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domingo, 28 de maio de 2023

O Milagre

O Milagre
Esse filme conta a história de uma menina que passa a ser considerada santa em um pequeno vilarejo da Irlanda durante o século XVIII. Os moradores passam a pensar assim depois que ficam sabendo que ela não se alimenta mais, vivendo apenas da fé em Deus. Uma enfermeira inglesa então é enviada para observar e analisar o caso. Provavelmente aqueles velhos homens do conselho da vila queriam algum tipo de aprovação da ciência sobre o que estaria acontecendo, mas a realidade é que assim que a enfermeira passa a ter suas conclusões, começa a sofrer forte pressão desses mesmos homens. Só vale se ela confirmar as crenças deles. Qualquer conclusão diferente iria realmente causar problemas para ela.

Gostei muito do filme. O tema é por demais interessante, lidando com fanatismo religioso e a verdadeira face de certas pessoas que se dizem cristãs. Cuidado com gente que vive colocando sua religião na cara dos outros, na maioria das vezes se trata de pessoas sórdidas. E é justamente o que vemos nesse filme. Os tais membros do conselho no fundo não querem a verdade dos fatos. Eles querem apenas a comprovação de suas crentices mais aburdas. E qualquer coisa que vá contra isso será combatido. São hipócritas! E não importa se a menina vai ou não morrer de fome, eles no fundo não ligam para ela, mas apenas para seus fanatismos. Nesse aspecto o filme realmente se supera, abrindo margem para muitas reflexões pessoais sobre as armadilhas (algumas delas fatais) colocadas dentro do pensamento religioso fanatizado. 

O Milagre (The Wonder, Reino Unido, Estados Unidos, 2022) Direção: Sebastián Lelio / Roteiro: Sebastián Lelio / Elenco: Florence Pugh, Tom Burke, Kíla Lord Cassidy / Sinopse: Uma menina passa a ser vista como santa em uma vila irlandesa após passar 11 dias sem comer nada. Uma comissão da vila contrata uma enfermeira para observar tudo, mas as coisas não saem exatamente como eles queriam. 

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de agosto de 2021

Midsommar: O Mal Não Espera a Noite

Um grupo de estudantes universitários dos Estados Unidos decide fazer uma viagem até a distante e fria Suécia para conhecer um grupo religioso. Essas pessoas vivem isoladas, no interior do país, cultivando um culto que tem bastante semelhanças com as antigas religiões pagãs do passado. Alguns dos estudantes querem escrever uma tese sobre essa religião diferente e exótica. No começo as coisas começam bem. Eles são bem recebidos e passam a conviver com a vida daquelas pessoas, cheias de dogmas e rituais simbólicos. Só que as coisas começam a ficar estranhas quando dois idosos são levados até o alto de uma colina durante um ritual. E eles pulam para a morte. A partir daí os estudantes percebem que há algo muito errado naquele lugar.

Fui assistir a esse filme sem esperar por grande coisa. Pensei que era apenas mais um filme de terror como tantos outros que estão por aí. Só que acabou me surpreendendo com a proposta do filme. O clima estranho percorre toda a história e um sentimento de desconforto logo se impõe. Esse roteiro discute de forma subliminar temas importantes como o fanatismo religioso, o simbolismo dos ritos religiosos e a importância que a morte e o sacrifício de seres humanos tinham nas antigas religiões da antiguidade. Um roteiro, ao meu ver, muito bem articulado. Diz muito, sem usar grandes diálogos ou coisas do tipo. A mensagem é mais mostrada através de imagens insanas e a trilha sonora cantada por aqueles fanáticos religiosos. Enfim, um filme realmente acima da média. Gostei bastante.

Midsommar: O Mal Não Espera a Noite (Midsommar, Estados Unidos, Suécia, 2019) Direção: Ari Aster / Roteiro: Ari Aster / Elenco: Florence Pugh, Jack Reynor, Vilhelm Blomgren / Sinopse: Um grupo de estudantes americanos viaja até a Suécia para estudar e conhecer uma comunidade isolada que segue uma estranha religião com vários elementos de paganismo antigo. Depois de algum tempo descobrem que entraram em uma situação de vida ou morte.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de março de 2020

Adoráveis Mulheres

Dos nove filmes que concorreram ao Oscar de Melhor Filme desse ano, esse era o último que faltava assistir em minha lista. É mais uma adaptação do famoso livro "Little Women" da escritora Louisa May Alcott. Nem preciso dizer que é um clássico absoluto da literatura. Já havia assistido a outras versões, inclusive ao bom filme feito nos anos 1990, mas devo dizer que realmente essa é a melhor adaptação já feita para o cinema. O roteiro é muito bem escrito, estruturado de uma forma que passado e presente convivem muito bem. E tudo é tão ágil que faz com que o filme se desenvolva de forma excepcional. Você nem perceberá as duas horas de duração do filme passando.

A história conta a vida de quatro jovens irmãs durante a guerra civil americana. Os homens foram para o campo de batalha, inclusive o pai das meninas. Elas então precisam sobreviver naqueles tempos duros, mas sem perder a graça e a felicidade da juventude que possuem. É um tempo para se tornarem mulheres felizes.

Cada uma delas tem sua própria personalidade, muito bem construída pelo roteiro. Jo (Saoirse Ronan) é a mais inteligente e sagaz. Ela quer ser escritora e começa a vender seus contos para um jornal local. Sua independência e forte personalidade a torna imune aos conceitos e caminhos que uma mulher da época precisava seguir. Ela não pensa em casamento e quer ter uma vida livre. Meg (Emma Watson) é a mais tradicional. Adora vestidos e bailes e planeja arranjar um bom casamento em seu futuro. É a mais bonita e promissora entre as irmãs. Amy (Florence Pugh) quer ser pintora. É uma garota bonita, também com personalidade explosiva. Para a tia é a única que pode se salvar, arranjando um casamento com um homem rico. Por fim há a tímida Beth (Eliza Scanlen), Pianista talentosa, terá o destino mais trágico entre as irmãs.

O filme, como não poderia deixar de ser, é uma delícia de se assistir. As jovens atrizes "duelam" entre si (no bom sentido, claro). Quem se sai melhor é justamente Saoirse Ronan. Eu já sabia que ela iria ofuscar suas colegas de elenco. Muito talentosa, já demonstrava que era excelente atriz quando era apenas uma garotinha de olhos grandes. Curiosamente Emma Watson não se destaca. Ela até pode ser uma celebridade e a mais famosa entre as garotas, mas aqui, no quesito puramente de atuação, ela fica até bem apagadinha. Ser celebridade e ser uma grande atriz são coisas diversas. Quem me surpreendeu foi a inglesa Florence Pugh. Dona de uma dicção perfeita (assista o filme legendado) ela tem as melhores cenas ao lado da grande Meryl Streep, que faz o papel de sua tia conservadora. Enfim, um filme realmente ótimo. Um dos melhores do ano. Aqui sim, tivemos uma indicação mais do que merecida.

Adoráveis Mulheres (Little Women, Estados Unidos, 2019) Direção: Greta Gerwig / Roteiro: Greta Gerwig, baseada no romance escrito por Louisa May Alcott / Elenco: Saoirse Ronan, Emma Watson, Florence Pugh, Eliza Scanlen, Laura Dern, Meryl Streep, Timothée Chalamet, Bob Odenkirk, Tracy Letts / Sinopse: Durante a guerra civil americana, quatro jovens vão tentando levar uma vida normal, dentro da medida do possível, tentando realizar seus sonhos, procurando o amor em suas vidas. Filme Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Figurino (Jacqueline Durran). Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Saoirse Ronan), Melhor Atriz Coadjuvante (Florence Pugh), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora Original (Alexandre Desplat).

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Lady Macbeth

Situação mais comum do que se pensa, apesar do filme se passar na era vitoriana. Homem mais velho, rico e rude, casa-se com jovem garota, pobre, que praticamente lhe foi vendida pelos próprios pais. Não existe amor envolvido, apenas um jogo de interesses sórdidos. Pois bem, a garota até tenta, no começo, satisfazer os estranhos desejos de seu novo marido, mas tudo vai por água abaixo. Ele viaja por longos períodos, a negligencia, não a trata com respeito e nem com dignidade. Viajando para longe,  deixa a jovem esposa em casa. Uma mulher no auge de sua jovialidade, sexualidade. Não é complicado entender o que vem a seguir. Logo ela está tendo um caso com um dos empregados da fazenda. Um conto sobre traição em tempos moralmente bem rígidos. O interessante desse roteiro é que desde o começo da história o espectador se solidariza com a jovem esposa. Afinal o marido é um tipo indigesto, absurdamente asqueroso. 

Só que conforme os acontecimentos vão se desenvolvendo (e eles são mórbidos, para se dizer o mínimo), vemos claramente que a protagonista Katherine não é uma heroína de folhetins românticos. Bem longe disso. Ela é de certa forma uma pessoa bem mais sórdida que seu próprio esposo, o que vai deixar muita gente surpresa. Essa personagem tão dúbia é interpretada pela atriz britânica Florence Pugh. Não a conhecia e gostei de seu trabalho. Há um certo olhar psicopata em sua frieza e modo de ser. Tudo acabou sendo muito bem captada por Pugh. Esse filme é mais uma produção da BBC e mostra que a produtora é certamente um porto seguro para quem gosta de boas produções embaladas por roteiros bem escritos e atuações mais sutis. O clima em geral aqui é bem mais gélido, como se fosse um retrato da própria Katherine, um tipo de mulher mal tratada pela vida que parece ter transformado a frase "O fim justifica os meios" em algum tipo de filosofia pessoal. Só não precisava ir tão longe em suas ambições.

Lady Macbeth (Inglaterra, 2016) Direção: William Oldroyd / Roteiro: Alice Birch, baseada na peça teatral "Lady Macbeth of Mtsensk" de Nikolai Leskov / Elenco: Florence Pugh, Cosmo Jarvis, Paul Hilton, Naomi Ackie / Sinopse: Durante a era vitoriana jovem esposa, casada sem amor com homem mais velho e rico, resolve ter um caso amoroso com um dos empregados de seu marido, causando uma série de acontecimentos trágicos. Filme indicado ao London Film Festival.

Pablo Aluísio.