Mostrando postagens com marcador Daniel Brühl. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Daniel Brühl. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 14 de maio de 2018

O Alienista

Achei apenas interessante. Obviamente não há como julgar apenas por um episódio, até porque é apenas o primeiro episódio, porém minha impressão inicial foi justamente essa. O cenário é uma Nova Iorque que parece a Londres dos tempos de Jack, o Estripador, com suas ruas cheias de miséria, muito nevoeiro e corpos esquartejados! Pois é, apesar de Jack ter sido um assassino inglês, aqui os roteiristas deram um jeito de transferir esse mundo de crimes horrendos para Nova Iorque. O protagonista é um especialista em mentes doentias, que naquela época se denominava alienista. Não havia ainda um ciência da criminologia e nem da medicina forense para estudar a mente dos assassinos em série. Era tudo muito novo e inexplorado. Os policiais simplesmente iam até o lugar do crime e procuravam por pistas deixadas no lugar da morte. Só isso. Não estavam ainda preparados para entrarem nas mentes dos criminosos.

No caso desse primeiro episódio temos a morte de um garoto, um menino que era explorado por gigolôs para ser abusado sexualmente por pedófilos ricos. Barra pesada. Pois bem, o corpo do menino está esquartejado, no alto de uma construção, com órgãos dilacerados e outros faltando, pois foram retirados de seu corpo. ADakota Fanning tem também uma personagem bem central, a primeira mulher a trabalhar no departamento de polícia da cidade. No começo ela não vai muito com a cara do alienista, mas depois topa ajudá-lo nas investigações, nem que seja para aprender mais essa nova arte de investigação que nascia justamente naquela época. No quadro geral ainda é cedo para dizer se a série é realmente boa, afinal só vi o primeiro episódio. Porém uma coisa posso garantir: tem uma excelente produção, com roteiro bem escrito e reconstituição histórica de primeira. Já é um bom começo. Vou assistir mais alguns episódios para ver se tomo gosto pela série.

The Alienist (Estados Unidos, 2018) Direção: Jakob Verbruggen / Roteiro: Hossein Amini, baseado no livro escrito por Caleb Carr / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty / Sinopse: Primeiro episódio da nova série "The Alienist", intitulado de "The Boy on the Bridge". No enredo um garoto é encontrado morto no alto de uma construção em Nova Iorque. Ele foi assassinado com requintes de crueldade. Para descobrir a identidade do assassino entra em cena o psiquiatra Laszlo Kreizler (Daniel Brühl) que vai procurar entender a mente do psicopata que cometeu o crime.

Episódios Comentados: 

The Alienist 1.03 - Silver Smile  
Na época em que essa série se passa havia um termo chamado "Alienista" para designar os médicos que cuidavam dos doentes mentais. Esses eram conhecidos como alienados, da expressão "alienados de si mesmos". Pois bem, essa série segue em frente. Depois de uma longa pausa recomecei a assistir.  O mote principal segue sendo a morte de vários jovens, adolescentes, garotos de programas que se vestem de mulheres para atender clientes ricos e influentes dentro da sociedade de Nova Iorque (obviamente todos homossexuais e pedófilos). É a velha hipocrisia, gente da alta classe que desce até a sarjeta para satisfazer seus desejos mais impublicáveis. Essa série tem uma direção de arte muito boa, valorizada pelos figurinos de época e o clima meio sufocante da virada do fim do século XIX para o nascimento do século XX. Entre o elenco eu destaco a presença de Dakota Fanning. Não tão bonita como sua irmã mais jovem, a Elle, ela mantém o interesse, até porque sua personagem é uma mulher daquele tempo que tenta ter uma profissão (um escândalo) e mais escandaloso do que isso na polícia, no setor de investigação de homicídios. Por fim no roteiro desse episódio temos a exposição de como homens ricos e poderosos na sociedade manipulavam até mesmo a polícia para manter tudo devidamente debaixo dos panos. É a velha hipocrisia reinando, ontem, hoje e pelo visto, sempre. / The Alienist 1.03 - Silver Smile (Estados Unidos, 2018) Direção: Jakob Verbruggen / Roteiro: by), Gina Gionfriddo, baseada no livro escrito por Caleb Carr / Elenco: Dakota Fanning, Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.04 - These Bloody Thoughts
Aos poucos os investigadores vão chegando perto do assassino pedófilo que está agindo na cidade. Algumas características dele já ficam claras. Ele tem dentes prateados. É conhecido entre os menores que contrata para fazer sexo como "O Santo". É um sujeito de classe, se veste bem e é considerado um cliente simpático. Só que por parte de tudo isso se esconde um serial killer perigoso que mata jovens. Ele então decide desafiar os policiais e manda uma carta para o departamento de investigação. Suprema ousadia. Nela ele desafia os investigadores e revelam mais alguns detalhes escabrosos, entre eles o de que ele gosta de canibalismo humano! Com isso o seu lado psicopata fica mais do que bem evidenciado. / The Alienist 1.04 - These Bloody Thoughts (Estados Unidos, 2018) Direção: James Hawes / Roteiro: Caleb Carr, Gina Gionfriddo / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.05 - Hildebrandt's Starling
Conforme as investigações avançam os policiais finalmente chegam em um suspeito. Ele tem várias características que tinham sido descritas por testemunhas. Uma delas seus dentes, azuis! O problema é que o suspeito é filho de uma rica e tradicional família da cidade. Algo que deixa o comissário de polícia preocupado. Pior do que isso, ele sofre todos os tipos de pressões para abafar o caso. Até o prefeito parece estar envolvido nesse jogo de esconder tudo da opinião pública. Só há um problema. O alienista acredita que o suspeito não é o verdadeiro assassino. Que esse teria sido um garoto pobre que foi abusado sexualmente na infância e que por isso, agora, já adulto, procurava por uma espécie de vingança tardia pelos crimes que havia sofrido. Uma tese no mínimo interessante. / The Alienist 1.05 - Hildebrandt's Starling (Estados Unidos, 2018) Direção: James Hawes / Roteiro: Caleb Carr, Gina Gionfriddo / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.07 - Many Sainted Men  
O serial killer, o assassino, não era quem todos estavam pensando. Na realidade uma pequena pista muda o rumo das investigações. Depois de sete jovens mortos se descobre que a última vítima teve o escalpo arrancado pelo criminoso. Ora, arrancar escalpos era algo comum no velho oeste, na guerra contra os nativos. Conforme as investigações avançam eles descobrem o nome de um homem que foi soldado, do exército, e lutou nas batalhas do oeste selvagem. E ele ficou insano depois que retornou. O perfil ideal de um assassino em série. Agora resta achar esse homem de todas as formas. / The Alienist 1.07 - Many Sainted Men (Estados Unidos, 2018) Direção: Paco Cabezas / Roteiro: John Sayles / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty.

The Alienist 1.08 - Psychopathia Sexualis
A pista que surgiu foi importante. O serial killer tirava o escalpo de suas vítimas. Isso levou a investigação para outro rumo. O alienista parte então para uma pequena cidade do interior do oeste, onde seu suspeito poderia estar morando. Ele foi veterano do exército, participou das guerras contra os nativos. Provavelmente exposto a cenas horríveis de morte e tortura, acabou enlouquecendo. Nesse episódio os dois investigadores vão parar numa velha fazenda. Lá encontram um parente do suspeito, seu filho. Ele já estaria morto, após um crime envolvendo uma criança. Pelo visto o tal sujeito era também um pedófilo perigoso. Na parte final do episodio a carruagem dos dois é atacada a tiros. Os cavalos se assustam e eles caem ponte abaixo. Pelo visto há mais alguém que tenta encobrir os crimes que aconteceram. / The Alienist 1.08 - Psychopathia Sexualis (Estados Unidos, 2018) Direção: David Petrarca / Roteiro: Caleb Carr, John Sayles / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty. 

The Alienist 1.09 - Requiem
A série vai ficando mais interessante em seus episódios finais. Aqui finalmente chegamos muito próximo do serial killer verdadeiro. Grande parte dos suspeitos dessa primeira temporada não se revelaram críveis. Quem acabou despertando a maior suspeita dos investigadores foi um chamado John Beecham, um sujeito esquisito, com deformação facial que chegou a trabalhar no censo de Nova Iorque, mas depois que foi demitido sumiu nas vielas e ruelas da cidade em seus bairros mais miseráveis. No final desse episódio ele ataca um jovem na piscina pública. Estripa o rapaz, enquanto outro corre com pavor para um dos armários onde se esconde. É véspera de feriado, dia de santo católico, onde ele geralmente faz suas vítimas. O episódio foi tão bom que me animou agora a ver o último episódio com maior interesse. / The Alienist 1.09 - Requiem (Estados Unidos, 2018) Direção: Jamie Payne / Roteiro: Caleb Carr / Elenco: Daniel Brühl, Dakota Fanning, Luke Evans, Brian Geraghty. 

The Alienist 1.10 - Castle in the Sky
Episódio final dessa temporada. Aqui o assassino é localizado na rede de esgotos subterrânea da cidade de Nova Iorque. Ele levou um garoto até lá, o mesmo que encontrou escondido dentro do armário na piscina pública. Acaba sendo descoberto e baleado em suas costas nuas. Um final justo para um serial killer como ele. E assim se encerra a temporada, com o alienista Laszlo Kreizler dissecando o cérebro do assassino para ver se havia algo de diferente em sua anatomia. Não havia. Era um cérebro perfeitamente normal e sadio. Então como justificar as mortes dos jovens garotos? Não há respostas definitivas. Essa série, agora concluindo minha análise, tem ótima produção, reconstituição perfeita de época e um elenco muito bom. Porém ao mesmo tempo alguns episódios soaram bem arrastados, com excesso de personagens secundários que no final da trama não fizeram diferença nenhuma. Eu não desgostei da série, mas ao mesmo tempo ela não me animou, não me empolgou. Alguns episódios foram bem cansativos. Terminada a primeira temporada sinceramente não me animo muito para ver a segunda. Provavelmente irei parar por aqui mesmo. Está de bom tamanho. / The Alienist 1.10 - Castle in the Sky (Estados Unidos, 2018) Direção: Jamie Payne / Roteiro: Caleb Carr, Cary Joji Fukunaga / Elenco: Daniel Brühl, Luke Evans, Brian Geraghty, Dakota Fanning.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Rush - No Limite da Emoção

A Rede Globo vai exibir esse filme hoje em Supercine. É mais um excelente filme que mostra um interessante capítulo da história da Fórmula 1. Curioso que produções como essa estão se tornado cada vez mais comuns, um tipo de filme biográfico esportivo que ultimamente tem cada vez mais chamado a atenção dos cinéfilos e fãs de esportes. Pois bem, na trama vemos a rivalidade histórica que surgiu entre dois pilotos da F1, James Hunt (Chris Hemsworth) e Niki Lauda (Daniel Brühl). O primeiro um mulherengo incorrigível, um sujeito fanfarrão que adorava festas e diversão. O segundo um piloto arrojado, disciplinado, que fazia das pistas seu objetivo de vida. Do choque de duas personalidades tão diferentes surge uma concorrência marcada por brigas, mas também por respeito e admiração mútuas. Eu não conhecia essa história, o que tornou o filme como um todo ainda mais interessante.

Apesar de não ser tão velho ainda me lembro de Niki Lauda nas pistas. Na época ele já trazia as marcas que deformaram seu rosto após um grave acidente (que inclusive é mostrado no filme). Já James Hunt realmente não cheguei a conhecer, pois ele, impulsivo e indisciplinado, já tinha deixado as corridas quando me dei conta da existência da Fórmula 1. Esse filme procura transitar justamente do choque entre esportistas tão diferentes entre si durante o campeonato de 1976. É um belo drama esportivo, muito bem conduzido, que vai no final das contas agradar aos fãs das corridas em geral bem como também ao sujeito que não liga muito para a F1 desde a morte de Senna, mas que ainda esteja disposto a assistir a um bom filme dramático. Embora Lauda seja o principal personagem do enredo quem acaba roubando a cena realmente é James Hunt, pois sua personalidade extrovertida e expansiva, termina por chamar mais a atenção do espectador. Assim deixamos a dica desse bom filme sobre esportes. Não importa se você anda cansado da Fórmula 1, no final vai gostar, não se preocupe em relação a isso.

Rush - No Limite da Emoção (Rush, Inglaterra, Alemanha, 2013) Estúdio: Imagine Entertainment / Direção: Ron Howard / Roteiro: Peter Morgan / Elenco: Daniel Brühl, Chris Hemsworth, Olivia Wilde / Sinopse: O filme conta a grande rivalidade surgida nas pistas de Fórmula 1 envolvendo os famosos pilotos James Hunt (Chris Hemsworth) e Niki Lauda (Daniel Brühl). Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Ator Coadjuvante (Daniel Brühl).

Pablo Aluísio.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Sozinho em Berlim

Título no Brasil: Sozinho em Berlim
Título Original: Alone in Berlin
Ano de Produção: 2016
País: Inglaterra, França, Alemanha
Estúdio: IFC Films
Direção: Vincent Perez
Roteiro: Achim von Borries, Vincent Perez
Elenco: Emma Thompson, Daniel Brühl, Brendan Gleeson, Mikael Persbrandt
  
Sinopse:
Baseado numa história real o filme conta o que aconteceu com o casal alemão Quangel em Berlim durante a II Guerra Mundial. No campo de batalha morre o único filho de     
Otto (Brendan Gleeson) e Anna Quangel (Emma Thompson). Eles ficam devastados quando recebem a notícia. E o mais doloroso de tudo é saber que o jovem morreu por causa de uma ideologia mentirosa e falsa, que estava enganando todo o povo da Alemanha. Como eles poderiam resistir ao Nazismo naquele momento tão conturbado? Eles resolvem então espalhar por toda a cidade cartões com mensagens contra o regime. Uma oposição feita nas sombras e com coragem.

Comentários:
Esse filme foi indicado ao Urso de Ouro no último Berlin International Film Festival. É uma história muito interessante, mas pouco conhecida, de um casal que procurou resistir ao Nazismo dentro da própria Alemanha, diante de um dos regimes mais duros e opressivos que já se conheceu. Após o filho morrer servindo ao III Reich, marido e esposa resolvem distribuir cartões de oposição ao Nazismo pelas ruas, prédios e casas. Tudo feito de maneira sutil e nas sombras. Não havia imprensa livre e era impossível criticar os absurdos do regime de Hitler. Qualquer manifestação contrária ao seu regime era considerado um crime de alta traição punido com a morte. Assim Otto e sua mulher Anna fazem o que era possível diante daquele sistema. Eles escrevem pequenos cartões com mensagens contra Hitler e o Nazismo. Depois os distribuíam em lugares públicos, sem que ninguém os vissem. Os cartões obviamente logo chegaram nas mãos das autoridades e assim começa imediatamente uma verdadeira caça aos subversivos ao pensamento nazista. O filme se desenrola durante esse período. Otto, um trabalhador comum, um homem do povo, lutando com as armas que tinha em mãos contra a dominação brutal de Hitler e seus seguidores.

Essa história tem nuances bem importantes, que mostra nitidamente a importância de certos valores democráticos como a livre imprensa, o direito de opinião e a necessária existência de uma oposição política. Nada disso existia durante o regime nazista alemão, demonstrando o quanto pode ser desastroso um sistema onde não existem barreiras democráticas para barrar os abusos e ilegalidades dos que estão no poder. Outro aspecto interessante é desvendar como mesmo dentro das entranhas do poder nazista havia arbitrariedades, como no caso mostrado no filme de um investigador policial inteligente e profissional que era completamente subjugado pelos violentos membros da famigerada SS. A estupidez se impondo pela força contra a inteligência e a racionalidade dedutiva do trabalho de investigação. Outro ponto importante desse filme é demonstrar que havia sim um pensamento de oposição dentro da própria sociedade alemã, mesmo que ele fosse violentamente suprimido pela truculência nazista. Em suma, um bom filme que resgata mais uma história de coragem durante a Guerra. Uma história aliás que deveria ser bem mais conhecida nos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

domingo, 20 de julho de 2014

Rush - No Limite da Emoção

Título no Brasil: Rush - No Limite da Emoção
Título Original: Rush
Ano de Produção: 2013
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio:  Imagine Entertainment
Direção: Ron Howard
Roteiro: Peter Morgan
Elenco: Daniel Brühl, Chris Hemsworth, Olivia Wilde, Alexandra Maria Lara 

Sinopse:
O enredo narra a histórica rivalidade entre dois famosos pilotos de Fórmula 1, o austríaco Niki Lauda (Daniel Brühl) e o britânico James Hunt (Chris Hemsworth). Lauda, considerado um piloto frio, calculista e muito sério na busca de seus objetivos, precisa superar seu maior rival, Hunt, um bon vivant, mulherengo, ousado e arrojado, tanto dentro como fora das pistas. Do duelo entre esses dois campeões nasceu uma amizade marcada pela competição nas pistas ao redor do mundo e pela admiração mútua. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Ator Coadjuvante (Daniel Brühl). Vencedor do BAFTA Awards na categoria Melhor Edição.

Comentários:
Gostei bastante de "Rush", um caso raro de filme sobre o circo da Fórmula 1 que é realmente bom e não apela para bobagens - como aquele terrível filme com Stallone. O fato de ter sido inspirado em uma história real certamente ajuda na beleza da produção, nos lances dramáticos dessa briga entre dois grandes e históricos astros da Fórmula 1, dois esportistas que eram completamente diferentes entre si. A única semelhança era a incrível vontade de vencer o campeonato mundial. O filme me soou particularmente próximo porque cheguei a acompanhar parte da carreira de Niki Lauda. Impossível não reparar em sua incrível força de vontade, mesmo após sofrer um terrível acidente em que ficou literalmente dentro de um carro em chamas na pista. Mesmo com várias partes do corpo com queimaduras graves e o rosto desfigurado, ainda teve a garra de voltar às pistas para disputar até o fim o marcante campeonato de 1976. É justamente durante essa competição, que ficou marcada na história pela acirrada disputa ponto a ponto, que o enredo se desenvolve. O filme tem ótima edição de imagens e prefere apostar mais nas competições em si do que exagerar no melodrama do acidente de Lauda - o que fez muito bem. O saldo final é de fato acima da média, uma produção que nos faz lembrar dos bons e velhos tempos da Fórmula 1.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de abril de 2012

A Condessa

Erzebet Bathory (Julie Delpy) é uma condessa húngara que se torna obcecada por beleza e juventude. Tentando a todo modo permanecer sempre jovial e bonita ela começa a se tornar ávida por sangue humano pois acredita ser esse um excelente modo de se manter sempre jovem e bela. Em sua mente perturbada nada seria mais rejuvenescedor do que tomar um grande banho de sangue humano em sua banheira imperial, hábito que logo cultivaria com frequência em seu castelo isolado. Em busca de mais e mais sangue de jovens donzelas ela começa a assassinar jovens criadas de seu próprio quadro de serviçais. Não satisfeita e sem ter mais a quem matar entre sua criadagem, ela começa a sumir com jovens nobres da sociedade. O fato logo chega aos ouvidos do Rei que alarmado envia um nobre de alta estirpe para investigar o caso. Por mais bizarra e surreal que pareça a história da Condessa Bathory esse foi um fato real acontecido no século XVI na chamada Europa Central. Seus crimes se tornaram famosos pois estima-se que a nobre tenha levado à morte mais de 600 jovens mulheres que viviam em seu feudo. O filme é bem fiel aos acontecimentos porém há relatos de que a Condessa real foi ainda mais sanguinária do que a mostrada na tela. Muitos livros históricos afirmam que ela na realidade sofria de uma grave doença mental que a fazia sentir enorme prazer em ver outras pessoas sendo torturadas e mortas ao seu lado. Ela mantinha um calabouço de torturas onde promovia mortes horríveis a todas as jovens que conseguia capturar.

Sua história macabra inspirou várias lendas ao longo dos séculos, inclusive o próprio Drácula dos livros de ficção. Bram Stoker ficou particularmente interessado na sede de sangue da Condessa e por isso trouxe ao seu monstro vampiro a necessidade de sempre se alimentar de sangue humano. Anos depois do sucesso do livro de Stoker a própria nobre húngara recebeu o título de "Condessa Drácula" numa fina ironia do destino. Ao mesmo tempo em que influenciou a criação do personagem foi batizada pelo nome do mais famoso vampiro da história. O elenco em cena está bem inspirado, principalmente William Hurt dando show de interpretação no papel do nobre Gyorgy Thurzo. Em uma época em que a nobreza estava acima da lei ele teve a sensatez de encarcerar a psicótica Condessa em seu castelo até o fim de sua vida. Já Julie Delpy está perfeita como a desequilibrada Erzebet Bathory, uma mulher completamente obcecada pela beleza e juventude eternas que apaixonada por um homem bem mais jovem do que ela não mede esforços para consumar essa relação. A produção é um projeto pessoal de Julie Delpy que não apenas estrelou o filme como também dirigiu e escreveu seu roteiro. O resultado é de excelente nível. Um filme que mostra que a despeito de toda a nossa cultura e civilização ainda existe em certas pessoas uma perversidade intrínseca, que não consegue ser detida. Assista "A Condessa" e conheça um pouco mais sobre o lado mais macabro da alma humana.

A Condessa (The Countess, Estados Unidos, França, Alemanha, 2009) Direção: Julie Delpy / Roteiro: Julie Delpy / Elenco: Julie Delpy, William Hurt, Daniel Brühl, Anamaria Marinca / Sinopse: Erzebet Bathory (Julie Delpy) é uma condessa húngara que se torna obcecada por beleza e juventude. Tentando a todo modo permanecer sempre jovial e bonita ela começa a se tornar ávida por sangue humano pois acredita ser esse um excelente modo de se manter sempre jovem e bela. Em sua mente perturbada nada seria mais rejuvenescedor do que tomar um grande banho de sangue humano em sua banheira imperial, hábito que logo cultivaria com frequência em seu castelo isolado. Em busca de mais e mais sangue de jovens donzelas ela começa a assassinar jovens criadas de seu próprio quadro de serviçais.

Pablo Aluísio.