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sábado, 14 de outubro de 2023

Ehrengard: A Ninfa do Lago

Título no Brasil: Ehrengard: A Ninfa do Lago
Título Original: Ehrengard: The Art of Seduction
Ano de Lançamento: 2023
País: Dinamarca
Estúdio: Film Sözlük
Direção: Bille August
Roteiro: Anders Frithiof August, Karen Blixen
Elenco: Alice Bier Zanden, Emil Aron Dorph, Kit Eichler

Sinopse:
Um jovem pintor acaba se envolvendo numa rede de intrigas com membros da nobreza. Ele precisa evitar que pessoas influentes descubram que o filho de uma duquesa se casou com uma jovem que já estava grávida de outro homem. E para manter as aparências vale tudo ou... quase tudo. 

Comentários:
Eu gosto de filmes ambientados nos séculos XVIII e XIX. A nobreza ainda estava no poder na Europa e não tinha sido arrancada de la pelo furacão da Revolução Francesa. Nesses tempos o que prevalecia entre os nobres europeus eram as intrigas pessoais, as conspirações amorosas, a fuga do mundo real... onde jovens privilegiadas viviam em um mundo à parte, cuja principal preocupação era arranjar um homem rico e de boa linhagem para se casar. O filme assim se desenvolve nesse tipo de panorama social. Muita futilidade envolvida entre os personagens, o que necessariamente não é algo ruim, muito pelo contrário. Antes das cabeças nobres rolarem na guilhotina o dia a dia era o que é bem demonstrado nesse filme. Um clima de libertinagem, fofocas e futilidades dominavam os salões chiques e ricos de uma Europa prestes a ruir de forma avassaladora. Antes da matança havia muitos bailes luxuosos. E todos pareciam muito honrados e dignos, mesmo que por baixo dos panos a hipocrisia, a mentira e a falsidade imperassem. De qualquer forma esqueça esse quadro político pois o roteiro está mais preocupado em mostrar sua história de novela romanceada. E é só. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

A Viúva Chinesa

Título no Brasil: A Viúva Chinesa
Título Original: In Harm´s Way
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos, China
Estúdio: Roc Pictures
Direção: Bille August
Roteiro: Greg Latter
Elenco: Emile Hirsch, Yifei Liu, Fangcong Li, Lambert Houston, Cary Woodworth, Gallen Lo

Sinopse:
Durante a II Guerra Mundial um avião militar americano cai em um território chinês ocupado por tropas japonesas após bombardear Tóquio. O piloto americano Jack (Emile Hirsch) sobrevive e é ajudado por uma jovem viúva chinesa chamada Ying (Yifei Liu) e sua pequena filha.

Comentários:
Esse filme mescla fatos históricos reais com personagens de pura ficção. De fato muitos militares americanos da força aérea caíram na China após atacar a capital dos japoneses, porém os personagens mostrados no filme, do jovem piloto e da chinesa são meramente ficcionais. O que não importa no final das contas porque a história contada é bem interessante e vai interessar tanto a quem gosta de filmes de guerra como também quem procura por romances impossíveis. Como é uma produção bem globalizada, financiada por estúdios de cinema dos Estados Unidos e da China, com um diretor dinamarquês, o sempre correto Bille August, o filme apresenta um bem escrito roteiro e uma boa escolha de elenco multinacional. A atriz chinesa Yifei Liu se destaca pela beleza delicada e pelo talento dramático. O americano Emile Hirsch é nosso velho conhecido. Embora ainda seja jovem já tem um excelente currículo de bons (e alguns excelentes) filmes para exibir. Enfim, um bom filme que me agradou bastante, com todos os elementos bem enquadrados dentro da história que almeja contar. Vale a pena conhecer e assistir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de março de 2020

55 Passos

Título no Brasil: 55 Passos
Título Original: 55 Steps
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Bille August
Roteiro: Mark Bruce Rosin
Elenco: Helena Bonham Carter, Hilary Swank, Jeffrey Tambor, Michael Culkin, Jonathan Kerrigan, Tim Plester

Sinopse:
O filme conta a história real de Eleanor Riese (Helena Bonham Carter). Durante a década de 1980 ela foi internada em uma instituição psiquiátrica após ser diagnosticada com esquizofrenia. Durante a internação ela sofreu abusos por causa dos fortes medicamentos que era obrigada a tomar. Desesperada, ela acaba contratando uma advogada para defender seus direitos como paciente.

Comentários:
Bom filme que toca numa questão importante envolvendo os direitos das pessoas que são internadas e levadas a tomar medicação sem seu próprio consentimento. O caso da Eleanor Riese, que lutava pelo direito de se recusar a tomar certos remédios, foi parar na Suprema Corte dos Estados Unidos. Quem a defendia era uma jovem advogada chamada Colette Hughes (Hilary Swank). A batalha nos tribunais foi longa, desgastante e sofrida, mas acabou criando uma importante jurisprudência que defendia diversos direitos dos pacientes. O filme conta tudo com muita delicadeza, ao também explorar a personalidade da protagonista. E aqui vão todos os parabéns para a atriz Helena Bonham Carter. Ela encarnou Eleanor, com todos os seus problemas mentais, com uma humanidade digna de aplausos. Quem conhece o trabalho dela sabe o quanto Helena é talentosa. O diferencial é que nesse filme ele conseguiu desenvolver muito bem sua personagem, com a ajuda inestimável da também muito talentosa Hilary Swank. E assim deixo a indicação para quem aprecia bom cinema, tratando de assuntos importantes e relevantes. O filme aliás é especialmente indicado para profissionais de saúde pelo tema tratado.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Os Miseráveis

Título no Brasil: Os Miseráveis
Título Original: Les Misérables
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha
Estúdio: Mandalay Entertainment, TriStar Pictures
Direção: Bille August
Roteiro: Rafael Yglesias
Elenco: Liam Neeson, Geoffrey Rush, Uma Thurman
  
Sinopse:

Filme adaptado da obra do escritor Victor-Marie Hugo, Les Misérables. Na história vemos a conturbada vida de Jean Valjean, um homem condenado que é colocado em liberdade durante um dos períodos mais agitados da história francesa. O enredo se passa no século XIX, mostrando a queda do regime do imperador Napoleão Bonaparte e a intensa miséria a que foi submetida grande parte da população da França naquele momento histórico. Filme indicado ao Cairo International Film Festival.

Comentários:
Tantas adaptações já foram feitas para o cinema da famosa obra de Victor Hugo que fica realmente complicado ao cinéfilo escolher a melhor de todas. Na realidade não existe "a melhor", mas sim aquelas que são mais fiéis ao texto original ou mais bem realizadas do ponto de vista da produção, reconstituição histórica, elenco, figurinos, etc. Essa versão de 1998 de "Les Misérables" se enquadra nessa segunda categoria. É uma produção realmente de requinte, com excelentes aspectos técnicos. O roteiro pode até não ser tão fiel ao livro de Victor Hugo, mas isso se torna secundário diante de um filme tão bem realizado. O elenco é composto por astros do cinema americano que unem suas forças a atores realmente brilhantes do ponto de vista da arte dramática. Na época de seu lançamento o filme foi acusado, entre outras coisas, de ser um produto pop demais, feito para consumo das massas. Além de bem preconceituosa essa visão não é inteiramente verdadeira. Mesmo sob uma análise literária e histórica o filme convence. Na trama vemos os perigos de se confiar cegamente em um líder populista e ditatorial como Bonaparte e as consequências nefastas que se abatem sobre o povo francês naquele momento histórico de muita agitação política e social. Por essa razão deixo a recomendação dessa versão que certamente foi uma porta de entrada muito eficaz para os interessados na literatura de Victor Hugo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Trem Noturno para Lisboa

Título no Brasil: Trem Noturno para Lisboa
Título Original: Night Train to Lisbon
Ano de Produção: 2013
País: Alemanha, Suíca, Portugal
Estúdio: Lionsgate
Direção: Bille August
Roteiro: Pascal Mercier, Greg Latter
Elenco: Jeremy Irons, Christopher Lee, Charlotte Rampling, Lena Olin

Sinopse:
Raimund Gregorius (Jeremy Irons) é um tímido professor de história do ensino médio que, ao ir para a escola dar sua aula diária, acaba encontrando uma garota prestes a pular de uma ponte em Berna, na Suíça. Desesperado ele ainda consegue salvar a jovem da morte. Depois de recuperada ela some mais uma vez e deixa para trás um casaco vermelho, com um livro dentro dele e uma passagem de trem para Lisboa, Portugal. Intrigado o professor em um impulso resolve seguir os passos da misteriosa suicida e viaja até Portugal onde começa a descobrir mais sobre o passado do autor do livro que estava com ela.

Comentários:
Já fazia um bom tempo que tinha visto pela última vez um filme assinado pelo talentoso cineasta dinamarquês Bille August. Três de seus filmes considero verdadeiras obras primas do cinema, "A Casa dos Espíritos" (1993), "Pelle, o Conquistador" (1987) e "Os Miseráveis" (1998). Aqui ele foca suas lentes para um filme sui generis em sua carreira. Apoiado no brilhante trabalho de composição de Jeremy Irons, August conta uma estória que mescla paixão e nostalgia, passado e presente, com raro brilhantismo. O roteiro é muito bem escrito, com ótimas linhas de diálogo, e uma sempre presente sensação de mistério e descobrimento ao longo da trama. É um tipo de argumento que só funciona dentro do cinema europeu pois certamente faltam classe e sofisticação intelectual aos americanos para gostar de uma obra cinematográfica como essa. O ritmo é contemplativo, algumas vezes soturno, e explora os traumas do povo português em relação ao seu passado ditatorial. O ditador Salazar e seu regime opressor é uma presença constante nas lembranças e recordações dos personagens portugueses que desfilam pela tela, cujas feridas emocionais e físicas ainda se mostram bem presentes. Além de Jeremy Irons, como sempre excelente, o filme ainda traz no elenco Christopher Lee, interpretando o Padre Bartolomeu, cujas lembranças ajudam o espectador a compreender o grande mosaico que se forma no desenrolar da trama. Uma obra sensível, muito consistente e que merece ser conhecida, pelo menos para o público mais intelectualmente engajado sobre o passado e seus desdobramentos no futuro.
             
Pablo Aluísio.