Garota chamada Baby Doll (Emily Browning) é internada em um hospício por seu padastro. Uma vez lá dentro ela começa a perder a noção do mundo ao seu redor, se envolvendo em fantasias e alucinações onde não consegue mais separar a realidade do surrealismo. Esse "Sucker Punch" é aquele tipo de filme que ou você embarca na proposta do roteiro ou vai odiar. Eu achei a estrutura do argumento bem curiosa. No fundo há três mundos paralelos: o primeiro seria a realidade onde Baby Doll é levada a uma instituição psiquiátrica para se submeter a uma lobotomia. O segundo seria seu universo de fantasia onde ela alucina pensando estar em uma boate com shows de Vaudeville e por fim a terceira realidade surreal: quando dança ela se transporta para uma dimensão de guerras e lutas onde convivem samurais gigantes, batalhas da I Guerra Mundial e lutas em ritmo de videogame. Claro que muitas pessoas vão acabar se perdendo nessas "dimensões dentro de outras dimensões dentro de outras dimensões".Eu devo confessar que embarquei no filme. Curti o visual ultra exagerado, beirando o kitsch e todos os excessos que acompanhamos na produção. O fato é que as garotas são carismáticas e não há como não se solidarizar com a triste situação em que vivem. Em minha opinião o Zack Snyder literalmente chutou o balde com esse filme. Sem as amarras de uma obra conhecida, como aconteceu em "Watchmen", ele literalmente deu asas à sua própria imaginação (e coloca imaginação nisso!). O filme é uma overdose de efeitos digitais, lutas inverossímeis e tudo mais o que essa geração criada a videogame e internet tem direito. Arrisque, não garanto que todos vão gostar, mas pelo menos a experiência vai valer a pena.
Pablo Aluísio.