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domingo, 12 de junho de 2022

Mães Paralelas

Janis (Penélope Cruz) fica grávida do seu namorado e na maternidade conhece uma jovem que também está prestes a ter um filho, chamada Ana (Milena Smit). Ela vai ser mãe solteira e por essa razão Janis resolve trocar telefones com ela, quem sabe para lhe ajudar em algum problema no futuro. Uma questão de solidariedade. Quando Janis retorna para a casa e mostra a sua filha para seu namorado, este não a reconhece. Diz para ela que aquela criança não é dele. Realmente a criança não se parece nem com o pai e nem com a mãe, se revelando muito étnica. Janis então decide fazer um teste de DNA e descobre surpresa que ela não é mãe daquela criança. Cria-se um problema incrível pois ela acredita que a criança foi trocada na maternidade pela filha de Ana. E agora como Janis vai resolver esse problema?

Esse é o novo filme de Pedro Almodóvar, diretor que andava meio sumido do cinema, mas que retornou em grande estilo, inclusive  com indicações ao Oscar de 2022. Quando o filme começou, eu fiquei um pouco surpreso por ser muito convencional, algo que surpreende ao se tratar de Pedro Almodóvar. Só que a realidade era outra, pois ele havia deixado as maiores surpresas para a segunda parte de sua história. O filme assim abre janelas para temas relevantes como a descoberta tardia da bissexualidade, o problema dos desaparecidos políticos na Espanha durante a ditadura e outras leituras subliminares que esse roteiro deixa no ar, na mente do espectador. Temos um bom filme sem dúvida, embora o tema da maternidade trocada não seja assim uma grande novidade, nem no mundo do cinema, nem mesmo no universo das telenovelas. Nesse aspecto Pedro Almodóvar quase fez uma novela cinematográfica, mais felizmente isso não aconteceu pois o filme tem suas surpresas.

Mães Paralelas (Madres paralelas, Espanha, 2021) Direção: Pedro Almodóvar / Roteiro: Pedro Almodóvar / Elenco: Penélope Cruz, Milena Smit, Israel Elejalde / Sinopse: Duas mães passam por uma situação delicada quando seus filhos são trocados na maternidade. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor música original e melhor atriz (Penélope Cruz).

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de dezembro de 2020

Dor e Glória

Título no Brasil: Dor e Glória
Título Original: Dolor y Gloria
Ano de Produção: 2019
País: Espanha, França
Estúdio: Canal+, Ciné+, El Deseo
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Antonio Banderas, Penélope Cruz, Asier Etxeandia, Leonardo Sbaraglia, César Vicente, Asier Flores

Sinopse:
Salvador Mallo (Antonio Banderas) é um velho cineasta que passa a relembrar seus tempos de infância, quando passou por várias dificuldades ao lado de sua mãe Jacinta (Penélope Cruz). Agora, na velhice, precisa lidar com uma série de problemas de saúde, ao mesmo tempo em que começa a se viciar em heroína.

Comentários:
Pedro Almodóvar escreveu o roteiro e dirigiu esse novo filme e fica impossível não pensar que ele colocou inúmeras referências autobiográficas na história. O protagonista é um diretor de cinema praticamente aposentado. Ele tem problemas de saúde e não consegue ficar à altura de suas glórias passadas. Sua carreira como cineasta está praticamente acabada. Homossexual, resolve escrever um texto relembrando seu grande amor do passado. O texto vira uma peça teatral e eis que, do nada, seu antigo namorado bate á sua porta. Ele viu a peça e percebeu imediatamente que se tratava de sua própria história de amor com o velho diretor. Assim vai se fechando mais um ciclo de sua vida. "Dor e Glória" foi bastante aclamado pela crítica no ano passado, conseguindo ter honrosas indicações ao Oscar nas categorias de melhor filme estrangeiro e melhor ator, para Banderas, aqui provavelmente em seu melhor trabalho para o cinema em anos. Isso veio a provar que apesar de seu autorretrato ser pessimista e  lamuriento, personificado no protagonista desse filme, que não passa de um cineasta depressivo e frustrado, o próprio Pedro Almodóvar está longe dessa situação lamentável. Ele continua em plena forma na sua profissão.  Ao contrário de seu personagem em queda, ele está ainda com o toque mágico para fazer cinema relevante de alta qualidade artística. Palmas para ele!

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Maus Hábitos

Título no Brasil: Maus Hábitos
Título Original: Entre tinieblas
Ano de Produção: 1983
País: Espanha
Estúdio: Tesauro S.A.
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar
Elenco: Julieta Serrano, Marisa Paredes, Carmen Maura, Manuel Zarzo, Chus Lampreave, Cecilia Roth

Sinopse:
Yolanda Bell, uma jovem cantora que tem problema com drogas, até o dia em que vê seu namorado morrer de overdose. Apavorada ela busca refúgio no convento das "redentoras humilhadas" cuja madre superiora manifesta sua admiração por Yolanda numa noite em que vai assistir ao seu show no "Molino Rojo". Por muitos anos as "redentoras humilhadas" têm tentado salvar jovem moças que levam vida de perdição. Ultimamente porém, a comunidade atravessa uma crise: poucas garotas desejam ser salvas.

Comentários:
Um filme bem antigo de Pedro Almodóvar que poucos se recordam hoje em dia. Como se sabe o diretor, homossexual assumido, aqui resolve tirar uma casquinha da Igreja Católica. Seu roteiro é uma sátira à vida de religiosas, principalmente freiras, onde o diretor procura mostrar, sobre seu ponto de vista, o absurdo de certas relações dentro de um convento na Espanha. O texto brinca o tempo todo com a dualidade pecado x salvação, mostrando que sem o pecado não existe a verdadeira salvação. Apesar da ideologia por trás de tudo o que temos aqui é realmente uma película que demonstra acima de tudo uma certa hesitação do diretor, que ainda não havia encontrado o tom certo de sua filmografia

Pablo Aluísio