segunda-feira, 14 de maio de 2018

O Alienista

Achei apenas interessante. Obviamente não há como julgar apenas por um episódio, até porque é apenas o primeiro episódio, porém minha impressão inicial foi justamente essa. O cenário é uma Nova Iorque que parece a Londres dos tempos de Jack, o Estripador, com suas ruas cheias de miséria, muito nevoeiro e corpos esquartejados! Pois é, apesar de Jack ter sido um assassino inglês, aqui os roteiristas deram um jeito de transferir esse mundo de crimes horrendos para Nova Iorque. O protagonista é um especialista em mentes doentias, que naquela época se denominava alienista. Não havia ainda um ciência da criminologia e nem da medicina forense para estudar a mente dos assassinos em série. Era tudo muito novo e inexplorado. Os policiais simplesmente iam até o lugar do crime e procuravam por pistas deixadas no lugar da morte. Só isso. Não estavam ainda preparados para entrarem nas mentes dos criminosos.

No caso desse primeiro episódio temos a morte de um garoto, um menino que era explorado por gigolôs para ser abusado sexualmente por pedófilos ricos. Barra pesada. Pois bem, o corpo do menino está esquartejado, no alto de uma construção, com órgãos dilacerados e outros faltando, pois foram retirados de seu corpo. ADakota Fanning tem também uma personagem bem central, a primeira mulher a trabalhar no departamento de polícia da cidade. No começo ela não vai muito com a cara do alienista, mas depois topa ajudá-lo nas investigações, nem que seja para aprender mais essa nova arte de investigação que nascia justamente naquela época. No quadro geral ainda é cedo para dizer se a série é realmente boa, afinal só vi o primeiro episódio. Porém uma coisa posso garantir: tem uma excelente produção, com roteiro bem escrito e reconstituição histórica de primeira. Já é um bom começo. Vou assistir mais alguns episódios para ver se tomo gosto pela série.

The Alienist (Estados Unidos, 2018) Direção: Jakob Verbruggen / Roteiro: Hossein Amini, baseado no livro escrito por Caleb Carr / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty / Sinopse: Primeiro episódio da nova série "The Alienist", intitulado de "The Boy on the Bridge". No enredo um garoto é encontrado morto no alto de uma construção em Nova Iorque. Ele foi assassinado com requintes de crueldade. Para descobrir a identidade do assassino entra em cena o psiquiatra Laszlo Kreizler (Daniel Brühl) que vai procurar entender a mente do psicopata que cometeu o crime.

Episódios Comentados: 

The Alienist 1.03 - Silver Smile  
Na época em que essa série se passa havia um termo chamado "Alienista" para designar os médicos que cuidavam dos doentes mentais. Esses eram conhecidos como alienados, da expressão "alienados de si mesmos". Pois bem, essa série segue em frente. Depois de uma longa pausa recomecei a assistir.  O mote principal segue sendo a morte de vários jovens, adolescentes, garotos de programas que se vestem de mulheres para atender clientes ricos e influentes dentro da sociedade de Nova Iorque (obviamente todos homossexuais e pedófilos). É a velha hipocrisia, gente da alta classe que desce até a sarjeta para satisfazer seus desejos mais impublicáveis. Essa série tem uma direção de arte muito boa, valorizada pelos figurinos de época e o clima meio sufocante da virada do fim do século XIX para o nascimento do século XX. Entre o elenco eu destaco a presença de Dakota Fanning. Não tão bonita como sua irmã mais jovem, a Elle, ela mantém o interesse, até porque sua personagem é uma mulher daquele tempo que tenta ter uma profissão (um escândalo) e mais escandaloso do que isso na polícia, no setor de investigação de homicídios. Por fim no roteiro desse episódio temos a exposição de como homens ricos e poderosos na sociedade manipulavam até mesmo a polícia para manter tudo devidamente debaixo dos panos. É a velha hipocrisia reinando, ontem, hoje e pelo visto, sempre. / The Alienist 1.03 - Silver Smile (Estados Unidos, 2018) Direção: Jakob Verbruggen / Roteiro: by), Gina Gionfriddo, baseada no livro escrito por Caleb Carr / Elenco: Dakota Fanning, Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.04 - These Bloody Thoughts
Aos poucos os investigadores vão chegando perto do assassino pedófilo que está agindo na cidade. Algumas características dele já ficam claras. Ele tem dentes prateados. É conhecido entre os menores que contrata para fazer sexo como "O Santo". É um sujeito de classe, se veste bem e é considerado um cliente simpático. Só que por parte de tudo isso se esconde um serial killer perigoso que mata jovens. Ele então decide desafiar os policiais e manda uma carta para o departamento de investigação. Suprema ousadia. Nela ele desafia os investigadores e revelam mais alguns detalhes escabrosos, entre eles o de que ele gosta de canibalismo humano! Com isso o seu lado psicopata fica mais do que bem evidenciado. / The Alienist 1.04 - These Bloody Thoughts (Estados Unidos, 2018) Direção: James Hawes / Roteiro: Caleb Carr, Gina Gionfriddo / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.05 - Hildebrandt's Starling
Conforme as investigações avançam os policiais finalmente chegam em um suspeito. Ele tem várias características que tinham sido descritas por testemunhas. Uma delas seus dentes, azuis! O problema é que o suspeito é filho de uma rica e tradicional família da cidade. Algo que deixa o comissário de polícia preocupado. Pior do que isso, ele sofre todos os tipos de pressões para abafar o caso. Até o prefeito parece estar envolvido nesse jogo de esconder tudo da opinião pública. Só há um problema. O alienista acredita que o suspeito não é o verdadeiro assassino. Que esse teria sido um garoto pobre que foi abusado sexualmente na infância e que por isso, agora, já adulto, procurava por uma espécie de vingança tardia pelos crimes que havia sofrido. Uma tese no mínimo interessante. / The Alienist 1.05 - Hildebrandt's Starling (Estados Unidos, 2018) Direção: James Hawes / Roteiro: Caleb Carr, Gina Gionfriddo / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.07 - Many Sainted Men  
O serial killer, o assassino, não era quem todos estavam pensando. Na realidade uma pequena pista muda o rumo das investigações. Depois de sete jovens mortos se descobre que a última vítima teve o escalpo arrancado pelo criminoso. Ora, arrancar escalpos era algo comum no velho oeste, na guerra contra os nativos. Conforme as investigações avançam eles descobrem o nome de um homem que foi soldado, do exército, e lutou nas batalhas do oeste selvagem. E ele ficou insano depois que retornou. O perfil ideal de um assassino em série. Agora resta achar esse homem de todas as formas. / The Alienist 1.07 - Many Sainted Men (Estados Unidos, 2018) Direção: Paco Cabezas / Roteiro: John Sayles / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.08 - Psychopathia Sexualis
A pista que surgiu foi importante. O serial killer tirava o escalpo de suas vítimas. Isso levou a investigação para outro rumo. O alienista parte então para uma pequena cidade do interior do oeste, onde seu suspeito poderia estar morando. Ele foi veterano do exército, participou das guerras contra os nativos. Provavelmente exposto a cenas horríveis de morte e tortura, acabou enlouquecendo. Nesse episódio os dois investigadores vão parar numa velha fazenda. Lá encontram um parente do suspeito, seu filho. Ele já estaria morto, após um crime envolvendo uma criança. Pelo visto o tal sujeito era também um pedófilo perigoso. Na parte final do episodio a carruagem dos dois é atacada a tiros. Os cavalos se assustam e eles caem ponte abaixo. Pelo visto há mais alguém que tenta encobrir os crimes que aconteceram. / The Alienist 1.08 - Psychopathia Sexualis (Estados Unidos, 2018) Direção: David Petrarca / Roteiro: Caleb Carr, John Sayles / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty. 

The Alienist 1.09 - Requiem
A série vai ficando mais interessante em seus episódios finais. Aqui finalmente chegamos muito próximo do serial killer verdadeiro. Grande parte dos suspeitos dessa primeira temporada não se revelaram críveis. Quem acabou despertando a maior suspeita dos investigadores foi um chamado John Beecham, um sujeito esquisito, com deformação facial que chegou a trabalhar no censo de Nova Iorque, mas depois que foi demitido sumiu nas vielas e ruelas da cidade em seus bairros mais miseráveis. No final desse episódio ele ataca um jovem na piscina pública. Estripa o rapaz, enquanto outro corre com pavor para um dos armários onde se esconde. É véspera de feriado, dia de santo católico, onde ele geralmente faz suas vítimas. O episódio foi tão bom que me animou agora a ver o último episódio com maior interesse. / The Alienist 1.09 - Requiem (Estados Unidos, 2018) Direção: Jamie Payne / Roteiro: Caleb Carr / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty. 

The Alienist 1.10 - Castle in the Sky
Episódio final dessa temporada. Aqui o assassino é localizado na rede de esgotos subterrânea da cidade de Nova Iorque. Ele levou um garoto até lá, o mesmo que encontrou escondido dentro do armário na piscina pública. Acaba sendo descoberto e baleado em suas costas nuas. Um final justo para um serial killer como ele. E assim se encerra a temporada, com o alienista Laszlo Kreizler dissecando o cérebro do assassino para ver se havia algo de diferente em sua anatomia. Não havia. Era um cérebro perfeitamente normal e sadio. Então como justificar as mortes dos jovens garotos? Não há respostas definitivas. Essa série, agora concluindo minha análise, tem ótima produção, reconstituição perfeita de época e um elenco muito bom. Porém ao mesmo tempo alguns episódios soaram bem arrastados, com excesso de personagens secundários que no final da trama não fizeram diferença nenhuma. Eu não desgostei da série, mas ao mesmo tempo ela não me animou, não me empolgou. Alguns episódios foram bem cansativos. Terminada a primeira temporada sinceramente não me animo muito para ver a segunda. Provavelmente irei parar por aqui mesmo. Está de bom tamanho. / The Alienist 1.10 - Castle in the Sky (Estados Unidos, 2018) Direção: Jamie Payne / Roteiro: Caleb Carr, Cary Joji Fukunaga / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty, Dakota Fanning.

Pablo Aluísio. 

Maria Antonieta

Atualmente estou lendo a biografia de Maria Antonieta escrita pelo autor Stefan Zweig. Pegando embalo na leitura tenho visto alguns filmes sobre a rainha francesa. Assim já conferi (e publiquei resenhas) sobre os filmes "Maria Antonieta", produção franco-canadense de 2006 e "Adeus, Minha Rainha" de 2012. Nenhum dos dois filmes são particularmente maravilhosos ou especiais, mas cada um, ao seu modo, resgata aspectos interessantes da última rainha da França. A história dela, por si mesma, já é muito interessante. Ela era uma das filhas caçulas da imperatriz austríaca Maria Thereza. Tentando manter um estado de paz com a França, depois de anos de guerras sangrentas, ela acabou arranjando um casamento entre Maria Antonieta e o futuro rei da França, Luís XVI.

Eles eram apenas adolescentes quando isso aconteceu (Maria Antonieta tinha apenas 14 anos de idade) e por essa razão o casamento arranjado, pelo menos em seus primeiros anos, foi um desastre completo. Depois houve o problema de Estado (sim, de Estado!) quando o rei não conseguiu consumar seu casamento. Ele não conseguia ter relações sexuais com ela. Ter um filho era imperativo para continuar a monarquia. Só depois de sete anos de tentativas frustradas é que finalmente nasceu um herdeiro para o trono. A vida de Maria Antonieta foi trágica porque ela, como todos sabemos, foi guilhotinada pelos radicais da Revolução Francesa. Sua vida glamorosa e cheia de excessos (ela foi considerada a primeira "fashionista" da história) causou uma revolta entre o povo francês, que na época, estava passando fome, em completa miséria. A rainha também tinha cabecinha de vento, não se importava com os assuntos do reino, procurando apenas se inteirar da última moda, para a criação de vestidos e roupas cada vez mais extravagantes. Daqui alguns dias pretendo rever a mais recente versão sobre a história de Maria Antonieta, um filme que já assisti, mas que agora pretendo rever com olhos mais críticos e atentos.

Maria Antonieta (Marie Antoinette, Estados Unidos, 2006) Direção: Sofia Coppola / Roteiro: Sofia Coppola / Elenco: Kirsten Dunst, Jason Schwartzman, Rip Torn / Sinopse: Em uma visão moderna o filme conta a história da rainha da França Maria Antonieta, a diva da moda de sua época, executada pela Revolução Francesa.  Filme vencedor do Oscar na categoria de melhor figurino.

Pablo Aluísio.

domingo, 13 de maio de 2018

Pantera Negra

A Marvel jamais imaginaria que esse filme iria fazer tanto sucesso! Pois é, em números atuais a versão cinematográfica do Pantera Negra já faturou mais de 1 bilhão de dólares em todo o mundo! Um número realmente espetacular sob qualquer ponto de vista. E pensar que esse filme quase não foi feito porque os produtores achavam que o Pantera Negra era um personagem muito secundário no mundo dos quadrinhos. Os executivos acreditavam que ele nem teria fãs para recuperar o investimento nas salas de cinema. Não seria melhor procurar por outro personagem com um pouquinho mais de fama?  De fato ele nunca foi do time de ponta da editora, inclusive não tendo nem publicação própria - algo que certamente mudará daqui em diante com o sucesso do filme nas bilheterias.

Deixando de lado o aspecto puramente comercial do filme, temos aqui mais um bom filme com o selo Marvel de qualidade. É curioso que um personagem que sempre foi relegado nos quadrinhos tenha um universo tão amplo e desenvolvido a ponto de ter material para os roteiristas trabalharem bem, não apenas na realização de um primeiro filme, mas de todo uma nova franquia cinematográfica que irá surgir nos próximos anos. Esse aspecto deu origem a um bom roteiro, que abre e fecha muito bem o enredo, mesclando passado e presente com criatividade e inteligência. Além do mais o estúdio teve a oportunidade de desenvolver uma direção de arte baseada na cultura africana, com todas as suas cores fortes e artesanato nativo, trazendo um visual todo próprio ao filme. Em suma, é um dos melhores trabalhos da Marvel no cinema. Só espero que o estúdio mantenha o mesmo nível daqui em diante. Nada de saturar ou banalizar essa nova franquia que nasce. Assim torcemos pelo melhor nos próximos filmes.

Pantera Negra (Black Panther, Estados Unidos, 2018) Direção: Ryan Coogler / Roteiro: Ryan Coogler, Joe Robert Cole / Elenco: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong'o / Sinopse: Após a morte de seu velho pai, T'Challa (Chadwick Boseman) se torna o herdeiro do manto do Pantera Negra. Também se torna o sucessor do trono, se tornando rei de Wakanda. Antes disso porém precisa provar seu valor como homem e como guerreiro, enfrentando um novo desafio, seu próprio primo que, abandonado nos Estados Unidos muitos anos atrás, retorna para reclamar seu direito ao trono de sua nação.

Pablo Aluísio.

Pantera Negra - Curiosidades

Pantera Negra - Curiosidades
1. O personagem do Pantera Negra foi criado pela dupla Stan Lee e Jack Kirby em 1966. Lee criou o conceito e os roteiros das primeiras estórias. Kirby desenhou o personagem, usando sua própria criatividade. A primeira vez que o Pantera Negra foi publicado foi numa revista do Quarteto Fantástico intitulada "The Fantastic Four #52" em julho de 1966.

2. O filme custou 200 milhões de dólares - uma produção cara. A Marvel estava porém jogando com expectativas de lucro mais baixas. Para o estúdio o filme seria um grande sucesso se recuperasse duas vezes seu orçamento nas bilheterias. Todos foram surpreendidos quando "Pantera Negra" rompeu a barreira do 1 bilhão de dólares em caixa. Um resultado comercial espetacular.

3. O filme conta com um elenco secundário (coadjuvante) todo contratado entre as grandes escolas de atuação dos Estados Unidos, em especial da universidade de Yale. Os produtores fizeram testes por quase todo o país, focando obviamente em profissionais negros para atuarem nos demais personagens do filme.A iniciativa foi aplaudida pela imprensa dos Estados Unidos.

4. O Pantera Negra surgiu quando Stan Lee tomou conhecimento dos movimentos sociais em prol da luta dos negros americanos por seus direitos civis, durante a década de 1960. Um dos grupos mais famosos era chamado justamente de Panteras Negras. Um dos símbolos desse grupo era o punho cerrado levantado. Gesto que foi repetido por atletas negros americanos em pódios nas Olimpíadas.

5. Para um filme com grande orçamento, "Pantera Negra" surpreendeu por contar com apenas dois roteiristas, Joe Robert Cole e o próprio diretor Ryan Coogler. O normal é filmes com esse tipo de produção contar com equipes de roteiristas, em números que variam de oito até doze profissionais. O diretor decidiu que isso não aconteceria em seu filme, para que o roteiro se mostrasse mais coeso, sem problemas de narração e desenvolvimento do enredo.

Pablo Aluísio. 

sábado, 12 de maio de 2018

Todo o Dinheiro do Mundo

Um filme que tem pouco a ver com o restante da filmografia assinada por Ridley Scott. Provavelmente seja o seu filme mais diferente, o que não quer dizer que figure entre os melhores. É um filme sobre o sequestro do neto de um bilionário americano chamado J. Paul Getty (Christopher Plummer). O rapaz passa férias em Roma quando é cercado por criminosos que o levam para dentro de uma velha Kombi. De lá ele é levado para o cativeiro. Em pouco tempo os sequestradores entram em contato com sua mãe pedindo 17 milhões de dólares de resgate. O problema é que ela não tem dinheiro. O avô que é magnata do ramo de petróleo não se dá bem com ela e nem com o marido, seu filho, por coisas que aconteceram no passado. Ai entra o pior de tudo: o velho é um sujeito duro, quase desalmado, que ama mais suas obras de arte e mansões do que seus parentes de sangue. Ele não está nem um pouco disposto a pagar resgate. E agora, o que pode acontecer com o jovem? Provavelmente será executado.

No geral é um filme frio. O único sinal de maior emoção vem da atriz Michelle Williams que interpreta a sofrida mãe do garoto sequestrado. Mais um papel de coitadinha em lágrima de Michelle! Desde que o marido dela, o ator Heath Ledger, morreu de uma overdose de drogas em 2008, os estúdios não sabem oferecer outro tipo de papel para a loira. Uma pena porque é boa atriz. Já em termos de atuação acontece o esperado. O filme é completamente roubado nesse quesito pelo veterano Christopher Plummer. Seu bilionário é um sujeito mais do que frio, é gélido, embora tente passar uma imagem simpática. O típico ricaço materialista que não está se importando em conservar muitos valores humanos. Enquanto o neto está sendo torturado em um cativeiro pelos sequestradores, que inclusive arrancam uma de suas orelhas para enviar pelo correio, o velho bilionário está se deliciando em comprar mais uma obra de arte da renascença! Essa inspirada interpretação valeu a Christopher Plummer mais uma indicação ao Oscar. Com 88 anos de idade ele acabou entrando para o Guiness Book como o ator mais velho a concorrer ao maior prêmio do cinema! Um reconhecimento merecido por seu trabalho de atuação nessa película.

Todo o Dinheiro do Mundo (All the Money in the World, Estados Unidos, Itália, 2017) Direção: Ridley Scott / Roteiro: David Scarpa, baseado no livro escrito por John Pearson / Elenco: Christopher Plummer, Michelle Williams, Mark Wahlberg, Romain Duris, Timothy Hutton, Charlie Plummer / Sinopse: John Paul Getty III (Charlie Plummer), o neto de um magnata do petróleo americano, é sequestrado em Roma. Os criminosos passam a exigir 17 milhões de dólares por sua vida, mas o velho bilionário não parece muito empenhado em pagar o resgate. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Christopher Plummer). Igualmente indicado na mesma categoria no Globo de Ouro, além de ser indicado também nas categorias de Melhor Atriz (Michelle Williams) e Melhor Direção (Ridley Scott).

Pablo Aluísio.

Terminal

Título no Brasil: Terminal
Título Original: Terminal
Ano de Produção: 2018
País: Inglaterra, Irlanda
Estúdio: Highland Film Group (HFG)
Direção: Vaughn Stein
Roteiro: Vaughn Stein
Elenco: Margot Robbie, Mike Myers, Simon Pegg, Dexter Fletcher, Katarina Cas, Max Irons

Sinopse:
Em uma estação de trem, completamente vazia na madrugada, uma série de personagens desfilam pela tela, entre elas a garçonete Annie (Margot Robbie), o zelador do período noturno Clinton (Mike Myers) e dois assassinos profissionais, um contratado para eliminar o outro, embora eles sigam mantendo as aparências, como se fossem uma dupla de amigos.

Comentários:
O cinema inglês tem tradição em filmes de humor negro. Esse aqui tenta seguir por essa linha, mas com resultados apenas medianos. O tom de surrealismo maluco deixa um certo desconforto. Nos minutos iniciais pode ainda funcionar, mas conforme o filme vai avançando a coisa toda, o estilo do filme, começa a aborrecer. Assisti o filme por causa da presença da atriz Margot Robbie. É curiosa a analogia que você pode fazer entre sua personagem e a Arlequina da DC. Em ambos os casos se trata de uma loira bonita, mas insana, capaz das maiores violências com um sorriso completamente crazy na face. A Robbie aqui interpreta uma garçonete que parece ser uma garota normal, a não ser por sua indisfarçável obsessão pela morte. Quando um cliente terminal com câncer chega em sua lanchonete, tarde da noite, madrugada adentro, sem nenhuma alma viva por perto, ela começa a se deliciar com os detalhes de sua doença e sua situação de suicida em potencial. Ela também surge no meio de dois criminosos, um tentando matar o outro. E no centro de tudo uma estranha figura, Mr. Franklyn, que nunca aparece. Nem se preocupe muito, tudo vai se ligar no final, mostrando que todos os personagens possuem mesmo um passado em comum - embora eles não se lembrem disso em um primeiro momento. O outro nome mais conhecido do elenco é o ator Mike Myers. Ele dá vida a um supervisor noturno da estação de trem. Mancando, puxando uma perna, ele mais parece um pobre coitado, mas não acredite muito nesses artimanhas do roteiro. Enfim, é um filme que não me agradou, mas que provavelmente vai encontrar o seu público, aquelas pessoas que gostem de algo mais diferente, estranho, surreal e... maluco!

Pablo Aluísio. 

sexta-feira, 11 de maio de 2018

O Zoológico de Varsóvia

A subida ao poder dos nazistas e sua subsequente expansão territorial por toda a Europa, fato que iria culminar na II Guerra Mundial, obviamente mexeu com a vida de milhões de pessoas. A maioria dessas histórias foi bem trágica, sendo que muitas delas estão sendo recuperadas pelo cinema. Todos os anos assistimos a novos filmes contando a vida de pessoas comuns que sofreram bastante com a chegada de Hitler ao topo do poder na Alemanha. Uma forma de enxergamos a situação pelos olhos dos que sofreram naquela época histórica. Aqui temos mais um fato histórico que o público em geral certamente desconhecia, mas que demonstra muito bem tudo o que aconteceu. A história se passa em Varsóvia. no ano de 1939. Antonina Zabinska (Jessica Chastain) e seu marido cuidam do Zoológico da cidade. Uma vida boa, tranquila e na paz, afinal ela sempre adorou animais em geral. Trata todos eles com o maior carinho, dando nomes a cada um. São seus filhotes queridos, como ela sempre gostava de dizer. A vida bucólica porém acaba quanto a Polônia é invadida pelas tropas do III Reich. A partir daí o que é felicidade logo se transforma em tragédia.

Os acontecimentos que se vê no filme foram baseados em fatos reais. A conhecida brutalidade dos nazistas se impõe desde os primeiros dias que suas botas atravessam os muros da cidade. Imediatamente eles transformam o Zoo em centro de estacionamento das tropas alemãs. E como de costume logo começam todas as atrocidades, principalmente contra os judeus da região. Bem, se você sabe o mínimo sobre a guerra sabe que Varsóvia ficou particularmente conhecida por causa do gueto que foi criado pelos nazistas, onde eles confinaram todos os judeus da cidade. Em péssimas condições humanitárias as famílias eram presas lá para depois serem enviadas para os campos de concentração. A Polônia em particular ficou muito conhecida por causa de Auschwitz, o maior campo de extermínio dos nazistas. Milhares de poloneses foram mortos entre seus muros. É o que a história iria chamar nos anos que viriam de Holocausto.

Esse é um aspecto amplo da questão. O roteiro desse filme porém procura contar a história particular de Antonina e de como ela conseguiu salvar vidas, usando justamente dos esconderijos de seu Zoológico. Uma jaula de tigres no subsolo ou o reduto onde os ursos viviam, tudo virou refúgio para que crianças, mulheres e homens judeus pudessem escapar da caçada do nazismo. Um filme que me surpreendeu positivamente pois mostra que pessoas comuns também podem fazer grande diferença quando é necessário, principalmente em momentos cruciais da história. No final a mensagem que realmente fica desse filme pode ser resumida naquela singela frase do Talmud que diz: "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro!". A mais pura verdade! 

O Zoológico de Varsóvia (The Zookeeper's Wife, Inglaterra, Estados Unidos, República Tcheca, 2017) Direção: Niki Caro / Roteiro: Angela Workman, baseada no livro escrito por Diane Ackerman / Elenco: Jessica Chastain, Johan Heldenbergh, Daniel Brühl, Timothy Radford / Sinopse: Antonina Zabinska (Jessica Chastain) vive feliz ao lado do marido, trabalhando e administrando o Zoológico de Varsóvia até que tudo acaba em tragédia quando as tropas nazistas começam a ocupar o país, a Polônia, dando origem ao conflito internacional que ficaria conhecido como Segunda Grande Guerra Mundial.

Pablo Aluísio. 

Presságios de Um Crime

Em "O Silêncio dos Inocentes" o ator Anthony Hopkins interpretou o psicopata Hannibal Lecter. Extremamente inteligente, se tornava peça chave para localizar outro criminoso à solta. O FBI queria utilizar seu alto QI e conhecimento do assunto justamente para pegar esse, digamos, "colega de profissão". Nesse filme aqui as coisas se invertem um pouco. Ao invés de ser o serial killer insano, Hopkins interpreta um especialista forense, um estudioso da mente desses assassinos em série. Perceba que em Hollywood atualmente pouca coisa se cria, sendo os roteiros, na maioria das vezes, meros pratos requentados, mexidos um pouco, para não parecerem cópias tão óbvias dos filmes do passado. O Menu tem outro nome, mas no fundo são os mesmos pratos de sempre, sem o mesmo paladar.

Apesar disso o filme até que não é tão ruim. Ele é bom, na maior parte do tempo. A primeira parte quando os personagens são apresentados a coisa parece que vai dar certo. O mesmo acontece no estudo dos casos e na caçada ao criminoso. O filme só se perde mesmo quando o assassino é finalmente localizado. Na pele do astro beberrão irlandês Colin Farrell, o personagem que deveria ser a grande coisa do filme se perde. Colin simplesmente não convence, não faz o espectador acreditar que é um mestre da manipulação. Eu sempre digo que Colin Farrel só funciona em papéis mais emocionais, quando ele interpreta pessoas no limite, entre a fúria e a tragédia. Como um assassino de alto QI... olha, não deu certo! Penso que esse enredo poderia até render uma boa série, mas claro sem Farrel para atrapalhar. Já Anthony Hopkins é aquela coisa. É um daqueles veteranos que sempre funcionam na tela, não importando o que interpretem. Talento visceral faz toda a diferença do mundo.

Presságios de Um Crime (Solace, Estados Unidos, 2015) Direção: Afonso Poyart / Roteiro: Sean Bailey, Ted Griffin / Elenco: Anthony Hopkins, Colin Farrell, Jeffrey Dean Morgan, Abbie Cornish, Matt Gerald, Jose Pablo Cantillo / Sinopse: Após a morte da filha querida, o especialista Dr. John Clancy (Anthony Hopkins) decide se isolar, abandonar seu trabalho, ficando longe de criminosos e assassinos em geral, até que sua aposentadoria é interrompida bruscamente. O FBI pede sua ajuda para prender um novo serial killer que está matando pessoas inocentes. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Invocação do Mal

Quando esse filme foi lançado ninguém poderia supor que iria dar origem a uma nova franquia de sucesso nos cinemas. O curioso é que seu êxito de bilheteria foi o caso típico de propaganda boca a boca. O estúdio não apostava muito em um grande sucesso nos cinemas, por isso o marketing foi modesto. Isso não impediu que após sua carreira comercial chegar ao fim o estúdio tivesse faturado mais de 500 milhões de dólares em todo o mundo! Um resultado espetacular! Em minha opinião todo esse sucesso decorreu do fato de termos aqui um roteiro que voltou ao passado, procurando seguir o exemplo dos antigos filmes de horror, principalmente ao reviver o estilo de "O Exorcista" e outras produções de sua época. Deu muito certo. Seu clima vintage caiu no gosto do público que procurava por algo mais sutil, sem apelar tanto para a fórmula sangue e tripas que já estava mais do que saturada.

Além disso havia personagens mais do que interessantes, todos baseados em pessoas reais. O casal Ed e Lorraine Warren já era famoso nos Estados Unidos antes do filme ser lançado. Foram anos dedicados aos casos sobrenaturais, contando inclusive com a ajuda e apoio logístico da Igreja Católica. Isso trouxe bastante veracidade aos eventos que são explorados no filme. A história do casal que se muda para um velho casarão aconteceu de fato. Depois de algum tempo eles percebem que o lugar apresentava alguns problemas. O cão havia morrido de forma inexplicável, os filhos conseguia ver vultos nas sombras, sentindo a presença de espíritos. O clima de suspense vai sendo montado aos poucos, sem apelar para efeitos especiais gratuitos e vazios. É como eu afirmei, temos aqui uma volta à estética dos filmes de terror da década de 70. Por essa razão fez tanto sucesso. Além disso Lorraine é interpretada por Vera Farmiga, uma das minhas atrizes preferidas. Quem acompanha seu trabalho em "Bates Motel", por exemplo, vai adorar seu trabalho aqui no filme. Enfim, com todos os elementos colocados no lugar certo, não é de se admirar que essa produção tenha feito tanto sucesso, dando origem a uma nova linha de produções de terror. Aqui qualidade e sucesso comercial realmente andaram de mãos dadas. Se ainda não viu, não deixe de conferir onde tudo começou.

Invocação do Mal (The Conjuring, EUA, 2013) Direção: James Wan / Roteiro: Chad Hayes, Carey Hayes / Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Ron Livingston / Sinopse: Um jovem casal se muda para um velho casarão. O preço estava ótima e a propriedade, grande e espaçosa, era justamente o que eles procuravam. O problema é que a velha casa parece esconder em seus cantos escuros algum tipo de manifestação sobrenatural. Para entender o que estaria acontecendo entram em cena Ed e Lorraine Warren, especialistas em acontecimentos espirituais. Filme premiado no Fangoria Chainsaw Awards e Empire Awards, UK na categoria de Melhor Filme de Terror.

Pablo Aluísio.
 

O Quarto do Pânico

Título no Brasil: O Quarto do Pânico
Título Original: Panic Room
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: David Fincher
Roteiro: David Koepp
Elenco: Jodie Foster, Kristen Stewart, Forest Whitaker, Dwight Yoakam, Jared Leto, Patrick Bauchau

Sinopse:
Meg Altman (Jodie Foster) tenta se recuperar do fim de seu casamento. Morando ao lado da filha adolescente Sarah (Kristen Stewart), ela é surpreendida quando sua casa é invadida por três criminosos. Imediatamente ela corre para o "quarto do pânico", um lugar completamente isolado e à prova de invasões. O que ela não desconfia é que o objetivo dos invasores é entrar justamente dentro desse quarto para roubar algo que para eles é essencial.

Comentários:
Gostei bastante desse thriller de suspense. Filmes assim mostram que apesar de tudo a originalidade ainda existe em Hollywood. Palmas também para o diretor David Fincher que demonstrou ter uma grande capacidade de controlar a narrativa da primeira à última cena. Usando de recursos limitados em termos de enredo, ele conseguiu criar situações e momentos de tensão que valeram muito a pena assistir a esse filme. Também merece elogios a atuação da atriz Jodie Foster. Inicialmente vulnerável diante da situação de tensão ela aos poucos vai tomando conta da situação, invertendo a ordem entre opressor e vítima. Aliás não sei como a Jodie Foster não dirigiu ela mesma esse filme, uma vez que os direitos de filmagens foram compradas por ela. De qualquer forma acertou ao contratar David Fincher para dirigir o filme, ficando apenas como produtora executiva. O resultado dessa sociedade cinematográfica foi das melhores. Indico sem reservas. Filme indicado ao Art Directors Guild.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Desejo de Matar

O filme "Desejo de Matar" de 1974 foi um dos maiores sucessos da carreira do ator Charles Bronson. Grande sucesso de bilheteria rendeu várias continuações ao longo dos anos. Agora temos um ramake daquele clássico de ação. No lugar de Bronson entra Bruce Willis. A trama segue basicamente a mesma, com pequenas e pontuais modificações. A profissão do protagonista, por exemplo, mudou. No filme original ele era um arquiteto, agora Willis interpreta um médico. De resto tudo segue na mesma linha. Ele é o pai da família feliz, com uma bela esposa e uma filha estudiosa que está prestes a entrar na universidade. Tudo caminhando muito bem, até que a família se torna vítima da extrema violência que assola Chicago.

Três criminosos invadem a casa, fazendo de reféns mãe e filha. Eles querem dinheiro e joias que estão em um cofre. O assalto foge do controle quando a filha tenta reagir, no meio da confusão as duas são baleadas. O Dr. Paul Kersey (Bruce Willis),  considerado um homem racional e equilibrado, começa a perceber que nem sempre confiar nas forças policiais traz algum resultado. O departamento tem centenas de casos abertos, sem solução. Há poucos investigadores para tantos crimes. Os homens que mataram sua esposa estão soltos, livres para cometer outros assassinatos. Assim ele resolve fazer justiça com as próprias mãos. Com a posse de uma arma, ele começa a investigar, ir atrás dos criminosos. Quem assistiu a algum filme da série original "Desejo de Matar" sabe bem o que acontece daí para a frente. O roteiro é um dos mais emblemáticos nessa temática de justiceiro das ruas. Aliás foi copiado à exaustão por anos e anos por outras produções ao longo de todo esse tempo.

Apesar da falta de novidades, confesso que gostei do filme. Bruce Willis é uma ótima escolha para substituir Charles Bronson. Isso não apenas pelo fato dele ter estrelado filmes de ação por toda a sua carreira, mas também por convencer plenamente como um homem comum, pai de família, que entende que deverá sujar as mãos para fazer a justiça que tanto espera. Isso não aconteceria caso Stallone estrelasse o filme. Aliás o ator havia acertado com o estúdio que iria estrelar essa fita. Quando a pré produção começou a ser feita era o nome de Stallone que figurava nos cartazes promocionais do filme. Só que o ator, na última hora, resolveu pular fora. Para amigos disse que seria complicado superar Charles Bronson em um filme tão associado a ele. Com isso Bruce Willis foi contratado. Decisão bem certeira, já que o resultado ficou realmente bom. Simples e eficiente esse novo "Desejo de Matar" cumpre o que promete e não desmerece o legado de Charles Bronson.

Desejo de Matar (Death Wish, Estados Unidos, 2018) Direção: Eli Roth / Roteiro: Joe Carnahan, baseado no romance policial escrito por Brian Garfield / Elenco: Bruce Willis, Dean Norris, Elisabeth Shue, Vincent D'Onofrio / Sinopse: Após sua esposa ser morta em um assalto em sua casa, o médico e pacata pai de família Dr. Paul Kersey (Bruce Willis) começa a perceber que os criminosos ficaram soltos. A polícia de Chicago tem centenas de casos em aberto, sem solução. Falta investigadores e infra estrutura. Assim ele decide fazer justiça com as próprias mãos, indo atrás dos assassinos para eliminar um a um os bandidos.

Pablo Aluísio. 

As Panteras

Título no Brasil: As Panteras
Título Original: Charlie's Angels
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: McG
Roteiro: Ryan Rowe, Ed Solomon
Elenco: Cameron Diaz, Drew Barrymore, Lucy Liu, Bill Murray, Sam Rockwell, Kelly Lynch

Sinopse:
Três agentes, belas e boas de briga, sob o comando do misterioso Charile, entram em um caso envolvendo um perigoso software que se cair em mãos erradas poderá trazer caos e violência para uma grande cidade americana. Filme indicado ao Grammy Awards na categoria Melhor Música - Trilha Sonora ("Independent Women" de Beyoncé).

Comentários:
Eu me lembro vagamente da série original "As Panteras" nos anos 70. Ainda era muito jovem, mas me recordo bem que era uma das atrações da grade de programação da Rede Globo. isso mostra como a série foi popular naquela época. Pois bem, o tempo passou e sempre se especulou se "Charlie's Angels" iria ganhar uma versão no cinema. Até que em 2000 a espera chegou ao fim. Infelizmente para os fãs da série, tudo mudou. Tirando o fato de ter três garotas em missões impossíveis, pouca coisa se preservou. O diretor McG (que nem nome de gente tem) é uma espécie de seguidor do estilo Michael Bay de fazer cinema, ou seja, roteiro mínimo e explosões máximas. Isso estragou o conceito das panteras originais que primavam mais pelo desenvolvimento das personalidades de cada personagem. Havia além da beleza bastante charme envolvido. Aqui só tem carros, aviões e barcos explodindo, indo pelos ares. Nada sofisticado, é um filme para se assistir e se esquecer rapidamente.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de maio de 2018

12 Heróis

Desconhecia totalmente essa história (que é baseada em fatos reais). Tudo começa no fatídico 11 de setembro de 2001. Dispensa maiores explicações, sabemos bem o que aconteceu em Nova Iorque. Pois bem, depois disso as forças armadas americanas se preparam para invadir o Afeganistão, berço estratégico do grupo internacional terrorista de Bin Laden. O ator Chris Hemsworth interpreta um tenente do exército que é designado para liderar um pequeno grupo de militares, de apenas 12 homens, que devem ir até o país inimigo para sondar a região, procurando colaborar com um "Senhor a guerra" afegão, um general da chamada Aliança do Norte. Esse pequeno pelotão acabou sendo o primeiro grupo de militares americanos a pisarem no solo do Afeganistão após os atentados. Ao chegar no lugar designado, eles percebem que a guerra naqueles rincões ainda era feita com recursos bem primitivos, como cavalos e armas antigas. Mesmo assim o primeiro contato se mostra promissor.

O filme assim vai avançando, misturando o choque cultural dos americanos com os afegãos e as diversas cenas de combate que são mostrados em praticamente todo o filme. Boas sequências, é bom frisar, com a paisagem desértica daquele país montanhosos, frio e violento servindo como um belo cenário para as batalhas. Claro que um roteiro como esse tem uma dose bem forte de ufanismo. Os tais heróis, os militares americanos, são retratados na tela como pessoas impecáveis, virtuosas e cheias de boas intenções. Nada de carga negativa em cena ou realismo. Nesse ponto o filme me lembrou dos antigos filmes de guerra de Hollywood, ao velho estilo, onde não havia espaço para o cinza, mas apenas para o preto e branco. Heróis eram heróis, vilões eram apenas vilões desalmados e nada mais. Em termos de questões políticas o filme não se preocupa em ir mais a fundo. Na verdade é uma fita de ação bem produzida e estrelada pelo Thor, ele mesmo, o ator Chris Hemsworth, que se não é grande coisa, pelo menos não enche nossa paciência como momentos de canastrice. Ele consegue se salvar. Existe algumas bobagens no meio do caminho, como a forma juvenil que alguns militares agem uns com os outros nos acampamentos, mas tudo é isso é algo menor. O que vale mesmo são as cenas de guerra, com os americanos montados a cavalo, lutando nas encostas montanhosas, enquanto vão escapando da artilharia do Talibã. Visto sob esse ângulo já está de bom tamanho. 

12 Heróis (12 Strong, Estados Unidos, 2018) Direção: Nicolai Fuglsig / Roteiro: Ted Tally, Peter Craig / Elenco: Chris Hemsworth, Michael Shannon, Michael Peña / Sinopse: O filme mostra a história real de um grupo de 12 militares das forças especiais do exército americano que se tornaram os primeiros ocidentais a entrarem no Afeganistão, para consolidar uma ajuda com a Aliança do Norte, logo após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Pablo Aluísio. 

Os Três Patetas

Título no Brasil: Os Três Patetas
Título Original: The Three Stooges
Ano de Produção: 2012
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro: Mike Cerrone, Bobby Farrelly
Elenco: Sean Hayes, Chris Diamantopoulos, Will Sasso, Jane Lynch, Sofía Vergara, Jennifer Hudson

Sinopse:
O filme conta a história real de três comediantes americanos que formam um dos grupos mais famosos de humor do cinema e da TV, Os Três Patetas. Apostando em um tipo de comédia pastelão, eles conquistaram fama e fortuna em Hollywood durante as décadas de 50 e 60.

Comentários:
Era um velho sonho dos irmãos Farrelly. Durante muitos anos eles tentaram filmar a cinebiografia dos três patetas, mas acabaram esbarrando em alguns problemas, inclusive jurídicos, envolvendo os direitos autorais do trio. Até que em 2012 eles conseguiram fazer o filme. Não é uma comédia como pode parecer à primeira vista, mas quase um drama biográfico sobre esses humoristas. Ficou bom, respeitoso e até mesmo divertido, até porque era impossível fazer um filme sobre eles que não tivesse nem um pingo de bom humor. O roteiro explora um aspecto interessante. Eles eram não apenas bons atores pois todo comediante precisa ser um bom ator, antes de tudo, como também tinham aquele timing infalível para a comédia. Assim é uma bela homenagem aos eternos Larry, Moe e Curly (o "cabeça de pudim!"). Assista e conheça um pouco mais sobre esses artistas que deixaram saudades no público de sua época.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

A Vida e Morte de Peter Sellers

Título no Brasil: A Vida e Morte de Peter Sellers
Título Original: The Life and Death of Peter Sellers
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: HBO Pictures
Direção: Stephen Hopkins
Roteiro: Christopher Markus, baseado no livro de Roger Lewis
Elenco: Geoffrey Rush, Charlize Theron, Emily Watson, John Lithgow, Miriam Margolyes, Stanley Tucci, Stephen Fry

Sinopse:
O filme mostra o lado do ator e comediante Peter Sellers que poucos chegaram a conhecer, inclusive seus maiores fãs. Ao lado do artista talentoso, de várias comédias de sucesso, havia também um homem com sérios problemas psicológicos, que afetava a todos que viviam ao seu redor.

Comentários:
Peter Sellers foi um dos comediantes mais populares dos anos 60, na TV e no cinema. A imagem pública porém pouco tinha a ver com sua vida pessoal. Esse bom filme procura mostrar o outro lado de quem fazia rir, mas que no íntimo sofria de depressão e tinha uma personalidade estranha e desconcertante. Assistindo ao filme podemos notar que Sellers na realidade era o que se chamava de "Bordeline", ou seja, um sujeito com personalidade limítrofe, entre a sanidade e a loucura. Suas atitudes e atos eram bem fora do normal. Outro aspecto que ajuda bastante nessa produção é o seu elenco, a começar por Geoffrey Rush, muito inspirado no papel principal. Ele se sai bem não apenas nas cenas de humor, mas também quando dá vida ao lado mais sinistro do ator. Charlize Theron também está ótima como a mulher de Sellers, uma modelo loiríssima chamada Britt Ekland. Com uma grande diferença de idade ela foi a última esposa de Sellers e teve que enfrentar a pior fase de sua personalidade maluca e melancólica. Enfim, um bom retrato de mais um palhaço que fazia todos rirem, mas que no escuro de seu camarim tinha muitos fantasmas pessoais a enfrentar.

Pablo Aluísio. 

Confronto no Pavilhão 99

Título no Brasil: Confronto no Pavilhão 99
Título Original: Brawl in Cell Block 99
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: XYZ Films
Direção: S. Craig Zahler
Roteiro: S. Craig Zahler
Elenco: Vince Vaughn, Jennifer Carpenter, Don Johnson, Dion Mucciacito, Geno Segers, Victor Almanzar

Sinopse:
Após ser preso numa operação policial o traficante Bradley Thomas (Vince Vaughn) é condenado a sete anos de prisão. Fora da cadeia deixa sua esposa grávida de seis meses. As coisas pioram ainda mais quando ele começa a ser chantageado dentro da penitenciária. Ou ele mata um prisioneiro a mando de um cartel mexicano de drogas ou então sua esposa grávida será morta pelos assassinos da quadrilha. Filme indicado no Toronto Film Festival.

Comentários:
Esse filme tem duas características que me desagradaram bastante. A primeira é que não é um filme muito bem produzido. Na verdade tudo pareceu tão falso. Como se trata de um filme que se passa na prisão esperava por algo mais bem elaborado. Isso não acontece. Os cenários são mal feitos. Quando o personagem do Vince Vaughn é enviado para uma prisão de segurança máxima tudo me pareceu irreal. As celas escuras e com paredes de pedra lembravam mais masmorras medievais do que celas de penitenciárias modernas. Além disso o uso reiterado de torturas e situações bizarras dentro da prisão aumentaram ainda mais a sensação de se estar assistindo a algo muito mal produzido. A outra coisa que me incomodou bastante foi o excesso de violência, de cenas gratuitas, como as que Vince esmaga a cabeça de seus inimigos. Cruel e nem muitas vezes bem feita, tudo acabou soando quase patético. É um filme longo (mais do que o necessário) que não passa veracidade em quase nada. No começo ainda mantive um pouco a atenção, mas depois que ele é preso e enviado para prisões a coisa toda desanda. Vince Vaughn não está bem, ficando visivelmente fora do que poderia se esperar de seu papel brutal. Interessante mesmo apenas Don Johnson que interpreta o diretor que como convém a filmes desse estilo também é um sádico violento. Enfim, temos aqui um filme que deixa a desejar, seja pelo sua produção ruim, seja pela violência pela violência, sem justificativa, quase um atentado completo ao bom gosto e ao bom senso.

Pablo Aluísio. 

domingo, 6 de maio de 2018

Titã

Título no Brasil:Titã
Título Original: The Titan
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix, Nostromo Pictures
Direção: Lennart Ruff
Roteiro: Max Hurwitz, Arash Amel
Elenco: Sam Worthington, Taylor Schilling, Tom Wilkinson, Agyness Deyn, Nathalie Emmanuel, Diego Boneta

Sinopse:
O Tenente Rick Janssen (Sam Worthington) da Marinha dos Estados Unidos decide entrar em um projeto pioneiro que enviará o primeiro homem para a distante lua de Saturno conhecida como Titã. Maior do que o planeta Mercúrio, o distante mundo é especialmente perigoso para os seres humanos pois possui uma atmosfera tóxica. Os cientistas porém acharam uma maneira de mudar o DNA dos astronautas, os tornando ideias para aquele satélite. O problema é que a mudança também acaba ocasionando muitos efeitos colaterais perigosos em todos os que passaram pelas experiências genéticas.

Comentários:
Mais uma produção original da Netflix. Mais uma produção que deixa a desejar. A premissa é interessante, não tenha dúvidas. Uma missão pretende enviar o primeiro homem para Titã, uma lua de Saturno. O problema é que seria impossível para um ser humano viver lá por causa das temperaturas congelantes e do excesso de Nitrogênio na atmosfera. Como resolver isso? Como promover uma adaptação? Simples. Mudando o próprio DNA dos astronautas que vão para lá. E ai começam todos os testes e experiências. O personagem de Sam Worthington acaba sendo um dos mais promissores nas mutações, já que seu organismo aguenta a violência das modificações em sua estrutura. Só que há um problema no meio do caminho. Os que passam pelas transformações acabam também desenvolvendo um modo de ser violento, assassino, que coloca todos em perigo. Eu pessoalmente esperava bem mais desse filme quando li a sinopse. Esperava por efeitos especiais de primeira linha (não espere por isso) ou pelo menos por uma maquiagem da criatura que fosse surpreender (e que infelizmente é outra decepção!). Além disso a tal chegada do primeiro homem em Titã quase não acontece. Praticamente 99 por cento de todo o enredo se passa nos treinamentos da missão e, é claro, nos procedimentos de mutação. Com isso o filme perde muito ritmo e decai muito em certos momentos. Não se surpreenda se começar a bocejar lá pelo meio do filme. É o tédio que se impõe, tudo misturado com decepção e um incômodo aborrecimento. O tal primeiro homem em Titã não consegue empolgar muito, nem mesmo os mais interessados no tema da conquisa do homem dos confins do universo. Em certo aspecto só conseguimos sentir sono, muito sono desse filme que não consegue suprir as expectativas de ninguém. Não foi dessa vez que acertaram.

Pablo Aluísio.

Velozes & Furiosos 5 - Operação Rio

Título no Brasil: Velozes & Furiosos 5 - Operação Rio
Título Original: Fast Five
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Justin Lin
Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Joaquim de Almeida, Eva Mendes, Michelle Rodriguez

Sinopse:
Dom (Vin Diesel) e Brian (Paul Walker) seguem sendo caçados impiedosamente pela polícia americana. Para escapar do cerco eles resolvem se mandar para o Rio de Janeiro, local que ao lado da Cidade do  México, é o preferido para condenados da justiça americana. O agente federal Lucas Hobbs (Dwayne Johnson) porém não está disposto a deixar os criminosos escaparem assim tão facilmente.

Comentários:
Bom, se você tem alguma dúvida sobre a péssima imagem que o Brasil tem no exterior é bom dar uma olhadinha nesse filme. Em determinado momento um dos personagens exibe poderosas armas em público e é repreendido por um comparsa. Ele sorri e responde: "Isso aqui é o Brasil cara!", ou seja, a terra onde o crime impera e tudo é permitido. Além disso, como sempre, as mulheres brasileiras são todas retratadas como verdadeiras vadias... enfim, sob esse ponto de vista não há muito o que consertar. De qualquer maneira, tirando essa questão de lado, o que sobra é de fato um eficiente filme de ação que vai agradar aos fãs da série "Velozes e Furiosos". Muita adrenalina e como sempre um fiapinho de roteiro ligando todas as cenas. Conforme eu já tinha escrito antes a morte do ator Paul Walker reacendeu o interesse nessa franquia e o que estamos vendo na programação da TV a cabo é uma verdadeira overdose de reprises desses filmes. Hoje mesmo teremos a exibição de três "Velozes e Furiosos" em canais diferentes! É mole?! De qualquer forma aproveite o feriadão para ver (ou rever) esse e tire suas próprias conclusões sobre o Brasil, a terra onde tudo pode acontecer, pelo menos no cinema!

Pablo Aluísio.

sábado, 5 de maio de 2018

Suite Française

Título Original: Suite Française
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra, França, Bélgica, Canadá
Estúdio: Alliance Films
Direção: Saul Dibb
Roteiro: Matt Charman, Saul Dibb, baseados na obra de Irène Némirovsky
Elenco: Michelle Williams, Matthias Schoenaerts, Kristin Scott Thomas, Margot Robbie, Sam Riley
 
Sinopse:
Nas vésperas da ocupação alemã na França, durante a II Guerra Mundial, um grupo de moradores precisa lidar com a iminente chegada das tropas nazistas. A situação fica ainda mais delicada quando as casas e residências da região são ocupadas por soldados e oficiais do Reich. A convivência entre a população civil ocupada (em sua maioria mulheres e velhos) e o exército alemão logo torna a situação completamente tensa e perigosa. Nesse turbilhão político e social a jovem Lucile Angellier (Michelle Williams) acaba se apaixonando pelo tenente alemão Bruno von Falk (Matthias Schoenaerts), o que acaba gerando um enorme escândalo na cidade, agravado ainda mais pelo fato dela já ser casada e seu marido ser um prisioneiro de guerra em um campo de concentração nazista.

Comentários:
A história narrada nesse filme foi baseada em um romance escrito por Irène Némirovsky, uma jovem que vivia na França durante a invasão alemã ao seu país, em plena II Guerra Mundial. Ele escreveu o romance no calor do momento enquanto estava vivenciando a mesma situação que seus personagens no livro, com a chegada dos alemães em sua terra natal. Infelizmente Irène acabou sendo denunciada como judia e enviada para o campo de concentração de Auschwitz, onde veio a morrer um ano depois. Seu manuscrito porém sobreviveu ao tempo, ficando por décadas dentro de uma velha mala nos porões de sua casa. Descoberto por sua filha, ela resolveu publicá-lo, praticamente como uma homenagem para sua mãe que havia sido morta pela insanidade e loucura nazistas. O enredo explora o romance entre uma francesa e um jovem oficial alemão. O tema, completamente inusitado e incomum, tenta de todas as formas mostrar uma certa humanidade entre as forças de ocupação do exército alemão. O tenente Bruno von Falk é um perfeito cavalheiro, com modos nobres e uma educação tipicamente prussiana. Ao ficar na casa onde mora Lucile (Williams) a aproximação acaba despertando a paixão entre eles. Nem a oposição de sua própria sogra, que a adverte que o alemão na verdade representa o inimigo, consegue deter os sentimentos dela.

Curiosamente ao mesmo tempo em que começa a ser vista como uma traidora da pátria pelos demais moradores, alguns deles vão até ela em busca de ajuda, principalmente para resolver pequenos e grandes problemas com as tropas alemãs. A dubiedade de todos fica bem à mostra nesses momentos. A convivência que começa pacífica e harmônica porém logo chega ao fim quando um oficial alemão é morto em um celeiro. A partir daí as execuções começam e o clima de terror se impõe na cidade. Um dos aspectos que mais gostamos desse filme foi a atuação da atriz Michelle Williams. Ela está linda, combinando perfeitamente com o figurino e o estilo da época em que a história se passa. Sua luta para vencer seus sentimentos, mesmo sabendo que se envolver com o tenente alemão seria certamente algo muito errado naquele contexto histórico, acaba sendo um dos grandes atrativos dessa história de amor. No final a grande lição que fica é a de que não conseguimos mesmo ter completo controle sobre o que sentimos. Mesmo quando tudo aponta para o errado, para o improvável e para o equivocado, o que sentimos dentro de nossos corações acaba sempre vencendo. O amor supera tudo, até mesmo a maior guerra que a humanidade já presenciou.

Pablo Aluísio.

Whitney: Can I Be Me

Muito bom esse documentário sobre a vida da cantora Whitney Houston. É uma produção feita em parceria entre a BBC e o Showtime, então o padrão de qualidade está garantido. Em pouco mais de 100 minutos de duração somos apresentados a sua história, feita em edição rápida que funciona muito bem. Intercalando tudo temos vários depoimentos de pessoas próximas a ela, como familiares, sua mãe e o ex-marido Bobby Brown. Obviamente eu acompanhei grande parte da carreira de Whitney Houston, até porque era impossível viver nos anos 90 e nunca ter ouvido uma de suas belas interpretações. Mesmo assim meu conhecimento sobre ela era superficial. Aqui temos um retrato melhor da artista.

Um dos aspectos que me causaram surpresa foi saber que a sua carreira foi daquelas de sucesso imediato. Já no primeiro disco ela quebrou recordes de vendas, seguida de inúmeros elogios da crítica. Todos merecidos aliás, porque ela foi mesmo uma cantora de grande talento, com um timbre de voz poderoso e único, talvez sendo a última grande cantora americana negra a dominar o mercado. Aspectos de sua vida pessoal também desfilam pela tela. Sua infância e juventude em um gueto de New Jersey, a conturbada relação com a mãe (Cissy Houston, também uma cantora talentosa que chegou a trabalhar ao lado de grandes cantores como Elvis Presley), sua formação inicial em coros de igrejas evangélicas e finalmente o sucesso absoluto. Tendo morrido de uma overdose de drogas, o documentário não poderia ignorar o fato dela ter sido viciada em praticamente toda a sua vida. Porém o documentário explora esse sério problema dela de forma respeitosa, sem exageros ou sensacionalismo. Ponto positivo. Em suma, um documentário ideal para fãs e não fãs, ouvintes ocasionais, que cresceram ouvindo a bela voz de Whitney Houston tocando nos rádios e fazendo sucesso.

Whitney: Can I Be Me (Estados Unidos, 2017) Direção: Nick Broomfield, Rudi Dolezal / Roteiro: Nick Broomfield, Marc Hoeferlin / Elenco: Whitney Houston, Bobbi Kristina Brown, Bobby Brown, Cissy Houston / Sinopse: Documentário sobre a vida e a carreira da cantora negra norte-americana Whitney Houston (1963 - 2012), desde seus primeiros anos até o estouro de seu primeiro disco, passando também por seu casamento problemático e o abuso de drogas, que iria colocar um ponto final em sua vida.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Tudo que Quero

Se o tema do autismo lhe interessa de alguma forma esse filme pode ser uma boa opção. Ele acompanha a vida de Wendy (Dakota Fanning), uma garota autista que passa por um tratamento com uma especialista, a Dra. Scottie (Toni Collette); Cada passo de normalidade é uma vitória, por mais banal que ela pareça ser. A ida a um trabalho, numa lanchonete, o cotidiano do dia a dia, as roupas que vai vestir, com cores determinadas. Os autistas possuem mentes complexas. Eles podem praticar determinadas coisas que se exige um alto QI para pessoas normais. Ao mesmo tempo sofrem com coisas banais, como atravessar uma rua ou fazer os laços do sapato. Também possuem a tendência de desenvolver um ultra foco em determinados assuntos. No filme a protagonista direciona suas atenções para a série "Star Trek". Ele chega inclusive a escrever um script para a Paramount Pictures e fica obcecada em ir entregá-lo no estúdio.

E aí começam os problemas. Ela mora em uma cidade próxima de San Francisco e precisa ir até Los Angeles, algo que sua terapeuta proíbe, mas mesmo assim ela resolve fugir sem autorização. Uma pessoas com necessidades especiais como ela, sozinha numa viagem como essa, acaba criando as principais situações que o roteiro explora. Inclusive ela encontra pessoas que vão tentar aproveitar de seu autismo, inclusive a roubando, deixando sem nenhum tostão para seguir em frente em sua jornada. Atrás, tentando encontrá-la, vão sua médica e sua irmã, com claros receios do que lhe pode acontecer. Apesar do tema sobre autismo o filme procurou não tingir sua história de tintas pesadas, melodramáticas. O tom é mesmo bem mais leve, até com uma certa graça e simpatia em cada cena. Dakota Fanning convence plenamente como uma autista, o que ajuda ainda mais ao filme como um todo. Ele não consegue encarar as pessoas e tem ataques em momentos de contrariedade. Um retrato bem feito dos portadores dessa síndrome. No final gostei bastante e recomendo o filme. Especialmente indicado para familiares de pessoas com autismo.

Tudo que Quero (Please Stand By, Estados Unidos, 2017) Direção: Ben Lewin / Roteiro: Michael Golamco, baseado na peça teatral escrita por Michael Golamco / Elenco: Dakota Fanning, Toni Collette, Alice Eve / Sinopse: Wendy (Dakota Fanning) é uma garota autista que está em fase de tratamento com uma especialista, a a Dra. Scottie (Toni Collette). Hiper focada na série "Star Trek" ela decide escrever um script para um concurso promovido pela Paramount Pictures. Tudo vai bem até o dia em que ela decide fugir do centro onde está para ir pessoalmente entregar seu texto, algo que deixa em desespero sua médica e sua irmã, que não sabem para onde ele foi parar.

Pablo Aluísio. 

2012

Pois é, o mundo ia acabar em 2012. O calendário Maia só ia até 12-12-2012, então é claro que os teólogos da conspiração entraram em surto, dizendo que isso era a "prova" definitiva que o mundo já tinha data para acabar. Uma tremenda bobagem, mas que com a ajuda da internet se alastrou e ficou popular. Como Hollywood está sempre de olho em novas oportunidades de faturar em assuntos da moda não demorou a produzir um filme mostrando justamente isso, o fim do mundo em 2012. Eu nunca havia assistido a esse filme até ontem. Foi puro desinteresse mesmo. Afinal era um filme dirigido por Roland Emmerich, o "irmão" cinematográfico do Michael Bay. Ambos fazem sempre o mesmo tipo de fita. Muitas explosões, muito barulho e pouquíssimo roteiro. Esse "2012" não fugiu em nada desse estilo bombástico (e lamentável) de fazer cinema.

O que mais me admirou foi ver o cult ator John Cusack no meio do elenco. Ele não tem muito o que fazer em cena a não ser correr para lá e para cá, com cara de espanto, enquanto o mundo vai chegando ao fim. Seu personagem é piegas, insuportável e cheio de clichês. Um pai de família que tenta salvar os filhos enquanto o resto da humanidade vai para o buraco (literalmente falando!). Essa coisa de pai de família que vai se tornando herói é mais do que batido. Pior são as cenas em que a família (a ex-esposa e os filhos chatinhos) vão escapando em aviões enquanto lá embaixo a crosta terrestre vai entrando em colapso. O mais bizarro desse filme nem é tanto seu desenvolvimento, mas seu final. O que os bilionários fazem para fugir do apocalipse? Embarcam em uma nave espacial? Bom, isso seria o mais lógico a fazer em um planeta que está em destruição. Mas não, eles todos entram em arcas!!! Isso mesmo, iguais aquelas do velho testamento. O que você vai fazer dentro de uma arca enquanto o mundo vai se acabando? Por acaso os oceanos não fazem parte do planeta também? O roteiro, muito estúpido, não responde a esse tipo de pergunta. Apenas leva o filme até o momento final, com todos felizes e salvos na Arca de Noé! Tenha santa paciência...

2012 (2012, Estados Unidos, 2009) Direção: Roland Emmerich / Roteiro: Roland Emmerich, Harald Kloser / Elenco: John Cusack, Thandie Newton, Chiwetel Ejiofor / Sinopse: Os Mais estavam certos. O mundo começa a se acabar no ano de 2012. Ondas de radioatividade, em explosões de neutrinos começam a bombardear o núcleo da Terra, causando o colapso da crosta terrestre. Enquanto isso o pai interpretado por John Cusack tenta salvar sua família, bem no meio do apocalipse mundial. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Vingadores: Guerra Infinita

De maneira em geral tenho gostado desses filmes da Marvel. Duas coisas me chamam a atenção nessa franquia. A primeira é que os filmes estão sendo lançados rapidamente. Nem esfriou ainda o lançamento de "Pantera Negra" e já temos essa nova produção nos cinemas. A outra coisa que me chama a atenção é que há uma boa regularidade na qualidade dos filmes. Dificilmente você encontra um filme com a marca Marvel que seja ruim ou péssimo. Todos mantém um certo nível. Pois bem, aqui a ideia foi amarrar todas as franquias de super-heróis, uma forma de unir os universos que vão correndo em paralelo. Assim você encontrará praticamente todos os heróis Marvel em cena, com algumas pequenas exceções. Claro que um filme com tanto personagens juntos acaba também ficando sem espaço para que eles se desenvolvam direito dentro do roteiro. Aí é que entra o grande trunfo do filme, o seu vilão, o Thanos.

E aí entra talvez também o grande problema do filme. Com um vilão tão marcante e com tantos poderes, os demais heróis Marvel só estão ali para levarem uma tremenda surra do titã. Eles não são páreos para o ser espacial. Até o Hulk, que supõe ser a força bruta dos Vingadores, acaba levando uma surra homérica. O Thanos está em busca de uma série de joias que lhe dará poder total e absoluto sobre o universo. São cinco pedras representando elementos da natureza (força, poder, tempo, etc). Com a posse delas ele se torna mais imbatível do que já é. Então como superar algo assim? Praticamente impossível. Eu particularmente não vi saída, pelo menos nesse primeiro filme que aliás tem um final em aberto, pois haverá uma segunda parte em breve. Outro aspecto a se considerar é que esse enredo foi contado nos quadrinhos já há bastante tempo, nos anos 80. No Brasil foi publicada pela primeira vez ainda em formatinho, pelo editora Abril. Por isso já se tem uma ideia de como é antigo. Mesmo assim ainda funciona. O filme é bom, um pouco prejudicado pelo excesso de personagens e por algumas falhas de desenvolvimento, mas de maneira em geral consegue ser tão bom como muitos outros filmes do filão Marvel. Pelo menos no cinema a Marvel continua levando uma grande vantagem sobre a DC que não consegue emplacar um bom filme há anos.

Vingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, Estados Unidos, 2018) Direção: Anthony Russo, Joe Russo / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Robert Downey Jr., Josh Brolin, Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Chris Evans, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch, Tom Holland, Chadwick Boseman, Zoe Saldana, Tom Hiddleston, Paul Bettany  / Sinopse: O mundo sofre uma nova ameaça vinda do espaço, o titã Thanos (Josh Brolin) está em busca de cinco pedras de poder que lhe darão controle absoluto sobre o universo. Apenas os Vingadores poderão deter essa dominação.

Pablo Aluísio. 

Exorcismos e Demônios

Filmes sobre exorcismos estão saturados. Nem iria assistir a esse filme, mas como ele entrou em cartaz nos cinemas brasileiros (uma raridade de acontecer ultimamente) resolvi conferir para ver se tinha algo a mais. Como a curiosidade matou o gato, acabei me dando mal. O filme é fraquinho realmente. Logo no começo os produtores informam que tudo é baseado em fatos reais (duvido mesmo, me engana que eu gosto!). A trama é básica. Uma jovem jornalista resolve investigar um caso de suposto homicídio envolvendo uma freira em um convento. Ela teria sido assassinada durante um exorcismo. O bispo até que conseguiu chegar a tempo antes do final do ritual, mas quando ela finalmente foi levada para o hospital acabou morrendo no caminho.

Caso real de possessão ou tudo fruto de um fanatismo exagerado por parte do padre? Aliás a origem do sacerdote me deixou em dúvida. Não me pareceu ser católico romano, mas sim ortodoxo, embora o roteiro nunca explique direito sua denominação religiosa. As igrejas mostradas no filme pelo menos me pareceram bem bizantinas. Então a trama avança com essa jornalista que não acredita em nada sendo testada pelos acontecimentos inexplicáveis que vai testemunhando. O filme quase cai no amadorismo completo. O elenco não é muito bom, com uma protagonista inexpressiva. O próprio clero é pouco convincente. Há um outro padre que mais parece um jogador de futebol brasileiro dos anos 70. Enfim, tudo bem decepcionante e fraco. Esperava muito mais, afinal o filme arranjou lugar no concorrido circuito comercial dos cinemas. Será que não havia nada melhor para exibir em nossas salas de cinema? Pelo visto, não!

Exorcismos e Demônios (The Crucifixion, Estados Unidos, Inglaterra, Romênia. 2017) Direção: Xavier Gens / Roteiro: Chad Hayes, Carey W. Hayes / Elenco: Sophie Cookson, Corneliu Ulici, Ada Lupu / Sinopse: Uma jovem jornalista resolve investigar um caso de morte envolvendo uma freira. Ela supostamente teria sido morta durante um ritual mal sucedido de exorcismo! O que teria de fato acontecido? Uma possessão do diabo real ou apenas um delírio religioso promovido por fanáticos? Conforme as investigações avançam ela descobre que há muito mais por trás de toda a história.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Juventude no Oregon

Filme que segue inédito no Brasil. Inclusive não possui ainda título em português. O tema central é a eutanásia e o direito dos pacientes em estado terminal de decidirem se querem colocar um fim em suas vidas, tudo feito de forma assistida por profissionais de saúde. O personagem principal é um octogenário interpretado pelo excelente Frank Langella. Ele acaba de fazer uma complicada cirurgia de coração, mas a esperança se vai porque seu médico lhe informa que mais cirurgias serão necessárias, cada vez mais incisivas e traumáticas, sem garantia de melhora. Ele então decide de forma consciente que não quer mais passar por tudo isso. Morando com a filha e um genro que não se dá bem com ele, decide de uma vez por todas viajar até o Oregon, onde a eutanásia seria permitida.

A viagem até lá se torna a espinha dorsal da história do filme. É um road movie em direção à eutanásia. O grande destaque, que não poderia deixar de ser, vem da interpretação de Frank Langella. Dito como levemente canastrão em sua juventude, quando chegou a interpretar Drácula e Zorro, o velho ator conseguiu finalmente dar a volta por cima, se tornando hoje em dia um dos mais respeitados profissionais do cinema americano. O ponto de inversão parece ter sido a indicação ao Oscar por "Frost / Nixon". De lá para cá ele só tem colecionado elogios por seu trabalho. Nesse filme aqui em particular ele continua ótimo. Mesmo debilitado pela doença cardíaca ainda consegue se impor ao resto de sua família com o poder de sua presença, de sua voz firme. Claro que numa jornada rumo à morte ele precisa também aparar as arestas do passado com seus filhos, o que rende os melhores momentos dramáticos do roteiro. Enfim, mais um belo momento da carreira de Frank Langella, demonstrando que os anos só lhe fizeram bem.

Juventude no Oregon (Youth in Oregon, Estados Unidos, 2017) Direção: Joel David Moore / Roteiro: Andrew Eisen / Elenco: Frank Langella, Billy Crudup, Christina Applegate / Sinopse: Aos 80 anos de idade Raymond (Frank Langella) após uma desgastante cirurgia do coração, percebe que continua tão doente como antes. As previsões de seu médico, caso ele se submeta a uma nova cirurgia, também não são nada boas. Não existem garantias de que um dia vai melhorar. Assim decide ir para o Oregon, onde o procedimento de eutanásia ou suicídio assistido é plenamente aceito pelas leis locais. Isso claro causa uma grande comoção entre seus familiares.

Pablo Aluísio.

Britannia

A história dessa nova série se passa exatamente noventa anos depois da primeira invasão romana na ilha da Britannia (basicamente o que hoje conhecemos como Inglaterra e Escócia). Na primeira leva de invasores o comando era do próprio Júlio César. Agora os romanos retornam. A ilha havia ficado com fama de amaldiçoada entre as tropas do império, porque grande parte da população nativa era dada a práticas de ocultismo no meio das florestas. Nesse aspecto de bruxaria e feitiçaria se destacavam os povos conhecidos como Druídas. Mestres em rituais macabros e sacrifícios humanos, eles tinham deixado uma forte impressão nos romanos. Imagine, o maior exército profissional do mundo naqueles tempos antigos, com receios de enfrentar feiticeiros e magos que viviam como bárbaros no meio dos pântanos da ilha.

Passados tantas décadas os romanos agora estão sob comando de um general que não quer nem saber dessas superstições. Ele está decidido a dominar todo o território, passando por cima de todos, fazendo das vilas que encontra apenas um depósito de futuros escravos para Roma. Nesse primeiro episódio encontramos os soldados romanos invadindo a ilha pelo litoral, com mais ou menos 30 mil homens. Hoje em dia esse número pode até não significar grande coisa, mas na idade antiga era um exército de dominação de respeito, até pela pouca população que existia nas terras britânicas da época. O curioso é que os nativos, que supõe-se serão os mocinhos da série, parecem bem primitivos e violentos. Com os rostos pintados de cores vivas (algo que já vimos em filmes como "Coração Valente", por exemplo), eles estão dispostos a se unirem pela primeira vez contra os romanos. Pois é, dentro da ilha o que havia era muitas guerras entre tribos rivais, abrindo o franco e facilitando para a plena dominação do império romano.

Britannia (Inglaterra, Estados Unidos, ) Direção: Metin Hüseyin / Roteiro: Jez Butterworth, Tom Butterworth / Elenco: David Morrissey, Kelly Reilly, Nikolaj Lie Kaas / Sinopse: A série narra a invasão romana na ilha da Britannia (atual Grã-Bretanha) noventa anos depois da primeira leva de invasores comandadas por Júlio César, general e senador da República Romana. Agora sob o regime imperial, os novos militares romanos estão dispostos a dominar o território com punhos de ferro, fazendo o maior número possível de prisioneiros para serem levados como escravos para a capital do império.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Uma Jornada Para Toda a Vida - Curiosidades

Uma Jornada Para Toda a Vida - Curiosidades
1. O livro escrito por Robyn Davidson quase foi filmado na década de 1980, mas o projeto não foi adiante. Foram muitos anos de tentativas. As atrizes Júlia Roberts e Nicole Kidman estiveram ligadas a projetos anteriores, mas no final não conseguiram transformar o livro em filme. A atriz Mia Wasikowska nem era nascida quando o primeiro roteiro foi escrito.

2. A atriz Mia Wasikowska nunca tinha lidado com camelos antes em sua vida. Ela teve apenas três dias para ser treinado a cuidar desses animais. Apesar da agenda apertada ela conseguiu contar com dicas da própria Robyn Davidson que participou da fase de preparativos para as filmagens.

3. Outro desafio foi ter que lidar com cobras de verdade no set de filmagem na Austrália. Seis cobras foram levadas para as cenas. Além delas a equipe técnica precisou ficar atenta pois nas locações naturais onde o filme foi rodado existia uma grande variedade de serpentes, algumas delas entre as mais venenosas do mundo.

4. A produção custou 21 milhões de dólares. O orçamento foi todo bancado por companhias cinematográficas australianas. O filme chegou às telas inicialmente no país, só sendo lançado dois meses depois na Europa e Estados Unidos. O filme recuperou o investimento e se tornou lucrativo para os produtores.

5. Embora seja uma produção australiana a direção foi entregue ao americano John Curran. Ele já havia dirigido antes o drama histórico romântico "O Despertar de Uma Paixão" com  Naomi Watts e Edward Norton, além de "Homens em Fúria", também com Norton e Robert De Niro. Esse foi seu maior sucesso de bilheteria na carreira.

Pablo Aluísio.

Uma Jornada Para Toda a Vida

Esse filme deveria ser mais comentado. Hoje em dia, com sua exaustiva exibição nos canais Telecine, ele vem sendo aos poucos mais conhecido do público em geral. Conta a história real de uma jovem australiana chamada Robyn Davidson (Mia Wasikowska) numa jornada inusitada. Ela decide atravessar o deserto da Austrália acompanhada apenas por quatro camelos e um cachorro. A aventura logo chamou a atenção da revista National Georgraphic e assim ela acabou ganhando notoriedade e também financiamento para sua viagem. Alguns anos depois (a viagem original se deu durante a década de 1970) a própria Robyn resolveu contar sua epopeia em um livro chamado "Trilhas" (Tracks em inglês). Foi justamente esse relato autobiográfico que serviu de base para o roteiro desse belo filme.

O espectador terá além de uma boa história para conhecer, a fotografia lindíssima da Austrália. Uma ilha de tamanho continental situado na distante Oceania, o lugar reserva algumas surpresas, como uma fauna toda própria e, é claro, seu imenso deserto, que lembra em muito o Oriente Médio. Outro aspecto curioso é que a atriz Mia Wasikowska surge em cena completamente despida de vaidades. Ela está bem ao natural, praticamente sem maquiagem alguma, com roupas surradas e sandálias de dedo. Nada parecida com seus outros papéis no cinema, onde geralmente aparecia em lindos vestidos e figurino luxuoso. Por isso esqueça a imagem dela que você tem em sua mente, como a de filmes como "Alice" ou "Madame Bovary". Aqui ela abraça apenas o essencial, de uma personagem mais do que cativante.

Uma Jornada Para Toda a Vida / Trilhas (Tracks, Austrália, 2013) Direção: John Curran / Roteiro: Marion Nelson, baseado no livro escrito por Robyn Davidson  / Elenco: Mia Wasikowska, Adam Driver, Lily Pearl / Sinopse: Com história baseada em fatos reais, o filme conta a jornada que a jovem Robyn decide rumar, atravessando o deserto inóspito da Austrália. Seu objetivo é cruzar a ilha de costa a costa, chegando ao final da jornada nas águas mornas do Oceano Índico, do outro lado do país. Filme vencedor do Australian Cinematographers Society na categoria de Melhor Fotografia (Mandy Walker). Indicado ao Australian Film Critics Association Awards nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Mia Wasikowska) e Melhor Fotografia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Amores Clandestinos

Título no Brasil: Amores Clandestinos
Título Original: A Summer Place
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Delmer Daves
Roteiro: Sloam Wilson, Delmer Daves
Elenco: Richard Egan, Sandra Dee, Troy Donahue, Doroth McGuire
 
Sinopse:
O jovem Johnny Hunter (Troy Donahue) conhece uma bela garota, Molly Jorgenson (Sandra Dee), durante um veraneio numa linda ilha turística. O problema para Molly é que seus pais não aceitam, por questões morais e sociais, que o namoro do jovem casal vá em frente. Está armada assim a trama básica do filme "A Summer Place" que no Brasil recebeu o título de "Amores Clandestinos". Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Ator - Revelação Masculina (Troy Donahue). Também premiado pelo Laurel Awards na categoria Melhor Trilha Sonora (Max Steiner).

Comentários:
Esse filme romântico foi um dos maiores sucessos de bilheteria dos anos 50 e elevou a atriz Sandra Dee ao patamar de estrela, campeã de popularidade e ídolo adolescente em plenos anos dourados. O filme é muito didático no sentido de mostrar todo o leque de tabus e preconceitos morais e sexuais que imperavam na sociedade americana da época (se lá nos EUA era assim, imaginem aqui no Brasil como deveria ser atrasado!). A "honra" das jovens de família, a virgindade, o decoro, as convenções sociais que os namorados tinham que seguir à risca, tudo está na tela. O filme é muito romântico e tem uma trilha sonora marcante. Para se ter uma ideia a música tema foi um estouro nas paradas chegando ao primeiro lugar da revista Billboard na versão de Percy Faith. Impossível não conhecê-la até mesmo nos dias de hoje. O roteiro é obviamente açucarado, feito para embalar os amores juvenis da época mas tem também seus méritos, chegando ao ponto de discutir coisas mais sérias como a gravidez na adolescência, por exemplo.

Talvez o maior problema de "Amores Clandestinos", além de sua moralidade totalmente fora de moda nos dias atuais, seja o fraco desempenho do casalzinho de adolescentes que são os protagonistas do filme. Ok, Sandra Dee era um grande fenômeno de popularidade, todas as moças da época queriam ser como ela, mas o fato é que como atriz ela era bem limitada. Seu talento dramático se resumia a fazer beicinhos, um atrás do outro. Pelo menos foi salva por ser carismática e simpática. O mesmo não se pode dizer de seu partner em cena, o inexpressivo galãzinho Troy Donahue que não conseguiu escapar da canastrice completa. Um tipo de ator que se garantia apenas por seu bom visual. O problema é que isso é pouco, ainda mais nesse roteiro onde vários aspectos interessantes poderiam ser bem melhor explorados. O filme foi dirigido por Delmer Daves que havia escrito o roteiro de outro grande sucesso romântico da época, o também clássico "Tarde Demais Para Esquecer". De certa forma "Summer Place" é uma versão adolescente daquele filme estrelado por Cary Grant. Todos os ingredientes estão lá, a impossibilidade de concretizar um grande amor, locações paradisíacas e canções românticas marcantes, de cortar o coração. Por isso indico o filme a quem gosta de produções como essa. Certamente vai aquecer os corações dos mais românticos, desde que eles não sejam exigentes demais com boas atuações.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Tudo o Que o Céu Permite

Título no Brasil: Tudo o Que o Céu Permite
Título Original: All that Heaven Allows
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal International Pictures
Direção: Douglas Sirk
Roteiro: Peg Fenwick, Edna L. Lee
Elenco: Jane Wyman, Rock Hudson, Agnes Moorehead, Conrad Nagel
 
Sinopse:
Cary Scott (Jane Wyman) é uma viúva da alta sociedade, que a despeito dos preconceitos sociais acaba se apaixonando pelo jovem rapaz  Ron Kirby (Rock Hudson), que trabalha como jardineiro em sua casa. Mesmo com a diferença de idade e de já ter filhos adultos ela decide assumir seu novo romance perante toda a sociedade, o que acaba gerando todos os tipos de críticas e comentários maldosos em relação a ela e seu novo romance. Não tarda a aparecer todo tipo de pressão para que ela ponha fim ao seu envolvimento amoroso, considerado escandaloso e indecente pelo moralismo reinante em sua cidade e círculo social. Filme escolhido pela National Film Preservation Board para fazer parte da categoria National Film Registry.

Comentários:
Muito bom esse drama que foca no preconceito que existia (e ainda existe) na sociedade sobre classes sociais diferentes. Após assistir cheguei na conclusão que certas convenções dentro da sociedade não mudaram nada desde que o filme foi feito. Aqui temos um casal formado por uma senhora viúva rica (Jane Wyman) e um jovem e pobre rapaz jardineiro (Rock Hudson). Claro que mesmo apaixonados ambos vão sofrer todo tipo de preconceito da sociedade por causa dessa situação. Além da diferença de idade eles pertencem a classes sociais bem distintas. O filme é muito bem desenvolvido, sutil e inteligente. Joga com a situação e faz o público torcer pelo casal (isso na sociedade americana dos anos 1950, com todos os seus pudores e valores morais rígidos e ultrapassados). O filme é visualmente muito bonito, aproveitando tudo o que é possível da bela paisagem do local onde o personagem de Rock Hudson vive (um moinho antigo, com uma casa de campo e bambis passeando pelo quintal - mais bucólico impossível!).
 
O clima de nostalgia impera e traz muito para o resultado final. "Tudo o que o Céu Permite" foi produzido por causa do grande sucesso de "Sublime Obsessão". Praticamente toda a equipe foi reunida novamente para esse filme (Rock Hudson, Jane Wyman, o diretor Douglas Sirk e o produtor Ross Hunter). Rock tinha especial veneração por esse diretor pois foi o primeiro que deu uma chance de verdade a ele no cinema, quando era um simples iniciante. Também tinha grande amizade por Jane Wyman que, bem mais veterana do que ele nas telas, lhe deu apoio incondicional nesses dois filmes, sendo paciente e prestativa no set de filmagem. O curioso é que após o sucesso de "Tudo o que o Céu Permite" o aclamado diretor George Stevens fez tudo o que era possível para pedir Rock de empréstimo da Universal para rodar com ele na Warner o grande clássico "Assim Caminha a Humanidade". Certamente percebeu que Rock não era mais apenas uma promessa mas sim um grande astro. Enfim, recomendo bastante o filme, principalmente para o público feminino, que certamente terá muito mais sensibilidade para se envolver no excelente enredo. Um romance à moda antiga, com bom roteiro e cenas que mais parecem quadros românticos. Vale muito a pena conhecer.

Pablo Aluísio.