu lado durante anos, afinal Pacino foi uma celebridade por décadas.

Interessante filme, embora menor, da carreira de Al Pacino. O elenco coadjuvante é muito bom, contando com Kim Basinger, ainda antes do peso da idade chegar com mais força e Ryan O'Neal, ídolo dos anos 70, cuja carreira afundou justamente por causa dos abusos de drogas a que se submeteu por longos anos. Essas pessoas de Hollywood precisam mesmo desses "apagadores de incêndios" pois vira e mexe eles se envolvem em alguma confusão séria. A maiora das celebridades não passam de adultos que ainda não saíram da adolescência, com seus narizes sempre brancos, do pó de cocaína. E quem se envolve com drogas também acaba se envolvendo com o mundo do crime. Possuem tudo na vida e ao mesmo tempo nada possuem... Vai entender essa gente...

Pablo Aluísio.

A Garçonete

Título no Brasil: A Garçonete
Título Original: Waitress
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight
Direção: Adrienne Shelly
Roteiro: Adrienne Shelly
Elenco: Keri Russell, Nathan Fillion, Jeremy Sisto, Andy Griffith, Adrienne Shelly, Eddie Jemison

Sinopse e Comentários:
Bom filme estrelado pela atriz Keri Russell. Em meu caso me lembro mais dela da série "Felicity" que teve várias temporadas entre os anos de 1998 a 2002. Desde então tenho ouvido falar pouco nela. Provavelmente se casou e deixou a carreira um pouco de lado. De qualquer forma esse filme, um dos primeiros que fez no mundo do cinema, é bem interessante.

De maneira em geral sempre gostei desse tipo de roteiro que foca sua atenção na vida de pessoas comuns, como a garota que lhe atende como garçonete na lanchonete local, próximo de sua casa. No filme a Russell interpreta Jenna Hunterson. Ela é uma mocinha do sul, casada e grávida, que trabalha como garçonete. A vida é bem infeliz, até que ela conhece um novo cara, um sujeito de fora que chega para conquistar seu coração. Talvez a felicidade esteja ao seu lado... ou não! Um bom filme, bem humano, mostrando a história de uma garota comum, tentando vencer um dia de cada vez. Muito bom, gostei realmente.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A Freira

O filme até começa bem. Uma freira pula do alto da torre da abadia onde vive. Ela se joga para a morte com uma corda no pescoço. Obviamente um suicídio. Quem a encontra, muitos dias depois, já em estado de decomposição, é um morador de um vilarejo local que todos os meses vai até a abadia com mantimentos. O caso trágico chama a atenção da igreja que manda até o local o Padre Burke (Demián Bichir), acompanhando da jovem noviça Irmã Irene (Taissa Farmiga). Eles precisam descobrir o que estaria por trás da morte da religiosa. Uma vez chegando na abadia descobrem que o lugar é mais do que sinistro. A madre superiora é uma figura sombria, que nunca mostra o rosto. Também aparece pouco amigável. Já o contato com as demais freiras do local se torna praticamente impossível, pois elas vivem em clausura completa. Aos poucos o padre vai descobrindo cada vez mais sobre o passado do lugar, o que talvez explique tudo o que estaria acontecendo.

O problema maior desse filme "A Freira" é que o roteiro não valoriza o suspense, o mistério. O filme vai bem até mais ou menos a metade da duração. Depois as coisas vão acelerando até perder totalmente o seu maior trunfo, que seria justamente a sugestão, as sombras, o mistério. O fato é que o roteiro explica demais o que está acontecendo no filme, com isso o suspense vai para o ralo. Filmes assim, que subestimam a inteligência do espectador, escancarando tudo de uma vez, perdem demais no quesito terror. São filmes que não conseguem confiar no público. Tem que explicar tudo direitinho, dando até o nome do demônio que age na abadia. Não é assim que se produz um bom filme de terror!

No mais fica pelo menos a curiosidade de ver a irmã mais jovem da atriz Vera Farmiga atuando  E ela é até bem carismática. Por falar nisso a Vera é uma das produtoras executivos do filme que é mais um a trazer a marca da série de filmes de terror de sucesso "The Conjuring". Para quem não se lembra tudo começou lá atrás, em 2013, com "Invocação do Mal". Todos os filmes estão de uma forma ou outra interligados. Essa figura sombria da Freira inclusive já havia aparecido antes. Era no começo apenas uma assombração apavorante, mas que o roteiristas resolveram desenvolver mais, contando sua história. Uma pena que apenas isso não consiga salvar o filme de seus próprios erros.

A Freira (The Nun, Estados Unidos, 2018) Direção: Corin Hardy / Roteiro: Gary Dauberman, James Wan / Elenco: Demián Bichir, Taissa Farmiga, Jonas Bloquet / Sinopse: Após a morte misteriosa de uma freira, um padre e uma noviça são enviados pelo Vaticano para descobrir tudo o que estaria por trás daquela morte trágica.

Pablo Aluísio.

Hellboy Animated: O Espírito de Fantasma

Aos domingos gosto de comentar animações aqui no Blog. A dica de hoje é "Hellboy Animated: O Espírito de Fantasma". Um fato curioso é que esse roteiro foi cogitado para ser do terceiro filme do personagem no cinema. Quase foi usado em "Hellboy 3". Como sabemos o estúdio cancelou essa produção. Foi então que Guillermo del Toro teve a ideia de produzir esse longa de animação. Segundo ele mesmo explicou na época de lançamento: "Era uma estória boa demais para deixar na gaveta". E que enredo é esse? Basicamente temos aqui Hellboy enfrentando uma vampira milenar, claramente baseado na história (essa real) da condessa Elizabeth Bathory, uma nobre que se banhava em sangue de jovens camponesas que ela mandava matar. Tudo para manter juventude e beleza eternas!

Logo no começo da animação percebemos que o roteiro realmente é muito mais bem elaborado do que àqueles usados rotineiramente em desenhos animados. Há duas linhas temporais, uma no passado e outra no presente quando Hellboy e seu grupo vão investigar uma velha mansão, com fama de mal assombrada. Na verdade as almas penadas que vagam por seus corredores são justamente das mocinhas assassinadas pela condessa de sangue. Há também espaço para o surgimento de um culto a uma antiga divindade que obviamente ganha a vida e vem acertar contas com o próprio Hellboy. Enfim, a criação do desenhista e roteirista Mike Mignola mostra mais uma vez que tem carisma de sobra. E no mundo das animações funciona perfeitamente bem. Diversão garantida.

Hellboy Animated: O Espírito de Fantasma (Hellboy Animated: Blood and Iron, Estados Unidos, 2007) Direção: Victor Cook, Tad Stones / Roteiro: Kevin Hopps, Mike Mignola / Elenco: Ron Perlman, Selma Blair, John Hurt / Sinopse: Animação com o famoso personagem da editora Dark Horse, criado por Mike Mignola. Aqui ele enfrenta uma antiga condessa vampira que deseja retomar ao nosso mundo para novamente espalhar terror e morte por onde passar.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Christopher Robin

Não faz muito tempo assisti ao filme  "Adeus Christopher Robin". Era a história real do garotinho que se tornou célebre após seu pai o colocar como personagem de um livro infantil que se tornou um best-seller mundial. Acabou se tornando um das publicações infantis mais vendidas de todos os tempos, contando justamente a fábula do pequeno Robin ao lado de seus brinquedos em um bosque perto de sua casa. Isso deu origem a personagens muito famosos como o ursinho Pooh, o Tigrão e o Leitão. Esse filme foi muito interessante para conhecer a verdadeira história do Christopher Robin, mostrando também o quanto ele sofreu com esse estigma depois que se tornou adulto. Pois bem, a Disney então decidiu produzir agora esse "Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível". Ao contrário do filme anterior que era um drama histórico esse aqui é mesmo uma fábula cinematográfica feita para crianças ali em torno de 5 a 7 anos de idade. Não é de se surpreender já que a Disney há muito tempo comprou os direitos autorais do livro original e agora os tem em sua vasta galeria de personagens infantis. Uma adaptação para o cinema já era esperada há bastante tempo.

Nesse segundo filme o Christopher Robin já é um adulto. Interpretado por Ewan McGregor, ele é um homem triste e preocupado. Pai de família, contador numa empresa que vende malas, ele precisa cortar custos de produção ou então a empresa será fechada e ele perderá o emprego. Segundo sua mulher, Robin se tornou um sujeito estressado que nunca sorri. Os amigos de infância - os antigos brinquedos - estão esquecidos em um canto da floresta ao redor de sua antiga casa. Até que um dia Robin recebe a visita do ursinho Pooh (no Brasil esse personagem é conhecido como ursinho Puff) e então sua vida muda novamente. Ele volta à sua velha casa e acaba revivendo o prazer de brincar e ser novamente uma criança.

Como se pode perceber é mesmo uma fábula, um conto de fadas. É um bom filme, bem produzido, com todos os elementos em cena. Porém devo dizer que ainda gostei muito mais de "Adeus Christopher Robin", até porque contou muito da história do verdadeiro Robin. Nesse segundo filme tudo é baseado em fantasia. Como as origens do ursinho Puff e seus amigos não são tão populares no Brasil possa ser que esse filme fique um pouco incompreensível para a maioria do público. Por isso deixo a dica para ver primeiro o outro filme para conhecer toda a história do livro que deu origem a tudo. Só depois veja esse da Disney. Com isso você terá maiores informações para curtir melhor essa produção

Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível (Christopher Robin, Estados Unidos, 2018) Direção: Marc Forster / Roteiro: Alex Ross Perry, Tom McCarthy, baseados na obra original escrita por A.A. Milne / Elenco: Ewan McGregor, Hayley Atwell, Bronte Carmichael / Sinopse: Christopher Robin (Ewan McGregor) é um adulto casado, pai de família, contador em uma empresa que fabrica malas e que tem uma vida estressante e infeliz. Em um determinado dia ele é surpreendido pela visita de um velho amigo da infância, o ursinho Puff, que vem para lhe lembrar de como ele era feliz quando criança, quando brincava e se divertia no bosque perto da casa de seus pais.

Pablo Aluísio.

A Obsessão de Napoleão: Egito

Título no Brasil: A Obsessão de Napoleão: Egito
Título Original: Napoleon's Obsession: The Quest for Egypt
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: National Geographic Channel, Discovery Channel
Direção: Peter Spry-Leverton
Roteiro: Peter Spry-Leverton
Elenco: Bob Brier (narrador)

Sinopse e comentários:
Excelente episódio da National Geographic desvendando a campanha militar de Napoleão Bonaparte no Egito. Nos livros didáticos de história você vê esse evento muito superficialmente, quase como um degrau coberto de glórias do imperador rumo à conquista da Europa. Só que os historiadores que serviram de base para esse documentário demonstram, sem meias verdades, que a campanha na verdade foi um desastre, com alto custo militar.

Isso sem contar a morte de milhares de soldados. Um ponto menor para Napoleão que não tinha mesmo muita consideração pela vida humana. Na verdade o imperador queria apenas inflar seu ego descomunal. O Egito e sua história milenar iria trazer uma espécie de "validação" de seu poder. Só que o povo daquela nação nunca conseguiu aceitar a presença de Napoleão e os franceses, ainda mais depois que o imperador começou a inventar mentiras, como a que dizia que ele tinha se convertido ao islamismo! Pura propaganda política sem ligação com a realidade.

Muitos morreram e a presença da França no Egito foi fugaz, sem retorno consistente. Um mero capricho que custou muito caro para os cofres da nação francesa. Muitos dos homens de Napoleão morreram de uma peste desconhecida. Outros foram abandonados no meio do deserto, para morrerem de fome e sede.  Até quando Napoleão tentou ir para o Oriente Médio o fiasco não foi menor. Ele perdeu sua armada (sua marinha) e não conseguiu conquistar a Terra Santa. Um desastre completo atrás do outro. Só restou ao imperador francês voltar para Paris, para obviamente contar um monte de mentiras sobre suas falsas conquistas. A conclusão final que chegamos ao final desse documentário é que Napoleão Bonaparte não era apenas um maníaco egocêntrico, mas também um dos maiores mentirosos da história!

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A Torre Negra

Seguramente um dos piores filmes baseados na obra de Stephen King que já tive o desprazer de assistir. Uma daquelas tramas que não tem salvação, ruim demais para se levar em frente, esse é aquele tipo de filme condenado desde o começo. Não importa que a produção seja milionária e nem que o elenco seja composto por bons atores (o que estaria Matthew McConaughey fazendo aqui?). Quando a ideia inicial é ruim, nada mais se salva. E aqui a culpa vai quase toda para King. Estaria o escritor sem novas ideias? Apelando cada vez mais para enredos fracos, sem um pingo de criatividade? Sim, porque essa coisa de uma torre que protege toda a humanidade me soou meio derivada de "O Senhor dos Anéis". Um plágio disfarçado? Poder ser...

Como eu já escrevi a estória é de amargar. Um garotinho de Nova Iorque descobre que em um universo paralelo existe uma torre que mantém a salvo toda a humanidade. Claro que seres das sombras surgem para acabar com essa proteção. De um lado temos uma espécie de bruxo ou mago, um feiticeiro das forças do mal e do outro um pistoleiro que parece ter saído diretamente de algum filme B de faroeste. E no meio disso tudo fica o espectador com cara de tédio... Enfim, o único conselho que tenho a dar sobre esse filme é bem simples: não assista, não vá perder seu precioso tempo com coisas inúteis.

A Torre Negra (The Dark Tower, Estados Unidos, 2017) Direção: Nikolaj Arcel / Roteiro: Akiva Goldsman, Jeff Pinkner / Elenco: Idris Elba, Matthew McConaughey, Tom Taylor / Sinopse: Em um universo paralelo uma grande torre protege o mundo tal como conhecemos. Forças do mal vão tentar colocar tudo abaixo para que o mal prevaleça sobre todos os homens.

Pablo Aluísio.

Demons - Filhos das Trevas

Eu era bem jovem ainda quando assisti "Demons" pela primeira vez. Ainda era no tempo das locadoras de vídeos VHS e alugar um filme de terror italiano não me deixava muito animado. Quando levei a cópia para casa fiquei com aquela sensação de que iria perder meu dinheiro. Só que fui em frente, por indicação de alguns amigos que diziam que sim, o filme era bom, podia confiar. O filme era mais violento do que eu pensava, claro, porém quando se tem por volta de 14, 15 anos, isso acabava fazendo parte também da diversão.

Basicamente esse filme de terror quase não tem roteiro. É uma orgia de sangue que acontece dentro de um cinema, quando convidados desavisados pensam que vão curtir uma sessão de cinema grátis, mas que acaba se revelando uma armadilha mortal. Nunca mais revi o filme, por pura falta de interesse, mas penso que todos os efeitos especiais, a maquiagem sangrenta e todos os aspectos da produção devem ter ficado mais do que datados. "Demons" assim acabou sendo apenas uma picardia estudantil, de uma época em que alugar filmes como esse era uma grande "subversão"! Cinematograficamente falando porém o filme só vale por ter o nome do mestre Dario Argento nos créditos e nada muito além disso.

Demons - Filhos das Trevas (Dèmoni, Itália, 1985) Direção: Lamberto Bava / Roteiro:  Dardano Sacchetti, Dario Argento / Elenco: Urbano Barberini, Natasha Hovey, Karl Zinny / Sinopse: Um grupo de convidados chegam para assistir a uma sessão de cinema gratuita, mas logo percebem que estão dentro de uma armadilha mortal e brutal de puro terror.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de novembro de 2018

Papillon

Claro que esse remake jamais seria tão bom quanto o filme original. Aquele é um clássico absoluto, com Steve McQueen e Dustin Hoffman no auge de suas carreiras. Inclusive revi não faz muito tempo e o filme continua com a mesma força do passado. Maravilhoso. Essa nova refilmagem parte do mesmo ponto de partida, o livro de memórias escrito por Henri Charrière, vulgo 'Papillon'; Quem foi ele? Foi um ladrão de joias francês que acabou sendo preso em Paris acusado de um assassinato. Um crime que ele sempre jurou jamais ter cometido. Condenado à prisão perpétua, foi enviado para cumprir sua sentença na terrível colônia penal localizada na Guiana Francesa. Lugar inóspito, violento, com o pior que o sistema carcerário francês poderia oferecer. Na viagem de navio até lá, ele se oferece como guarda-costas do frágil Louis Dega (Rami Malek), um inteligente contador que se deu mal ao falsificar títulos no mercado financeiro. Ele é do tipo intelectual, pequeno e franzino, cuja única forma de sobreviver seria contar com a ajuda de um cara mais jogo duro como o próprio Papillon (nesse filme interpretado pelo bom ator Charlie Hunnam). No começo ele o defende em troca de dinheiro e ajuda para seus planos de fuga, mas depois nasce uma verdadeira amizade entre eles.

Uma vez na prisão começam todas as torturas e barbaridades típicas de um lugar como aquele. Para um prisioneiro condenado, sem esperanças, o único jeito era sobreviver um dia de cada vez. E os perigos vinham de todos os lados, não apenas dos guardas sádicos, mas também dos outros prisioneiros. O filme resgata aqueles momentos que já conhecíamos do filme original, como a cela solitária, escura e infecta que Papillon precisou enfrentar, ficando dois anos naquele buraco, até suas inúmeras tentativas de fugir e o envio para a famigerada Ilha do Diabo.

Tudo muito bem refeito nessa produção, que se não é tão boa como o clássico, mantém pelo menos uma boa qualidade cinematográfica. Penso que o remake terá sua finalidade, uma vez que apresentará essa história para as novas gerações. A mensagem é de perseverança e luta pela liberdade, além, é claro, de funcionar como denúncia dos excessos de um sistema prisional desumano e cruel. Sob esse ponto de vista "Papillon" continua sendo tão atual como qualquer livro lançado na semana passada. Um verdadeiro clássico da literatura e do cinema.

Papillon (Estados Unidos, França, 2017) Direção: Michael Noer / Roteiro: Aaron Guzikowski, baseado nos livros "Papillon" e "Banco", escritos pelo autor  Henri Charrière / Elenco: Charlie Hunnam, Rami Malek, Eve Hewson, Joel Basman / Sinopse: Após ser acusado de um crime que não cometeu, o ladrão de joias Henri Charrière ('Papillon') é enviado para uma distante e cruel prisão francesa localizada na Guiana, na América do Sul. Lá tentará sobreviver a todas as torturas e violências imagináveis. O verdadeiro inferno na Terra. História baseada em fatos reais.

Pablo Aluísio.

Amityville: O Despertar

Quando todos pensavam que não havia mais o que tirar dessa marca de filmes de terror eis que surge nos cinemas um novo filme da saga Amityville. É o oitavo filme de uma longa linha que vem desde os anos 70  Pois bem, a novidade agora é que o estúdio decidiu fazer um filme com história independente, não relacionada com todas as produções anteriores. A única ligação acaba sendo mesmo a casa e nada mais. "Amityville: O Despertar" mostra uma nova família se mudando para a velha mansão. Aparentemente são boas pessoas, normais, sem problemas de relacionamento entre eles.

Apenas um dos jovens está passando por uma situação complicada de saúde. Ele está em coma, em fase de recuperação. E quando todos já estão devidamente acomodados na casa, em seus quartos, tudo instalado e que começam os problemas. Velhos problemas sobrenaturais que os fãs de Amityville já conhecem muito bem. É um filme simples, com roteiro que vai direto ao ponto. Não quiseram inventar nada de novo. Com isso o roteiro se mostra eficiente. Também acertaram na duração. Não é um daqueles filmes longos demais que vão torrar nossa paciência. Pelo contrário, não há cenas gratuitas e desnecessárias. No final de tudo, diria que esse é um filme de terror bem OK, nada demais. Não chega também a ser ruim. Será que depois desse haverá um nono filme? Bom, só o tempo dirá. Vamos aguardar.

Amityville: O Despertar (Amityville: The Awakening, Estados Unidos, 2017) Direção: Franck Khalfoun / Roteiro: Franck Khalfoun / Elenco: Jennifer Jason Leigh, Bella Thorne, Mckenna Grace / Sinopse: Família se muda para uma velha casa onde no passado aconteceu um crime horrível, onde toda uma família foi assassinada. Em pouco tempo começam a ocorrer diversos fenômenos sobrenaturais entre seus corredores escuros e sombrios.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de novembro de 2018

22 Milhas

Mais um filme de ação que foi lançado recentemente nos cinemas. É um thriller movimentado, com edição nervosa, daquele tipo em que cada quadro dura apenas alguns segundos. Chega a ser alucinante em certos momentos. A trama é das mais simples: algumas cápsulas contendo Césio 139 (um material altamente radioativo) desapareceram. O serviço de inteligência do governo americano acredita que elas serão usadas por terroristas nas chamadas bombas sujas. Poucas gramas desse elemento químico poderiam matar centenas de milhares de pessoas numa grande cidade. O agente especial James Silva (Mark Wahlberg) está no grupo que precisa encontrar o Césio. Um policial diz saber onde estão as cápsulas. Só que ele exige duas condições para entregar sua localização: primeiro embarcar em um avião militar americano rumo aos Estados Unidos. Segundo ganhar asilo político. O problema é levar o tal delator para a pista de pouso. São 22 milhas até lá. Claro que muitos vão querer matá-lo antes que chegue em seu destino. O desafio é ficar vivo até chegar na pista de pouso. Basicamente é isso.

Não há maior desenvolvimento dos personagens principais. Até mesmo o agente Silva tem um passado explicado em poucos segundos. Ele era um jovem com alto QI que foi recrutado para participar de operações especiais, ultra secretas. O que importa no filme é desenvolver inúmeras sequências de ação. Uma mais mirabolante do que a outra. Tiros, explosões, carros voando para todos os lados. Destruição em massa.  Como o filme é curtinho, com edição alucinada, o espectador nem tem tempo de ficar entediado. Como mero filme de ação funciona muito bem, temos que admitir. Um tipo de diversão ligeira e eficiente. Até que vale o ingresso.

22 Milhas (Mile 22, Estados Unidos, 2018) Direção: Peter Berg / Roteiro:  Lea Carpenter, Graham Roland / Elenco: Mark Wahlberg, Lauren Cohan, Iko Uwais / Sinopse: O agente James Silva (Mark Wahlberg) é designado para participar de uma operação que deve levar um delator até um avião rumo aos Estados Unidos. No caminho será necessário sobreviver pois muitos querem sua morte.

Pablo Aluísio.

Círculo de Fogo: A Revolta

Segundo filme dessa franquia "Círculo de Fogo". É até fácil entender porque esse tipo de filme é produzido pelos estúdios. Basta apenas pegar o mesmo programa de computação gráfica que foi usado nos filmes da série "Transformers" e adaptar para esses robôs gigantes que enfrentam monstros vindos de outra dimensão, usando fendas submarinas para chegarem em nosso mundo. O material original é japonês, usado em mangás, então você já sabe de antemão tudo o que vai acontecer na tela. Basicamente um grande quebra pau entre robôs enormes e monstros espaciais. No meio da pancadaria eles vão destruindo Tóquio mais uma vez - e você ai pensando que apenas o Godzilla destruía a metrópole japonesa...

É uma aventura feita para um público bem jovem, ali na faixa dos 14 anos de idade. A garotada gosta mesmo de coisas desse tipo e não há nada de errado nisso. Faz parte da fase de amadurecimento, indo para a adolescência. Agora espantoso mesmo é saber que essa produção entre Estados Unidos, Japão e China conseguiu torrar 150 milhões de dólares em sua transposição para as telas de cinema. É muito dinheiro envolvido. Acredito que por essa razão esse seja o último filme a ser produzido, já que embora o filme tenha dado lucro nas bilheterias, não foi nada de muito excepcional (290 milhões arrecadados no mundo inteiro). Penso que da próxima vez eles vão pensar duas vezes antes de gastar uma fortuna dessas em um filme como esse.

Círculo de Fogo: A Revolta (Pacific Rim: Uprising, Estados Unidos, Japão, China, 2018) Direção: Steven S. DeKnight / Roteiro: Steven S. DeKnight, Emily Carmichael / Elenco: John Boyega, Scott Eastwood, Cailee Spaeny / Sinopse: Após a destruição do primeiro filme e da expulsão da invasão alienígena uma nova ameaça surge no horizonte. Uma criatura que consegue unir a força dos robôs gigantes usados pela humanidade a a mente dos monstros comandados por aliens invasores.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Saturno 3

Fazer filmes de ficção é bem complicado, ainda mais quando você não tem a produção certa, a direção de arte adequada, figurinos, efeitos especiais, etc. É aquele tipo de filme que precisa começar a dar certo muito antes do começo das filmagens, ainda na chamada pré-produção. Esse não foi o caso desse "Saturno 3", um filme que poucos se lembram nos dias de hoje. Cópias são raras e o filme nunca é exibido em canais a cabo (não que eu me lembre ou que tenha topado com ele sendo exibido por aí).

Nem é preciso dizer que o filme está mais do que datado. O desenho das naves, as roupas dos astronautas, os cenários e os pobres efeitos especiais envelheceram absurdamente. Tudo parece muito mal feito nos dias de hoje. Até um robô que era sensação na época hoje em dia parece torto e mal ajambrado. Parecia uma geringonça mal feita saída de algum ferro velho ou de uma lata de lixo! A única razão para ver esse filme hoje em dia vem do elenco, começando pela beleza (e belos cabelos) da pantera Farrah Fawcett, passando pela presença do mito envelhecido Kirk Douglas. No meio do espaço fake eles ainda mantém o mínimo interesse no que se passa naquela nave de papelão.

Saturno 3 (Saturn 3, Estados Unidos, 1980) Direção: Stanley Donen / Roteiro: Martin Amis, John Barry / Elenco: Farrah Fawcett, Kirk Douglas, Harvey Keitel / Sinopse: Dois astronautas em missão numa base espacial localizada nos arredores do planeta Saturno precisam lidar com novos tripulantes, sendo um deles um burocrata da empresa espacial e o outro um enorme robô cuja presença na nave nunca chega a ser explicada de forma satisfatória.

Pablo Aluísio.

Remo, Desarmado e Perigoso

Não adianta, se você não tem mais de 40 anos de idade muito provavelmente nunca ouviu falar nesse filme policial. Estou certo que não o assisti no cinema. Se me lembro bem esse tipo de filme sempre entrava em cartaz em um pequeno cinema poeira no centro da cidade onde eu morava nos anos 80. Era o lugar ideal para esse tipo de filme B, no estilo Chuck Norris de fazer cinema. O curioso de tudo é que apesar do roteiro ter sido escrito para Norris, acabou caindo nas mãos de Fred Ward! Quem é ele? Na época (estou me referindo aos anos 80) ele passava longe de ser um astro de cinema. Estava mais para aquele tipo que você até conhecia de outros filmes, mas que nunca havia memorizado seu nome. Como era o nome desse cara mesmo?

Outro fato digno de nota para essa fita de ação chamada "Remo, Desarmado e Perigoso" é que por mais incrível que isso possa parecer, concorreu a uma categoria do Oscar!!! Isso mesmo que você leu! A fita concorreu na categoria de melhor maquiagem para Carl Fullerton! Nada mal. E o que dizer da indicação ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator coadjuvante? Joel Grey teve essa honra e foi indicado. Assim Remo foi realmente uma fitinha B cheia de moral com os grandes prêmios do cinema! Vai entender...

Remo, Desarmado e Perigoso (Remo Williams: The Adventure Begins, 1985) Direção: Guy Hamilton / Roteiro: Richard Sapir, Warren Murphy / Elenco: Fred Ward, Joel Grey, Wilford Brimley / Sinopse: Um homem dado como morto se torna o mais letal e profissional assassino a serviço do presidente dos Estados Unidos. Agora ele precisa sobreviver a uma missão mortal, de vida ou morte.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

A Professora do Jardim de Infância

Esse filme na realidade é o remake americano de uma produção israelense de 2014. A história segue sendo basicamente a mesma. Lisa Spinelli (Maggie Gyllenhaal) trabalha como professora do jardim de infância pela manhã e durante à noite frequenta um curso de poesia. Ele escreve poemas, mas sem muito talento, não consegue chamar a atenção nem do professor e nem dos demais alunos. É apenas um poetisa amadora, embora ela ame poesia de uma maneira em geral. Até que um dia um de seus alunos de cinco anos começa a criar ele mesmo poemas. A questão é que a poesia criada pelo menino é de alto nível, que chama atenção até mesmo do professor de Lisa.

Ela então fica um tanto obcecada pelo garoto, sempre esperando que ele venha a surgir com novos estrofes. Essa ligação acaba chamando a atenção da outra professora e até mesmo do pai do garoto. Frustrada em sua vida pessoal, Lisa começa a desenvolver um comportamento obsessivo em relação ao aluno, o que acaba criando uma série de problemas para ela. Um bom filme, interessante, O grande diferencial vem da boa atuação da atriz Maggie Gyllenhaal. É aquele tipo de papel de entrega completa à personagem e nesse aspecto ela se sai muito bem. O roteiro dá a impressão, em determinado momento, que a coisa toda vai desandar, que a professora viria até mesmo a ser acusada de pedofilia, mas felizmente ele não cai nesse tipo de sensacionalismo barato. É apenas uma bem desenvolvida teia de relacionamentos entre uma mulher adulta, frustrada com sua falta de talento pela poesia e aquilo que parece ser algo nato, natural para o seu aluno poeta.

A Professora do Jardim de Infância (The Kindergarten Teacher, Estados Unidos, 2018) Direção: Sara Colangelo / Roteiro: Sara Colangelo, Nadav Lapid / Elenco: Maggie Gyllenhaal, Gael García Bernal, Ato Blankson-Wood / Sinopse: O filme conta a história da professora de ensino fundamental Lisa Spinelli (Maggie Gyllenhaal). Poetisa frustrada e sem talento, ela se torna obcecada por um de seus alunos que demonstra ter um talento incomum para escrever versos. Filme premiado no Sundance Film Festival.

Pablo Aluísio.

Admiradora Secreta

Mais um "clássico Sessão da Tarde" sem culpas. Esse filme, uma espécie de drama romântico adolescente com toques de humor, tinha no elenco a atriz Kelly Preston. Hoje em dia ela é mais conhecida como a Sra. John Travolta, mas nos anos 80 ela era uma teenager com rosto de anjo. Já a conhecia de outro filme dessa mesma época, a comédia picante "A Primeira Transa de Jonathan", mas aqui ela ressurgia com mais graça ainda - e sem cenas de nudez gratuita. A Preston inclusive teve uma carreira meio opaca depois desses primeiros filmes. Provavelmente porque começou a namorar Travolta (que tinha fama de gay em Hollywood) e decidiu se dedicar de corpo e alma a ele. Ruim para os cinéfilos, bom para o John, claro!

O enredo pode ser definido como um romance colegial. Uma carta anônimo acaba dando origem a várias situações, a maioria delas meros desencontros constrangedores entre colegiais. O ator principal do filme foi o ídolo teen  C. Thomas Howell, muito requisitado nos anos 80 para interpretar rapazes colegiais de bom coração. Um velho clichê de escalação de elenco daqueles tempos. Ah e antes que me esqueça: a trilha sonora, como sempre, é muito boa, cheia de bandas New Wave, o som FM e moderninho daquela moçada cheia de laquê no cabelo!

Admiradora Secreta (Secret Admirer, Estados Unidos, 1985) Direção: David Greenwalt / Roteiro: Jim Kouf, David Greenwalt / Elenco: C. Thomas Howell, Kelly Preston, Lori Loughlin / Sinopse: Uma carta anônima acaba criando várias confusões amorosas em um grupo de jovens estudantes dos anos 80.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

007 - Na Mira dos Assassinos

Esse filme foi marcante por diversos motivos. Em nível pessoal foi o primeiro filme de James Bond que assisti no cinema! Já para a franquia do agente inglês marcou a despedida do ator Roger Moore do personagem que o consagrou durante toda a década de 1970. Ele já estava velho para o papel, só que o estúdio com medo de mudanças o deixou um pouco mais. Nessa produção ela já demonstra que não tinha mais o mesmo pique e vigor dos primeiros filmes. A idade já começava a pesar. Curiosamente isso porém não atrapalhou o filme como um todo, pois até hoje os fãs elogiam "A View to a Kill" com um dos melhores do agente. Algo que poucos poderiam imaginar quando o filme foi lançado nos cinemas.

Pequenos detalhes de produção fizeram diferença. Desde o bom roteiro escrito pela dupla Richard Maibaum e Michael G. Wilson, passando pela direção do veterano diretor John Glen que dirigiu vários filmes de Bond ao longo dos anos. Até a trilha sonora se tornou acima da média, sendo assinada pelo grupo Duran Duran em parceria com o maestro e compositor John Barry. Grace Jones ajudava no elenco de apoio e a trama mantinha o interesse. Praticamente nada faltou mesmo nesse Bond dos anos 80. O enredo girava em torno de um vilão em busca de controlar o novo mundo da tecnologia que nascia (a internet ainda não era uma realidade para todos, mas já existia e o PC começava a ser um item comum nas casas). Enfim, um filme de James Bond que não fica nada a dever aos melhores da série.

007 - Na Mira dos Assassinos (A View to a Kill, Estados Unidos, Inglaterra, 1985) Direção: John Glen / Roteiro: Richard Maibaum, Michael G. Wilson, baseados na obra original escrita por Ian Fleming / Elenco: Roger Moore, Christopher Walken, Grace Jones, Tanya Roberts / Sinopse: O agente James Bond (Roger Moore) precisa destruir os planos de um vilão que deseja se apoderar de uma nova tecnologia que estava para nascer. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Música Original ("A View to a Kill" de Duran Duran e John Barry).

Pablo Aluísio.

Quase Igual aos Outros

Ah, os anos 80 e suas comédias juvenis. Provavelmente tenha sido a década mais criativa do cinema nesse subgênero cinematográfico. Nem precisa citar ou lembrar nomes como John Hughes para entender isso. Mesmo filmes menores eram ótimos nesse aspecto. Quer um exemplo? Basta lembrar de "Just One of the Guys", um verdadeiro clássico da Sessão da Tarde. Não vi o filme no cinema, mas ele era mesmo figurinha fácil nas tardes da Rede Globo, sempre sendo reprisado. Assim como aconteceu com "Curtindo a vida adoidado" acabou virando uma espécie de pequeno clássico juvenil dos anos 80.

O enredo era muito divertido ao mesmo tempo em que explorava um draminha na vida da adolescente Terry Griffith (Joyce Hyser), Ela e passada para trás numa seleção e atribui isso ao fato de ser uma garota. Qual seria a solução então? Ela passa a se vestir e se comportar como um garoto, tendo que entrar no mundo masculino dos rapazes (com suas escrotices) sempre fingindo ser um cara. Obviamente que esse disfarce sexual gera inúmeras situação divertidas e constrangedoras. Ao mesmo tempo ela (como ele) acaba se apaixonando pelo melhor amigo (que não sabe que ela é uma garota). Filme muito legal que assisti inúmeras vezes na minha juventude. E como destaque não poderia deixar de elogiar a atriz Joyce Hyser. Bonita e talentosa, nunca mais ouvi falar nela! Que pena!

Quase Igual aos Outros (Just One of the Guys, Estados Unidos, 1985) Direção: Lisa Gottlieb / Roteiro: Dennis Feldman, Jeff Franklin / Elenco: Joyce Hyser, Clayton Rohner, Billy Jayne / Sinopse: Clássico juvenil da Sessão da Tarde o filme conta a história de uma garota que se faz passar por um garoto, mas que acaba se apaixonando pelo seu suposto melhor amigo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

A Cor Púrpura

Eu me recordo, olhando para o passado, que em meados dos anos 80 já era um grande fã de cinema. Desses de ir semanalmente assistir algum filme que estava entrando em cartaz. E ser fã de cinema nessa época era também ser fã do diretor Steven Spielberg.. Ele estava no auge, sendo chamado de "O Rei de Hollywood". Sua filmografia estava repleta de blockbusters, grandes sucessos de bilheteria. Também colecionava uma certa má vontade por parte dos críticos que o acusavam de ser o eterno "Peter Pan do cinema", ou seja, um diretor que se recusava a crescer, sempre apostando em filmes mais divertidos, de temática voltada para o público jovem. Foi com esse "The Color Purple" que Spielberg, pela primeira vez em sua carreira, foi atrás de um tema mais sério para seus filmes. Foi uma transição em seu modo de produzir cinema.

É um drama sobre uma mulher negra no sul racista dos Estados Unidos. O filme praticamente acompanha toda a sua vida sofrida, desde a infância até a idade adulta. È um retrato penoso do que era ser uma mulher negra e pobre naqueles tempos difíceis. A protagonista se chamava Celie Johnson e era interpretada pela atriz Whoopi Goldberg. Ver uma comediante como ela encarando um papel extremamente dramático como esse era tão estranho como ver Spielberg dirigindo um filme sobre racismo. Mesmo assim as coisas acabaram dando certo. O filme obviamente nunca rendeu nas bilheterias como os grandes sucessos de Spielberg, na verdade houve quem dissesse que ele tinha se tornado o primeiro fracasso de bilheteria do diretor, porém acabou agradando bastante aos críticos que passaram a partir daí a olhar o Peter Pan Spielberg com outros olhos. Valeu a pena para o diretor, sem dúvida.

A Cor Púrpura (The Color Purple, Estados Unidos, 1985) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Menno Meyjes, baseado no romance escrito por Alice Walker / Elenco: Whoopi Goldberg, Danny Glover, Oprah Winfrey, Rae Dawn Chong, Margaret Avery / Sinopse: O filme acompanha a vida de uma jovem negra e pobre no sul racista dos Estados Unidos, em uma época anterior à proclamação dos direitos civis em defesa da comunidade negra daquela nação. Filme indicado a 11 categorias do Oscar, entre elas melhor direção, melhor atriz (Whoopi Goldberg), melhor atriz coadjuvante (Margaret Avery e Oprah Winfrey), melhor roteiro e melhor fotografia (Allen Daviau). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Whoopi Goldberg).

Pablo Aluísio.

O Protetor 2

Um bom exemplo de que Hollywood ainda sabe produzir bons filmes de ação. O primeiro me deixou com sabor de nostalgia, pois lembrava algumas fitas de ação dos anos 80. Esse segundo investe mais em um roteiro bem escrito, uma boa trama e, como não poderia deixar de ser, em boas cenas de ação, todas extremamente bem feitas.  Denzel Washington retorna ao papel de Robert McCall. No passado ele foi um bem treinado marine das forças especiais. Agora de volta à vida civil, vai tentando espalhar um pouco de justiça por onde passa. Na primeira cena, ótima por sinal, ele está em um trem indo em direção à Turquia. Um dos passageiros, um muçulmano, casou no passado com uma americana e depois levou a filhinha deles para lá, sem dar chance à mãe de rever a garotinha. Uma situação típica para McCall agir. Depois ele reencontra uma velha amiga dos tempos de serviços especiais. Ela acaba sendo assassinada durante uma missão em Bruxelas onde estava investigando um crime.

E aí começa a linha principal da narrativa do filme, não sem antes também desenvolver uma amizade do protagonista com um jovem negro que tem talento para a pintura. O rapaz gostaria de ganhar a vida com sua arte, mas o chamado das ruas, das gangues, muitas vezes fala mais alto... e paga melhor também. De uma forma ou outra tudo vai se desenvolvendo muito bem nesse filme assinado pelo cineasta Antoine Fuqua, com destaque para a cena final, toda passada numa cidade evacuada pela chegada de um furacão. Imagine vários homens treinados tentando liquidar uns aos outros no meio dessa tempestade! Ficou muito bom, como assim todo o filme. Boa diversão em mais um filme de qualidade com o sempre eficiente e talentoso Denzel Washington. É um dos bons filmes comerciais do ano. Não vá perder. 

O Protetor 2 (The Equalizer 2, Estados Unidos, 2018) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Richard Wenk, Michael Sloan / Elenco: Denzel Washington, Pedro Pascal, Ashton Sanders, Melissa Leo, Bill Pullman / Sinopse: Robert McCall (Washington) é um ex-marine das forças de operações especiais que decide descobrir quem teria matado sua amiga dos tempos de serviço militar. Ela foi brutalmente assassinada em Bruxelas enquanto investigava uma chacina envolvendo uma família americana.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

O Destino Bate à sua Porta

Jack Nicholson sempre foi um gênio da atuação. Nos anos 70 ele atuou em uma série incrível de clássicos da sétima arte. Nos anos 80 sua sina para fazer os filmes certos continuou. Esse "O Destino Bate à sua Porta" foi seu segundo filme nessa década. O primeiro havia sido "O Iluminado", um clássicos absoluto da sétima arte. Na verdade essa produção é um remake de um filme antigo com Lana Turner, lançado em 1946. O diretor Bob Rafelson propôs ao estúdio Metro-Goldwyn-Mayer que uma nova versão fosse feita, dessa vez sendo o mais fiel possível ao romance policial de James M. Cain. Para que a nova adaptação saísse perfeita contratou o roteirista e dramaturgo David Mamet. Não poderia haver escolha melhor! O ideal era trazer toda a sordidez possível das páginas do livro para as telas de cinema, algo que não foi possível no filme original por causa das restrições da época em termos de classificação dos filmes imposta por um rígido código de ética e censura.

A trama continuava a mesma em linhas gerais.  Nick Papadakis (John Colicos), o dono de um pequeno estabelecimento de beira de estrada, acaba dando trabalho ao andarilho Frank Chambers (Jack Nicholson). Ele não sabe nada do passado desse homem, mas acredita que ele seria uma boa pessoa. Simpatizando com seu jeito de ser, acaba decidindo que vai lhe ajudar. Cora Papadakis (Jessica Lange), esposa de Nick, é uma mulher sem escrúpulos e caráter. Ela sente que sua vida parou ao casar com o marido. É uma mulher profundamente frustrada com sua vida. Achando-se melhor do que aquele destino, ela começa a ter um caso extraconjugal com Frank. Em pouco tempo o novo casal, fruto da traição e do adultério, decide que é chegada a hora de liquidar Nick. A mulher quer o dinheiro do marido, quer viajar ao lado do novo amante e a forma que ela encontra para isso é matando o infeliz esposo. Como se pode perceber é uma história que vai fundo na sordidez humana e talvez por isso seja tão atemporal, mesmo nos dias de hoje. Em minha opinião é um dos melhores filmes da carreira de Jack Nicholson e isso definitivamente não é pouca coisa!

O Destino Bate à sua Porta (The Postman Always Rings Twice, Estados Unidos,
1981) Direçaõ: Bob Rafelson / Roteiro: David Mamet, baseado no livro escrito por James M. Cain / Elenco: Jack Nicholson, Jessica Lange, John Colicos, Anjelica Huston / Sinopse: Cora Papadakis (Jessica Lange), uma mulher frustrada com sua vida, decide ao lado de seu novo amante Frank Chambers (Jack Nicholson), um sujeito de passado desconhecido, matar o próprio marido, Nick (John Colicos). Ela quer o seu dinheiro para curtir a vida ao lado do novo namorado.

Pablo Aluísio.

O Rapto de Sinatra

Filme baseado em fatos reais. É uma história que até então eu desconhecia, mas que é tão surreal que se torna mais do que interessante. Durante os anos 60 um criminoso pé de chinela se vê numa situação em que precisa levantar uma bolada de dinheiro em pouco tempo. Como conseguir toda essa grana? A solução lhe vem à mente quando vê uma reportagem sobre Frank Sinatra. Rico e famoso, ele seria um alvo interessante para um sequestro. Só que ele pensa um pouco e chega na conclusão que seria mais fácil sequestrar o filho do cantor, o jovem Frank Sinatra Jr.

Claro que o plano acaba não dando muito certo, criando uma situação ora patética, ora bombástica. O interessante desse filme não é apenas resgatar um evento histórico bizarro, mas também explorar um pouco de humor no fato de que um pequeno grupo de bandidos de segunda linha conseguiu ou pelo menos tentou, passar a perna em Sinatra que dizia ter laços com o crime organizado, com a máfia siciliana instalada nos Estados Unidos. Enfim, assista se você for ou não fã de Frank Sinatra, pois o filme tem méritos próprios para funcionar em qualquer tipo de espectador.

O Rapto de Sinatra (Stealing Sinatra, Estados Unidos, 2003) Direção: Ron Underwood / Roteiro: Howard Korder / Elenco: David Arquette, William H. Macy, James Russo / Sinopse: Quadrilha de criminosos de baixo nível resolve sequestrar o filho do famoso cantor Frank Sinatra. Filme indicado ao Emmy Awards na categoria de melhor ator coadjuvante (William H. Macy).

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de novembro de 2018

Air Strike

É uma produção chinesa com Bruce Willis no elenco e tendo como um dos produtores o Mel Gibson. Achou estranho? Coloca estranho nisso. Como se sabe os chineses andam investindo bastante em cinema e oferecendo grandes cachês para astros americanos que acabam realizando filmes como esse. Só que nem pense em ficar muito animado. Essa produção ambientada na II Guerra Mundial mostrando bombardeiros aéreos do Japão sobre a China é muito ruim. Praticamente nada se salva. O roteiro é péssimo, onde até mesmo aspectos rudimentares de narrativa são ignorados. O filme também é tão mal editado que o espectador fica com a impressão de que ele foi todo cortado sem maior critério. As cenas acabam de repente e tudo é contado numa pressa enorme, sem qualquer desenvolvimento dos personagens.

Como é um filme com muitos combates aéreos era de se esperar pelo menos que fossem bem feitos. Só que a computação gráfica é uma lástima. Em muitos momentos ficamos com a impressão de estarmos vendo um videogame comum.Os chineses erram em vários aspectos, mas nesse pelo menos esperava que eles acertassem um pouquinho. Não deu certo. E o Bruce Willis no meio dessa bomba? Obviamente ele está aí só pelo cachê que foi milionário. Ele aparece em uma ou outra cena, apenas colocando seu nome para aluguel. Arranjou até um lugar no elenco para a filha, Rumer Willis, que é péssima! O que me impressiona é ver o Mel Gibson envolvido em uma coisa dessas! Logo ele que como diretor sempre foi muito criterioso. Uma mancha na carreira dele como produtor de cinema. Para finalizar basta apenas dizer que tantos os fãs de Gibson como Willis estão dizendo lá fora, em fóruns de cinema, que esse é o pior filme da carreira deles! Se os próprios fãs dizem isso quem sou eu para discordar?

Air Strike (China, 2018) Direção: Xiao Feng / Roteiro: Ping Chen, Tie Dong Zhou / Elenco: Ye Liu, Bruce Willis, Adrien Brody, Rumer Willis, Seung-heon Song / Sinopse: Durante a II Guerra Mundial um militar americano linha dura, o comandante Jack (Willis), lidera e treina um esquadrão de pilotos chineses. Ao mesmo tempo alguns militares da China tentam atravessar o país em um caminhão que carrega algo muito precioso para a resistência.

Pablo Aluísio.

Território Restrito

Filme que ainda é bem atual já que a questão da imigração ilgeral rumo aos Estados Unidos está sempre na ordem do dia. Como se sabe há atualmente uma marcha de imigrantes em direção ao país, cujos contornos ainda vão ser definidos. Pois bem, nesse filme de 2009 o ator Harrison Ford interpreta um agente da imigração que todos os dias precisa lidar com esse problema que parece ser sem solução. Ao seu lado trabalham a advogada de defesa Denise Frankel (Ashley Judd) e o marido Cole (Ray Liotta). A função deles é trabalhar no departamento jurídico, para determinar que pode ou não ficar dentro dos Estados Unidos.

Claro que um trabalho assim coloca em choque os valores humanitários dos personagens, sempre sensibilizados com as histórias tristes de vida dos imigrantes e o dever de lealdade com o governo americano pois eles também precisam expulsar os que não podem ficar. O roteiro é bem ao estilo mosaico, com histórias paralelas. No final os caminhos se cruzam. Penso que o roteiro toca em um assunto que definitivamente não tem solução a curto prazo. Durante anos a "América" (como eles gostam de ser chamados) vendeu a ideia que o país era o paraíso da prosperidade e pujança econômica do mundo. Agora, crentes nessa premissa, hordas de imigrantes miseráveis da América Latina tentam entrar em suas fronteiras a todo custo, em busca de riqueza e de uma vida melhor. É um grande problema para as autoridades americanas, sem solução à vista.

Território Restrito (Crossing Over, Estados Unidos, 2009) Direção: Wayne Kramer / Roteiro:  Wayne Kramer / Elenco: Harrison Ford, Ashley Judd, Ray Liotta, Cliff Curtis / Sinopse: O filme mostra a rotina de trabalho do agente de imigração Max Brogan (Harrison Ford). Ele exerce suas funções em posto de fronteira na Califórnia, porta de entrada para muitos imigrantes ilegais e precisa lidar diariamente com essa delicada questão.

Pablo Aluísio.

sábado, 3 de novembro de 2018

Hotel Artemis

Bem ruim esse novo filme da atriz Jodie Foster. Ela interpreta uma velha senhora, já corcunda, alquebrada pela idade, que trabalha em um velho e decrépito hotel que na realidade funciona mais como hospital de criminosos baleados do que qualquer outra coisa. A situação funciona assim: bandidos são baleados e com receio de irem a algum hospital onde serão presos, acabam indo para o Hotel Artemis, onde Jodie já tem o equipamento necessário para ajudá-los. Tudo feito obviamente por debaixo dos panos, para não despertar a atenção dos policiais. O ano em que se passa esse enredo é 2028, numa Los Angeles inabitável, cheio de violência pelas ruas, com caos e assassinatos ocorrendo o tempo todo. O clima é sufocante. Até que um chefão da máfia local, interpretado por Jeff Goldblum, também vai parar no Artemis, com seus capangas armados e muita violência. Sua presença já causa tensão pois há outros inimigos pelos corredores do hotel.

É a tal coisa, o filme poderia até ser bom com essa premissa. Essa coisa de universo distópico até que consegue funcionar bem em inúmeros filmes. Só que aqui não deu muito certo. O filme tem uma narrativa cansativa e pouca coisa é explicada para o espectador. Sabemos que a pergonagem de Jodie Foster está lá, exercendo ilegalmente a medicina, ajudando criminosos de todos os tipos, mas tudo fica por aí mesmo. Aliás foi meio chocante ver a atriz tão envelhecida, corcunda, mancando de uma perna, um bagaço de mulher! Ela que sempre foi admirada por sua beleza sui generis, aqui aparece despida de qualquer graça ou feminilidade. Vai chocar bastante seus fãs dos anos 80! Sabe aquela mocinha simpática e bonitinha dos filmes daquela década? Não existe mais.

Hotel Artemis (Estados Unidos, 2018) Direção: Drew Pearce / Roteiro: Drew Pearce / Elenco: Jodie Foster, Jeff Goldblum, Zachary Quinto, Sofia Boutella, Dave Bautista / Sinopse: Hotel localizado numa Los Angeles do futuro, caótica e cheia de criminalidade, serve como hospital clandestino para tratar bandidos baleados pela polícia. Jodie Foster interpreta a velha senhora que tenta organizar o lugar, bem no meio do caos completo de sangue e violência desenfreada.

Pablo Aluísio.

Transformers: O Último Cavaleiro

Essa franquia parece ser uma daquelas séries cinematográficas sem fim. A cada dois ou três anos um novo filme entra em cartaz. É a tal coisa, enquanto houver bilheteria, os estúdios lançarão filmes com a marca registrada Transformers. O que me deixa intrigado é que tudo começou com uma linha de brinquedos bem desengonçados, lá nos anos 80. Depois virou desenho animado (dos ruins) e agora ganhou essa bem sucedida (comercialmente falando) série interminável de filmes.

Não há muitas novidades nessa nova pancadaria de robôs que viram carros, caminhões, etc. O diretor Michael Bay repete a mesma fórmula de antes. As cenas de ação são longas e muitas vezes confusas, mas nada que a garotada vá reclamar. De novo mesmo apenas a participação de um grande ator como Anthony Hopkins. Ficou meio constrangedor ver esse excelente mestre da atuação em algo tão vazio. Fora isso o roteiro tenta puxar alguns elementos da lenda do Rei Arthur e é só. O filme ficou longo demais também, com mais de duas horas e meia de duração. Não havia a menor necessidade disso, a não ser torrar ainda mais a paciência dos pais que levaram seus filhos aos cinemas em seu lançamento.

Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight, Estados Unidos, 2017) Direção: Michael Bay / Roteiro: Art Marcum, Matt Holloway / Elenco: Mark Wahlberg, Anthony Hopkins, Josh Duhamel / Sinopse: Robôs gigantes lutam entre si para colocarem as mãos em objetos que pertenceram à lendária tábula redonda, do Rei Arthur e seus cavaleiros medievais. Quem as tiver em mãos vencerá a guerra pela dominação do planeta Terra.

Pablo Aluísio.