quinta-feira, 12 de setembro de 2024
O Dossiê Pelicano
domingo, 13 de agosto de 2023
Dois Espiões e um Bebê
segunda-feira, 3 de julho de 2023
Um Ato de Esperança
domingo, 18 de junho de 2023
Inside Man
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
O Silêncio
Por falar nos bichanos, são até bem feitos. O roteiro ainda traz algumas surpresas que ajudam a manter o interesse do espectador, entre eles um grupo de religiosos fanáticos que com sorrisos tentam atrair a família de Ally. Só que na verdade são pedófilos vorazes, gente da pior espécie, a escória vestida de preto, que tentam se passar por bondosos. Pois é, desconfie de religiosos fanáticos. Geralmente são pessoas perigosas mesmo. O veterano Stanley Tucci é o nome mais conhecido do elenco. Ele interpreta o pai da família em desespero. Você vai reconhecer a jovem Kiernan Shipka se algum dia assistiu a série "Mad Men". Ela cresceu, não é mais uma criança e convence bem em seu papel. No final o roteiro deixa a porta aberta. Claro, era algo de se esperar. Os produtores estão de olho em futuras continuações. Quem viver (ou sobreviver), verá...
O Silêncio (The Silence, Estados Unidos, 2019) Direção: John R. Leonetti / Roteiro: Carey Van Dyke, Tim Lebbon / Elenco: Stanley Tucci, Kiernan Shipka, Miranda Otto, Kate Trotter, John Corbett / Sinopse: Uma família norte-americana tenta sobreviver ao ataque de monstros alados que ressurgem diretamente dos tempos pré-históricos.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 26 de agosto de 2021
Dança Comigo?
Título Original: Shall We Dance
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax Films
Direção: Peter Chelsom
Roteiro: Masayuki Suo, Audrey Wells
Elenco: Richard Gere, Jennifer Lopez, Susan Sarandon, Stanley Tucci, Lisa Ann Walter
Sinopse:
John Clark (Richard Gere) leva uma vida chata como advogado numa grande cidade americana. Seus dias parecem sempre iguais, indo de casa para o trabalho e vice versa. Clark está envelhecendo e está sentindo-se bem infeliz. Um dia ao passar por uma academia de ensino de dança de salão resolve sair da rotina. Vai até lá e se matricula. Quer aprender a dançar pois nunca o fez antes, sempre levando uma vida séria e austera. No começo está lá por um flerte casual com a bonita professora mas depois percebe que a dança lhe faz muito bem, o relaxa e alivia o stress de seu dia a dia no meio de uma pilha de processos. A dança se torna o seu pequeno segredo particular o que leva sua esposa a desconfiar que suas escapadas são fruto de um caso extra conjugal.
Comentários:
Alguns filmes são deliciosamente despretensiosos. "Shall We Dance" é um deles. Eu me recordo que em seu lançamento a crítica, sempre muito azeda e mal humorada, cai em cima, falando muito mal da leveza, da singeleza do filme, da sua falta de pretensão e tudo mais. Mas peraí... o objetivo era esse mesmo, contar uma boa história, até lírica e prazerosa, sem qualquer objetivo de ser uma obra prima ou qualquer coisa que o valha. Adorei ver Richard Gere como um cinquentão que simplesmente decide fazer algo diferente em sua vida muito monótona e aborrecida. Um dos aspectos mais curiosos é que ele leva uma existência tão reprimida que até mesmo algo tão singelo como se matricular numa escola de dança de salão vira algo a esconder. Já imaginaram o nível de opressão em que vive? E por mais incrível que isso possa parecer, esse tipo de coisa é algo até bem comum na vida real de muita gente por aí. As pessoas, encarceradas em suas próprias prisões - sejam elas reais ou imaginárias - acabam abdicando de parte da sua felicidade para viverem de acordo com as expectativas das outras pessoas e não das de si mesmas. Com isso deixam de seguir seus sonhos ou desejos mais íntimos. Vivem na realidade o sonho dos outros. Essa é a maior lição desse enredo que considero bem cativante. Chatos mesmos são os críticos que acreditam que todo filme deve mudar o mundo. A sétima arte não é apenas isso! Get a Life!
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
Convenção das Bruxas
Um aspecto que me decepcionou nesse filme foi o visual das bruxas. A maquiagem do filme original é muito superior à desse remake. As bruxas aqui não viram criaturas horrendas como no original. No primeiro filme tínhamos a caricatura tradicional de uma bruxa clássica. Aqui a coisa ficou mais sutil e sem graça. Elas ficam carecas, claro, exibem um sorriso à la Dália Negra, mas nada muito além disso. Onde está Del Toro, que sempre foi muito criativo na criação de criaturas monstruosas? Boatos maliciosos (não sei se são verdadeiros) dão conta que a atriz Anne Hathaway se recusou a ficar muito feia em cena. Pode haver algum fundo de verdade nisso. Atrizes são bem egocêntricas, de forma em geral. No mais, nenhuma surpresa. Os fãs da série "Todo Mundo Odeia o Chris" vão ter um pequeno sabor de nostalgia. Acontece que a narração em off foi feita pelo comediante Chris Rock. Impossível não lembrar da série que muitos adoram. Para um feriado de Halloween até que iria cair bem. Agora pesadelo de bruxa mesmo teve a Warner Bros. Investiu mais de 100 milhões de dólares na produção desse remake e foi atingido em cheio pela pandemia do novo coronavírus. Na impossibilidade de recuperar o investimento nos cinemas, que seguem em sua maioria fechados, o jeito foi apelar para o Streaming, porém sem os mesmos resultados comerciais. Milhões de dólares foram perdidos nessa crise.
Convenção das Bruxas (The Witches, Estados Unidos, Inglaterra, 2020) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Kenya Barris, Guillermo del Toro / Elenco: Anne Hathaway, Octavia Spencer, Chris Rock, Stanley Tucci / Sinopse: Um garotinho e sua avó precisam enfrentar um grupo de bruxas que se reúnem em um hotel de luxo. Elas querem transformar todas as crianças do mundo em ratinhos, para que possam esmagá-los depois. Roteiro escrito a partir do livro infantil original escrito por Roald Dahl.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
Conspiração
Título Original: Conspiracy
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Films
Direção: Frank Pierson
Roteiro: Loring Mandel
Elenco: Kenneth Branagh, Clare Bullus, Stanley Tucci, Simon Markey, David Glover, David Willoughby
Sinopse:
Na Conferência de Wannsee, realizada em 20 de janeiro de 1942, altos funcionários nazistas se reuniram para determinar a maneira pela qual a chamada "Solução Final para a Questão Judaica" poderia ser melhor implementada. Era o planejamento do holocausto que resultaria na morte de milhões de seres humanos. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de melhor ator coadjuvante (Stanley Tucci).
Comentários:
E as atrocidades nazistas seguem gerando farto material histórico para bons filmes. O roteiro desse aqui tenta responder como foi planejado o holocausto, a morte sistemática de aproximadamente seis milhões de judeus em campos de concentração localizados na Europa dominada pela loucura da ideologia do nazismo. É um filme bem importante do ponto de vista histórico porque resgata os nomes e dá face aos criadores desse horror na história humana. Assim temos essa reunião onde líderes do partido dominante do III Reich alemão se encontraram para decidir o que fazer com os judeus aprisionados em campos por toda a Europa. O que mais choca é descobrir que a decisão foi tomada sem a menor expressão de culpa ou humanismo. Simplesmente ali, sentados em torno de uma grande mesa, foi decidido de forma fria, cruel e calculista que todos deveriam ser exterminados. E isso obviamente incluia mulheres, idosos e crianças, no maior evento de genocídio da história. Incrível como esses nazistas agiam como psicopatas, sem qualquer grau de empatia com o próximo. Isso só serve para provar mais uma vez que ideologias políticas podem facilmente desandar para o ódio, a cegueira e a insanidade completas. O filme é assim uma importante lição de história para todos.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020
Percy Jackson e o Mar de Monstros
Título Original: Percy Jackson: Sea of Monsters
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox 2000 Pictures
Direção: Thor Freudenthal
Roteiro: Marc Guggenheim, Rick Riordan
Elenco: Logan Lerman, Alexandra Daddario, Brandon T. Jackson, Douglas Smith, Stanley Tucci, Jake Abel
Sinopse:
Percy Jackson (Lerman) é o filho do deus Poseidon. Ele vive com outros descendentes de deuses da mitologia grega dentro de uma região protegida por uma árvore mágica. Quando essa é atacada eles precisam ir até o mar dos monstros para recuperar um artefato mágico que vai curá-la.
Comentários:
Esse foi o primeiro filme de Percy Jackson que eu assisti. Foi o segundo da franquia cinematográfica. Vi diversas semelhanças com Harry Potter. Ambos os personagens são adaptações de livros juvenis de sucesso. São jovens em aventuras fantásticas e o universo em que vivem é repleto de seres e criaturas de pura fantasia. A única diferença maior é que Potter e sua turma são bruxinhos, enquanto Percy Jackson e seus amigos são descendentes dos grandes deuses da mitologia grega. Dito tudo isso achei até bem divertido. Obviamente não estou no grupo etário que o filme quer atingir. Essa produção foi feita para adolescentes ali na faixa de 12 a 15 anos. Penso que esses vão gostar bastante. Afinal o filme tem aventura, seres mitológicos como um touro de bronze e ciclopes, além de outros monstros. Só que a despeito de tudo isso o que mais me espantou foi o orçamento desse filme. Gastaram (e não recuperaram nas bilheterias) a bagatela de 90 milhões de dólares! Como o filme não rendeu o esperado e nem fez muito sucesso, além do fato dos atores terem ficado bem mais velhos com o tempo, provavelmente esse será mesmo o último Percy Jackson para o cinema. De qualquer forma foi até divertido de assistir.
Pablo Aluísio.
sábado, 11 de agosto de 2018
Grande Problema
O ator e comediante Tim Allen é talentoso e divertido. No Brasil pouca gente o conhece porque sua carreira foi basicamente construída no mercado das sitcons na TV americana (aqielas séries de 30 minutos de duração, comédias com palmas e risos gravados e automáticos), O filme assim é na média, nada excepcional, nada fora do comum. Como mero entretenimento porém já está de bom tamanho.
Grande Problema (Big Trouble, Estados Unidos, 2002) Direção: Barry Sonnenfeld / Roteiro: Robert Ramsey, baseado na novela escrita por Dave Barry / Elenco: Tim Allen, Rene Russo, Stanley Tucci / Sinopse: Um grupo amplo e diversificado de moradores e habitantes de Miami passa pelas mais diversas situações, ora inusitadas, ora dramaticamente cômicas e engraçadas.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 7 de maio de 2018
A Vida e Morte de Peter Sellers
Título Original: The Life and Death of Peter Sellers
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: HBO Pictures
Direção: Stephen Hopkins
Roteiro: Christopher Markus, baseado no livro de Roger Lewis
Elenco: Geoffrey Rush, Charlize Theron, Emily Watson, John Lithgow, Miriam Margolyes, Stanley Tucci, Stephen Fry
Sinopse:
O filme mostra o lado do ator e comediante Peter Sellers que poucos chegaram a conhecer, inclusive seus maiores fãs. Ao lado do artista talentoso, de várias comédias de sucesso, havia também um homem com sérios problemas psicológicos, que afetava a todos que viviam ao seu redor.
Comentários:
Peter Sellers foi um dos comediantes mais populares dos anos 60, na TV e no cinema. A imagem pública porém pouco tinha a ver com sua vida pessoal. Esse bom filme procura mostrar o outro lado de quem fazia rir, mas que no íntimo sofria de depressão e tinha uma personalidade estranha e desconcertante. Assistindo ao filme podemos notar que Sellers na realidade era o que se chamava de "Bordeline", ou seja, um sujeito com personalidade limítrofe, entre a sanidade e a loucura. Suas atitudes e atos eram bem fora do normal. Outro aspecto que ajuda bastante nessa produção é o seu elenco, a começar por Geoffrey Rush, muito inspirado no papel principal. Ele se sai bem não apenas nas cenas de humor, mas também quando dá vida ao lado mais sinistro do ator. Charlize Theron também está ótima como a mulher de Sellers, uma modelo loiríssima chamada Britt Ekland. Com uma grande diferença de idade ela foi a última esposa de Sellers e teve que enfrentar a pior fase de sua personalidade maluca e melancólica. Enfim, um bom retrato de mais um palhaço que fazia todos rirem, mas que no escuro de seu camarim tinha muitos fantasmas pessoais a enfrentar.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Transformers: O Último Cavaleiro
E então chegamos no elenco, talvez a única coisa que faça alguém com mais de 12 anos assistir a esse filme. Acompanho há muitos anos a carreira de Anthony Hopkins. Sempre vou considerá-lo um dos grandes atores da história do cinema. Dito isso, fico com a seguinte questão em minha mente: ele precisava mesmo fazer um filme como esse? O que uma produção como essa irá adicionar em sua brilhante filmografia? Acredito que em nada. Todos sabemos que Hopkins aceitou atuar aqui (em um papel patético, é bom frisar) apenas pelo vil metal, pelo dinheiro. Será que após tantos anos de carreira ele ainda precisava de um trabalho tão mercenário como esse? Não juntou uma fortuna por todos esses anos? Complicado entender... O pior de tudo no final nem é a falta de roteiro, a presença constrangedora de Anthony Hopkins nesse filme sem importância nenhuma, mas sim a duração da fita! Michael Bay não é apenas megalomaníaco nas cenas em que tritura as latas velhas de seus robôs, mas também na metragem do filme! São duas horas e meia que parecem nunca acabar... Depois de tanto quebra pau ficamos até mesmo com dor de cabeça. Enfim, tirando Hopkins nada mais se salva nessa lataria... Essa franquia já deveria estar em um ferro velho há muito, muito tempo...
Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight, Estados Unidos, Inglaterra, 2017) Direção: Michael Bay / Roteiro: Michael Bay, Art Marcum, Matt Holloway / Elenco: Mark Wahlberg, Anthony Hopkins, Josh Duhamel, Laura Haddock, Stanley Tucci / Sinopse: Transformers bonzinhos e Transformers malvadões brigam entre si para colocar as mãos em artefatos milenares (dos tempos do Rei Arthur) para com eles dominarem todo o mundo. No meio do quebra pau generalizado um nobre inglês, Sir Edmund Burton (Anthony Hopkins), tenta alcançar os cobiçados objetos antes de todos os outros. Filme indicado ao Golden Trailer Awards e ao Teen Choice Awards.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de março de 2017
A Bela e a Fera
Já em termos de carreira ela tem agora um baita sucesso em sua filmografia. O filme vai muito bem nas bilheterias, liderando rankings de vendas de ingressos em todos os mercados. Nada mal. O roteiro segue basicamente o mesmo da animação. É curioso porque o conto de fadas original, escrito pela Madame Gabrielle-Suzanne Barbot em 1740, foi tantas vezes adaptado ao longo de todos esses anos, que pouca coisa sobrou do texto original. Barbot viveu na França do século XVIII, na época de ouro do absolutismo da Casa de Bourbon. Sua obra era bem mais interessante, sob diversos aspectos, mas seria pouco atrativa para as crianças de hoje. Como se trata de um produto com o selo de qualidade Disney é meio desnecessário elogiar a bonita produção, a direção de arte de bom gosto, os efeitos de computação gráfica, etc. A Disney mantém um padrão de qualidade tão absurdo que todos os seus filmes são impecáveis nesses aspectos. A única crítica que teria a fazer sobre isso seria sobre o design da fera, que ao meu ver, está mais parecida com um werewolf de filmes de terror do que com um personagem cheio de sentimentos de uma produção feita para agradar as crianças. Tirando isso de lado, todo o mais me agradou. A espinha dorsal do enredo é o musical da Broadway, com belas canções por todo o desenrolar do filme. E sim, no final das contas a Emma Watson interpreta mesmo uma típica princesinha Disney. Nem adianta disfarçar.
A Bela e a Fera (Beauty and the Beast, Estados Unidos, 2017) Direção: Bill Condon / Roteiro: Stephen Chbosky, Evan Spiliotopoulos / Elenco: Emma Watson, Kevin Kline, Ewan McGregor, Ian McKellen, Emma Thompson, Stanley Tucci, Dan Stevens, Luke Evans / Sinopse: Após o desaparecimento de seu pai em uma floresta sinistra e sombria, Belle (Watson) vai atrás dele e descobre que ele é prisioneiro de uma fera em seu castelo, um antigo príncipe que fora amaldiçoado por uma bruxa. Apenas o amor poderá salvá-lo de seu trágico destino.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Por uma Vida Menos Ordinária
Título Original: A Life Less Ordinary
Ano de Produção: 1997
País: Inglaterra, Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Danny Boyle
Roteiro: John Hodge
Elenco: Cameron Diaz, Ewan McGregor, Holly Hunter, Stanley Tucci
Sinopse:
Após ser demitido, Robert Lewis (Ewan McGregor) decide sequestrar a filha de seu antigo patrão, a nada convencional Celine Naville (Cameron Diaz). Enquanto isso dois anjos são enviados para a Terra com a missão justamente de fazer com que Robert e Celine se apaixonem perdidamente, algo que diante das circunstâncias não será muito fácil! Filme premiado no MTV Movie Awards na categoria de Melhor Música ("Deadweight" de Beck).
Comentários:
No começo da carreira o ator Ewan McGregor fez uma bem sucedida parceria com o cineasta Danny Boyle. O visual moderninho - beirando o punk - de McGregor se mostrava bem de acordo com os roteiros sui generis dos filmes de Boyle. Com essa verniz de coisa nova, moderna, fora dos padrões, eles conseguiram chamar a atenção da crítica inglesa - e depois da americana - solidificando sua base de fãs entre os cinéfilos que curtiam esse tipo de cinema mais alternativo, indie. É a tal coisa, eu nunca fui muito admirador dos filmes de Danny Boyle, mesmo após todos esses anos e mesmo após ele virar, por décadas, um dos cineastas mais queridinhos da mídia. Por exemplo, eu sempre achei um absurdo completo a consagração do fraco "Quem Quer Ser um Milionário?" de Boyle no Oscar! Só com muito apoio da imprensa para que um filme tão convencional e chato como aquele conseguisse vencer todos os principais prêmios da Academia. O único filme que aprecio desse diretor é "Trainspotting - Sem Limites", que inclusive está para ganhar um remake oportunista! Então é isso, "A Life Less Ordinary" é uma obra bem mediana, indo para fraca. Como todo filme assinado por Danny Boyle esse também foi superestimado pela crítica. Hoje o tempo mostrou a realidade, pois tudo se mostra bem datado. O filme, quem diria, acabou se tornando ordinário.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 1 de julho de 2016
Dança Comigo?
Título Original: Shall We Dance?
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Peter Chelsom
Roteiro: Masayuki Suo, Audrey Wells
Elenco: Richard Gere, Jennifer Lopez, Susan Sarandon, Stanley Tucci
Sinopse:
John Clark (Richard Gere) é um advogado que, cansado da rotina de sua vida, resolve, às escondidas, se matricular numa academia de dança que ele viu durante uma viagem de metrô. Paulina (Jennifer Lopez) é a professora da academia, uma mulher muito sensual e atenciosa que acaba atraindo John, embora ele tenha um casamento feliz ao lado de Beverly (Susan Sarandon). Filme indicado ao Satellite Awards na categoria de Melhor Música Original ("The Book of Love").
Comentários:
Tive a oportunidade de conferir no cinema. É um filme romântico até simpático, que lida com um personagem que cansado de uma rotina tediosa e massacrante, resolve fazer algo diferente. Tão reprimido ele é, que sequer confessa para a própria esposa que está frequentado aulas de dança de salão (afinal que mal haveria em algo assim?). Isso claro cria uma certa desconfiança nela, que acaba sufocando ainda mais o relacionamento, chegando ao ponto extremo de contratar um detetive particular para seguir seus passos. Sua válvula de escape assim acaba sendo aquelas poucas horas onde ele aprende a dançar com uma bonita professora (com Jennifer Lopez esbanjando charme, carisma e sensualidade, bem no auge de sua beleza). É de se espantar como o ator Richard Gere conseguiu, ano após ano, reinventar-se na tela, nunca caindo no marasmo completo em sua filmografia. Aqui ele exercita mais uma vez sua personalidade de galã maduro, algo que deu muito certo, principalmente depois que seus cabelos ficaram grisalhos e ele ganhou um certo charme natural com isso. No geral é isso, um filme que no fundo não é nada demais, mas que no final das contas agrada, se tornando um entretenimento elegante.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 1 de março de 2016
Spotlight: Segredos Revelados
Talvez o problema central de "Spotlight" seja justamente esse. Sem dúvida se trata de um bom filme, bem escrito e tudo mais, porém afirmar que esse é o melhor filme do ano já é um exagero absurdo! Se formos pensar nos últimos vinte anos do Oscar, acredito que esse seja um dos mais fracos vencedores da categoria de melhor filme. Não vai levantar ninguém da cadeira do cinema e nem tampouco se tornará marcante com o passar dos anos. Certamente a força da história é o seu grande trunfo, mas tirando isso de lado sobra pouca coisa. De certa maneira é um filme burocrático demais para ser tão premiado. O diretor Tom McCarthy não mostra a que veio. Não há inovações em termos de narrativa e nada de muito especial em relação ao seu elenco. Liev Schreiber está esquisito, pouco natural. Ele interpreta um editor judeu que não quer apenas denunciar os casos de abusos, mas sim destruir o próprio sistema religioso da Igreja. Com voz forçada e falta de expressões faciais, sua atuação é quase caricatural. Outro que está muito esquisito é Mark Ruffalo. Ele conseguiu arrancar uma indicação de melhor ator coadjuvante (não sei como!), mas é outro que foi superestimado. Cheio de maneirismos, caretas e um estranho comportamento corporal, acaba chamando a atenção pelos motivos errados. No fim das contas quem se sai bem mesmo é Michael Keaton, mostrando mais uma vez que nem sempre o exagero é um bom caminho a se seguir. Ele está contido e acaba ofuscando todos os demais. Econômico e eficiente em sua atuação. O roteiro captura um momento em que a imprensa de papel (os chamados jornais impressos) começavam a entrar na grave crise que até hoje se encontram, levando vários desses jornais tradicionais à beira da falência. Isso porém é também pouco explorado. Assim "Spotlight" definitivamente não deveria ter levado o Oscar de Melhor Filme. Foi um exagero por parte da Academia. Penso que em pouco tempo ele será esquecido. É muito mediano para se destacar mais do que já conseguiu. Não terá posteridade histórica em termos cinematográficos.
Spotlight: Segredos Revelados (Spotlight, Estados Unidos, 2015) Direção: Tom McCarthy / Roteiro: Josh Singer, Tom McCarthy / Elenco: Mark Ruffalo, Michael Keaton, Rachel McAdams, Stanley Tucci, Liev Schreiber / Sinopse: Um novo editor judeu de um tradicional jornal de Boston resolve colocar um grupo de jornalistas investigativos em cima de suspeitas de casos de pedofilia envolvendo padres da cidade. Roteiro baseado em fatos reais. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. Também indicado nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Melhor Atriz Coadjuvante (Rachel McAdams), Melhor Edição e Direção (Tom McCarthy).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
Os Queridinhos da América
Julia Roberts parece estar se divertindo como nunca, pena que nesse processo ela esqueceu de divertir o público também. Outro aspecto interessante é que ela tentou não manchar sua imagem, assumindo um papel bonitinho, simpático, deixando a antipatia do estrelato (que muitas vezes foi atribuído a ela, Julia Roberts, na vida real) para a atriz Catherine Zeta-Jones (que curiosamente dizem ser uma pessoa muito fácil de se trabalhar, uma profissional séria e equilibrada, bem ao contrário do que se fala muito de Julia Roberts nos bastidores de seus filmes!). Talvez nisso resida toda a ironia dessa produção. A diva antipática surgindo como boazinha em cena e a excelente profissional sendo mostrada como uma estrela boba, deslumbrada com o próprio sucesso! Nessa inversão completa de papéis o espectador fica esperando pela grande graça do filme, que nunca chega. Assim, no final, percebemos que "America's Sweethearts" não consegue atingir nenhum de seus objetivos, não é ácido suficiente com as superficialidades de Hollywood e nem tampouco faz rir de verdade. Um verdadeiro desperdício.
Os Queridinhos da América (America's Sweethearts, Estados Unidos, 2001) Direção: Joe Roth / Roteiro: Billy Crystal, Peter Tolan / Elenco: Julia Roberts, John Cusack, Billy Crystal, Catherine Zeta-Jones, Stanley Tucci, Christopher Walken, Alan Arkin / Sinopse: Comédia romântica de sucesso celebrando o estrelismo da atriz Julia Roberts. Filme vencedor do ASCAP Film and Television Music Awards.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
Como era de esperar essa primeira parte de "Jogos Vorazes: A Esperança" é também bem inconclusiva. Praticamente nenhum evento tem um desfecho, ficando tudo para o fim da saga. Apesar disso há coisas interessantes no filme. A direção de arte, bem diferente dos exageros dos filmes anteriores, deixou tudo mais clean, resultando em um visual mais equilibrado e menos agressivo. Uma das coisas que me incomodou bastante nos dois primeiros filmes foi exatamente o exagero nos figurinos. cabelos e nos cenários. Tudo era de uma breguice futurista difícil de engolir. Agora tudo surge mais sóbrio. Os cenários mais lembram países como a Síria, onde cidades inteiras acabam se transformando em escombros e ruínas de prédios que foram ao chão por causa das bombas. A desilusão impera e não apenas nas imagens, mas também no psicológico da protagonista. Katniss está muito vulnerável, se revelando corajosa e firme praticamente apenas nos vídeos de propaganda. Por dentro ela parece desmoronar. Ainda bem que Jennifer Lawrence é uma boa atriz para transmitir esse furacão de emoções ao espectador, caso contrário tudo passaria despercebido. Infelizmente o filme também vai marcando o adeus do grande ator Philip Seymour Hoffman que morreu em 2014 vítima de uma overdose. Seu trabalho nem aparece muito dentro da trama, mas ele era tão talentoso que conseguia se sobressair até mesmo em personagens mais secundários como esse. Os produtores lhe prestaram uma pequena homenagem nos letreiros finais. Assim, no geral, o que temos aqui é mais uma produção sanduíche que apenas prepara tudo para a conclusão do filme seguinte. Por essa razão não espere por nada muito marcante. É um bom filme, bem produzido, com tudo nos lugares, porém realmente apresenta esse pequenino problema.
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 (The Hunger Games: Mockingjay - Part 1, Estados Unidos, 2014) Direção: Francis Lawrence / Roteiro: Peter Craig, Danny Strong, baseados na obra "Mockingjay" de Suzanne Collins / Elenco: Jennifer Lawrence, Donald Sutherland, Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Stanley Tucci / Sinopse: A jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se torna um símbolo da luta contra a opressão e tirania da Capital contra todos os distritos. A líder rebelde Alma Coin (Julianne Moore) resolve transformá-la numa espécie de garota propaganda da causa dos revoltosos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Canção Original ("Yellow Flicker Beat" de Joel Little e Lorde). Vencedor do MTV Movie Awards nas categorias de Melhor sequência musical e Melhor Figurino.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
Um Pouco de Caos
Título no Brasil: Um Pouco de Caos
Título Original: A Little Chaos
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Films
Direção: Alan Rickman
Roteiro: Jeremy Brock, Alison Deegan
Elenco: Kate Winslet, Alan Rickman, Stanley Tucci, Matthias Schoenaerts
Sinopse:
O Rei Louis XIV (Alan Rickman) da França decide construir um novo palácio, mais luxuoso e digno de sua exuberância. Em sua opinião o Palácio de Versailles deverá ser o mais opulento de toda a Europa, com o melhor em termos de construção, luxo e elegância. Para isso ele determina ao seu mestre de obras públicas, André Le Notre (Matthias Schoenaerts), a contratação dos melhores arquitetos, engenheiros e paisagistas do mundo. Entre os contratados está a Madame Sabine De Barra (Kate Winslet) que deverá criar um lindo salão de baile ao ar livre, nos jardins da formosa nova construção imperial. O projeto logo se revelará mais ousado e complicado de se realizar do que ela inicialmente poderia supor. Roteiro baseado em uma história real.
Comentários:
O monarca Luís XIV (1638 - 1715) representou o ápice do absolutismo europeu, a tal ponto que ficou imortalizado na história como o "Rei Sol". Tudo era absolutamente excessivo durante seu reinado. As roupas de sua corte eram as mais luxuosas, os protocolos de etiqueta eram os mais rigorosos e o Rei acabou passando para a imortalidade como um símbolo desse período histórico onde a vontade do soberano representava a própria essência do Estado. Tanto isso é verdade que uma das mais famosas frases de seu reinado foi a que ele mesmo proferiu, resumindo toda a questão, ao dizer: "O Estado sou eu!". Pois bem, o roteiro desse filme explora um aspecto secundário de seus projetos megalomaníacos. A história gira realmente em torno de Madame De Barra (Winslet), uma viúva de muita personalidade, que queria vencer no concorrido mercado de profissionais especializados em construções belas e luxuosas. Ela acaba sendo designada para projetar e construir uma das partes mais bonitas do novo palácio do Rei, uma espécie de salão de baile ao ar livre, com cascatas ao redor e um grande arranjo floral com as mais belas plantas e flores de toda a França.
Por ser uma mulher do século XVII ela obviamente teve que enfrentar uma série de preconceitos e má vontade dos seus concorrentes, todos obviamente homens que duvidavam de sua capacidade de colocar o belo projeto em pé. Para piorar acabaria se envolvendo emocionalmente com seu próprio superior, o mestre André Le Notre (Schoenaerts), que já era casado com uma dama da corte excessivamente cruel e ciumenta! Sua sorte porém vem quando cai nas graças do próprio Rei, que fica admirado com sua coragem e força de vontade em vencer todos os desafios. Esse filme de época, muito bem produzido e com uma trama mais do que interessante, é um projeto bem pessoal do ator Alan Rickman, tanto que assumiu até mesmo a direção do filme. Acabou realizando uma obra fina e elegante, tal como o próprio período retratado. Um bom drama romântico que levará o espectador a essa era histórica há muito tempo passada, tudo com muito bom gosto e talento.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 12 de junho de 2015
O Beijo da Morte
Quem acabou roubando assim as atenções foi novamente Nicolas Cage no papel do vilão Little Junior Brown! De barbicha e com cara de mau, Cage acabou sendo uma das coisas boas dessa fita policial que aliás conta com um elenco de apoio acima da média. Entre os coadjuvantes vale a pena destacar também a gracinha Helen Hunt, que também tentava uma transição do mundo das séries de TV para o cinema. Ela, pelo menos, foi muito mais bem sucedida nesse aspecto que seu colega David Caruso. Enfim, temos aqui um filme bem diferente da carreira do diretor Barbet Schroeder que por um momento deixou os filmes mais cults de lado para rodar esse bom policial de rotina. Vale conferir e conhecer.
O Beijo da Morte (Kiss of Death, Estados Unidos, 1995) Direção: Barbet Schroeder / Roteiro: Eleazar Lipsky, Ben Hecht / Elenco: David Caruso, Samuel L. Jackson, Nicolas Cage, Helen Hunt, Stanley Tucci, Ving Rhames / Sinopse: Criminoso decide deixar o mundo do crime, mas antes de deixar tudo no passado aceita fazer um último roubo, uma decisão que vai lamentar até o fim de seus dias.
Pablo Aluísio.