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sábado, 15 de janeiro de 2022

Jantar com Amigos

Título no Brasil: Jantar com Amigos
Título Original: Dinner with Friends
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Home Box Office (HBO)
Direção: Norman Jewison
Roteiro: Donald Margulies
Elenco: Dennis Quaid, Andie MacDowell, Greg Kinnear, Toni Collette, Taylor Emerson, Holliston Coleman

Sinopse:
Com roteiro baseado na peça teatral escrita por Donald Margulies, o filme narra a história de um casal que decide reavaliar o casamento após saber da separação de um casal de amigos, que estavam casados há 12 anos.

Comentários:
Manter um casamento por longos anos não é uma tarefa fácil. Que o diga o próprio ator Dennis Quaid que estrela esse filme da HBO cujo tema é justamente esse. Qual é o momento certo para descobrir que um casamento acabou? Como se divorciar sem traumas? Como contar ao outro que o casamento chegou ao fim? Que o relacionamento que deveria ser para toda a vida fracassou? Essas e outras perguntas são usadas dentro do enredo do filme. O diretor Norman Jewison certamente não iria se envolver em um projeto banal, por isso se o tema lhe interessa de alguma forma, não deixe de assistir. Além da boa direção e do roteiro que investe em bem escritos diálogos, vale a pena prestar atenção no elenco formado de bons atores. Até porque como tudo é baseado numa peça de teatro é necessário mesmo ter gente talentosa em cena. O filme também é recomendado para quem está pensando em se casar. Será que vale a pena? O filme pode servir como uma boa ferramenta para repensar bem sua decisão.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Somos Todos Iguais

Um belo filme. Mais um baseado em uma história real. O filme começa quando um casal passa por uma grave crise. O marido (interpretado pelo ator Greg Kinnear) arranjou uma amante após 19 anos de casamento. A esposa (Renée Zellweger) quer o divórcio. Para superar tudo eles decidem tentar uma reconciliação. Para isso decidem fazer o bem para outras pessoas; Prestar alguma assistência aos mais pobres. Ela o leva até um centro de ajuda a pessoas sem moradia. O lugar oferece comida, algum conforto e quando preciso também serviços gerais. Lá o casal conhece um senhor negro que vive nas ruas. Denver (Djimon Hounsou) sofreu todo tipo de violência e preconceito racial desde que nasceu em um estado do sul dos Estados Unidos. Sua família, muito pobre, vivia nas plantações de algodão, quase como nos tempos da escravidão. Um dia Denver decidiu ir embora de lá, indo parar na cidade grande. Não demorou muito tempo e acabou sendo preso. Ficou anos na prisão. Quando saiu já era um homem velho, sem familiares. Acabou parando na rua.

O roteiro assim explora essa aproximação entre um casal de brancos, de classe rica, com um homem negro, já idoso, que vive como sem-teto. Aliás o filme tem esse grande mérito que é chamar a atenção para a condição dos pobres que vivem pelas ruas das grandes cidades. É um problema que aumenta a cada dia nos Estados Unidos. Apesar de ser a maior economia do mundo, o país não consegue muitas vezes dar a dignidade mínima necessária que cada ser humano merece. Muitos brasileiros inclusive se espantam quando visitam os Estados Unidos e descobrem que há centenas de milhares de pessoas vivendo pelas ruas das grandes cidades. Um retrato da miséria que não se consegue mais esconder dos turistas. Tudo muito triste. Assista ao filme e veja uma história bonita de ajuda ao próximo. É uma bela lição de vida!

Somos Todos Iguais (Same Kind of Different as Me, Estados Unidos, 2017) Direção: Michael Carney / Roteiro: Ron Hall, Michael Carney / Elenco: Greg Kinnear, Renée Zellweger, Djimon Hounsou, Jon Voight / Sinopse: O filme conta a história real de um casal de brancos ricos que decide ajudar pessoas pobres que vivem pelas ruas, um problema social cada vez maior que atinge as cidades norte-americanas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O Enviado

Vou ser sincero aqui. Apesar de ser um dos grandes atores da história do cinema americano, Robert De Niro só fez um grande filme nesse gênero de suspense e (quase) terror. Estou me referindo ao ótimo "Coração Satânico" de 1987 onde ele contracenou com Mickey Rourke e foi dirigido pelo genial Alan Parker. Depois disso, pelo menos nesse gênero específico, o "Bob Milk" (seu apelido de infância e adolescência em Nova Iorque) nunca mais acertou! Nem com um grande bastão de beisebol em mãos... todos os seus demais filmes nesse nicho foram bolas foras!

Esse "O Enviado" não fugiu disso. É um filme fraco que pegou carona com aquela coisa toda de clones que foi muito falado na época de lançamento do filme. Pois é, os clones estavam na moda, com as pessoas discutindo se era ou não ético clonar seres humanos... E se fossem clonados o que iria acontecer? Os clones teriam as mesmas características e personalidades dos clonados? E se pessoas falecidas fossem clonadas, o que iria acontecer? Claro que o roteiro do filme não ousa (e nem quer) discutir esses temas seriamente. Só quer, no final das contas, dar uns sustinhos nos espectadores. Nesse ponto, temos que falar a verdade, a coisa não saiu tão bem. Em termos de terror e suspense esse filme deixa bastante a desejar. Melhor rever "Angel Heart" mesmo. Fica a dica.

O Enviado (Godsend, Estados Unidos, 2004) Direção: Nick Hamm / Roteiro: Mark Bomback / Elenco: Robert De Niro, Greg Kinnear, Rebecca Romijn, Cameron Bright / Sinopse: Um casal concorda em clonar seu filho falecido, sob a supervisão de um médico enigmático, mas coisas bizarras começam a acontecer vários anos após seu renascimento.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Mens@gem Para Você

Título no Brasil: Mens@gem Para Você
Título Original: You've Got Mail
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Nora Ephron
Roteiro: Nora Ephron
Elenco: Tom Hanks, Meg Ryan, Greg Kinnear, Steve Zahn, Heather Burns, Dave Chappelle
  
Sinopse:
Remake moderno do clássico "A Pequena Loja da Rua Principal" (1940), estrelado por James Stewart. Na estória uma jovem garota, Kathleen Kelly (Meg Ryan), tenta manter seu pequeno negócio em pé, uma livraria, enquanto a concorrência se torna cada vez mais feroz, com a chegada das grandes lojas de departamentos. Se as coisas não vão muito bem na vida profissional, na vida amorosa ela acaba se apaixonando por um sujeito que conhece pela internet, sem saber que no mundo real ele é um dos seus principais concorrentes de mercado. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz - Comédia ou Musical (Meg Ryan).

Comentários:
Na época em que foi lançado pela primeira vez, lá nos anos 90, parecia ser bem mais interessante. O mundo ainda parecia bem surpreendido com as inovações tecnológicas, com a possibilidade, por exemplo, de mandar um Email para alguém. É preciso compreender que antes do advento da Internet você tinha que mandar uma carta escrita, de papel, para a pessoa que desejava se comunicar. Isso levava dias, até semanas, para que a carta chegasse ao seu destino. Com o Email tudo se tornava instantâneo, de fácil comunicação, dai o nome "informática" (informação automática). Pois bem, nos anos 90, todo mundo ainda estava impactado por esse tipo de tecnologia. Assim surgiu esse romance onde os dois protagonistas trocavam mensagens românticas pela internet. Nada muito profundo, nada muito marcante, mas que certamente ainda funcionava muito bem, mesclando o bom e velho romantismo com a nova forma de se comunicar. O filme é um remake de uma fita romântica antiga da década de 40 e talvez por isso mantenha uma certa dose de inocência em seu roteiro. Tom Hanks e Meg Ryan se deram muito bem nesse tipo de filme, reprisando de certa maneira as duplas românticas de Hollywood (como por exemplo Rock Hudson e Doris Day). Foi a terceira vez que trabalharam juntos. Foi uma fase transitória para Hanks que deixava de lado sua imagem de comediante em filmes de pura galhofa como "A Última Festa de Solteiro" para abraçar outros gêneros cinematográficos. Já para Meg Ryan foi seu auge no papel de "nova namoradinha da América". A década de 90 foi seguramente sua fase de maior sucesso onde ela realmente colecionou um sucesso atrás do outro. Além disso era naturalmente linda. Pena que depois entrou na paranoia do botox e praticamente destruiu sua beleza. De qualquer forma, pelo menos, ainda sobraram esses filmes, onde toda a sua graça se mantinha intacta. Enfim, fica a dica de mais esse filme romântico. Ficou um pouco datado, mas ainda funciona como produto nostálgico do surgimento da internet.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A Enfermeira Betty

Pequena produção tão simpática e carismática que até hoje desperta interesse. Hoje provavelmente vai soar um pouco estranho para o público mais jovem, porém em seu ano de lançamento acabou se tornando um pequeno cult da época. Na verdade foi o primeiro filme de destaque na carreira de Renée Zellweger. Ela interpreta essa personagem muito simpática, a enfermeira Betty do título. No fundo não passa de uma garota bem romântica, ingênua mesmo, que cai de amores por um galã de novelas, o canastrão David Ravell (Greg Kinnear). O que começa com uma simples admiração vai logo ganhando novos contornos, se transformando numa paixão platônica devastadora até finalmente virar uma obsessão sem limites em sua mente. Ela simplesmente não consegue parar de pensar naquele que ela pensa sinceramente ser o grande amor de sua vida.

Claro que tudo sob um viés bem humorado, investindo em um tipo de linguagem mais nonsense, tudo valorizado ainda mais pelo bom elenco de apoio que contou inclusive com gente talentosa como Morgan Freeman e Chris Rock (que aqui está em seu tipo habitual, bem exagerado e fora de controle, diria até histriônico). Ainda linda no começo de sua carreira, com olhar e jeito joviais e bem longe das plásticas que destruíram sua feição original, Renée Zellweger brilhou com seu trabalho a ponto inclusive de também levar o Globo de Ouro para casa. Um feito e tanto para uma jovem atriz texana que naquela altura do campeonato ninguém ainda conhecia direito. Depois desse momento as portas da indústria do cinema iriam se abrir definitivamente para a atriz - pena que o excesso de luzes e fama tenha de certa maneira tirado o seu bom senso com o passar dos anos. De uma forma ou outra a magia do cinema está aí para preservar Zellwegger em um tempo em que ela não passava de uma jovem starlet buscando seu lugar ao sol.

A Enfermeira Betty (Nurse Betty, Estados Unidos, 2000) Direção: Neil LaBute / Roteiro: John C. Richards / Elenco: Renée Zellweger, Morgan Freeman, Chris Rock, Greg Kinnear./ Sinopse: A história de uma mulher comum que trabalha como enfermeira e que tem seus sonhos e suas aspirações de vida.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de setembro de 2014

A Última Música

Título no Brasil: A Última Música
Título Original: The Last Song
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Julie Anne Robinson
Roteiro: Nicholas Sparks, Jeff Van Wie
Elenco: Miley Cyrus, Liam Hemsworth, Greg Kinnear

Sinopse:
Ronnie Miller (Miley Cyrus) é uma jovem, filha de pais divorciados, que não conseguiu ainda superar a separação de sua família. Durante o verão sua mãe decide enviar a garota para passar suas férias ao lado de seu pai, que mora numa região muito bonita, com belas praias, o cenário perfeito para passar dias de descanso e lazer. Lá Ronnie acaba conhecendo muito mais seu pai e acaba descobrindo uma pessoa maravilhosa por trás de toda aquela imagem negativa que ela tinha criado em sua mente.

Comentários:
Miley Cyrus hoje em dia virou uma artista pop apelativa e vulgar, quase uma caricatura completa. Esse filme foi rodado em uma fase mais, digamos assim, "normal" de sua carreira. Nada de vestidos escandalosos e nem língua para fora, o que vemos aqui é um drama familiar que investe em bons sentimentos e numa boa lição de vida, ideal para garotas como a personagem principal, que de certa forma também se culpa pelo fracasso do casamento de seus pais. Outro destaque do elenco vem com o subestimado Greg Kinnear, um ator que sempre gostei, discreto e sofisticado, sempre acrescentando muito aos personagens que interpretou durante todos esses anos de carreira no cinema e na TV. Em suma, um bom filme para conhecer Miley Cyrus antes de virar esse monstro de marketing agressivo dos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Sabrina

Título no Brasil: Sabrina
Título Original: Sabrina
Ano de Produção: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Samuel A. Taylor
Elenco: Harrison Ford, Julia Ormond, Greg Kinnear

Sinopse:
Sabrina Fairchild (Julia Ormond) é uma jovem que há anos mora na rica propriedade da família Larrabee. Ela nunca chamou muita atenção em sua adolescência. Depois que retorna de uma longa viagem acaba surpreendendo a todos, por ter se transformado numa mulher elegante, bonita e sofisticada. Sua presença logo chama a atenção dos irmãos Larrabee, de David (Greg Kinnear), um playboy inconsequente e de Linus (Ford), o responsável irmão mais velho que toca os negócios da família em frente. Quem conquistará o coração da bela Sabrina?

Comentários:
Remake do clássico de Billy Wilder que contava com um elenco excepcional formado por Humphrey Bogart, Audrey Hepburn e William Holden. E aqui, o que temos? Uma pálida sombra do filme original. Para começar não haveria mais como repetir o charme da produção de 1954, nem reviver a época de ouro em que se passa o enredo do primeiro filme. Essa tentativa de modernizar aquela estória de amor soa completamente desnecessária, forçada, pouco convincente. Além disso temos que chamar a atenção para o óbvio, pois Julia Ormond nunca chegará aos pés de Audrey Hepburn e nem Harrison Ford tem o estilo cool de Humphrey Bogart. De Greg Kinnear então nem se fala. Alguém ousaria comparar ele com William Holden? Sydney Pollack é um excelente cineasta, nisso não restam dúvidas, porém esse tipo de roteiro exige uma certa ironia e classe que ele não tem e que sobrava em Billy Wilder. Assim o que fica de bom mesmo é apenas a produção, realmente classe A, a trilha sonora (o filme foi indicado ao Oscar por melhor canção original) e a nostalgia do filme original. Todo o resto só prova que remakes, de uma forma em geral, são mesmo pura perda de tempo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Fomos Heróis

O auge dos filmes sobre a Guerra do Vietnã aconteceu na década de 80. Grandes clássicos modernos como “Nascido Para Matar” e “Platoon” foram feitos nessa época. A intenção era tentar olhar de frente para essa embaraçosa intervenção americana em um país asiático pobre e distante onde milhares de americanos foram mortos de forma gratuita. Esses filmes sobre o Vietnã se tornaram verdadeiras catarses para a alma da nação, que a partir deles começou a compreender melhor todos os eventos que levaram o país para a pior derrota militar e política de sua história. Depois do boom dos filmes sobre o Vietnã houve um período bem longo em que não se realizou mais produções passadas naquele conflito. Talvez por isso houve uma grande surpresa quando Mel Gibson anunciou esse “Fomos Heróis”, um roteiro que voltava para as selvas do Vietnã mais uma vez. Um projeto equivocado para muitos pois essa já era uma página virada na história do cinema americano.

Mas afinal de contas o que levou Gibson a produzir mais esse filme que parecia tão fora de moda e de época? Foi a forma encontrada por Mel Gibson para criticar o governo americano em suas novas investidas e intervenções armadas pelo mundo afora. Era como se Mel tentasse relembrar a todos novamente que o Vietnã era não apenas uma guerra perdida mas um exemplo para que o erro não fosse cometido mais uma vez no futuro. A trama por si só já mostrava bem isso. Gibson aqui interpreta o Tenente Coronel Hal Moore. A história (baseada em fatos reais) se passa em 1965 quando os americanos ainda não tinham plena consciência do atoleiro em que estavam prestes a afundar. O oficial interpretado por Gibson é um militar americano que não tem a menor ideia do buraco em que está prestes a afundar – junto aos seus homens. Muito provavelmente por causa de seu tema em tom de critica contra a política externa dos EUA o filme não fez o menor sucesso. Com orçamento de 75 milhões de dólares o filme mal conseguiu render 20 milhões nas bilheterias americanas provando duas coisas: o público estava cansado do tema do Vietnã e não queriam mesmo receber uma verdadeira “lição de moral” de um ator como Mel Gibson. Mesmo assim fica a dica, pois o filme além de ser historicamente interessante, ainda é uma boa fita de guerra.

Fomos Heróis (We Were Soldiers, Estados Unidos, 2002) Direção: Randall Wallace / Roteiro: Harold G. Moore, Joseph L. Galloway / Elenco: Mel Gibson, Madeleine Stowe, Greg Kinnear / Sinopse: Grupo do exército Americano comandado pelo Tenente Coronel Hal Moore (Mel Gibson) acaba entrando em uma verdadeira cilada bem no inicio da Guerra do Vietnã.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

The Kennedys

Série da TNT que procura reviver o apogeu da família Kennedy na década de 1960. Os Kennedys foram o mais próximo que os Estados Unidos tiveram de ter uma realeza. País republicano desde seus primórdios a nação acabou adotando a família Kennedy como sua versão de família real. E como toda monarquia que se preze a história desses anglo-irlandeses também foi cheia de dramas, tragédias e tristezas. Trazer essa história tão próxima ao povo americano certamente não seria nada fácil. Embora não seja em nenhum momento excepcional "The Kennedys" consegue manter um bom padrão de qualidade. A recriação de época da série está muito bem realizada. O elenco também está adequado, embora com algumas falhas pontuais. Tom Wilkinson interpretando o patriarca Joseph P. Kennedy está excepcional. Já Katie Holmes certamente não tem o porte e a elegância de Jackie Kennedy. Talvez esse seja o ponto mais fraco em termos de atuação. Ainda bem que compensando isso Greg Kinnear surge simplesmente de forma sobrenatural como JFK. Em certas tomadas de câmera ficamos até mesmo impressionados com a semelhança absurda que o ator transparece na tela. Greg consegue até mesmo recriar, com raro brilhantismo, os pequenos maneirismos do presidente, seja ao franzir a testa, seja no olhar de preocupação. Grande trabalho de caracterização. Alguns defeitos da família foram delicadamente varridos para debaixo do tapete como a constrangedora simpatia que Joseph Kennedy nutria pelo nazismo. O lado mais mulherengo de JFK também foi tratado com a máxima discrição possível. Muito provavelmente os produtores temiam algum tipo de processo da família Kennedy que até hoje segue muito influente e poderosa nos EUA.

Por outro lado tiveram coragem suficiente para mostrar a péssima idéia de Joseph em se aproximar da máfia italiana liderada pelo chefão Sam Giancana, líder da cosa nostra de Chicago.  Adivinhem quem fez a ligação entre ambos? Ele mesmo, o cantor Frank Sinatra! Na época das eleições, extremamente preocupado em ganhar na cidade de Chicago de todas as formas, o pai de JFK determinou a Sinatra que ele falasse com o Giancana para que as eleições naquela cidade fossem garantidas de uma forma ou outra  para John Kennedy. Usando da força dos sindicatos, todos corrompidos e corruptos, o jovem JFK acabou tendo ampla maioria lá, o que pavimentou sua escalada rumo à Casa Branca. Depois que foi eleito JFK nomeou seu irmão Bob como procurador geral e ele foi ao encalço de Giancana e cia. Obviamente que tudo foi visto como uma grande traição, por isso que em muitas teorias da conspiração temos a máfia americana como uma das prováveis autoras do assassinato de JFK. O roteiro da série porém preferiu não entrar nesse verdadeiro universo de teorias sobre a morte do presidente, se limitando a mostrar o terrível atentado e os efeitos que esse evento causou na alma da nação. Já para os fãs de Marilyn Monroe a minissérie pode ser um pouco decepcionante. Sua participação é discreta mas pelo menos foi enfocada. Pensei sinceramente que também iriam esconder esse aspecto (um dos mais famosos) da biografia dos Kennedys. Felizmente mostraram, até porque acredito que seria simplesmente impossível ignorar esse romance tão escandaloso da atriz com os dois irmãos. Assim podemos dizer que temos aqui um bom produto, que passa longe de ser o definitivo sobre a história dos Kennedys, mas que termina agradando dentro de suas modestas pretensões. De certa forma ainda é muito apegado à história oficial e por isso não procura levantar muitas polêmicas, preferindo ao invés disso saudar a memória do falecido presidente americano. Mesmo assim vale a pena conhecer.

The Kennedys (The Kennedys, Estados Unidos, 2011) Direção de Jon Cassar / Roteiro de Stephen Kronish e Joel Surnow / Elenco: Greg Kinnear, Barry Pepper, Tom Wilkinson. Katie Holmes / Sinopse: Minissérie que mostra os anos de glória da família Kennedy. Mostrando a chegada de John Kennedy à Casa Branca, a nomeação de seu irmão como procurador geral e os diversos problemas pessoais enfrentados pela família ao longo de todos aqueles anos.

Pablo Aluísio. 

domingo, 15 de janeiro de 2012

Zona Verde

Os atos do governo George W. Bush continuam a assombrar os americanos. Uma prova é o argumento desse filme que retrata um oficial americano envolvido na busca das chamadas ADM (Armas de Destruição em Massa). Como hoje sabemos nada foi encontrado no Iraque. Para quem não se lembra foi justamente a existência dessas armas que justificou a invasão americana ao país de Saddam Hussein. Curiosamente mesmo após tantos anos nenhum figurão foi responsabilizado pelas mortes e pela operação militar naquele país. Pelo jeito não é só em nosso país que existe impunidade para os altos cargos governamentais. Mas deixemos esse debate um pouco de lado. "Zona Verde" é um bom filme de inteligência militar. O roteiro é bem escrito, bem desenvolvido. Matt Damon surge à vontade em seu papel, com ecos de sua franquia bem sucedida Bourne. O filme também mostra um aspecto curioso envolvendo duas das maiores agências de segurança dos EUA: a CIA e o FBI. O Pentágono e o complexo industrial armamentista também são lembrados e citados. Afinal a quem interessava um conflito dessa dimensão?

Como, apesar das boas intenções, se trata de um produto comercial "Zona Verde" traz diversas concessões. Uma delas é a própria figura do personagem principal. O "mocinho" aqui é personificado pelo Oficial Miller (Matt Damon) que é ajudado por um agente da CIA inconformado pelos rumos que a guerra tomou. Já o antagonista é todo centralizado em apenas uma figura cheia de mistérios (talvez para simplificar o que acontece em cena ao grande público) interpretado pelo sempre eficiente Greg Kinnear. Nesse labirinto de intrigas, meias verdades e falsas pistas o filme vai se desenvolvendo de forma que realmente prende a atenção do espectador. As cenas de ação propriamente ditas são bem realizadas, com muita câmera na mão e correria (o que pode incomodar alguns) mas mesmo assim não chegam a comprometer o resultado final. Há uma cena em especial que achei bem conduzida, já no final, com uma queda de um helicóptero americano. Até me recordei do bom "Falcão Negro em Perigo". Em conclusão "Zona Verde" é um bom filme de ação que não se descuida de uma bem escrita trama de espionagem. Vale a sessão certamente.

Zona Verde (Green Zone, Estados Unidos, 2010) Direção de Paul Greengrass / Roteiro: Brian Helgeland baseado no livro de Rajiv Chandrasekaran / Elenco: Matt Damon, Jason Isaacs, Greg Kinnear / Sinopse: Oficial americano (Matt Damon) se envolve em complexa rede de espionagem e inteligência envolvendo a questão das chamadas Armas de Destruição em Massa.

Pablo Aluísio.