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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Ferocidade Máxima

Título no Brasil: Ferocidade Máxima
Título Original: Fierce Creatures
Ano de Lançamento: 1997
País: Estados Unidos, Reino Unido
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Robert Young, Fred Schepisi
Roteiro: John Cleese, Terry Jones
Elenco: John Cleese, Jamie Lee Curtis, Kevin Kline, Michael Palin, Michael Percival

Sinopse:
Um grupo de funcionários de um Zoo passam por situações bem embaraçosas depois que a direção do estabelecimento é mudada. Os novos diretores não sabem nada sobre como cuidar de um zoológico, por isso os funcionários decidem dar uma lição neles. 

Comentários:
O que temos aqui é uma comédia de humor bem britânico. O grande atrativo vem do fato do roteiro ter sido escrito por dois ex-integrantes do grupo Monty Python. Além disso o elenco contou com outros nomes da antiga trupe que realmente revolucionou o humor inglês nas décadas de 1960 e 1970. O próprio Terry Jones afirmou na época de lançamento do filme que o esboço desse enredo havia sido escrito muitos anos antes, ainda nos tempos do Monty Python e que só não foi aproveitado por eles em algum filme ou no programa de televisão porque não houve tempo de terminar o roteiro. Felizmente nos anos 90 eles conseguiram finalizar o projeto. Não é grande coisa, devo admitir, mas tem lá seus momentos bem divertidos. Veio na onda do sucesso de "Um Peixe Chamado Wanda", mas infelizmente não fez sucesso nos cinemas. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

O Reencontro

Os anos de amizade dentro de uma universidade podem ser os melhores da vida de uma pessoa. E nos Estados Unidos se tem a tradição de tempos em tempos reunir os velhos amigos, geralmente em reencontros anuais. É justamente esse o tema principal desse filme. Só que no caso da história aqui tratada não é apenas o prazer de se rever velhos amigos. Há também um elemento de tragédia. Os antigos colegas se reúnem em uma casa na Carolina do Sul. Época de férias. A questão é que um deles faleceu recentemente. Então o reencontro acaba se tornando também um momento de relembrar velhas histórias e também de se colocar sobre a mesa antigas rixas, mágoas e ressentimentos que ficaram pelo caminho por todos esses anos. O que era simples prazer ganha contornos de contas a acertar.

Filme muito bom. O diretor Lawrence Kasdan sempre foi um cineasta acima da média. Ele inclusive ficou conhecido por conseguir arrancar grandes interpretações de atores que até então eram considerados meramente medianos. Nesse filme temos alguns exemplos. Tom Berenger e Jeff Goldblum tiveram as melhores interpretações de suas carreiras. Kasdan escalou eles para atuar ao lado dos talentosos Glenn Close e William Hurt. O nível geral de atuação subiu lá para o alto. Enfim, excelente drama sobre sentimentos humanos e histórias que deveriam ter ficado no passado, mas que sempre voltam, de forma muitas vezes bem dolorida.

O Reencontro (The Big Chill, Estados Unidos, 1983) Direção: Lawrence Kasdan / Roteiro: Lawrence Kasdan, Barbara Benedek / Elenco: Glenn Close, William Hurt, Tom Berenger, Jeff Goldblum, Kevin Kline, Meg Tilly / Sinopse: Grupo de amigos dos tempos da universidade se reúne novamente em uma casa de férias na Carolina do Sul. Será o primeiro reencontro após o falecimento de um deles. Velhas mágoas e histórias doloridas vão acabar retornando.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Chaplin

Outro filme que de certa maneira ficou pelo meio do caminho. Com produção milionária, direção do quase sempre ótimo Richard Attenborough e roteiro baseado na própria autobiografia de Charles Chaplin, o filme tinha a proposta de se tornar a cinebiografia definitiva desse mito imortal da sétima arte. Infelizmente isso não aconteceu. O que afinal deu errado? Em minha forma de ver a vida de Charles Chaplin é tão rica e importante do ponto de vista cultural e social, que nenhum filme produzido poderia dar conta de explorar todo esse universo tão amplo e complexo. Talvez apenas uma longa série conseguiria mostrar toda a importância de Chaplin no mundo, tanto em termos culturais como políticos. Um artista incomparável que teve uma vida longa, com muitas fases criativas diversas. Assim o filme acabou se tornando quase um trailer do que efetivamente foi a existência desse homem único.

Não achei a atuação de Robert Downey Jr tão sem brilho como muitos disseram no lançamento do filme. Na verdade o Chaplin de Downey Jr em muito se assemelhou ao verdadeiro Chaplin, um homem que a despeito de ser um gênio do cinema, tinha muitos problemas interiores, psicológicos e pessoais, para resolver. Ele era dono de uma alma em eterno conflito consigo mesmo. Vindo de uma infância miserável, cheia de privações, o ator e diretor conseguiu vencer com seu próprio talento e esforço, sendo arremessado quase que imediatamente a uma carreira de muito sucesso e luxo, o que de certa maneira o deixava culpado pela ostentação em que vivia. Assim saiu de cena o adorável Carlitos com sua pequena bengala para surgir uma pessoa angustiada, deprimida e muito ciente de sua importância para milhões de pessoas ao redor do mundo.Nesse ponto o roteiro realmente acertou em cheio, mesmo que tenha sido uma surpresa e tanto para o espectador médio encontrar um protagonista tão famoso, aclamado e adorado agindo dessa maneira. Talvez o grande erro tenha sido mesmo a ambição fora de propósito dos produtores pois vamos convir que filme nenhum, em época alguma, conseguirá capturar a essência desse artista simplesmente genial. Diante de tudo a conclusão é óbvia: Chaplin foi grandioso demais para caber em um só filme!

Chaplin (Chaplin, Estados Unidos, 1992) Direção: Richard Attenborough / Roteiro: David Robinson / Elenco: Robert Downey Jr., Geraldine Chaplin, Anthony Hopkins, Dan Aykroyd, Marisa Tomei, Penelope Ann Miller, Kevin Kline, Milla Jovovich, Diane Lane / Sinopse: O filme se propõe a ser uma cinebiografia do ator e diretor Charles Chaplin, desde os seus primeiros anos, passando pelo sucesso em Hollywood na era do cinema mudo, chegando até seus anos finais, na velhice. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Ator (Robert Downey Jr).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

De-Lovely

Cole Porter foi um gênio da música, um dos grandes compositores da história dos Estados Unidos. Esse musical é uma grande e bela homenagem para seu maior legado artístico. O filme em si é uma maravilha, com ótima produção, figurinos, direção de arte e reconstituição histórica simplesmente perfeitas. Além disso conta (e isso é o mais importante de tudo) com as belas canções compostas por Cole Porter. Um acerto dos produtores foi contratar cantores e cantoras profissionais para os números musicais. Assim além do ótimo elenco temos Elvis Costello, Alanis Morissette e Diana Krall soltando a voz no belo repertório que forma a trilha sonora do filme. Aliás quem tiver a oportunidade de ainda encontrar essa trilha sonora não deixe de comprar. As músicas de Cole Porter ganharam novas versões, em arranjos belíssimos. Um trabalho musical realmente primoroso, para ter na coleção mesmo. Um item valioso, sem dúvida nenhuma.

O enredo criado pelo roteiro também é um primor. Ele mescla momentos reais da vida do compositor com pura ficção, tudo para encaixar em harmonia as músicas de Porter. Aliás o próprio compositor certa vez disse que a vida não passava de uma grande harmonia. No caso desse filme temos um roteiro que fez jus a esse pensamento pois todos os elementos estão harmonizados em cena. Por fim, a título de curiosidade, deixo aqui registrado que esse foi o último filme que aluguei na minha vida. Infelizmente as locadoras de vídeo já estavam morrendo no Brasil quando o filme foi lançado em DVD.

De-Lovely - Vida e Amores de Cole Porter (De-Lovely, Estados Unidos, 2004) Direção: Irwin Winkler / Roteiro: Jay Cocks / Elenco: Kevin Kline, Ashley Judd, Jonathan Pryce, Elvis Costello, Alanis Morissette, Diana Krall / Sinopse: Ajudando na montagem de um musical de palco biográfico baseado em suas músicas, o compositor Cole Porter revê sua vida e carreira ao lado de sua esposa, Linda. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor ator em comédia ou musical (Kevin Kline) e melhor atriz em comédia ou musical (Ashley Judd).

Pablo Aluísio.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Dave - Presidente por um Dia

Título no Brasil: Dave - Presidente por um Dia
Título Original: Dave
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ivan Reitman
Roteiro: Gary Ross
Elenco: Kevin Kline, Sigourney Weaver, Frank Langella, Kevin Dunn, Ben Kingsley, Laura Linney, Arnold Schwarzenegger     

Sinopse:
Um misterioso sósia presidencial chamado Dave é recrutado pelo Serviço Secreto para se tornar um substituto momentâneo do Presidente dos Estados Unidos. Claro que algo assim vai dar origem a todo tipo de problemas e mal-entendidos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor filme - Comédia ou Musical.

Comentários:
Na falta de filmes novos, por causa da pandemia, nada melhor do que pesquisar no acervo de filmes antigos para encontrar algo para ver (ou rever). Esse filme tem um grande e talentoso elenco. Só não consigo ver onde eles foram aproveitados. Sim, em minha opinião esse filme não passa de uma comédia bem descartável. O Ivan Reitman na direção só acertou em cheio mesmo em "Irmãos Gêmeos". Fora isso seus filmes não são lá grande coisa. Esse aqui ainda contou com a boa vontade da crítica dos anos 90, o que o fez ser indicado ao Globo de Ouro na categoria melhor comédia ou musical. Seu roteiro chegou até mesmo a receber uma honrosa indicação ao Oscar na categoria de melhor do ano - algo raro de acontecer com comédias. De minha parte nada disso se justifica. O filme é fraco mesmo. O Kevin Kline está bem mais à vontade do que a Sigourney Weaver, que nunca teve jeito para o humor. Pior mesmo foi desperdiçar uma dupla de atores geniais formada por Frank Langella e Ben Kingsley. Nesse ponto o Ivan Reitman realmente não mereceu perdão.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Segredos de uma Novela

Título no Brasil: Segredos de uma Novela
Título Original: Soapdish
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Michael Hoffman
Roteiro: Robert Harling
Elenco: Sally Field, Robert Downey Jr, Kevin Kline, Elisabeth Shue, Whoopi Goldberg, Cathy Moriarty

Sinopse:
Uma ambiciosa atriz de telenovelas se une com seu produtor para prejudicar a carreira da estrela do programa, uma profissional com longa carreira no mundo da televisão. Com isso uma guerra de egos e puxões de tapete logo se espalha por toda a emissora de TV que produzi a novela.  

Comentários:
Um filme leve, divertido, para se assistir sem maiores compromissos. Para os cinéfilos o que vai soar mais interessante é o elenco, realmente excelente. E o mais curioso é que são atores e atrizes de cinema interpretando atores e atrizes de telenovelas, cada um mais egocêntrico do que o outro. Claro que isso resulta em um filme muito divertido e bem atuado. Afinal como profissionais do mundo da atuação todos eles certamente já cruzaram com situações parecidas em suas carreiras. Artistas bem orgulhosos de si mesmos, muitos deles embriagados pela própria fama, um querendo derrubar o outro em busca da fama e do sucesso. O filme acabou ganhando uma indicação ao Globo de Ouro na categoria de melhor ator para Kevin Kline, mas em minha opinião todo o elenco deveria ter sido indicado. Todos estão ótimos em cena, se divertindo como nunca, com destaque para Robert Downey Jr, aqui em uma fase em que ele tentava se recuperar dos problemas relacionados às drogas, algo que quase destruiu toda a sua carreira.

Pablo Aluísio.

domingo, 1 de novembro de 2020

O Caminho Para El Dorado

Título no Brasil: O Caminho Para El Dorado
Título Original: The Road to El Dorado
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: DreamWorks Animation
Direção: Bibo Bergeron, Don Paul
Roteiro: Terry Rossio, Ted Elliott
Elenco: Kevin Kline, Kenneth Branagh, Rosie Perez, Armand Assante, Edward James Olmos, Jim Cummings

Sinopse:
Durante a exploração do novo mundo, no século XVI, dois vigaristas acabam descobrindo um mapa que levaria ao El Dorado, uma cidade feita de ouro na recém descoberta América. Com esse mapa em mãos eles então partem para uma grande aventura. Filme indicado a oito categorias no Annie Awards, o Oscar da animação.

Comentários:
Esse mundo da animação é dos mais concorridos dentro da indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Claro que o estúdio de Steven Spielberg, a Dreamworks, não ficaria de fora desse nicho. Porém, com poucas exceções, a Dreamworks nunca acertou muito nesse segmento. E aqui eles cometeram um erro básico. A conquista da América pela Espanha definitivamente não é tema para animação infantil. Tampouco a procura por El Dorado. Esses foram dois eventos históricos reais e levaram a um verdadeiro genocídio das populações nativas do continente americano. Vale a pena explorar esse tipo de passado sombrio, transformando tudo em animação infantil? Penso que não! Faltou mesmo bom senso na escolha do tema. E de mais a mais o fato é que esse desenho não é também muito bom, caindo muitas vezes no marasmo. Estima-se que esse filme custou 95 milhões de dólares e rendeu pouco mais do que isso. Não foi um projeto lucrativo. Não foi por falta de aviso. O público não curtiu o enredo, a história, os personagens, ou seja, não agradou mesmo. Hoje em dia essa animação está praticamente esquecida.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

As Loucas Aventuras de James West

Algumas ideias são bem ruins. Um claro exemplo disso é esse equivocado "As Loucas Aventuras de James West", um remake de um antiga série de western da TV americana. O original televisivo era charmoso, muito bem produzido, com roteiros bem escritos. Tudo para mostrar as façanhas de James West, misto de cowboy e detetive, vivendo suas aventuras no velho oeste. O projeto até que caminhava bem pois havia toda uma geração de fãs que gostariam de reencontrar o personagem de sua infância. O problema é que Will Smith se interessou no filme e aí... tudo foi adaptado para virar um blockbuster de verão dos grandes estúdios de Hollywood. Aquela velha fórmula, com o filme cheio de efeitos especiais, cenas de ação bem exageradas. Essa nunca foi a proposta do material original.

Remake é remake. Já é algo problemático na maiora das vezes. Agora some isso a uma escolha de elenco totalmente errada. Essa seguramente foi uma das mais infelizes escalações de elenco da história do cinema americano. Will Smith não tinha realmente nada a ver com o personagem James West. Um ator cômico que fez fama e fortuna interpretando personagens malandros, de fato não se encaixava em nada no papel de West. Mas como o poder em Hollywood vem dos dólares que o ator consegue faturar nas bilheterias, todo o projeto foi reescrito, desfigurado para encaixar Smith dentro do filme. Uma pena. E o que dizer daquela tonelada de efeitos digitais gratuitos? Essa é uma outra forte razão porque o filme também não deu certo. A estória? Bom, vamos ao que sobrou. Durante a presidência de Ulysses S. Grant, surge um novo perigo no horizonte. o Dr. Arliss Loveless (Kenneth Branagh), um brilhante inventor, que começa a utilizar suas invenções mecânicas para dominar todo o país. Para combater seus objetivos o presidente americano então envia James West (Will Smith), um veterano da guerra civil. Ele conta com a ajuda de Artemus Gordon (Kevin Kline), também um cientista e inventor criativo e talentoso.

Mas não perca muito seu tempo tentando entender o que se passa no filme. Depois dessa premissa inicial, tudo o que se vê ao longo da duração é uma sucessão de máquinas criadas digitalmente, como um monstro parecendo uma aranha de metal. Nada é desenvolvido, nem explorado direito, resultando em um filme que mais parece um game da época. O curioso é que Will Smith estava sendo chamado de "O Rei do Verão" americano por causa dos sucessivos sucessos de bilheteria que vinha colecionando. Essa sucessão de êxitos comercias pararam justamente quando esse "James West" foi lançado. As expectativas logo se tornaram decepção e Smith amargou o primeiro grande fracasso comercial de sua carreira nos cinemas. A verdade é que o público não é bobo. Não adianta enfiar um ator famoso em um filme que nada tem a ver com ele, esperando por grandes bilheterias. Assim temos uma produção que não vai agradar a quase ninguém, nem aos fãs de Will Smith e nem muito menos os admiradores de faroeste. Quer um conselho final? Ignore esse James West. Prefira conhecer a série original da década de 1960. Garanto que vai ser muito mais divertido.

As Loucas Aventuras de James West
(Wild Wild West, Estados Unidos, 1999) Direção: Barry Sonnenfeld / Roteiro: Jim Thomas, John Thomas / Elenco: Will Smith, Kevin Kline, Kenneth Branagh / Sinopse: O presidente dos EUA envia James West até o oeste para enfrentar um cientista louco que pretende dominar o país com suas máquinas de destruição. Baseado na famosa série de TV.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

A Escolha de Sofia

Título no Brasil: A Escolha de Sofia
Título Original: Sophie's Choice
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Alan J. Pakula
Roteiro: Alan J. Pakula
Elenco: Meryl Streep, Kevin Kline, Peter MacNicol, Josh Mostel, Robin Bartlett, Eugene Lipinski

Sinopse:

Baseado no romance escrito por William Styron, o filme conta a história de Sophie (Meryl Streep), uma polonesa sobrevivente do holocausto que tenta recomeçar sua vida em Nova Iorque, mas não consegue superar um grande trauma do passado. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Meryl Streep). Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor roteiro adaptado, direção de fotografia (Néstor Almendros), melhor figurino e melhor trilha sonora original (Marvin Hamlisch).

Comentários:
Um filme dramático até hoje lembrado pelos cinéfilos. Na realidade temos aqui três personagens principais. Sophie é uma sobrevivente de Auschwitz. Seu pai era um professor que odiava judeus, um antissemita. Pouco adiantou, pois mesmo assim não escapou dos campos de concentração. Os nazistas, em determinado momento da guerra, decidiram matar todos os professores, não importando que lado eles estavam. Sophie também foi enviada para morrer no holocausto e precisou fazer uma escolha trágica em relação aos seus filhos. O filme se passa alguns anos depois de toda essa tragédia. Ela está em Nova Iorque, morando com seu companheiro, um sujeito com problemas mentais que tem delírios de grandeza, acreditando em suas próprias mentiras. Esse personagem é brilhantemente interpretado pelo ator Kevin Kline em uma de suas melhores atuações. O terceiro elo é de um jovem escritor que relembra toda a história através de seu próprio livro de memórias, publicado décadas depois. Meryl Streep foi premiada em todos os grandes prêmios daquele ano, porém devo dizer que já vi ela brilhando muito mais em outros filmes. Em termos de interpretação quem se destaca mesmo é, como já escrevi, Kline. De qualquer maneira a força da história, envolvendo uma mãe que precisa escolher qual filho vai sobreviver e qual vai morrer nas mãos dos nazistas, já é chocante e impactante por si própria. É um desses momentos em que o espírito humano não consegue superar. Um trauma a ser levado e sofrido pelo resto da vida. Afinal que ato poderia ser mais trágico do que ao de uma mãe que precisa decidir sobre a vida e a morte de seus próprios filhos?

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Grand Canyon

Título no Brasil: Grand Canyon - Ansiedade de uma Geração
Título Original: Grand Canyon
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan, Meg Kasdan
Elenco: Kevin Kline, Steve Martin, Danny Glover, Mary-Louise Parker, Mary McDonnell, Alfre Woodard

Sinopse:
Os destinos de várias pessoas vão se entrelaçando ao longo do tempo. E a vida de cada personagem enfrenta diversas situações delicadas e imprevisíveis. Filme indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de melhor roteiro original (Lawrence Kasdan, Meg Kasdan).

Comentários:
Esse filme não pode ser definido como uma comédia como muitas vezes vi em manuais e guias de filmes. Não é muito por essa linha. Há diversas situações ocorrendo ao mesmo tempo. Kevin Kline, por exemplo, interpreta um sujeito rico cujo carro dá problemas, bem no meio de um bairro negro, com criminosos à espreita. Acaba sendo salvo por Danny Glover, um homem com muita experiência de vida que dirige um caminhão de guincho. Já Steve Martin, aqui de barba e bem diferente, é o executivo de cinema que precisa lidar com atrizes problemáticas. E as mulheres formam a maior parte do arco narrativo do filme, mostrando desde uma jovem com problemas de depressão até uma senhora casada que encontra um bebê no meio dos arbustos de um parque. Enfim, é um filme com várias pequenas histórias que acabam se interligando de uma maneira ou outra. Poderia ser um filme de Robert Altman, mas não é. É isso sim um bom drama dirigido e roteirizado pelo competente e talentoso Lawrence Kasdan. Um bom filme dos anos 90 que anda injustamente esquecido.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Um Peixe Chamado Wanda

Título no Brasil: Um Peixe Chamado Wanda
Título Original: A Fish Called Wanda
Ano de Produção: 1988
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Charles Crichton, John Cleese
Roteiro: John Cleese, Charles Crichton
Elenco: John Cleese, Jamie Lee Curtis, Kevin Kline, Michael Palin, Maria Aitken, Geoffrey Palmer

Sinopse:
Quatro criminosos se unem para formar uma quadrilha com o objetivo de roubar pedras e joias preciosas no valor de 13 milhões de libras esterlinas. O problema é que cada um parece disposto a passar a perna no outro, numa verdadeira rede de traições. Quem vai acabar ficando com toda a fortuna roubada afinal de contas?

Comentários:
John Cleese é o verdadeiro talento por trás desse excelente filme de roubo a joias. Ele escreveu o roteiro, dirigiu o filme e ainda interpretou um advogado picareta que precisa lidar com um bando de ladrões, cada um querendo enganar o outro para ficar com o fruto dos roubos somente para si. Wanda Gershwitz (Jamie Lee Curtis) é peça chave nessa situação. Ela não apenas tem seu noivo envolvido no esquema criminoso, como também seu amante, o canastrão e ciumento Otto (Kevin Kline). Claro que esse será um jogo traiçoeiro onde todos tentam enganar a todos. O filme tem um toque de humor no estilo Monty Python, já que John Cleese é o mentor intelectual de todo o filme. Porém numa levada mais convencional. O resultado ficou tão bom que o filme foi até mesmo lembrado pelo Oscar, sendo indicado nas categorias de melhor direção e melhor roteiro original. E acabou também trazendo o Oscar para Kevin Kline que aqui foi premiado na categoria de melhor ator coadjuvante. Um prêmio raro, pois a Academia ao longo de sua história quase nunca premiou atores atuando em comédias como essa. Foi certamente um feito e tanto para Kevin Kline, naquele que pode ser considerado seu melhor momento da carreira.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Um Grito de Liberdade

Título no Brasil: Um Grito de Liberdade
Título Original: Cry Freedom
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Richard Attenborough
Roteiro: John Briley
Elenco: Denzel Washington, Kevin Kline, John Matshikiza, Josette Simon, Penelope Wilton, Kate Hardie

Sinopse:
Filme baseado em fatos históricos reais. O jornalista sul-africano Donald Woods (Kevin Kline) é forçado a fugir do país, depois de tentar investigar a morte sob custódia de seu amigo, o ativista negro Steve Biko (Denzel Washington). Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Denzel Washington), melhor música original e melhor trilha sonora incidental.

Comentários:
Esse filme foi baseado no livro escrito por John Briley. Em suas páginas o autor relembrou parte do crime que foi cometido pelo Estado da África do Sul em relação ao ativista negro Steve Biko e a luta de um jornalista branco em revelar toda a verdade sobre sua morte. Ele foi um nome importante na luta contra o regime racista da África do Sul durante as décadas de 1970 e 1980. Nesse período histórico existiu um regime de Estado que não escondia seu racismo contra pessoas negras, dentro de um país africano! Foi algo realmente impressionante pois a máquina estatal foi conduzida para massacrar os direitos dos negros (que formavam a maioria da população) em favor da parte branca da população (uma pequena parte do país). O resultado, como não poderia deixar de ser, foi o sistemático sistema de violação de direitos humanos e civis, além do cometimento de crimes por parte do aparato estatal. Esse filme é muito bom, muito importante em denunciar tudo o que aconteceu. A consagração veio na indicação de três categorias do Oscar, entre elas a de melhor ator para Denzel Washington. No Globo de Ouro o filme foi ainda indicado ao prêmio de melhor filme do ano no gênero Drama. Poderia ter vencido tranquilamente. É sem dúvida uma obra cinematográfica importante, que inclusive deveria ser exibida em escolas e universidades com mais regularidade. É o cinema em favor das boas causas, denunciando regimes criminosos ao redor do mundo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Te Amarei Até te Matar

Título no Brasil: Te Amarei Até te Matar
Título Original: I Love You to Death
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: John Kostmayer
Elenco: Kevin Kline, Tracey Ullman, William Hurt, River Phoenix, Keanu Reeves, Heather Graham

Sinopse:
Joey Boca (Kevin Kline) é um cafajeste. Ele não pode ver um rabo de saia que vai atrás. Após anos de traições sistemáticas do marido, sua esposa decide se vingar e da pior maneira possível. Ela decide que ele tem que morrer, só que acaba contratando as pessoas erradas para esse "serviço".

Comentários:
Uma comédia de humor puramente negro que até hoje pode surpreender. O diretor Lawrence Kasdan aqui realizou seu trabalho mais diferente, nada parecido com nenhum outro filme que tinha dirigido antes. E para isso ele contou com um elenco realmente excepcional. Kevin Kline sempre teve um ótimo toque para o humor e aqui não decepciona. Seu personagem é um verdadeiro Jason Voorhees do mundo das comédias, sobrevivendo a todas as tentativas de mandá-lo dessa para melhor (ou pior, dependendo do ponto de vista). Pensou em uma forma de matar uma pessoa? Pois é, ele escapa ileso de tudo isso. Outro aspecto curioso vem do elenco de apoio, cheio de jovens atores que iriam se transformar em astros nos anos seguintes. Basta citar os nomes de River Phoenix e Keanu Reeves para bem entender esse aspecto. River Phoenix, por exemplo, fez um de seus filmes mais divertidos. Pena que ele iria morrer precocemente, três anos depois. Enfim, um fino humor negro, embalado por um roteiro que surpreende.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de março de 2020

Silverado

Excelente faroeste produzido em meados da década de 1980. "Silverado" surgiu em uma época em que os grandes estúdios tentavam revitalizar o gênero western. É bem sintomático chamar a atenção para o fato do filme ter sido produzido nos anos 80, quando não havia mais regularidade no lançamento de faroestes no cinema. John Wayne havia partido seis anos antes e deixado uma lacuna, um mercado de fãs de western sem novos lançamentos, sem novos filmes. O faroeste italiano ainda produzia filmes com regularidade, mas esses iam ficando cada vez mais baratos ao longo dos anos. A indústria americana de cinema parecia não investir mais em filmes de western, o que era algo a se lamentar.

Como os antigos astros já estavam velhos e aposentados, o jeito foi adaptar todo um elenco de novatos para encarar o desafio. O elenco é liderado por Kevin Kline cuja carreira foi construída em cima de comédias como “Um Peixe Chamado Wanda” e “Será Que Ele é?”, não tendo muito a ver com o estilo. Curiosamente ele acabou se saindo bem no filme. Danny Glover da série “Máquina Mortífera” também foi escalado. Sua escolha foi mais uma jogada comercial, para chamar mais atenção ao filme. Melhor se saem Brian Dennehy, que aqui repete um personagem bem parecido com o que fez em "Rambo", o xerife corrupto que abusa de sua autoridade e Scott Glenn, que lembrava fisicamente muito Clint Eastwood. Outro aspecto curioso de "Silverado" foi a presença de um jovem Kevin Costner, interpretando um garotão inconsequente que sempre se metia em problemas por onde passava. E pensar que alguns anos depois o próprio Costner iria dirigir e atuar em um clássico do western, "Dança com Lobos". Esse "Silverado" foi, de certa forma, seu ensaio no gênero.

O enredo de Silverado era uma miscelânea de vários e vários faroestes do passado. Uma espécie de homenagem aos aspectos mais valorizados da mitologia do velho oeste. Na estória acompanhamos um grupo de amigos que chega na cidade de Silverado, no Colorado (com locações reais no Novo México), agora dominada completamente por um xerife corrupto e seu grupo de capangas. Aterrorizando os moradores, o xerife, na realidade um antigo bandoleiro e pistoleiro se fazendo passar por bom cidadão, acabava literalmente tomando conta do lugar, se tornando proprietário do saloon local e das propriedades circunvizinhas à cidade. Para aumentar ainda mais seu domínio, ele não hesitava em matar, ameaçar e massacrar todos os que ousavam se opor ao seu poder.

A trilha sonora de "Silverado" foi assinada por Bruce Broughton e chamava atenção pela sua beleza. De fato a música incidental não deixava espaços em branco durante o filme, preenchendo tudo de forma bem suntuosa. Seu trabalho acabou sendo indicado ao Oscar. O diretor Lawrence Kasdan poderia ter dado mais agilidade ao filme, com um corte em sua duração – que muitas vezes soa excessiva – mas o saldo final foi inegavelmente positivo. "Silverado" fez sucesso de bilheteria e agradou ao público na época. Pena que mesmo sendo bem sucedido o filme não conseguiu redimir o gênero que ficaria ainda mais alguns anos na geladeira com poucas e esparsas novas produções em Hollywood.

Silverado (Silverado, Estados Unidos, 1985) Direção: Lawrence Kasdan / Roteiro: Lawrence Kasdan, Mark Kasdan / Elenco: Kevin Kline, Scott Glenn, Danny Glover, Kevin Costner, John Cleese, Rosanna Arquette, Brian Dennehy, Linda Hunt, Jeff Goldblum / Sinopse: Um xerife inescrupuloso e corrupto (Brian Dennehy) domina a pequena cidade de Silverado. Contra ele se opõem um grupo de cowboys e bandoleiros que vão enfrentar seu poder. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som (Donald O. Mitchell, Rick Kline e Kevin O'Connell) e Melhor Música - Trilha Sonora Original (Bruce Broughton)

Pablo Aluísio.

domingo, 19 de março de 2017

A Bela e a Fera

O grande lançamento nos cinemas mundiais dessa semana é essa nova versão de "A Bela e a Fera". Produzido pelos estúdios Disney,  o conto de fadas agora sai do mundo da animação para o cinema convencional, com atores de verdade. Essa aliás tem sido uma estratégia vitoriosa do estúdio nos últimos anos, eles apenas adaptam animações de sucesso do passado, em novas super produções, faturando mais alguns milhões de dólares nas bilheterias ao redor do mundo. Como em time que se está ganhando não se mexe. Pois bem, esse filme aqui envolveu a atriz Emma Watson em uma polêmica bem desagradável (pelo menos sob o ponto de vista dela). A atriz é conhecida por causa de suas opiniões fortes, embasadas em uma visão de mundo feminista. Quando ele anunciou que iria interpretar basicamente uma princesa Disney o mundo dela caiu! Como se sabe as feministas possuem uma péssima impressão sobre as princesas da Disney porque segundo elas essa é uma imposição estereotipada da sociedade para com as mulheres. Emma ainda tentou se defender dizendo que a Bela era uma princesa diferente, que não aceitava certas coisas, mas a verdade é que pelo menos politicamente foi um passo atrás que ela deu.

Já em termos de carreira ela tem agora um baita sucesso em sua filmografia. O filme vai muito bem nas bilheterias, liderando rankings de vendas de ingressos em todos os mercados. Nada mal. O roteiro segue basicamente o mesmo da animação. É curioso porque o conto de fadas original, escrito pela Madame Gabrielle-Suzanne Barbot em 1740, foi tantas vezes adaptado ao longo de todos esses anos,  que pouca coisa sobrou do texto original. Barbot viveu na França do século XVIII, na época de ouro do absolutismo da Casa de Bourbon. Sua obra era bem mais interessante, sob diversos aspectos, mas seria pouco atrativa para as crianças de hoje. Como se trata de um produto com o selo de qualidade Disney é meio desnecessário elogiar a bonita produção, a direção de arte de bom gosto, os efeitos de computação gráfica, etc. A Disney mantém um padrão de qualidade tão absurdo que todos os seus filmes são impecáveis nesses aspectos. A única crítica que teria a fazer sobre isso seria sobre o design da fera, que ao meu ver, está mais parecida com um werewolf de filmes de terror do que com um personagem cheio de sentimentos de uma produção feita para agradar as crianças. Tirando isso de lado, todo o mais me agradou. A espinha dorsal do enredo é o musical da Broadway, com belas canções por todo o desenrolar do filme. E sim, no final das contas a Emma Watson interpreta mesmo uma típica princesinha Disney. Nem adianta disfarçar.

A Bela e a Fera (Beauty and the Beast, Estados Unidos, 2017) Direção: Bill Condon / Roteiro: Stephen Chbosky, Evan Spiliotopoulos / Elenco: Emma Watson, Kevin Kline, Ewan McGregor, Ian McKellen, Emma Thompson, Stanley Tucci, Dan Stevens, Luke Evans / Sinopse: Após o desaparecimento de seu pai em uma floresta sinistra e sombria, Belle (Watson) vai atrás dele e descobre que ele é prisioneiro de uma fera em seu castelo, um antigo príncipe que fora amaldiçoado por uma bruxa. Apenas o amor poderá salvá-lo de seu trágico destino.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Tempestade de Gelo

Drama familiar que tenta resgatar um período histórico bem preciso: a década de 1970. Perante os anos 60 aquela década pareceu bem opaca, tanto culturalmente como politicamente. O presidente Nixon perdia a presidência por causa do escândalo Watergate e a música passava por uma fase ruim, infestada pela modinha discoteque e ritmos derivados. Parecia que toda a revolução ocorrida uma década antes havia sido em vão. É justamente nesse clima de falta de esperanças, monotonia e tédio que o diretor Ang Lee desenvolveu um de seus mais bem elaborados filmes. O clima é um tanto sufocante e a falsa promessa de casamentos felizes começa a pesar para os casais do enredo, já com os filhos tomando seus rumos na vida, cansados da rotina de casamentos infelizes e estafantes.

Em termos de elenco temos uma mescla de estrelas do passado com um grupo de jovens atores que iriam despontar nos anos seguintes. Assim convivem em cena veteranos do cinema como Sigourney Weaver, naquela altura tentando se dissociar do legado da franquia Aliens (procurando ser levada mais à sério como atriz) e Kevin Kline (também na luta para emplacar em dramas mais pesados) contracenando com uma garotada promissora formada pela trio Tobey Maguire (o futuro Peter Parker dos milionários filmes do "Homem-Aranha"), Elijah Wood (que iria se consagrar com a trilogia de "O Senhor dos Anéis") e Christina Ricci (que se tornaria atriz indie e cult depois de fazer sucesso em filmes comerciais como "A Família Adams"). O resultado é um tanto melancólico, diria até triste, mas com um bom resultado final. É aquele tipo de filme mais indicado para pessoas mais sensíveis que estejam em busca de um roteiro mais profundo que lide com questões complexas de relacionamento.

Tempestade de Gelo (The Ice Storm, EUA, 1997) Direção: Ang Lee / Roteiro: James Schamus, baseado na novela de Rick Moody / Elenco: Sigourney Weaver, Kevin Kline, Tobey Maguire, Christina Ricci, Elijah Wood, Joan Allen / Sinopse: Em 1973, nos subúrbios de Connecticut, famílias de classe média passam por experiências, desilusões e desencontros emocionais. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Sigourney Weaver). Premiado pelo BAFTA Awards na mesma categoria.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Será Que Ele É?

Título no Brasil: Será Que Ele É?
Título Original: In & Out
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Oz
Roteiro: Paul Rudnick
Elenco: Kevin Kline, Joan Cusack, Tom Selleck
  
Sinopse:
Howard Brackett (Kevin Kline) é um professor do ensino médio que acaba tendo sua vida pessoal escancarada após um ex-aluno agradecer a ele ao receber o seu Oscar. Acontece que o rapaz não se limita a dedicar o prêmio a ele, mas também revelar sua opção sexual, ao declarar que ele na realidade era gay! A partir daí a vida de Howard vira de ponta cabeça, pois o fato chama a atenção da imprensa mundial que começa a bisbilhotar a vida do discreto professor. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Joan Cusack). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Kevin Kline) e Melhor Atriz Coadjuvante - Comédia ou Musical (Joan Cusack).

Comentários:
Há muitas maneiras de se lidar com o espinhoso tema da homossexualidade no cinema. Muitas vezes o tema ou é tratado como mera galhofa ou com tintas pesadas, escuras, sensacionalistas. Em "In & Out" temos um meio termo muito satisfatório. O enredo lida com esse personagem, um professor respeitado em sua comunidade, muito querido por seus alunos, que acaba entrando numa situação embaraçosa após um ex-aluno falar que ele é gay em um evento de repercussões midiáticas absurdas (nada mais, nada menos, do que a própria festa do Oscar!). De repente o antes e discreto mestre vê sua vida pessoal exposta ao redor do mundo, virando alvo de atenção e olhares indiscretos de curiosos em geral. Achei essa comédia de muito bom gosto, principalmente pela forma como resolveram explorar o tema. Kevin Kline sempre foi um ator bem subestimado por Hollywood e aqui mostra toda a versatilidade de seu talento. Ele, em nenhum momento, se torna caricato ou desrespeitoso em relação aos gays em geral. Pelo contrário, sua sensibilidade e classe se tornam evidentes logo nos primeiros momentos. Outro ponto positivo vem do trabalho da maravilhosa atriz Joan Cusack. Sua atuação foi tão elogiada que ela chegou inclusive a ser indicada para prêmios importantes como o Oscar e o Globo de Ouro. Penso que o caminho é esse, tratar a questão gay com equilíbrio, sensatez e naturalidade. Nada de exageros ou de levantamento de bandeiras multicoloridas. Nesse caso o caminho é de fato procurar por algo mais sensível, sem cair no sensacionalismo barato. Só por ter ido por esse lado essa comédia já vale a pena.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Última Viagem a Vegas

Título no Brasil: Última Viagem a Vegas
Título Original: Last Vegas
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jon Turteltaub
Roteiro: Dan Fogelman
Elenco: Robert De Niro, Michael Douglas, Morgan Freeman, Kevin Kline, Mary Steenburgen

Sinopse:
Prestes a completar 70 anos de idade, o bem sucedido empresário Billy (Michael Douglas) decide se casar com uma garota 40 anos mais jovem do que ele em Las Vegas. Para a festa ficar completa ele resolve convidar seus três mais antigos amigos (De Niro, Kline e Freeman). O reencontro será uma boa oportunidade para repensar suas decisões e lembrar aspectos de sua vida há bastante tempo adormecidos.

Comentários:
Tinha tudo para ser no mínimo interessante, afinal de contas com um elenco desses... mas infelizmente não há muito o que celebrar. "Last Vegas" perde todas as oportunidades de ser um filme relevante. Dois terços do enredo é desperdiçado ao mostrar os atores veteranos fazendo piadas com a própria idade, tentando se divertir no meio de um bando de jovens selvagens na chamada cidade do pecado. No terço final o roteiro ainda tenta trabalhar um pouco os personagens de Robert De Niro e Michael Douglas mas sinceramente falando é tudo em vão. Não há como desenvolver melhor papéis tão sem importância ou profundidade. Pior se saem Morgan Freeman e Kevin Kline que viram meras escadas engraçadinhas para o restante do elenco. A impressão que fica foi que o estúdio tentou vender o filme como se fosse um "Se Beber, Não Case!" da terceira idade mas ficou a ver navios. No final fica aquele gosto de melancolia de ver tantos atores importantes desperdiçados em um filme tão vazio.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de março de 2012

Sexo Sem Compromisso

Emma Kurtzman (Natalie Portman) é uma jovem médica que certa noite aceita fazer sexo casual com Adam Franklin (Ashton Kutcher) . Embora não queira nada mais além disso o casal acaba se aproximando para algo mais, conforme os encontros vão se sucedendo. Esse foi o primeiro filme com Natalie Portman a ser lançado nos cinemas depois do grande sucesso de "Cisne Negro". Embora tenha sido filmado antes daquele, os produtores resolveram promover seu lançamento apenas após Portman vencer o seu Oscar. Seria afinal de contas uma promoção gratuita pois o nome da atriz não sairia da mídia tão cedo. Pois bem, "Sexo Sem Compromisso" foi muito esperado por tudo isso mas no final das contas foi apenas uma grande decepção para todos - inclusive para os fãs de Portman. Apesar da boa ideia, das possibilidades de se discutir a liberdade sexual da mulher nos dias de hoje, escolhendo livremente com quem sair sem necessariamente precisar sentir culpa sobre isso, "Sexo Sem Compromisso" não consegue passar de uma mera comédia romântica bem açucarada mesmo. O que poderia ser muito instrutivo acaba caindo naquele lugar comum de roteiros melosos e sem inspiração. Bem que Ivan Reitman poderia dirigir algo melhor, com mais relevância, nesse seu retorno às telas. Ao invés disso disponibilizou ao público um produto descartável e esquecível. Uma pena.

Natalie Portman continua linda e carismática. Sua personagem não tem qualquer profundidade ou possibilidade de dar a ela alguma chance de atuar melhor. Sem material bom em mãos não a culpo por no final dar ao seu público apenas uma interpretação de rotina, no controle remoto. De fato esse papel não fará nenhum diferença em sua filmografia. Já Ashton continua o mesmo ator medíocre de sempre, repetindo até a exaustão seu tipo que vem interpretando desde o seriado "That´s 70 Show". Aliás ele só consegue interpretar esse personagem mesmo, do tipo sujeito "meninão abobado" que mesmo envelhecido na idade mais parece um adolescente boboca. Não quero afirmar nada mas me parece que o Ashton no fundo só sabe fazer ele mesmo nas telas. A sensação que tenho é que ele é mais uma celebridade vazia do que um profissional de verdade. Ator não é, pelo visto. Em suma,"Sexo Sem Compromisso" não entrega o que promete. Não é em essência uma boa comédia romântica e nem muito menos desenvolve os bons temas que estão em seu roteiro. No fundo é apenas talento desperdiçado da grande atriz Natalie Portman. Do jeito que ficou o filme é que é sem compromisso, vazio, destituído de qualquer importância. Dispense sem sentimento de culpa.

Sexo Sem Compromisso (No Strings Attached, Estados Unidos, 2011) Direção Ivan Reitman / Roteiro: Elizabeth Meriwether, Michael Samonek / Elenco: Natalie Portman, Ashton Kutcher, Kevin Kline / Sinopse: Emma Kurtzman (Natalie Portman) é uma jovem médica que certa noite aceita fazer sexo casual com Adam Franklin (Ashton Kutcher) . Embora não queira nada mais além disso o casal acaba se aproximando para algo mais, conforme os encontros vão se sucedendo.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de março de 2006

Silverado

Título no Brasil: Silverado
Título Original: Silverado
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan, Mark Kasdan
Elenco: Kevin Kline, Scott Glenn, Danny Glover, Kevin Costner, John Cleese, Bill Thurman

Sinopse:
Um grupo de cowboys chega na cidade de Silverado e descobre que a região é dominada por um fazendeiro sem escrúpulos e um xerife corrupto, sempre disposto a abusar de sua autoridade em prol de suas atividades criminosas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som e Melhor Música Original.

Comentários:
Assisti no cinema, em seu lançamento original. Na época eu era um adolescente e gostei muito do filme. O faroeste já era um gênero cinematográfico meio decaído, poucos estúdios ainda investiam nele. Parecia algo de um tempo passado. O fato é que se produziu tantos filmes de western nas décadas anteriores que tudo ficou meio saturado. Outro aspecto a se considerar é que esse faroeste dos anos 80 procurava ser mais moderno, contando com um elenco muito bom, que estava surfando uma onda de sucesso. Danny Glover, por exemplo, colhia o sucesso da série "Máquina Mortífera". Kevin Kline era um ator badalado, inclusive pela crítica. E não poderia deixar de lembrar de Kevin Costner, naquela ocasião ainda pouco conhecido. Em pouco tempo ele iria se tornar um astro, um campeão de bilheteria. De qualquer modo é um bom filme e resistiu bem ao tempo. Claro, depois que você assiste filmes como "Sete Homens e um Destino" você acaba entendendo de onde veio parte do roteiro desse "Silverado". Mesmo assim não é algo que desmereça suas qualidades cinematográficas.

Pablo Aluísio.