segunda-feira, 3 de outubro de 2022

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 26

Ao longo de sua carreira Marilyn Monroe fez sucesso interpretando loiras burras em seus filmes. Isso criou uma imagem dela no inconsciente coletivo de acordo com o que se via nas telas. Só que Marilyn poderia ser muitas coisas em sua vida, menos burra! Na verdade ela era bem esperta no que dizia respeito em criar uma lenda em torno de si mesma. Ao longo da vida a loira atriz colecionou uma série de amizades com jornalistas de todo o país. Ela poderia ser considerada até mesmo uma das estrelas de Hollywood mais abertas e prontas para colaborar com jornalistas em geral.

É certo que a beleza ajudou muito, mas havia outras atrizes e estrelas em Hollywood que eram bem mais bonitas do que ela. Marilyn também passava longe de ser a mais talentosa atriz de sua época. Sua capacidade dramática aliás sempre foi contestada! Qual foi então o segredo que transformou Marilyn em um dos maiores ícones da história de Hollywood? Para muitos autores a resposta é até simples: Marilyn soube como poucas manipular a imprensa e os estúdios de cinema! Sim, de ingênua, boba e burra ela não tinha absolutamente nada! Havia um jogo a se jogar no mundo das celebridades de cinema e ela soube jogar muito bem ele, durante muito tempo.

Desde o começo da sua carreira Marilyn percebeu que uma boa matéria numa revista ou algum artigo revelador publicado em um jornal era de grande valia para uma jovem pretendente ao estrelato como ela. Assim Marilyn começou a cultivar amizade com um grande número de jornalistas em Los Angeles e Nova Iorque. Era uma relação de mão dupla - Marilyn conseguia publicidade grátis e os jornalistas tinham seu grande furo de reportagem que tanto queriam. Um dos biógrafos mais conhecidos da história de Marilyn revelou que ela mantinha intenso contato com esses profissionais, tudo para que sua vida pessoal e profissional jamais saísse das páginas da imprensa.

Tanto isso é verdade que nenhum grande jornalista da época precisava ir atrás de grandes notícias sobre Marilyn pois ela mesma tratava de ligar para todos eles contando as novidades! Depois fingia ficar escandalizada com as notícias. Outro aspecto interessante: Marilyn também desde cedo descobriu que sua história de garota órfã poderia atrair muita simpatia e compaixão dos leitores. O efeito disso era uma popularidade cada vez maior de pessoas que torciam por ela! Dessa maneira Marilyn estava sempre com um repórter ao lado contando histórias tristes (reais e imaginárias) de sua infância e juventude. Quando essas matérias eram publicadas atraíam grande atenção, se revelando uma enorme publicidade, tudo resultando em belas bilheterias de cinema.

Assim Monroe foi certamente uma das primeiras grandes relações públicas de Hollywood. Ela sabia fazer muito bem seu marketing pessoal em um tempo em que isso nem era muito conhecido! Marilyn, de forma inteligente, entendeu que não bastava apenas ser uma boa atriz e ter beleza, era necessário também criar uma personagem pública de si mesma! Enquanto os demais astros procuravam esconder sua vida pessoal, Marilyn usava ela para ganhar manchetes de primeira página. Ela adorava esse tipo de coisa e certamente a exploração de sua vida pessoal rendia muito lucro em retorno. Como se pode ver Marilyn era loira sim, mas burra... jamais!

E nesse processo de relacionamento próximo com a imprensa ela também virou a primeira grande celebridade de seu tempo. Dando matérias e furos para as principais revistas, ela acabou sendo presença constante nas capas delas. Porém houve um preço a se pagar que foi o fim de sua privacidade. Qualquer caso amoroso ou problema logo aparecia também na imprensa, prejudicando sua vida pessoal. Quando ela foi internada em uma clínica psiquiátrica, por um surto que tivera, a imprensa correu e logo estampou nas capas que ela estava ficando louca! Assim, do pior modo possível, Marilyn foi entendendo que a imprensa poderia também destruir sua imagem. Criava a lenda e depois destruía com a mesma intensidade. E isso seguiu até sua morte quando jornalistas inescrupulosos chegaram até mesmo a invadir o necrotério para tirar duas fotos de Marilyn Monroe morta. E isso foi depois de sua autópsia, quando o corpo já apresentava sinais de desgaste. O sensacionalismo e a falta de escrúpulos nesse caso não teve mesmo limites ou barreiras éticas. No final de tudo Marilyn Monroe acabou se tornando vítima da mesma imprensa que a transformou em uma deusa da história do cinema.

Pablo Aluísio.

14 comentários:

  1. Cinema Clássico
    As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 8
    Pablo Aluísio.

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  2. A Marilyn Monroe sofreu nas mãos dos jornalistas americanos. Imagine se ela conhecesse os jornalistas brasileiros, provavelmente os mais corruptos do mundo. Se não molhar a mão deles com dinheiro eles vão destruir você nas páginas de jornais e revistas.

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  3. Sem querer generalizar, pois há bons profissionais no jornalismo brasileiro, o quadro é bem esse aí mesmo. Agora de imprensa sensacionalista os ingleses sabem tudo. A imprensa inglesa é provavelmente a mais sórdida de todo o planeta.

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  4. Tenho que concordar. Nesse mundinho aí de imprensa marrom, sensacionalista, que explora a desgraça da vida das celebridades, os ingleses e seus conhecidos tabloides são podres mesmo. Gente baixa demais.

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  5. A assistente pessoal de Marilyn Monroe, chamada Pat Newcomb, chamou todos os jornalistas presentes no necrotério de "ABUTRES". Nesse caso o xingamento foi mais do que adequado. Esses jornalistas que tiraram a foto do cadáver de MM eram mesmo abutres, da pior espécie.

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  6. São abutres tanto os jornalistas que tiram esse tipo de foto como também os consumidores que compram esse tipo de material. Abutres em mão dupla. Gente ordinária e escrota.

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  7. Gente tóxica Eu sempre digo para amigos e pessoas próximas: mantenham sujeitos tóxicos longe de suas vidas.

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  8. A despeito de toda a sordidez dos sujeitos da imprensa, numa coisa haveremos de concordar: eles só se dedicam ao sensacionalismo porque há uma avides até mórbida por esse tipo de notícia. Parece aquele negócio das drogas.Se não houvesse usuários, não haveria traficante, o criminoso iria atuar em outro ramo.
    Serge Renine.

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  9. Grande valores humanos nem sempre são prezados. Muitas vezes eles são trocados por grandes maços de dinheiro.

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  10. Acabei de saber. Morreu o último da era de ouro de Hollywood. E pensar que ontem estávamos aqui comentando filmes dele. É de se lamentar realmente.

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  11. O filme "Blonde" da Netfilx cata tudo isso e vira do avesso e assim conseguimos entender todo o drama da coisa.

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  12. Estou para assistir, está bem comentado...

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