domingo, 18 de agosto de 2024
Goodfather of Harlem
quarta-feira, 5 de junho de 2024
Paixão Bandida
quinta-feira, 27 de abril de 2023
Os Gladiadores do Futuro
sexta-feira, 29 de abril de 2022
Os Olhos de Tammy Faye
Eles ficaram tão ricos com as doações dos que assistiam seus programas que logo compraram sua própria emissora de televisão. O problema é que com dinheiro demais, vem também os excessos. A Tammy usava um estilo que eu só poderia qualificar como "brega evangélica americana". Sempre com roupas luxuosas, maquiagem excessiva e muita ostentação de riquezas, com os dedos lotados de diamantes. Além disso havia mansões, carros luxuosos e tudo o que dinheiro podia comprar. Mensagem de Jesus? Esqueça, o negócio era ter muita grana mesmo! Com uma personagem tão extravagante assim a atriz Jessica Chastain conseguiu realizar aquele que talvez seja a melhor interpretação de sua carreira. Acabou sendo premiada com o Oscar de melhor atriz. Prêmio mais do que merecido.
Voltemos aos fatos. O fisco americano começou a ficar de olho no casal e aí já sabe. Descobriu-se que eles pediam dinheiro para construir casas para os mais pobres, mas que no fundo usavam o dinheiro em benefício próprio. A grana era gasta mesmo em suas vidas de luxos. O FBI bateu em cima e aí o império começou a ruir. A Tammy ainda conseguiu uma sobrevida porque era cantora gospel (daquelas bem bregas) e sempre teria como se sustentar. O problema é que o marido, que posava de senhor da moralidade, eram também um homossexual por trás das cortinas. A Tammy Faye já faleceu, mas deixou um legado bem negativo no mundo religioso dos EUA. Seu único aspecto positivo, pelo que vi no filme, foi que ela tentou combater o preconceito contra homossexuais dentro do mundo evangélico americano. Fora isso deixou discos bregas gospel e muita teologia da prosperidade na cabeça dos seguidores, algo que se repete à todo vapor no Brasil dos dias atuais. Que legado ruim, hein Tammy...
Os Olhos de Tammy Faye (The Eyes of Tammy Faye, Estados Unidos, 2021) Direção: Michael Showalter / Roteiro: Abe Sylvia / Elenco: Jessica Chastain, Andrew Garfield, Vincent D'Onofrio, Mark Wystrach / Sinopse: O filme conta a história da vida da pastora Tammy Faye; De origem humilde, ela se tornou fabulosamente rica ao lado do marido ao espalhar a teologia da prosperidade em programas de TV nos Estados Unidos. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor maquiagem e cabelo e melhor atriz (Jessica Chastain).
Pablo Aluísio.
domingo, 6 de fevereiro de 2022
Tudo por Amor
Título Original: Dying Young
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Richard Friedenberg
Elenco: Julia Roberts, Campbell Scott, Vincent D'Onofrio, Colleen Dewhurst, David Selby, Ellen Burstyn
Sinopse:
Hilary O'Neil (Julia Roberts) é uma enfermeira que trabalha em um hospital que possui uma ala de pacientes terminais. E é nesse local de sua função que ela acaba se apaixonando por um homem que já não tem mais muito tempo de vida.
Comentários:
No começo dos anos 90 a Julia Roberts já colhia os frutos de seu sucesso com o filme "Uma Linda Mulher" que realmente surpreendeu nas bilheterias da época. Então a Fox correu e lançou essa fita que já estava há um bom tempo arquivada dentro do estúdio. Esse filme inclusive foi produzido antes de "Uma Linda Mulher", mas lançado depois, justamente para pegar carona no outro filme. Coisas de marketing. Bom, eu me recordo que assisti na época de seu lançamento original, ainda nos tempos das locadoras de fitas VHS. Foi dirigido por Joel Schumacher, um cineasta irregular, capaz de fazer bons filmes e grandes porcarias. Aqui ele ficou na média apenas, nada muito surpreendente. Achei apenas mediano. Tem uma bonita fotografia, a Roberts era jovem e muito bela, mas no geral também soava como um romance cinematográfico sem muitas ideias novas ou originalidade. Hoje em dia seria interessante rever, até para matar as saudades. Além disso a Julia Roberts era de uma simpatia na época que cativava o espectador. Hoje em dia eu penso que ela perdeu grande parte desse seu carisma pessoal. Efeitos do tempo nas personalidades das pessoas.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
Imperdoável
Só que os problemas de Ruth não param por aí. Os filhos do xerife que ela matou estão em busca de vingança e sem perceber isso ela acaba virando um alvo. Um filme muito bom, com roteiro bem escrito. O destaque, como não poderia deixar de ser, vai para o trabalho de atuação de Sandra Bullock. Ela traz uma tensão para sua personagem que incomoda. Com o rosto sempre fechado, tenso, ela tenta sair do estigma que a perseguirá pelo resto de sua vida, a de ser uma assassina e uma condenada pela justiça. Gostei da abordagem do roteiro em desenvolver e mostrar as dificuldades que uma pessoa enfrenta ao sair da prisão. Não é fácil se reerguer na vida depois de algo assim. Um belo trabalho de todos os envolvidos nesse que já pode ser considerado um dos bons filmes do ano. Deixo aqui meus aplausos.
Imperdoável (The Unforgivable, Estados Unidos, 2021) Direção: Nora Fingscheidt / Roteiro: Peter Craig, Sally Wainwright / Elenco: Sandra Bullock, Viola Davis, Vincent D'Onofrio, Jon Bernthal, Richard Thomas / Sinopse: Depois de ficar 20 anos na prisão cumprindo pena, Ruth Slater (Sandra Bullock) ganha a liberdade. A vida fora das grades porém se revelará cheio de desafios a se superar. Filme baseado na série "Unforgiven".
Pablo Aluísio.
sábado, 4 de maio de 2019
Noite Sem Fim
O diretor espanhol Jaume Collet-Serra rodou um filme visualmente muito bem realizado. Tiros não são apenas tiros, mas também uma oportunidade de explorar verdadeiros quadros de imagens visuais na tela. O roteiro também explora bastante a dualidade do protagonista. Um assassino contratado para fazer o serviço sujo da máfia, eliminando pessoas inconvenientes, ele de repente se mostra em dúvida sobre os rumos que sua vida tomou. Além do excelente visual e do bom roteiro (que tira leite de pedra ao desenvolver um tema até batido nesse tipo de fita), ainda temos um elenco de apoio invejável. Ed Harris interpreta o chefão mafioso e Nick Nolte dá vida a um outro assassino profissional que quer justamente a cabeça de Neeson, algo como um prêmio a mais em sua carreira no mundo do crime. Afinal enviar para a cova um dos mais respeitados matadores da máfia o colocaria em um patamar invejável entre seus pares criminosos. Então é isso, um filme de ação realmente acima da média, uma boa indicação para quem curte o estilo.
Noite Sem Fim (Run All Night, Estados Unidos, 2015) Estúdio: Vertigo Entertainment / Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Brad Ingelsby / Elenco: Liam Neeson, Ed Harris, Joel Kinnaman, Vincent D'Onofrio, Boyd Holbrook, Common, Nick Nolte / Sinopse: Jimmy Conlon (Liam Neeson) é um veterano assassino profissional da máfia irlandesa que de repente se vê no outro lado da moeda, ao descobrir que seu filho agora é alvo dos mafiosos. Ele se tornou testemunha de algo importante e por isso precisa ser sumariamente executado pela mesma organização criminosa a que pertence Jimmy.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 12 de outubro de 2018
Impostor
Não gostei muito do filme. Na verdade esse gênero Sci-fi é um dos mais difíceis do cinema se formos analisar bem. O erro na dosagem pode transformar qualquer roteiro cheio de boas intenções em um mero trash descartável. Esse filme escapou disso, mas pouco memorável, não é sequer lembrado pelos fãs que gostam desse estilo de produção. Por fim um detalhe importante: o roteiro foi inspirado na obra de Philip K. Dick, o mesmo criador de Blade Runner. Esse, no final das contas, é o grande atrativo para se conferir esse filme. Fora isso, nada de muito importante para citar.
Impostor (Estados Unidos, 2001) Direção: Gary Fleder / Roteiro: Scott Rosenberg, baseado no conto "The Impostor" de Philip K. Dick / Elenco: Gary Sinise, Madeleine Stowe, Vincent D'Onofrio, Shane Brolly / Sinopse: Em 2079, numa planeta Terra em guerra com uma raça vinda do espaço, um cientista chamado Spencer John Olham (Gary Sinise) tenta sobreviver a uma conspiração de vida ou morte.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 9 de maio de 2018
Desejo de Matar
Três criminosos invadem a casa, fazendo de reféns mãe e filha. Eles querem dinheiro e joias que estão em um cofre. O assalto foge do controle quando a filha tenta reagir, no meio da confusão as duas são baleadas. O Dr. Paul Kersey (Bruce Willis), considerado um homem racional e equilibrado, começa a perceber que nem sempre confiar nas forças policiais traz algum resultado. O departamento tem centenas de casos abertos, sem solução. Há poucos investigadores para tantos crimes. Os homens que mataram sua esposa estão soltos, livres para cometer outros assassinatos. Assim ele resolve fazer justiça com as próprias mãos. Com a posse de uma arma, ele começa a investigar, ir atrás dos criminosos. Quem assistiu a algum filme da série original "Desejo de Matar" sabe bem o que acontece daí para a frente. O roteiro é um dos mais emblemáticos nessa temática de justiceiro das ruas. Aliás foi copiado à exaustão por anos e anos por outras produções ao longo de todo esse tempo.
Apesar da falta de novidades, confesso que gostei do filme. Bruce Willis é uma ótima escolha para substituir Charles Bronson. Isso não apenas pelo fato dele ter estrelado filmes de ação por toda a sua carreira, mas também por convencer plenamente como um homem comum, pai de família, que entende que deverá sujar as mãos para fazer a justiça que tanto espera. Isso não aconteceria caso Stallone estrelasse o filme. Aliás o ator havia acertado com o estúdio que iria estrelar essa fita. Quando a pré produção começou a ser feita era o nome de Stallone que figurava nos cartazes promocionais do filme. Só que o ator, na última hora, resolveu pular fora. Para amigos disse que seria complicado superar Charles Bronson em um filme tão associado a ele. Com isso Bruce Willis foi contratado. Decisão bem certeira, já que o resultado ficou realmente bom. Simples e eficiente esse novo "Desejo de Matar" cumpre o que promete e não desmerece o legado de Charles Bronson.
Desejo de Matar (Death Wish, Estados Unidos, 2018) Direção: Eli Roth / Roteiro: Joe Carnahan, baseado no romance policial escrito por Brian Garfield / Elenco: Bruce Willis, Dean Norris, Elisabeth Shue, Vincent D'Onofrio / Sinopse: Após sua esposa ser morta em um assalto em sua casa, o médico e pacata pai de família Dr. Paul Kersey (Bruce Willis) começa a perceber que os criminosos ficaram soltos. A polícia de Chicago tem centenas de casos em aberto, sem solução. Falta investigadores e infra estrutura. Assim ele decide fazer justiça com as próprias mãos, indo atrás dos assassinos para eliminar um a um os bandidos.
Pablo Aluísio.
sábado, 9 de setembro de 2017
Sete Homens e um Destino
Pois bem, nesse novo filme, turbinado por um orçamento generoso, tendo como destaque a presença do astro Denzel Washington, temos algumas modificações na estória, muito embora a espinha dorsal dos filmes originais se tenha mantido. Basicamente é a mesma coisa, com pessoas de uma cidade oprimida por uma quadrilha que procuram por alguma ajuda. Embora seja um bom faroeste - é inegável isso - essa nova versão tem alguns problemas. O primeiro deles é o fato do diretor Antoine Fuqua ter optado por realizar um filme longo demais. Esse tipo de filme, com esse tipo de enredo, não necessita de uma metragem tão extensa. Se o corte final fosse mais enxuto penso que o filme ganharia mais em termos de agilidade e edição. O fato de Fuqua ter procurado levar à sério demais o próprio enredo também é um problema. Nunca foi essa a proposta da primeira versão americana. Por fim temos a violência, que em determinados momentos extrapola um pouco. São problemas eventuais, pontuais, que não chegam a atrapalhar muito. O filme foi malhado bastante desde que foi lançado, mas penso que não é para tanto. É um faroeste bem produzido, com um elenco interessante, embora em minha opinião Denzel Washington esteja um pouco fora de seu habitual. Passa longe de ser tão ruim como alguns críticos afirmaram. Na verdade, na pior das hipóteses, temos aqui pelo menos uma boa diversão. Sim, continua desnecessário, como todo remake, mas com um pouquinho de boa vontade até que não faz feio. Escapou de ser um filme inútil.
Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven, Estados Unidos, 2016) Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: Nic Pizzolatto, Richard Wenk / Elenco: Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke, Vincent D'Onofrio, Peter Sarsgaard, Manuel Garcia-Rulfo / Sinopse: Um pequeno e pacata vilarejo, oprimido por uma quadrilha de mercenários, bandoleiros e ladrões, pede ajuda a um pequeno grupo de pistoleiros que se dispõe a ajudá-los. Filme baseado no clássico "The Magnificent Seven" de 1967. Filme indicado ao Black Reel Awards na categoria de Melhor Ator (Denzel Washington).
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 9 de junho de 2017
CHIPS
Título Original: CHIPS
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Dax Shepard
Roteiro: Dax Shepard, Rick Rosner
Elenco: Michael Peña, Dax Shepard, Vincent D'Onofrio, Adam Brody, Rosa Salazar, Jessica McNamee
Sinopse:
Um agente do FBI é infiltrado dentro do departamento de polícia de Los Angeles para descobrir uma quadrilha de tiras corruptos. Ele assume então a identidade do patrulheiro Frank 'Ponch' Poncherello (Michael Peña). Ao lado de seu parceiro Jon Baker (Dax Shepard), um ex-piloto de motos de competição, ele quer descobrir quais policiais estariam envolvidos no roubo de carros de transporte de valores. Tudo indica que eles são patrulheiros da CHIPS.
Comentários:
A série "CHiPs" foi um grande sucesso da história da TV americana. Durou seis temporadas e foi exibida (inclusive no Brasil) entre os anos de 1978 a 1983. Marcou época e deixou saudades, sem dúvida. Agora temos essa adaptação para o cinema desse programa que durante anos foi líder de audiência. Os dois personagens principais foram mantidos (Ponch e Baker), mas de resto tudo mudou. Se a série original era um programa policial ao velho estilo enlatado, aqui optou-se por uma linha com mais humor. Não chega a ser uma comédia besteirol, manteve-se ainda um certo pé no chão, porém o lado da comédia falou mais alto. Não é um filme de todo ruim, tem lá seus bons momentos, inclusive no quesito diversão, porém é óbvio que deixará muito a desejar em relação aos fãs da série original. Essa nova dupla de atores obviamente não consegue repetir o carisma da velha dupla (onde se destacava o ator Erik Estrada, que aqui faz uma pontinha na cena final, dentro da ambulância), mas no geral também não aborrece. A conhecida trilha sonora da série, que tinha uma abertura que também ficou muito famosa nos anos 70 e 80, foi timidamente aproveitada, o que achei um erro, já que CHips, queiram ou não, já virou uma peça de nostalgia. Eles deveriam ter investido mais nisso. Assim no saldo final, tirando certos exageros, principalmente no aspecto mais vulgar de certas piadas, até que essa adaptação para o cinema dos patrulheiros californianos não chega a ser tão ruim. É assistível e não enche a paciência, o que em relação a comédias americanas da atualidade já é um feito e tanto!
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Newton Boys
Título Original: The Newton Boys
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Richard Linklater
Roteiro: Richard Linklater
Elenco: Matthew McConaughey, Ethan Hawke, Vincent D'Onofrio, Julianna Margulies
Sinopse:
Quatro irmãos da família Newton, tradicional fazendeira do interior, resolvem procurar por outro caminho na vida. O campo já não traz mais o pão de cada dia e eles estão prestes a perder a propriedade rural para um banco. Assim eles decidem formar uma quadrilha de roubo a bancos. Em pouco tempo os Newton Boys, como passam a ser chamados pela imprensa, começam a causar pânico por onde passam, até decidirem promover o maior roubo de banco da história dos Estados Unidos. Algo que custará caro para todos eles.
Comentários:
Sempre vi esse filme como uma tentativa tardia de revitalizar os antigos filmes de gangsters, como aqueles clássicos produzidos na década de 1940. Filmes que foram extremamente populares em sua época. A receita do roteiro escrito pelo diretor Richard Linklater é bem simples de entender. Ele apenas adaptou o livro original de Claude Stanush para uma roupagem mais moderna, escalando atores jovens e galãs para os personagens principais. Ganhou em estética, mas ao mesmo tempo perdeu em veracidade histórica (já que os verdadeiros gangsters não se pareciam com modelos como esses que vemos nesse filme!). Assim o estúdio escalou Matthew McConaughey para ser o protagonista, uma vez que ele estava sendo bastante cotado para se tornar o astro do amanhã, já que sua popularidade aumentava a cada dia. Ethan Hawke, que tinha mais bagagem no quesito atuação, também foi contratado para contrabalancear de certa maneira a inexperiência de Matthew. Um dos aspectos curiosos ao se rever essa produção é constatar que a atriz Julianna Margulies está no elenco. Ela, que iria se tornar no futuro a estrela de uma série de grande sucesso nos Estados Unidos chamada "The Good Wife", aqui surge bem jovem, com maquiagem pesada e exagerada - típica das mulheres dos anos 40. No mais é aquilo de sempre: muitos crimes e tiroteios com as famosas metralhadoras conhecidas como "Tommy Gun", a preferida dos criminosos e gangsters daqueles tempos em que Al Capone reinava em Chicago.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Cavalos Domados
Título no Brasil: Cavalos Domados
Título Original: Broken Horses
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Reliance Entertainment
Direção: Vidhu Vinod Chopra
Roteiro: Vidhu Vinod Chopra, Abhijat Joshi
Elenco: Anton Yelchin, Chris Marquette, Vincent D'Onofrio, María Valverde, Sean Patrick Flanery
Sinopse:
O filme narra a história de dois irmãos, Buddy (Chris Marquette) e Jacob (Anton Yelchin). Quando eram apenas garotos eles viram seu pai, o xerife da cidade, ser assassinado de forma covarde. Com o passar dos anos a vida deles tomam rumos diferentes. Jacob vai embora para Nova Iorque tentar vencer na carreira de músico que abraçou. Buddy fica na mesma cidadezinha onde nasceu. Extremamente habilidoso no manejo de armas de fogo, acaba se tornando assassino profissional da quadrilha chefiada por Julius Hench (Vincent D'Onofrio). Depois de oito anos sem se verem pessoalmente Jacob resolve retornar para reencontrar o irmão. Ele quer que ele seja seu padrinho de casamento. O que encontra porém é muito mais complicado de se lidar do que seu próprio passado.
Comentários:
Pela sinopse dá para perceber que o enredo é interessante. Geralmente roteiros assim, que exploram a vida de irmãos que em determinado momento caminham por jornadas diferentes, costumam ser bons. Jacob (Yelchin) trilha o caminho do estudo e se torna um dedicado músico. Violinista talentoso, ele almeja entrar um dia na prestigiada Filarmônica de Nova Iorque. Caso consiga realizar seu sonho planeja também se casar com sua namorada de longa data. Já Buddy (Marquette) ficou para trás. Ele ainda mora na mesma cidadezinha onde nasceu. No passado acabou entrando para o mundo do crime ao se vingar da morte do pai, um policial honesto. Depois do primeiro crime não parou mais e acabou sendo "adotado" pelo chefão mafioso Hench (D'Onofrio). Quando essas duas realidades tão diversas se reencontram após tantos anos as velhas feridas do passado são abertas. Poderia ser um bom drama e com tanto potencial na história poderia certamente render um belo filme.
O diretor Vidhu Vinod Chopra porém optou por uma linguagem quase Tarantinesca. O problema é que ele não tem cacife para tanto. Ao invés de contar a trama dos irmãos de forma mais convencional, ele acabou adotando uma narrativa mais fragmentada, com doses de nonsense e absurdo que só atrapalham o resultado final. O que mais incomoda é a forma como leva e desenvolve o personagem de Buddy, o irmão mais velho. Ele não parece ter o juízo no lugar, agindo de forma abobalhada e em muitos aspectos até mesmo infantilóide. Embora Jacob seja bem desenvolvido, na forma de ser e agir, o comportamento estranho e bizarro de Buddy quase coloca tudo a perder. O roteiro não deixa claro em nenhum momento se Buddy tem algum tipo de retardo mental e isso compromete todo o enredo. Dessa maneira "Cavalos Domados" deve ser apreciado com reservas. Não é Tarantino e nem tampouco maravilhoso. No fundo é aquele tipo de filme que você sai com a sensação de que tinha potencial de verdade, mas que foi desperdiçado com ideias e escolhas ruins.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Nascido Para Matar
Título Original: Full Metal Jacket
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stanley Kubrick
Roteiro: Stanley Kubrick
Elenco: Matthew Modine, R. Lee Ermey, Vincent D'Onofrio
Sinopse:
Jovens americanos se preparam para entrar em combate durante a Guerra do Vietnã. Sob ordens de um sargento linha dura, eles são submetidos a todo tipo de pressão física e mental. Apenas os fortes resistirão a esse desafio. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhor Roteiro Adaptado. Também indicado na mesma categoria no Globo de Ouro, onde venceu na categoria Melhor Ator Coadjuvante (R. Lee Ermey). "Full Metal Jacket" foi o penúltimo filme da carreira do cineasta Stanley Kubrick.
Comentários:
Esse foi o último grande filme da carreira do genial Stanley Kubrick. Para muitos também é a melhor produção do chamado ciclo do Vietnã, uma série de filmes feitos sobre o conflito que começaram a surgir nas telas em meados dos anos 80. Não é para menos. Kubrick dividiu a trama de seu roteiro em dois atos bem claros. No primeiro acompanhamos o duro treinamento de um grupo de soldados, levando um deles à beira da insanidade completa. No segundo ato já temos os recrutas em plena guerra, tendo que enfrentar os desafios de uma batalha que nunca parecia ter fim. Em um momento crucial acabam ficando na mira de um atirador de elite das forças vietcongues. Kubrick se mostra genial em todos os momentos da película. Dono de um estilo maravilhoso no que toca ao poder de domínio sobre a narrativa, ele consegue expor a loucura do Vietnã de forma magistral. O enredo foi baseado na novela de Gustav Hasford mas, como sempre acontecia com o genial cineasta, ele usou isso apenas como ponto de partida para seu script, que se mostra extremamente atual e relevante. Em termos de elenco quem acaba se destacando mesmo é R. Lee Ermey que interpreta o sargento durão Hartman. O curioso é que Ermey era de fato um militar, o que trouxe ainda mais veracidade no que vemos na tela. Em suma, uma verdadeira obra prima cinematográfica com a assinatura do gênio Stanley Kubrick! Precisa dizer mais alguma coisa?
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
JFK A Pergunta Que Não Quer Calar
Esse filme causou grande repercussão em seu lançamento. Não é para menos pois se propunha a jogar uma luz nesse grande mistério. O problema é que JFK, o filme de Stone, acaba por não responder pergunta nenhuma. O cineasta jogou todas as teorias em seu roteiro, misturou bem, adicionou gasolina para criar uma polêmica interminável e não chegou a nenhuma conclusão. O problema é esse, Stone simplesmente não quis se comprometer. Tudo fica no ar, envolto em mistérios, então depois de ficarmos tanto tempo vendo sua visão (o filme tem longa duração) nos sentimos enganados por ver que tudo aquilo simplesmente não chega a lugar nenhum. Outro grave defeito de JFK é que ele passa longe de ser uma produção historicamente correta. O promotor interpretado por Kevin Costner no filme é muito diferente da pessoa real. No filme ele é retratado como um herói. Na vida real era uma pessoa fascinada com o mundo das conspirações em torno de Kennedy, um aficcionado no assunto. Porém tal como o filme morreu sem chegar a conclusão nenhuma. A tal pergunta que não quer calar definitivamente não foi respondida com essa obra cinematográfica que é boa para levantar a poeira das teorias e teses intermináveis que foram criadas durante todos esses anos, mas totalmente pífia em apresentar resultados concretos. Atirando para todos os lados sem acertar em nada o filme falha completamente em suas pretensões.
JFK – A Pergunta Que Não Quer Calar (JFK, Estados Unidos, 1991) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Oliver Stone, Zachary Sklar / Elenco: Kevin Costner, Gary Oldman, Jack Lemmon, Vincent D'Onofrio, Sissy Spacek, Joe Pesci, Walter Matthau, Tommy Lee Jones, John Candy, Kevin Bacon, Donald Sutherland / Sinopse: Após a morte do Presidente John F. Kenney na cidade de Dallas no ano de 1963 um ousado e esforçado promotor público chamado Jim Garrison (Kevin Costner) inicia uma longa jornada em busca da verdade dos fatos. Para ele nada do que afirma a versão oficial pode ser admitido como verdade do que realmente aconteceu. Para Garrison há toda uma rede conspiratória envolvendo a morte do líder máximo da nação norte-americana. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Fotografia e Melhor Edição. Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Direção para Oliver Stone.
Pablo Aluísio.
domingo, 18 de novembro de 2012
Ed Wood
Outro aspecto que chama atenção no filme é a presença do ator Bela Lugosi na trama. De fato no final da vida, pobre, abandonado e viciado em drogas, o grande ator do passado estava arruinado completamente, tanto na vida como na carreira. Foi nesse momento que Ed Wood resolveu lhe ajudar, o escalando para uma série de fitas de terror trash que trouxe ao velho Lugosi um mínimo de dignidade que ainda lhe restava. Esse ponto do enredo é dos mais humanos que já vi em filmes recentes. Burton lida com carinho seu personagem, dando a Martin Landau (que interpreta Lugosi no filme) o papel de sua vida, tanto que foi vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Um reconhecimento que em minha opinião premiou não apenas Landau mas também Lugosi pois foi uma forma encontrada pela Academia de homenagear esse grande nome do passado que morreu esquecido e abandonado, infelizmente. Outra sábia decisão de Burton foi filmar tudo em uma linda fotografia preto e branco. O clima de algo antigo nos remete de forma imediata aos grandes anos do cinema clássico quando Lugosi era ídolo dos fãs de filmes de suspense e terror. Em suma, Ed Wood é um belo poema de amor ao cinema. Um filme muito lírico que soube como poucos resgatar a "genialidade" de Ed Wood, que sendo o pior diretor de todos os tempos ou não, conseguiu entrar na história do cinema de uma forma muito especial.
Ed Wood (Ed Wood, Estados Unidos, 1994) Direção: Tim Burton / Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski / Elenco: Johnny Depp, Martin Landau, Sarah Jessica Parker, Patricia Arquette, Jeffrey Jones, Vincent D'Onofrio / Sinopse: Ed Wood (Johnny Depp), um diretor obtuso, resolve reunir um grupo de estranhos atores e um veterano consagrado mas decadente para filmar uma nova obra prima que em sua opinião vai revolucionar para sempre a sétima arte!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Fogo Contra Fogo
Nem precisa dizer que é justamente por isso que o filme decai tanto. O tema é batido e o ator que interpreta o bombeiro, Josh Duhamel, é fraco e sem jeito para bancar o herói de filmes de ação. Seu maior sucesso até aqui foi com a franquia Transformers. Obviamente o estúdio está tentando transformá-lo em um novo herói de ação mas até agora não convenceu muito. Como se não bastasse ainda temos que agüentar o rapper 50 Cent fazendo uma pequena participação. Ele definitivamente deveria retornar para sua carreira musical porque como ator ele é realmente sofrível, péssimo. Outra presença que chama a atenção é a do ator Julian McMahon que interpretava o egocêntrico cirurgião Christian Troy de Nip / Tuck, aqui interpretando um assassino profissional. Sua entrada em cena é responsável pelas melhores sequências do filme, como a do tiroteio no meio de um estacionamento. Fora isso nada de mais digno de nota. A cena final usa a abusa de efeitos digitais recriando fogo mas sem grande impacto. "Fire With Fire" é um ponto menor, quase obscuro, da carreira de Bruce Willis. Sua grande vantagem é ser curtinho, sem firulas, indo direto ao ponto. Infelizmente se rende a muitos clichês ao longo de sua duração mas pode ser encarado como um divertimento ligeiro caso não haja nada melhor para assistir.
Fogo Contra Fogo (Fire With Fire, Estados Unidos, 2012) Direção: David Barrett / Roteiro: Lowell Cauffiel, Tom O'Connor / Elenco: Josh Duhamel, Rosario Dawson, Bruce Willis, Julian McMahon, Vincent D'Onofrio, Vinnie Jones, Richard Schiff, 50 Cent / Sinopse: Bombeiro testemunha um assassinato, para garantir que sobreviva até o julgamento um grupo de policiais o colocam no serviço de proteção às testemunhas, o que acaba não garantindo sua integridade física. Sem opção ele então resolve ir atrás dos criminosos para um acerto de contas definitivo.
Pablo Aluísio.