segunda-feira, 1 de maio de 2023
Muralhas de Sangue
segunda-feira, 24 de abril de 2023
Demétrio e os Gladiadores
sexta-feira, 27 de abril de 2018
Amores Clandestinos
Título no Brasil: Amores Clandestinos
Título Original: A Summer Place
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Delmer Daves
Roteiro: Sloam Wilson, Delmer Daves
Elenco: Richard Egan, Sandra Dee, Troy Donahue, Doroth McGuire
Sinopse:
O jovem Johnny Hunter (Troy Donahue) conhece uma bela garota, Molly Jorgenson (Sandra Dee), durante um veraneio numa linda ilha turística. O problema para Molly é que seus pais não aceitam, por questões morais e sociais, que o namoro do jovem casal vá em frente. Está armada assim a trama básica do filme "A Summer Place" que no Brasil recebeu o título de "Amores Clandestinos". Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Ator - Revelação Masculina (Troy Donahue). Também premiado pelo Laurel Awards na categoria Melhor Trilha Sonora (Max Steiner).
Comentários:
Esse filme romântico foi um dos maiores sucessos de bilheteria dos anos 50 e elevou a atriz Sandra Dee ao patamar de estrela, campeã de popularidade e ídolo adolescente em plenos anos dourados. O filme é muito didático no sentido de mostrar todo o leque de tabus e preconceitos morais e sexuais que imperavam na sociedade americana da época (se lá nos EUA era assim, imaginem aqui no Brasil como deveria ser atrasado!). A "honra" das jovens de família, a virgindade, o decoro, as convenções sociais que os namorados tinham que seguir à risca, tudo está na tela. O filme é muito romântico e tem uma trilha sonora marcante. Para se ter uma ideia a música tema foi um estouro nas paradas chegando ao primeiro lugar da revista Billboard na versão de Percy Faith. Impossível não conhecê-la até mesmo nos dias de hoje. O roteiro é obviamente açucarado, feito para embalar os amores juvenis da época mas tem também seus méritos, chegando ao ponto de discutir coisas mais sérias como a gravidez na adolescência, por exemplo.
Talvez o maior problema de "Amores Clandestinos", além de sua moralidade totalmente fora de moda nos dias atuais, seja o fraco desempenho do casalzinho de adolescentes que são os protagonistas do filme. Ok, Sandra Dee era um grande fenômeno de popularidade, todas as moças da época queriam ser como ela, mas o fato é que como atriz ela era bem limitada. Seu talento dramático se resumia a fazer beicinhos, um atrás do outro. Pelo menos foi salva por ser carismática e simpática. O mesmo não se pode dizer de seu partner em cena, o inexpressivo galãzinho Troy Donahue que não conseguiu escapar da canastrice completa. Um tipo de ator que se garantia apenas por seu bom visual. O problema é que isso é pouco, ainda mais nesse roteiro onde vários aspectos interessantes poderiam ser bem melhor explorados. O filme foi dirigido por Delmer Daves que havia escrito o roteiro de outro grande sucesso romântico da época, o também clássico "Tarde Demais Para Esquecer". De certa forma "Summer Place" é uma versão adolescente daquele filme estrelado por Cary Grant. Todos os ingredientes estão lá, a impossibilidade de concretizar um grande amor, locações paradisíacas e canções românticas marcantes, de cortar o coração. Por isso indico o filme a quem gosta de produções como essa. Certamente vai aquecer os corações dos mais românticos, desde que eles não sejam exigentes demais com boas atuações.
Pablo Aluísio.
sábado, 3 de janeiro de 2009
Elvis Presley - Ama-me Com Ternura
Como superar seus sentimentos por Cathy agora? “Love Me Tender” se chamava originalmente “The Reno Brothers” e havia sido planejado como um drama de western, explorando os conflitos familiares entre os irmãos Reno em um roteiro baseado na estória original de Maurice Geraghty, uma veterana roteirista de faroestes. Quando Elvis Presley foi encaixado no filme tudo mudou, músicas foram adicionadas no enredo e o que era mais dramático ficou levemente amenizado. A primeira vez que Elvis apareceu numa tela de cinema foi justamente nesse filme, arando as terras do rancho de sua mãe ao longe quando finalmente percebe seus irmãos retornando da guerra. Presley nunca havia atuado antes na vida e tudo foi uma enorme experiência para ele. Na verdade era apenas um jovem de 21 anos deslumbrado com a chance de fazer um filme em Hollywood. De origem humilde ele jamais poderia pensar que um dia apareceria no cinema! Embora sua atuação tenha sido criticada por alguns na época o fato é que Elvis em nenhum momento compromete o filme com sua performance. Na verdade ele demonstra boa presença de cena, mesmo nos momentos em que seu personagem exige mais. Parece estar bem à vontade contracenando com os demais atores sem mostrar qualquer tipo de nervosismo ou amadorismo.
A Fox viu a presença de Elvis no elenco como um bônus para o filme. Mal sabiam eles que a partir de seu lançamento tudo iria girar em torno de Elvis Presley. Ele era o terceiro nome no elenco mas quando a Fox viu seu potencial de bilheteria mudou a estratégia de marketing e se concentrou na figura do cantor. Novos posters foram feitos e a figura de Elvis colocada em destaque. O resultado veio nas bilheterias. Os fãs de Presley lotaram os cinemas, formando filas e mais filas nas portas das salas de exibição. Todos queriam ver Elvis na tela grande! “Love Me Tender” que não passava de uma produção B da Fox logo se tornou um dos campeões de bilheteria do ano. O saldo final foi mais do que satisfatório rendendo nove vezes mais que seu custo de produção – um resultado que mostrava a força do roqueiro Elvis para os chefões dos estúdios. Afinal os jovens formavam a maior parte do público pagante do cinema americano na época e eles simplesmente adoravam as músicas de Elvis. Muitos inclusive assistiram ao filme várias vezes aumentando ainda mais sua renda final. A música tema também chegou ao primeiro lugar nas paradas e virou um clássico instantâneo.
A presença de Elvis e o sucesso causado pelo seu público ofuscaram de certa forma uma avaliação mais isenta desse faroeste. Os que não gostavam de Elvis e sua música “selvagem” obviamente aproveitaram para desmerecer o filme em si. Bobagem. “Ama-me Com Ternura” era bem na média do que se produzia na época. Não era um faroeste ruim e nem uma bomba, pelo contrário, estava de acordo com o que os estúdios produziam nos anos 50. De certa forma poderia ser até mesmo estrelado por um Randolph Scott ou qualquer outro astro de westerns dos grandes estúdios. O diretor era o competente Robert D. Webb que já havia dirigido bons faroestes antes como “A Lei do Bravo” e sem dúvida sabia muito bem o que estava fazendo, com ou sem Elvis Presley no elenco. Esse aliás adorou tudo, o clima do set de filmagens, os ensaios, as tomadas de cena, tudo. De fato não seria a última vez que Elvis Presley iria ao velho oeste em sua carreira. Ele retornaria alguns anos depois às pradarias em filmes como “Estrela de Fogo” e “Charro” mas essa é uma outra história...
Ama-me Com Ternura (Love Me Tender, EUA, 1956) Direção: Robert D. Webb / Roteiro: Robert Buckner baseado na curta estória de Maurice Geraghty / Elenco: Richard Egan, Debra Paget, Elvis Presley, Robert Middleton, William Campbell / Sinopse: Após o fim da guerra americana Vance Reno (Richard Egan) retorna para o rancho de sua mãe mas descobre que a paixão de sua vida, a jovem Cathy (Debra Paget) se casou com seu irmão caçula, Clint Reno (Elvis Presley).
Pablo Aluísio.