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segunda-feira, 7 de maio de 2018

Confronto no Pavilhão 99

Título no Brasil: Confronto no Pavilhão 99
Título Original: Brawl in Cell Block 99
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: XYZ Films
Direção: S. Craig Zahler
Roteiro: S. Craig Zahler
Elenco: Vince Vaughn, Jennifer Carpenter, Don Johnson, Dion Mucciacito, Geno Segers, Victor Almanzar

Sinopse:
Após ser preso numa operação policial o traficante Bradley Thomas (Vince Vaughn) é condenado a sete anos de prisão. Fora da cadeia deixa sua esposa grávida de seis meses. As coisas pioram ainda mais quando ele começa a ser chantageado dentro da penitenciária. Ou ele mata um prisioneiro a mando de um cartel mexicano de drogas ou então sua esposa grávida será morta pelos assassinos da quadrilha. Filme indicado no Toronto Film Festival.

Comentários:
Esse filme tem duas características que me desagradaram bastante. A primeira é que não é um filme muito bem produzido. Na verdade tudo pareceu tão falso. Como se trata de um filme que se passa na prisão esperava por algo mais bem elaborado. Isso não acontece. Os cenários são mal feitos. Quando o personagem do Vince Vaughn é enviado para uma prisão de segurança máxima tudo me pareceu irreal. As celas escuras e com paredes de pedra lembravam mais masmorras medievais do que celas de penitenciárias modernas. Além disso o uso reiterado de torturas e situações bizarras dentro da prisão aumentaram ainda mais a sensação de se estar assistindo a algo muito mal produzido. A outra coisa que me incomodou bastante foi o excesso de violência, de cenas gratuitas, como as que Vince esmaga a cabeça de seus inimigos. Cruel e nem muitas vezes bem feita, tudo acabou soando quase patético. É um filme longo (mais do que o necessário) que não passa veracidade em quase nada. No começo ainda mantive um pouco a atenção, mas depois que ele é preso e enviado para prisões a coisa toda desanda. Vince Vaughn não está bem, ficando visivelmente fora do que poderia se esperar de seu papel brutal. Interessante mesmo apenas Don Johnson que interpreta o diretor que como convém a filmes desse estilo também é um sádico violento. Enfim, temos aqui um filme que deixa a desejar, seja pelo sua produção ruim, seja pela violência pela violência, sem justificativa, quase um atentado completo ao bom gosto e ao bom senso.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Bone Tomahawk

Dois ladrões e assassinos invadem um cemitério sagrado de uma desconhecida tribo de homens selvagens que vivem nas montanhas. Pela ofensa os nativos imediatamente matam um dos criminosos, porém o outro consegue escapar, indo parar em uma cidadezinha do velho oeste. Lá a lei e a ordem é mantida pelo honesto xerife Franklin Hunt (Kurt Russell). Como é um forasteiro, o tal criminoso, ainda sem identidade definida, logo chama a atenção do xerife. Hunt o interroga no saloon, porém esse se mostra pouco colaborativo. Depois de uma discussão o ladrão é baleado e levado para a cadeia local. O que Hunt não desconfia é que os selvagens estão na caça do sujeito. Durante a madrugada conseguem entrar na delegacia e terminam sequestrando não apenas o desconhecido, mas também o auxiliar de Hunt e Samantha O'Dwyer (Lili Simmons) que estava cuidando dos ferimentos do prisioneiro. O xerife, sem outra alternativa, resolve então ir atrás dos selvagens e para isso forma um grupo de quatro homens corajosos que deverão enfrentar todas as dificuldades para libertarem os cativos daquele bando de nativos sanguinários. Mal sabem o terror que os aguarda.

Quando "Bone Tomahawk" começa você pensa estar prestes a assistir um bom filme de faroeste contemporâneo, com um claro respeito por parte de seu roteiro em relação às mitologias do western dos filmes do passado. Isso porém é verdade apenas em termos. Embora a estrutura da narrativa siga um estilo mais tradicional, mostrando a jornada dos homens em tentar localizar o paradeiro dos sequestrados para salvar suas vidas, há também também nuances que fogem dessa linha tradicionalista. Os grandes vilões do filme são os próprios selvagens, chamados pelos moradores locais de "trogloditas". Eles vivem nas cavernas montanhosas do deserto, não possuem qualquer tipo de civilidade e são canibais. Nem os próprios indígenas que lutam contra a presença do homem branco na região desejam qualquer tipo de contato com aqueles verdadeiros animais. Vivem como verdadeiros bichos irracionais. Também apreciam muito a carne humana como alimento. O fato de canibalizarem suas vítimas acaba abrindo margem para cenas extremamente violentas, como quando abrem ao meio (literalmente falando) um homem para comerem suas vísceras. Esse tipo de cena certamente vai desagradar bastante aos fãs mais tradicionais de filmes de western pois são mais presentes e costumeiras em filmes de terror do estilo Gore. Isso porém deve ser deixado de lado. Mesmo com pequenos deslizes ao velho estilo trash, com muito sangue e carnificina, "Bone Tomahawk" ainda pode ser considerado um dos melhores faroestes de 2015. Certamente há uma certa apelação no quesito sangue e tripas, mas vamos convir que isso definitivamente não tira seus méritos como um bom filme que é. Além disso é sempre um prazer renovado encontrar novamente Kurt Russell como xerife do velho oeste. Sua presença praticamente vale pelo filme inteiro.

Bone Tomahawk (Bone Tomahawk, EUA, 2015) Direção: S. Craig Zahler / Roteiro: S. Craig Zahler / Elenco: Kurt Russell, Patrick Wilson, Matthew Fox, David Arquette, Lili Simmons, Sean Young, Richard Jenkins / Sinopse: Um grupo de quatro homens fortemente armados partem rumo ao deserto para salvar a vida de três pessoas sequestradas por uma tribo de selvagens canibais que vivem em cavernas nas montanhas. Filme indicado ao Independent Spirit Awards nas categorias de Melhor Roteiro e Melhor Ator Coadjuvante (Richard Jenkins). Vencedor do Sitges - Catalonian International Film Festival nas categorias de Melhor Direção e Melhor Roteiro (S. Craig Zahler).

Pablo Aluísio.