sábado, 29 de julho de 2023
Bem-vindos à Vizinhança
quarta-feira, 16 de novembro de 2022
O Impossível
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
O Assassinato de um Presidente
Título Original: The Assassination of Richard Nixon
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar Pictures
Direção: Niels Mueller
Roteiro: Kevin Kennedy, Niels Mueller
Elenco: Sean Penn, Naomi Watts, Don Cheadle, Jack Thompson, Brad William Henke, Nick Searcy
Sinopse:
Filme com história baseada em fatos reais. A vida de Samuel J. Bicke (Sean Penn) está desmoronando. Seu casamento acabou, ele mal consegue ter algum contato maior com suas duas filhas. A ex-esposa tem vergonha dele. Para piorar tudo, ele tem um emprego de vendedor de móveis que no fundo odeia. Procurando por uma saída, ele acaba encontrando apenas a loucura e a insanidade de um ato final sem o menor sentido. Filme indicado no Cannes Film Festival.
Comentários:
Quando tive conhecimento desse filme pela primeira vez, fiquei curioso. O título em inglês dessa produção é "The Assassination of Richard Nixon". Em primeira mão não entendi a lógica desse nome. Afinal o presidente Nixon não foi assassinado e nem tampouco sofreu qualquer atentado à sua vida enquanto era presidente. Então qual seria a lógica aqui? Bom, deve-se assistir ao filme para entender. O personagem interpretado por Sean Penn é a própria explicação. Ele foi um homem que acabou sendo arrasado pela sociedade. E quando se usa essa expressão já se sabe que vem coisa ruim pela frente. E de fato foi isso mesmo que aconteceu. O filme pode ser visto como uma biografia de mais um daqueles loucos violentos que a sociedade dos Estados Unidos forja todos os anos. O tal sujeito que parece normal, mas que um dia compra uma arma e sai massacrando pessoas inocentes a esmo. Porém o filme também pode ser vista sob outro ângulo, quando mostra uma pessoa que é tragada pelo fracasso pessoal e profissional, e que diante disso cai no desespero completo, tudo turbinado por teorias da conspiração que transformam em geleia a mente desse tipo de pessoa mentalmente fragilizada. É um bom filme, gostei, mas devo advertir que também tem um roteiro um tanto sombrio, pesado, melancólico, sem nenhuma esperança de redenção pessoal para seu protagonista. Enfim, um filme para poucos.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
O Chamado 2
Título Original: The Ring Two
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Dreamworks Pictures
Direção: Hideo Nakata
Roteiro: Ehren Kruger, Kôji Suzuki
Elenco: Naomi Watts, Sissy Spacek, Emily VanCamp, David Dorfman, Elizabeth Perkins, Daveigh Chase
Sinopse:
Seis meses após os incidentes envolvendo o videotape letal, que leva à morte todos que o assistem, novas pistas provam que há um novo mal à espreita na escuridão. Samara, ao que tudo indica, está pronta para fazer novas vítimas de sua maldição macabra. Filme indicado ao prêmio MTV Movie Awards na categoria de melhor filme de terror do ano.
Comentários:
Toda companhia cinematográfica precisa de uma boa franquia de terror em seu catálogo, afinal são filmes, via de regra, baratos, que acabam rendendo ótimas bilheterias nos cinemas. Com o estúdio de Steven Spielberg, a Dreamworks Pictures, não seria diferente. E essa franquia, que também é uma adaptação do terror oriental feito sob medida para o público ocidental, apresenta como bônus uma personagem marcante, que fez nome entre os fãs de terror. Claro, estou falando da criatura do poço, a Samara, aqui interpretada pela atriz Daveigh Chase. Afinal de contas, todas as franquias de terror de sucesso precisam se apoiar em um vilão bem simbólico, que fique na mente do público. Outro destaque vem da presença da atriz Sissy Spacek. Essa foi uma escolha pessoal de Spielberg que queria homenagear o grande clássico do terror moderno, "Carrie, a Estranha". Por fim, cabem todos os elogios ao cineasta japonês Hideo Nakata. Ele conseguiu, como poucos, manter o clima de suspense e tensão da primeira à última cena. Mesmo quando nada de muito aterrorizante acontece, fica sempre no ar aquele clima de que algo está errado, estranho... e que tudo pode acontecer na próxima cena. Excelente trabalho de direção.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
A Passagem
Título Original: Stay
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: New Regency Productions
Direção: Marc Forster
Roteiro: David Benioff
Elenco: Ewan McGregor, Ryan Gosling, Naomi Watts, Bob Hoskins, Kate Burton, Elizabeth Reaser,
Sinopse:
Dr. Sam Foster (Ewan McGregor) é um médico psiquiatra que passa a cuidar dos pacientes de uma colega que precisou sair de licença médica. Entre os pacientes dela está Henry Letham (Ryan Gosling), um jovem estudante de artes que tem muitos problemas de ordem mental. E pior do que isso, ele é um suicida em potencial.
Comentários:
Esse é um thriller psicológico de suspense que bebe bastante de um estilo de filme que foi bem popular nos anos 90. É uma daquelas histórias que ao final revela ao espectador algo completamente diferente do que ele estava pensando. Sim, temos aqui um plot twist daqueles bem radicais. O roteiro é altamente manipulador. Em pelo menos três ocasiões cai nas armadilhas preparadas pelo roteirista. Acontece que você começa a pensar que a trama toda tem um determinado sentido, para logo depois entender que não é nada daquilo que você está assistindo. O enredo é um grande jogo de cartas, onde o que realmente faz sentido e liga todo o filme segue inserido em apenas duas cenas (a primeira e a última). Entre elas há muito jogo de cena, falsas premissas, momentos de insanidade e situações que vão se revelar apenas surreais, sensoriais, sem um pé na realidade concreta. Assim se você gosta de filmes desse naipe, onde tudo pode mudar em questão de segundos, temos aqui uma boa opção. Já para quem não tem paciência para charadas e quebra-cabeças, o filme realmente não soa muito bem recomendado.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 8 de março de 2019
O Chamado
Título Original: The Ring
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks SKG
Direção: Gore Verbinski
Roteiro: Ehren Kruger
Elenco: Naomi Watts, Martin Henderson, Brian Cox, Jane Alexander, Lindsay Frost, Amber Tamblyn
Sinopse:
Depois da morte misteriosa de sua sobrinha a jornalista Rachel Keller (Naomi Watts) resolve investigar o que de fato teria acontecido. Ela descobre que inúmeras mortes sem solução parecem ter algo em comum: o contato das vítimas com uma suposta fita, mostrando um filme perturbador, com cenas estranhas, de origem desconhecida. Por mais bizarro que possa parecer todos os que morreram assistiram essa fita sete dias antes. Agora ela terá que correr contra o tempo pois seu filho também assistiu ao filme amaldiçoado. Filme premiado no Fangoria Chainsaw Awards.
Comentários:
Esse filme deu origem a uma longa franquia de filmes de terror. O último a ser lançado foi "Os Chamados" ou "O Chamado 3", filme dirigido por F. Javier Gutiérrez. Assim "The Ring" virou uma marca de sucesso nos cinemas entre os fãs de terror. Diante dessa linhagem cinematográfica se tornou uma boa ideia rever o filme original americano. Na realidade o primeiro "O Chamado" de 2002 era o remake feito nos Estados Unidos de um filme japonês chamado "Ring: O Chamado" de 1998. Todos se baseando no livro de terror escrito por Kôji Suzuki. É interessante que dentro da cultura japonesa há uma forte e frequente referência aos espíritos dos antepassados. Por essa razão também é farto o mercado de livros e filmes explorando a figura de assombrações e entidades fantasmagóricas semelhantes. O grande atrativo desse enredo vem da presença da garota Samara, morta brutalmente e jogada sem piedade dentro de um poço abandonado. Costuma-se dizer em Hollywood que todo grande filmes de terror tem sempre um personagem assustador e marcante por trás de tudo.
No caso de "The Ring" a força de sua trama vem justamente dela, de Samara, com seus cabelos molhados e imagem sinistra. Como já se tornou uma presença constante dentro do universo pop aconselho aos que gostem desse filme passar por toda a franquia, a saber: os filmes japoneses "Ring: O Chamado", "Ringu 2" e "Ring 0 - O Chamado" e os americanos "O Chamado", "O Chamado 2" e "O Chamado 3". Como se pode ver Samara ainda daria muito trabalho nas telas de cinema por todo o mundo. Já sobre esse primeiro filme o que posso dizer é que ele sobreviveu bem ao tempo. Continua bem editado, bem produzido, com excelentes cenas de suspense e terror. Só ficou meio datado mesmo no que se refere às velhas fitas VHS. Hoje em dia, para os mais jovens, aquela coisa de videocassete vai soar muito antiga e fora de moda. Já para os saudosistas pode quem sabe até mesmo se tornar um charme nostálgico. De qualquer maneira o primeiro Chamado continua muito bom. Samara segue sendo assustadora em todas as suas aparições.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 14 de agosto de 2018
Eu Sou Heath Ledger
No fim o que sobra de bom são as diversas cenas amadoras feitas pelo próprio ator (como já citei) e cenas mostrando os bastidores de seus principais filmes. Já o verdadeiro Heath Ledger, o da vida real, aquele que morreu precocemente aos 28 anos de idade por causa de uma overdose de drogas, esse mais parece uma miragem distante. Vale para fãs incondicionais do ator, até por aspectos poucos conhecidos de sua vida profissional (ele também dirigia clips musicais e produzia álbuns). Já para quem quiser conhecer a fundo sua biografia, bem, esses não terão nada para ver. É um produto feito para glorificar Heath Ledger como astro de Hollywood, não para conhecer a fundo sua perssonalidade.
Eu Sou Heath Ledger (I Am Heath Ledger, Estados Unidos, 2017) Direção: Adrian Buitenhuis, Derik Murray / Roteiro: Hart Snider / Elenco: Heath Ledger, Naomi Watts, Ben Harper, Ang Lee, Emile Hirsch, Kim Ledger, / Sinopse: Se trata de um documentário realizado para relembrar os dez anos da morte do ator Heath Ledger . Através de depoimentos pessoais, imagens amadoras feitas pelo próprio ator e cenas inéditas e raras, aspectos de sua vida pessoal e profissional são resgatados.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
O Livro de Henry
A vida vai seguindo até que Henry tem um ataque durante a noite. A partir daí começa o drama da família, já que no hospital ele é diagnosticado com um tumor cerebral. A partir desse ponto é conveniente não revelar muito mais sobre o enredo para não estragar as surpresas. Basta dizer apenas que a partir do momento em que Henry descobre que tem uma doença séria o filme muda de direção, infelizmente não para melhor, pois em determinado momento pensei que tudo iria se perder por causa dessa reviravolta. Ainda bem que os roteiristas recobraram a razão e o bom senso prevaleceu no final. Se tivesse seguido pelos rumos que tudo ia tomando certamente teria se tornado um dos filmes mais estranhos e bizarros que assisti nos últimos anos.
De qualquer forma não precisa se preocupar. O filme que parece familiar é mesmo "family friendly", para toda a família. No elenco o destaque vai para o garotinho Jaeden Lieberher como Henry. Parece ter sido natural para ele interpretar esse pequeno gênio. Tudo soa muito tranquilo em sua interpretação. Provavelmente o ator mirim seja também um desses prodígios. Naomi Watts interpreta sua mãe. Essa atriz tem se mostrado bem corajosa ultimamente, largando os papéis de mulheres bonitas para embarcar numa nova fase da carreira, ao estilo mais dramático. Outro ator que você vai reconhecer é o Dean Norris. Ele foi o cunhado de Walter White em "Breaking Bad", uma série fenomenal. Então é isso. "O Livro de Henry" não decepciona, apesar de em determinado momentos deixar uma sensação no espectador que tudo pode desmoronar de uma hora para outra. Isso não acontece, felizmente. Assista sem receios.
O Livro de Henry (The Book of Henry, Estados Unidos, 2017) Direção: Colin Trevorrow / Roteiro: Gregg Hurwitz / Elenco: Naomi Watts, Jaeden Lieberher, Dean Norris, Jacob Tremblay, Maddie Ziegler / Sinopse: Mãe solteira cria seus dois filhos numa pequena cidade do interior. Apesar da ausência do pai, eles são felizes. O filho mais velho Henry é um pequeno gênio de 12 anos de idade. A rotina deles muda quando Henry é diagnosticado com uma séria doença.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 3 de novembro de 2017
O Castelo de Vidro
Vi semelhanças com outro filme de temática parecida, "Capitão Fantástico", estrelado pelo ator Viggo Mortensen, Tal como esse aqui, temos também a história de um pai de família nada comum, que procurava fugir das tais amarras da sociedade, tentando passar para os filhos uma educação diferente, ensinando a eles um outro modo ou estilo de viver. Claro que mais cedo ou mais tarde as regras da sociedade acabam esmagando suas boas intenções, porém até isso acontecer eles tentam viver de uma maneira mais livre, com mais liberdade. O pai de "O Castelo de Vidro" é interpretado por Woody Harrelson, um ator cujo trabalho sempre gostei bastante. Aqui ele repete mais uma boa atuação, só falhando um pouco por causa da maquiagem pouco convincente em uma fase mais avançada da vida. Aliás falando abertamente não há maquiagem alguma, o que traz uma certa estranheza ao ver Woody com a mesma aparência, mesmo tendo passado décadas na vida de seu personagem.
O tal castelo de vidro do título do livro original (e do filme) é um plano de seu pai em construir uma bela casa, toda com paredes de vidro, no alto da montanha. Uma espécie de sonho que trazia esperanças para toda a família, mas que efetivamente nunca saiu do papel. A jornalista usou assim esse castelo como uma metáfora da própria vida de seu pai, que era cheia de sonhos, mas com poucos resultados práticos na vida real. Nos momentos finais do filme temos cenas das pessoas reais da família, algumas comentando a personalidade sui generis de seu pai. Então é isso, um bom drama familiar sobre uma família que de normal e comum não tinha nada. Um bom exercício de nostalgia e reencontro com o próprio passado.
O Castelo de Vidro (The Glass Castle, Estados Unidos, 2017) Direção: Destin Daniel Cretton / Roteiro: Destin Daniel Cretton, Andrew Lanham, baseados no livro de memórias da jornalista Jeannette Walls / Elenco: Brie Larson, Woody Harrelson, Naomi Watts, Sarah Snook / Sinopse: O filme conta a história de Rex Walls (Woody Harrelson), um homem que tinha muitos planos e sonhos em sua vida, tudo contado sob os olhos de sua filha Jeannette. Drama familiar baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Demolição
Particularmente gosto muito do trabalho do diretor canadense Jean-Marc Vallée. De sua filmografia eu destaco o elegante "A Jovem Rainha Vitória" e "Clube de Compras Dallas", um ótimo retrato da chegada da AIDS na sociedade americana. O último filme de Vallée que havia assistido, o ótimo "Livre", me deixou ainda mais interessado em sua obra. De todos esses filmes certamente "Demolição" é o mais incomum, o mais fora dos padrões. Não é apenas esquisito o enredo em torno do protagonista, mas também a proposta do filme. Seu próprio título "Demolition" tanto se refere à demolição da saúde psicológica de Davis, como também ao seu surto maníaco de destruir tudo que encontra pela frente. Um filme, em suma, bem instigante. Foge do lugar comum, o que de certa maneira acaba contando pontos ao seu favor.
Demolição (Demolition, Estados Unidos, 2015) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Bryan Sipe / Elenco: Jake Gyllenhaal, Naomi Watts, Chris Cooper / Sinopse: O executivo Davis (Jake Gyllenhaal) sofre um surto psicológico após a morte de sua esposa. Agindo de forma estranha ele encontra algum alívio quando conhece Karen (Watts), que logo se identifica com seu modo sui generis de ver a vida. Filme indicado aos prêmios da Rotterdam International Film Festival e do SXSW Film Festival.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
A Série Divergente - Convergente
Título no Brasil: A Série Divergente - Convergente
Título Original: Allegiant
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Noah Oppenheim, Adam Cooper
Elenco: Shailene Woodley, Theo James, Jeff Daniels, Octavia Spencer, Naomi Watts
Sinopse:
Após a vitória dos rebeldes divergentes sobe ao poder Evelyn (Naomi Watts), que começa a tomar atitudes tirânicas, com execuções sumárias de inimigos e prisões arbitrárias. Cansada de tudo Tris (Shailene Woodley) decide explorar ao lado de seus amigos o mundo além dos muros da cidade, o que acaba revelando algo que ela nem sonhara existir.
Comentários:
Terceiro filme da saga Divergente. Depois do segundo filme, que foi bem mais ou menos, eu nem ia assistir esse terceiro filme, porém como diz o ditado se começou algo, termine. Assim resolvi conferir. É a tal coisa, a escritora Veronica Roth que escreveu os livros originais parece ter caído naquela velha armadilha de dar voltas sobre si mesma. No segundo filme tudo parecia resolvido, a trama tinha chegado ao fim, os rebeldes venceram os tiranos, mas... eis que tudo volta para a estaca zero. Uma vez no poder os revolucionários logo se tornam tão tirânicos como o regime anterior, sendo que não há outro caminho a seguir a não ser... uma nova guerra! Em poucas palavras: cansativo! Ok, estamos aqui na presença de um produto teen, feito para adolescentes, mas um pouquinho de criatividade ou inovação cairia muito bem. Voltar a contar a mesma estória de novo me soa uma grande picaretagem por parte dessa escritora. Deixando isso de lado devo dizer que até gostei da produção em geral.
O filme tem bons efeitos visuais - mais do que os dois anteriores - e uma boa direção de arte. Só peca mesmo pelo roteiro, já que o livro original nunca fez muito sentido. Falando sinceramente essa trama é bem confusa, mal desenvolvida, sempre apelando para clichês de todos os tipos. De uma maneira ou outra, o fato é que essa terceira parte foi mal recebida por parte do público e crítica, o que fez com que a quarta parte no cinema fosse cancelada! (sim, as coisas ainda iriam em frente!). O estúdio porém resolveu que os fãs não ficarão sem o quarto filme, mas esse será produzido para ser exibido apenas na TV, em ritmo de orçamento modesto. Além disso o elenco original será todo substituído. A atriz Shailene Woodley (que inclusive foi presa recentemente nos EUA) está fora da quarta parte. Nada de gastos excessivos. A ordem agora é fazer um filme final, para encerrar o ciclo, porém sem gastar muito. Melhor assim, pois será mais fácil ignorar. A conclusão de tudo é simples: a série Divergente não terá mais futuro no cinema. Já era tempo. The End.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
O Mar de Árvores
Antes dela morrer Arthur acaba jurando a ela que não iria embora dessa existência para outra em um hospital, cercado de pessoas desconhecidas. Ao invés disso iria procurar um lugar bonito, com muito verde, para se despedir dessa vida. Quando ela morre precocemente e de forma até inesperada, ele decide, depois de uma profunda depressão, acabar com tudo. Em seu interior fica completamente devastado. A floresta Aokigahara então se torna seu destino final. Sem malas, apenas com a roupa do corpo, compra uma passagem para o Japão. Ele só leva algumas pílulas consigo e mais nada. A intenção é realmente se suicidar. Adentra a mata e quando está prestes a consumar seu próprio suicídio é surpreendido por um homem que parece vagar a esmo pelo lugar. Com as roupas em frangalhos, aparentando estar com muita fome e sede, Arthur então resolve ajudá-lo. E assim começa verdadeiramente a trama de todo o filme.
Essa nova película do diretor Gus Van Sant lida com um tema que muitos provavelmente vão querer evitar. Afinal de contas quem realmente iria se interessar por um protagonista que no fundo só deseja mesmo acabar com a sua própria vida? O tema da morte já é por demais complicado para grande parte do público, agora imagine acrescentar a isso a dor do luto e da depressão pela morte de um ente querido! O roteiro não subestima a inteligência do espectador e nem tenta amenizar o que acontece. De certa forma essa escolha por um filme pesado, triste, mas ao mesmo tempo espiritualizado, seja o grande mérito cinematográfico dessa produção. Além disso a tal floresta dos suicidas realmente existe, o que torna tudo ainda mais interessante para quem ousar ter a coragem que encarar esse drama existencial sobre a morte e o fim dos sonhos. Partindo do grande Gus Van Sant (um cineasta de quem sempre gostei muito) essa coragem de lidar com algo tão delicado, melancólico e controvertido ao mesmo tempo realmente não me surpreendeu em nada.
O Mar de Árvores (The Sea of Trees, Estados Unidos, 2015) Direção: Gus Van Sant / Roteiro: Chris Sparling / Elenco: Matthew McConaughey, Naomi Watts, Ken Watanabe / Sinopse: Arthur (McConaughey) é um jovem escritor americano que decide acabar com sua própria vida após a morte da esposa, Joan (Watts). Assim ele decide ir para o Japão para morrrer em um lugar de mata fechada aos pés do Monte Fuji conhecido como a floresta dos suicidas. Quando está prestes a tomar as pílulas que irá acabar com sua vida ele é surpreendido pela chegada de Takumi (Ken Watanabe), um senhor que também tentou se matar ao perder o emprego, mas que agora deseja ir embora daquele lugar sinistro. Filme indicado à Palma de Ouro no Cannes Film Festival.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Um Santo Vizinho
Título Original: St. Vincent
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Theodore Melfi
Roteiro: Theodore Melfi
Elenco: Bill Murray, Melissa McCarthy, Naomi Watts
Sinopse:
Vincent (Bill Murray) passa longe de ser um exemplo. É um sujeito ranzinza, cínico e mal-humorado que vive em bares, é viciado em apostas de corridas de cavalos e esporadicamente sai com uma stripper que se prostitui e que está grávida, sem saber direito o que fará de sua vida. Seu estilo de vida vai mudando aos poucos quando sua nova vizinha resolve lhe pagar alguns dólares para que ele tome conta de seu filho, após ele voltar da escola. A convivência com o garoto aos poucos vai mudando a visão de mundo do velho Vincent. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Ator - Comédia ou Musical (Bill Murray). Também indicado ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Naomi Watts).
Comentários:
Bill Murray se notabilizou desde os tempos do SNL em interpretar tipos mais cínicos. Essa persona nunca deixou o ator. Provavelmente seu próprio jeito de ser contribuiu muito para isso. Depois de alguns anos vivendo desse tipo de papel ele mudou os rumos de sua carreira e estrelou filmes que foram bastante elogiados pela crítica. Produções como "Encontros e Desencontros", "Sobre Café e Cigarros" e "Viagem a Darjeeling" trouxeram um status cult para sua filmografia. De comediante gaiato ele começou a ser respeitado como grande ator. Chegou inclusive a ser premiado em festivais importantes de cinema. Agora o ator deixa essa fase mais pretensiosa de lado para fazer algo mais simples, ameno. Apesar de algumas indicações no Globo de Ouro a verdade é que não existe nada demais nesse "St. Vincent". O roteiro é simples, tem um enredo que poderíamos até qualificar como banal e mesmo as reviravoltas da trama não soam como algo muito importante ou relevante. Bill Murray parece brincar o tempo todo com sua própria imagem, a do sujeito que pouco está se importando com o que pensam dele. Ele não tem família, laços emocionais ou relacionamentos duradouros. Ao invés disso prefere pagar para ter a companhia de Daka (Naomi Watts), uma jovem que ganha a vida tirando a roupa em bares de strip tease de quinta categoria. Ao ter que cuidar de um estudante colegial, o impassível Vincent resolve apresentar ao garoto parte de sua vida, o levando a bares, corridas de cavalos e ao lado menos turístico da cidade. O filme basicamente gira em torno disso, um homem que não tem a menor vocação com crianças tendo que conviver com um jovem estudante de escola católica. Há uma ou outra coisinha mais interessante, porém no geral "St. Vincent" parece ter sido realmente superestimado um pouco além da conta. É ver para crer.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
Birdman
Título no Brasil: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Título Original: Birdman
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Alejandro González Iñárritu
Roteiro: Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone
Elenco: Michael Keaton, Edward Norton, Zach Galifianakis, Emma Stone, Naomi Watts, Amy Ryan
Sinopse:
Riggan (Michael Keaton) é um velho ator que no passado fez muito sucesso com a adaptação de um personagem em quadrinhos chamado Birdman no cinema. Agora, decadente e sem propostas, ele decide arriscar seus últimos recursos para montar uma peça dramática na Broadway em Nova Iorque. Com uma produção complicada, repleta de atores temperamentais e com problemas de relacionamento, aliado a uma crítica abertamente hostil ao seu trabalho, Riggan precisa vencer nos palcos para continuar vivo e isso não apenas do ponto de vista profissional. Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Michael Keaton) e Melhor Roteiro. Indicado a onze Oscars, inclusive nas categorias de Melhor Filme, Roteiro, Fotografia, Ator (Michael Keaton), Ator Coadjuvante (Edward Norton) e Atriz Coadjuvante (Emma Stone). Filme vencedor do Oscar 2015 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção (Alejandro González Iñarritu), Melhor Roteiro Original (Alejandro G. Iñarritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr. e Armando Bo) e Melhor Direção de Fotografia (Emmanuel Lubezki).
Comentários:
A grande quantidade de indicações e prêmios ao redor do mundo é plenamente justificada. "Birdman" é de fato um grande filme. Inicialmente você fica meio surpreso como a forma em que tudo se desenvolve. Temos esse ator de meia idade, já decadente, jogando suas últimas fichas em uma peça teatral a ser encenada na Broadway. Sua última ambição é ser levado à sério, algo complicado já que as pessoas não conseguem dissociar sua imagem de um filme de sucesso do passado onde ele interpretou um personagem de quadrinhos chamado "Birdman". Após aqueles anos iniciais gloriosos a idade finalmente chegou, os convites de Hollywood sumiram e tudo o que sobrou foi uma velha celebridade deprimida, angustiada, com problemas emocionais e crises psicológicas. Tentar algo no teatro e logo no berço sagrado da Broadway se revela realmente algo muito ambicioso e para muitos pretensioso demais. Para piorar os bastidores da peça são completamente caóticos. Há problemas em arranjar dinheiro, os atores são pessoas emocionalmente instáveis e uma arrogante crítica da cidade acha um absurdo e um disparate um ator de cinema, vindo de adaptações de quadrinhos de Hollywood, ter a petulância de tentar vencer nos mesmos palcos que um dia viram desfilar alguns dos maiores talentos dramáticos dos Estados Unidos.
Eu apreciei cada momento desse roteiro. Ele é muito bem escrito e tenta desvendar a alma desse personagem cativante, um velho ator, que sabe que o tempo passou e ele ficou para trás. O paralelo que se cria com a própria carreira de Michael Keaton se torna muito forte, até porque ele também se notabilizou por interpretar um herói de quadrinhos no cinema, o Batman. É certamente de se louvar a coragem de Keaton em encarar esse tipo de papel de frente, de peito aberto e sem receios. Tenho certeza que no mundo dos egos inflados da indústria cinematográfica americana poucos se arriscariam a viver tal personagem. O interessante é que seu papel também me lembrou muito de outros astros que tiveram uma existência profissional marcada por um personagem forte demais que jamais o abandonaram, por mais talentosos que fossem, como Christopher Reeve, por exemplo. Edward Norton, mais uma vez, também se destaca, principalmente ao dar vida a esse atorzinho cretino que está mais interessado em sair com as mulheres que encontra pela frente do que com o sucesso efetivo da peça. Outra coisa que me deixou realmente gratificado foi acompanhar a linha narrativa, ora em uma visão objetiva do que se passa, ora de forma subjetiva, nos fazendo entrar na mente do personagem de Keaton, ouvindo o que ele ouve, vendo suas alucinações e sentindo suas emoções. Uma grande aula de cinema que também presta uma bela homenagem ao mundo do teatro. Um filme realmente completo, sob todos os pontos de vista. Obra prima.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
O Despertar de uma Paixão
Título Original: The Painted Veil
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos, China, Canadá
Estúdio: Warner Bros
Direção: John Curran
Roteiro: Ron Nyswaner
Elenco: Edward Norton, Naomi Watts, Liev Schreiber e Toby Jones
Sinopse:
Walter Fane (Edward Norton) é um jovem médico que decide ir junto com a esposa para a distante, isolada e bastante atrasada China. Uma vez no novo país ele começa seus esforços para combater uma epidemia de cólera na região, tentando curar as pessoas enfermas, enquanto explica para aos chineses as melhores formas de prevenir a terrível doença. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Original (Alexandre Desplat).
Comentários:
Filme romântico ao velho estilo, baseado na novela de W. Somerset Maugham. Entre os destaques que podemos chamar a atenção estão a ótima fotografia, capturando belas paisagens da China, que em certos aspectos ainda continua tão selvagem e intocada como nos tempos remotos em que a história se passa, o bom enredo e a excelente atuação dos atores principais. Grande parte do filme foi rodado na província de Guangxi, uma região bem conhecida por causa das belezas naturais. Essa simbiose entre montanhas e rios tranquilos trouxe muita beleza ao filme. O romance também chama a atenção por causa da complexidade de todos os personagens. O médico interpretado por Edward Norton prefere se refugiar na ciência do que ter que encarar os problemas de um relacionamento conturbado com sua mulher. Essa também é outra surpresa, interpretada com convicção pela bela e talentosa Naomi Watts, ela vive um casamento infeliz e sem amor, pois foi pressionada pelos pais para se casar com o médico - afinal que família não gostaria de ver sua filha casada com alguém com esse status? Com o tempo porém a frustração aumenta, levando-a até mesmo a procurar por casos fora do casamento. Enfim, belo filme com sabor à moda antiga. Agradará quem estiver em busca de um bom romance com teor mais complexo e personagens mais bem desenvolvidos do ponto de vista psicológico.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Trama Internacional
Título Original: The International
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Eric Warren Singer
Elenco: Clive Owen, Naomi Watts, Armin Mueller-Stahl
Sinopse:
Um agente da Interpol, Louis Salinger (Clive Owen), resolve se aliar com a promotora Eleanor Whitman (Naomi Watts) para desmascarar um grupo do crime organizado infiltrado dentro de uma das mais ricas instituições bancárias do mundo. Através de uma rede de contas internacionais essa quadrilha lava bilhões de dólares ao redor do mundo e não está disposta a abrir mão de suas atividades criminosas. Para isso se torna essencial eliminar a dupla que almeja revelar tudo ao grande público.
Comentários:
Em tempos de crise era de se esperar que o sistema financeiro internacional virasse o vilão número um do cinema. Até porque poucos duvidam que grandes corporações multinacionais acabem financiando de uma forma ou outra grupos terroristas ou governos corruptos ao redor do mundo. Esse é o mote principal desse "The International". O personagem de Clive Owen acaba seguindo o fio da meada e descobre algo estarrecedor. Bilhões viajam pelo sistema para financiar armas usadas em atentados terroristas e opressão de regimes ditadoriais. O filme tem excelentes cenas de ação e o diretor de fotografia Frank Griebe conseguiu algo muito difícil de alcançar: tirar beleza e impacto dos prédios de puro aço e concreto das frias cidades americanas. Ele tirou dos projetos modernos de arquitetura uma identidade para o próprio filme, ultrapassando no caso até mesmo em importância o diretor Tom Tykwer, pois deu um rosto (e até mesmo uma alma) a uma produção que tinha tudo para se tornar tão fria como a arquitetura dos ambientes onde as principais sequências são realizadas. No mais o roteiro vai se desenvolvendo baseado em muitas tramas e conspirações, tudo aliado a bem realizadas cenas de assassinatos, execuções, duelos e suspense. Apesar de muitos considerarem o resultado final um tanto burocrático, considero certamente uma boa diversão para o fim de noite.
Pablo Aluísio.
sábado, 12 de julho de 2014
21 Gramas
Título Original: 21 Grams
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Alejandro González Iñárritu
Roteiro: Guillermo Arriaga
Elenco: Sean Penn, Benicio Del Toro, Naomi Watts
Sinopse:
O enredo de "21 Gramas" mostra a conturbada vida de três personagens centrais. No primeiro segmento temos o complicado cotidiano de uma mãe e esposa que luta contra seu passado de viciada em drogas. Também conhecemos a trajetória de um ex-condenado que tenta reconstruir sua vida abraçando a religiosidade e por fim vemos o drama de um professor de matemática que está à beira da morte por causa da espera sem fim por um transplante de coração. Filme indicado ao Oscar nas categorias Melhor Atriz (Naomi Watts) e Melhor Ator Coadjuvante (Benicio Del Toro).
Comentários:
Sempre que a indústria de cinema dos Estados Unidos abre oportunidades para cineastas estrangeiros acontece algo de bom. Nem que seja para simplesmente fugir de um certo sistema formulaico que atinge a maneira de se fazer cinema naquele país. Aqui temos o talentoso e jovem diretor mexicano Alejandro González Iñárritu trazendo novos sopros de renovação dentro do cinemão ianque. O roteiro é ao estilo mosaico, com personagens paralelos que acabam se encontrando em um denominador comum. As tais 21 Gramas do título se referem à perde de massa de um corpo humano logo após sua morte - e que para alguns seria a prova da existência da alma, que supostamente teria exatamente esse peso! Especulações à parte se trata de uma obra muito sensível, bem trabalhada, com excelentes atuações e um enredo envolvente e relevante. Com um bom domínio sobre a técnica cinematográfica, Alejandro González demonstra perfeitamente que existe vida inteligente e talentosa no cinema idealizado fora das fronteiras norte-americanas.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Senhores do Crime
Título Original: Eastern Promises
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Focus Features, BBC Films
Direção: David Cronenberg
Roteiro: Steven Knight
Elenco: Naomi Watts, Viggo Mortensen, Armin Mueller-Stahl
Sinopse:
Nikolai (Viggo Mortensen) trabalha para um grupo criminoso poderoso em Londres. Sua função é de espancar e intimidar todos aqueles que se coloquem no caminho das atividades criminosas de sua facção. Lidando e vivendo no submundo ele acaba conhecendo Anna Khitrova (Naomi Watts) um jovem que acaba caindo no brutal esquema de tráfico sexual internacional. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Ator (Viggo Mortensen). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias Melhor Filme - Drama, Melhor Ator (Viggo Mortensen) e Melhor Trilha Sonora (Howard Shore).
Comentários:
Na primeira vez que assisti confesso que não achei grande coisa mas em novas revisões, ao me deparar de novo com o filme passando na TV a cabo até que acabei mudando de ideia, ao perceber aspectos que me tinham passado despercebidos da primeira vez. Isso acontece sempre com quem assiste muitos filmes. O roteiro tem um tom pesado, que curiosamente se manifesta de maneira muito sutil ao longo do filme, mas que vai sufocando os personagens conforme os eventos vão ocorrendo. Há uma certa tensão no ar, pois a impressão que temos é que nada é o que de fato aparenta ser em cena. Gosto muito da direção da película. Já tive muitas oportunidades de elogiar o trabalho do cineasta David Cronenberg e continuo sempre batendo na mesma tecla. Nas mãos de um diretor menos talentoso o filme certamente poderia virar um festival de clichês baratos envolvendo mafiosos russos mas Cronenberg não cai nessa armadilha e acaba realizando uma obra que merece certamente uma segunda chance. Além disso o que dizer da intensa atuação de Viggo Mortensen? Ele foi indicado a vários prêmios importantes e todos de forma bem merecida. O personagem que poderia ser simplesmente brutal e violento também apresenta, nas mãos desse ator, uma complexidade psicológica impressionante. Esse é o tipo de filme que vai melhorando com o tempo, tal como se fosse um vinho raro. Aproveite para rever.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
King Kong
O resultado final mostra um filme muito bom mas que não consegue ser excelente por causa de alguns equívocos do roteiro. É certo que há muitas coisas boas no texto como, por exemplo, trazer a estória do filme de volta à década de 30 (na mesma época em que o King Kong original foi lançado). Outro ponto positivo foi resguardar a aparição de Kong o máximo possível criando assim uma expectativa no público. O problema porém surge logo após King Kong surgir em cena. A overdose de efeitos digitais (principalmente nas cenas em que o gorila entra em uma briga épica contra dinossauros) acaba desviando o foco principal do que é o mais importante nesse filme, a relação de amizade entre o enorme monstro e a delicada e bela heroína que acaba ganhando a afeição do gigante. Peter Jackson parece vacilar na direção, se garantindo numa série de cenas com muitos efeitos digitais que podem impressionar o público mais jovem mas que acabam soando desnecessários e gratuitos para os cinéfilos com mais bagagem. O saldo final é bom, não há como negar, mas perdeu-se a chance de realmente produzir a obra definitiva com King Kong. Claro que nada poderá superar o charme e o carisma do primeiro filme, o original. Poderiam ter realizado algo mais equilibrado e focado nas principais características da estória original mas isso infelizmente não ocorreu aqui nesse remake.
King Kong (King Kong, Estados Unidos, 2005) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens / Elenco: Naomi Watts, Jack Black, Adrien Brody, Thomas Kretschmann, Colin Hanks, Andy Serkis, Evan Parke, Jamie Bell, Lobo Chan, John Sumner, Craig Hall, Kyle Chandler, William Johnson / Sinopse: O diretor Carl Dehnam (Jack Black) lidera uma expedição até uma ilha remota perdida no meio do oceano para verificar se uma antiga lenda sobre um gorila gigante realmente tem algum fundo de verdade. Chegando lá ele finalmente consegue ver o monstro mitológico. Não satisfeito resolve capturar King Kong para levá-lo até os EUA onde pretende explorar comercialmente o animal, uma decisão de que ele se arrependerá amargamente depois.
Pablo Aluísio.
domingo, 29 de janeiro de 2012
A Casa dos Sonhos
O elenco tem espasmos de esforço. Daniel Craig até tenta, se esforça mas nunca convence. Fiquei imaginando seu papel interpretado por outro ator com mais talento. Ele falha nas cenas de angústia, de terror e de loucura. Como um bom James Bond só funciona nas poucas cenas de ação mesmo! Mas isso convenhamos é muito pouco. Sem dúvida o filme ganharia muito. Eu gosto da Rachel Weisz mas aqui nada de mais. Atua no controle remoto, idem a bonita Naomi Watts. O diretor é Jim Sheridan que teve o auge de sua carreira ao lado de Daniel Day Lewis em vários bons filmes nos anos 80 e 90 como "Meu Pé Esquerdo", "Em Nome do Pai" e "O Lutador". Infelizmente aqui parece que perdeu o controle das filmagens e edição, brigou com o estúdio e não ficou feliz com os resultados. Uma pena, esperava bem mais dele - talvez sua época já tenha passado, quem sabe. Enfim, "A Casa dos Sonhos" ficaria melhor se tomasse outro rumo. A pirotecnia e o final "Ghost" - com direito a adeus e tudo mais - tirou mais impacto ainda do filme. No saldo final posso dizer que é apenas um filme mediano que não cumpre tudo aquilo que promete. Fica para a próxima então.
A Casa dos Sonhos (Dream House, Estados Unidos, 2011) Direção: Jim Sheridan / Roteiro : David Loucka / Elenco: Daniel Craig, Rachel Weisz, Naomi Watts, Marton Csokas, Jane Alexander / Sinopse: Uma família se muda para uma nova casa sem saber que o local é cercado de mistérios e um passado tenebroso.
Pablo Aluísio