sábado, 21 de março de 2020

Os Heróis de Telemark

Título no Brasil: Os Heróis de Telemark
Título Original: The Heroes of Talemark                    
Ano de Produção: 1965
País: Estados Unidos
Estúdio: Benton Film Productions
Direção: Anthony Mann
Roteiro: Ivan Moffat, Ben Barzman
Elenco: Kirk Douglas, Richard Harris, Ulla Jacobsson, Michael Redgrave, David Weston, Alan Howard

Sinopse:
A história do filme é baseada em fatos históricos reais. Tudo se passa na fria e distante Noruega. Membros locais da resistência à ocupação nazista e agentes da inteligência britânica se unem na missão de impedir que o III Reich venha a fabricar sua bomba atômica. Um comando especial é enviado em missão secreta para sabotar todos os planos do exército alemão. A intenção é colocar tudo abaixo, para que os nazistas não consigam ter em mãos essa arma de destruição em massa.

Comentários:
A década de 1960 foi a última dos filmes de guerra ao velho estilo. Esses roteiros bem patrióticos, ufanistas até, seriam substituídos por temas mais tensos, mais críticos. Na década de 1970 filmes como "Apocalypse Now" colocariam um fim a essa antigo forma de retratar os soldados e combatentes nos fronts de batalha. A própria guerra do Vietnã e seus problemas sociais iriam se tornar um muro para a produção de filmes como esses. Dito isso, sobre essa ar meio antigo, um tanto ultrapassado em termos de filmes de guerra, esse "The Heroes of Telemark" tem seus bons momentos. O grande atrativo vem do elenco e da direção. A presença de Kirk Douglas em qualquer filme já vale a sessão, mas quem brilha mesmo é Richard Harris! Que grande ator ele foi. Domina da primeira à última cena em que aparece. Grande talento. Por fim temos também a direção de Anthony Mann. Seus grandes filmes foram os de faroeste que rodou ao lado de James Stewart. Aqui também não perdeu a mão, concluindo um filme de guerra eficiente e bem conduzido. Acima de tudo o filme mantém o interesse porque o roteiro é bom. E é bom justamente porque conta uma história por demais interessante. Havia na guerra uma disputa para saber qual lado iria construir a primeira arma nuclear da história. Claro que esse tipo de bomba jamais poderia ser produzida por Hitler pois o custo humano de milhões de vidas iria ser alto. Por essa razão os militares do filme acabaram se tornando grandes heróis na II Guerra Mundial. O que eles evitaram sem dúvida não pode ser nem ao menos calculado. Nessa missão eles certamente salvaram milhões de vidas de inocentes.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Bravura Indômita

Não existe nada mais perigoso no mundo do cinema do que refilmar antigos clássicos absolutos do passado. Quando o remake de "Bravura Indômita", western clássico com John Wayne, foi anunciado eu temi pelo pior. Não havia esquecido ainda de vários remakes desastrosos que foram feitos como "Psicose", por exemplo. Se é um marco da história do cinema, qual é a finalidade de refazer tal filme? Além da falta de originalidade os remakes sofrem de outro problema, sempre caindo em uma verdadeira armadilha: ou seguem literalmente o filme original e aí se tornam inúteis ou então tentam inovar correndo o risco de despertar a fúria dos fãs da obra original. As duas opções, convenhamos, não são nada boas.

Eu fiz questão de rever o original poucos dias antes de assistir a esse remake justamente para ter uma base melhor de comparação com o filme dos irmãos Coen. A minha impressão é a de que essa nova versão preferiu seguir o caminho da refilmagem mais fiel ao original, sem inovações impertinentes ou banais. Os diretores tiveram um certo respeito pelo filme original. Embora seguindo lado a lado com o filme de John Wayne, o remake também apresenta pequenas e pontuais novidades. Afinal os irmãos Coen, tão autorais em sua filmografia, não iriam dirigir um filme totalmente desprovido de originalidade.

Não resta dúvida, por exemplo, que essa nova versão tem um roteiro bem mais explicativo do que o filme de 1969, mostrando mais aspectos do livro que deu origem aos dois filmes. A reconstituição histórica também segue mais condizente com a época em que se passa a história. Esses são certamente pontos positivos aqui. É um filme, como disse antes, muito bem feito, com tudo colocado no lugar certo, mas curiosamente sem grandes surpresas, chegando a ser até mesmo um pouco convencional, isso claro se compararmos com o primeiro filme. Burocrático? Não chega a incomodar nesse aspecto. Respeitoso em excesso com o filme original? Certamente.

Um dos grandes méritos dessa nova versão vem de seu elenco. E aqui temos que destacar o trabalho do ator Jeff Bridges. É fato que Rooster Cogburn é um personagem à prova de falhas, pois foi ótimo para John Wayne e novamente caiu muito bem na caracterização de Bridges. O que mais me chamou a atenção é que a interpretação no novo remake é quase uma homenagem velada ao desempenho anterior de Wayne. Até a entonação vocal é extremamente semelhante. Bridges, em certos momentos, é quase uma paródia de Wayne, tudo muito igual e parecido. É uma homenagem ao grande ator do passado, que inclusive foi premiado com o Oscar, após longos anos de carreira, justamente pela interpretação desse personagem. Palmas para Jeff Bridges! No final de tudo, gostei desse novo filme. Penso que o caminho certo a seguir por remakes é justamente esse. Ser bem fiel ao livro original, preservando aspectos do filme clássico.

Bravura Indômita (True Grit, Estados Unidos, 2010) Direção: Ethan Coen, Joel Coen / Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen baseado na novela escrita por Charles Portis / Elenco: Jeff Bridges, Matt Damon, Hailee Steinfeld / Sinopse: Jovem garota (Hailee Steinfeld) resolve contratar velho agente federal gordo e bêbado chamado Rooster Cogburn (Jeff Bridges) para encontrar um grupo de criminosos que mataram seu pai. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Jeff Bridges), Melhor Atriz Coadjuvante (Hailee Steinfeld), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia (Roger Deakins), Melhor Figurino, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Direção de Arte.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Os Jovens Pistoleiros

A década de 1980 produziu bons filmes de western. Claro, a era de ouro desse gênero cinematográfico ocorreu nos tempos de John Wayne e Randolph Scott, mas inegavelmente bons filmes de faroteste chegaram aos cinemas durante os anos 80. Um deles foi esse "Os Jovens Pistoleiros". A intenção era muito interessante, contar a história de Billy The Kid, sem o aspecto mais romanceado das versões anteriores. Era uma tentativa de se chegar o mais próximo possível da história real do famoso pistoleiro. É fato que o filme não chegou a ser cem por cento realista, mas temos que admitir que o resultado ficou muito bom. 

O curioso é que esse filme acabou ganhando uma continuação que foi mais popular e mais bem sucedida comercialmente do que esse primeiro filme. A sequência intitulada "Jovens Demais Para Morrer" fez um grande sucesso de bilheteria. Também teve uma trilha sonora que vendeu muito na época. Era um filme muito mais pop do que esse primeiro, que tem uma tônica mais séria, mais centrada em contar os primeiros anos de Billy The Kid.

E por falar em Billy, o ator Emilio Estevez está muito bem em seu papel. Irmão de Charlie Sheen e filho do grande Martin Sheen, ele teve aqui seu melhor papel na carreira. E era ainda bem jovem, muito concentrado em capturar pelo menos em tese a figura do pistoleiro Kid. E o roteiro colaborava bem para isso. Pena que as informações históricas sobre Billy The Kid sejam escassas. Conhecemos bem suas "façanhas" criminosas, suas fugas espetaculares dos homens da lei de sua época, mas não se sabe, por exemplo, como era a personalidade dele. Estevez fez um bom trabalho nesse sentido. Ele trouxe uma jovialidade ao personagem que é um dos grandes méritos do filme como um todo.

Os Jovens Pistoleiros (Young Guns, Estados Unidos 1988) Direção: Christopher Cain / Roteiro: John Fusco / Elenco: Emilio Estevez, Kiefer Sutherland, Lou Diamond Phillips, Charlie Sheen, Jack Palance, Terence Stamp / Sinopse: O filme procura resgatar a história do pistoleiro e criminoso Billy The Kid, que ficou famoso no velho oeste por causa de suas fugas e pela caçada dos homens da lei para aprisioná-lo. Nesse primeiro filme é contado os primeiros anos da vida de bandoleiro e pistoleiro do velho oeste.

Pablo Aluísio. 

Caçada Sádica

Num belo dia de sol, enquanto o machista, mulherengo e violento Brandt Ruger (Gene Hackman) se diverte dentro de um trem particular com amigos e prostitutas, sua belíssima mulher Melissa (Candice Bergen) é sequestrada na porta de casa pelo bando de Frank Calder (Oliver Reed). O mais incrível disso tudo é que apesar da situação angustiante e tenebrosa, o sequestrador não está querendo dinheiro; ele só quer que Melissa o ensine a ler e escrever. Quando fica sabendo do sequestro, Ruger, juntamente com alguns amigos caçadores e exímios atiradores, lança-se à caça do sequestrador de forma impiedosa e letal, utilizando poderosos rifles com mira telescópica (uma novidade para a época).

Para piorar as coisas e deixar o caçador Brandt Ruger ainda mais furioso, o coração de sua bela Melissa pode estar apaixonado pelo belo par de olhos azuis do bandidão que, ao contrário do marido estúpido e grosseiro, cuida de Melissa com amor e carinho. Caçada Sádica (The Hunting Party - 1971) dirigido por Don Medford (A Organização) foi alinhavado em torno de um cenário árido, quente, cruel e sem espaços para a poesia. As cenas de caça ao sequestrador e seu bando são impressionantes e extremamente bem feitas; não só pela reverberação do som dos tiros, como também pela inacreditável distância em que são executados, levando Calder e seu bando à beira da loucura. Uma ótima produção inglesa encabeçada por um elenco de primeira linha e com Gene Hackman como sempre atuando em alto nível. Nota 8.

Caçada Sádica (The Hunting Party, Inglaterra, 1971) Direção: Don Medford / Roteiro: Gilbert Ralston, Lou Morheim / Elenco: Gene Hackman, Oliver Reed, Candice Bergen / Sinopse: O violento Brandt Ruger (Gene Hackman) sai no encalço de Frank Calder (Oliver Reed) e seu bando por terem sequestrado sua esposa Melissa (Candice Bergen). Violento western da década de 70 com Gene Hackman em ótima forma.

Telmo Vilela Jr.

quarta-feira, 18 de março de 2020

Silverado

Excelente faroeste produzido em meados da década de 1980. "Silverado" surgiu em uma época em que os grandes estúdios tentavam revitalizar o gênero western. É bem sintomático chamar a atenção para o fato do filme ter sido produzido nos anos 80, quando não havia mais regularidade no lançamento de faroestes no cinema. John Wayne havia partido seis anos antes e deixado uma lacuna, um mercado de fãs de western sem novos lançamentos, sem novos filmes. O faroeste italiano ainda produzia filmes com regularidade, mas esses iam ficando cada vez mais baratos ao longo dos anos. A indústria americana de cinema parecia não investir mais em filmes de western, o que era algo a se lamentar.

Como os antigos astros já estavam velhos e aposentados, o jeito foi adaptar todo um elenco de novatos para encarar o desafio. O elenco é liderado por Kevin Kline cuja carreira foi construída em cima de comédias como “Um Peixe Chamado Wanda” e “Será Que Ele é?”, não tendo muito a ver com o estilo. Curiosamente ele acabou se saindo bem no filme. Danny Glover da série “Máquina Mortífera” também foi escalado. Sua escolha foi mais uma jogada comercial, para chamar mais atenção ao filme. Melhor se saem Brian Dennehy, que aqui repete um personagem bem parecido com o que fez em "Rambo", o xerife corrupto que abusa de sua autoridade e Scott Glenn, que lembrava fisicamente muito Clint Eastwood. Outro aspecto curioso de "Silverado" foi a presença de um jovem Kevin Costner, interpretando um garotão inconsequente que sempre se metia em problemas por onde passava. E pensar que alguns anos depois o próprio Costner iria dirigir e atuar em um clássico do western, "Dança com Lobos". Esse "Silverado" foi, de certa forma, seu ensaio no gênero.

O enredo de Silverado era uma miscelânea de vários e vários faroestes do passado. Uma espécie de homenagem aos aspectos mais valorizados da mitologia do velho oeste. Na estória acompanhamos um grupo de amigos que chega na cidade de Silverado, no Colorado (com locações reais no Novo México), agora dominada completamente por um xerife corrupto e seu grupo de capangas. Aterrorizando os moradores, o xerife, na realidade um antigo bandoleiro e pistoleiro se fazendo passar por bom cidadão, acabava literalmente tomando conta do lugar, se tornando proprietário do saloon local e das propriedades circunvizinhas à cidade. Para aumentar ainda mais seu domínio, ele não hesitava em matar, ameaçar e massacrar todos os que ousavam se opor ao seu poder.

A trilha sonora de "Silverado" foi assinada por Bruce Broughton e chamava atenção pela sua beleza. De fato a música incidental não deixava espaços em branco durante o filme, preenchendo tudo de forma bem suntuosa. Seu trabalho acabou sendo indicado ao Oscar. O diretor Lawrence Kasdan poderia ter dado mais agilidade ao filme, com um corte em sua duração – que muitas vezes soa excessiva – mas o saldo final foi inegavelmente positivo. "Silverado" fez sucesso de bilheteria e agradou ao público na época. Pena que mesmo sendo bem sucedido o filme não conseguiu redimir o gênero que ficaria ainda mais alguns anos na geladeira com poucas e esparsas novas produções em Hollywood.

Silverado (Silverado, Estados Unidos, 1985) Direção: Lawrence Kasdan / Roteiro: Lawrence Kasdan, Mark Kasdan / Elenco: Kevin Kline, Scott Glenn, Danny Glover, Kevin Costner, John Cleese, Rosanna Arquette, Brian Dennehy, Linda Hunt, Jeff Goldblum / Sinopse: Um xerife inescrupuloso e corrupto (Brian Dennehy) domina a pequena cidade de Silverado. Contra ele se opõem um grupo de cowboys e bandoleiros que vão enfrentar seu poder. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som (Donald O. Mitchell, Rick Kline e Kevin O'Connell) e Melhor Música - Trilha Sonora Original (Bruce Broughton)

Pablo Aluísio.

Hatfields & McCoys

É curioso como o mundo dá voltas. Durante anos foi recusado pelas principais emissoras americanas o projeto de se levar para a TV a história real de duas famílias que entraram em conflito no sul dos EUA no século XIX. Intitulado "Hatfields & McCoys" a minissérie foi sendo rejeitada por CBS, ABC, NBC e até pelos canais a cabo como HBO. Um executivo desse último canal chegou a afirmar que "Ninguém mais quer ver um faroeste!". Pois bem. Mesmo com tantas rejeições o roteiro seguiu em frente e acabou indo parar no The History Channel que finalmente deu o sinal verde para a produção de seis capítulos. Levado ao ar pelo canal History há pouco tempo nos EUA o primeiro episódio de "Hatfields & McCoys" bateu um recorde histórico de audiência se tornando a série mais assistida da TV a cabo da história. Um sucesso avassalador de audiência!

Nos capítulos seguintes o número de espectadores triplicou e assim "Hatfields & McCoys" se tornou o maior sucesso televisivo de 2012. Para quem gosta de westerns como eu não poderia haver melhor notícia do que essa. Certamente esse êxito todo vai calar a boca de muita gente que diz que o público não tem mais interesse em ver faroestes (como afirmou o executivo da HBO que inclusive já foi demitido por falar demais!). E o sucesso é justificado? A minissérie é realmente tão boa a ponto de alcançar um sucesso tão grande em tão pouco tempo? Certamente sim!

Reconstituição de época perfeita, fidelidade histórica com os acontecimentos e uma brilhante direção de arte fazem de "Hatfields & McCoys" um programa obrigatório para os fãs de western. Não há ainda previsão de exibição no Brasil mas fica logo a dica de antemão - não percam esse excelente momento de Kevin Costner em seu primeiro projeto na TV. Ele está ótimo na pele de Anse Hatfield (em um papel que havia sido escrito para Burt Lancaster). Ideal para quem sentia saudades em ver o ator de volta ao gênero. O melhor de tudo é saber que "Hatfields & McCoys" trouxe o bom e velho western de volta ao sucesso de público e crítica. Não deixe de assistir.

Hatfields & McCoys
(Idem, EUA, 2012) Direção: Kevin Reynolds / Roteiro: Bill Kerby, Teri Mann, Ronald Parker / Elenco: Kevin Costner, Bill Paxton, Tom Berenger, Powers Boothe / Sinopse: Após o fim da guerra civil americana duas famílias tradicionais do sul dos Estados Unidos, os Hatfields e os McCoys começam a entrar em conflito por terras, poder e honra. A rixa entre as famílias iria durar anos resultando em inúmeras mortes para ambos os lados. Baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de março de 2020

Vampiros, os Mortos

Título no Brasil: Vampiros, os Mortos
Título Original: Vampires Los Muertos
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Screen Gems, Storm King Productions
Direção: Tommy Lee Wallace
Roteiro: Tommy Lee Wallace
Elenco: Jon Bon Jovi, Diego Luna, Cristián de la Fuente, Natasha Gregson Wagner, Arly Jover, Darius McCrary,

Sinopse:

Um caçador de vampiros e um padre exorcista lutam contra um bando de criaturas da noite, vampiros que vivem no meio do deserto mexicano. Uma luta de sobrevivência vai começar nas areias daquela terra de ninguém.

Comentários:
O roqueiro Jon Bon Jovi também quis se dar bem no mundo do cinema. O resultado foi bem discutível. Nesse filme ele interpreta uma espécie de caçador de vampiros e só isso já dá para ter uma ideia do que esperar pela frente. A coisa se repete: quando rockstars tentam fazer cinema geralmente boa coisa não sai. O nome do diretor John Carpenter chegou a ser usado como chamariz para esse filme, mas não se engane. Ele já estava doente na época em que o filme foi produzido e sua participação foi praticamente nula. No fundo só usaram de sua criação, com aqueles vampiros atacando no meio do deserto e nada mais. E nem precisa dizer que os efeitos especiais envelheceram terrivelmente, principalmente quando surgem raios... aí a coisa desanda de vez. Na minha forma de ver é um produto descartável, nada memorável, sem nenhuma inspiração e criatividade. A mitologia dos vampiros merecia coisa melhor. 

Pablo Aluísio.

Instinto Sombrio

O roteiro conta a história de um jovem artista que vai morar no Brooklyn, em Nova Iorque. Ele aluga um pequeno apartamento para começar a trabalhar em sua arte, mas logo descobre que há algo de errado no lugar. Ele descobre que há um serial killer em ação, um assassino que acaba matando até mesmo uma pessoa próxima a ele. No começo ele tem certeza de que tudo o que presencia e vê realmente aconteceu, mas depois começa a ter dúvidas se os acontecimentos não seriam apenas fruto de sua mente.

O filme foi vendido por seus produtores como um thriller claustofóbico, sinistro, sob o ponto de vista de uma mente doentia. Realmente a direção de Alex Winter tem até bastante estilo - com excelente jogo de luz e sombras nas cenas - mas também é inegável que se torna muitas vezes tedioso e cansativo. Muitos filmes dos anos 90 tentaram copiar a estética do mundo publicitário para o cinema, nem sempre dando muito certo. Esse foi um que tentou beber nessa fonte, sem maior resultado. Lançado discretamente em VHS no Brasil durante os anos 90 não conseguiu chamar muita atenção, caindo, como tantos outros thrillers da época, no esquecimento (quase) completo. Em tempo: o ator Henry Thomas é o garotinho de ET, que cresceu e tentou fazer sucesso numa carreira como ator adulto. Essa foi uma de suas tentativas nessa direção.

Instinto Sombrio (Fever, Estados Unidos, 1999) Direção: Alex Winter / Roteiro: Alex Winter / Elenco: Henry Thomas, David O'Hara, Teri Hatcher / Sinopse: Uma jovem artista de Nova Iorque acaba ficando no meio de uma sinistra série de crimes envolvendo um assassino em série. Ele chega a testemunhar algo e tem uma pessoa próxima assassinada pelo criminoso, mas teria mesmo visto e presenciado algo ou tudo teria sido fruto de sua mente? 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de março de 2020

A Família Addams

Título no Brasil: A Família Addams
Título Original: The Addams Family
Ano de Produção: 2019
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Greg Tiernan, Conrad Vernon
Roteiro: Matt Lieberman
Elenco: Charlize Theron, Chloë Grace Moretz, Oscar Isaac, Snoop Dogg, Bette Midler, Finn Wolfhard

Sinopse:
Animação produzida a partir dos personagens criados por Charles Addams. No enredo a família Addams finalmente encontra um novo lar, um antigo manicômio abandonado. Na nova cidade eles encontram o que estavam procurando. Na nova casa o paizão Gomez vai ensinando o ritual de iniciação dos Addams para o filho, enquanto Wednesday vai para o high School.

Comentários:
Os dois filmes da família Addams com atores de carne e osso foram muito divertidos e bem produzidos. Agora o estúdio decidiu fazer uma animação em longa-metragem. Ao custo de 40 milhões de dólares esse novo filme fez sucesso de bilheteria, batendo a barreira de 300 milhões faturados no cinema. Algo óbvio de acontecer, já que os produtores lançaram a animação no feriado de Halloween. Uma boa estratégia de lançamento. E de fato não há o que reclamar, principalmente em se tratando de fãs da obra do cartunista Charles Addams. Os personagens, por exemplo, surgem no mesmo traço que seu criador imaginou. Tudo é bem fiel ao estilo dos quadrinhos originais. E como sempre acontece com animações caras como essa, várias estrelas de Hollywood foram contratadas para dublar os personagens principais, com destaque para Chloë Grace Moretz como Wednesday, a garota Addams, muito esquisita por sinal e Charlize Theron como a mãe Morticia Addams. Aliás essa última personagem me faz sempre lembrar de Anjelica Huston, por causa do filme dos anos 90. Então é isso. Animação muito boa, divertida, que vai certamente agradar aos fãs do estranho e engraçado humor negro dos Addams.

Pablo Aluísio.

Peter Pan

Título no Brasil: Peter Pan
Título Original: Peter Pan
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: P.J. Hogan
Roteiro: P.J. Hogan
Elenco: Jeremy Sumpter, Jason Isaacs, Olivia Williams, Rachel Hurd-Wood, Lynn Redgrave, Richard Briers

Sinopse:
As crianças da família Darling recebem uma visita de Peter Pan, que as leva para a Terra do Nunca, onde está em andamento uma guerra com o malvado Capitão Pirata Hook. Roteiro baseado na peça teatral original intitulada "Peter and Wendy", escrita por J. M. Barrie em 1911.

Comentários:
A versão mais famosa é a animação dos estúdios Disney. Curiosamente nunca tinham feito (não que me lembre agora) um filme com atores de carne e osso, com roteiro baseado mais fielmente na peça teatral original. E então chegamos nesse filme. Eu me lembro que assisti no cinema. Foi meio decepcionante, mas não totalmente. Os produtores fizeram uma boa produção cinematográfica, tudo de extremo bom gosto. Figurinos, cenários, direção de arte, tudo digno e fiel a uma produção que no final das contas custou mais de 100 milhões de dólares. Só que faltou também uma alma. Esse tipo de filme infantil precisa passar uma certa magia da tela para o público. Isso não aconteceu. Achei o ator juvenil Jeremy Sumpter que interpreta Peter Pan bem fraquinho. Foi um filme caro demais que não teve retorno de lucro que os produtores esperavam, o que de certa maneira afundou as pretensões de se voltar ao personagem nas salas de cinema. No final de tudo ainda prefiro muito mais a tradicional animação da Disney (muito charmosa por sinal) e até mesmo o filme de Steven Spilberg, que não era fiel ao material original.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de março de 2020

Mussum, um filme do Cacildis

Título no Brasil: Mussum, um filme do Cacildis
Título Original: Mussum, um filme do Cacildis
Ano de Produção: 2019
País: Brasil
Estúdio: Modo Operante
Direção: Susanna Lira
Roteiro: Bruno Passeri
Elenco: Mussum, Renato Aragão, Dedé Santana, Lázaro Ramos, Milton Gonçalves, Joel Zito Araújo

Sinopse:
Documentário que resgata a história do humorista brasileiro Antonio Carlos Bernardes Gomes, popularmente conhecido como o trapalhão Mussum. O filme mostra aspectos de sua vida, seu sucesso na TV e no cinema e depoimentos de familiares e pessoas que trabalharam ao seu lado.

Comentários:
Gostei muito desse documentário sobre o querido Mussum. É a tal coisa, se você foi criança ou adolescente nos anos 70 e 80, certamente tem boas lembranças do programa "Os Trapalhões" na Rede Globo. Mussum era um dos mais divertidos membros da trupe e rapidamente se tornou um sucesso absoluto dentro do quarteto de humoristas. O interessante é que sua história de menino pobre e negro criado na Mangueira é contada com o mesmo bom humor de seus personagens. Tudo é levado numa leveza agradável. Primeiro mostra-se a dureza na vida no morro. Filho de mãe solteira ele foi à luta. Estudou, se formou numa escola técnica e depois se tornou cabo da Força Aérea. Porém a arte estava em suas veias. Primeiro como membro do grupo de samba "Os Originais do Samba" e depois como humorista ao lado dos Trapalhões. O curioso é que essa transição de tocador de rego rego para comediante aconteceu por puro acaso. Foi Grande Otelo que sentiu que aquele sambista tinha muito jeito para o humor. Com sorriso aberto e franco e aquele dialeto peculiar que ele próprio inventou, com o uso de "s" no final de cada palavra, o bom e velho Mussum deixou saudades. Para rever de novo esse talentoso comediante nada melhor do que um documentário tão bom como esse. Está mais do que recomendado. Deixo meus parabéns aos realizadores.

Pablo Aluísio.

Austin Powers em o Homem do Membro de Ouro

Título no Brasil: Austin Powers em o Homem do Membro de Ouro
Título Original: Austin Powers in Goldmember
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jay Roach
Roteiro: Mike Myers, Michael McCullers
Elenco: Mike Myers, Beyoncé, Seth Green, Michael York, Robert Wagner, Mindy Sterling

Sinopse:
Ao saber que seu pai foi seqüestrado, o agente secreto especial Austin Powers (Mike Myers) decide viajar para 1975 para derrotar o vilão apropriadamente chamado Goldmember, que está trabalhando com o Dr. Evil. Terceiro filme da franquia Austin Powers.

Comentários:
Claro, antes de tudo, respeito a opinião de quem gosta, mas sinceramente falando... sempre achei horrível essa franquia do Austin Powers. Nenhum filme dessa série me agradou. Criei uma antipatia natural por tudo, pelos cenários, pelos figurinos, pela direção de arte e até pelo Mike Myers. Esse comediante, em particular, exige uma cumplicidade absurda do público para funcionar. Acho ele completamente sem graça, desprovido de humor verdadeiro e natural. Tudo soa muito forçado, muito exagerado. Não é falta de bom humor, pelo contrário, sempre gostei de uma boa comédia. O que não consigo gostar é de comediantes que exageram na dose, fazem caras e bocas... enfim, cansativo. E olha que aqui ele interpreta um monte de personagens (Austin Powers / Dr. Evil / Goldmember / Fat Bastard). O curioso é que ele não acerta em nada. Atira para todos os lados e não acerta no alvo em nenhuma de suas caracterizações. Enfim, esse é aquele tipo de filme que até parte de uma boa ideia, que é satirizar os antigos filmes de James Bond, mas não consegue ser verdadeiramente engraçado. Quando vejo o nome Austin Powers em um cartaz já sei que não vou gostar. E olha que vi os três filmes. Não podem me acusar de não ter tentado.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de março de 2020

A Grande Mentira

O filme começa até muito bem. Betty McLeish (Helen Mirren) é uma senhora viúva e solitária que decide usar a internet para conhecer pessoas de sua idade. Acaba conhecendo em um serviço de encontro Roy Courtnay (Ian McKellen), um senhor que parece ser fino e elegante, de conversação agradável. Justamente o que ela estaria procurando. O problema é que por baixo dos bons modos, da educação e da polidez, esconde-se um trambiqueiro, um homem com longo histórico de aplicação de golpes. Um estelionatário que está de olho principalmente nos bens e no dinheiro da senhora McLeish.

Esse filme é aquele tipo de thriller que começa muito bem, mas que derrapa um pouco no final. O fato de termos como protagonista um casal de idosos, pessoas na terceira idade, interpretados pelos ótimos Ian McKellen e Helen Mirren, acende imediatamente o interesse dos cinéfilos. E eles estão muito bem em seus personagens. Grandes profissionais da arte de representar, não poderia ser diferente. O problema, ao meu ver, vem do roteiro. A trama que vai se desenvolvendo começa a ser tornar inverossímil demais. A forçada de barra dos roteiristas vai ficando cada vez mais óbvia. E a luta por uma reviravolta que surpreenda demais o espectador, acaba quebrando um pouco o interesse que vinha desde o começo do filme.

E o curioso é que a revelação final (que obviamente não vou escrever nessa linhas) não me convenceu muito. Seria muito esforço e sacrifício por algo que não teve tanta importância assim tão grande no passado. E o roteiro não se contenta em criar reviravoltas para apenas um dos personagens, mas para ambos. Nem o senhor é quem diz ser e nem a senhora está isenta de esconder segredos de seu passado. Se o espectador vai aderir a todas essas revelações, dependerá de cada caso. No meu, posso dizer que aceitei apenas parcialmente as soluções encontradas por esse time de roteiristas. Algumas situações, como já disse, soaram forçadas demais para o meu gosto.

A Grande Mentira (The Good Liar, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, 2019) Direção: Bill Condon / Roteiro: Jeffrey Hatcher, Nicholas Searle / Elenco: Helen Mirren, Ian McKellen, Jim Carter, Russell Tovey  / Sinopse: O filme conta a história de uma senhora viúva que conhece um distinto cavalheiro em um site de encontros na internet. Ela procura por um novo relacionamento baseado em companheirismo de pessoas na terceira idade. O problema é que ele não é exatamente aquilo que afirma ser. 

Pablo Aluísio.

O Homem que Não Estava Lá

Título no Brasil: O Homem que Não Estava Lá
Título Original: The Man Who Wasn't There
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: USA Films
Direção: Joel Coen, Ethan Coen
Roteiro: Joel Coen, Ethan Coen
Elenco: Billy Bob Thornton, Frances McDormand, James Gandolfini, Michael Badalucco, Katherine Borowitz, Jon Polito

Sinopse:
Ed Crane (Billy Bob Thornton) trabalha como barbeiro. Ele é um homem honesto e trabalhador. Também é um sujeito de poucas palavras. Sua vida simples e objetiva acaba quando ele passa a desconfiar que sua esposa o está traindo. Doris (Frances McDormand) passa a ser então o tormento de sua vida.

Comentários:
Eu particularmente considero os irmãos Coen cineastas brilhantes. Nunca assisti a um filme deles que não fosse no mínimo interessante. Isso sem falar nas diversos excelentes filmes que dirigiram e roteirizaram. Aqui eles fazem uma homenagem ao cinema noir. O filme tem uma bela fotografia em preto e branco assinada por Roger Deakins. Esse diretor de fotografia inclusive foi indicado ao Oscar da categoria por esse mesmo trabalho. A crítica adorou "O Homem que Não Estava Lá" e isso resultou também em uma prestigiada indicação ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama. Todas essas indicações foram mais do que merecidas. O filme é realmente uma pequena obra-prima. O elenco é ótimo e Billy Bob Thornton nunca esteve tão bem. Caladão e observador, ele narra todos os acontecimentos que se passam na tela, com sobriedade e precisão, apesar do absurdo de certos momentos. E do elenco também destacaria a atriz Frances McDormand como a suposta esposa infiel e o excelente James Gandolfini como um mafioso! A cena dele com Billy Bob Thornton é uma das melhores coisas do filme. Enfim, não deixe passar esse filme em branco. É uma viagem ao passado, para a imortal estética do cinema noir dos anos 1940. Um presente para qualquer cinéfilo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 13 de março de 2020

Scooby-Doo 2 - Monstros à Solta

Título no Brasil: Scooby-Doo 2 - Monstros à Solta
Título Original: Scooby-Doo 2 - Monsters Unleashed
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Raja Gosnell
Roteiro: James Gunn
Elenco: Freddie Prinze Jr, Sarah Michelle Gellar, Matthew Lillard, Linda Cardellini, Peter Boyle, Blake Nelson

Sinopse:
A turma do Scooby-Doo (Daphne, Fred, Velma e Salsicha) precisa desvendar um mistério que ronda uma pequena cidade do interior. Aparições de fantasmas e monstros estão aterrorizando os moradores da região.

Comentários:
Scooby-Doo é um personagem bacana e fez parte da infância de praticamente todo mundo. O incrível é que como essa franquia de desenhos animados foi longe. O personagem foi criado pelos animadores  Joe Ruby e Ken Spears. A primeira temporada de desenhos para a TV, produzido pela dupla Hanna-Barbera, foi lançada em 1969. Essa primeira leva de animações recebeu o título de Scooby Doo, Cadê Você?. Depois disso nunca mais saiu de cartaz! É um sucesso absoluto. A chegada aos cinemas com atores reais demorou algumas décadas, mas veio, justamente nessa linha de filmes. Esse é o segundo. Até que os filmes, apesar de todos os problemas, são simpáticos e divertidos. O elenco também foi bem escolhido. Matthew Lillard fez um trabalho e tanto como Salsicha. Em nada difere do desenho original. Já o cachorrão é feito de forma digital. Também achei bem realizado esse trabalho. No quadro geral esse segundo filme segue os passos do primeiro. Diversão bem realizada, indicada especialmente para os fãs dos desenhos, sejam eles crianças ou cinquentões.

Pablo Aluísio.

Dr. Dolittle 2

Título no Brasil: Dr. Dolittle 2
Título Original: Dr. Dolittle 2
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Steve Carr
Roteiro: Larry Levin
Elenco: Eddie Murphy, Kristen Wilson, Kyla Pratt, Raven-Symoné, Denise Dowse, James Avery

Sinopse:
O Dr. John Dolittle tem um tom de falar com animais. Nesse segundo filme ele precisa dar uma de cupido para um grande urso finalmente encontrar seu par perfeito, ao mesmo tempo em que ajuda um grupo de animais a salvarem a floresta onde vivem.

Comentários:
Recentemente fizeram um filme novo sobre o Dr. Dolittle. Uma produção cara, com o Robert Downey Jr. Nada parecido com esse segundo filme com o Eddie Murphy. Esses primeiros filmes com o comediante são bem infantis, realizado mesmo para as crianças bem pequenas. O primeiro filme até que foi bem nas bilheterias, mas esse segundo... mal recuperou o investimento. Ao invés disso temos aqui apenas mais um filme bem banal, meio sem graça, com o Eddie Murphy fazendo uma força danada para se adequar. Eu sempre o considerei talentoso, mas não adequado para todos os tipos de personagens. O Eddie Murphy dos tempos de "Um Tira da Pesada" (os dois primeiros filmes) ou até mesmo "Trocando as Bolas" era muito mais interessante. Aqui ele apenas marca o ponto, nada mais. No saldo final a película só vai interessar apenas (e exclusivamente) mesmo aos pequeninos, mas não por mérito de Murphy e sim pelos bichos falantes. Afinal que criança não gosta de ver filmes e desenhos com bichinhos que falam? Faz parte do imaginário infantil.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Predadores Assassinos

É um filme de crocodilos gigantes devorando pessoas que não deveriam estar onde estão. Assim, com poucas palavras, podemos definir esse filme. Tudo se passa na Flórida, região foco de grandes furacões. Uma jovem decide romper uma barreira policial para ir em direção ao furacão. Ele quer resgatar o pai que ficou preso na sua casa numa cidade que está sendo destruída pela tempestade. Uma vez chegando lá, depois de passar por todas as dificuldades, ela descobre que o pai está preso no porão. O lugar está sendo inundado rapidamente. Pior, está cheio de crocodilos também. E é basicamente nessa situação que o filme se desenvolve.

O diretor francês Alexandre Aja, que já havia dirigido "Piranha 3D", volta à carga nessa produção cheia de efeitos especias, mas com roteiro fraco. Os animais são todos digitais, o que tira um pouco da graça do filme. Os ataques estão lá, a tentativa de fazer suspense também, mas como não são animais de verdade tudo parece bem falso.

As cenas são absurdas. Nem um super-herói da Marvel poderia sobreviver ao que pai e filha passam. Os crocodilos mordem suas pernas, arrancam o braço, mastigam seus corpos e essas pessoas não morrem? Impossível sobreviver a esse tipo de ataque na vida real. Mesmo que uma pessoa venha a ser solta após ser atacada por um crocodilo feroz ela rapidamente morreria de hemorragia, pois não há nenhuma assistência médica para elas naquele lugar abandonado. Assim os excessos do roteiro, as situações completamente impossíveis, acabam destruindo o filme. Não que alguém fosse assistir um filme como esse esperando por cenas verídicas, mas também não precisavam exagerar tanto no absurdo e na mentira.

Predadores Assassinos (Crawl, Estados Unidos, 2019) Direção: Alexandre Aja / Roteiro: Michael Rasmussen, Shawn Rasmussen / Elenco: Kaya Scodelario, Barry Pepper, Morfydd Clark / Sinopse: Uma jovem decide resgatar seu pai no meio de um enorme furacão na Flórida, mas acaba descobrindo que a região está infestada de crocodilos gigantes e famintos.

Pablo Aluísio.

Alligator - O Jacaré Gigante

Título no Brasil: Alligator - O Jacaré Gigante
Título Original: Alligator
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Lewis Teague
Roteiro: John Sayles
Elenco: Robert Forster, Robin Riker, Michael V. Gazzo, Dean Jagger, Sydney Lassick, Jack Carter

Sinopse:
Um bebê jacaré é jogado no vaso sanitário de Chicago e sobrevive comendo ratos de laboratório descartados, injetados com hormônios do crescimento. O pequeno réptil cresce gigantesco, escapa dos esgotos da cidade e fica furioso, matando diversas pessoas pelo caminho.

Comentários:
Com o sucesso do filme "Tubarão" de Steven Spielberg, os produtores foram atrás de filmes "Semelhantes, mas diferentes". Um dos que seguiram essa linha foi esse "Alligator - O Jacaré Gigante". Quem foi adolescente nos anos 80 e gostava de assistir TV, certamente vai lembrar desse filme pois ele foi exibido à exaustão pelo canal SBT, geralmente depois do programa de Silvio Santos. O divertido é que assim como aconteceu com o filme de Spielberg aqui também arranjaram um bicho metálico para fazer o papel do jacaré, mas esse também vivia quebrando. Apelidado de "Ramon" pela equipe técnica essa geringonça só deu defeito. Acabou seus dias em um parque de diversões barato na Flórida. Esse filme, em minha opinião, foi também um plágio americano para um filme italiano lançado um ano antes chamado "Crocodilo, a Fera Assassina". Só que os produtores italianos deixaram pra lá e decidiriam não processar a produtora americana. Por fim uma curiosidade: o primeiro esboço de "ET - O Extraterrestre", o grande filme da carreira de Spielberg, foi escrito por John Sayles. Justamente o roteirista dessa peróla do cinema dos anos 80.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Nicholas e Alexandra

Título no Brasil: Nicholas e Alexandra
Título Original: Nicholas and Alexandra
Ano de Produção: 1971
País: Inglaterra
Estúdio: Horizon Pictures
Direção: Franklin J. Schaffner
Roteiro: Edward Bond
Elenco: Michael Jayston, Janet Suzman, Roderic Noble, Ania Marson, Lynne Frederick, Candace Glendenning

Sinopse:
Baseado no livro escrito por Robert K. Massie, o livro conta a história de amor entre o herdeiro do trono russo, o jovem Nicolau e sua futura esposa, a alemã Alexandra. Eles se conhecem, se casam e formam uma bela família, com três filhas e o herdeiro do trono, o garoto Alexei. O problema é que ele se torna o imperador da Rússia, às vésperas da sangrenta revolução russa, que iria implantar o comunismo em sua nação. Filme baseado em fatos históricos reais.

Comentários:
Nicolau II foi o último czar da Rússia. Com ele chegava ao fim a dinastia Romanov que havia liderado o império russo por mais de 300 anos. Esse luxuoso filme reconta sua história, dando especial foco para seu romance com Alexandra, que iria se tornar sua esposa. Ela era alemã, havia sido criada sob os cuidados da rainha Vitória da Inglaterra e não sabia falar russo. Quando se tornou a esposa do czar a coisa só piorou. De personalidade tímida, não conseguiu se adaptar aos costumes da corte de seu marido. O herdeiro demorou a nascer, apenas após o nascimento de três filhas. A tensão foi aumentando a cada ano. Esse e outros problemas acabaram dando origem à revolução russa, que devastou a monarquia e destruiu os sonhos de Nicolau e Alexandra. O louco monge Rasputin também está no filme. Pode até parecer exagerada a interpretação do ator, mas na vida real era aquilo mesmo. Um misto de louco e religioso, em proporções absurdas. O filme é luxuoso, com ótima produção. Foi inclusive premiado no Oscar nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte. Também concorreu ao Oscar de melhor filme do ano. Por isso espere por algo realmente bonito de se ver. A reconstituição da corte Romanov com todo o seu esplendor e riqueza realmente é de impressionar. E para quem aprecia história em geral o filme também é uma ótima opção.

Pablo Aluísio.

Testa-de-ferro Por Acaso

Título no Brasil: Testa-de-ferro Por Acaso
Título Original: The Front
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Martin Ritt
Roteiro: Walter Bernstein
Elenco: Woody Allen, Zero Mostel, Herschel Bernardi, Michael Murphy, Andrea Marcovicci, David Margulies

Sinopse:
Durante a década de 1950, no auge do Macarthismo, Howard Prince (Woody Allen) acaba ajudando um roteirista incluído na lista negra de comunistas de Hollywood. Isso acaba desencadeando uma série de problemas que Howard jamais poderia prever!

Comentários:
Walter Bernstein foi indicado ao Oscar de melhor roteiro por esse filme. Nada mais justo. Woody Allen realizou aqui um de seus filmes mais politicamente interessantes, muito embora não tenha deixado o seu bom humor de lado. O filme resgata esse período maluco da história dos Estados Unidos, quando surgiu no horizonte uma verdadeira caça às bruxas ideológica. Pessoas talentosas eram impedidas de trabalhar e eram perseguidas simplesmente por causa de seu viés ideológico! Um absurdo completo. Insanidade sem limites. O personagem de Woody Allen é um sujeito bem inocente do ponto de vista político, que vai ajudando pessoas sem se importar com o que elas pensam. Obviamente seria o mais sensato a se fazer, em todas as situações. E isso cria, claro, um problemão para ele por causa do contexto histórico em que ele está inserido. O saldo final do filme é muito bom. É a tal coisa, goste-se ou não de Woody Allen, o fato é que ele sempre tem coisas interessantes a passar com seus filmes. Esse "The Front" é uma exemplo perfeito disso.  Se você gosta de Allen essa produção da década de 1970 é obrigatória em sua coleção de filmes.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de março de 2020

Popeye

Título no Brasil: Popeye
Título Original: Popeye
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, Walt Disney Productions
Direção: Robert Altman
Roteiro: Jules Feiffer
Elenco: Robin Williams, Shelley Duvall, Ray Walston, Paul Dooley, Paul L. Smith, Richard Libertini

Sinopse:
Adaptação para o cinema das aventuras do personagem de histórias em quadrinhos chamado Popeye. Ele é um marinheiro apaixonado pela Olivia Palito (Shelley Duvall), mas antes precisa enfrentar as trapaças do vilão Brutus (Paul L. Smith), inimigo de Popeye que também quer a mão de Olivia, sua grande paixão.

Comentários:
Popeye foi criado pelo cartunista E.C. Segar na década de 1920, ou seja, é um personagem antigo que está perto de completar 100 anos de sua criação. Ele sempre foi muito ideal para cartoons, desenhos animados e tirinhas em quadrinhos. Porém adaptar tudo isso para o cinema, em um filme com atores de carne e osso, sempre foi um desafio muito grande. E isso se refletiu ao longo dos anos. Durante décadas esse foi projeto foi adiado justamente por causa desses problemas de adaptação. Porém no começo dos anos 1980 a Disney (que detinha os direitos autorais do personagem) se aliou aos estúdios da Paramount para vencer esse desafio. O resultado podemos conferir nessa produção. OK, Robin Williams era um comediante talentoso e ele sem dúvida é a melhor coisa do filme, mas não há como negar que a coisa toda ficou meio estranha. O mais bizarro é que o diretor Robert Altman preferiu ir para o lado caricatural da coisa e aí... o resultado ficou pior ainda. Aliás quem teve a ideia de colocar Altman para dirigir esse filme? Não havia nome mais inadequado para dirigir um filme como esse do que ele. Diretor de filmes de arte, cults, dirigindo filme sobre Popeye? Não fez o menor sentido. Assim temos um filme que merece aplausos pela coragem dos envolvidos, mas que no final das contas não conseguiu adaptar as aventuras do marinheiro Popeye da forma que todos esperavam. Confirmou-se a velha ideia de que ele era mesmo inadaptável para o cinema.

Pablo Aluísio.

Moscou em Nova York

Título no Brasil: Moscou em Nova York
Título Original: Moscow on the Hudson
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Paul Mazursky
Roteiro: Paul Mazursky, Leon Capetanos
Elenco: Robin Williams, Maria Conchita Alonso, Cleavant Derricks, Alejandro Rey, Saveliy Kramarov

Sinopse:
Vladimir Ivanoff (Robin Williams) é um músico russo que vai se apresentar com sua banda em Nova Iorque. Uma vez na América ele decide ficar no país, pedindo asilo político. Só que se adaptar ao novo estilo de vida não se mostrará muito fácil. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator - comédia ou musical (Robin Williams).

Comentários:
Robin Williams foi indicado ao Globo de Ouro por sua atuação nesse filme. Ele mereceu esse reconhecimento pois esteve muito bem em cena, dando um lado humano para seu personagem que realmente cativou os críticos. Depois do fracasso comercial do filme "Popeye" ele decidiu tentar novamente, dessa vez com um filme mais convencional. E de fato "Moscou em Nova Iorque" é uma comédia muito boa. Apresenta um roteiro mais sofisticado, mostrando as complicadas situações vividas por um russo que decide abandonar a União Soviética, para viver nos Estados Unidos. E é desse choque cultural que o roteiro tira as melhores situações do filme. Williams está de barba, bem diferente do habitual. Ele cativa o público com seu personagem que ora se apresenta inocente demais para o mundo capitalista ao seu redor, ora como um sonhador que deseja ter um futuro melhor nessa nova nação. Na época em que o filme foi lançado ainda se vivia a guerra fria e esse personagem soviético tão humano acabou cativando o público americano que fez do filme um sucesso de bilheteria. Assim essa produção foi de fato a porta de entrada que Robin Williams vinha esperando para finalmente ser um ator de cinema. Não resta dúvida que o elegante cineasta Paul Mazursky realizou uma bela obra cinematográfica, apesar de suas modestas pretensões.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de março de 2020

Nada Santo

"Nada Santo" é uma produção italiana que conta a história de um criminoso chamado Santo Russo (Riccardo Scamarcio). Ainda jovem é condenado por um crime que não cometeu. Enviado para o reformatório se torna um bandido de pequenos delitos, até que vai crescendo no mundo do crime, se envolvendo com todo tipo de práticas criminosas. O cinema italiano tem seus próprios cacoetes, que aqui se repetem. A trilha sonora é vintage, bem típica da década de 1970. O filme acompanha toda a história de vida desse bandido, desde os primeiros crimes pequenos até o auge de sua "carreira" quando se envolve no tráfico de heroína, um negócio altamente lucrativo que o torna um homem rico.

Muita gente brincou dizendo que o filme seria uma espécie de "Os Bons Companheiros" versão italiana. Não penso dessa forma. O Santo do filme não é necessariamente um mafioso. Ele está mais para um sujeito freelancer do mundo do crime. Onde for necessário realizar um serviço sujo, ele aparece. Não chega também a ser um assassino profissional, pois embora mate por encomenda, na maioria das vezes assassina seus opositores por puro interesse comercial. E como todo italiano de sua geração também procura por uma católica virgem para se casar, muito embora mantenha uma amante em um apartamento luxuoso em Milão. A modelo vive em outro mundo, em outro universo e esse choque de realidade gera até boas cenas.

No geral eu gostei do filme. Muita gente pode implicar pelo lado mais italianíssimo do filme. Assim como o cinema brasileiro sempre há um espaço para cenas mais focadas em sexo e violência. Algumas delas nada discretas. A trilha sonora marca presença, sempre um tom acima, o que me fez lembrar até mesmo dos filmes de faroeste da era do western spaghetti. O povo italiano é provavelmente o mais parecido com o brasileiro na Europa. Isso vai criar um ponto de identificação com o público brasileiro. E de fato, pelo que soube, esse filme acabou recebendo ótima recepção no Brasil, tendo uma boa audiência na plataforma.

Nada Santo (Lo Spietato, Itália, 2019) Direção: Renato De Maria / Roteiro: Renato De Maria, Valentina Strada / Elenco: Riccardo Scamarcio, Sara Serraiocco, Alessio Praticò / Sinopse: O filme conta a história do criminoso Santo Russo (Riccardo Scamarcio), desde sua entrada no mundo do crime, ainda adolescente, até seu auge, quando começou a se envolver no tráfico de heroína, algo que o tornou um homem rico.

Pablo Aluísio.

A Baía do Ódio

Título no Brasil: A Baía do Ódio
Título Original: Alamo Bay
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Louis Malle
Roteiro: Alice Arlen
Elenco: Ed Harris, Amy Madigan, Ho Nguyen, Donald Moffat, Truyen V. Tran, Martin LaSalle

Sinopse:
Um veterano da guerra do Vietnã, com problemas de traumas de guerra e depressão, vê um grupo de imigrantes vietnamitas dominando sua área de trabalho, a pesca de camarão em Alamo Bay, na costa sul do estado do Texas. Essa baía sempre foi fonte de sustento das famílias da região, mas passa a ser dominada por empresários orientais, destruindo a renda dos americanos.

Comentários:
Esse filme foi produzido em 1985, mas está mais atual do que nunca! O roteiro lida excepcionalmente bem com o sentimento de xenofobia e ódio que impera atualmente dentro da sociedade dos Estados Unidos. Quer dizer, sempre existiu esse tipo de preconceito, porém com o avanço da imigração ilegal (que segundo algumas fontes estimam em 40 milhões de pessoas!), o caldo desandou de vez. O personagem principal do filme é um veterano do Vietnã. Ele lutou por seu país, viu seus jovens amigos morrendo no meio da selva e quando retornou para a América viu seus sonhos todos destruídos. Vivendo no limite da pobreza, sem conseguir viver bem, acaba tendo que lidar novamente com vietnamitas. Só que agora eles roubam seu trabalho na pesca de camarão em Alamo Bay, o deixando completamente à mercê da pobreza completa. O que você acha que tudo isso iria desencadear? Ele se une a outros pescadores americanos de camarão, pegam seus rifles e começam a tocar o terror nos orientais. O pior é que sua própria mulher começa a tomar parte em favor dos imigrantes. Ed Harris é um grande ator e sempre foi muito subestimado. Aqui ele se destaca novamente com um roteiro preciso, que discute temas sociais mais do que importantes. Sua caracterização é perfeita, o que infelizmente nem sempre podemos dizer dos demais atores coadjuvantes do elenco. Eles exageram no sotaque e se tornam um tanto caricatos. De qualquer forma o filme supera esses problemas pontuais. É um filme que, como ja escrevi, não envelheceu nada, pelo contrário, ficou muito mais atual nos dias de hoje.

Pablo Aluísio. 

domingo, 8 de março de 2020

A Cuidadora

O Mal de Parkinson atinge milhares de pessoas ao redor do mundo. É uma doença grave, sem cura, que maltrata bastante as pessoas que são diagnosticadas com ela. Esse filme conta a história de um portador de Parkinson. O personagem principal se chama Sir Michael Gifford (Brian Cox). No passado ele foi um grande ator. Um premiado intérprete de Shakespeare tanto no teatro como no cinema. Seu talento o levou a ser condecorado com a ordem do império britânico. Isso tudo porém se torna passado. Ele agora está idoso, sofrendo de Parkinson, em sua grande casa no campo.

Sua filha sabe que ele precisa de uma cuidadora de idosos, mas o veterano ator odeia essa ideia. Ele briga com várias enfermeiras, até que um dia a jovem húngara Dorottya (Coco König) chega para trabalhar cuidando dele. Ela tem algo em comum com o paciente que passa a cuidar. Ela sonha um dia também se tornar uma boa atriz. Isso acaba virando um elo de ligação entre eles. Em pouco tempo Gifford cria uma grande vínculo de amizade com sua cuidadora. E fica novamente feliz quando é convidado para receber um prêmio pela conjunto de sua obra. É a chance de voltar a aparecer em público. Algo que para um artista como ele é tão importante como respirar!

Esse filme inglês é muito bom. Não é comum filmes retratando portadores de Mal de Parkinson. E isso é bem curioso porque é uma doença até muito comum, principalmente em pessoas idosas. O roteiro, de forma inteligente, não exagera nas tintas do drama. Ao invés disso investe na humanidade dos personagens. Isso deu um tom leve que não esperava encontrar em um filme com essa temática. E Brian Cox traz todo o brilho e dignidade necessários para seu papel. Um protagonista maltratado pelos anos, mas ainda assim com uma personalidade forte e decidida, disposto a superar todas as adversidades. É uma bela lição de vida.

A Cuidadora (The Carer, Inglaterra, Hungria, 2016) Direção: János Edelényi / Roteiro: Gilbert Adair, János Edelényi / Elenco: Brian Cox, Coco König, Maitland Chandler, Ruth Posner / Sinopse: O filme conta a história de um veterano ator de teatro e cinema que na velhice passa a sofrer de Mal de Parkinson. Sua vida muda quando ele recebe a vinda de uma nova cuidadora, uma jovem que sonha ser atriz. E tudo se torna mais desafiante quando ele é convidado para receber um prêmio pelo conjunto de sua obra como ator dramático. Filme indicado ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Brian Cox).

Pablo Aluísio. 

A Manhã Seguinte

Título no Brasil: A Manhã Seguinte
Título Original: The Morning After
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Lorimar Productions
Direção: Sidney Lumet
Roteiro: James Cresson
Elenco: Jane Fonda, Jeff Bridges, Raul Julia, Kathy Bates, Diane Salinger, Geoffrey Scott

Sinopse:
Alex Sternbergen (Jane Fonda) é uma atriz decadente e alcoólatra que certa manhã acorda ao lado de um homem desconhecido. Pior do que isso, ele está morto, foi assassinado. Quem o matou? E qual seria a ligação de Alex com o crime? Sua vida estaria em perigo? Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz (Jane Fonda).

Comentários:
Thriller de suspense dos anos 80 que surpreende pelo bom roteiro. Poderia ser facilmente um projeto a ser dirigido por Brian De Palma que nessa época estava em plena forma. Só que o filme acabou sendo indicado para ser dirigido pelo estiloso Sidney Lumet. Ele trouxe um certo charme europeu ao filme, o que ajudou a construir todo o clima de suspense que o roteiro exigia. O elenco do filme é muito bom, com o melhor que havia dentro da indústria cinematográfica da época. Jane Fonda, por exemplo, dispensa maiores apresentações. Ela estava muito popular nos anos 80 por causa de seus vídeos de ginástica. Essas fitas VHS vendiam milhões de cópias e a atriz, que já era muito famosa desde os anos 60, se tornou uma mulher mais rica do que já era. Ela foi indicada ao Oscar por esse papel, algo que foi muito bem-vindo porque ela estava mesmo procurando melhorar nesse aspecto em seus filmes. Jeff Bridges, sempre eficiente, contava ainda com um elenco coadjuvante de primeira linha, com nomes como Raul Julia e Kathy Bates. O roteiro só derrapava um pouco no final, já que a conclusão da história não chegou a agradar a todos. De minha parte não vi problema. Esse é certamente um dos bons filmes desse estilo na década de 1980. Vale a pena assistir.

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de março de 2020

Togo

Esse filme é uma produção da Disney. Assim você já fica sabendo que vai encontrar um filme muito bem realizado do ponto de vista técnico. A história se passa em 1925, no Alasca. Uma vila é atingida por um surto de difteria. As crianças são as mais atingidas. Apenas um medicamento poderia salvar a vida de todas elas. Em pleno inverno, com temperaturas que chegavam a quase 50 graus negativos, a única saída era viajar em uma longa jornada no meio do clima mais hostil possível para pegar os remédios em outra região. E a única forma de ir lá era com trenós de cães treinados. O prefeito então pede a Leonhard Seppala (Willem Dafoe) que faça essa viagem para salvar a vida das crianças.

O roteiro é assim mais um a explorar a jornada do herói, enfrentando os maiores desafios por uma causa nobre. Só que aqui temos um diferencial. Embora o personagem de Dafoe seja importante em tudo o que aconteceu, o grande herói foi o cão líder Togo. Ele ia na frente dos demais cães, passando por todos os desafios no meio de todo aquele inverno rigoroso do Alasca. O filme é até mesmo uma espécie de justiça tardia na história desse animal. Durante anos a imprensa havia dado atenção a outro cão, chamado Baldo. Mas historiadores vasculharam todos os acontecimentos da época, que aconteceram há quase 100 anos, e chegaram finalmente na conclusão que foi Togo e não Baldo o verdadeiro herói dessa jornada. Recentemente inclusive a revista Time elegeu essa husky siberiano como o "animal mais heróico da história". Um título e tanto.

A Disney, que já havia produzido animações sobre Baldo, acabou fazendo uma espécie de mea culpa com essa produção muito boa. É um filme que vai agradar não apenas as crianças, mas aos adultos também. Isso porque é uma aventura ao velho estilo. O trenó com os cães passam pelas maiores aventuras, atravessando lagos de gelo, encostas perigosas e montanhas nevadas. A fotografia do filme é linda, fruto obviamente do cenário natural onde o filme foi rodado. O Alasca é conhecido por suas paisagens deslumbrantes, embora seja um lugar nada propício para o ser humano viver. Enfim, um belo filme que me agradou bastante. Um belo reconhecimento histórico, embora tardio, dos feitos desse cão chamado Togo. Quem disse que apenas os seres humanos poderiam ser heróis?

Togo (Togo, Estados Unidos, 2019) Direção; Ericson Core / Roteiro: Tom Flynn / Elenco: Willem Dafoe, Julianne Nicholson, Christopher Heyerdah / Sinopse: O filme conta a história real do husky Togo. Esse cão, ao lado de outros animais e de seu dono, fizeram uma jornada heróica no Alasca em 1925, com a finalidade de trazer remédios para crianças doentes em uma pequena vila isolada. Filme indicado ao Writers Guild of America.

Pablo Aluísio. 

Neve pra Cachorro

Título no Brasil: Neve pra Cachorro
Título Original: Snow Dogs
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Brian Levant
Roteiro: Jim Kouf, Tommy Swerdlow
Elenco: Cuba Gooding Jr, James Coburn, Nichelle Nichols, M. Emmet Walsh, Graham Greene, Brian Doyle-Murray

Sinopse:
Quando o dentista de Miami Ted Brooks (Cuba Gooding Jr) descobre que sua mãe biológica faleceu e que ele foi nomeado em seu testamento, ele viaja para o Alasca para reivindicar sua herança. Em vez do grande pedaço de mudança que muitas pessoas esperariam, Ted recebe de herança uma matilha de cães de trenó que era de sua propriedade.

Comentários:
Não faz muito tempo comentei aqui no blog o filme "Togo" sobre uma história real (muito bonita, por sinal) envolvendo cães de trenô no Alasca. Esse filme aqui não tem tantas pretensões a não ser animar e divertir. É uma produção da Disney estrelada pelo ator Cuba Gooding Jr. Ele inclusive foi pego em cheio pela tal "maldição do Oscar", aquela que afirma que quando um ator ou atriz são premiados jovens demais, é sinal que a carreira vai afundar rapidamente. Com o Cuba foi assim mesmo, seguindo o script. Ele era ainda bem desconhecido quando foi premiado por sua atuação em "Jerry Maguire" no ano de 1996. Cedo demais para ganhar um prêmio tão importante. E a partir daí, não deu outra, foi ladeira abaixo. Pelo menos ele poderia aproveitar o trenô com os cães para ter uma queda mais segura. No mais o que temos aqui é um filme até que bem produzido, afinal tem o selo da Disney, porém mais recomendado para crianças ou para um tipo de público mais bocó.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de março de 2020

55 Passos

Título no Brasil: 55 Passos
Título Original: 55 Steps
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Bille August
Roteiro: Mark Bruce Rosin
Elenco: Helena Bonham Carter, Hilary Swank, Jeffrey Tambor, Michael Culkin, Jonathan Kerrigan, Tim Plester

Sinopse:
O filme conta a história real de Eleanor Riese (Helena Bonham Carter). Durante a década de 1980 ela foi internada em uma instituição psiquiátrica após ser diagnosticada com esquizofrenia. Durante a internação ela sofreu abusos por causa dos fortes medicamentos que era obrigada a tomar. Desesperada, ela acaba contratando uma advogada para defender seus direitos como paciente.

Comentários:
Bom filme que toca numa questão importante envolvendo os direitos das pessoas que são internadas e levadas a tomar medicação sem seu próprio consentimento. O caso da Eleanor Riese, que lutava pelo direito de se recusar a tomar certos remédios, foi parar na Suprema Corte dos Estados Unidos. Quem a defendia era uma jovem advogada chamada Colette Hughes (Hilary Swank). A batalha nos tribunais foi longa, desgastante e sofrida, mas acabou criando uma importante jurisprudência que defendia diversos direitos dos pacientes. O filme conta tudo com muita delicadeza, ao também explorar a personalidade da protagonista. E aqui vão todos os parabéns para a atriz Helena Bonham Carter. Ela encarnou Eleanor, com todos os seus problemas mentais, com uma humanidade digna de aplausos. Quem conhece o trabalho dela sabe o quanto Helena é talentosa. O diferencial é que nesse filme ele conseguiu desenvolver muito bem sua personagem, com a ajuda inestimável da também muito talentosa Hilary Swank. E assim deixo a indicação para quem aprecia bom cinema, tratando de assuntos importantes e relevantes. O filme aliás é especialmente indicado para profissionais de saúde pelo tema tratado.

Pablo Aluísio.

Encontros e Desencontros

Título no Brasil: Encontros e Desencontros
Título Original: Lost in Translation
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos, Japão
Estúdio: Focus Features
Direção: Sofia Coppola
Roteiro: Sofia Coppola
Elenco: Bill Murray, Scarlett Johansson, Giovanni Ribisi, Catherine Lambert, Kazuyoshi Minamimagoe, François du Bois

Sinopse:
Bob Harris (Bill Murray) é uma estrela do cinema americano. Ele poderia estar feliz por visitar o Japão, mas passando por uma crise existencial e de depressão, tudo parece um farto pesado para carregar. As coisas só melhoram um pouco após ele conhecer uma jovem garota. Filme Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Sofia Coppola). Indicado nas categorias de Melhor Ator (Bill Murray) e Melhor Direção (Sofia Coppola).

Comentários:
Há algo de muito curioso na carreira de Sofia Coppola no cinema. Como atriz ela sempre foi criticada severamente pelos críticos de cinema. Como diretora ela geralmente é louvada e celebrada! Sempre reações do tipo oito ou oitenta. Tudo exageradamente polarizado. Esse filme aqui foi um queridinho dos jornalistas que escrevem sobre cinema. Quando foi lançado logo ganhou o título de obra-prima. A reação em ondas de elogios (que hoje sei, foi muito exagerada) me fez ir assistir no cinema. E aí... foi meio decepcionante! Achei o filme pretensioso demais, com duração excessiva e em muitos momentos bastante chato. Até porque vamos convir que assistir a um filme onde o personagem principal passa por uma crise existencial associada a um claro momento depressivo não é mesmo a coisa mais divertida do mundo! Tem que entrar no espírito de melancolia que o filme propõe e esse definitivamente não era o meu caso. Reconheco todos os méritos de Bill Murray que teve a coragem de fazer algo completamente diferente em sua carreira. Essa inclusive foi a primeira e única indicação ao Oscar em sua vida artística. Avalio como muito bom o trabalho do elenco de apoio e direção, mas sinceramente falando não gostei do filme. Achei pedante, arrastado e bem tedioso.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Dolittle

Antes de mais nada, esqueça completamente os filmes feitos com esse personagem que foram estrelados por Eddie Murphy. Realmente aqui temos um novo recomeço, sem ligação nenhuma com os filmes anteriores. O que foi uma boa ideia. O estúdio investiu 175 milhões de dólares nessa nova produção. Foi uma aposta alta. O filme porém tem decepcionado nas bilheterias em seus primeiros dias de exibição  Apesar do marketing milionário, as pessoas não estão indo ao cinema para assistir ao filme. Isso pode significar que não haverá franquia, ficando tudo por aqui mesmo, apenas em um filme. Sem grandes lucros, sem novos filmes.

Esse novo filme procura ser mais fiel ao personagem original, por isso toda a história é passada na era vitoriana. Isso deu uma direção de arte (design de produção) de primeira linha para o filme. Tecnicamente é um daqueles filmes bem bonitos de se assistir, com computação gráfica perfeita. Os animais estão todos lá. Aquele clima de obra infantil, para libertar a imaginação das crianças, também está presente. Afinal são animais falantes, coisa que os pequenos adoram. Pena que esqueceram de escrever um roteiro melhor. Tudo soa genérico e sem graça. É um filme bonito, sem dúvida, mas igualmente sem alma.

Robert Downey Jr não encontrou o tom certo para sua atuação. Ela vai soar bem esquisito para as crianças (que afinal de contas é o público alvo desse filme). O ator tem tendência a soar caricato, mesmo em outros filmes. Aqui ele perdeu a linha completamente. Ficou até mesmo estranho, esquisito, bizarro mesmo. O desastre só não é completo por causa de um detalhe técnico do filme. Ele acabou sendo salvo pela galeria de animais que o cerca, como um urso polar, uma girafa, um gorila, etc. As crianças vão prestar mais atenção nesses bichos digitais do que no protagonista. Outro aspecto que me chamou a atenção foi a edição. Parece que o filme foi cortado meio às pressas, para não ultrapassar uma hora de meia de duração (para não cansar a criançada). Isso deu uma rapidez nada interessante ao filme. Parece mais pressa de terminar do que qualquer outra coisa. Enfim, temos aqui um filme que não agradou muito nem o público e nem muito menos a crítica. Não foi dessa vez que acertaram nessa adaptação.

Dolittle (Dolittle, Estados Unidos, Inglaterra, China, 2020) Direção: Stephen Gaghan / Roteiro: Stephen Gaghan, Dan Gregor, baseados na obra de Hugh Lofting / Elenco: Robert Downey Jr, Antonio Banderas, Michael Sheen, Emma Thompson, Ralph Fiennes  / Sinopse: O Dr. John Dolittle (Robert Downey Jr) decide se isolar do mundo após a morte de sua esposa. Seu isolamento é interrompido quando a rainha manda que ele vá até o palácio. Ela está morrendo de uma doença misteriosa. Dolittle, que tem a capacidade de falar com os animais, descobre que ela foi envenenada. Assim ele parte em uma grande aventura em busca do fruto da árvore do Éden, que salvará a vida da monarca.

Pablo Aluísio. 

Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas

Título no Brasil: Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas
Título Original: Big Fish
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: John August
Elenco: Ewan McGregor, Albert Finney, Jessica Lange, Helena Bonham Carter, Billy Crudup, Alison Lohman

Sinopse:
Roteiro baseado no romance escrito por Daniel Wallace. O filme conta a história de um filho que precisa voltar para sua cidade natal pois seu pai está morrendo. Isso o leva a relembrar fatos de sua infância e juventude, quando seu pai contava histórias fantasiosas e impossíveis de acontecer, embora insistisse em dizer que era tudo verdade.

Comentários:
Eu gostei bastante desse filme. O diretor Tim Burton quase sempre é lembrado por seus filmes mais ligados ao mundo da fantasia, com toda aquela direção de arte bem característica de suas obras. De fato Tim Burton, em cada filme que fez, sempre deixou sua marca registrada em cada cena, criando uma verdadeira identidade visual em sua filmografia. Esse filme "Big Fish" é um dos mais ternos e humanos do cineasta. Aqui ele volta ao passado para refletir sobre o relacionamento entre pai e filho. Ele agora vive um bom momento na sua vida profissional, mas tem que parar tudo para rever seu pai, provavelmente pela última vez. O velho está morrendo. Um contador de histórias absurdas, considerado um mentiroso em série por muitos, o pai está partindo para sua última jornada, enquanto o filme revive o passado, tentando conectar seus sentimentos com suas lembranças mais antigas. Um filme belo, com ótimo roteiro e um elenco realmente acima da média. Do Tim Burton certamente é um dos melhores. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora Incidental (Danny Elfman). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Albert Finney), Melhor Trilha original (Danny Elfman) e Melhor Música Original ("Man of the Hour" de Eddie Vedder).

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de março de 2020

Adoráveis Mulheres

Dos nove filmes que concorreram ao Oscar de Melhor Filme desse ano, esse era o último que faltava assistir em minha lista. É mais uma adaptação do famoso livro "Little Women" da escritora Louisa May Alcott. Nem preciso dizer que é um clássico absoluto da literatura. Já havia assistido a outras versões, inclusive ao bom filme feito nos anos 1990, mas devo dizer que realmente essa é a melhor adaptação já feita para o cinema. O roteiro é muito bem escrito, estruturado de uma forma que passado e presente convivem muito bem. E tudo é tão ágil que faz com que o filme se desenvolva de forma excepcional. Você nem perceberá as duas horas de duração do filme passando.

A história conta a vida de quatro jovens irmãs durante a guerra civil americana. Os homens foram para o campo de batalha, inclusive o pai das meninas. Elas então precisam sobreviver naqueles tempos duros, mas sem perder a graça e a felicidade da juventude que possuem. É um tempo para se tornarem mulheres felizes.

Cada uma delas tem sua própria personalidade, muito bem construída pelo roteiro. Jo (Saoirse Ronan) é a mais inteligente e sagaz. Ela quer ser escritora e começa a vender seus contos para um jornal local. Sua independência e forte personalidade a torna imune aos conceitos e caminhos que uma mulher da época precisava seguir. Ela não pensa em casamento e quer ter uma vida livre. Meg (Emma Watson) é a mais tradicional. Adora vestidos e bailes e planeja arranjar um bom casamento em seu futuro. É a mais bonita e promissora entre as irmãs. Amy (Florence Pugh) quer ser pintora. É uma garota bonita, também com personalidade explosiva. Para a tia é a única que pode se salvar, arranjando um casamento com um homem rico. Por fim há a tímida Beth (Eliza Scanlen), Pianista talentosa, terá o destino mais trágico entre as irmãs.

O filme, como não poderia deixar de ser, é uma delícia de se assistir. As jovens atrizes "duelam" entre si (no bom sentido, claro). Quem se sai melhor é justamente Saoirse Ronan. Eu já sabia que ela iria ofuscar suas colegas de elenco. Muito talentosa, já demonstrava que era excelente atriz quando era apenas uma garotinha de olhos grandes. Curiosamente Emma Watson não se destaca. Ela até pode ser uma celebridade e a mais famosa entre as garotas, mas aqui, no quesito puramente de atuação, ela fica até bem apagadinha. Ser celebridade e ser uma grande atriz são coisas diversas. Quem me surpreendeu foi a inglesa Florence Pugh. Dona de uma dicção perfeita (assista o filme legendado) ela tem as melhores cenas ao lado da grande Meryl Streep, que faz o papel de sua tia conservadora. Enfim, um filme realmente ótimo. Um dos melhores do ano. Aqui sim, tivemos uma indicação mais do que merecida.

Adoráveis Mulheres (Little Women, Estados Unidos, 2019) Direção: Greta Gerwig / Roteiro: Greta Gerwig, baseada no romance escrito por Louisa May Alcott / Elenco: Saoirse Ronan, Emma Watson, Florence Pugh, Eliza Scanlen, Laura Dern, Meryl Streep, Timothée Chalamet, Bob Odenkirk, Tracy Letts / Sinopse: Durante a guerra civil americana, quatro jovens vão tentando levar uma vida normal, dentro da medida do possível, tentando realizar seus sonhos, procurando o amor em suas vidas. Filme Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Figurino (Jacqueline Durran). Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Saoirse Ronan), Melhor Atriz Coadjuvante (Florence Pugh), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora Original (Alexandre Desplat).

Pablo Aluísio. 

O Expresso Polar

Título no Brasil: O Expresso Polar
Título Original: The Polar Express
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis
Elenco: Tom Hanks, Chris Coppola, Michael Jeter, Nona Gaye, Peter Scolari, Brendan King

Sinopse:
Na véspera de Natal, um jovem garoto embarca em uma aventura mágica em direção ao Pólo Norte. Ele embarga em um trem encantado chamado Polar Express. E na viagem aprende sobre amizade, bravura e o espírito do Natal.

Comentários:
Robert Zemeckis adaptou a novela de  Chris Van Allsburg e escreveu o roteiro desse filme. Só que ao invés de dirigir um filme convencional, com atores de carne e osso, ele decidiu ir por outro caminho, usando a computação gráfica. Utilizando a técnica de captação de movimentos, ele pensou que iria fazer algo próximo da perfeição. Não deu. Eu tive a oportunidade de assistir a esse filme no cinema, com a melhor projeção possível. E sinceramente falando não gostei do visual. Algo soou muito artificial, pouco realista. Claro, jamais seria igual ao mundo real, mas devo dizer que mesmo sob esse ponto de vista a imagem final deixou a desejar, em meu ponto de vista. O curioso é que todas as indicações ao Oscar vieram da parte sonora do filme. Expresso Polar foi indicado nas categorias de Melhor Música Original, Melhor Edição e mixagem de som. Tom Hanks sempre foi um dos atores que mais gostei no cinema. Para preservar sua simpatia e carisma o seu personagem digital não foge em nada de sua imagem real. A única diferença veio de um bigode chamativo. Enfim, não gostei muito. Porém devo dizer que não fazia parte do público alvo dessa produção, quando o assisti. Muito provavelmente as crianças vão apreciar mais. E isso, no final das contas, era o que desejava seus realizadores.

Pablo Aluísio.