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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Reparação

Esse filme, apesar de ser bom, fica ali numa tênue linha que separa dramas e comédias mais debochadas. Essa falta de definição me deixou um pouco incomodado. Até porque eu acredito que a mistura de gêneros deve ser bem dosada. E de uma maneira ou outra o diretor deve escolher que caminho seguir. A história, por sua vez, não deixa de ter sua importância. Conta a história de uma garota, de uma adolescente que se apaixona por um cara da escola. Um sujeito bonitão. Então ela tem uma péssima ideia. Ela manda uma foto de nudes para ele! Como o sujeito é um mau caráter, ele logo compartilha a foto com todo mundo na escola. E isso, obviamente, causa a destruição da reputação da garota. É a face mais moderna e cruel do velho bullying. Desesperada com a demolição de sua imagem no ambiente escolar, ela toma uma overdose de pílulas para dormir. E fica muito mal no hospital. 

O pai dela não se conforma e decide fazer um plano de vingança. Atrai o jovem que vazou a imagem para sua oficina. Diz que tem grandes negócios para realizar com ele. A verdade é quer pegar o cara para valer. Pensa em matar ele. Só que punir um bullying com pena de morte seria um pouco demais. Os amigos dele tentam dissuadi-lo dessa ideia. Será mesmo que ele vai dar cabo ao tal sujeito? Assim, o filme segue. Começa com drama, se torna drama pesado e acaba optando por um desfecho que está mais para uma comédia boboca. Esse tipo de coisa não me agradou. Ainda assim, deixo a recomendação. Ter um pouquinho de paciência se torna importante. Com isso o filme até que funciona um pouco melhor.

Reparação (Small Engine Repair, Estados Unidos, 2021) Direção: John Pollono / Roteiro: John Pollono / Elenco: Jon Bernthal, Shea Whigham, Jordana Spiro / Sinopse: Um pai enfurecido e indignado com vazamento de uma foto de sua filha nua na escola decide se vingar do jovem que a vazou para todos.

Pablo Aluísio.

sábado, 8 de agosto de 2020

Doce Virginia

Um casamento ruim pode gerar inúmeros problemas. Veja o caso desse filme. Uma esposa insatisfeita, que já não aguenta mais a indiferença e a violência de seu marido, decide que chegou a hora de contratar um assassino profissional para executá-lo. Um sujeito chamado Elwood (Christopher Abbott) aceita 50 mil dólares pelo "serviço". E ele realmente não perde tempo. Mata não apenas o marido dela, como também dois outros homens que estava ao seu lado em um restaurante. Serviço feito, é hora de receber o pagamento. Só que a ex-esposa descobre que o falecido marido não lhe deixou nada, a não ser dívidas e mais dívidas. E agora, como ela vai pagar o assassino?

O criminoso fica esperando seu dinheiro e decide se hospedar em uma pequeno hotel da região, um daqueles estabelecimentos de beira de estrada, bem comuns nos Estados Unidos. O lugar se chama "Doce Virginia". Esse é gerenciado por Sam Rossi (Jon Bernthal). No passado ele foi campeão de rodeios, mas depois de levar muitas quedas e ter um rouro caindo por cima dele, sua carreira acabou. Agora ele vive dentro do possível, gerenciando aquele hotel, colocando caras violentos para fora, de vez em quando salvando alguma prostituta em apuros que dá o azar de pegar um cliente violento e abusivo. No começo sua aproximação com o novo hóspede Elwood é bem amigável, mas isso seguramente vai durar pouco. Afinal ele é um criminoso, um assassino profissional e não vai tardar para que tudo acabe em uma explosão de violência. Bom filme, gostei. Inicialmente todos os personagens são bem desenvolvidos, para só depois haver uma conexão entre todos eles. Boa direção, elenco afinado, em um thriller que não decepciona.

Doce Virginia (Sweet Virginia, Canadá, 2017) Direção: Jamie M. Dagg / Roteiro: Paul China, Benjamin China / Elenco: Jon Bernthal, Christopher Abbott, Imogen Poots / Sinopse: Sam Rossi (Jon Bernthal), gerente de um hotel de beira de estrada chamado "Doce Vírginia" não sabe, mas seu novo hóspede é na realidade um assassino profissional que está na cidade para receber o dinheiro de um crime que cometeu. E essa aproximação, inicialmente amigável, pode se tornar bem violenta e explosiva.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de junho de 2018

O Justiceiro

O Nefflix tem adaptado vários personagens secundários da Marvel em suas novas séries. A maioria delas não me despertou maior curiosidade em conferir, porém essa nova versão do Justiceiro me chamou a atenção. No primeiro episódio já chegamos na conclusão de que tudo foi muito bem adaptado. A saída dos quadrinhos para filmes e séries nem sempre dá muito certo, mas aqui não há maiores críticas a se fazer. O enredo segue sendo o mesmo das HQs. Frank Castle é um homem que precisa superar uma enorme tragédia que aconteceu em seu passado, quando criminosos mataram sua esposa e sua filha, de forma brutal e covarde. Ele sobreviveu e faz da vingança a profissão de fé que moverá sua vida dali em diante.

Nesse primeiro episódio Castle está trabalhando na construção civil. Ele apenas sobrevive um dia de cada vez. Calado e com jeito de poucos amigos, acaba virando alvo de chacotas de outros operários. Uma péssima ideia para eles que nem sabem no que estão se metendo. Pior acontece depois quando resolvem participar de um assalto. Enquanto combinam o crime percebe que Castle está por perto e ouviu tudo. Partem para um acerto de contas e aí... não sobra pedra sobre pedra. O roteiro da série não agride o bom senso do leitor de quadrinhos. Tudo parece muito bem respeitoso com o personagem original. Claro que tudo gira em torno do mesmo tema, a do justiceiro que transforma sua dor em fúria contra os bandidos. É a trajetória da vingança. Sim, é uma fórmula bem gasta e batida, tanto no cinema como nas comics, mas isso no final é o que menos importa. Mesmo uma estória saturada ainda pode render muito bem, caso o roteiro saiba desenvolver bem a história que pretende contar...

O Justiceiro (Estados Unidos, 2017) Direção: Andy Goddard, Tom Shankland, Jeremy Webb / Roteiro: Ross Andru, Gerry Conway / Elenco: Jon Bernthal, Amber Rose Revah, Ebon Moss-Bachrach / Sinopse: Após a morte de sua família,  Frank Castle (Jon Bernthal) decide que é chegada a hora de fazer justiça com as próprias mãos. Adaptação para as telas do personagem de quadrinhos do universo Marvel.

Episódios Comentados: 

O Justiceiro 1.04 - Resupply
Muitas séries da Marvel em parceria com a Netflix estão sendo canceladas. Pouca receptividade do público, baixa qualidade, entre outras coisas, minaram essa parceria. Uma das poucas que ainda não foram canceladas foi essa do "Justiceiro". Penso que os roteiros aqui são um pouco mais caprichados, com os personagens mais bem desenvolvidos, o que se é de admirar já que esse personagem não é de primeiro escalão nos quadrinhos. Ele fica bem atrás de um Homem-Aranha, Homem de Ferro, Hulk, etc. Mesmo assim parece que funcionou nesse formato. Nesse episódio há uma boa cena de ação, já no final, quando o Justiceiro interfere numa operação do FBI para apreender armas contrabandeadas do exterior. Ele está ali não apenas para atrapalhar os agentes federais, mas também para colocar as mãos naquele arsenal. Fora isso, indo pelas beiradas, o roteiro ainda mostra as dificuldades de adaptação de veteranos de volta ao lar. Um deles, completamente traumatizado, só consegue dormir em paz se fizer uma trincheira no quintal de casa! Não é fácil viver agora na paz de um bairro periférico tipicamente americano! Enfim, bom episódio de uma série que ainda tem bastante potencial. / O Justiceiro 1.04 - Resupply (Estados Unidos, 2017) Estúdio: Marvel Studios, Marvel Television, Netflix / Direção: Kari Skogland / Roteiro: Dario Scardapane / Elenco: Jon Bernthal, Ebon Moss-Bachrach, Ben Barnes.

O Justiceiro 1.05 - Gunner
Esse episódio traz um longo flashback. Isso tudo porque na narrativa encontramos Frank Castle contando parte de sua história para um jornalista. Ele volta no tempo e mostra como foi duro seu serviço militar, como quase morreu no campo de batalha. Ao mesmo tempo, no presente, o cerco vai se fechando para o Justiceiro. Pessoas poderosas e influentes querem que ele morra, numa verdadeira operação de queima de arquivo. Ficar vivo será o grande desafio para ele daqui em diante. Destaque para as cenas na floresta, com a batalha sendo travada até mesmo com armas antigas, como flechas! / O Justiceiro 1.05 - Gunner (Estados Unidos, 2017) Direção: Dearbhla Walsh / Roteiro: Gerry Conway, John Romita Sr. / Elenco: Jon Bernthal, Ebon Moss-Bachrach, Ben Barne.

O Justiceiro 1.06 - The Judas Goat  
Frank Castle vai se recuperando da flechada que levou no episódio anterior. A coisa toda é tensa. Ele reencontra um velho amigo, mas que no presente pode muito bem passar para o outro lado, se tornando um traidor. Não há como confiar em ninguém nesse mundo. E não é que ele acaba mesmo caindo numa cilada? Pois bem, eu juro que tentei gostar dessa série, mas não deu. De forma regular acabava ficando entediado ao assistir aos novos episódios. E isso, se tratando de uma série de ação, é para desistir mesmo. Nos Estados Unidos novas temporadas foram contratadas, mas eu vou ficando por aqui. Cansei. Não empolgou, não me fez tornar fã. E como não sou fã dos quadrinhos originais também (nunca li um gibi do Justiceiro) isso contribuiu ainda mais para que eu largasse essa série justamente nesse ponto. Não considerei um perda de tempo assistir esses seis episódios, mas apenas não gostei da série. Acontece. / O Justiceiro 1.06 - The Judas Goat (Estados Unidos, 2017) Direção: Jeremy Webb / Roteiro: Gerry Conway, John Romita Sr. / Elenco: Jon Bernthal, Ebon Moss-Bachrach, Ben Barne.

Pablo Aluísio.