quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
A Hora do Lobisomem
O filme era estrelado pelo ídolo juvenil Corey Haim. Na época ele colecionava sucessos e estava no primeiro time de atores jovens de Hollywood. Infelizmente se envolveu com drogas pesadas e caiu em desgraça na carreira, vindo a falecer precocemente e de forma trágica em 2010. Sua estrela foi efêmera mas ele acabou participando de excelentes filmes da década de 80 como “A Inocência do Primeiro Amor” (ao lado do bad boy Charlie Sheen). Ao seu lado outro ator que foi a cara dos anos 80, Gary Busey. “A Hora do Lobisomem” não se destaca nem pela violência e nem pelos efeitos especiais (que hoje em dia soam realmente ultrapassados). O diferencial aqui está, como já afirmei, em uma trama muito bem arquitetada, fruto da genialidade de Stephen King. Produção barata, filmada no interior dos EUA (Carolina do Norte) conseguiu se destacar como um bom momento do cinema de terror daqueles anos. Passou longe de alcançar uma bilheteria tão expressiva como a de “A Hora do Espanto” mas mesmo assim fez diferença entre os filmes daquela época. Hoje merece ser revisto. King em grande forma encontra uma boa adaptação de seu texto para as telas. Não deixe de conferir e tente descobrir quem é o Lobo entre os personagens da estória.
A Hora do Lobisomem (Silver Bullet, Estados Unidos, 1985) Direção: Daniel Attias / Roteiro: Stephen King baseado em seu próprio livro / Elenco: Gary Busey, Everett McGill, Corey Haim, Megan Follows, Terry O'Quinn / Sinopse: Numa pequena cidade do interior dos EUA uma série de mortes e ataques colocam a população local em terror! Marty Coslaw (Corey Haim) é um jovem com problemas de locomoção que pretende descobrir quem é o verdadeiro lobisomem entre os moradores da região.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Amor Sem Fim
Como se pode perceber as tintas são fortes no quesito drama. A intenção realmente era essa – mostrar um amor verdadeiro mas cheio de obstáculos para se concretizar tal como um Romeu e Julieta contemporâneo. Não é à toa que o diretor do filme é Franco Zeffirelli. Acostumado com tramas de amores impossíveis o cineasta demonstra muita familiaridade com o tema. A produção é de bom gosto e respeita o espectador. Mesmo tendo uma das atrizes mais bonitas da época em seu elenco o filme não apela ou parte para vulgaridades. O elenco está todo coeso, apenas o ator que interpreta David, o namorado de Jade, deixa um pouco a desejar. Como curiosidade o futuro astro Tom Cruise faz uma pequena ponta, em um parque aconselhando seu amigo David a dar um susto na namorada, começando um incêndio por pura brincadeira (incêndio esse que foge do controle e destrói a casa da amada). Em essência é uma releitura dos velhos mitos românticos, da paixão impossível e do amor que vence a tudo e a todos. Bem realizado “Amor Sem Fim” sobreviveu muito bem ao tempo. Sua trilha sonora cheia de sucessos da época ainda é bastante evocativa. Um bom romance para corações apaixonados que não aceitam barreiras entre si.
Amor Sem Fim (Endless Love, Estados Unidos, 1981) Direção: Franco Zeffirelli / Roteiro: Judith Rascoe baseado na novela de Scott Spencer / Elenco: Brooke Shields, Martin Hewitt, Shirley Knight, Don Murray, James Spader, Tom Cruise / Sinopse: Jovem casal de namorados tem que lutar por vários anos por seu amor que sempre parece encontrar barreiras para se concretizar.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Johnny & June
O resultado do que se vê na tela é muito bom, beirando o excepcional. Joaquin Phoenix no papel principal conseguiu passar muito da personalidade de Cash. Ele tinha essa sensação de nunca se enquadrar, de nunca se sentir plenamente aceito. Phoenix inegavelmente deu muito brilho ao seu papel de Johnny Cash. Até mesmo pequenos detalhes, como maneirismos do cantor e a forma como ele segurava e tocava seu violão, o ator levou para seu trabalho no filme Já Reese Witherspoon também está muito satisfatória no papel de June Carter, muito embora ainda ache que seu Oscar de Melhor Atriz foi um pouco excessivo. Certamente ela está bem mas não a ponto de receber uma premiação tão importante. Provavelmente tenha sido premiada mais pela relevância de seu nome dentro da indústria do que pela atuação em si. Embora seja uma obra tecnicamente muito bem realizada o filme só desliza um pouco quando mostra Cash enfrentando problemas com drogas. Nesse ponto o filme perde muito de seu charme, se tornando um tanto quanto maniqueísta e forçado. Fora isso nada a reclamar. A trilha está recheada das imortais canções do homem de preto e conta ainda com cenas de shows muito bem realizadas. Após seu lançamento "Johnny & June" foi premiado com o Globo de Ouro de Melhor Filme na categoria Comédia / Musical. Um prêmio, esse sim, bem merecido.
Johnny & June (Walk the Line, Estados Unidos, 2005) Direção: James Mangold / Roteiro: Gill Dennis, James Mangold / Elenco: Joaquin Phoenix, Reese Witherspoon, Ginnifer Goodwin, Robert Patrick, Shelby Lynne, Dan Beene, Larry Bagby, Lucas Till, Ridge Canipe, Hailey Anne Nelson./ Sinopse: Cinebiografia do cantor e compositor Johnny Cash (Joaquim Phoenix) mostrando seu conturbado relacionamento amoroso com June Carter (Reese Witherspoon).
Pablo Aluísio.
Superman III
Outro ponto positivo do argumento é a luta interior de Superman consigo mesmo. Após entrar em contato com uma pedra de Kriptonita modificada em laboratório ele começa a desenvolver reações inesperadas. Ele se torna cafajeste, dá em cima das mulheres de forma grosseira e deixa de ser uma boa pessoa. Até tomar uns pileques no boteco da esquina o famoso herói toma, ora vejam só! Para superar essa fase ruim ele acaba enfrentando a si mesmo num velho ferro velho. Essa provavelmente é a melhor parte de todo o filme. O duelo é daqueles momentos que salvam a produção. Por fim temos a seqüência final onde Superman enfrenta o que seria um computador invencível. Realmente o argumento soa muito infantil e sem graça hoje em dia. Com nuances que chega a lembrar de Metropolis, o famoso clássico da era do cinema mudo, a cena não consegue ter o impacto que promete. Tentando ser mais antenado com as novas tecnologias que surgiam naqueles anos o filme só consegue soar muito ultrapassado em uma revisão atual. Como foi realizado no começo da década de 80 os computadores acabam virando vilões involuntários. A era do PC estava chegando, havia toda essa dúvida e temor sobre os rumos que a tecnologia iria tomar e assim o roteiro materializa esse medo da forma mais extrema que existe. Aliás a tecnologia que surge em cena é bem curiosa. Velhos computadores baseados em linguagem Basic em um mundo digital inimaginável para os jovens de hoje acostumados com a facilidade do Windons e demais sistemas operacionais. Outra coisa bem curiosa é a pequena animação que a empresa Atari (a rainha dos videogames da época) produziu para o filme. Superman tenta se desviar de mísseis e bombas enquanto vemos aquele visual característico dos games da empresa surgir em cena. Impossível não sentir nostalgia nessa seqüência. Em suma, “Superman 3” é realmente uma película bem abaixo dos anteriores mas não pode ser considerado o pior filme da série original pois esse título certamente pertence a “Superman 4” que falaremos em breve aqui no Blog. Continue acompanhando. Até a próxima.
Superman III (Superman III, Estados Unidos, 1983) Direção: Richard Lester / Roteiro: David Newman, Leslie Newman / Elenco: Christopher Reeve, Richard Pryor, Margot Kidder, Jackie Cooper, Annette O'Toole, Robert Vaughn / Sinopse: Gus Gorman (Richard Pryor) é um desempregado crônico que após ver seu seguro desemprego cancelado resolve estudar informática. O que parece ser apenas uma solução para seu problema acaba se revelando uma vocação pois Gus se mostra gênio na área. Logo seus serviços são contratados pelo magnata Ross Webster (Robert Vaughn) que pretende usar a genialidade de Gus para seus interesses do mal. Ao mesmo tempo o jornalista Clark Kent (Christopher Reeve) resolve voltar em férias para Smallville onde o baile de encontro de sua antiga turma do colegial será realizada. Lá encontra a antiga paixão dos tempos de colégio, a bela Lana Lang (Annette O'Toole). Mal sabe ele que está prestes a enfrentar um dos maiores desafios de sua vida.
Pablo Aluísio.
sábado, 29 de dezembro de 2012
Quantum of Solace
Na trama James Bond (Daniel Craig) passa por um momento de desilusão amorosa após ser abandonado por uma paixão. Procurando seguir em frente ele acaba descobrindo uma grande organização criminosa especializada em extorsões e chantagens. Para piorar o serviço secreto britânico descobre que há um traidor agindo dentro do sistema. Bond é designado para tentar descobrir de quem se trata. Suas investigações acabam levando o famoso espião ao encalço de Dominic Greene (Mathieu Amalric), um empresário poderoso que pretende ter sob controle os recursos naturais de uma extensa parte do planeta. Suas ligações incluem não apenas políticos locais corruptos como também membros do próprio serviço britânico e CIA, o que leva Bond ao descobrimento de uma extensa e complexa rede criminosa com vários tentáculos nos próprios governos dos principais países ocidentais. Como não poderia de ser o filme tem várias cenas espetaculares mas todos aqueles diálogos sobre controle de águas em terras áridas acaba cansando um pouco. Como é de praxe em filmes da série, Bond também viaja para várias partes do mundo. Aqui ele passa por Afeganistão, Chile, México, Áustria e Itália (locações onde o filme foi realizado). Ao custo de 200 milhões de dólares (orçamento digno dos maiores blockbusters da indústria americana), o filme rendeu ao redor do mundo mais de 500 milhões de dólares – um lucro excepcional. O sucesso absoluto sedimentou o caminho de Daniel Craig na franquia. Se tudo ia bem nas bilheterias o mesmo não se podia dizer nos bastidores pois brigas judiciais pelos direitos autorais nublavam o futuro de Bond no cinema. Felizmente ano passado os problemas foram finalmente resolvidos e celebrados com mais um lançamento com o personagem. Não foi dessa vez que acabaram com 007 que ao que parece terá ainda vida longa nas telas de cinema de todo o mundo.
Quantum of Solace (Idem, Estados Unidos, Inglaterra, 2008) Direção: Marc Forster / Roteiro: Paul Haggis, Neal Purvis, Robert Wade baseados no personagem criado por Ian Fleming / Elenco: Daniel Craig, Olga Kurylenko, Mathieu Amalric, Judi Dench, Giancarlo Giannini, Gemma Arterton, Jeffrey Wright / Sinopse: O agente secreto James Bond tem que superar uma desilusão amorosa ao mesmo tempo em que combate uma complexa organização liderada por um empresário poderoso e corrupto que pretende dominar vastos recursos naturais do planeta para atender seus interesses criminosos.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge
A trama é brilhantemente construída. É uma pena que não possa debater aqui todos os detalhes e reviravoltas que surgem em cena pois não daria qualquer tipo de spoiler que estragasse as surpresas do filme mas fica a observação de que, pela primeira vez em muito tempo, Hollywood conseguiu criar um argumento muito sólido que consegue explicar excepcionalmente bem a origem e as motivações de seus personagens. Mesmo com tantos acertos encontramos erros também no timing da película. Embora seja um grande filme temos que reconhecer que há certos momentos que quebram a espinha dorsal da trama. Achei excelente o uso de certos momentos mas também pude perceber nitidamente a presença de cenas desnecessárias que quebraram o ritmo frenético dos acontecimentos. Batman, ou melhor dizendo, Bruce Wayne, surge incrivelmente vulnerável nesse terceiro filme. Quase sempre se recuperando de alguma lesão ou fratura – o que lhe deu uma humanidade muito acentuada, valorizando o lado mais realista do personagem, algo bem típico dos filmes de Christopher Nolan, que sempre procura ficar com os pés no chão. Um exemplo disso vemos também no próprio vilão Bane. Nos quadrinhos e desenhos animados ele é basicamente um brucutu brutal que literalmente “infla” com músculos desproporcionais, virando uma espécie de gigante descomunal. Nolan ignorou tudo isso em favor de um maior realismo (algo que esperava embora no íntimo tenha ficado torcendo para ele virar o monstro que conhecemos dos gibis).
Em termos de elenco nada a acrescentar ou criticar. Certamente a atriz Anne Hathaway como Mulher Gato passa longe do carisma de Michelle Pfeiffer (que continua sendo a melhor personificação do personagem no cinema) mas mesmo assim não compromete no saldo final. Ela na verdade é pouco sensual, mais parecendo uma daquelas modelos sem sal das revistas de moda, mas não faz feio. Christian Bale continua muito bem como Bruce Wayne / Batman. Ator sem muito carisma conseguiu se sair muito bem na pele do complexo e martirizado milionário. Seu jeito sorumbático caiu como uma luva para o personagem sombrio que vive em eterna crise existencial. O restante do elenco de apoio continua ótimo, todos grandes atores que trazem muito para o resultado final. Já analisar o trabalho do ator Tom Hardy como Bane fica mais complicado. Com uma máscara que lhe tira toda a expressão facial não há como qualificar como bom ou ruim sua performance. Bane é um personagem que não abre muitos espaços para interpretações inspiradas como Coringa ou Pingüim.
Nos quadrinhos ainda é menos expressivo se limitando a ser uma montanha de músculos brutalizada. Aqui pelo menos ainda criaram toda uma estória em torno dele, tentando obviamente lhe passar alguma personalidade. De qualquer maneira as cenas de ação e lutas ficaram muito bem elaboradas e executadas. Impossível não sentir um frio na espinha na hora em que ele dá um golpe quase mortal no herói mascarado, quebrando suas costas. Em suma, reforçando minhas conclusões diria que “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” é certamente o mais fraco da série mas isso não significa em absoluto que seja ruim ou deixe a desejar, pelo contrário. O que acontece é que os filmes anteriores são maravilhosos e esse também é excepcional mas um ponto abaixo dos demais. Parabéns a Christopher Nolan pelo talento, bom gosto e competência na realização dessa extremamente bem sucedida franquia que se encerra aqui. Não sei qual é o futuro do Homem-Morcego nas telas – provavelmente volte em uma nova franquia daqui alguns anos – mas sei de antemão que se igualar ao nível de qualidade dos filmes de Nolan não será nada fácil. De qualquer modo fico realmente feliz em saber que essa trilogia foi fechada com chave de ouro.
Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises, Estados Unidos, 2012) / Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan, Jonathan Nolan / Elenco: Christian Bale, Gary Oldman, Morgan Freeman, Michael Caine, Anne Hathaway, JosephGordon-Levitt, Liam Neeson, Tom Hardy, Cilliam Murphy, Marion Cotillard, Juno Temple, Daniel Sunjata, Joey King, Matthew Modine / Sinopse Após os acontecimentos do filme anterior Bruce Wayne (Christian Bale) tenta se recuperar fisicamente dos ferimentos sofridos. Nesse meio tempo surge em Gotham City um terrorista mercenário chamado Bane (Tom Hardy) que deseja sob uma falsa retórica populista destruir a cidade. Apenas Batman pode deter seus planos de destruição.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
A Entidade
O grande problema do filme é que o personagem principal se torna muitas vezes cansativo, histérico. A produção também desperdiça ótimas oportunidades de criar suspense e terror com a família na casa onde os crimes foram cometidos. O uso de um velho equipamento de Super 8 talvez seja uma das boas idéias do filme mas é usado em excesso o que tira o fator surpresa de seu uso. A tal entidade também é bem decepcionante. Inspirada num velho demônio da antiguidade (Bagul, o devorador de almas inocentes) não consegue passar medo por ser estilizado demais, beirando a caricatura. Se fosse melhor trabalhado poderia facilmente virar mais um ícone do gênero como Freddy Krueger ou quem sabe até mesmo um novo Jason de "Sexta-Feira 13". Do jeito que está só vai criar pavor mesmo em criancinhas muito pequenas que ainda acreditam no bicho papão. Enfim, nesse ano de 2012 em que tivemos tantos filmes de terror envolvendo possessões e mundo sobrenatural "A Entidade" não conseguiu se destacar muito por causa justamente dessas suas falhas. O resultado final é certamente abaixo do esperado.
A Entidade (Sinister, Estados Unidos, 2012) Direção: Scott Derrickson / Roteiro: Scott Derrickson, C. Robert Cargill / Elenco: Ethan Hawke, Vincent D’Onofrio, James Ransone, Fred Dalton Thompson, Juliet Rylance / Sinopse: Escritor especializado em livros sobre crimes bárbaros decide se mudar com a família para uma casa onde várias crianças foram mortas de maneira hedionda. No curso de elaboração de seu novo texto descobre que as mortes estão relacionadas com ocultismo e forças demoníacas. Não tarda e perceber que está envolvido com forças sobrenaturais ao seu redor.
Pablo Aluísio.
domingo, 23 de dezembro de 2012
A Última Casa da Rua
Liderando o elenco temos duas atrizes bem interessantes. Jennifer Lawrence está no auge de sua carreira e popularidade. Depois do grande sucesso "Jogos Vorazes" ela sedimenta seu espaço em Hollywood. A boa notícia é que ela é realmente talentosa e tem muito potencial para se tornar uma grande estrela - a má notícia é que está gordinha além do ponto. Bochechuda demais terá que se policiar de agora em diante para não perder a linha. Já Elizabeth Shue tem uma história interessante no cinema americano. Quando sua carreira estava decolando ela largou tudo para se formar na prestigiosa Universidade de Harvard, uma das melhores instituições de ensino superior do mundo. Depois de estar devidamente graduada tenta um retorno às telas agora. Esse é seu melhor filme até o momento. Se souber escolher bem seus papéis terá também um belo futuro pela frente. Outro que tenta alcançar o seu lugar ao sol é o próprio diretor Mark Tonderai. Com apenas cinco títulos na carreira - nenhum expressivo – esse ex- DJ e ator de séries tenta agora chamar a atenção dos grandes estúdios. Se depender de mais bons filmes como esse será bem sucedido. Em suma, "A Última casa da Rua" é uma boa opção para quem estava com saudades de bons thrillers de suspense com várias reviravoltas na trama. Não chega a ser brilhante mas é muito bom no final das contas. Por isso está devidamente recomendado.
A Última Casa da Rua (House at the End of the Street, Estados Unidos, 2012) Direção: Mark Tonderai / Roteiro: Peter Block, Hal Lieberman, Aaron Ryder baseados na novela de Jonathan Mostow / Elenco: Jennifer Lawrence, Elisabeth Shue, Max Thieriot, Gil Bellows, Nolan Gerard Funk / Sinopse: Mãe e filha alugam uma casa vizinha a uma residência onde no passado ocorreu um terrível crime. No isolado imóvel mora sozinho o único sobrevivente de uma família assassinada. Retraído e isolado ele vive em um lugar onde nada realmente é o que aparenta ser de verdade.
Pablo Aluísio.
sábado, 22 de dezembro de 2012
Dredd
Karl Urban interpreta Dredd mas poderia ser qualquer um. Ele nunca tira o capacete e está sempre mandando chumbo em alguém. O ator que já apareceu em "Star Trek" e "Red - Aposentados e Perigosos" não compromete mas também não brilha, talvez pelo fato do roteiro simples não abrir espaço para isso. Melhor se sai Olivia Thirlby na pele de uma juíza novata que acompanha Dredd e que tem estranhos poderes de mediunidade (ela consegue ler os pensamentos das pessoas ao seu redor). A direção de arte não chega a impressionar também pudera, quase todo o filme é passado dentro do edifício onde Dredd e sua companheira são caçados pela mega traficante e ex-prostituta Ma-ma (Lena Headey com uma enorme cicatriz no rosto). Apesar dos pesares "Dredd" consegue ser bem melhor que o primeiro filme com Stallone, isso porém não significa que ele seja grande coisa De certa maneira é apenas um filme de ação escapista extremamente violento. Se você gosta do estilo arrisque, caso contrário, se estiver esperando apenas por um bom filme Sci-Fi é melhor desistir.
Dredd (Dredd, Estados Unidos, 2012) Direção: Pete Travis / Roteiro: Alex Garland baseado nos personagens criados por John Wagner e Carlos Ezquerra / Elenco: Karl Urban, Olivia Thirlby, Domhnall Gleeson, Santi Scinelli, Lena Headey / Sinopse: Em um prédio super povoado na metrópole Mega City One um juiz e sua colega em treinamento são encurralados por uma gangue extremamente violenta de traficantes liderado por Ma-ma, ex prostituta e agora homicida em série.
Pablo Aluísio
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Criação
A grandeza de seu pensamento segue firme e forte até os nossos dias. Suas teorias foram confirmadas nas últimas décadas pelos avanços da engenharia genética. Darwin certamente se mantém como um pensador de sólidas bases teóricas. Ao longo de tantos anos sua teoria foi atacada de todas as formas mas nunca perdeu a robustez. Ela segue tão brilhante como veio ao mundo no século 19. Dito isso chegamos a esse filme "Criação" que tenta desmistificar o grande cientista, tentando mostrar o lado mais humano de sua personalidade. Apesar de ter lido criticas negativas gostei bastante desse filme. Aprecio muito esse tipo de biografias e se forem de grandes cientistas, melhor. O mais interessante é que mostra o lado mais íntimo de Darwin, as questões religiosas que teve que enfrentar e aspectos pessoais de sua vida familiar que eu desconhecia. Reconheço que sou suspeito pra falar porque adoro história (biografias ainda mais) e sou fã do Darwin e sua teoria da evolução. Esse tipo de filme (mesmo deixando a desejar em termos) jamais deixaria de assistir. Gosto demais desse tipo de produção. É sempre gratificante ver ali personificado em cena um cientista que admiramos. A produção é de bom gosto e a direção de arte também me agradou muito. Esse clima Vitoriano que vemos em cena sempre garante elegância aos filmes passados nessa época histórica. "Criação" é um excelente filme, muito bem realizado com produção luxuosa. Por tudo isso está mais do que recomendado.
Criação (Creation, Estados Unidos, 2009) Direção: Jon Amiel / Roteiro: John Collee / Elenco: Paul Bettany, Jennifer Connelly, Jeremy Northam, Toby Jones, Benedict Cumberbatch, JimCarter, Teresa Churcher, Zak Davies, Harrison Sansostri / Sinopse: "Criação" conta parte da história do famoso cientista inglês Charles Darwin (Paul Bettanny), que no século 19 abalou o mundo da ciência com a publicação de seu revolucionário livro onde explicava os mecanismos da evolução das espécies. Brilhante pensador, homem de família, o filme mostra a sua luta interior nascida da indecisão entre publicar seus escritos (que iam contra o pensamento religioso da época) ou se resignar completamente sobre isso.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Fim dos Tempos
Com o desastre de "Fim dos Tempos" o diretor M. Night Shyamalan jogou pelo ralo o resto de prestigio que ainda tinha. Nada funciona aqui. A direção é sem rumo, sem foco, o argumento é uma piada de mal gosto e até mesmo no suspense o cineasta não consegue criar nada de novo - demonstrando de forma definitiva que ele passa longe daquela suposta genialidade que atribuíam a ele no começo da carreira. O elenco também não ajuda. O filme é estrelado por Mark Wahlberg, ator de uma nota só, sem qualquer expressividade. A gracinha Zooey Deschanel surge perdida em cena, sem saber do que se trata (e nem o público para falar a verdade). O único que parece estar se divertindo nessa presepada é o ator John Leguizamo. Não me admira já que ele é especialista em filmes bizarros e sem sentido, então está em casa. Em suma não adianta mais bater - o filme é uma porcaria mesmo. Se você ainda não viu torça para o mundo acabar amanhã já que assim você se livrará de topar com esse abacaxi qualquer dia por aí zapeando pela TV. Fuja para outro mundo!
Fim dos Tempos (The Happening, Estados Unidos, 2008) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Mark Wahlberg, Zooey Deschanel, John Leguizamo, Spencer Breslin, Betty Buckley, Tony Devon, Victoria Clark / Sinopse: O fim do mundo na visão do diretor M. Night Shyamalan. Na estória a natureza resolve se vingar da humanidade espalhando uma toxina no ar que leva os humanos a se matar!
Pablo Aluísio.
2019 - O Ano Da Extinção
A mistura High Tech futurista com vampiros não deu muito certo. Não deixa de ser chato termos que encarar vampiros na pele de militares ultra bem armados. O charme que sempre acompanhou os seres da noite se perde totalmente em coisas como essa. A tal "cura" mostrada também não convence. É uma solução simples demais e pouco verossímil (pelo menos dentro da mitologia dos vampiros). O elenco também apenas passeia em cena. Até bons atores (como Willem Dafoe) não parecem se interessar muito. Em controle remoto a única coisa que chama atenção em sua interpretação é seu visual "Raul Seixas citando Elvis Presley". Fora isso o filme se torna apenas mediano. Parece muito com seriado de TV inspirado em quadrinhos. Para se tornar um filme realmente bom faltou um melhor desenvolvimento por parte dos roteiristas.
2019 - O Ano da Extinção (Daybreakers, Estados Unidos, 2009) Direção: Michael Spierig, Peter Spierig / Roteiro: Michael Spierig, Peter Spierig / Elenco: Ethan Hawke, Willem Dafoe, Sam Neill / Sinopse: O que aconteceria se praticamente toda a humanidade se tornasse vampira? Onde os seguidores de Vlad iriam arranjar sangue humano para sobreviver? É a partir dessa crise que se desenvolve o argumento principal do filme.
Pablo Aluísio.
The Kennedys
Por outro lado tiveram coragem suficiente para mostrar a péssima idéia de Joseph em se aproximar da máfia italiana liderada pelo chefão Sam Giancana, líder da cosa nostra de Chicago. Adivinhem quem fez a ligação entre ambos? Ele mesmo, o cantor Frank Sinatra! Na época das eleições, extremamente preocupado em ganhar na cidade de Chicago de todas as formas, o pai de JFK determinou a Sinatra que ele falasse com o Giancana para que as eleições naquela cidade fossem garantidas de uma forma ou outra para John Kennedy. Usando da força dos sindicatos, todos corrompidos e corruptos, o jovem JFK acabou tendo ampla maioria lá, o que pavimentou sua escalada rumo à Casa Branca. Depois que foi eleito JFK nomeou seu irmão Bob como procurador geral e ele foi ao encalço de Giancana e cia. Obviamente que tudo foi visto como uma grande traição, por isso que em muitas teorias da conspiração temos a máfia americana como uma das prováveis autoras do assassinato de JFK. O roteiro da série porém preferiu não entrar nesse verdadeiro universo de teorias sobre a morte do presidente, se limitando a mostrar o terrível atentado e os efeitos que esse evento causou na alma da nação. Já para os fãs de Marilyn Monroe a minissérie pode ser um pouco decepcionante. Sua participação é discreta mas pelo menos foi enfocada. Pensei sinceramente que também iriam esconder esse aspecto (um dos mais famosos) da biografia dos Kennedys. Felizmente mostraram, até porque acredito que seria simplesmente impossível ignorar esse romance tão escandaloso da atriz com os dois irmãos. Assim podemos dizer que temos aqui um bom produto, que passa longe de ser o definitivo sobre a história dos Kennedys, mas que termina agradando dentro de suas modestas pretensões. De certa forma ainda é muito apegado à história oficial e por isso não procura levantar muitas polêmicas, preferindo ao invés disso saudar a memória do falecido presidente americano. Mesmo assim vale a pena conhecer.
The Kennedys (The Kennedys, Estados Unidos, 2011) Direção de Jon Cassar / Roteiro de Stephen Kronish e Joel Surnow / Elenco: Greg Kinnear, Barry Pepper, Tom Wilkinson. Katie Holmes / Sinopse: Minissérie que mostra os anos de glória da família Kennedy. Mostrando a chegada de John Kennedy à Casa Branca, a nomeação de seu irmão como procurador geral e os diversos problemas pessoais enfrentados pela família ao longo de todos aqueles anos.
Pablo Aluísio.
Eagles
As tragédias do Eagles
Como hoje é dia internacional da mulher é importante chamar a atenção para a violência doméstica que muitas mulheres sofrem em seu cotidiano. Recentemente houve um caso envolvendo Randy Meisner, baixista da banda de country rock Eagles (desde sempre uma das minhas preferidas). Tudo começou quando sua esposa ligou para a polícia pedindo socorro pois Randy estaria bêbado, armado e dando tiros para cima em sua própria casa.
Certamente estava surtado seja pelo uso de drogas ou bebidas, não importa. Meia hora depois desse telefone uma nova chamada foi feita para a delegacia de polícia só que agora não era a sua esposa, mas sim o próprio Randy. Ele ligou para informar que ela havia sido baleada... acidentalmente! A polícia foi até sua casa e concluiu que Randy dizia a verdade. Ele alegou que sua esposa foi tirar um fuzil de sua propriedade do armário e a arma disparou a atingindo em cheio. Sinceramente... junte as duas situações e tire suas próprias conclusões. Randy ainda terá que dar várias explicações, mas que tudo ficou meio estranho, obviamente ficou.
A verdade é que muitos roqueiros desenvolvem vícios ao longo da vida - sejam drogas, álcool ou seja o que for. Complicado entender os mecanismos psicológicos que os levam a isso, mas o alto número de profissionais da música que caem na mesma armadilha nos faz pensar que realmente exista algo a mais ligando essa profissão com esse tipo de comportamento auto destrutivo. O Eagles como banda chegou ao seu fim definitivo recentemente com a morte do guitarrista Glenn Frey, autor da música mais conhecida do grupo, o grande sucesso "Hotel Califórnia". Para um grupo musical tão bom, que chegou a vender quase 30 milhões de cópias de apenas um LP é certamente um final bem melancólico e triste. O destino é muitas vezes implacável.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
Esse Indiana Jones é muito ruim. Não há outra definição. O filme é ruim, simples assim. Até mesmo o totem do filme é ruim (a tal Caveira de Cristal, uma tremenda bobagem). Para piorar os roteiristas resolveram fazer um péssimo argumento, misturando ETs com arqueologia - um roteiro completamente esquecível, bobo, sem inspiração, chato. No elenco muitos problemas: Ford já passou da idade de dar uma de aventureiro, Shia LaBeouf é seguramente o pior ator a surgir no cinema desde os filmes da Xuxa e a Cate Blanchett some no meio de tanta ruindade. Ela é excelente atriz e profissional e não merecia se perder no meio desse abacaxi. Assim como não dá para voltar aos anos 80 também não há como requentar certas coisas como Indiana Jones. Se fizerem o quinto então correrão o risco de perderem até mesmo a dignidade pois o respeito já se foi com essa produção. Tomara que não saia do papel. Enfim, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" foi seguramente uma das piores decepções que tive no cinema nos últimos anos. Certo estava Pelé que saiu por cima, na hora certa. Spielberg e Lucas certamente não aprenderam essa lição.
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, Estados Unidos, 2008) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: David Koepp, George Lucas, Jeff Nathanson, Philip Kaufman / Elenco: Harrison Ford, Cate Blanchett, Karen Allen, Shia LaBeouf, Ray Winstone, John Hurt / Sinopse: Indiana Jones (Harrison Ford), o famoso arqueólogo agora se vê no meio de uma complicada teoria da conspiração envolvendo Estados Unidos e União Soviética em plena guerra fria. A chave de todo o mistério parece estar em uma rara caveira de cristal de origem desconhecida.
Pablo Aluísio.
Risco Duplo
Título Original: Double Jeopardy
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Bruce Beresford
Roteiro: David Weisberg, Douglas Cook
Elenco: Tommy Lee Jones, Ashley Judd, Bruce Campbell, Annabeth Gish, Bruce Greenwood
Sinopse:
Libby Parsons (Ashley Judd) acaba entrando em uma situação completamente surreal. Condenada por supostamente ter matado seu marido com um machado, ela é condenada a uma dura sentença. Libby não se lembra de nada, tudo o que consegue se lembrar é de acordar com as roupas cheias de sangue e uma arma na mão. Dentro da cadeia acaba descobrindo que foi vítima de uma grande farsa, envolvendo seu marido e sua melhor amiga. Agora ela tentará provar sua inocência ao mesmo tempo em que lutará para que os verdadeiros assassinos sejam presos.
Comentários:
O roteiro é bom, ideal para o espectador que gosta de tramas conspiratórias, com muitas reviravoltas surpreendentes. A questão é que a tal reviravolta que é um dos pilares da estória soa tão absurda e fantasiosa que isso tira um pouco da credibilidade do filme como um todo. Mesmo assim, com um pouco de boa vontade, o filme funciona como diversão ligeira. É curioso porque o diretor Bruce Beresford sempre foi muito prestigiado em Hollywood por seus excelentes dramas tais como "Conduzindo Miss Daisy" e "Uma Razão para o Amor" e aqui ele optou por algo bem diferente, um thriller policial envolvendo assassinatos e traições. No fim das contas quem salva o filme de sua inegável burocracia é o ator Tommy Lee Jones (sempre ele!). Jones com seu jeito sério, de sujeito durão, com poucos amigos, acaba se destacando justamente por trazer um pouco de credibilidade para um enredo que por si só não seria lá muito convincente. Sua presença e a sempre segura direção de Bruce Beresford se tornam assim os melhores motivos para conferir essa produção.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Milk - A Voz da Igualdade
A interpretação de Milk valeu o Oscar de melhor ator para Sean Penn. Eu gosto bastante de seu trabalho, tanto aquele desenvolvido como ator como também diretor. O fato, pelo menos na minha opinião, é que sua interpretação não foi melhor ou mais bem elaborada do que a de Mickey Rourke em "O Lutador". Nesse filme Mickey foi literalmente visceral, absoluto. Em "Milk" não vemos tanta grandeza. Acredito que até mesmo Sean ficou constrangido na noite do Oscar pois assim que subiu ao palco apontou em direção a Rourke (quase pedindo desculpas por ter vencido, na verdade). Foi uma premiação controvertida que não convenceu a todos. De qualquer modo acredito que essa foi a forma encontrada pela Academia para não deixar o filme sair da noite de premiação de mãos vazias, o que se revelou um erro pois quando os prêmios foram anunciados "Milk" acabou sendo também premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original. Assim Rourke deveria ter vencido seu prêmio pois era mais do que merecido. Deixando de lado esses aspectos ligados a prêmios temos que chamar a atenção para o fato de que "Milk" é uma daquelas produções que ajudam a criar uma consciência positiva no grande público. Mostra que a sexualidade pertence a cada um e que isso não define ninguém como digno ou não, pelo contrário, todos possuem sua própria dignidade como pessoa, ser humano, e isso independe de suas preferências sexuais ou afetivas. Esse é o grande valor de "Milk".
Milk (Milk, Estados Unidos, 2008) Direção: Gus Van Saint / Roteiro: Dustin Lance Black / Elenco: Sean Penn, Emile Hirsch, Josh Brolin, Diego Luna, James Franco, Alison Pill, Victor Garbe / Sinopse: Biografia do político americano e ativista gay, Harvey Milk. Eleito na década de 1970 a um importante cargo público, mesmo se declarando homossexual assumido, Milk se tornou um marco dentro da mudança de mentalidade da sociedade americana.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
A Negociação
"A Negociação" é a nova aposta do veterano Richard Gere para voltar ao topo. Aqui ele encarna um tipo que lhe cai bastante bem - a do capitalista selvagem que pouco está ligando para os aspectos morais e éticos de seus atos. Para conseguir o que deseja ele mente, rouba e engana seus acionistas. Em essência é um mestre no jogo sujo do mundo das finanças do sistema norte-americano. Talvez aí esteja o maior problema de "A Negociação". O roteiro cria simpatia com seu personagem principal que não passa de um escroque completo. Que tipo de mensagem afinal o filme quer passar? A de que o mundo é dos espertos? Ou de que devemos procurar levar vantagem em tudo? O final, nada ético ou moral, deixa todas essas perguntas no ar. De qualquer modo, tirando o aspecto moral do filme que é bem decepcionante, não podemos deixar de qualificar o resultado final como bom. Não é nenhuma maravilha e nem pode ser considerado um excelente filme. "A Negociação" não desenvolve muito bem seus personagens e desperdiça grandes nomes como Susan Sarandon. Mesmo assim, sem a devida profundidade e nem um melhor capricho no desenvolvimento da trama, até que o filme funciona bem como entretenimento. Já como lição de moral ele é simplesmente uma aberração.
A Negociação (Arbitrage, Estados Unidos, 2012) Direção: Nicholas Jarecki / Roteiro: Nicholas Jarecki / Elenco: Richard Gere, Susan Sarandon, Tim Roth, Jennifer Butler, William Friedkin / Sinopse: Figurão do mundo dos negócios em Wall Street tenta esconder da polícia que estava presente no acidente que matou sua amante. Ao mesmo tempo tenta enganar um grande banco americano para lhes vender sua empresa que está praticamente falida por causa de investimentos equivocados.
Pablo Aluísio.
Mildred Pierce
Como sempre a HBO capricha e muito em suas produções televisivas. Temos aqui uma excelente reconstituição de época. A atriz Kate Winslet está excepcionalmente muito bem no papel. Ela se despe de qualquer vaidade e encarna com perfeição a personagem principal, uma mulher que levou muitas bordoadas da vida mas que não se abateu por isso. Outro ponto positivo é o desenvolvimento do roteiro que acompanha as mudanças de costumes na sociedade americana ao longo das décadas. A minissérie também serve como ótimo programa para as mulheres que queiram abrir seu próprio negócio pois no fundo o argumento é sobre o empreendedorismo e os sonhos de Mildred Pierce, que ousou transformar em realidade suas idéias e seu projeto de vida. Achei inclusive paralelos interessantes com pessoas conhecidas de meu próprio círculo social o que demonstra muito bem que o filme pode servir de inspiração para quem tem planos de abrir seu próprio negócio e ir em frente. O resultado final de Mildred Pierce agradou bastante os críticos e o filme recebeu um festival de prêmios. Kate Winslet foi premiada como melhor atriz no Emmy, no Globo de Ouro e no Screen Actors. Guy Pearce e Evan Rachel Wood também foram premiados. A minissérie também levantou o Emmy e o Globo de Ouro de Melhor Minissérie do ano. Então o que você está esperando? Corra para assistir.
Mildred Pierce (Mildred Pierce, Estados Unidos, 2012) Direção: Todd Haynes / Roteiro: Todd Haynes, Jon Raymond / Elenco: Kate Winslet, Guy Pearce, Evan Rachel Wood, Melissa Leo / Sinopse: Mildred Pierce (Kate Winslet) é uma garçonete sem muitas perspectivas de vida que decide acreditar em seus sonhos ao abrir um restaurante.
Pablo Aluísio.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Os Delírios de Consumo de Becky Bloom
Isla Fisher, que interpreta a "Becky compra tudo" é uma boa comediante. Ela faz o tipo "The Girl Next Door" ou seja, aquele tipo de garota que poderia ser sua vizinha, colega de trabalho ou parente. Sua cena em que fica completamente descontrolada ao comprar uma bota das mais cafonas é muito engraçada. Também temos aqui um elenco de apoio que simpatizo muito. Seu pai, por exemplo, é interpretado pelo sempre bom John Goodman. Talvez o resultado tenha sido acima da média por causa dos livros que lhe deram origem, "Confessions of a Shopaholic" e "Shopaholic Takes Manhattan", ambos escritos pela autora Sophie Kinsella, ela própria uma viciada assumida em compras desvairadas. Produção de orçamento médio (custou meros 17 milhões de dólares) acabou tendo ótima bilheteria (quase 140 milhões em caixa). Por isso acredito que em breve teremos alguma continuação - só espero que com a mesma Isla Fisher. No mais o filme está recomendado caso você esteja endividado ou não.
Os Delírios de Consumo de Becky Bloom (Confessions of a Shopaholic, Estados Unidos, 2009) Direção: P. J. Hogan / Roteiro: Tracey Jackson, Tim Firth, Kayla Alpert / Elenco: Isla Fisher, Hugh Dancy, Krysten Ritter, Joan Cusack, John Goodman, John Lithgow, Kristin Scott Thomas / Sinopse: Becky (Isla Fisher) é uma jornalista de Nova Iorque que simplesmente não consegue resistir a uma vitrine de loja. Usando descontroladamente seus 12 cartões de crédito ela acaba completamente endividada. Ironicamente começa a escrever uma coluna numa revista de economia ensinando aos leitores como cuidar de seu dinheiro e vida financeira. Nem precisa dizer que em pouco tempo ela acaba se tornando um sucesso editorial absoluto.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Te Amarei Para Sempre
A explicação para o fato do personagem de Eric Bana ter essa capacidade de ir e vir no tempo é no mínimo esquisita: ele teria sofrido algum tipo de mutação genética que lhe proporciona esse tipo de poder. O roteiro porém não perde muito tempo com esse tipo de coisa pois como já citei o foco do filme é mesmo no romance entre os pombinhos. Em minha concepção o filme deveria ter deixado de lado esse confuso pano de fundo para contar apenas uma estória de amor convencional. Do jeito que está não atrai nem os fãs de Sci-Fi e nem o público mais cativo de romances. Assim o resultado final vai depender muito da postura do público. Se ele comprar a idéia do argumento pode até vir a se divertir um pouco, caso contrário não existe a menor possibilidade de vir a gostar do filme em si. "Te Amarei Para Sempre" é aquele tipo de produção ao estilo "Ame ou Odeie". Na dúvida arrisque.
Te Amarei Para Sempre (The Time Traveler's Wife, Estados Unidos, 2009) Direção: Robert Schwentke / Roteiro: Bruce Joel Rubin / Elenco: Michelle Nolden, Alex Ferris, Arliss Howard, Eric Bana, Katherine Trowell, Bart Bedford / Sinopse: Um viajante do tempo se apaixona por uma linda jovem estudante de arte. O romance se torna tão forte que consegue romper até mesmo as limitações de tempo e espaço ao qual todos estamos presos pelas leis da física.
Pablo Aluísio.
O Legado Bourne
O que mais me surpreendeu em "O Legado Bourne" foi o elenco que a Universal conseguiu reunir. Ótimos atores como Edward Norton e Rachel Weisz que não tem muito o que fazer em cena, a não ser participar da correria reinante. Já Jeremy Renner só confirma sua falta de carisma. Hollywood vem tentando transformar esse ator em astro desde "Guerra ao Terror" mas as coisas pelo visto não andam muito boas. Esse novo Bourne, por exemplo, que deveria ter sido o primeiro de uma trilogia com o mesmo Renner não se deu bem nas bilheterias, se tornando um verdadeiro fiasco em lucros para a Universal. A produção foi muito cara e mal conseguiu recuperar o investimento desde seu lançamento. Por isso muito provavelmente esse seja o último da franquia original Bourne. Talvez daqui alguns anos eles tentem reinventar o personagem Jason Bourne com outro ator mas até lá todo mundo (Bourne, Aaron, a CIA, etc) vão ficar mesmo é na geladeira em Hollywood.
O Legado Bourne (The Bourne Legacy, Estados Unidos, 2012) Direção: Tony Gilroy / Roteiro: Tony Gilroy, Dan Gilroy / Elenco: Jeremy Renner, Rachel Weisz, Edward Norton, Joan Allen, Albert Finney, Corey Stoll, Scott Glenn, Oscar Isaac, Stacy Keach, Sheena Colette / Sinopse: A CIA tentando desativar um projeto ultra-secreto começa a eliminar os agentes criados pelo programa, entre eles Aaron Cross (Jeremy Renner), que tentará de todas as formas se manter vivo.
Pablo Aluísio.
A Outra História Americana
Por falar no ator temos aqui mais uma ótima interpretação de Edward Norton. Ele está perfeito na pele de um rapaz que finalmente consegue entender o abismo em que se meteu. Tentando salvar seu irmão mais jovem do mesmo destino ele tenta de todas as formas afastá-lo daquele ambiente. Confesso que o filme me deixou surpreso pois sempre havia associado o neo nazismo a grupos de jovens europeus. Em minha ótica seria completamente contraditório um jovem americano se tornar seguidor do nazismo uma vez que os EUA venceram a II Guerra Mundial contra o Terceiro Reich. De fato não dá muito para entender como a nova geração do país vencedor da guerra consegue criar laços ideológicos com o sistema que foi vencido no mesmo conflito. Uma ironia da história? Certamente. Por mais sem sentido que isso possa parecer o fato é que realmente a figura de Hitler tem ganho cada vez mais espaço entre a parcela da juventude americana mais desiludida com o sistema em que vivem. Nesse sentido "A Outra História Americana" se torna muito didático e conscientizador. Como já foi provado pela história, nenhum regime absoluto ou ditadorial consegue dominar por longo tempo uma sociedade. A liberdade é inerente ao ser humano e nesses regimes não há espaço para as liberdades individuais. Por isso sempre naufragam. Além disso conceitos como raça superior, arianismo e outros pilares do pensamento Hitlerista já foram desmistificados pela ciência. O Darwinismo Social é completamente desacreditado atualmente. De qualquer modo fica o alerta. Já aconteceu uma vez e ninguém pode duvidar que venha acontecer de novo. Assim o melhor caminho é a conscientização sobre a importância da nossa liberdade. Só assim o mundo se verá completamente livre de ideologias como essa, que tantos males causou para a humanidade.
A Outra História Americana (American History X, Estados Unidos, 1998) Direção: Tony Kaye / Roteiro: David McKenna / Elenco: Edward Norton, Edward Furlong, Fairuza Balk, Beverly D´Angelo. / Sinopse: "A Outra História Americana" conta a estória de dois irmãos envolvidos no movimento neo nazista (skinheads). O mais velho deles, Derek Vinyard (Edward Norton), acaba sendo preso e passa longos anos na cadeia onde acaba criando uma nova mentalidade sobre aquilo que acreditava. Depois de finalmente ganhar a liberdade ele tenta de todas as formas afastar seu irmão mais jovem do mesmo movimento. Em busca de redenção procura livrar seu irmão daquele meio onde imperam o ódio racial e a violência contra as minorias.
Pablo Aluísio.
Michael Jackson - This Is It
"This is It" foi montado e lançado no calor dos acontecimentos da morte de Michael Jackson. O mundo comovido e a mídia abalada pelo falecimento do superstar mal teve tempo de analisar o filme com isenção de ânimo. É a tal coisa, os que gostavam de Michael acharam tudo maravilhoso e emocionante e quem não gostava dele logo tachou a produção de caça níqueis oportunista. Nem o céu e nem o inferno, senhores. "This Is It" certamente tem seu valor. Captar os últimos momentos de Michael, mesmo de forma quase amadora, é uma preciosidade por si só. Não adianta ter espírito de porco e desmerecer tudo apenas pelos acontecimentos que ninguém sequer previa. O Michael Jackson que surge no palco é um sujeito com pleno domínio de sua arte, dançando e cantando muito bem, levando abaixo as notícias sensacionalistas que o retratavam quase como um zumbi no final da vida. Nada mais longe da realidade. Michael estava ali, de corpo e alma nos ensaios. O que mais me chamou atenção nesse retrato do artista nos bastidores é seu comportamento muito educado, fino, tratando a todos da equipe técnica de forma muito polida. Nada do que se espera de um megastar egomaníaco. Jackson era até tímido com o trato pessoal com sua equipe técnica, músicos e dançarinos. Um gentleman. No apagar das luzes só podemos lamentar sua morte precoce. Pelo menos seu legado musical fica como prova de seu grande talento como artista.
This Is It (This Is It, Estados Unidos, 2009) Direção: Kenny Ortega / Elenco: Michael Jackson / Sinopse: Documentário que mostra os últimos ensaios de Michael Jackson na montagem do show "This Is It" que seria sua última turnê. Os bastidores e o clima de testes domina todo o filme. Lançado de forma póstuma após a morte de Michael Jackson.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Punhos de Aço - Um Lutador de Rua
O diferencial é que Philo ainda mora com a mãe, tem um macaco de estimação, Clyde (responsável por vários momentos de humor durante o filme) e uma namorada cujo relacionamento nunca sai do "chove mas não molha". O tom do roteiro é de chanchada mesmo, onde todos são propositalmente caricaturais, inclusive os vilões. Com trilha musical country esse filme tem um atrativo para quem gosta da história do rock: a presença muito especial de Fats Domino, que canta em um bar de beira de estrada. Enfim, Punhos de Aço é diversão descompromissada para assistir sem levar nada à sério. Vale pela curiosidade de ver Clint Eastwood em um papel totalmente soft e familiar.
Punhos de Aço - Lutador de Rua (Any Which Way You Can, Estados Unidos, 1981) Direção: Buddy Van Horn / Roteiro: Jeremy Joe Kronsberg, Stanford Sherman / Elenco: Clint Eastwood, Sondra Locke, Geoffrey Lewis / Sinopse: Clint Eastwood repete o papel do caminhoneiro Philo, um cara durão que ganha a vida lutando em brigas de rua onde todos apostam, desde policiais a milionários e donas de casa.
Pablo Aluísio.
Boogie Nights
Nos primeiros anos valia muito mais a iniciativa pessoal dos produtores (retratados aqui em um único personagem, muito divertido, interpretado por Burt Reynolds). As mulheres que entravam no meio geralmente eram garotas de programa ou então meninas sem muita estrutura familiar que viam o mercado adulto como uma forma de ganhar um bom dinheiro, rápido e fácil. Algo muito distante da realidade atual onde as carreiras das estrelas são administradas por agências e corporações com grande infra estrutura empresarial. Outro diferencial era a forma como muitos desses filmes eram realizados. Geralmente tudo era feito em estúdios de fundo de quintal, sem nenhum estilo ou bom gosto. Atualmente os grandes filmes da área são produzidos em locações bonitas, de cartão postal. Outro destaque de "Boogie Nights" é seu elenco realmente ótimo onde se destacam Julianne Moore interpretando uma pornstar patinadora e Philip Seymour Hoffman como um membro da equipe técnica com certa indefinição sobre sua orientação sexual. Até Mark Whalberg, que sempre achei um ator extremamente fraco, consegue se sobressair, não comprometendo o resultado final. Assim fica a dica de "Boogie Nights" um filme que captura muito bem o nascimento da indústria adulta nos EUA.
Boogie Nights (Boogie Nights, Estados Unidos, 1997) Direção: Paul Thomas Anderson / Roteiro: Paul Thomas Anderson / Elenco: Mark Wahlberg, Burt Reynolds, Julianne Moore, Don Cheadle, Philip Seymour Hoffman, Heather Graham, William H. Macy, Luis Guzmán, Thomas Jane, John C. Reilly, Ricky Jay, Robert Ridgely, Alfred Molina, Jack Wallace./ Sinopse: Eric Adams (Mark Wahlberg) é um jovem bem dotado que vê no ramo de filmes pornôs dos EUA sua grande chance. Contratado pelo produtor picareta Jack Horner (Reynolds) ele começa sua ascensão à fama e dinheiro dentro do mercado erótico americano. "Boogie Nights" obteve 3 indicações ao Oscar: Melhor roteiro, ator coadjuvante (Burt Reynolds) e atriz coadjuvante (Julianne Moore).
Pablo Aluísio.