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segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Era Uma Vez em Nova York

Esse filme conta a história de uma imigrante polonesa que chega em Nova Iorque no começo do século 20. Ela e a irmã logo encontram problemas com os agentes da imigração. A irmã é diagnosticada com tuberculose, afastada e levada para uma instituição de tratamento. E ela fica praticamente sozinha na grande cidade americana, em que ela não conhece ninguém. Nesse momento de grande agonia, surge um sujeito que diz que vai lhe ajudar. Esse personagem, interpretado pelo ator Joaquin Phoenix, parece ser uma pessoa amigável, só que na realidade esconde falsas intenções. Trata-se de um cafetão, sempre em busca de beldades que chegam aos Estados Unidos sem trabalho e sem condições financeiras. Um lobo em pele de cordeiro. E assim, logo a jovem garota se vê envolvida no grande esquema de prostituição na cidade de Nova Iorque. 

Temos aqui um filme interessante, mas ao mesmo tempo com problemas de roteiro. Eu percebi claramente que nesse filme não há um cuidado maior em desenvolver psicologicamente melhor alguns personagens. O cafetão de Phoenix, por exemplo, tem um antagonista. Um sujeito com viés artístico interpretado por Jeremy Renner. É um mágico de espeluncas. Só que em termos de personalidade, ele nunca é muito bem trabalhado. O próprio personagem do explorador de mulheres não tem muita o que dizer. Ora, ele age como um sujeito bom, um ser humano decente. Ora, ele age como um crápula. Agora, o maior problema desse filme é realmente a atriz Marion Cotillard que interpreta a imigrante Ewa Cybulska, que inclusive dá nome ao título original do filme. Ela não emociona e surge pouco carismática. Com isso o espectador aos poucos vai perdendo o interesse no que se passa na tela.

Era Uma Vez em Nova York (The Immigrant, Estados Unidos, 2013) Direção: James Gray / Roteiro: James Gray, Ric Menello / Elenco: Marion Cotillard, Joaquin Phoenix, Jeremy Renner / Sinopse: Através de uma personagem de ficção, o roteiro desse filme procura trazer um painel amplo e geral da vida de uma imigrante polonesa no começo do século 20, nos Estados Unidos. Chegando na América sem recursos, ela logo cai numa rede de exploração sexual de jovens mulheres.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Ad Astra: Rumo às Estrelas

Após sofrer um acidente numa torre de transmissão, o astronauta Roy McBride (Brad Pitt) é designado para uma nova missão. Ele deve partir para Marte, onde se tentará uma comunicação com seu pai. o veterano explorador espacial H. Clifford McBride (Tommy Lee Jones). Há muitos anos ele desapareceu, juntamente com sua nave e tripulação, enquanto explorava o sistema solar externo, perto de planetas como Júpiter, Saturno e Netuno. Interferências magnéticas vindas dessa região levam a crer que sejam de sua missão. Assim Roy parte para Marte, sem nem ao menos saber o que realmente lhe espera. Pois bem, esse é o novo filme do ator Brad Pitt. È curioso que ele tenha optado por esse tema, um filme de ficção, exploração espacial, etc. Claro que um filme com essa temática iria sofrer de alguma forma diversas influências do passado, como o do maior clássico do gênero, "2001 - Uma Odisseia no Espaço". O ritmo lento em determinados momentos, a contemplação do universo infinito, tudo é fruto dessa inspiração da obra-prima de Stanley Kubrick. Não é uma forma de narrativa usual nos dias de hoje. Por isso parte do público estranhou o ritmo mais devagar do filme. Para muitos isso o transformou em um filme bem chato e cansativo. Em determinados momentos devo dar razão a essas pessoas. De fato o filme apresenta problemas de ritmo e edição. Tentar imitar Kubrick não é fácil, é algo para poucos cineastas.

Porém o mais estranho é que esse estilo Kubrick foi misturado com momentos absurdos, principalmente para quem entende pelo menos um pouquinho de cosmologia. Vou citar um exemplo disso. Em determinado momento o personagem de Brad Pitt precisa passar pelos anéis de Netuno. E o que ele faz para sobreviver a isso? Usa uma placa de metal para se defender das milhares de rochas que orbitam o gigante gasoso. Ora, no mundo real o astronauta seria destroçado pelos anéis em poucos segundos, pois é impossível sobreviver naquela região do cosmos. Porém o que se vê no filme é um momento digno de desenhos animados da Hanna-Barbera. Outro fato fora de noção é a própria viagem até Netuno. Isso levaria anos, mesmo na melhor astronave. No final parece que Pitt leva apenas alguns dias para se chegar lá! E as bobagens do roteiro não param por aí, seguem em frente. Então fica algo contraditório, pois ao mesmo tempo em que o filme tenta se levar à sério também apresenta momentos absurdos que deixarão qualquer cientista de cabelos em pé. Por isso o filme fica apenas no meio do caminho. Não chega em nenhum momento a agradar completamente, pelo menos no meu caso foi exatamente isso que aconteceu.

Ad Astra: Rumo às Estrelas (Ad Astra, Estados Unidos, 2019) Direção: James Gray / Roteiro: James Gray, Ethan Gross / Elenco: Brad Pitt, Tommy Lee Jones, Ruth Negga / Sinopse: Para tentar entrar em contato com seu pai, o astronauta Roy McBride (Brad Pitt) é enviado até Marte, o planeta vermelho. A intenção é que ele mande uma massagem para seu velho, que foi dado como desaparecido alguns anos antes, numa missão de exploração dos mais distantes planetas do sistema solar.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Z - A Cidade Perdida

Título no Brasil: Z - A Cidade Perdida
Título Original: The Lost City of Z
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos
Estúdio: Amazon Studios
Direção: James Gray
Roteiro: James Gray, David Grann
Elenco: Charlie Hunnam, Robert Pattinson, Sienna Miller, Tom Holland, Angus Macfadyen, Edward Ashley

Sinopse:
O major Percy Fawcett (Charlie Hunnam) do exército inglês é enviado para uma missão na selva amazônica. Apesar dos inúmeros perigos envolvido nessa expedição ele acaba se encantando pela região. Mais do que isso, acaba encontrando cerâmica antiga, que supostamente teria pertencido a uma civilização antiga. Disposto a voltar ele acaba organizando uma nova expedição, dessa vez em busca da cidade perdida que ele passa a denominar de Z.

Comentários:
É um filme que se propõe a ser uma aventura ao velho estilo. A estória se passa nas primeiras décadas do século XX quando esse explorador chamado Percy Fawcett viajou pela primeira vez para a América do Sul. Sua expedição deveria delimitar com precisão a fronteira entre Brasil e Bolívia que havia se tornado uma questão internacional. O Reino Unido, agindo na posição de árbitro, deveria colocar um fim a essa crise diplomática. Uma vez na selva, Fawcett acabaria descobrindo resquícios e indícios da existência de uma civilização antiga. Ele dominou essa possibilidade de Z, a cidade perdida na floresta, e iria sair em sua busca até o fim de seus dias. Seria a tão falada cidade perdida que vinha sendo procurado desde a chegada dos primeiros colonizadores. Olhando-se sob um ponto de vista pragmático essa seria uma nova versão para a velha lenda de El Dorado, a cidade de ouro e prata, engolida pela selva. Claro que a possibilidade de se descobrir algo assim, a glória envolvida nisso, iria consumir Fawcett através dos anos, se tornando uma verdadeira obsessão pessoal. E como toda obsessão essa também iria terminar mal.

Esse filme é bom, principalmente pelo resgate histórico dessa era em que os europeus se lançaram em regiões inóspitas e inabitadas em busca de reinos lendários e perdidos. Havia uma certa inocência romântica envolvida nisso. A história mostrada no filme é real, baseada na história verídica desse explorador britânico nas selvas da América do Sul. Tudo muito interessante. A questão é que o corte final deixou a produção com uma duração excessiva. São duas horas e vinte minutos de metragem, o que vai cansar certos espectadores. Além disso o filme explora não uma, mas três expedições diferentes, realizadas em momentos diferentes da vida de Fawcett. Esse aspecto do enredo certamente quebra o ritmo de aventura que se tenta trazer ao filme em certos momentos. Mesmo assim, com essas eventuais falhas o filme ainda se sustenta e pode ser considerado um bom momento na carreira do ator Charlie Hunnam no cinema. Logo ele que vem colecionando problemas nessa transição da carreira, saindo das séries de TV para os filmes de cinema. Não tem sido fácil, ainda mais depois do fracasso comercial de "Rei Arthur". A boa notícia é saber que pelo menos aqui temos um roteiro mais pé no chão, contando uma história real, nada fantasiosa, mas igualmente interessante. Spoiler com informações históricas: Em 1952 o sertanista brasileiro Orlando Villas Bôas localizou os supostos restos mortais de Percy Fawcett. Conforme havia se suspeitado por anos ele havia sido realmente morto por nativos da tribo Kalapalo. Essa descoberta viria para colocar um fim no mistério da morte do explorador, que já durava décadas.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Amantes

Esse é um filme sobre sentimentos. Logo na primeira cena Leonard Kraditor (Joaquin Phoenix) caminha por um píer de Nova Iorque. Tempo gelado. Sem pensar duas vezes ele se joga na água congelantes do oceano. Seria trágico se não fosse patético. Essa é mais uma de muitas tentativas de suicídio em sua vida. Tudo por causa de mais uma desilusão amorosa. Depois de dois anos de noivado a mulher que ele achava ser a ideal para sua vida simplesmente resolveu ir embora, o deixando completamente devastado. Leonard vive com os pais, trabalha na pequena loja de seu pai e não vê muitos motivos para seguir em frente com sua vida. Isso dura até conhecer a vizinha de prédio, a bela e atraente Michelle Rausch (Gwyneth Paltrow), uma garota dos sonhos. Mesmo machucado, Leonard resolve investir no seu novo interesse romântico, mas ela já tem um complicado relacionamento com um homem casado, com filhos, numa situação nada resolvida. Para piorar ainda mais sua vida sentimental seus pais querem que ele se acerte com Sandra (Vinessa Shaw) que parece ser uma boa pretendente para acabar com sua solteirice persistente e duradoura.

Bom filme. O diretor James Gray tenta contar um enredo envolvendo um triângulo amoroso dos mais improváveis. Todos os personagens apresentam algum tipo de problema emocional. Leonard foi diagnosticado como bipolar alguns anos atrás. Por essa razão ele não consegue lidar muito bem com perdas. Michelle vem de uma família com problemas mentais e não consegue se acertar na vida. Sandra mais parece uma solteirona desesperada para se casar com alguém, seja ele quem for. Ela tem vários problemas de auto estima o que trava sua vida amorosa. Como se vê os protagonistas passam longe da imagem de figuras românticas idealizadas, princesas e príncipes montados em cavalos brancos. Ao invés disso são pessoas comuns, tentando levar a vida, mesmo com vários obstáculos pelo meio do caminho. Gosto muito do estilo de interpretação de Joaquin Phoenix. Ele sempre parece perfeito para personagens limítrofes, esquisitões. Até hoje não sei se ele é assim mesmo na vida real ou se é algum tipo de fórmula que ele sempre usa para dar veracidade em seus trabalhos. Provavelmente seja o primeiro caso, quem sabe... De qualquer maneira funciona muito bem. Já Gwyneth Paltrow sempre surge muito elegante e sofisticada, mesmo quando seus papéis são de garotas à beira de um surto psicótico. Em suma, temos aqui um bom filme, ideal para assistir a dois.

Amantes (Two Lovers, EUA, 2008) Direção: James Gray / Roteiro: James Gray, Ric Menello / Elenco: Joaquin Phoenix, Gwyneth Paltrow, Isabella Rossellini, Vinessa Shaw, Samantha Ivers / Sinopse: Leonard (Phoenix) vê uma oportunidade de se recuperar do enorme fora que levou de sua noiva ao conhecer sua vizinha, a bela e sensual Michelle (Paltrow). Seus pais porém querem que ele se case com outra jovem, Sandra (Shaw), a filha de um amigo de seu pai. Filme indicado à Palma de Ouro do Cannes Film Festival. Também indicado ao Independent Spirit Awards nas categorias de Melhor Atriz (Gwyneth Paltrow) e Melhor Direção (James Gray).

Pablo Aluísio.