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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

WandaVision

Outra série nova. Outra adaptação de quadrinhos. Ao contrário do Pacificador que faz parte da geléia geral da cultura pop, essa obra tem um belo prestígio entre os leitores de comics. Eu conhecia apenas de nome, nunca cheguei a ler nada sobre "WandaVision". Por essa razão o primeiro episódio que assisti foi também a minha primeira visão sobre esse universo. E é um universo meio estranho mesmo. Como protagonista temos um casal. A mulher se chama Wanda e o marido Vision. Parece um casal normal, só que no fundo não é nada disso. Ele tem uma cabeça de metal e ela consegue mover objetos apenas com a força da mente. Afinal estamos diante de uma obra que foi baseada em quadrinhos. Não poderia ser diferente. Eles teriam que ter algum super poder!

A surpresa vem mesmo na forma como o primeiro episódio foi produzido. O formato, a linguagem, a estrutura do roteiro, tudo foi baseado em antigas séries de humor dos anos 50, sendo a maior aproximação com "I Love Lucy", o famoso e ingênuo programa de Lucille Ball. Claro que essa escolha vai causar uma grande estranheza em quem vai assistir uma série que parecia ser de Sci-fi. Mas não vá tomar conclusões precipitadas pois ainda há muito mais por vir. Pela forma inovadora que se apresentou até me animei a continuar a assistir essa série. Coragem, pelo menos, não faltou para seus realizadores nesse episódio piloto e isso definitivamente é um bom sinal.

WandaVision (WandaVision, Estados Unidos, 2021) Direção: Matt Shakman / Roteiro: Peter Cameron / Elenco: Elizabeth Olsen, Paul Bettany, Kathryn Hahn, Teyonah Parris / Sinopse: Um casal incomum tenta viver de forma comum, como se fossem pessoas normais, algo que definitivamente passa longe de sua realidade.

Pablo Aluísio.


Guia de Episódios - WandaVision


WandaVision 1.02 - Don't Touch That Dial
Eu tive uma surpresa com esse segundo episódio. Pensei que esse estilo de imitar antigas comédias da TV americana dos anos 50 iria ficar restrito apenas ao primeiro episódio, mas não, segue aqui. Tudo em preto e branco, com histórias bobinhas, como era comum na época. Nesse episódio o Vision decide participar de uma apresentação como mágico ao lado da esposa, mas engole um chicletes que embaralha seu maquinário interno. Assim ele fica parecendo um sujeito alcoolizado. Na cena final tudo começa a ficar colorido, o que dá pistas que essa coisa de sitcom dos anos 50 vai mesmo ficar para trás. A conferir. / WandaVision 1.02 - Don't Touch That Dial (Estados Unidos, 2021) Direção: Matt Shakman / Roteiro: Gretchen Enders / Elenco: Elizabeth Olsen, Paul Bettany, Kathryn Hahn. 

WandaVision 1.03 - Now in Color
Pelo visto essa série vai continuar nesse caminho da linha Sitcom. Bom, não era bem o que eu esperava e nem tampouco o que quero assistir. Até porque se fosse para acompanhar uma sitcom eu iria procurar por uma de verdade, afinal há várias opções no mercado. Por isso acho que vou ficando por aqui. Não vou mais ver. De qualquer forma aí vai o resumo desse episódio: Wanda está grávida e sua gestação é mais do que rápida, é super veloz. O que deveria durar 9 meses, dura apenas alguns dias! A criança nasce, depois outra. Uma grande surpresa para os pais! O que virá depois? Ah e antes que me esqueça esse episódio procura copiar o estilo dos programas de TV que eram exibidos nos Estados Unidos quando a televisão em cores se tornou dominante, lá pela metade dos anos 60. / WandaVision 1.03 - Now in Color (Estados Unidos, 2021) Direção: Matt Shakman / Roteiro: Megan McDonnell / Elenco: Elizabeth Olsen, Paul Bettany, Kathryn Hahn.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Meu Amor, Minha Perdição

Título no Brasil: Meu Amor, Minha Perdição
Título Original: The Heart of Me
Ano de Produção: 2002
País: Inglaterra, Alemanha
Estúdio: BBC Films
Direção: Thaddeus O'Sullivan
Roteiro: Lucinda Coxon
Elenco: Helena Bonham Carter, Olivia Williams, Paul Bettany, Eleanor Bron, Luke Newberry, Tom Ward

Sinopse:
Baseado no romance escrito por Rosamond Lehmann, o filme conta a história de um casal formado na década de 1930, por um rico empresário inglês e sua jovem esposa, Madeleins. Ela tem uma irmã problemática que acaba trazendo diversos problemas para seu relacionamento.

Comentários:
Há uma boa forma de definir esse filme. É uma espécie de novela britânica ao velho estilo. Tem um modelo bem de acordo com as produções da BBC. A produção não chega a ser maravilhosa, de primeira linha, classe A, mas a elegância está no padrão que conhecemos. E como toda novela, todo romance ao estilo folhetim, temos no enredo traições, romances desfeitos, casos amorosos que nunca se concretizam e, como não poderia de deixar, também tragédias, personagens que morrem inesperadamente, etc. Tudo bem de acordo com um certo bom gosto, mas também previsível. "Meu Amor, Minha Perdição" me agradou. Porém eu esperava por algo mais original, algo mais criativo. De qualquer forma é aquela coisa, se você gosta do padrão BBC de produções dramáticas inglesas, pode assistir sem problemas, sem receios. Sempre há o talento da atriz Helena Bonham Carter, aqui interpretando uma personagem que tem um caso complicado com Paul Bettany, outro bom ator, sempre subestimado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Mestre dos Mares

Tive a oportunidade de assistir no cinema, em seu lançamento original. De fato esse sempre foi o melhor meio de conferir filmes nesse estilo, produções grandiosas, resgatando o antigo modo de fazer cinema, em sua era clássica. O roteiro foi baseado numa série de romances escritos pelo autor Patrick O'Brian. Esse escritor era apaixonado pelos grandes navios de seu tempo, criando assim uma série de romances sobre as grandes navegações. Nesse, em particular, encontramos o capitão Jack Aubrey (Russell Crowe), comandante de um navio de guerra da armada inglesa, o H.M.S. Surprise. Sua missão seria localizar embarcações francesas nas costas da América do Sul (incluindo o Brasil), destrui-las e aprisionar seus oficiais. O contexto histórico se passava durante as guerras napoleônicas, onde a conquista da hegemonia marítima era essencial. Claro que durante a navegação nada acabaria saindo conforme o planejado, levando o capitão e sua tripulação a ir parar em lugares jamais imaginados por eles ao partirem da Inglaterra.

Belo filme, uma super produção que custou mais de 150 milhões de dólares, onde o estúdio se deu ao luxo de construir uma réplica real de uma antiga nau da esquadra britânica. Visualmente o filme é mesmo de encher os olhos, com maravilhosa direção de arte, figurinos, cenários, etc. Uma produção como não se via há muitos anos. Outro ponto positivo é que o diretor Peter Weir realmente optou por uma narrativa mais lenta, mais detalhista, repetindo o estilo mais conservador de fazer bom cinema. Nada de cortes rápidos e edição insana. O filme é um exemplo perfeito de que ainda é possível fazer cinema de grande qualidade, usando para isso ferramentas e estilos de um passado distante. Ao lado de "Gladiador" pode ser considerado um dos melhores trabalhos de Russell Crowe em sua carreira.

Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo (Master and Commander: The Far Side of the World, Estados Unidos, 2003) Direção: Peter Weir / Roteiro: Peter Weir, baseado na obra literária escrita por Patrick O'Brian / Elenco: Russell Crowe, Paul Bettany, James D'Arcy, Billy Boyd / Sinopse: Durante o começo do século XIX, um navio de guerra da armada inglesa parte em missão de interceptação de navios franceses, da esquadra de Napoleão Bonaparte. O destino é a distante costa ocidental da América do Sul. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Fotografia (Russell Boyd) e Melhor Edição de Som (Richard King). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Edição e Figurino.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Han Solo

Depois que a Disney comprou a marca "Star Wars" estamos tendo lançamentos regulares dessa franquia. Essa produção foi uma das mais problemáticas do estúdio até esse momento. Custou 300 milhões de dólares, teve problemas no set de filmagens e não conseguiu ter o retorno de bilheteria que os produtores queriam. Também foi bem criticada nos Estados Unidos. Para muitos se trata de um filme inútil que conta um enredo vazio. O protagonista, como não poderia deixar de ser, é o bom e velho Han Solo, mas sem sinal de Harrison Ford, que se aposentou. Em seu lugar entrou o quase desconhecido Alden Ehrenreich que obviamente não tem nem um por cento do carisma de Ford. Mesmo assim até que consegue se sair bem em um filme que realmente peca por ter um roteiro genérico demais para nos importamos com ele.

A ideia é contar as origens de Han Solo, suas aventuras na juventude, bem antes dele se unir aos rebeldes, algo que só iria acontecer no episódio 4, que é o primeiro filme "Guerra nas Estrelas" de 1977. Assim acompanhamos Han Solo se envolvendo em confusões no pequeno planeta de onde veio. Com tanta gente querendo seu pescoço (ele é uma espécie de trambiqueiro de bom coração), só resta fugir. E ele vai embora, acabando, vejam só, como soldado do império. Depois disso ele conhece um fora-da-lei, um assaltante de trens chamado Beckett (Woody Harrelson). Junto a Han Solo ele parte para um roubo de um mineral importante para o chefão criminoso Dryden Vos (Paul Bettany). A ação não cessa, porque como já expliquei, o roteiro é genérico. Uma cena de ação atrás da outra. O alívio romântico vem com a personagem Qi'ra (Emilia Clarke), pela qual Solo é apaixonado.

A atriz Emilia Clarke aliás é um dos bons motivos para ver esse filme. Sua personagem tem mais camadas do que os demais. Ela apresenta um comportamento dúbio, ora se aliando aos interesses de Solo, ora o traindo quando lhe convém. O diretor Ron Howard acabou fazendo um filme morno. Há vários pontos em aberto, mostrando que a intenção do roteiro era abrir brechas para novos filmes apenas com as aventuras de Han Solo. Será que vai acontecer? Tenho minhas dúvidas. Acho que provavelmente a Disney vai arquivar esse spin-off, uma vez que ele acabou não agradando nem ao público e nem à crítica. É esperar para ver.

Han Solo: Uma História Star Wars (Solo: A Star Wars Story, Estados Unidos, 2018) Direção: Ron Howard / Roteiro: Jonathan Kasdan, Lawrence Kasdan / Elenco: Alden Ehrenreich, Woody Harrelson, Emilia Clarke, Donald Glover, Paul Bettany / Sinopse: Após tentar passar a perna em uma figura do submundo de seu planeta de origem, o jovem Han Solo decide que é hora de ir embora. Ele consegue atingir esse objetivo, entra em uma nave e acaba parando nas fileiras do exército imperial, em plena guerra pelo controle da galáxia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Uma Mente Brilhante

Segue sendo o trabalho mais memorável tem termos de atuação da carreira do ator Russell Crowe. Ele interpreta um gênio da matemática chamado John Nash. O filme, que é baseado numa história real, mostra Nash em seus primeiros anos, quando se torna um aluno brilhante numa das melhores universidades do mundo. Como é considerado um verdadeiro talento em sua área, acaba sendo procurado pelo governo para trabalhar no deciframento de códigos criptográficos. O que começa até bem logo desanda quando Nash começa a afirmar que está sendo perseguido, se tornando alvo de um complô extremamente complexo para lhe assassinar.

Verdade ou fruto de sua cabeça? O roteirista Akiva Goldsman joga o tempo todo com as duas possibilidades, dando um verdadeiro nó na cabeça dos espectadores. O filme só não é melhor porque o cineasta Ron Howard sempre foi muito convencional, nunca indo para caminhos mais desafiantes. Ele sempre preferiu mesmo o feijão com arroz do dia a dia. Sem esse tipo de coragem o filme acaba perdendo um pouco, até porque o diretor parece nunca estar à altura do roteiro, esse realmente acima da média, muito bem escrito. Fico imaginando um material como esse nas mãos de um Stanley Kubrick, por exemplo. Seria definitivamente uma das maiores obras primas da história do cinema.

Do jeito que ficou está OK, mas como sempre gosto de dizer, poderia ser bem melhor. De uma maneira ou outra o filme acabou se consagrando no Oscar com quatro importantes prêmios: Melhor direção (para Howard, um exagero!), Melhor Atriz Coadjuvante (Jennifer Connelly, a garota de "Labirinto" que cresceu e virou uma boa atriz), Melhor Roteiro (O prêmio mais merecido da noite) e Melhor Filme (achei um pouco forçado). Russell Crowe também foi indicado ao Oscar como Melhor Ator, mas não levou, naquela que foi a chance mais desperdiçada de sua carreira. Nunca mais ele voltaria a concorrer, mostrando que foi mesmo uma chance de ouro que ele perdeu de levantar a estatueta. Em conclusão considero um bom filme, com aquele tipo de roteiro que anda cada vez mais raro nos dias atuais. Muitos vão dizer que é tudo bem inconclusivo no final das contas, porém penso diferente, sendo esse aspecto uma das qualidades mais louváveis de seu texto.

Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind, Estados Unidos, Inglaterra, 2001) Direção: Ron Howard / Roteiro: Akiva Goldsman, baseado no livro escrito por Sylvia Nasar / Elenco: Russell Crowe, Ed Harris, Jennifer Connelly, Christopher Plummer, Paul Bettany, Josh Lucas/ Sinopse: John Nash (Russell Crowe) é um gênio da Matemática que é procurado pelo governo americano para trabalhar na decifração de códigos de países inimigos. Em pouco tempo Nash começa a temer por sua vida, pois o que parecem ser agentes do governo, começam a persegui-lo, colocando em risco sua vida. Seria verdade ou apenas fruto de sua mente perturbada? Filme indicado também ao Oscar nas categorias de Melhor Edição (Mike Hill, Daniel P. Hanley), Melhor Maguiagem (Greg Cannom, Colleen Callaghan) e Melhor Música (James Horner). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator - Drama (Russell Crowe), Melhor Atriz - Drama (Jennifer Connelly) e Melhor Roteiro (Akiva Goldsman).

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Wimbledon - O Jogo do Amor

Título no Brasil: Wimbledon - O Jogo do Amor
Título Original: Wimbledon
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures, StudioCanal
Direção: Richard Loncraine
Roteiro: Adam Brooks, Jennifer Flackett
Elenco: Kirsten Dunst, Paul Bettany, Jon Favreau

Sinopse:
Peter Colt (Paul Bettany), um jogador inglês de tênis em seus trinta anos, despenca na classificação geral da categoria, saindo de uma boa posição, décimo primeiro no ranking para o vexatório 119º lugar. Ela vai se acostumando com a ideia de que está velho demais para o esporte e que não tem mais grandes chances de se recuperar. Seus pensamentos e mentalidade mudam porém quando se apaixona pela americana Lizzie Bradbury (Kirsten Dunst), uma jovem tenista em ascensão. Isso motiva Colt a disputar pela última e decisiva vez o prestigiado torneio de Wimbledon, onde ele fará de tudo para voltar a ser um desportista competitivo e vencedor.

Comentários:
"Wimbledon - O Jogo do Amor" é aquele tipo de filme que você locaria em um fim de semana se não houvesse mais nada de interessante nas prateleiras das locadoras. É um romance que tenta pegar carona no carisma da dupla central de atores. Kirsten Dunst aproveitando a popularidade de sua carreira em filmes como "Homem-Aranha" tenta trazer algum interesse. Já Paul Bettany não está lá muito convincente como galã romântico britânico - as americanas, para quem não sabe, possuem uma quedinha por ingleses, por causa de sua finesse e classe, algo que definitivamente falta nos homens americanos, sempre mais rudes e diretos. O resultado final soa bem mais ou menos. Não consegui ver muita química entre os atores - algo que não pode faltar nesse tipo de fita. Além disso a tentativa de ser um produto mais elitizado lhe dá uma postura de esnobismo que cansa também. Talvez para as mais românticas até venham a agradar mas para o público masculino em geral o interesse decai. Filme indicado ao Empire Awards UK na categoria de Melhor Ator Britânico (Paul Bettany).

Pablo Aluísio.

sábado, 7 de novembro de 2015

Vingadores: Era de Ultron

O filme já começa com uma grande batalha envolvendo os Vingadores. Eles estão tentando tomar posse de uma pedra, uma jóia do universo, que estava sob domínio de Loki, irmão de Thor. Após conseguirem finalmente colocar as mãos nela Tony Stark (Robert Downey Jr) resolve usar JARVIS para analisar do que se trataria realmente o misterioso artefato. Chega-se a conclusão que seria uma espécie avançada de inteligência artificial. O problema é que essa criatura que se denomina Ultron começa a ganhar poder e força. Após subjugar JARVIS ele finalmente se espalha pelo mundo virtual, usando para isso a Internet. Virtualmente impossível de ser capturado Ultron começa a desenvolver seu objetivo maior: trazer paz para a Terra. Em sua forma de pensar porém isso só será alcançado com o fim da humanidade e a criação de uma nova raça de seres superiores sem os defeitos, erros e incoerências do ser humano. Para evitar que a espécie humana seja extinta os Vingadores se unem para destruir essa perigosa ameaça ao planeta. Segundo filme da Marvel a explorar os Vingadores no cinema. Como era de esperar nessa era de grande sucesso de personagens de quadrinhos no cinema, esse segundo filme dos Vingadores se tornou um grande campeão de bilheteria. Em pouco tempo a produção alcançou o posto de sexta maior bilheteria da história do cinema com 1.32 bilhão de dólares arrecadados. É muito dinheiro realmente. Não existe atualmente nenhum outro gênero cinematográfico que tenha tanto potencial de renda. Deixando um pouco de lado esse aspecto puramente comercial temos que reconhecer que o filme como diversão e produto da cultura pop é bem eficiente. Não é uma obra de arte nem tampouco uma obra prima, mas diverte bastante. O roteirista e diretor Joss Whedon resolveu de forma inteligente não complicar algo que no fundo é até bem simples. Usando os próprios quadrinhos como referência absoluta ele escreveu um enredo que se assemelha e muito a um arco narrativo do próprio universo das revistas dos heróis Marvel. Ponto positivo, sem dúvida. De quebra explorou ainda vários detalhes do mundo dos quadrinhos na tela, como por exemplo, a Hulkbuster, uma roupa especial usada pelo Homem de Ferro para enfrentar o Hulk no mano a mano. Essa cena de luta aliás é uma das melhores sequências do filme.

Sem a necessidade, muitas vezes enfadonha, de ter que sair apresentando personagem por personagem, o roteiro teve liberdade para contar um enredo com um melhor ritmo, sem se preocupar com bobagens desnecessárias. Além disso há um ótimo vilão em cena, o Ultron. Logo que ele começou a declamar suas falas em cena eu reconheci imediatamente aquela forma singular de falar. Não poderia ser outro ator a dublar que não fosse o ótimo James Spader. A sensação inconsciente que tive foi que aquele robô havia incorporado o personagem Raymond 'Red' Reddington da série "The Blacklist". O mesmo sentimento, a mesma maneira de se expressar. Até mesmo os técnicos de efeitos especiais se empenharam em trazer os trejeitos de Spader para aquela máquina. Sinceramente essa foi para mim a melhor coisa de todo o filme. Simplesmente impagável. Em relação aos demais Vingadores temos que reconhecer que aquele velho problema de filmes com muitos protagonistas se repete aqui. Há muitos heróis para explorar ao mesmo tempo, com isso todos eles acabam sendo mal aproveitados de uma forma ou outra. No fundo a ideia de uma equipe de super heróis só funciona mesmo nas cenas de ação quando eles se unem para combater o mal, aqui corporificado em um exército de robôs controlados remotamente por Ultron. Confesso que em relação a essas mesmas máquinas não senti muita credibilidade nos efeitos digitais. Eles não reagem à gravidade, não parecem ter massa ou peso algum e deixam a sensação que estamos vendo um videogame. Em um aspecto que não poderia haver falhas o filme realmente apresenta esse defeito. Os efeitos não são tão perfeitos como era de se esperar. Para os apaixonados por quadrinhos porém isso tem pouca importância. Eles querem mesmo é ver seus personagem preferidos em carne e osso, aqui com o bônus de encontrarem pela primeira vez uma nova galeria de heróis formado por personagens como Visão, Feiticeira Escarlate e Mercúrio. Provavelmente a Marvel vá aproveitar cada um deles em futuros filmes ou séries, afinal de contas se há algo lucrativo hoje em dia no mundo do cinema essa é a adaptação de quadrinhos em série para a sétima arte. Assim deixo a recomendação, mesmo que você não seja um leitor dessas histórias a diversão certamente estará garantida.

Vingadores: Era de Ultron (Avengers: Age of Ultron, Estados Unidos, 2015) Direção: Joss Whedon / Roteiro: Joss Whedon, baseado nos personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby / Elenco: Robert Downey Jr., James Spader, Chris Evans, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Chris Hemsworth, Samuel L. Jackson, Don Cheadle, Elizabeth Olsen, Paul Bettany / Sinopse: Um novo vilão chamado Ultron (James Spader) decide destruir a humanidade para em seu lugar recomeçar a história da Terra com uma nova raça de seres evoluídos, inteligentes e racionais. Para evitar que seus planos sejam levados em frente um grupo de super-heróis que se denomina de Vingadores resolve combater essa nova ameaça. Filme indicado a vários prêmios do Australian Film Institute, Golden Trailer Awards e Teen Choice Awards.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Firewall - Segurança em Risco

Título no Brasil: Firewall - Segurança em Risco
Título Original: Firewall
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Richard Loncraine
Roteiro: Joe Forte
Elenco: Harrison Ford, Virginia Madsen, Paul Bettany, Beverley Breuer, Jimmy Bennett

Sinopse: 
O trabalho de Jack Stanfield (Harrison Ford) consiste em manter íntegro e seguro o sistema de dados uma grande instituição financeira, o Landrock Pacific Bank. Técnico de alto nível ele tem conseguido por anos manter inviolável o sigilo bancário dos clientes do banco, mesmo com ataques sendo feitos por hackers, que querem tomar posse dos arquivos que no mercado negro podem valer milhões de dólares. Sua rotina muda porém quando um criminoso Bill Cox (Paul Bettany) e sua equipe invadem a casa de Jack, fazendo de reféns toda a sua família. O preço do resgate é alto, cem milhões de dólares, que Jack deve roubar do banco onde trabalha. Para isso terá que vencer o sistema de segurança que ele próprio criou.

Comentários:
De vez em quando Hollywood tenta pegar carona no mundo da informática, criando tramas que explorem o universo das grandes redes de computadores ao redor do mundo. O alvo é fácil, os jovens, que frequentam os cinemas e são loucos por esse universo. O roteiro desse "Firewall" tenta captar esse mundo usando de jargão técnico que provavelmente só interessará aos experts no assunto (se é que eles tenham algum interesse em ver esse filme). Ao lado disso há também a tentativa de fazer um thriller movimentado com a situação do personagem principal, com muita ação e correria, além das costumeiras cenas heroicas protagonizadas pelo "Indiana Jones" Harrison Ford. Apesar das intenções, todas claras em cada metro de filme, temos que reconhecer que em ambos os casos (como aventura de ação e como trama "informatizada") o resultado não se mostra muito bom ou eficiente. Harrison Ford parece estar bem entediado declamando todos aqueles diálogos técnicos (que ele muito provavelmente nem entenda direito). O diretor também imprime um desenrolar muito previsível e burocrático. O saldo final se revela bem abaixo do esperado. Um thriller de rotina que tenta aproveitar a popularização da era digital mas que só consegue se mostrar analógico e aborrecido.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Homem de Ferro 3

Filmes de número 3 sempre são problemáticos. Há uma certa tradição em dizer que geralmente são os piores de várias trilogias (com raras exceções). Infelizmente “Homem de Ferro 3” vem para confirmar essa regra! Poucos pensariam que um filme tão equivocado fosse feito após o sucesso de público e crítica de “Os Vingadores”. A impressão porém é que a Marvel, completamente entupida de dólares, esqueceu de caprichar no produto, entregando praticamente qualquer coisa para os fãs de quadrinhos consumirem. “Homem de Ferro 3” erra em muitos aspectos mas o pior deles é seu roteiro que preguiçosamente tenta dar alguma agilidade a várias cenas de ação mal explicadas que passam a sensação de pura embromação (o espectador ficaria assim distraído do argumento capenga da produção). Outro problema muito visível é a atuação de Robert Downey Jr como Tony Stark. Esse ator tem que sempre estar em rédeas curtas pois caso contrário seus maneirismos e atitudes bobas dominam a cena.
   
Em “Homem de Ferro 3” ele está fora de controle. Como toda celebridade que se preze o astro interferiu em muitos aspectos do roteiro inserindo uma quantidade enorme de piadas sem graça em cada momento. Em certa altura o espectador começa a questionar se está assistindo a um filme de super-herói ou uma comédia boboca cheia de “cacos” inseridos pelo ator principal. Outro problema muito sério desse filme: nenhuma adaptação de quadrinhos funciona sem um grande vilão por trás. Esse aliás sempre foi o segredo do sucesso de todos os filmes da franquia Batman. Infelizmente o Homem de Ferro sempre foi carente nesse aspecto (até nos quadrinhos) e aqui o problema se repete. O tal de Mandarim mais parece um palhaço do que um antagonista de verdade. Fazer de sua participação uma mera escada cômica é seguramente um enorme equívoco. Em suma, “Homem de Ferro 3” é uma terceira seqüência digna de Hollywood: preguiçosa, com atuações negligentes, sem novidades e esbanjando sinais de cansaço por todos os lados. Melhor encerrar a franquia por aqui.

Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, Estados Unidos, 2013) Direção: Shane Black / Roteiro: Shane Black, Drew Pearce / Elenco: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Guy Pearce, Ben Kingsley, Paul Bettany, Rebecca Hall / Sinopse: O milionário industrial Tony Stark (Robert Downey jr) tem que enfrentar um novo vilão ao mesmo tempo em que tenta lidar com inúmeros problemas pessoais e profissionais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Criação

Charles Darwin (1809 -1882) certamente foi um dos grandes gênios da humanidade. Cientista, teórico e naturalista brilhante foi uma figura chave no nascimento da teoria da evolução das espécies e da seleção natural. Seu livro "On the Origin of Species" publicado pela primeira vez em 1859 é um marco do pensamento científico. Nele Darwin expõe a evolução que todos os seres vivos passam ao longo dos séculos, evolução essa determinada pela seleção natural e por fatores internos e externos inerentes a todas as espécies do planeta, inclusive o homem, fruto direto dessa escalada evolutiva. Obviamente um pensamento tão profundo e marcante como esse bateu de frente com as idéias religiosas de seu tempo pois a origem divina do ser humano mostrada no livro do gênesis da Bíblia não admitia qualquer forma de questionamento. O interessante é que o próprio Darwin era uma pessoa religiosa. Quando chegou nas conclusões de seu livro mais famoso passou por uma grande crise existencial sobre o que havia descoberto. Ele sabia que colocaria por terra muitos dos fundamentos religiosos da doutrina Cristã judaica. O filme capta exatamente esse momento em que Darwin tinha que escolher entre publicar suas descobertas ou se calar. O que fez o cientista mudar de posicionamento foi o receio de que sua teoria fosse roubada e creditada a outra pessoa. Temendo isso ele finalmente optou pela publicação de seu livro o que lhe trouxe  uma série de críticas e ataques dos setores mais reacionários da sociedade inglesa da época.

A grandeza de seu pensamento segue firme e forte até os nossos dias. Suas teorias foram confirmadas nas últimas décadas pelos avanços da engenharia genética. Darwin certamente se mantém como um pensador de sólidas bases teóricas. Ao longo de tantos anos sua teoria foi atacada de todas as formas mas nunca perdeu a robustez. Ela segue tão brilhante como veio ao mundo no século 19. Dito isso chegamos a esse filme  "Criação" que tenta desmistificar o grande cientista, tentando mostrar o lado mais humano de sua personalidade. Apesar de ter lido criticas negativas gostei bastante desse filme. Aprecio muito esse tipo de biografias e se forem de grandes cientistas, melhor. O mais interessante é que mostra o lado mais íntimo de Darwin, as questões religiosas que teve que enfrentar e aspectos pessoais de sua vida familiar que eu desconhecia. Reconheço que sou suspeito pra falar porque adoro história (biografias ainda mais) e sou fã do Darwin e sua teoria da evolução. Esse tipo de filme (mesmo deixando a desejar em termos) jamais deixaria de assistir. Gosto demais desse tipo de produção. É sempre gratificante ver ali personificado em cena um cientista que admiramos. A produção é de bom gosto e a direção de arte também me agradou muito. Esse clima Vitoriano que vemos em cena sempre garante elegância aos filmes passados nessa época histórica. "Criação" é um excelente filme, muito bem realizado com produção luxuosa. Por tudo isso está mais do que recomendado.

Criação (Creation, Estados Unidos, 2009) Direção: Jon Amiel / Roteiro: John Collee / Elenco: Paul Bettany, Jennifer Connelly, Jeremy Northam, Toby Jones, Benedict Cumberbatch, JimCarter, Teresa Churcher, Zak Davies, Harrison Sansostri / Sinopse: "Criação" conta parte da história do famoso cientista inglês Charles Darwin (Paul Bettanny), que no século 19 abalou o mundo da ciência com a publicação de seu revolucionário livro onde explicava os mecanismos da evolução das espécies. Brilhante pensador, homem de família, o filme mostra a sua luta interior nascida da indecisão entre publicar seus escritos (que iam contra o pensamento religioso da época) ou se resignar completamente sobre isso.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Jovem Rainha Vitória

Vitória foi uma das monarcas mais importantes da história inglesa. Seu reinado foi um dos mais longos que se tem notícia, indo de 1837 a 1901 e marcou o apogeu do império britânico. O século em que reinou ficou conhecido como "A Era Vitoriana". Tanta importância e esplendor já rendeu muitos filmes, livros e documentários mas agora com esse "A Jovem Rainha Vitória" tentou-se fazer algo diferente. Ao invés de retratar a rainha no auge de sua glória os produtores optaram por mostrar seus primeiros anos, ainda jovem e mocinha, envolvida com amores próprios da idade. Tudo embalado em uma produção digna de uma rainha - lindos cenários, muito luxo e figurinos deslumbrantes. O maior problema do filme parece ser justamente o fato de se focar em um dos períodos menos interessantes da nobre pois não há, para falar a verdade, algo realmente marcante na trama do filme. A Vitória que surge em cena está mais preocupada em arranjar um namorado e ir em bailes de gala do que qualquer outra coisa. Nenhuma intriga palaciana surge em cena e o roteiro passa longe de explorar o clima político de sua época. Além disso Vitória é uma garota do século XIX que parece ter idéias avançadas demais para o contexto histórico em que viveu. 

Os roteiristas ignoraram o fato dela ter sido uma das monarcas mais conservadoras da Inglaterra, o que certamente não se ajusta muito bem com a Vitória "moderninha" que surge em cena. O ponto positivo de "A Jovem Rainha Vitória" é certamente o seu elenco. A britânica Emily Blunt se sai bem. Sua interpretação está no tom correto, embora a corte inglesa fosse mais solene e formal da que vemos no filme. Paul Bettany também está bem, inspirado e marcando boa presença. Seu Lord Melbourne é certamente uma das melhores coisas de "The Young Victoria". Curiosamente para um filme tão britânico escalaram um estrangeiro para a direção, o canadense Jean-Marc Vallée. A escolha desagradou alguns jornalistas ingleses e eles tem certa razão em reclamar, uma vez que provavelmente um cineasta do país poderia ter um olhar mais familiar e próximo com a sua realeza britânica. De qualquer forma o produto final não é ruim. Tem sua dose de erros históricos como explicados aqui, mas como entretenimento até pode funcionar. Não é historicamente correto e macula de certa forma a história real dos fatos. Para os que gostam de produções de luxo, com muito romance e cenas de enamorados adolescentes pode até se tornar uma boa opção. Já para os que querem saber mais sobre a Rainha Vitória recomendamos mesmo uma boa visita à biblioteca mais próxima. Será mais instrutivo e esclarecedor certamente. 

A Jovem Rainha Vitória (The Young Victoria, Inglaterra, Alemanha, 2009) Direção: Jean-Marc Vallée / Roteiro: Julian Fellowes / Elenco: Emily Blunt, Rupert Friend, Paul Bettany, Miranda Richardson, Jim Broadbent / Sinopse: O filme narra a adolescência e juventude de Alexandrina Victoria que se tornaria a famosa monarca inglesa Rainha Vitória. Governando durante praticamente todo um século ela reinou em uma época de ouro para o império britânico em seu auge de esplendor e glória.  

Pablo Aluísio.

sábado, 23 de junho de 2012

Padre

Ok, terminei de assistir esse "Padre". Eu coloco esse filme na mesma escala ao qual estão listados "Jonah Hex" e "Salomon Kane". Isso porque todos esses filmes tem em comum o fato de serem baseados em personagens não muito conhecidos do grande público. Ao contrário de um Batman ou Spiderman, eles só são lidos mesmo por aqueles que são mais versados no universo dos quadrinhos. Em linguagem popular vamos dizer que são do segundo escalão desse mundo dos gibis. Outra coisa em que são muito parecidos é o fato de todos eles se basearem muito nos efeitos especiais, em roteiros simples e em um elenco não muito conhecido (onde geralmente atores e atrizes mais famosos fazem apenas pontas ou personagens coadjuvantes).

Em "Padre" quem dá o ar da graça é o grande ator Christopher Plummer (embora tenha ainda uma presença digna, seu papel nada oferece para que possamos aproveitar algo em cena); já Paul Bettany repete seu papel de "Legião", ou seja, um sujeito raso, unidimensional, sem nada a acrescentar, apenas bancando o durão que chuta os traseiros dos vilões (Em "Legião" eram anjos, aqui são vampiros lesmas nada carismáticos ou sofisticados). Não conheço a Graphic Novel e nem nunca li mas esse Padre aqui desse filme não tem carisma nenhum, o que torna tudo mais complicado para o espectador. Ao contrário de um "Hellboy" que era cheio de alma, bom humor e carisma, Padre não tem nada disso. É frio, distante, não tem nenhum tipo de empatia e provavelmente os vampiros que o combatem tenham mais alma que ele, pois assim como o personagem o filme também não parece ter qualquer tipo de profundidade em sua realização. Apenas um vácuo no final das contas.

Padre (Priest, Estados Unidos, 2010) Direção: Scott Charles Stewart / Roteiro: Cory Goodman / Elenco: Cam Gigandet, Christopher Plummer, Paul Bettany, Karl Urban / Sinopse: Vampiros e humanos lutam pelos séculos afora. Após ter sua sobrinha sequestrada por vampiros um Padre resolveu sair em sua busca enfrentando grandes combates pelo caminho.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Legião

"Legião" é aquele tipo de filme que você fica esperando dar certo em algum momento mas isso definitivamente não acontece. Na ânsia de agradar os jovens que frequentam cinemas hoje em dia o diretor armou os anjos até os dentes e mandou bala em cada centímetro de fotograma. Uma pena. O roteiro poderia até mesmo alcançar vôos mais altos se não fosse essa maldita mania que Hollywood tem em tentar fazer todo e qualquer filme comercial, apelando para clichês idiotas e estúpidos. A questão teológica de se colocar homem versus Deus poderia até render muito mas não aqui, já que o filme não passa de um passatempo barato, com roteiro medíocre e atuações idem.

Lamento ter encontrado Dennis Quaid atuando no filme. Decadente e canastrão como nunca o ator tenta trazer alguma dignidade ao filme mas fracassa completamente. Igualmente constrangedoras são as atuações de Paul Bettany como um anjo anabolizado e Kate Walsh em um papel sem qualquer importância (quem diria que essa estrela de tv presunçosa iria pagar um mico desses hein?). A atriz que interpreta a garçonete é outra que veio direto dos seriados de tv para participar do filme (Adrianne Palicki de Friday Night Lights) mas nada acrescenta. Enfim, filme ruim, teologicamente obtuso e com roteiro horrível. Os pobres anjinhos mereciam coisa melhor.

Legião (Legion, Estados Unidos, 2009) Direção: Scott Charles Stewart / Roteiro: Peter Schink, Scott Charles Stewart / Elenco: Paul Bettany, Dennis Quaid, Charles S. Dutton / Sinopse: Um grupo de anjos entram em conflito na terra numa terra distante e desértica.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Coração de Cavaleiro

O tempo é interessante. Eu me recordo que quando "Coração de Cavaleiro" chegou aos cinemas brasileiros em 2001 muitos críticos arrasaram com o filme e um de seus alvos principais de chacotas foi o fato do filme ser estrelado por Heath Ledger. Os jornalistas fizeram piada com a tentativa do estúdio em lançar Ledger para o estrelato. O ator foi satirizado de várias formas, tachado de inepto, pouco talentoso e medíocre. O tempo passou, Ledger fez grandes filmes após esse e com Batman se consagrou definitivamente com um grande ator. Curiosamente muitos que o desqualificaram impiedosamente em "Coração de Cavaleiro" se viram depois elogiando sua atuação como Coringa na famosa produção. A nota de lamento vem pelo fato de Ledger ter partido muito cedo, justamente no momento em que despontava para o auge de sua carreira. Diante de uma morte tão prematura (e sem explicação para muitos até hoje) sobrou como seu legado apenas sua filmografia que analisada friamente mostra sua grande versatilidade pois ele participou de filmes bem diversos, de quase todos os gêneros.

Esse "Coração de Cavaleiro" foi um deles. Realmente se tratou de uma tentativa de transformar o ator em ídolo juvenil. O filme foi concebido para tentar levar ao público mais jovem o charme das antigas produções épicas de Hollywood, mais especificamente àquelas passadas na Idade Média. A trama é simples:
William Thatcher (Heath Ledger) é filho de um camponês que sonha um dia se tornar cavaleiro. Como se sabe na Idade Média a sociedade era rigidamente hierarquizada, onde se tornava quase impossível subir na escala social. Quem era de filho de camponeses geralmente morria camponês. Apenas nobres de alta estirpe viravam cavaleiros. O filme gira em torno desse sonho do rapaz mas não se preocupe, a produção não se leva tanto à sério assim. Tudo é levado em tom mais leve, soft, sem grandes pretensões. Chegam ao ponto de usar uma trilha sonora moderna (com músicas do Queen) em uma produção de época! No fundo isso nem importa muito. De fato "Coração de Cavaleiro" tem que ser assistido apenas como entretenimento ligeiro, fugaz. Ledger parece se divertir com o filme então o espectador deve seguir pelo mesmo caminho. Não é marcante, mas até que como produto pop tem seus méritos e para os fãs do ator se torna obrigatório.

Coração de Cavaleiro (A Knight's Tale, Estados Unidos, 2001) Direção: Brian Helgeland / Roteiro: Brian Helgeland / Elenco: Heath Ledger, Mark Addy, Rufus Sewell, Shannyn Sossamon, Paul Bettany, Laura Fraser, Alan Tudyk / Sinopse: William Thatcher (Heath Ledger) é filho de um camponês que sonha um dia se tornar cavaleiro. Para realizar seus sonhos acaba se envolvendo em muitas aventuras ao lado de seus amigos.
 

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Código da Vinci

"O Código da Vinci" é certamente um dos mais curiosos produtos culturais surgidos nos últimos anos. A obra original de Dan Brown é um caldeirão de teorias da conspiração, história deturpadas, meias verdades, religião apócrifa e mil e uma coisas todas emboladas, tentando manter uma coesão mínima para que o leitor não se perca completamente. Nesse balaio de gatos são misturadas sem a menor cerimônia as biografias dos gênios Da Vinci e Newton, um suposto casamento de Jesus de Nazaré e Maria Madalena, sociedades secretas como o Priorado de Sião, Cavaleiros Templários e o diabo a quatro. Tudo isso tem um nome: pseudociência. Dan Brown na realidade não descobriu nada, não revelou nenhum segredo histórico e nem tampouco mostrou a verdadeira história de Jesus Cristo. Sua única grande habilidade é realmente dar uma falsa camada de respeitabilidade a um monte de bobagens sem nenhum fundamento. Por isso há duas formas de encarar sua obra: ou o leitor cai na lorota do escritor e acredita naquilo que lê e nesse caso estará fazendo papel de bobo ou então encara tudo como simples entretenimento escapista. Nessa última hipótese não há problema algum. É apenas uma estória divertida para passar o tempo.

O filme "O Código da Vinci" terminou não agradando nem os leitores de Dan Brown e nem os cinéfilos que nunca tinham lido uma linha escrita por ele. Foi uma produção muito criticada talvez porque se criou uma absurda expectativa sobre o filme. Como eu sempre gosto de dizer nem tudo que funciona na literatura dá certo nas telas. Algumas obras inclusive são impossíveis de adaptar com êxito. "O Código da Vinci" nesse aspecto até que não é um desafio insuperável. A adaptação é correta, burocrática certamente, mas no final não havia mais nada além do que aquilo que se vê em cena para se levar aos cinemas. A própria obra de Dan Brown é um tipo de Pulp Fiction mais sofisticado mas que nunca deixa de ser em essência uma tremenda pseudociência, bem bolada, bem arquitetada mas que não consegue ser mais do que uma grande bobagem no final das contas. O filme, como não poderia deixar de ser, teve uma bilheteria monstruosa, de quase 1 bilhão de dólares o que mostra a força do livro, um best seller. Não há nada de errado em assistir e até mesmo gostar do filme, só não se deve encarar  toda aquela salada como verdade - porque definitivamente não é. O elenco é liderado por Tom  Hanks, com um dos cortes de cabelo mais bizarros do cinema. Sua atuação não é grande coisa, também o personagem não abre muito espaço para isso. Já a direção de Ron Howard surge pesada, burocrática, quadrada, sem ousadia. O resultado final definitivamente não foi nada memorável.

O Código da Vinci (The Da Vinci Code, Estados Unidos, 2006) Direção: Ron Howard / Roteiro: Akiva Goldsman, baseado no livro de Dan Brown / Elenco: Tom Hanks, Ian McKellen, Alfred Molina, Jean Reno, Audrey Tautou, Paul Bettany. / Sinopse: Robert Langdon (Tom Hanks) é um conceituado professor especializado em símbolos históricos que se vê envolvido numa intrigada rede de conspirações onde o que parece ser uma sociedade secreta faz de tudo para encobrir uma terrível verdade da história.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Margin Call: O Dia Antes do Fim

Não é um filme para todos os públicos. Na realidade a trama é bem técnica e por essa razão só vai atingir mesmo plateias especificas, em especial as pessoas que foram lesadas no mercado financeiro em 2008, logo após a derrocada de grandes entidades do setor, fato que desencadeou a crise na economia americana que persiste até os dias atuais. O roteiro também não dá mole ao espectador pois usa e abusa do jargão econômico que envolve esses grandes grupos. Tudo se passa em menos de 24 horas - desde o momento em que um jovem analista descobre o rombo na agência até o momento em que desesperados os altos executivos resolvem liquidar com tudo para venderem os ativos enquanto podem, pois no mercado financeiro grandes fortunas literalmente se pulverizam da noite para o dia.

O elenco é excepcionalmente muito bom. Kevin Spacey novamente dá show ao interpretar um executivo de alto escalão em crise existencial. Os grandes momentos dramáticos do filme ocorrem justamente com ele em cena. Do outro lado da balança temos outra grande interpretação, dessa vez com Jeremy Irons, fazendo o típico “tubarão” do mercado, um sujeito que não se importa em enganar milhões de pessoas desde que não perca dinheiro diante da crise eminente. Para um filme que se sustenta basicamente em interpretações individuais e diálogos a presença desses grandes atores garante o alto nível do programa. Enfim, recomendo o filme mas com certas restrições pois ele é mais adequado para as pessoas que de uma forma ou outra estão envolvidas com o mercado financeiro e tem intimidade com esse universo. Essas certamente gostarão mais do resultado final.

Margin Call - O Dia Antes do Fim (Margin Call, Estados Unidos, 2011) Direção de J.C. Chandor / Roteiro: J.C. Chandor / Elenco: Kevin Spacey, Paul Bettany, Jeremy Irons, Zachary Quinto, Penn Badgley / Sinopse: O alto escalão de uma grande empresa que administra fundos tenta lidar com a crise financeira que se abateu sobre o setor durante tensas 24 horas em 2008.

Pablo Aluísio.