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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

O Americano Tranqüilo

Título no Brasil: O Americano Tranqüilo
Título Original: The Quiet American
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Christopher Hampton
Elenco: Michael Caine, Brendan Fraser, Rade Serbedzija, Holmes Osborne,Thi Hai Yen Do, Ferdinand Hoang

Sinopse:
Com roteiro baseado na obra literária escrita por Graham Greene, o filme "O Americano Tranquilo" conta a história de amor envolvendo um velho jornalista inglês e um jovem médico que disputam entre si o afeto de uma bela mulher vietnamita. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor ator (Michael Caine).

Comentários:
Quem primeiro se interessou em levar uma adaptação ao cinema desse livro foi Marlon Brando. Ele chegou inclusive a comprar os direitos do livro. Ele se identificava pessoalmente com o enredo, colocando um americano perdidamente apaixonado por uma oriental. Como se sabe todas as esposas de Brando eram estrangeiras, orientais. Pois bem, depois de alguns anos ele vendeu esses direitos e a Miramax os comprou. Essa companhia cinematográfica acertou em duas escolhas para esse filme, mas errou em uma. Acertou na bela produção, no investimento sem cortes, o que resultou em um filme muito bonito de se ver, com ótima fotografia. Acertou também em escolher Michael Caine para interpretar o personagem britânico. Sua atuação foi tão boa que ele foi indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro naquele ano. Porém os executivos erraram em escalar Brendan Fraser para o papel do jovem médico americano que vai até um Vietnã prestes a explodir em um grande conflito armado. Fraser é fraco demais para convencer. Foi uma jogada comercial para atrair mais público, mas que acabou prejudicando demais o filme. Escolhas certas, escolhas erradas. No meio de tudo pelo menos o filme saiu com dignidade, até porque a direção precisa de Phillip Noyce não deixou o filme cair no desastre que muitos esperavam.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Terror a Bordo

Título no Brasil: Terror a Bordo
Título Original: Dead Calm
Ano de Produção: 1989
País: Austrália
Estúdio: Kennedy Miller Productions
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Terry Hayes, Charles Williams
Elenco: Nicole Kidman, Sam Neill, Billy Zane, Rod Mullinar, Joshua Tilden, George Shevtsov

Sinopse:
Um casal faz uma viagem de veleiro pelo oceano. Eles desejam esquecer acima de tudo um grande trauma do passado. Durante a viagem acabam socorrendo um homem encontrado à deriva. O problema é que eles não poderiam imaginar o terror que iria tomar conta de suas vidas depois disso. Filme premiado pelo Australian Film Institute.

Comentários:
Estamos acostumados com a imagem de glamour de Nicole Kidman. Ainda mais depois de tantos anos em Hollywood. Agora imagine encontrar uma Nicole Kidman bem diferente, ainda nos primeiros anos de sua carreira. Alíás o primeiro filme que assisti dela foi justamente esse aqui, ainda nos tempos do VHS. Obviamente eu nunca tinha ouvido falar daquela atriz australiana ruiva (sim, ruiva!) com longos cabelos cacheados. O filme estava sendo muito recomendado pela crítica da época e virou uma espécie de modinha nas locadoras de vídeo. Confesso que mesmo com bom roteiro o filme não me deixou muito surpreendido. Diante dos poucos recursos eles até fizeram um bom filme, mas nada demais e bem abaixo das expectativas criadas pelos críticos brasileiros. È aquele tipo de fita que você levava para casa em um grande pacote de filmes no fim de semana, mas que no final das contas não conseguia se destacar muito. E quem poderia dizer que a Nicole Kidman iria se tornar uma das maiores celebridades de Hollywood nos anos que viriam? Absolutamente ninguém, nem o mais otimista admirador daquela jovem naqueles anos. Eu, naquela época, certamente jamais poderia pensar em nada parecido com isso.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O Santo

Título no Brasil: O Santo
Título Original: The Saint
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Leslie Charteris, Jonathan Hensleigh
Elenco: Val Kilmer, Elisabeth Shue, Rade Serbedzija
  
Sinopse:
Simon Templar (Val Kilmer) é um ladrão internacional de jóias que acaba sendo contratado por um misterioso russo chamado Ivan Tretiak (Rede Serbedzija). Ele quer que Simon roube uma fórmula secreta desenvolvida pela cientista britânica Emma Russell (Elisabeth Shue). Essa fórmula permite a dominação de um processo de fusão a frio, algo que Ivan deseja usar em seus planos de dominação. Simon realiza com sucesso sua missão, mas no meio do caminho acaba se apaixonando pela doutora Emma, algo que lhe trará muitos problemas.

Comentários:
Não deu muito certo essa adaptação para o cinema do personagem conhecido como "O Santo". Na verdade o que temos aqui é uma adaptação muito tardia de uma série de espionagem que foi muito popular nos anos 60. Estrelado por Roger Moore (que iria se tornar o futuro James Bond após a saída de Sean Connery), o programa ficou seis temporadas no ar, entre os anos de 1964 e 1969. Tipicamente um produto da época, em plena guerra fria envolvendo americanos e soviéticos (russos), a série fez muito sucesso, alcançando o topo da audiência em seus anos de auge. O problema é que nos anos 90 poucos ainda se lembravam do programa original. O público jovem na verdade não sabia do que se tratava. Val Kilmer, já naquela época em condição de "ex-astro", já não conseguia atrair bilheteria. Mal lançado nos cinemas, com o marketing errado, a produção acabou afundando, se tornando um grande fracasso, o que não deixa de ser uma pena pois sendo bem sensato o filme ainda tinha como mérito aquele charme vintage, nostálgico, de um personagem dos tempos psicodélicos. De uma forma ou outra não se torna uma perda de tempo completo. Sim, tem lá suas qualidades, embora em seu lançamento original tenha sido solenemente ignorado por público e crítica.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Perigo Real e Imediato

Harrison Ford volta ao papel do agente da CIA Jack Ryan nesse terceiro filme da franquia. Só para recordar os outros foram "Caçada ao Outubro Vermelho", "Jogos Patrióticos", "A Soma de Todos os Medos" e o mais recente "Operação Sombra - Jack Ryan". Os roteiros seguem de perto os livros escritos por Tom Clancy. O personagem é basicamente uma versão americana de James Bond, com mais cuidado nas tramas e no realismo das situações, muito embora isso não pareça muito claro. Nessa versão Jack Ryan precisa lidar com um perigoso cartel de drogas colombiano, que parece ter se inflitrado até mesmo dentro das altas esferas do governo americano.

Sempre gosto de escrever que não há maiores problemas nos dois filmes estrelados por Harrison Ford. Para falar a verdade ele se deu muito bem nesse papel. O ator só rompeu com a série por questões puramente financeiras quando estava prester a ir para o terceiro filme. Uma pena. Acabou sendo substituído por Ben Affleck alguns anos depois. No geral vale a pena conferir, principalmente se você gosta de roteiros com muita espionagem internacional e ação desenfreada.

Perigo Real e Imediato (Clear and Present Danger, Estados Unidos, 1994) Direção: Phillip Noyce / Roteiro: Donald Stewart, baseado na obra de Tom Clancy / Elenco: Harrison Ford, Willem Dafoe, Anne Archer / Sinopse: Muita ação e aventura nesse clássico moderno dos filmes de espionagem.  Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais. Também indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Ação.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 12 de maio de 2015

O Colecionador de Ossos

Filmes sobre psicopatas geralmente costumam serem, no mínimo, bons. Claro que existem exceções, principalmente no submundo dos filmes B, de baixo orçamento, mas dificilmente veremos uma produção classe A com enredo girando em torno de um serial killer que seja realmente fraco ou ruim. Assim não poderia ser diferente com esse "O Colecionador de Ossos". O elenco formado por Denzel Washington e Angelina Jolie funciona muito bem. Denzel interpreta um especialista veterano que está com problemas de locomoção, o que o impede de ir "in loco" participar das investigações.

Assim ele acaba funcionando como o lado intelectual dessa dupla formada ainda com a presença da inexperiente policial Amelia Donaghy (Jolie, estranhamente sensual em um papel que não deveria abrir margem para esse tipo de coisa). Como o próprio título sugere o assassino tem uma estranha obsessão por ossos humanos, o que torna tudo ainda mais macabro. Eu particularmente gostei do resultado final, mas a crítica da época se dividiu, sendo que o roteiro foi acusado, entre outras coisas, de ser pouco original e sem surpresas. Discordo, considero o filme até acima da média do que era produzido na década de 1990. Além disso o diretor Phillip Noyce (de "Perigo Real e Imediato" e "Jogos Patrióticos") sempre foi um competente realizador de blockbusters.

O Colecionador de Ossos (The Bone Collector, Estados Unidos, 1999) Direção: Phillip Noyce / Roteiro: Jeremy Iacone, baseado no livro escrito por Jeffery Deaver / Elenco: Denzel Washington, Angelina Jolie, Queen Latifah / Sinopse: Thriller de suspense e ação dos anos 90. Na trama uma dupla de investigadores precisa descobrir a identidade de um perigoso serial killer que está aterrorizando toda uma região.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de julho de 2014

Jogos Patrióticos

Título no Brasil: Jogos Patrióticos
Título Original: Patriot Games
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: W. Peter Iliff
Elenco: Harrison Ford, Sean Bean, Anne Archer

Sinopse:
Jack Ryan (Harrison Ford) acaba se envolvendo em uma complicada rede de complôs, envolvendo membros revolucionários irlandeses que planejam cometer o maior atentado terrorista da história do Reino Unido. Indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor lançamento em DVD.

Comentários:
O personagem Jack Ryan foi criado pelo autor Tom Clancy, que resolveu adaptar alguns aspectos das fantasiosas estórias de James Bond para o mundo atual, onde sai o charmoso agente inglês e entra um agente americano envolvido em inúmeras tramas envolvendo a CIA. Ryan assim vive em um mundo bem mais pé no chão que Bond, mas mesmo tentando ser o mais realista possível ainda enfrenta grandes desafios, geralmente salvando o mundo no fim de mais um dia duro de trabalho. Como já tive a oportunidade de escrever antes, esse é um dos melhores filmes com Jack Ryan. Até mesmo Harrison Ford está bem no papel (ele voltaria a encarnar o personagem novamente em "Perigo Real e Imediato" dois anos depois). Há um ótimo enredo, uma trama muito bem bolada e ótimas cenas de suspense e ação. Mostra que o gênero filme de espionagem não morreu com o fim da guerra fria na virada dos anos 80 para os 90. O diretor australiano Phillip Noyce também conseguiu unir inteligência com movimentação de uma forma que anda cada vez mais rara em Hollywood.

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de julho de 2013

O Santo

Nesse amplo universo de super-heróis de quadrinhos existe toda uma galeria de personagens secundários que obviamente nunca chegaram nos mesmos patamares de sucesso dos mais famosos como Batman ou Superman. Um desses heróis de segundo escalão é justamente esse “O Santo”. O auge de popularidade desse misto de detetive e herói de aventura ocorreu na TV, durante a década de 1960. Nessa série o Santo era interpretado por Roger Moore, antes de virar o mais bem sucedido sucessor de Sean Connery no papel de James Bond, 007. Foi de certa forma até mesmo um treinamento e aprendizado para anos depois assumir o famoso agente inglês criado por Ian Fleming. Como o sucesso de bilheteria do Batman o estúdio Paramount resolveu investir nesse personagem, obviamente pensando em ter mais um grande sucesso de bilheteria nas mãos. Esse herói aliás tinha certo ponto de contato com o próprio Batman. Ele não tinha poderes naturais, apenas usava de inteligência e astúcia para vencer seus inimigos. Na verdade seu grande trunfo era o poder de se passar por outras pessoas, usando inúmeros disfarces.

A Paramount investiu quase 70 milhões nessa produção, gastou bastante em um marketing agressivo e contratou o ator Val Kilmer para interpretar o personagem principal. Como não poderia deixar de ser contratou os melhores profissionais, o que resultou em uma bonita direção de arte e locações inéditas para o cinema americano até então, como a própria praça vermelha em Moscou (que após o fim da União Soviética abriu suas portas para as produções americanas). Tudo pelo visto caminhava muito bem mas o público simplesmente não se interessou pelo filme, deixando as salas de exibição completamente vazias. Muito provavelmente os jovens (a grande massa que frequenta cinemas) simplesmente desconhecia o personagem, uma vez que apenas os mais velhos que tinham assistido a série na década de 60 ainda se lembravam do Santo. Some-se a isso a interpretação pouco empenhada de Kilmer e você realmente terá um resultado final muito morno, sem pique e garra para de fato ser um verdadeiro sucesso comercial e de crítica. O filme, como já foi dito, tem excelentes locações e uma bonita fotografia mas não tem carisma, o que ajudou a afundar a obra como um todo.

O Santo (The Saint, Estados Unidos, 1997) Direção: Phillip Noyce / Roteiro: Jonathan Hensleigh, baseado nos personagens criados por Leslie Charteris / Elenco: Val Kilmer, Elisabeth Shue, Rade Serbedzija / Sinopse: O Santo (Val Kilmer) é um personagem que usa de inteligência e astúcia para vencer seus inimigos. Aqui ele se envolve numa disputa por uma importante fórmula criada por uma cientista russa.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Invasão de Privacidade

Depois do grande sucesso comercial de “Instinto Selvagem” era natural que Sharon Stone, mais cedo ou mais tarde, voltasse a interpretar uma personagem parecida com a loira fatal do filme anterior. Também era mais do que esperado que os estúdios direcionassem seus futuros filmes para a sensualidade à flor da pele, marca registrada de seu maior sucesso nas telas. O fato é que “Instinto Selvagem” mudou o status de Sharon Stone em Hollywood. Ela deixou de ser apenas uma atriz bonita para se tornar uma estrela, com tudo de bom e ruim que isso possa significar. Inteligente e muito extrovertida ela conseguiu se manter na mídia, indo a programas de entrevistas, aparecendo em capas de revistas, alimentando fofocas sobre sua vida pessoal, sempre se promovendo da melhor forma possível. Dentro desse contexto o roteiro sensual e (novamente) pervertido de “Invasão de Privacidade” parecia cair como uma luva em suas pretensões de alcançar mais um grande sucesso de bilheteria em sua carreira. Por um cachê milionário ela finalmente aceitou realizar o filme. Tudo parecia se encaixar bem. O roteirista seria o mesmo Joe Eszterhas  de “Instinto Selvagem” e a trama baseada na novela de Ira Levin parecia ser suficientemente picante para atrair novamente um grande público aos cinemas. O diretor seria o premiado australiano Phillip Noyce que já havia causado bastante polêmica com seu visceral “Terror a Bordo”.

Sharon Stone sabia que para o filme se tornar um sucesso tão grande quanto o anterior ela deveria ir além nas cenas sensuais e de erotismo. De fato o enredo, focado bastante no lado mais voyeur dos homens serviria bem a esse propósito. No filme ela interpreta Carly Norris, uma mulher dona de si e do seu destino. Ela se muda para um novo apartamento em um dos endereços mais exclusivos de Nova Iorque. Na vida emocional acaba se envolvendo com dois homens ao mesmo tempo em um excitante jogo de poder e sedução. Tudo caminha bem até o momento em que começa a desconfiar que de alguma forma alguém anda espionando sua vida, até nos mínimos detalhes. O argumento assim abre um aspecto curioso, levando o espectador a uma posição de pleno voyeurismo, vendo a vida privada da personagem principal, se deliciando com cada momento de sua intimidade. Como se esperava um grande sucesso de bilheteria a Paramount investiu pesado em marketing e promoção. O resultado porém se mostrou muito fraco. A produção que custou 40 milhões de dólares conseguiu apurar apenas pouco mais de 100 milhões. Não foi um fracasso como se chegou a dizer na época mas foi um resultado bem abaixo do esperado. Um alto executivo do estúdio chegou a afirmar que a Paramount esperava por pelo menos uns 300 milhões de caixa. Passou bem longe disso.  Artisticamente falando “Invasão de Privacidade” também deixou a desejar. O filme de um modo geral confunde sensualidade com vulgaridade e termina por não se tornar eroticamente interessante. Além disso a conclusão é sensacionalista e de mal gosto. Assim o chamado filme da consagração de Sharon Stone não passou de uma decepção demonstrando mais uma vez que já não se fazem mais estrelas de cinema como antigamente.

Invasão de Privacidade (Sliver, Estados Unidos, 1993) Direção: Phillip Noyce / Roteiro: Joe Eszterhas baseado na novela de Ira Levin / Elenco: Sharon Stone, Tom Berenger, William Baldwin, Martin Landau, Colleen Camp, Polly Walker, C. C. H. Pounder, Nina Foch. / Sinopse: No filme Sharon Stone interpreta Carly Norris, uma mulher dona de si e seu destino. Ela se muda para um novo apartamento em um dos endereços mais exclusivos de Nova Iorque. Na vida emocional acaba se envolvendo com dois homens ao mesmo tempo em um excitante jogo de poder e sedução. Tudo caminha bem até o momento em que começa a desconfiar que de alguma forma alguém anda espionando sua vida, até nos mínimos detalhes.

Pablo Aluísio.

domingo, 12 de agosto de 2012

Salt

Evelyn Salt (Angelina Jolie) é uma agente CIA que vê seu mundo desmoronar depois de ser acusada de ser uma espiã dupla ao serviço da inteligência russa. Depois do fim do bloco comunista oriental em 1989 Hollywood ficou sem os seus vilões preferidos da guerra fria, os russos. "Salt" tenta revitalizar esse tipo de filme mas sem sucesso nenhum. Não tem mais como requentar esse prato indigesto. Outro problema grave em "Salt" é que sua trama é boba, sem sofisticação nenhuma. Quem conhece os antigos filmes de espião da guerra fria sabe que seus roteiros eram bem escritos, com tramas intrigantes e inteligentes, coisa inexistente em "Salt" que em resumo é apenas um filme de ação pela ação, sem mais nada a acrescentar. Para piorar "Salt" usa e abusa de um velho clichê das produções em Hollywood, a chamada reviravolta do roteiro. 

O espectador é levado a crer em algo para logo depois todo o jogo mudar, aqui é ainda pior pois temos uma "reviravolta da reviravolta" - o que leva o público a em determinado momento simplesmente se cansar de tentar acompanhar. Nesse momento o excesso de ação desenfreada também aborrece e o filme se torna bem chato. Na realidade toda a produção se apoia na fama e no carisma da atriz Angelina Jolie. É pouco. Angelina não está particularmente bonita, usa um figurino pouco atraente e perucas falsas e medonhas. Um mal gosto incrível. Para quem é fã apenas da Jolie celebridade certamente será uma decepção. Junte-se a isso seu pouco interesse em cena. Ela parece apenas passear pelo filme, sem qualquer tipo de envolvimento maior. Para quem abraça tantas causas mundo afora realmente essa fitinha de ação deve ter sido extremamente entediante. Ao que tudo indica o auge da carreira de Phillip Noyce ficou definitivamente para trás. Diretor de filmes interessantes nessa linha de espionagem como "Perigo Real e Imediato" e "Jogos Patrióticos" o cineasta parece ter perdido a mão para bons filmes. Talvez o fracasso de "O Santo" tenha sido a pá de cal em sua criatividade, quem sabe.

Salt (Salt, Estados Unidos, 2010) Direção: Phillip Noyce / Roteiro: Kurt Wimmer / Elenco: Angelina Jolie, Liev Schreiber, Chiwetel Ejiofor / Sinopse: Evelyn Salt (Angelina Jolie) é uma agente CIA que vê seu mundo desmoronar depois de ser acusada de ser uma espiã dupla ao serviço da inteligência russa.
  
Pablo Aluísio.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Fúria Cega

Título no Brasil: Fúria Cega
Título Original: Blind Fury
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Ryôzô Kasahara, Charles Robert Carner
Elenco: Rutger Hauer, Terry O'Quinn, Brandon Call

Sinopse:
Nick Parker (Rutger Hauer) é um veterano do Vietnã que perde sua visão no campo de batalha. De volta aos Estados Unidos ele decide visitar um velho amigo de armas mas descobre que ele está envolvido com dívidas de jogos e sendo chantageado por poderosos traficantes de drogas. Nick então resolve ajudar a resolver todos os problemas de seu amigo, mesmo que para isso precise usar de toda a sua perícia nas artes marciais.

Comentários:
Esse filme será exibido hoje pelo cult canal TCM, o que não deixa de ser uma surpresa e tanto, afinal de contas será mesmo que "Blind Fury" já pode ser considerado um cult movie? Como acompanho cinema há tanto tempo me lembro bem da época em que esse filme foi lançado. Naqueles tempos essa palavra "cult" jamais seria aplicado a ele. Era considerada uma fitinha B, de artes marciais, estrelada pelo decadente Rutger Hauer! Acontece que, enquanto a crítica descia a lenha na produção, o público ia descobrindo o filme nas locadoras e, para surpresa de muitos, acabou  agradando bastante aos fãs de filmes de ação. Não irei aqui dizer que "Fúria Cega" é um grande filme, até porque ele não é, isso porém não tira seus méritos de ser um filme muito eficiente dentro de seu nicho cinematográfico. Há boas cenas e Hauer, decadente ou não, sempre foi muito carismático. Se hoje é um cult ou não, fica complicado saber. O que se pode afirmar com certeza que a produção ainda consegue cativar bastante certa parcela do público. Se nunca assistiu não perca a oportunidade de conhecer.

Pablo Aluísio.