quarta-feira, 6 de março de 2024
Ammonite
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
A Gaivota
Título Original: The Seagull
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: KGB Media, Mar-Key Pictures
Direção: Michael Mayer
Roteiro: Stephen Karam
Elenco: Annette Bening, Saoirse Ronan, Billy Howle, Brian Dennehy, Elisabeth Moss, Corey Stoll
Sinopse:
Baseado na peça escrita por Anton Chekhov, a história do filme "A Gaivota" se passa em 1904, na Rússia imperial. Irina (Annette Bening) é uma famosa atriz que decide passar o verão em sua bela casa de campo. Ao lado de familiares problemáticos, ela tenta superar os dramas de sua vida pessoal.
Comentários:
Em nenhum momento esse filme nega suas origens teatrais. E isso não é um problema, mas uma virtude. É um filme de diálogos e atuações. O elenco é muito bom. Além de Annette Bening temos ainda ótimos atores e atrizes em cena. Saoirse Ronan, em ótima atuação, interpreta a namorada do filho da atriz veterana Irina. O jovem é problemático, um suicida em potencial que não se encontra na vida. Isso faz com que a jovem logo se interesse pelo escritor Boris (Corey Stoll), um homem mais velho e bem sucedido na literatura, que também está na casa, passando o verão. Assim surge o primeiro conflito. Uma jovem camponesa, que sonha um dia se tornar atriz, se apaixonando por um escritor, bem na frente do namorado depressivo e da mãe dele. Elisabeth Moss interpreta uma prima que só se veste de preto, dizendo estar em luto por sua própria vida. Ela tem um amor não correspondido e também apresenta uma personalidade depressiva. O veterano Brian Dennehy, falecido em abril, está ótimo em um de seus últimos momentos no cinema. Enfim, um bom filme, marcado pelo excepcional elenco e por um texto teatral rico, que só aumenta ainda mais a qualidade cinematográfica do filme. A única crítica que teria a fazer seria a falta de uma abordagem política sobre a Rússia naquele período histórico. Não há uma linha de diálogo sequer falando sobre o contexto do que se passava no império russo naquele momento. E haveria muito a dizer sobre isso. No mais, tirando esse aspecto de lado, o filme é realmente muito bom, muito bem escrito e atuado.
Pablo Aluísio.
domingo, 11 de outubro de 2020
Atos que Desafiam a Morte
Título Original: Death Defying Acts
Ano de Produção: 2007
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Gillian Armstrong
Roteiro: Tony Grisoni, Brian Ward
Elenco: Catherine Zeta-Jones, Guy Pearce, Saoirse Ronan, Timothy Spall, Malcolm Shields, Ralph Riach
Sinopse:
Filme com roteiro parcialmente baseado em fatos históricos reais. Em uma turnê pela Grã-Bretanha em 1926, o famoso mágico Harry Houdini (Guy Pearce) acaba conhecendo uma bela vidente chamada Mary McGarvie (Catherine Zeta-Jones). Mal sabia ele que iria se apaixonar por ela.
Comentários:
Em determinado momento de sua vida o mágico Harry Houdini decidiu que iria desmascarar todos os charlatães e vigaristas que atuavam na Europa. Essas pessoas diziam falar com mortos, adivinhar o futuro, esse tipo de coisa. O roteiro desse filme mescla assim fatos históricos reais com mera ficção. Grande parte do romance que vemos no filme não passa de pura ficção, porém as cenas que reproduzem as apresentações de Houdini são bem fiéis aos acontecimentos históricos reais. Catherine Zeta-Jones era uma estrela de Hollywood quando o filme foi produzido, por essa razão grande parte do roteiro se concentra nela. Sua egotrip é bastante clara durante toda a duração dessa película. Nesse aspecto achei um deslize do roteiro, uma vez que obviamente o público estaria mais interessado na vida de Houdini que é o verdadeiro protagonista do filme. Infelizmente o ego de certos artistas muitas vezes atrapalha os filmes em si. De qualquer maneira é um filme bem interessante. Ainda mais ao sabermos que Houdini morreu justamente por caso de seus números impossíveis. Ele levou a mágica e o ilusionismo ao limite máximo, pagando inclusive com sua própria vida por essa ousadia.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
Com Amor, Van Gogh
E depois de sua morte o jovem filho de um agente postal decide entregar em mãos a última carta escrita por Van Gogh. O problema é que ela estava endereçada a seu irmão Theo, que também estava morto. Então o jovem vai até o último vilarejo onde o pintor viveu, para quem sabe encontrar alguém ali que merecesse receber a carta. E isso abre margem para que ele descubra como viveu seus últimos dias, onde passava as noites, como era visto pelos moradores da região. Dito como louco, Van Gogh havia até mesmo arrancado sua própria orelha para dar de presente a uma prostituta do lugar. Enfim, achei um ótimo filme. Sim, bem diferente em suas propostas visuais, mas mesmo assim um grande filme, belo ao extremo, tal como as imortais pinturas de Van Gogh.
Com Amor, Van Gogh (Loving Vincent, Estados Unidos, Inglaterra, Polônia, Suíça, Holanda, 2017) Direção: Dorota Kobiela, Hugh Welchman / Roteiro: Dorota Kobiela, Hugh Welchman / Elenco: Saoirse Ronan, Douglas Booth, Jerome Flynn, Robert Gulaczyk / Sinopse: O jovem filho de um carteiro vai até o último vilarejo onde viveu o pintor Van Gogh para entregar sua última carta. Uma vez lá conhece moradores do local que conheceram a conviveram com o artista. Filme indicado ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme de Animação.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 4 de março de 2020
Adoráveis Mulheres
A história conta a vida de quatro jovens irmãs durante a guerra civil americana. Os homens foram para o campo de batalha, inclusive o pai das meninas. Elas então precisam sobreviver naqueles tempos duros, mas sem perder a graça e a felicidade da juventude que possuem. É um tempo para se tornarem mulheres felizes.
Cada uma delas tem sua própria personalidade, muito bem construída pelo roteiro. Jo (Saoirse Ronan) é a mais inteligente e sagaz. Ela quer ser escritora e começa a vender seus contos para um jornal local. Sua independência e forte personalidade a torna imune aos conceitos e caminhos que uma mulher da época precisava seguir. Ela não pensa em casamento e quer ter uma vida livre. Meg (Emma Watson) é a mais tradicional. Adora vestidos e bailes e planeja arranjar um bom casamento em seu futuro. É a mais bonita e promissora entre as irmãs. Amy (Florence Pugh) quer ser pintora. É uma garota bonita, também com personalidade explosiva. Para a tia é a única que pode se salvar, arranjando um casamento com um homem rico. Por fim há a tímida Beth (Eliza Scanlen), Pianista talentosa, terá o destino mais trágico entre as irmãs.
O filme, como não poderia deixar de ser, é uma delícia de se assistir. As jovens atrizes "duelam" entre si (no bom sentido, claro). Quem se sai melhor é justamente Saoirse Ronan. Eu já sabia que ela iria ofuscar suas colegas de elenco. Muito talentosa, já demonstrava que era excelente atriz quando era apenas uma garotinha de olhos grandes. Curiosamente Emma Watson não se destaca. Ela até pode ser uma celebridade e a mais famosa entre as garotas, mas aqui, no quesito puramente de atuação, ela fica até bem apagadinha. Ser celebridade e ser uma grande atriz são coisas diversas. Quem me surpreendeu foi a inglesa Florence Pugh. Dona de uma dicção perfeita (assista o filme legendado) ela tem as melhores cenas ao lado da grande Meryl Streep, que faz o papel de sua tia conservadora. Enfim, um filme realmente ótimo. Um dos melhores do ano. Aqui sim, tivemos uma indicação mais do que merecida.
Adoráveis Mulheres (Little Women, Estados Unidos, 2019) Direção: Greta Gerwig / Roteiro: Greta Gerwig, baseada no romance escrito por Louisa May Alcott / Elenco: Saoirse Ronan, Emma Watson, Florence Pugh, Eliza Scanlen, Laura Dern, Meryl Streep, Timothée Chalamet, Bob Odenkirk, Tracy Letts / Sinopse: Durante a guerra civil americana, quatro jovens vão tentando levar uma vida normal, dentro da medida do possível, tentando realizar seus sonhos, procurando o amor em suas vidas. Filme Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Figurino (Jacqueline Durran). Indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Saoirse Ronan), Melhor Atriz Coadjuvante (Florence Pugh), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora Original (Alexandre Desplat).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 8 de março de 2019
Duas Rainhas
Mary tinha parentesco com Elizabeth. Elas eram primas. Mais importante do que isso, Mary era a primeira na linha de sucessão ao trono inglês caso algo acontecesse com Elizabeth. Isso acabava criando uma tensão entre as duas monarcas. O filme retrata esse aspecto, mas desde o começo foca muito mais em Mary Stuart e seus problemas na corte da Escócia, do que em Elizabeth e seu relacionamento com ela. Era um foco de tensão conviver com uma nobreza tão vil e traidora como aquela. Para piorar ainda mais esse quadro, Mary teve um filho que também estaria na linha de sucessão do trono inglês. Ao mesmo tempo Elizabeth não conseguia gerar herdeiros para a dinastia Tudor ao qual pertencia (ela era filha de Ana Bolena e Henrique VIII).
O filme em si é bem interessante, conta sua história até mesmo de forma didática. As questões históricas são colocadas na mesa sem muita cerimônia. A produção também é boa, mas nada espetacular, como se poderia esperar de um filme sobre duas rainhas poderosas. O único problema do roteiro é que ele precisou compilar em pouco mais de duas horas de filme uma história que durou mais de trinta anos. Para se ter uma ideia disso basta citar o exemplo de quando Mary Stuart finalmente cai nas mãos de Elizabeth. No filme parece que sua execução se deu em poucos dias. Na verdade durou 18 anos! Houve um longo julgamento (ignorado no filme) e depois se passou muitos anos até que ela fosse executada. Assim as coisas ficam meio atropeladas. Mesmo assim ainda é um bom filme. O conselho final porém para quem gostou da história em si é ir atrás de livros sobre as monarcas, onde aí sim o leitor poderá ter uma ideia muito mais ampla do que realmente aconteceu.
Duas Rainhas (Mary Queen of Scots, Inglaterra, Estados Unidos, 2018) Direção: Josie Rourke / Roteiro: Beau Willimon, baseado no livro histórico "Queen of Scots: The True Life of Mary Stuart" / Elenco: Saoirse Ronan, Margot Robbie, Jack Lowden, Andrew Rothney / Sinopse: O filme conta a história do complicado relacionamento político e pessoal entre as rainhas Mary Stuart da Escócia (Saoirse Ronan) e Elizabeth I da Inglaterra (Margot Robbie). Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Maquiagem e Melhor Figurino. Também indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Margot Robbie), Melhor Maquiagem e Melhor Figurino.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
On Chesil Beach
Há uma diferença de origens entre o casal. Enquanto ela vem de uma família bem estruturada, ele sofre com a mãe, que tem problemas mentais. Jovens e inexperientes vão acabar pagando um alto preço por se casarem tão jovens. O final do filme aliás pode vir a decepcionar o público, principalmente aquele mais romântico que adora finais felizes. Se há´uma lição a se aprender com essa história é a de que pessoas jovens não deveriam se casar precocemente. Há muito em jogo e nem sempre maturidade para se lidar com os problemas que vão surgindo. Quando não existe experiência de vida tudo pode acabar por um gesto impensado ou uma atitude impulsiva. Por isso acabei gostando bastante do filme. Não apenas pela presença sempre cativante e carismática da atriz Saoirse Ronan, mas também e principalmente pela preciosa mensagem que ele passa.
On Chesil Beach (Inglaterra, 2017) Direção: Dominic Cooke / Roteiro: Ian McEwan / Elenco: Saoirse Ronan, Billy Howle, Emily Watson, Andy Burse / Sinopse: O ano é 1961, na Inglaterra. Edward (Billy Howle) e Florence (Saoirse Ronan) são jovens. Eles se conhecem, se apaixonam e decidem se casar. Ela tem sonhos de ser uma música de palco, se apresentando com seu quarteto clássico. Ele se forma em história, para quem sabe se tornar um professor. São apaixonados, mas imaturos para lidar com problemas de um relacionamento adulto.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
Lady Bird
Ela mora em uma pequena cidade da Califórnia chamada Sacramento. O lugar, em sua opinião, é muito sem graça. Por isso seu sonho e ir um dia embora para Nova Iorque. A família tem seus problemas. O pai está desempregado, o irmão mais velho, apesar de ser formado em uma ótima universidade, também não consegue um emprego, vivendo como caixa de supermercado. A mãe enfermeira segura a barra e faz de tudo para pagar uma boa escola católica para a filha, mas Lady Bird não parece muito interessada nos estudos. Ela está naquela fase da vida em que não sabe ainda o que quer, mas já sabe que uma das coisas que ela não deseja de jeito nenhum é ficar em Sacramento pelo resto de sua vida.
O nome "Lady Bird" aliás já diz muito. Ela quer ser livre, ir embora, como se fosse um passarinho. A oportunidade chega quando ela termina o High School. Sua chance de ir embora é ser aceita por alguma universidade, de preferência em Nova Iorque, a cidade de seus sonhos. O roteiro assim explora a vida dessa jovem comum, mostrando essa fase de transição em sua vida. Uma das melhores coisas dessa história é mostrar o dia a dia de uma estudante de escola católica. As amizades, verdadeiras e falsas, as primeiras decepções amorosas e a incerteza sobre o futuro. Tudo muito humano e bem conduzido. O filme é muito bacana por mostrar a vida de uma menina, quase mulher, que certamente vai causar identificação em muita gente. É um filme realmente muito bom, acima da média. Está mais do que recomendado para quem gosta de filmes que conseguem mostrar a beleza que existe na vida comum de cada um.
Lady Bird: É Hora de Voar (Lady Bird, Estados Unidos, 2017) Direção: Greta Gerwig / Roteiro: Greta Gerwig / Elenco: Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts, Lucas Hedges / Sinopse: Christine 'Lady Bird' McPherson (Saoirse Ronan) é uma estudante de escola católica que está em seu último ano antes de ir para uma universidade. Uma época de muitas descobertas em sua vida, a primeira grande paixão, as amizades e a vida na pequena Sacramento. Seu sonho é um dia ir embora para Nova Iorque. Sua maior chance disso acontecer é ser aceita em uma das universidades da cidade.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Brooklyn
Sua personagem é maravilhosa porque no final das contas é uma pessoa comum. De família humilde ela percebe que provavelmente morrerá trabalhando no mesmo empreguinho de sempre na sua pequena cidade na Irlanda. Por isso toma a corajosa decisão de cruzar o Atlântico, indo morar no bairro Nova Iorquino do Brooklyn. Logo arranja emprego numa loja de departamento, conhece um jovem trabalhador italiano, honesto e de boa índole, e se matricula em um curso noturno. Em poucas palavras, começa a lutar por uma vida melhor. Gostei bastante desse filme e não poderia deixar de recomendar ao todos. Brooklyn é uma ótima pedida para o fim de semana.
Brooklyn (Brooklyn, 2015) Direção: John Crowley - Direção de fotografia: Yves Bélanger - Estúdio: Wildgaze Films, Parallel Film Productions - País: Inglaterra, Canadá, Irlanda - Roteiro: Nick Hornby, baseado no livro de Colm Tóibín - Elenco: Saoirse Ronan, Emory Cohen, Domhnall Gleeson - Sinopse: A história de uma garota, seus sonhos e amores.
Pablo Aluísio.
sábado, 30 de abril de 2016
Brooklyn
Título Original: Brooklyn
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra, Canadá, Irlanda
Estúdio: BBC Films
Direção: John Crowley
Roteiro: Nick Hornby, baseado no romance de Colm Tóibín
Elenco: Saoirse Ronan, Emory Cohen, Domhnall Gleeson, Fiona Glascott
Sinopse:
Durante a década de 1950, uma jovem irlandesa chamada Eilis (Saoirse Ronan) decide emigrar para os Estados Unidos. Com documentos e ajuda de seu padre ela segue viagem rumo a Nova Iorque. Deixa sua mãe e sua irmã na Irlanda em busca de trabalho e um novo recomeço na vida. Na grande cidade americana vai morar no bairro do Brooklyn, onde finalmente as coisas começam a dar certo em sua vida. Ela arranja emprego numa loja de departamentos, começa a estudar no período da noite para se formar em contabilidade e de quebra conhece um rapaz italiano que poderá se tornar o homem de sua vida. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Saoirse Ronan) e Melhor Roteiro Adaptado (Nick Hornby). Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Drama (Saoirse Ronan). Vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Britânico.
Comentários:
Mais um excelente filme inglês contando a história de uma jovem mulher irlandesa que emigra para a América em busca do sonho americano. Na Irlanda seus horizontes são limitados. No máximo ela conseguiria um pequeno emprego em lojas comerciais locais. Por isso, sem maiores perspectivas de vida, ela resolve seguir o caminho de milhares de compatriotas que resolveram trocar a Irlanda natal pelas oportunidades de vida nos Estados Unidos. Ela vai sozinha, apenas com o apoio de um padre em Nova Iorque que lhe promete ajudar na nova cidade. Para sua sorte arranja um emprego e começa a caminhar no rumo certo. Ela se matricula em uma escola noturna e finalmente os horizontes começam a se abrir. O mais importante desse roteiro é que ele constrói um excelente filme em torno de um enredo aparentemente bem simples, tendo como protagonista uma pessoa normal. Com isso certamente criou uma identidade muito grande com aqueles que fizeram o mesmo que a personagem principal, saíram de seus países em busca de uma nova vida. A comunidade irlandesa de Nova Iorque é obviamente a mais celebrada no enredo nesse aspecto, mas bem poderia ser os italianos, latinos, etc. As etnias e nacionalidades são diferentes, mas os sonhos sempre são os mesmos.
Pablo Aluísio.
sábado, 9 de março de 2013
Desejo e Reparação
“Desejo e Reparação” é uma ótima adaptação do best seller “Reparação” escrito pelo autor Ian McEwan. O texto procura desvendar as grandes e pequenas hipocrisias que geralmente se formam em sociedades de castas como a inglesa. A justiça e a lei tratam de forma diversa o acusado conforme sua origem, sua casta de nascimento. Aos ricos e bem nascidos a lei disponibiliza todas as benesses existentes, aos pobres e membros das castas inferiores só resta a dura repressão legal. Assim que é acusado o jovem Robbie é imediatamente encarcerado sem direito a apelação. A palavra da garota rica vale como verdade absoluta embora fique longe de ser. Joe Wright, o diretor, já havia mostrado boa sensibilidade em temas assim com o excelente “Orgulho e Preconceito” em 2006 e volta a mostrar habilidade aqui. Ele prioriza o poder da sugestão, nunca caindo no lugar comum ou na vulgaridade. Também mostra grande talento na direção de atores arrancando ótimas atuações, principalmente do trio principal que consegue manter o interesse do espectador do começo ao fim do filme. A sofisticação e elegância arrancaram elogias da crítica mundo afora e “Desejo e Reparação” logo ganhou status de grande arte. A produção foi indicada a sete prêmios da Academia, entre eles melhor Filme, melhor atriz coadjuvante (Saoirse Ronan), melhor fotografia (Seamus McGarvey) e melhor roteiro adaptado (escrito por Christopher Hampton e baseado no livro de Ian McEwan). Acabou vencendo apenas o Oscar de melhor trilha sonora (Dario Marianelli). Já no Globo de Ouro se saiu melhor sendo premiado como Melhor Filme Dramático do ano. Prêmio mais do que merecido.
Desejo e Reparação (Atonement, Estados Unidos, 2007) Direção: Joe Wright / Roteiro: Christopher Hampton / Elenco: Keira Knightley, James McAvoy, Romola Garai, Saoirse Ronan, Brenda Blethyn, Vanessa Redgrave, Juno Temple / Sinopse: Garota de família rica acusa jovem filho da governanta de ter cometido um estupro o que o coloca em uma situação extremamente delicada, mesmo sendo inocente das acusações.
Pablo Aluísio.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Um Olhar do Paraíso
A parte negativa surge em determinadas atuações. O elenco é irregular. Ao lado da ótima atuação de Stanley Tucci temos que aguentar Mark Wahlberg, péssimo como sempre. A garota Saoirse Ronan é talentosa e tem futuro. Já tinha gostado dela em "Desejo e Reparação" e agora seu talento se confirma. Dona de um olhar muito marcante ela se sobressai e consegue carregar uma produção desse porte sem se intimidar. Para minha total surpresa temos uma surpreendente fraca atuação de Rachel Weisz (e olha que considero ela uma boa atriz). Aqui surge sem inspiração e envolvimento. Quem acaba salvando o filme é realmente Susan Sarandon. Com boa postura e trabalho elegante ela mostra porque é considerada uma das grandes profissionais do cinema americano. Talvez o filme soasse melhor se não tivesse uma duração tão longa. Ela me pareceu excessiva. Além disso os efeitos digitais muitas vezes perdem o foco do enredo apenas para deixar impressionado o público. Um pouco mais de inibição nesse ponto cairia bem. Apesar de todas essas observações não deixarei de recomendar essa obra. O título original, que pode ser traduzido como “ossos queridos”, se refere aos restos mortais da jovem garota que seguem desaparecidos. Assim, em conclusão digo que é aquele tipo de filme que você deve procurar assistir pelo menos uma vez na vida.
Um Olhar do Paraíso (The Lovely Bones, Estados Unidos, 2009) Direção: Peter Jackson / Roteiro: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson / Elenco: Saoirse Ronan, Mark Wahlberg, Rachel Weisz, Susan Sarandon, Stanley Tucci. / Sinopse: Susie Salmon (Saoirse Ronan) é uma jovem garota de apenas 14 anos que é assassinada de forma brutal por um vizinho, um serial killer que se faz passar por um pacato e simples cidadão em seu bairro. Narrado em primeira pessoa a garota acaba narrando tudo o que lhe aconteceu e os efeitos de sua morte na existência de todos que viveram e a amaram em vida. Indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Stanley Tucci).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Hanna
A melhor coisa desse filme é a presença das boas atrizes Saoirse Ronan e Cate Blanchett. A Ronan faz o papel de Hanna. É uma jovem atriz bem talentosa que já tnha me chamado a atenção desde que a vi pela primeira vez em "Desejo e Reparação". Depois disso ela ainda fez bons filmes como "Um Olhar no Paraíso". É muito promissora e sempre mostra boa presença e carisma. Já Cate Blanchett repete de certa forma o mesmo papel de espiã do mal que havia feito em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal". Até o modelito do cabelo é igual. Mesmo assim por sua bela presença em cena consegue deixar o espectador interessado, se o roteiro fosse melhor provavelmente teria brilhado mais. "Hanna" é isso, um thriller de ação nada original mas que pode ser um passatempo sem maiores compromissos se você não exigir muito. No final das contas o que mais me deixou admirado aqui foi saber que um diretor tão cult como Joe Wright (dos filmes "Desejo e Reparação" e "Orgulho e Preconceito") acabou dirigindo uma fitinha de ação como essa! Estará ele atrás do sucesso em Hollywood a qualquer preço? Quem sabe...
Hanna (Hanna, Estados Unidos, 2011) Direção de Joe Wright / Roteiro: Seth Lochhead, David Farr / Elenco: Saoirse Ronan, Cate Blanchett, Eric Bana / Sinopse: Jovem criada em uma floresta distante de nome Hanna (Saoirse Ronan) descobre que na verdade faz parte de um projeto ultra segredo do governo para a criação de super soldados do futuro.
Pablo Aluísio.