sábado, 6 de janeiro de 2024
As Aventuras de Tintim
Produção: Assim como "A Invenção de Hugo Cabret" aqui a produção ganha importância ímpar. O filme é todo produzido em cima da tecnologia de captação de movimentos, algo que se desenvolveu absurdamente desde os tempos de "O Expresso Polar", um dos primeiros filmes comerciais a usar dessa técnica. Em Tintim se nota muito bem que os personagens ganharam bastante em termos de expressividade, inclusive facial. O ambiente também está extremamente bem feito, inclusive o próprio oceano é recriado com ótima veracidade (sempre houve problemas em recriar água e fumaça digitalmente). Em resumo a produção é de encher os olhos do espectador.
Elenco: Em um filme baseado na tecnologia de captação de movimentos é até complicado avaliar o elenco do filme. Os produtores ainda tentaram emplacar uma indicação para o ator Andy Serkis (que faz o Capitão Haddock, o melhor personagem do filme) mas não conseguiram. Pelo visto a Academia ainda não comprou essa ideia, quem sabe no futuro. De qualquer forma o elenco deve ser reconhecido - principalmente aos que além das vozes também contribuíram fazendo as cenas para posterior recriação digital.
Direção: O maior receio dos fãs de Tintim quando Steven Spielberg anunciou seus planos de fazer um filme sobre o personagem era de que suas conhecidas pieguices e sentimentalismos estragassem o projeto. Bom, podem ficar tranquilos. Spielberg apenas dá o melhor de seu talento e não deixa seus defeitos atrapalharem o resultado final. Na minha opinião esse é o melhor trabalho do diretor em muito tempo. Ele foi muito feliz na transposição do personagem de quadrinhos para a telona. Não se colocou á frente do espírito da obra original e nem tampouco atrapalhou essa adaptação com egos inflados. Foi discreto e fiel ao autor Hergé, o que é uma qualidade e tanto. O final abre margem para futuras continuações, demonstrando que Spielberg tem esperanças de inaugurar uma nova franquia. Se tudo der certo e as sequências conseguirem manter o mesmo nível dessa produção então teremos boas coisas vindo por aí. Vamos aguardar.
As Aventuras de Tintim (The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn, Estados Unidos, 2011) Diretor: Steven Spielberg / Roteiro: Steven Moffat, Edgar Wright, Joe Cornish, baseado na obra de Hergé / Elenco: Vozes na versão original de: Daniel Craig, Simon Pegg, Jamie Bell, Andy Serkis, Cary Elwes, Toby Jones, Nick Frost, Tony Curran, Sebastian Roché, Mackenzie Crook / Sinopse: adaptação do personagem Tintim do desenhista belga Hergé
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 1 de setembro de 2021
Ninfomaníaca: Volume 2
Do vício em sexo para o mundo do crime também foi um pulo. Ela entrou para uma quadrilha que cobrava dívidas, usando de todos os meios possíveis. Surgiu uma garota de 15 anos em sua vida e a coisa toda só desandou. Foi ficando pior e pior. O final de tudo é bem surpreendente. Lars decidiu que os momentos decisivos fossem apenas ouvidos e não vistos. Tela escura. Assim você vai um ouvir um tiro e um corpo caindo no chão, mas de quem? Quem matou quem? Eu tenho minha opinião, mas não vou revelar. Lars preferiu deixar tudo em aberto, apenas na mente do espectador. Tire suas próprias conclusões.
Ninfomaníaca: Volume 2 (Nymphomaniac: Vol. II, Estados Unidos, 2013) Direção: Lars von Trier / Roteiro: Lars von Trier / Elenco: Charlotte Gainsbourg, Stellan Skarsgård, Stacy Martin, Willem Dafoe, Shia LaBeouf, Jamie Bell / Sinopse: O filme traz a segunda parte da história da ninfomaníaca Joe. Ela vê sua vida pessoal ser destruída por ser viciada em sexo sem limites.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 15 de abril de 2020
Estrelas de Cinema Nunca Morrem
Não ajudou em nada o fato de ter casado e se divorciado quatro vezes. Advogados e os ex-maridos levaram praticamente toda a sua fortuna. Desempregada, começou a morar em quartinhos, fazendo pequenas peças de teatro para sobreviver. A decadência foi agravada quando ela descobriu que estava com câncer. Ela se recusou a fazer o tratamento completo, com medo de perder os cabelos e a beleza. Com isso seu quadro foi piorando dia a após dia. Gloria então se apaixonou por um jovem ator inglês desempregado, que trabalhava como garçom. Em pouco tempo eles estavam juntos e ela, sem ter onde morar, acabou indo morar na casa dele. O problema é que ele morava com os pais e a situação toda foi se deteriorando cada vez mais.
O roteiro desse filme se concentra basicamente em seu romance com esse rapaz britânico chamado Peter Turner (Jamie Bell). Foi ele que escreveu o livro "Films Stars Don't Die in Liverpool", que iria servir de base para o roteiro desse filme. Em termos gerais é um filme que consegue contar sua história bem, de forma um pouco burocrática e tudo mais, porém consegue ser eficiente nesse aspecto. Não é uma história feliz, tampouco tem um final feliz. A vida da ex-estrela Gloria Grahame terminou de forma bem trágica e melancólica, algo aliás que é bem mais comum de acontecer com estrelas de Hollywood do que muitas pessoas pensam. A fama e o sucesso surgindo cedo demais na vida dessas atrizes acaba se tornando com o tempo puro veneno.
Estrelas de Cinema Nunca Morrem (Film Stars Don't Die in Liverpool, Inglaterra, 2017) Direção: Paul McGuigan / Roteiro: Matt Greenhalgh / Elenco: Annette Bening, Jamie Bell, Vanessa Redgrave, Kenneth Cranham, / Sinopse: O filme conta as últimas semanas de vida de uma ex-estrela de Hollywood chamada Gloria Grahame (Annette Bening). Com dificuldades de arranjar trabalho, depois de se divorciar por quatro vezes, ela se apaixona por um jovem ator inglês que trabalha como garçom em Londres. Filme indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator (Jamie Bell) e Melhor Atriz (Annette Bening).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
Billy Elliot
O roteiro é bem humano e desnuda o preconceito, a visão estreita e a estupidez de certa pessoas (em especial do pai do garoto). O fato dele dançar ballet não o tornava obviamente um homossexual, longe disso. Porém como explicar isso a um turrão do interior? Pela bela mensagem que passa, focando na tolerância e no respeito pelas escolhas de cada pessoa, o filme acabou sendo indicado a três prêmios no Oscar, entre eles o de Melhor Roteiro, o que foi um grande feito para um filme como esse, de pequeno orçamento e produção modesta. Depois a história do Billy Elliot acabou sendo encenada de novo nos mais concorridos palcos de teatro de Nova Iorque e Londres, alcançado o mesmo (e merecido) sucesso.
Billy Elliot (Billy Elliot, Inglaterra, França, 2000) Direção: Stephen Daldry / Roteiro: Lee Hall / Elenco: Jamie Bell, Julie Walters, Jean Heywood / Sinopse: Um garoto sonha em aprender a dançar ballet, mas para isso vai ter que superar os preconceitos de seu pai, um mineiro das minas de carvão, que acha que isso é coisa de homossexual. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Direção (Stephen Daldry), Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Walters) e Melhor Roteiro Original (Lee Hall). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Walters). Vencedor do BAFTA Awards nas categorias de Melhor Filme Britânico, Melhor Atriz Coadjuvante (Julie Walters) e Melhor Ator (Jamie Bell).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 14 de julho de 2016
As Aventuras de Tintim
Título Original: The Adventures of Tintin
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Amblin Entertainment
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Steven Moffat, Edgar Wright
Elenco: Jamie Bell, Andy Serkis, Daniel Craig
Sinopse:
O garoto Tintim acaba descobrindo o segredo de um tesouro maravilhoso ao mexer em um velho navio em forma de maquete. A descoberta abre as portas para uma grande aventura, onde ele, ao lado de seus amigos, parte para terras distantes com o objetivo de descobrir onde está localizado o tesouro! Adaptação para o cinema do famoso personagem dos quadrinhos Tintim, criado pelo cartunista Hergé em ""The Adventures of Tintin". Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora (John Williams). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Animação.
Comentários:
Durante muitos anos se especulou quando o famoso personagem dos quadrinhos Tintim iria estrear nos cinemas. Quando Steven Spielberg comprou os direitos todos sabiam de antemão que viria algo muito bom pela frente. A decepção porém começou quando o diretor anunciou que o filme seria realizado de forma virtual, não com atores em carne e osso, mas sim em um processo moderno de captação de movimentos em estúdio para recriação em computação gráfica. Em minha opinião essa foi a pior das decisões. Até mesmo se Spielberg tivesse optado por uma versão em animação tradicional - que recriasse os traços imortais de Hergé - as coisas teriam sido melhores. Não que o filme seja mal realizado, muito longe disso, pois a produção é um primor técnico, mas o uso de uma forma que acabou não agradando aos velhos fãs de Tintim (basicamente os únicos que ainda existem, pois o personagem não é muito popular entre os mais jovens) acabou deixando todo mundo meio frustrado. Assim ficou-se com uma impressão ruim, de algo muito artificial, sem vida e sem carisma. O que era para ser o primeiro filme de uma franquia acabou ficando pelo meio do caminho, justamente pelo uso errado de uma linguagem cinematográfica que no fundo ninguém realmente queria ver.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Quarteto Fantástico
Essa acabou sendo mais uma polêmica envolvendo o filme. Logo na apresentação do material promocional muitos leitores de quadrinhos ficaram revoltados com a escalação do ator negro Michael B. Jordan como o Tocha Humana já que o personagem original era loiro. Acusações de oportunismo barato foram dirigidas contra os produtores. Após isso parece que o inferno astral se instalou e se agravou ainda mais quando o filme surgiu nos cinemas. Deixando as brigas e ofensas de lado o filme só se perde mesmo na divisão errada da trama. Se perde tempo demais tentando desenvolver psicologicamente cada personagem e quando finalmente eles partem para enfrentar o vilão em uma realidade de outra dimensão não há mais tempo para nada. Tudo se resolve rápido demais, sem capricho e sem cuidado. Todos torcem que agora os personagem de Stan Lee sejam adaptados pela Marvel Studios. Problemas legais envolvendo direitos autorais parecem ser o grande empecilho para que isso venha a acontecer. Porém com o fracasso desse reboot é bem provável que a Fox largue mão e entregue tudo para a Marvel realmente, ficando apenas com parte do lucro nas bilheterias. Vamos esperar para ver o que acontecerá.
Quarteto Fantástico (Fantastic Four, Estados Unidos, 2015) Direção: Josh Trank / Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg / Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell / Sinopse: Dois amigos de infância acabam criando um mecanismo que permite a transposição de matéria entre universos paralelos. O tempo passa e eles acabam envolvidos em acontecimentos extraordinários que acabarão dando origem a uma equipe de super-heróis, o Quarteto Fantástico. Adaptação para o cinema dos quadrinhos criados por Stan Lee.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Quarteto Fantástico
Título no Brasil: Quarteto Fantástico
Título Original: Fantastic Four
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Canadá
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Josh Trank
Roteiro: Jeremy Slater, Simon Kinberg
Elenco: Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan, Jamie Bell, Toby Kebbell
Sinopse:
Amigos desde a infância, Reed (Miles Teller) e Ben (Jamie Bell), decidem criar uma máquina revolucionária, que consegue transportar matéria entre dimensões diversas. Assim logo chamam a atenção de um órgão governamental que os leva para um laboratório de última geração. Lá a ideia inicial de Reed é desenvolvida e eles conseguem finalmente criar a ferramenta tecnológica perfeita para essa viagem interdimensional. Os problemas começam quando um grupo deles resolve realizar uma travessia para a outra dimensão sem autorização, o que desencadeia uma série de eventos que mudará suas vidas para sempre. Filme premiado na CinemaCon, EUA.
Comentários:
Desde o seu lançamento esse novo filme sobre o Quarteto Fantástico tem sido massacrado pela crítica e pelos fãs de quadrinhos em geral. Muita coisa foi dita e escrita sobre a produção e por essa razão fui assistir esperando encontrar uma bomba, um verdadeiro abacaxi cinematográfico pela frente. Sinceramente falando não vi nada do que foi tão alardeado por aí. Tudo bem, passa longe de ser uma obra prima ou de ser considerado algum filme marcante. Longe disso. Na verdade é um filme que não vai além do que se vê de forma cotidiana por aí, mas também não desce a níveis abissais em termos de qualidade como foi afirmado por alguns. A maior crítica que faria seria mesmo em relação ao roteiro. Como se trata de um filme de origens percebi que os roteiristas perderam muito tempo com certos detalhes menores, fazendo com que o ritmo da história seja mais lenta do que seria esperado pelos fãs dos personagens. O filme vai avançando e pouca coisa de importante acontece. Como é pequeno (pouco mais de 90 minutos de duração) muita coisa fica pelo meio do caminho.
Além disso a própria origem deles foi modificada, o que levou muitos dos fãs mais radicais a criarem um tipo de indignação desproporcional com o que se vê na tela. Tudo bobagem. A fita é na média, volto a afirmar. Não chega a decepcionar completamente como foi dito por alguns. Apenas acredito que o próprio Quarteto Fantástico seja algo meio fora de moda nos dias de hoje. Eles foram criados na década de 1960 e na época até poderia ser legal ver um sujeito cujo poder era se esticar, tal como se fosse um homem de borracha. Hoje em dia será que algo assim ainda vai interessar a alguém? O mesmo pode-se dizer do jovem que se torna uma tocha humana e da garota que fica invisível. O único personagem que poderia render algo a mais no cinema atualmente seria justamente a coisa, mas ele surge nesse filme até mesmo apagado, como uma figura soturna e abalada pelo seu próprio destino inglório. Enfim, tudo isso são meros devaneios. A questão principal é que realmente não estamos na presença de algo tão ruim como foi amplamente noticiado desde o seu lançamento. "Fantastic Four" versão 2015 é cinema pipoca plenamente digerível, sem maiores problemas.
Pablo Aluísio.
sábado, 3 de novembro de 2012
Jumper
O diretor Doug Liman aliás é especialista em filmes vazios. Ele estreou na carreira dirigindo uma bela pérola trash chamada "O Vestibular da Morte" - durma-se com um barulho desses! Depois dirigiu seu maior sucesso até o momento, o filme de ação pela ação "Sr e Sra Smith", novamente sem sinal de roteiro por perto. Aqui ele tenta, junto com o estúdio, transformar o inexpressivo Hayden Christensen em astro. Quem não ligou o nome à pessoa basta recordar da sofrível nova trilogia de Star Wars. Sim, ele fazia o Darth Vader naqueles filmes. Depois disso sua carreira foi se apagando, apagando... Depois do fracasso do fraco "Mistério na Rua 7" (leia resenha no blog "Terror & Ficção - Pablo Aluísio") todos parecem convencidos que o rapaz não leva jeito para a coisa e que é apenas um sortudo da vida que foi escalado por George Lucas, sabe-se lá o porquê, para interpretar um dos personagens mais famosos da cultura pop. Depois disso ele parece seguir os passos desse seu personagem daqui, ou seja, sumir tão rapidamente como apareceu. Os cinéfilos de bom gosto certamente agradecem.
Jumper (Jumper, Estados Unidos, 2008) Direção: Doug Liman / Roteiro: Steven Gould, David S. Goyer, Simon Kinberg, Jim Uhls / Elenco: Hayden Christensen, Samuel L. Jackson, Diane Lane, Jamie Bell, Rachel Bilson, Tom Hulce, Michael Rooker, Kristen Stewart. / Sinopse: Jovem tem o poder de "pular" o tempo e o espaço com grande facilidade. Seus poderes porém lhe trarão grandes problemas.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Jane Eyre
A produção é da BBC Films, então bom gosto e classe refinados é o mínimo a se esperar. A direção é meio burocrática, sem grandes arroubos autorais o que é de se compreender pois o diretor Cary Fukunaga (que apesar do nome é americano) quis apenas contar a estória do livro sem tirar nem colocar nada. Quis ser eficiente e correto. Se não atrapalha também não emociona. Percebi que diante de tanto zelo pela obra original o filme acabou soando frio, gélido, sem grandes emoções. Até mesmo o romance central (que deveria ser um arroubo de paixões descontroladas) se torna morno. De qualquer forma ainda recomendo por causa da bonita produção, dos belos jardins e da chance de conhecer, nem que seja pela tela, a obra da escritora inglesa Charlotte Bront.
Jane Eyre (Jane Eyre, Estados Unidos, 2011) Direção: Cary Fukunaga / Roteiro: Moira Buffini / Elenco: Mia Wasikowska, Jamie Bell e Sally Hawkins / Sinopse: Jane Eyre (Mia Wasikowska) morava com sua tia, e ao ficar órfã é levada para morar em um internato. Quando adulta, ela vai trabalhar como governanta na casa de Edward Rochester (Michael Fassbender) mas em breve o destino mudará completamente sua vida.
Pablo Aluísio.