segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Footloose

"Footloose", o filme original, foi um típico musical dos anos 80. Seguia basicamente uma fórmula que também foi utilizada em "Flashdance" e "Dirty Dancing". Não era um grande filme mas tinha uma trilha sonora FM que fez sucesso na época. Além disso trazia a boa dupla de atores Kevin Bacon e Chris Penn. Eles faziam diferença pois eram carismáticos e se saíram muito bem em seus personagens. E aí está justamente o grande problema desse remake de "Footloose": não há atores tão bons assim em cena. O papel principal foi dado ao ator Kenny Wormald. Praticamente um estreante nas telas o sujeito não tem carisma, não sabe atuar e o maior dos pecados: não sabe dançar bem. Isso mesmo, seus passos de dança no filme só causam vergonha alheia. O sujeito se contorce, se requebra mas não tem ritmo nenhum. Senti saudades de Kevin Bacon. Seu parceiro em cena não é melhor. Milles Teller, que faz o papel do amigo caipirão, também não diz a que veio. Não interpreta bem, não consegue convencer o público que tem um vínculo de amizade genuíno com Kenny e o pior de tudo: não desenvolve bem seu personagem. No meio de tantos atores jovens inexpressivos só me resta elogiar a beleza de Julianne Hough no papel da filha do pastor. Não é grande atriz mas pelo menos encanta com sua bela presença em cena.

Assim o novo Remake de "Footloose" não justifica sua existência. Os atores são fracos demais, a trilha só decola quando puxa as velhas canções do filme original e as cenas de dança são totalmente sem inspiração. Fica a curiosidade de ver veteranos como Dennis Quaid (no papel de pastor) e Andie McDowell (como sua esposa). Estão ali apenas para fazer figuração no meio da garotada e não conseguem ser marcantes em nenhum momento. O filme não tem identidade própria e o diretor Graig Braver não consegue entregar um bom produto. O resultado veio nas bilheterias: fracasso comercial. Não caíram na lábia do estúdio. Ainda bem, só assim ficamos mais tranquilos pelo fato de que não virão novos remakes de sucessos musicais dos anos 80... pelo menos não tão cedo!

Footloose (Estados Unidos, 2011) Direção: Craig Brewer / Com Julianne Hough, Dennis Quaid, Ray McKinnon, Miles Telle e Patrick John Flueger / Sinopse: Remake do clássico musical da década de 80. Jovem muda-se para pequena cidade do interior dos EUA e tem que enfrentar severo pastor local que proíbe festas e danças dentro da comunidade.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O Discurso do Rei

Adorei esse filme. Além de gostar de filmes históricos o tema, que é universal, diz respeito a todos àqueles que tentam superar algum problema ou adversidade em sua vida. No caso de "O Discurso do Rei" temos a história do Rei inglês George VI que após a abdicação de seu irmão mais velho se vê diante do grande desafio de se tornar rei da Grã Bretanha, justamente nos meses que antecedem à II Guerra Mundial. Ao contrário de seu adversário, Adolf Hitler, que era um grande orador, George VI tinha um sério problema: era gago e tímido! Como inflamar seu povo no meio do conflito com esse tipo de limitação? É justamente nesse ponto que entra em cena o ator Geoffrey Rush e seu carismático personagem que tenta amenizar os problemas do rei.

Apesar de Rush estar ótimo em sua caracterização o filme pertence mesmo a Colin Firth. O seu papel é extremamente perigoso pois ele correria o sério risco de virar caricato, transformando o próprio Rei e sua gagueira numa piada involuntária. Caso isso acontecesse o filme afundaria em suas pretensões. Porém graças ao talento de Firth isso definitivamente não acontece. Ao invés de rirmos do Rei, torcemos por ele, para que supere suas limitações vocais. Sua interpretação é seguramente digna do Oscar que venceu. Não sei se o filme irá agradar a todos, pois ele tem um ritmo próprio, cadenciado, que destoa um pouco do que é produzido atualmente. De qualquer maneira seu estilo e elegância superam todos esses problemas transformando "O Discurso do Rei" em um belíssimo filme. Se ainda não assistiu não deixe de conferir.

O Discurso do Rei (The King's Speech, Estados Unidos, 2010) Direção: Tom Hooper / Roteiro: David Seidler / Elenco: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter / Sinopse: O filme é baseado na história real do rei inglês George VI (Colin Firth) que procura tratamento contra seus problemas de fala com um exótico terapeuta (Geofrey Rush).

Pablo Aluísio. 

Conspiração Americana

Muito bom esse drama de tribunal baseado em fatos históricos. O curioso é que o roteiro foca em cima de uma pessoa secundária nos acontecimentos que desembocaram na morte do presidente Abraham Lincoln. O foco é em cima do julgamento de Mary Surratt (Robin Wright), mãe de um dos acusados da conspiração que levou Lincoln à morte. O filme vai ser muito mais bem apreciado por quem é da área jurídica pois vários princípios que estudamos nas faculdades de direito são colocados em berlinda aqui: O devido processo legal, O direito à defesa e ao contraditório, a não extensão da pena a familiares dos acusados, a fragilidade da prova testemunhal (a prostituta das provas) e muito mais.

Eu pessoalmente gostei muito do tom imposto ao filme pelo diretor Robert Redford. Tudo é tratado com seriedade e objetividade, sem direito a novelizações em excesso. O final é brutal e mostra bem como pode ser penoso a um profissional de direito tentar realizar justiça em um sistema corrompido pela guerra e pelo clamor popular (que quase sempre confunde vingança com justiça - dois conceitos diferentes). O elenco está todo muito bem com destaque para o jovem advogado idealista Frederick Aiken (James McAvoy). Enfim, em tempos como o que vivemos agora esse é um bom filme para se refletir bem sobre o que ocorre dentro do poder judiciário. Excelente lição de história e direito. Recomendo.

Conspiração Americana (The Conspirator, Estados Unidos, 2010) Diretor: Robert Redford / Roteiro: James D. Solomon / Elenco: Robin Wright, James McAvoy, Justin Long, Evan Rachel Wood, Johnny Simmons, Toby Kebbell, Tom Wilkinson / Sinopse: Após os acontecimentos que levaram ao assassinato do Presidente Abraham Lincoln vários conspiradores são presos, entre eles uma mulher chamada Mary Surratt (Robin Wright), dona da pensão onde os conspiradores se reuniram para planejar a morte do líder americano. Acusada, mesmo sem provas sólidas, ela é defendida no tribunal por um jovem advogado Frederick Aiken (James McAvoy) que tentará de tudo para livrá-la da pena de morte.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

J. Edgar

O novo filme de Clint Eastwood é bem parecido com o personagem que retrata: cinza e burocrático. Explico. A primeira coisa que me chamou atenção nessa produção foi sua fotografia preto, cinza e branco, em clara intenção do cineasta em evitar ao máximo o uso de objetos ou roupas coloridas em cena. A impressão que tive foi que Eastwood queria realizar um filme preto e branco mas como isso seria comercialmente ruim ele acabou rodando esse filme em cores neutras, quase um filme colorido em preto e branco! Já a burocracia do resultado final é fácil explicar: Hoover era um burocrata de Washington, um sujeito de bastidores, que através de várias chantagens com poderosos ao longo dos anos conseguiu se manter como diretor do Bureau Federal de Investigação (FBI). Assim o que vemos em cena basicamente é um homem tramando arapucas e golpes atrás de sua escrivaninha. Claro que o público brasileiro vai ter dificuldade em gostar do filme pois a história é obviamente americana demais, com várias referências históricas que vão passar batido ao público daqui. Outra coisa que me incomodou foi a maquiagem de Leonardo Di Caprio. Achei pouco convincente, mal projetada e nada parecida com o personagem real.

Outro aspecto que tenho a criticar de J. Edgar é o sensacionalismo. Clint Eastwood sempre foi um diretor elegante e fino, mas aqui parece ter ficado absorvido demais com o suposto caso homossexual de Hoover com um agente do FBI. Tantas coisas melhores a explorar na vida do retratado e ele literalmente perde tempo mostrando Hoover trocando olhares apaixonados com seu amado, Hoover trocando carícias com o bofe, Hoover dando beijocas.... Chegou inclusive ao ponto de colocar Hoover de vestido e tudo em cena - precisava mesmo disso? Por que não explorou melhor a conturbada relação de Hoover com os Kennedys e outros presidentes americanos? Ficar mostrando a toda hora o namorico do chefão do FBI cansou um pouco. Enfim, filmar a vida de J. Edgar Hoover não seria mesmo fácil. Tentar mostrar tudo em apenas um filme? Praticamente impossível. Seria melhor de Eastwood focasse em algum evento isolado da vida dele mas como não o fez, o filme acabou realmente ficando incompleto e burocrático. De qualquer forma vale a pena assistir para conhecer a história de J. Edgar Hoover, um personagem tão fascinante quanto sinistro.

J. Edgar (J. Edgar, Estados Unidos, 2011) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Dustin Lance Black / Elenco: Leonardo DiCaprio, Birol Tarkan Yildiz, Armie Hammer, Naomi Watts, Lea Thompson, Josh Lucas, Ed Westwick, Dermot Mulroney, Judi Dench, Stephen Root, Jeffrey Donovan, Michael Gladis / Sinopse: Cinebiografia sobre o ex-diretor do FBI, J. Edgar Hoover (Leonardo DiCaprio), que mostra tanto sua escandalosa carreira, marcada por uma administração dura do FBI e casos de chantagem, quanto seu duradouro romance com Clyde Tolson (Armie Hammer).

Pablo Aluísio.

A Dama de Ferro

Cinebiografia da mulher que durante onze anos e meio ocupou o cargo mais importante do governo britânico: a de primeiro ministro. O filme vem de maneira em geral sendo extremamente elogiado em relação à atuação de Meryl Streep no papel principal. Também há uma certa decepção dos espectadores sobre o conteúdo da produção, chata para alguns, pouco atraente para outros. No meu ponto de vista o maior problema de "A Dama de Ferro" nem é ser chato ou aborrecido mas sim ser superficial e sensacionalista além do que seria razoável. Esse sensacionalismo exacerbado aliás fez com que os familiares de Thatcher se recusassem a comparecer à estreia em Londres. Nesse aspecto não tiro a razão da família Thatcher. Ninguém gostaria de ser retratado (ainda mais estando ainda vivo) como uma pessoa envelhecida, tendo alucinações recorrentes com o marido falecido e à beira da senilidade completa. Eu penso que o roteiro focou demais na saúde mental da ex primeira ministra e esqueceu de contar sua história no comando do governo inglês. Para falar a verdade tudo é muito artificial no que diz respeito à política Thatcher. Seus principais atos administrativos são passados em ritmo de videoclip, nada é aprofundado, nada é muito explicado e a maioria das cenas só mostram a polícia dando pancadas em manifestantes, o que pode levar quem não conhece esse período como uma época de caos completo na Inglaterra, o que não é verdade.

Historicamente o filme é realmente raso, superficial. O sensacionalismo está lá a todo momento, forçando uma barra daquelas para mostrar o lado mais humano (e doente) de Thatcher. O que salva "A Dama de Ferro" de ser um filme totalmente sem importância é a presença magnífica de Meryl Streep em cena. Grandes atrizes conseguem esse tipo de feito: sumir dentro de seus personagens. Meryl desaparece em cena e só conseguimos visualizar mesmo a própria Margaret Thatcher. É um grande trabalho da atriz, que se não vencer o Oscar certamente se tornará uma das mais injustiçadas da história da Academia. Em resumo "A Dama de Ferro" falha em retratar uma das mulheres mais poderosas do século XX mas em compensação traz um trabalho de imersão singular de Meryl Streep. Apesar dos pesares recomendo o filme como um pontapé inicial para quem quiser conhecer melhor a política nos tempos da guerra fria pois mesmo sendo superficial como é, quem sabe poderá despertar o interesse dos espectadores nessa fase da história.

A Dama de Ferro (The Iron Lady, Estados Unidos, Inglaterra, 2011) / Direção: Phyllida Lloyd / Roteiro: Abi Morgan / Com: Meryl Streep, Harry Lloyd e Jim Broadbent / Sinopse: O filme é um retrato surpreendente e íntimo de uma mulher extraordinária e complexa, a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher (Meryl Streep). Com o foco na política, a história diz respeito sobre a potência e o preço que se paga pelo poder

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sem Saída

Hollywood muitas vezes manipula a estréia de seus filmes visando o melhor momento para se colocar nos cinemas suas produções. Uma questão de marketing. O maior exemplo desse tipo de estratégia aconteceu com “Sem Saída”. O filme foi rodado antes de “Os Intocáveis” e quando foi realizado Kevin Costner ainda não era um astro. Com as filmagens de “Os Intocáveis” ganhando cada vez mais espaço em jornais e revistas a produtora resolveu segurar “Sem Saída” por meses seguidos, esperando o resultado do filme de Brian De Palma. Assim que o filme sobre Capone chegou aos cinemas e se tornou um grande sucesso de público e crítica a Columbia então decidiu finalmente colocar em cartaz esse thriller, que afinal de contas aproveitaria a repercussão do filme anterior de Costner. Publicidade gratuita sempre é bem-vinda. Deu muito certo pois com o ator em todas as capas de jornais e revistas de cinema o interesse pela produção duplicou, fazendo com que os cinemas ficassem com lotação esgotada. É curioso notar como Kevin Costner saiu do anonimato para a fama. Sua escalada rumo ao topo realmente aconteceu da noite para o dia. Poucas pessoas o conheciam de fato mas a imprensa americana o colocou na posição de ser o novo herói da América, o novo Gary Cooper. Naquele momento ele começou a encarnar todos os maiores valores da América. Seu rosto começou a estampar revistas como a Time, a Newsweek e Kevin Costner virou um astro. Foi justamente nessa época que “Os Intocáveis” e “Sem Saída” entraram em cartaz.

Tanto um como o outro foram muito bem recebidos pela crítica. Não é para menos, são realmente filmes muito bons, excelentes produções em seus respectivos gêneros. Se “Os Intocáveis” revitalizava os chamados filmes de gangsters, “Sem Saída” era um ótimo thriller de suspense e tensão com ótimo roteiro, extremamente bem escrito. Outro destaque era o elenco excepcional. Além de Kevin Costner o filme trazia o sempre ótimo Gene Hackman e a cultuada atriz Sean Young, de “Blade Runner”, que infelizmente veria sua carreira naufragar anos depois por causa de seu estranho comportamento com colegas e demais profissionais da área (para alguns Sean Young sofria mesmo era de algum tipo de doença mental que a fazia assumir comportamentos completamente bizarros e fora do padrão). Deixando isso de lado, “Sem Saída” mostra em seu enredo a armadilha na qual se vê envolvido o oficial da Marinha americana Tom Farrel (Kevin Costner). Em um jogo perigoso onde se mesclavam poder e sedução, ele acaba descobrindo que sua namorada (Sean Young) é na realidade amante do secretário de defesa do Pentágono (Gene Hackman, em momento inspirado). O problema é que ela é assassinada misteriosamente e Farrel (Costner) se torna o último a vê-la com vida. Diante das circunstâncias ele acaba se tornando o principal suspeito do crime e tentará desvendar o caso de qualquer jeito para escapar da corte marcial. Para isso ele terá exatamente apenas 48 horas para provar sua inocência. Esse é o tempo exato em que o Departamento de Defesa levará para melhorar uma imagem de Farrel que o liga diretamente ao crime cometido. Suspense, mistério e uma bem amarrada trama de assassinato tornam “Sem Saída” um dos melhores filmes da carreira de Kevin Costner. Se ainda não assistiu corra para conferir.

Sem Saída (No Way Out, Estados Unidos, 1987) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: Robert Garland baseado no livro de Kenneth Fearing / Elenco: Kevin Costner, Gene Hackman, Sean Young / Sinopse: Um oficial da Marinha Americana se vê envolvido numa rede de conspirações com o alto escalão do governo. No meio da trama sua namorada acaba sendo morta de forma misteriosa. Agora o oficial terá que provar sua inocência de qualquer forma antes que sua imagem numa foto o ligue diretamente ao local do crime.

Pablo Aluísio.

Cocktail

Com o sucesso de "Missão Impossível: Protocolo Fantasma" nos cinemas que tal rever outro pipocão da carreira de Tom Cruise? "Cocktail" é uma produção de 1988, feita única e exclusivamente para capitalizar em cima do lado galã do ator Tom Cruise. O filme é bem fraco, enredo bobinho e derivativo. Ele faz um sujeito que volta do serviço militar sem ter idéia do que fazer da vida. Sem emprego e sem perspectivas decide ir para Nova Iorque onde encontra todas as portas fechadas em sua cara pois não tem diploma de curso superior. Sem alternativas acaba se empregando como barman num pub local. Assim o filme se desenvolve, de noite Cruise faz malabarismos detrás do balcão ao lado de seu colega de trabalho (interpretado pelo sumido Bryan Brown) e de dia tenta se formar numa faculdade de administração de empresas. Não é fácil, trabalhando à noite ele geralmente acaba dormindo nas aulas de dia. Mesmo assim tenta seguir em frente atrás do chamado "Sonho Americano" O par romântico de Cruise no filme fica a cargo da bonitinha Elisabeth Shue, cuja carreira não decolou pois abandonou o cinema no auge de sua popularidade para se formar na prestigiosa universidade de Harvard. O diploma parece que não fez muita diferença na vida da moça pois atualmente ela tenta sobreviver fazendo filmes horríveis como Piranha 3D.

Tom Cruise fez nos anos 80 alguns filmes bem vazios onde não havia conteúdo - apenas um fiapinho de enredo para ele desfilar suas caras e bocas. Eram produções que mais pareciam videoclips da MTV (essa linguagem estava em alta com a moçada da época)."Cocktail" é um produto assim. Junto com "Dias de Trovão" é o que há de mais banal na carreira do ator. Nessa época ele ainda não havia despertado para produções melhores como "Nascido em 4 de Julho" ou "Rain Man" (seus filmes seguintes) e se concentrava mesmo em fazer papel de "gostosão de plantão atrás do balcão". Por isso não espere nada de "Cocktail" pois esse é na realidade apenas um clipão estendido com ares de cartão postal. Bonitinha a produção mas vazia como uma bola de chiclete.

Cocktail (Cocktail, Estados Unidos, 1988) Direção: Roger Donaldson / Roteiro: Heywood Gould / Elenco: Tom Cruise, Bryan Brown, Elisabeth Shue / Sinopse: Jovem (Tom Cruise) tenta subir na vida em Nova Iorque estudando de dia e trabalhando de Barman durante à noite.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Os Intocáveis

Al Capone (1899 – 1947) foi um dos mais famosos gangsters dos Estados Unidos. Controlando um império formado pela trindade bebidas, prostituição e jogo, ele dominou Chicago. Sua influência não atingia apenas o submundo mas também a esfera política da cidade. Muitos dos prefeitos iam até ele pedir apoio para vencer as eleições. O Departamento de Polícia também era controlado pelo famoso criminoso. Com tanto poder não é de se admirar que tenha virado um ícone do mundo do crime. Acabou sendo preso em Alcatraz não por seus inúmeros assassinatos, extorsões e roubos mas sim por sonegação fiscal. O policial que conseguiu colocar o velho Al atrás das grades foi Eliot Ness (1903 – 1957) que usando de inteligência conseguiu colocar as mãos nele. Essa pelo menos é a versão oficial dos fatos. Historicamente falando as coisas não ocorreram bem assim e nem Eliot Ness foi esse herói todo mas o cinema e a TV não se importaram com isso. Tanto a famosa série “Os Intocáveis” como esse brilhante filme de Brian De Palma abraçam o lado mais romântico da história onde vilões e heróis estão bem colocados em cena. Por isso “Os Intocáveis” não é um filme para quem está atrás da verdade histórica mas quem está à procura de um ótimo filme policial rodado ao velho estilo, com excelentes e marcantes cenas de ação, não pode deixar de conhecer a película.

No filme acompanhamos a formação de um grupo de policiais de alto nível cuja principal função é combater o contrabando e a comercialização de bebidas. O contexto histórico se passa na época da chamada Lei Seca, quando o consumo de álcool foi proibido dentro das fronteiras americanas. Foi justamente aí que Capone criou seu império criminoso. O contrabando de bebidas e sua venda geraram uma verdadeira fortuna para o gangster. Não tardou para que Ness e Capone batessem de frente nessa guerra. Um dos grandes méritos de “Os Intocáveis” é seu elenco maravilhoso. Robert De Niro entrega uma de suas mais brilhantes interpretações como Al Capone. Cheio de maneirismos o ator literalmente incorpora o siciliano com maestria. Impossível esquecer, por exemplo, a famosa “cena do taco de beisebol”. Vivendo em luxo e riqueza ele esbanja aquele ar de quem está acima da lei. Com brilhante direção de arte e reconstituição histórica o filme marca pelo bom gosto e pela estética brilhante. Já o íntegro policial Eliot Ness encontra seu intérprete perfeito na pele de Kevin Costner. No auge da carreira Costner incorporava naquele momento todos os ideais americanos mais caros: virtude, honradez, bom mocismo, honestidade. Colecionando grandes sucessos de bilheteria ele foi até mesmo comparado ao mito Gary Cooper. Para completar o time de estrelas temos Sean Connery em uma atuação digna do Oscar que levou para casa. Sua morte é uma das mais marcantes e sensacionais da história recente do cinema americano. Inesquecível. Aliás de cenas inesquecíveis o filme está cheio. Como esquecer a cena no terminal com o carrinho de bebê descendo as escadas? Uma óbvia homenagem de De Palma para o clássico “O encouraçado Potemkin". Enfim, “Os Intocáveis” consegue ser saudosista e moderno ao mesmo tempo. Um tipo de produção que anda muito rara no cinema americano atual. Uma obra prima que infelizmente marcou o adeus de Brian de Palma à sua melhor fase como cineasta. Não faz mal, o filme segue sendo uma referência e um modelo de ótimo filme policial que mesmo não respeitando integralmente os fatos históricos consegue divertir com maestria.

Os Intocáveis (The Untouchables, Estados Unidos, 1987) Direção: Brian de Palma / Roteiro: Oscar Fraley, David Mamet baseado no livro de Eliot Ness / Elenco: Kevin Costner, Sean Connery, Charles Martin Smith, Andy Garcia, Robert De Niro, Richard Bradford, Jack Kehoe / Sinopse: Al Capone (Robert De Niro) é o mais famoso criminoso de Chicago. Controlando um império de jogos, bebidas e prostituição ele domina todos os setores da cidade. Para combater sua rede criminosa o policial Eliot Ness (Kevin Costner) resolve formar um grupo de policiais de elite chamado "Os Intocáveis". Sua função é combater o contrabando de bebidas e colocar Capone atrás das grades. Vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Sean Connery) e indicado para as categorias de Melhor Direção de Arte, Figurino e Trilha Sonora.

Pablo Aluísio.

Viver e Morrer em Los Angeles

Título no Brasil: Viver e Morrer em Los Angeles
Título Original: To Live and Die in L.A.
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: William Friedkin
Roteiro: Gerald Petievich, William Friedkin
Elenco: William Petersen, Willem Dafoe, John Pankow

Sinopse:
Dois policiais de Los Angeles tentam seguir os passos de um perigoso grupo de criminosos envolvidos em tráfico de drogas e outros esquemas ilegais. Um deles é encurralado e morto covardemente. O outro jura e promete vingança pelo sangue derramado do colega, amigo e parceiro.

Comentários:
Mesmo passando por uma grave crise na carreira o diretor William Friedkin conseguiu rodar esse bom policial, ambientado no mundo do tráfico de drogas em Los Angeles durante a década de 1980. O filme tem um roteiro muito bem escrito pelo próprio diretor, baseado na novela policial de Gerald Petievich e consegue prender a atenção do começo ao fim. De certo modo é um herdeiro da linguagem mais cru e realista da década anterior e talvez por essa razão, por não ser um produto meramente pop como "Um Tira da Pesada", por exemplo, não conseguiu fazer o sucesso merecido nas bilheterias. Eu analiso o fracasso comercial dessa fita fazendo um paralelo da mudança de mentalidade entre os públicos da década de 70 e 80. Nos anos 70 havia todo um sentimento de uso do cinema como meio de mudança social, onde os grandes temas em voga na sociedade estavam mais em voga. Já nos ano 80 imperou a fantasia e o pop, principalmente das produções comandadas por Steven Spielberg e todos aqueles que o seguiam esteticamente. Por essa razão " To Live and Die in L.A." não foi tão bem recebido como merecia. O consolo vem do fato de que os anos fizeram jus a esse policial e ele hoje é reconhecido como um dos melhores daquela década. Antes tarde do que nunca.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Assalto em Dose Dupla

Patrick Dempsey surgiu no cinema na década de 80 como ídolo teen. Fazia filmes bem fraquinhos mesmo na época. Seu maior sucesso foi "Namorada de Aluguel", fime muito bobinho que cansou de passar na Sessão da Tarde. Depois disso sua carreira que já não era lá essas coisas afundou de vez e ele passou uns bons anos sumido. Só veio a ressurgir para a popularidade quando mudou de meio e foi para a TV. Lá acabou estrelando o sucesso "Grey´s Anatomy" que em sua oitava temporada não mostra sinais de queda de popularidade e nem de audiência. Renovado o ator desde então tem tentado emplacar no cinema novamente. Bom, não foi dessa vez. "Assalto em Dose Dupla" é muito fraquinho, com cara de produção de filmes lançados diretamente no mercado de venda direta ao consumidor. Uma vez li que um filme de assalto tinha que ser muito ruim para não agradar uma vez que esse subgênero dos filmes policiais eram à prova de falhas. Pois bem, como toda regra há exceção... "Assalto em Dose Dupla" cai bem nesse sentido.

O roteiro é mais do mesmo. Os personagens são fracos, frouxos e o espectador vai aos poucos perdendo o interesse. Tudo se resume em saber quem seria o autor intelectual do tal assalto a banco. Sabe-se lá o porquê o fato é que ele é uma das pessoas que estão dentro da agência bancária que está sendo assaltada. Pode ser um dos bandidos mas também pode ser um dos reféns. Eu me lembrei do velho jogo de tabuleiro chamado Detetive onde ganhava quem descobrisse quem era o assassino. Aqui sucede a mesma coisa, mas sem diversão, sem consistência. Eu pessoalmente achei a caracterização do Dempsey bizarra pois ele interpreta um personagem que toma drogas prescritas contra transtornos psicológicos. Ao invés de lidar isso com elegância o ator simplesmente parte para a caricatura e o exagero. Patrick, meu amigo, volte para as séries médicas por favor!

Assalto em Dose Dupla (Flypaper, Estados Unidos, 2011) Diretor: Rob Minkoff / Elenco: Patrick Dempsey, Ashley Judd, Tim Blake Nelson, Octavia Spencer, Beau Brasseaux, Jeffrey Tambor, Mekhi Phifer, Pruitt Taylor Vince / Sinopse: Duas gangues diferentes aparecem para roubar o mesmo banco. Durante o assalto um cliente tenta proteger a gerente em meio ao tiroteio.

Pablo Aluísio.

Sucker Punch

Garota chamada Baby Doll (Emily Browning) é internada em um hospício por seu padastro. Uma vez lá dentro ela começa a perder a noção do mundo ao seu redor, se envolvendo em fantasias e alucinações onde não consegue mais separar a realidade do surrealismo. Esse "Sucker Punch" é aquele tipo de filme que ou você embarca na proposta do roteiro ou vai odiar. Eu achei a estrutura do argumento bem curiosa. No fundo há três mundos paralelos: o primeiro seria a realidade onde Baby Doll é levada a uma instituição psiquiátrica para se submeter a uma lobotomia. O segundo seria seu universo de fantasia onde ela alucina pensando estar em uma boate com shows de Vaudeville e por fim a terceira realidade surreal: quando dança ela se transporta para uma dimensão de guerras e lutas onde convivem samurais gigantes, batalhas da I Guerra Mundial e lutas em ritmo de videogame. Claro que muitas pessoas vão acabar se perdendo nessas "dimensões dentro de outras dimensões dentro de outras dimensões".

Eu devo confessar que embarquei no filme. Curti o visual ultra exagerado, beirando o kitsch e todos os excessos que acompanhamos na produção. O fato é que as garotas são carismáticas e não há como não se solidarizar com a triste situação em que vivem. Em minha opinião o Zack Snyder literalmente chutou o balde com esse filme. Sem as amarras de uma obra conhecida, como aconteceu em "Watchmen", ele literalmente deu asas à sua própria imaginação (e coloca imaginação nisso!). O filme é uma overdose de efeitos digitais, lutas inverossímeis e tudo mais o que essa geração criada a videogame e internet tem direito. Arrisque, não garanto que todos vão gostar, mas pelo menos a experiência vai valer a pena.

Sucker Punch (Sucker Punch, Estados Unidos, 2011) Direção: Zack Snyder / Roteiro: Zack Snyder e Steve Shibuya / Elenco: Emily Browning, Vanessa Hudgens, Jena Malone, Carla Gugino / Sinopse: Babydoll (Emily Browning) foi internada em um sanatório pelo padrasto, de olho na fortuna da mãe. Para sobreviver ao tormento e escapar de uma provável lavagem cerebral, ela descobre que pode se refugiar dentro da própria mente, criando um universo paralelo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Red Scorpion

Título no Brasil: Red Scorpion
Título Original: Red Scorpion
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Abramoff Production
Direção: Joseph Zito
Roteiro: Jack Abramoff, Robert Abramoff
Elenco: Dolph Lundgren, M. Emmet Walsh, Al White

Sinopse:
Nikolai (Dolph Lundgren) é um agente soviético da KGB enviado para se infiltrar e esmagar um levante rebelde Africano. Uma vez lá acaba atraído pela causa dos guerrilheiros, uma traição que enfurece seus superiores russos. Agora ele se tornará o alvo do serviço secreto comunista. Fugindo através do deserto inóspito, na companhia de um jornalista americano contraditório (M. Emmet Walsh), Nikolai alia-se com uma tribo de bosquímanos rebeldes, e ganha o codinome de "Red Scorpion" por causa de sua extrema coragem em combate.

Comentários:
Quando não está tirando algum doutorado em Engenharia Elétrica em seu país de origem, a Suécia, o fortão Dolph Lundgren vai tentando consolidar sua carreira no cinema. Pode-se até duvidar de seus talentos dramáticos, mas não se pode chamar o ator de pouco trabalhador pois até o momento ele já atuou em nada mais, nada menos do que quase sessenta filmes, uma marca e tanto para ele, que na realidade nunca conseguiu virar um genuíno astro de filmes de ação. Esse "Red Scorpion" foi uma clara tentativa de faturar em cima da imagem construída por Dolph Lundgren em "Rocky IV". Assim como lá ele aqui interpreta um russo na era da guerra fria. Essa é uma daquelas produções feitas para um público específico, que corre atrás de muita pancadaria, cenas de ação e pouco papo furado (entenda-se roteiros mais bem trabalhados). Assim Lundgren desce a porrada em quem ousa cruzar seu caminho atrapalhando seus planos. Simples não? Mas também bem divertido.

Pablo Aluísio.

O Legionário

Título no Brasil: O Legionário
Título Original: Legionnaire
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Edward R. Pressman Film, Long Road Productions
Direção: Peter MacDonald
Roteiro: Sheldon Lettich, Jean-Claude Van Damme
Elenco: Jean-Claude Van Damme, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Steven Berkoff

Sinopse:
Um boxeador chamado Alain Lefevre (Jean-Claude Van Damme) engana um perigoso mafioso e para se manter vivo se alista na famosa Legião Francesa. Enviado até os confins do deserto ele começa a entender como é dura e brava a vida de todos aqueles legionários.

Comentários:
Era de se esperar mesmo que mais cedo ou mais tarde o belga Jean-Claude Van Damme viesse a interpretar um legionário no cinema. Afinal de contas a legião francesa até hoje exerce um grande fascínio entre os europeus de uma forma em geral. Conhecidos por sua bravura e determinação, esses soldados povoam o imaginário popular há décadas. Curiosamente a estória foi escrita pelo próprio Jean-Claude Van Damme que tinha esse velho sonho de infância. Ele acreditou tanto nessa sua ideia que bancou a produção desse filme. "O Legionário" não é lá grande coisa mas dentro do padrão dos filmes que ele realizou ao longo da carreira até que fica um pouco acima da média do que seus fãs costumavam ver. Claro que por estar em um contexto diferente, cujo enredo se passa na década de 1920, há até uma melhor produção, com figurinos de época e reconstituição histórica mais caprichada, o que talvez justifique o fato de "O Legionário" ter sido elogiado em seu lançamento por causa da bela fotografia e da bem colocada trilha sonora.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Contrabando

Irmão mais jovem de antigo contrabandista que tenta se redimir (Mark Wahlberg) se complica ao jogar fora carregamento de drogas que levava em um navio mercante que acabou sendo alvo da Alfândega americana. Devendo a traficantes sua última saída é ao lado do irmão tentar levar ao território americano um carregamento de notas falsas fabricadas no Panamá. "Contrabando" é um eficiente thriller policial e de ação que a despeito de ter alguns clichês em seu roteiro consegue entreter e divertir. Um dos pontos mais positivos do roteiro é a constante tensão vivida pelos personagens. Todos de uma forma ou outra fazem parte de uma grande teia de contrabandistas, traficantes e meliantes de toda ordem. Uma das situações mais curiosas reveladas pelo filme é o modus operandi que muitos contrabandistas usam para levar carga ilegal para dentro dos EUA. Engajados como marinheiros em grandes navios de carga logo usam de todos os artifícios para burlarem a fiscalização (alguns muito bem bolados e inteligentes). O argumento mostra de certa forma que é simplesmente impossível um país ter uma sistema de rastreamento de contrabando 100% eficiente. Mesmo com todas as ferramentas e equipamentos sempre existe a possibilidade de adentrar o território fiscal sem pagamento de impostos ou taxas (isso quando a carga por si própria já não é totalmente ilegal como drogas ou dinheiro falso).

O elenco de "Contrabando" é muito bom. Mark Wahlberg continua o mesmo, nada de muito relevante na questão atuação mas também não compromete o resultado final. O grande destaque aqui é novamente a presença do ator Ben Foster. Eu já tive a oportunidade de elogiar ele várias vezes, inclusive por suas ótimas atuações em filmes como "Alpha Dog" e "Os Indomáveis". Aqui Foster repete mais uma boa performance. Já Kate Beckinsale não tem muito o que fazer a não ser desfilar com sua natural beleza. Em conclusão recomendo "Contrabando" como um bom filme de entretenimento. Não é nenhuma obra prima mas dentro de suas propostas cumpre bem suas promessas.

Contrabando (Contraband, Estados Unidos, 2012) Diretor: Baltasar Kormákur / Elenco: Mark Wahlberg, Kate Beckinsale, Ben Foster, Giovanni Ribisi, J.K. Simmons / Sinopse: Mark Wahlberg vive Chris Farraday, um contrabandista que larga a vida do crime para cuidar de sua família. No entanto, quando seu jovem cunhado Andy estraga uma importante operação de drogas, Chris se vê obrigado a voltar ao seu antigo trabalho para tentar salvar sua esposa e o jovem inconsequente.

Pablo Aluísio.

O Caçador

Uma boa produção australiana. O filme conta a estória de um caçador (Willem Dafoe) que é contratado por uma grande empresa de engenharia genética para ir até a Tâsmania (na Austrália) com o objetivo de capturar o que seria a última espécie de um famoso tigre que é dado como extinto pela ciência desde a década de 20. Chegando lá ele acaba conhecendo a família de um ecologista desaparecido. Também tem que lidar com a hostilidade dos moradores locais que pensam que ele também é um pesquisador ecologista, O fato é que a indústria madeireira da região é a única fonte de trabalho dos moradores do local. O filme é lindamente fotografado em uma região extremamente bela da Oceania. Há longas tomadas da fauna e flora da densa floresta australiana. O roteiro soube explorar bem esse lado mais natural sem esquecer também de desenvolver o afeto que o caçador vai nutrindo pela família que lá encontra.

Os fãs do cinema americano provavelmente vão estranhar um pouco o ritmo da produção que não tem pressa nenhuma em contar a estória. Há uso de efeitos digitais também mas eles são discretos e necessários uma vez que o tal tigre da Tasmânia está extinto mesmo e eles tiveram que recriar o animal digitalmente. O roteiro é bem escrito e redondinho e não tem pretensões de ser épico ou tentar desenvolver os personagens mais profundamente. No fundo é um misto de mensagem ecológica com cenas de cartão postal. A única crítica mais severa que faço a "The Hunter" é o seu desfecho que achei realmente imoral e indigno. Poderiam ter desenvolvido outro destino para o animal caçado - do jeito que ficou o final me deixou realmente aborrecido. De qualquer forma assistam, penso que irão gostar (principalmente os defensores da natureza).

O Caçador (The Hunter, Austrália, 2011) Direção: Daniel Nettheim / Roteiro: Alice Addison / Elenco: Sam Neill, Willem Dafoe, Frances O'Connor, Sullivan Stapleton , Dan Wyllie, Callan Mulvey, Jacek Koman, Morgana Davies / Sinopse: Martin David (Willem Dafoe) é um caçador que é contratado por uma empresa de biotecnologia para ir até distante floresta australiana com o objetivo de capturar o último tigre da Tasmânia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Estranhas Presenças

Título no Brasil: Estranhas Presenças
Título Original: Presence Of Mind
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos, Espanha
Estúdio: Columbia Pictures, Canal+ España
Direção:  Antoni Aloy
Roteiro:  Antoni Aloy
Elenco: Sadie Frost, Harvey Keitel, Lauren Bacall, Ella Jones:

Sinopse:
Baseado no livro "A Outra Volta Do Parafuso", de Henry James. Uma jovem reprimida, muito religiosa, é contratada como preceptora de um estranho casal de crianças. Com o passar do tempo, desconfia que ambas estão sofrendo a influência de um forte trauma sofrido no passado, que envolveu a morte de um casal de ex-funcionários da casa.

Comentários:
Mais uma boa adaptação do famoso livro A Outra Volta Do Parafuso, de Henry James. O texto já deu origem a vários filmes famosos no passado e agora volta com nova roupagem, tentando se modernizar aos novos tempos. De uma maneira em geral não temos nada de muito marcante mas o elenco de fato é acima da média. Nesse quesito dois atores devem merecer menção. O primeiro é o sempre correto Harvey Keitel que surge em uma caracterização mais soturna (e até sinistra) do que o habitual. Já para os fãs do cinema clássico esse filme se torna uma ótima oportunidade de ver a grande diva Lauren Bacall em cena novamente. Enfim, não é o melhor filme sobre o texto já feito mas certamente é um dos mais caprichados

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Dogma

Dois anjos caídos (Matt Damon e o canastrão Ben Affleck) tentam retornar ao paraíso indo até New Jersey onde um cardeal da cidade promete a todos que atravessarem o portal de sua catedral o perdão de Deus para todos os seus pecados. Perdoados poderão retornar finalmente ao céu, após séculos de exílio em Wisconsin. Para impedir que isso aconteça uma pequena trupe formada por dois idiotas, uma descendente de Jesus Cristo, uma musa e um apóstolo negro (não citado no novo testamento) se unem para deter os anjos revoltosos. Kevin Smith, o diretor, quis com esse Dogma fazer piada sobre tudo o que diz respeito à doutrina cristã. Logo no começo do filme ele colocou um pequeno aviso para que as pessoas não se sentissem ofendidas com o teor do roteiro pois a produção não devia em nenhuma hipótese ser levada à sério. Realmente nesse ponto Smith tem razão. "Dogma" é apenas uma divertida sessão da tarde, dessas que se assiste e depois se esquece completamente (tanto que já tinha assistido anos antes mas me recordava realmente de pouca coisa).

O roteiro é bobo e por vezes disperso. Smith tenta fazer piada com tudo, com a cor do Cristo histórico, com a chamada imaculada concepção, com os apóstolos, demônios e anjos. Algumas piadas são divertidas e outras não. No geral o roteiro exige uma certa cumplicidade do espectador pois quem é completamente leigo em teologia certamente deixará passar batidas várias ironias do argumento. O que faz com que "Dogma" não seja uma perda de tempo completa é seu bom elenco. Além da dupla Damon e Affleck (é sempre divertido ver a falta de talento desse último) o filme ainda tem um curioso Jason Lee muito jovem (e com cabelos) fazendo um personagem endiabrado. Enfim, "Dogma" é indicado para nerds que gostam de debater sobre religião, se for o seu caso, aleluia! Faça bom proveito.

Dogma (Dogma, Estados Unidos, 1999) Direção de Kevin Smith / Roteiro de Kevin Smith / Com Ben Affleck, Matt Damon, Linda Fiorentino, George Carlin, Salma Hayek, Jason Lee, Jason Mewes, Kevin Smith./ Sinopse: Dois anjos caídos (Matt Damon e o canastrão Ben Affleck) tentam retornar ao paraíso indo até New Jersey onde um cardeal da cidade promete a todos que atravessarem o portal de sua catedral o perdão de Deus para todos os seus pecados. Perdoados poderão retornar finalmente ao céu, após séculos de exílio em Wisconsin. Para impedir que isso aconteça uma pequena trupe é formada.

Pablo Aluísio.

Hamlet

Título no Brasil: Hamlet
Título Original: Hamlet
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Castle Rock Entertainment, Turner Pictures
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Kenneth Branagh,
Elenco: Kenneth Branagh, Julie Christie, Derek Jacobi

Sinopse:
Baseado na obra "Hamlet" escrita por William Shakespeare em 1599. Hamlet (Kenneth Branagh), príncipe da Dinamarca, retorna para casa para encontrar um caos familiar e de valores. Seu pai foi assassinado e sua mãe está envolvida amorosamente com o suposto assassino. O mundo parece desmoronar ao redor do nobre escandinavo. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Música. Também indicado ao Bafta Awards nas categorias de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino.

Comentários:
Adaptar William Shakespeare para o cinema nunca foi algo fácil. A linguagem rebuscada e muito rica do autor acaba assustando o público em geral que frequenta as salas de exibição ao redor do mundo nos dias atuais. Assim, para amenizar esse aspecto muitas adaptações procuraram modernizar ou minimizar os textos originais. Alguns cometeram inclusive a heresia de substituir os diálogos originais por um palavreado mais corriqueiro, do dia a dia. Indo contra essa tendência o ator e diretor Kenneth Branagh resolveu fazer algo mais fiel ao texto do autor. O resultado é uma produção para poucos. De longa duração, com figurinos e cenários luxuosos, o "Hamlet" de Kenneth Branagh veio com o status de ser o filme definitivo sobre o trágico personagem shakesperiano. O filme é pesado, excessivo e dura mais de quatro horas! Certamente seria mais conveniente se fosse realizado como uma minissérie. Mesmo assim consegue agradar e muito a quem se aventurar por essa película. Obviamente que exigirá uma certa bagagem cultural do espectador. Não é aquele tipo de produção que vai agradar a todos, pois é essencial conhecer o mínimo sobre William Shakespeare e sua obra magnífica para desfrutar melhor essa realização cinematográfica. Assim se você estiver curioso em conhecer mais sobre o famoso autor o filme virá bem a calhar. Esse "Hamlet" é requintado, elegante, fiel ao texto original e definitivamente não faz nenhuma concessão comercial. Uma obra para puristas em geral.

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Loucos do Alabama

Título no Brasil: Loucos do Alabama
Título Original: Crazy in Alabama
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Antonio Banderas
Roteiro: Mark Childress
Elenco: Melanie Griffith, David Morse, Lucas Black

Sinopse:
O sonho de Lucille Vinson (Melanie Griffith) é se tornar uma estrela em Hollywood. Para isso ela resolve ir dirigindo para a ensolarada Califórnia enquanto seu sobrinho tenta desvendar um assassinato envolvendo um xerife corrupto do Alabama. Filme indicado ao Framboesa de Ouro na categoria de pior atriz (Melanie Griffith).

Comentários:
Primeiro filme como diretor do ator Antonio Banderas! Pois é, quem esperava por algo a mais se deu mal. O fato é que Banderas é tão ruim como cineasta como é como ator. Ele não consegue acertar uma! O filme não tem foco nenhum, não se define em ser um drama, um filme de ação ou uma comédia. Tentando atirar para todos os lados acaba não acertando em nada, nada mesmo! Ao que parece Banderas quis acima de tudo fazer uma ode cinematográfica para sua esposa, Melanie Griffith. O problema básico é que o público não tem nada a ver com isso e acabou vendo um pastel de vento de celuloide, pois tudo é muito rasteiro e irrelevante. Para não falar que nada presta, com muito esforço ainda se salva um pouco sua trilha sonora e o figurino de época. Infelizmente são detalhes menores que não conseguem salvar "Crazy in Alabama" de ser um tremendo abacaxi sulista!

Pablo Aluísio.

Estrada Perdida

Título no Brasil: Estrada Perdida
Título Original: Lost Highway
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: October Films, CiBy 2000  
Direção: David Lynch
Roteiro: David Lynch, Barry Gifford
Elenco: Bill Pullman, Patricia Arquette, John Roselius

Sinopse:
Depois de um encontro bizarro em uma festa, um saxofonista de jazz é enquadrado pelo assassinato de sua esposa e enviado para a prisão, onde inexplicavelmente se transforma em um jovem mecânico e começa a levar uma nova vida.

Comentários:
Não vá procurar muito sentido na obra de David Lynch! Sendo sincero um dos grandes charmes desse cineasta é justamente a falta se sentido de muito do que se vê na tela. Lynch tem o que se chama de cinema aberto, ou seja, cada um acaba vendo algo diferente em seus filmes. Na verdade o cineasta joga com o subconsciente do espectador. Na maioria das vezes não há nada por trás de suas imagens e tramas surreais, apenas um jogo de obscuridade com seu público. "Lost Highway" vai bem por esse caminho. David Lynch, como os americanos gostam de dizer, não está aí para esclarecer nada mas sim para tornar tudo ainda mais difuso. Em vista disso esse é o típico filme de extremos, onde ou se ama tudo que se vê ou se odeia cada minuto da película, ou trocando em miúdos, é de fato um David Lynch com cem por cento de pedigree!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A Perseguição

Caçador e minerador (Liam Neeson) sofre acidente de avião em região inóspita do Alaska. Ao seu lado se forma um pequeno grupo de sobreviventes que tentam encontrar algum povoado ou região habitada. No caminho são atacados por uma matilha de lobos selvagens. "A Perseguição" tem todos os elementos que esperamos encontrar em filmes assim, de luta pela sobrevivência: bela fotografia (a região onde a produção foi realizada é muito bonita), bons atores, situações de risco e perigo mas faltou aquele "algo a mais". Talvez o assunto já esteja um pouco saturado no cinema ou então o problema seja com o personagem de Liam Neeson - sempre sorumbático, deprimido por causa da morte da mulher. Sem ser particularmente heróico o papel se perde no meio da nevasca não conseguindo criar vínculo com o espectador. Outro problema é a forma como o roteiro lida com os lobos - aqui muito próximos de predadores mitológicos, quase lobisomens. São malvados e cruéis, se tornando forçada sua presença em cena. O pior acontece no desfecho, quando finalmente acontece o clímax o filme termina abruptamente, sem desfecho. É aquele tipo de "final aberto" que tem se tornado modinha em Hollywood - para aborrecimento de quem quer saber o que acontece na conclusão do filme.

O diretor de "A Perseguição" é o cineasta Joe Carnahan. Seu maior êxito comercial é o terrível "Esquadrão Classe A" (também com Neeson). Aqui pelo menos ele se conteve mais e procura disponibilizar um argumento mais pé no chão, sem os arroubos de besteirol que encontramos no seu filme anterior. Pelo menos o bom senso aqui prevaleceu. Em resumo é isso. "The Grey" tinha tudo para ser muito bom mas faltou alguma coisa. Não empolga, não cativa mas pode até vir a funcionar em casa numa noite sem nada para fazer. Entretenimento regular mas esquecível.

A Perseguição (The Grey, Estados Unidos, 2012) Direção: Joe Carnahan / Roteiro: Joe Carnahan, Ian Mackenzie Jeffers / Elenco: Liam Neeson, Dermot Mulroney, Frank Grillo / Sinopse: Um avião cai no meio das paisagens mais hostis do Alasca. Os sobreviventes então tentam sobreviver em meio ao frio, ao tempo impiedoso e ao ataque de um grupo de lobos famintos e selvagens.

Pablo Aluísio.

Maus Hábitos

Título no Brasil: Maus Hábitos
Título Original: Entre tinieblas
Ano de Produção: 1983
País: Espanha
Estúdio: Tesauro S.A.
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Julieta Serrano, Marisa Paredes, Carmen Maura, Manuel Zarzo, Chus Lampreave, Cecilia Roth

Sinopse:
Yolanda Bell, uma jovem cantora que tem problema com drogas, até o dia em que vê seu namorado morrer de overdose. Apavorada ela busca refúgio no convento das "redentoras humilhadas" cuja madre superiora manifesta sua admiração por Yolanda numa noite em que vai assistir ao seu show no "Molino Rojo". Por muitos anos as "redentoras humilhadas" têm tentado salvar jovem moças que levam vida de perdição. Ultimamente porém, a comunidade atravessa uma crise: poucas garotas desejam ser salvas.

Comentários:
Um filme bem antigo de Pedro Almodóvar que poucos se recordam hoje em dia. Como se sabe o diretor, homossexual assumido, aqui resolve tirar uma casquinha da Igreja Católica. Seu roteiro é uma sátira à vida de religiosas, principalmente freiras, onde o diretor procura mostrar, sobre seu ponto de vista, o absurdo de certas relações dentro de um convento na Espanha. O texto brinca o tempo todo com a dualidade pecado x salvação, mostrando que sem o pecado não existe a verdadeira salvação. Apesar da ideologia por trás de tudo o que temos aqui é realmente uma película que demonstra acima de tudo uma certa hesitação do diretor, que ainda não havia encontrado o tom certo de sua filmografia

Pablo Aluísio

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Um Caso Complicado

Título no Brasil: Um Caso Complicado
Título Original: Elektra Luxx
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Gato Negro Films
Direção: Sebastian Gutierrez
Roteiro: Sebastian Gutierrez
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Carla Gugino, Timothy Olyphant, Ermahn Ospina

Sinopse:
São três linhas narrativas que se entrecruzam ao longo do filme. Na primeira a famosa atriz pornô Elektra Luxx (Carla Gugino) descobre estar grávida de um famoso roqueiro recentemente falecido. Por essa razão decide se aposentar dos filmes adultos, muito embora sua fama nunca a deixe em paz. No outro enredo duas estrelas pornôs jovens decidem passar um fim de semana no México de férias mas acabam sendo cortejadas por dois empresários ricos. Por fim acompanhamos um blogueiro de filmes adultos que tenta gravar reviews para os filmes que assiste, enquanto sua irmã e sua mãe o atrapalham o tempo todo.

Comentários:
Uma produção independente americana que procura brincar com o universo dos bastidores do cinema adulto daquele país. O tom não é necessariamente de comédia mas o humor está presente em todas as estórias contadas. Dessas a mais divertida é a do jovem blogueiro que tenta comentar sobre as estrelas e filmes pornôs para seu blog mas sempre é atrapalhado ou pela sua mãe (o cara ainda vive nos porão da casa de seus pais que o mandam colocar o lixo para fora) ou pela irmã, que deseja ela própria virar estrela pornô - para seu desespero pois o irmão embora adore filmes adultos não aceita de jeito nenhum que sua própria mana entre nesse mundo, mostrando a hipocrisia que existe entre os consumidores desse tipo de filme. O elenco é praticamente todo desconhecido do grande público com exceção de Timothy Olyphant, o tira cowboy de "Justified" que aqui interpreta um detetive particular que segue os passos da ex-estrela pornô pois ela pode ter em mãos as últimas canções do amante roqueiro, músicas essas que valem milhões. Enfim, um filme divertido, que tem lá seus momentos, embora nunca decole completamente. Dá para assistir ao menos uma vez, por simples curiosidade.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Super 8

Se você for fã da filmografia dos anos 80 de Spielberg, então Super 8 vai ser um presente e tanto. Esse é um filme dos anos 80 que não foi feito nos anos 80. Spielberg produziu uma obra cheia de referências aos seus filmes mais famosos naquela década (com toques que vão de ET a Goonies, entre outros). Como todos sabem os filmes dele dos 80´s eram cheios de garotos com dramas familiares que acabam se envolvendo em um grande evento fantástico. É justamente isso que acontece aqui em Super 8. Por isso o roteiro não é nada original, o que de certa forma não se torna um defeito, pois não deixa de ser divertido ver tantas citações à obra do eterno Peter Pan do cinema americano.

Já o diretor JJ Abrams embarca na ideia e entrega um produto coeso. Obviamente todos os clichês MOW (Monster of Week) estão presentes mas apesar do tema batido, temos de reconhecer que ainda mantém o interesse do espectador (principalmente pela acertada decisão de nunca revelar muito da criatura antes do final). O elenco é bacaninha, os atores mirins não são irritantes, pelo contrário, e seguram bem a bola. Kyle Chandler que interpreta o principal personagem adulto é um bom ator, cuja carreira já acompanhava desde a série Friday Night Lights. Aqui ele repete o tipo estressadinho. Enfim, no fundo esse é um filme de monstro dos anos 80, com tudo de bom ou ruim que isso significa. Não vai mudar sua vida e está longe de ser algo genial, mas como puro entretenimento escapista funciona bem - e deixa a gente com saudades do Spielberg da década de 80, o que convenhamos já é uma grande coisa.

Super 8 (Super 8, Estados Unidos,, 2011) Diretor: J.J. Abrams / Roteiro: J.J. Abrams / Elenco: Elle Fanning, Amanda Michalka, Kyle Chandler, Ron Eldard e Noah Emmerich / Sinopse: Garotos na década de 70 resolvem realizar um pequeno filme caseiro usando sua câmera Super-8. O que não desconfiavam é que estariam embarcando na maior aventura de suas vidas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tão Forte e Tão Perto

Garoto Nova-iorquino (Thomas Horn) tem um relacionamento muito especial com seu pai (Tom Hanks) um joalheiro que adora ciência e enigmas. Sua vida infelizmente acaba virando de cabeça para baixo após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O filme "Tão Forte e Tão Perto" foi considerado o azarão do Oscar desse ano. Ninguém esperava que o filme acabasse sendo indicado entre os melhores do ano. Muitos consideram a produção fraca e sem maiores méritos. Eu discordo. Gostei do enredo, de seu desenvolvimento e principalmente de sua conclusão. Filmes que mostram relacionamentos entre pai e filho costumam desandar para o dramalhão ou então para a xaropada mas "Tão Forte e Tão Perto" não cai nessa armadilha. O filme se apoia bastante na figura do garoto (que tem muita pinta de sofrer da síndrome de Asperger). Tentando resolver o último enigma deixado por seu pai ele vira Nova Iorque ao avesso e acaba conhecendo pessoas, lugares e novas situações. O ator mirim Thomas Horn recebeu algumas críticas por ser pouco carismático ou chato. Acho injusto uma vez que seu personagem é dessa forma e não poderia ser diferente.

Uma das maiores curiosidades de "Tão Forte e Tão Perto" é o elenco de apoio formado por grandes nomes. Tom Hanks faz o paizão bonachão. Espero que ele na vida real não esteja tão gordo como mostrado no filme. Sua participação é pequena mas essencial. Já a mãe é interpretada por uma envelhecida Sandra Bullock que também não aparece muito mas que mantém o bom nível quando surge em cena. Já o terceiro grande nome do elenco é justamente aquele que literalmente rouba todo o filme: Max Von Sydon. Sem dizer uma única palavra o ator apresenta uma de suas grandes performances. Sem diálogos a dizer ele tem que expressar todas as emoções apenas com um olhar, um gesto. Só grandes atores passam por isso de forma grandiosa como Sydon. O filme é dele e tudo indica que foi feito para ele. Quando surge em cena o enredo que vai devagar cresce em interesse e qualidade. Só isso já basta para indicar "Tão Forte e Tão Perto" um filme bem humano e belo que vale a pena ser assistido.

Tão Forte e Tão Perto (Extremely Loud and Incredibly Close, Estados Unidos, 2011) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: Eric Roth / Elenco: Tom Hanks, Sandra Bullock, Thomas Horn, Max von Sydow, John Goodman, James Gandolfini e Viola Davis / Sinopse : Oskar é um garoto de 9 anos que perdeu o pai no trágico 11 de setembro e vive tentando entender sua dor e seus sentimentos. O garoto encontra em meio às coisas do pai uma chave em um envelope com um nome: Black. A curiosidade e seus instintos naturais o levam a uma busca pela fechadura da misteriosa chave.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Um Domingo Qualquer

Velho treinador de futebol americano (Al Pacino) tem que lidar com o desfalque de seu principal quaterback (Dennis Quaid) em um momento crucial do campeonato. O novo dono da posição é um jovem negro e arrogante (Jamie Foxx) que não consegue lidar bem com a fama e o sucesso que acompanham sua repentina escalação ao time principal. Aqui temos uma parceria que há muito tempo se esperava: Al Pacino sendo dirigido por Oliver Stone. O problema é que o tema realmente é norte-americano demais. Stone não esconde em nenhum momento sua paixão pelo esporte, a ponto de transformar seus jogadores em guerreiros, verdadeiros gladiadores modernos. Tudo é focado nesse ponto. As cenas dos jogos são super produzidas, com edição alucinada. Pacino alterna momentos de histerismo completo com introspecção absoluta. Apesar da força de seu nome o filme realmente gira em torno do personagem de Jamie Foxx. Terceiro quaterback da equipe acaba assumindo a posição em um momento crucial do time (Miami Sharks). No começo fica inseguro (a ponto de vomitar em campo) e vacilante mas conforme vão passando os jogos se torna auto confiante a ponto de se tornar totalmente arrogante, desmerecendo os demais colegas de equipe e até mesmo o próprio treinador.

No fundo o roteiro de "Um Domingo Qualquer" foca sobre as características de personalidade que formam o caráter de um verdadeiro líder de equipe. Isso é bem demonstrado na relação do quaterback Foxx com os demais jogadores. A partir do momento em que se torna queridinho da mídia ele passa a se auto vangloriar em demasia e o pior começa a criticar abertamente outros membros do time. Obviamente que em um esporte coletivo isso é literalmente dar um tiro no pé! A direção de Oliver Stone (que faz pequenas aparições como um comentarista esportivo) é centrada muito em uma edição que de certa forma imita as transmissões de jogos de canais como ESPN. Tudo muito rápido, nervoso, tentando captar a paixão e o calor do momento das partidas. Funciona? Sim, em termos. Dramaticamente era de se esperar um melhor aproveitamento de Al Pacino em cena mas isso não acontece. Como eu disse Stone preferiu mesmo glorificar a NFL. Se você gosta de filmes esportivos pode vir certamente a apreciar. Já os que querem ver o talento de Al Pacino podem ficar um pouco decepcionados. No final vale a pena assistir embora não seja dos melhores trabalhos de Oliver Stone.

Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday, Estados Unidos, 1999) Direção: Oliver Stone / Elenco: Al Pacino, Cameron Diaz, Dennis Quaid, James Woods, Jamie Foxx, LL Cool J, Matthew Modine, Charlton Heston, Aaron Eckhart e Tom Sizemore / Sinopse: Um íntimo olhar sobre os bastidores do futebol americano, passando desde os jogadores até os treinadores, a mídia e os donos de times, que controlam o jogo como um grande negócio que lucra milhões de dólares todo ano.

Pablo Aluísio.

Uma Garota Encantada

Título no Brasil: Uma Garota Encantada
Título Original: Ella Enchanted
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Tommy O'Haver
Roteiro: Laurie Craig, Karen McCullah
Elenco: Anne Hathaway, Hugh Dancy, Cary Elwes, Vivica A. Fox

Sinopse:
Ella (Hathaway) vive no pior dos mundos. Seu pai se casou novamente após a morte de sua mãe e ela precisa aturar uma madrasta muito cruel e suas filhas odiosas. Ela segue obediente apesar dos maiores abusos e absurdos, até que descobre que está sob um feitiço feito por sua madrinha Lucinda que a faz obedecer a todos que a mandam fazer algo. Ella então decide ganhar o mundo, para ir atrás de sua madrinha pois apenas ela pode desfazer esse encanto. No caminho acaba conhecendo o príncipe de seus sonhos.

Comentários:
Se trata de mais uma das mil releituras e modernizações do mito Cinderella. Pessoalmente acho que essa estorinha de conto de fadas já ganhou sua versão definitiva no mundo do cinema e foi justamente o encantador desenho animado clássico da Disney mas em Hollywood eles nunca desistem realmente. A tal da reciclagem saiu dos manuais de ecologia e entrou dentro dos gabinetes de executivos de cinema, só isso explica tanto remake disfarçado tentando se fazer de algo novo e original. Os elementos da estorinha infantil estão todos aqui - a fada madrinha, a madrasta cruel e desalmada e suas filhas desprezíveis e até mesmo um príncipe encantador. Tudo com roupagem moderna para disfarçar um pouquinho. Esqueça, não é mesmo melhor do que o filme assinado pelo imortal Walt Disney. Se estiver com saudades da gata borralheira reveja o original ou então leia o livro. Cultura nunca fez mal a ninguém.

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Os Excêntricos Tenenbaums

Título no Brasil: Os Excêntricos Tenenbaums
Título Original: The Royal Tenenbaums
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Wes Anderson
Roteiro: Wes Anderson, Owen Wilson
Elenco: Gene Hackman, Gwyneth Paltrow, Anjelica Huston, Ben Stiller, Owen Wilson, Luke Wilson, Bill Murray, Danny Glover

Sinopse:
Depois de uma vida em comum e três filhos o casal formado interpretado por Gene Hackman e Anjelica Huston resolve se separar. Com o fim do núcleo familiar os filhos também resolvem tomar seus próprios rumos em suas vidas. Chas (Ben Stiller) se torna extremamente rico pois tem um talento e tanto para o mundo das finanças. Margot (Gwyneth Paltrow) se dedica a escrever livros de sucesso. Por fim Ritchie (Luke Wilson) resolve abraçar os esportes e se torna um bem sucedido tenista profissional. Quando os pais resolvem reconstruir o casamento todos voltam a se reunir, trazendo de volta angústias, brigas e revanches do passado.

Comentários:
Excêntrico mesmo sempre foi o cinema de Wes Anderson. Esse texano tem um estilo tão próprio que não podemos nem ao menos o colocar em alguma categoria pois não consigo visualizar nenhum outro cineasta que tenha uma visão parecida com a dele. Basta lembrar dos singulares (e esquisitos) "A Vida Marinha com Steve Zissou", "Viagem a Darjeeling" e até mesmo da animação "O Fantástico Sr. Raposo" para compreender isso. Hoje em dia ele está mais em baixa mas na época de lançamento desse filme ele era um verdadeiro queridinho da crítica americana. Confesso que nunca fiquei muito satisfeito com seu tipo de humor diferenciado. Para falar a verdade sempre conferi seus filmes por causa dos excelentes elencos que ele conseguia reunir para suas produções. Quer um exemplo? Basta passar os olhos nos nomes que formam esse elenco. Simplesmente incrível. Mesmo assim o resultado não é muito gratificante. Em determinado momento o clima geral de nonsense começa a saturar e se vai perdendo a paciência. Mas isso ao que parece foi ignorado pela crítica que logo qualificou o filme como "obra prima"! Bobagem, isso é um exagero.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Relação Violentada

Título no Brasil: Relação Violentada
Título Original: Rape and Marriage - The Rideout Case
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Lorimar Productions
Direção: Peter Levin
Roteiro: Hesper Anderson
Elenco: Mickey Rourke, Linda Hamilton, Rip Torn

Sinopse:
Após ser violentada, Greta Rideout (Linda Hamilton) acusa seu próprio marido de estupro. Os advogados de John Rideout (Mickey Rourke) porém alegam que a acusação é ridícula, pois um marido jamais poderia ser acusado do estupro de sua própria esposa, afinal de contas o relacionamento íntimo entre pessoas ligadas pelo casamento seria um direito do marido, protegido e previsto por lei. Filme baseado em fatos reais.

Comentários:
No auge do mercado de vídeo nos anos 80 foi lançado esse telefilme que para os fãs de Mickey Rourke (categoria no qual estou inserido) era uma grata surpresa. Essa aliás era uma das grandes qualidades de se ter uma verdadeira explosão de locadoras de fitas VHS por todo o país naqueles anos. Você poderia entrar em um loja de bairro e de repente encontrar preciosidades como essa, bem escondida nas prateleiras. A fita mostra um Mickey Rourke ainda muito jovem, recém saído do mitológico Actors Studio, mas já demonstrando ser um talento nato. Sua parceira em cena, interpretando uma corajosa vítima de estupro, era a atriz Linda Hamilton, que alguns anos depois também se tornaria um rosto conhecido no mundo do cinema ao estrelar a franquia de enorme sucesso "O Exterminador do Futuro". Já Rourke surge com todos os maneirismos que iria consolidar sua fama nos anos 80, cabelo despenteado, barba por fazer e estilo cool de ser. Um telefilme no final das contas que se mostra bem acima da média, valorizado pelo elenco promissor ainda no começo da distante década de 80.

Pablo Aluísio.

Fúria Cega

Título no Brasil: Fúria Cega
Título Original: Blind Fury
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Ryôzô Kasahara, Charles Robert Carner
Elenco: Rutger Hauer, Terry O'Quinn, Brandon Call

Sinopse:
Nick Parker (Rutger Hauer) é um veterano do Vietnã que perde sua visão no campo de batalha. De volta aos Estados Unidos ele decide visitar um velho amigo de armas mas descobre que ele está envolvido com dívidas de jogos e sendo chantageado por poderosos traficantes de drogas. Nick então resolve ajudar a resolver todos os problemas de seu amigo, mesmo que para isso precise usar de toda a sua perícia nas artes marciais.

Comentários:
Esse filme será exibido hoje pelo cult canal TCM, o que não deixa de ser uma surpresa e tanto, afinal de contas será mesmo que "Blind Fury" já pode ser considerado um cult movie? Como acompanho cinema há tanto tempo me lembro bem da época em que esse filme foi lançado. Naqueles tempos essa palavra "cult" jamais seria aplicado a ele. Era considerada uma fitinha B, de artes marciais, estrelada pelo decadente Rutger Hauer! Acontece que, enquanto a crítica descia a lenha na produção, o público ia descobrindo o filme nas locadoras e, para surpresa de muitos, acabou  agradando bastante aos fãs de filmes de ação. Não irei aqui dizer que "Fúria Cega" é um grande filme, até porque ele não é, isso porém não tira seus méritos de ser um filme muito eficiente dentro de seu nicho cinematográfico. Há boas cenas e Hauer, decadente ou não, sempre foi muito carismático. Se hoje é um cult ou não, fica complicado saber. O que se pode afirmar com certeza que a produção ainda consegue cativar bastante certa parcela do público. Se nunca assistiu não perca a oportunidade de conhecer.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Shame

Uma vez que o casamento se tornou uma instituição fora de moda e cafona as pessoas nos dias atuais procuram alternativas para suprir suas necessidades emocionais e sexuais. "Shame" lida justamente com isso. No filme acompanhamos a rotina de Brandon Sullivan (Michael Fassbender), um nova-iorquino bem situado, com bom emprego e um apartamento bem localizado. Sua vida sexual e emocional se resume a breves encontros com garotas para sexo casual que conhece pela cidade. Seu cotidiano porém muda com a chegada de sua irmã Sissy (Carey Mulligan). Ela é bonita, atraente e assim como Brandon também adota um estilo de vida liberal. "Shame" na realidade é uma pequena crônica sobre a vida sexual do homem moderno. O personagem principal é um solteiro em Nova Iorque, com toda a liberdade moral e sexual a que tem direito. Assim não se furta em aproveitar todas as oportunidades que a grande cidade tem a lhe oferecer. O problema é que diante de tal grau de permissividade sua procura pelo sexo oposto logo acaba se tornando um ciclo vicioso sem limites. A realidade de Brandon em pouco tempo foge de seu controle e ele se torna um viciado em sexo anônimo e pornografia. É a velha metáfora de que a liberdade desacompanhada de responsabilidade e comprometimento pode facilmente se tornar lesiva.

O elenco de Shame é bom e o destaque vai para Carey Mulligan. Além de ser uma gracinha ela é talentosa e carismática. A atriz tem aparecido em diversas produções que se destacaram nos últimos anos como "Educação", "Drive" e "Não me Abandone Jamais". Sua personagem é muito interessante dentro da trama de "Shame" uma vez que logo cria uma desconfortável tensão sexual com seu próprio irmão dentro do apartamento onde vivem. Já Michael Fassbender está apenas correto. O diretor negro Steve McQueen (homônimo do famoso ator) escolheu uma produção naturalista, com uso de longos planos sequência. Sua opção em explorar o nu frontal dos atores pode vir a desagradar algumas pessoas mas particularmente achei uma decisão acertada uma vez que o filme tem como tema a sexualidade de seus personagens e como tal não poderia adotar atitudes de falso moralismo com eles. Aliás sua posição de não levantar qualquer bandeira moralista é um de seus pontos mais positivos. Em suma "Shame" tenta entender a vida sexual das pessoas que vivem dentro de uma sociedade tecnológica e liberal. Só o fato de levantar esse tema para debates já o torna extremamente válido.

Shame (Shame, Estados Unidos, 2011) Direção de Steve McQueen / Roteiro de Steve McQueen e Abi Morgan / Elenco: Michael Fassbender, Carey Mulligan e James Badge Dale / Sinopse: O filme mostra os anseios e problemas de ordem emocional e sexual de dois irmãos na Nova Iorque dos dias atuais.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cowboys & Aliens

Eu gosto de Cowboys. Eu gosto de Aliens. Mas esse Cowboys e Aliens não passa de uma enorme bobagem. Uma aventura infantil e juvenil com roteiro quase inexistente e muitos efeitos especiais para esconder isso. Eu como fã do gênero western achei tudo um grande desperdício de paciência, tempo e dinheiro. O filme até que começa bem - Daniel Craig surge no meio de deserto sem lembrar de onde veio ou para onde vai. Encontra alguns vilões no meio do caminho e chega numa cidade perdida no meio do nada. Analisando assim poderíamos até pensar que estamos vendo um remake de algum faroeste com Clint Eastwood ou Randolph Scott mas a esperança logo que se vai, justamente quando os tais aliens surgem em cena. Nada tenho contra a ideia em si de fundir gêneros cinematográficos tão diversos, o problema é que esse tipo de coisa exige talento e inteligência. Definitivamente duas coisas ausentes por aqui. Muitas pessoas foram atraídas justamente pela proposta nada comum de unir ficção com faroeste mas certamente se decepcionaram pois o filme é uma típica produção vazia, sem qualquer conteúdo. Provavelmente em quadrinhos funcione melhor mas até nisso parece ter naufragado uma vez que muitos leitores da graphic novel que deu origem ao filme também reclamaram bastante do resultado nas telas. Ora, se nem aos leitores desse tipo de publicação o filme agradou para que serviu então esse "Cowboys & Aliens"?

Mas afinal alguma coisa se salva? Para falar a verdade mantive a atenção por pelo menos 30 minutos. Como fã de faroestes eu realmente queria que tudo desse certo mas passado esse tempo o filme desandou de uma vez, virando uma grande besteira digital. Parece que o produtor Spielberg perdeu toda e qualquer imaginação e originalidade com filmes como esse. Nos anos 80 ele produziu grandes filmes pipocas como "De Volta Para o Futuro" mas parece que perdeu a mão, o jeito da coisa para produzir esse tipo de diversão. Tudo não passa de uma salada indigesta ora roubando ideias de filmes clássicos de faroeste (como ir atrás do parente raptado), ora roubando de filmes famosos de ficção (o plágio mais óbvio é claro vem da franquia Predador). Tecnicamente falando o filme é bem feito, temos que reconhecer, mas o excesso de Aliens gerados digitalmente logo cansam também. Enfim, tudo se resume em uma grande bobagem mesmo que mais parece um videogame vazio. Não recomendo a pessoas maiores de 14 anos pois tudo parece ter sido feito para os mais jovens, crianças e pré adolescentes. Esses talvez achem alguma graça, quem sabe.

Cowboys & Aliens (Cowboys & Aliens, Estados Unidos, 2011) Direção: Jon Favreau / Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman / Elenco: Daniel Craig, Harrison Ford, Olivia Wilde / Sinopse: Cowboy (Daniel Graig) surge no meio do deserto sem se lembrar de nada. Em pouco tempo chega a um pequeno vilarejo onde enfrentará diversas aventuras que jamais sonhou imaginar.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Os Descendentes

Sinceramente achei um filme de mediano para fraco, totalmente morninho. O filme em si se resume a duas situações: A esposa de George Clooney no filme está em coma irreversível e segundo seu próprio desejo deixado em uma declaração antes de estar nesse estado quer que seus aparelhos sejam desligados definitivamente. O segundo ponto é a venda de um imenso terreno no Havaí herdado por antepassados da grande família de Clooney (primos, primas, tios, tias e parentada em geral). No final as duas sub tramas irão se encontrar no clímax do filme. Como foi rodado nas ilhas havaianas há muitas tomadas belas das paisagens locais, trilha sonora cheia de músicas das ilhas e aquele ritmo cadenciado, sem muita pressa que acaba ficando chato.

O filme cai no marasmo várias vezes. Não consegui me interessar muito sobre a situação do personagem de Clooney. Esse aliás parece só funcionar em papéis mais relax, do tipo "quarentão garotão". Quando migra para personagens que exigem mais ele geralmente derrapa. É o que acontece aqui em minha opinião. Achei ele apático, meio disperso, como se não estivesse muito aí sobre tudo o que está acontecendo. Enfim, "Os Descendentes" é realmente um filme bem banal, com cara de telefilme sobre doença. Nada muito marcante e facilmente esquecível. Não merece as indicações que recentemente recebeu ao Oscar.

Os Descendentes (The Descendants, Estados Unidos, 2011) Direção: Alexander Payne / Roteiro: Alexander Payne e Nat Faxon / Elenco: George Clooney, Matthew Lillard, Judy Greer e Shailene Woodley / Sinopse: O filme conta a história de um rico proprietário de terras do Havaí que precisa reestabelecer sua ligação com as duas filhas depois que a sua esposa sofre um acidente de barco.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Jane Eyre

Jane Eyre é um clássico da literatura inglesa então obviamente o texto do roteiro tem muito pedigree. No fundo é uma estória bem romântica com várias reviravoltas, amores impossíveis, romantismo exacerbado e heróis galantes. Aqui acompanhamos a triste saga de Jane Eyre. Bem nascida tem o azar de ver seus dois pais mortos. Nas mãos de uma parenta megera logo é internada em um colégio interno, daqueles de dar arrepios, com quartos escuros e professoras violentas. Castigo físico é rotina além de muitas horas de estudo e trabalho. Jane então se torna uma moça adulta e ao sair da escola procura um emprego como governanta numa luxuosa propriedade campestre britânica (aqueles casarões que estamos acostumados a ver em filmes e séries britânicas como Downtown Abbey). Aí nesse local ela viverá emoções, paixões e tudo o mais que não convém contar mais para não estragar.

A produção é da BBC Films, então bom gosto e classe refinados é o mínimo a se esperar. A direção é meio burocrática, sem grandes arroubos autorais o que é de se compreender pois o diretor Cary Fukunaga (que apesar do nome é americano) quis apenas contar a estória do livro sem tirar nem colocar nada. Quis ser eficiente e correto. Se não atrapalha também não emociona. Percebi que diante de tanto zelo pela obra original o filme acabou soando frio, gélido, sem grandes emoções. Até mesmo o romance central (que deveria ser um arroubo de paixões descontroladas) se torna morno. De qualquer forma ainda recomendo por causa da bonita produção, dos belos jardins e da chance de conhecer, nem que seja pela tela, a obra da escritora inglesa Charlotte Bront.

Jane Eyre (Jane Eyre, Estados Unidos, 2011) Direção: Cary Fukunaga / Roteiro: Moira Buffini / Elenco: Mia Wasikowska, Jamie Bell e Sally Hawkins / Sinopse: Jane Eyre (Mia Wasikowska) morava com sua tia, e ao ficar órfã é levada para morar em um internato. Quando adulta, ela vai trabalhar como governanta na casa de Edward Rochester (Michael Fassbender) mas em breve o destino mudará completamente sua vida.

Pablo Aluísio.