terça-feira, 16 de julho de 2013

30 Dias de Noite

Os vampiros andam passando por uma fase de juvenilização dentro do cinema. Saem os monstros sanguinários do passado para entrar românticos adolescentes com crises existenciais (embora tenham séculos de idade!). Felizmente nem tudo está completamente perdido. Algumas produções ainda conseguem manter o velho estilo. Uma delas é esse muito bom “30 Dias de Noite” onde os vampiros voltam a ter sua essência resgatada, ou seja, a de monstros sedentos por sangue que enxergam a raça humana apenas como uma forma de saciar sua sede. O curioso é que o resgate veio através do mundo dos quadrinhos já que o filme é baseado numa Graphic Novel de Steve Niles em 2002. O enredo era dos mais interessantes: um grupo de vampiros decide ir até o distante e frio Alasca para promover um verdadeiro massacre na cidadezinha de Barrow. O lugar é conhecido por ter um período do ano em que o sol não nasce por 30 dias (fruto da localização geográfica e do rigoroso inverno que se assola o lugar todos os anos).

Essa noite sem fim, que dura um mês inteiro, acaba sendo o cenário perfeito para um grupo de vampiros que desejam caçar cada humano do local. Para enfrentar o bando de seres da noite surgem o corajoso xerife Eban (Josh Hartnett) e sua assistente Stella (Melissa George). A luta porém não será nada fácil. Para quem não assistiu ainda ao filme fica a advertência de que “30 Dias de Noite” é bem violento. É uma longa luta entre presas e predadores. Os vampiros massacram os humanos que encontram pela frente enquanto esses tentam sobreviver de alguma forma. A produção é de bom nível, com ótima maquiagem e efeitos digitais. Também foi bem sucedido nas bilheterias a ponto de ganhar uma seqüência mas esqueça a continuação pois é de fato péssima. Assim fica a dica desse “30 Dias de Noite”, um filme de vampiros que resgata a velha mitologia do romantismo adolescente que se inseriu dentro da existência desses monstros da ficção.

30 Dias de Noite (30 Days of Night, Estados Unidos, 2007) Direção: David Slade / Roteiro: Steve Niles, Stuart Beattie / Elenco: Josh Hartnett, Melissa George, Danny Huston / Sinopse: Um grupo de vampiros decide atacar uma pequena cidade do Alasca que fica numa região isolada onde o sol não nasce por trinta dias seguidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Valente

Já que estamos falando sobre Jodie Foster eu me lembrei desse filme bem diferenciado de sua carreira, chamado simplesmente de “Valente”. Não se trata de um drama ou um roteiro leve e divertido, muito pelo contrário, é bem violento e prega a velha máxima de que quando o Estado não consegue mais punir os criminosos cabe aos próprios cidadãos fazer justiça pelas próprias mãos. Quando “Valente” chegou nas salas de cinemas houve algumas reações bem difundidas. Uma delas era uma bobagem completa. Como Jodie é supostamente uma das mais famosas lésbicas da indústria do cinema nos Estados Unidos (embora ainda no armário), ela estaria tentando entrar no milionário filão de filmes de ação com uma personagem “machona” e agressiva. O filme seria assim uma mensagem subliminar sobre suas preferências sexuais. A outra idéia que foi bem falada foi a de que Jodie na verdade estaria estrelando um verdadeiro “Desejo de Matar” de saias, uma produção nada sutil, de pura porrada e nada mais.

Na verdade “Valente” pode ser encarada até mesmo como um filme feminista, por mais estranho que isso possa parecer à primeira vista. Mostra uma mulher que sofreu um brutal e violento ataque que simplesmente resolve reagir, partindo para sua vingança pessoal. Não haveria assim nenhuma mensagem maior subentendida em tudo que vemos mas apenas uma boa estória que chamou a atenção de Foster. Não é desconhecido de todos que as mulheres seguem ainda sendo as principais vitimas da violência familiar e urbana. Como é o sexo mais frágil do ponto de vista da força física obviamente se torna muito vulnerável e exposta a esse tipo de coisa. Já em relação ao filme em si, o achei tecnicamente muito bem realizado embora adote uma estética crua, fria e direta. Jodie Foster, a menininha de olhos azuis do passado nos comerciais de produtos fofinhos, deixa de lado tudo isso para interpretar um de seus personagens mais físicos e viscerais. Seja lá qual for a mensagem que ela quis passar aqui o fato é que o filme em si é mesmo no mínimo bem interessante.

Valente (The Brave One, Estados Unidos, 2007) Direção: Neil Jordan / Roteiro: Roderick Taylor, Bruce A. Taylor / Elenco: Jodie Foster, Terrence Howard, Nicky Katt / Sinopse: Jovem mulher é vitima de um brutal e violento ataque. Recuperada ela decide partir para sua vingança pessoal.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de julho de 2013

Plano de Voo

Jodie Foster é uma profissional das mais interessantes do cinema americano. Ela que começou como atriz mirim conseguiu despontar para a carreira adulta com ainda mais brilho e desenvoltura (provando que nem todos os astros mirins viram adultos problemáticos). Na filmografia de Foster encontramos um grande ecletismo, com filmes de praticamente todos os gêneros mostrando como ela é de fato uma grande profissional, seja na atuação ou seja na direção. Aqui Foster deixa um pouco o seu lado cineasta para voltar à boa forma, atuando novamente. O filme tem um roteiro bem escrito, bem bolado, que se apoia quase que totalmente em uma única trama que acaba sendo extremamente bem desenvolvida ao longo da duração da película.

Jodie Foster interpreta Kyle Pratt. Viúva, ela mora na Alemanha e está trazendo o corpo do marido de volta aos Estados Unidos para ser sepultado. O problema é que bem no meio da cansativa viagem sua pequena filha simplesmente desaparece dentro da grande aeronave. Desesperada a personagem de Jodie enfrenta todos os tipos de problemas para solucionar o desaparecimento da sua filha, que tanto pode ser algo paranoico de sua mente como um fato real. O roteiro aliás joga muito bem com essa dualidade e não é raro o espectador parar para se perguntar se ela é um louca alucinada ou realmente um mãe que perde o contato com a filha durante o longo voo. O filme fez bastante sucesso em seu lançamento apesar do mal estar que foi criado com os comissários de bordo de empresas americanas que não digeriram muito bem a proposta do roteiro. No final das contas isso realmente foi excesso de preciosismo pois “Plano de Voo” nada mais é do que um suspense eficiente e bem arquitetado. Se você estiver em busca de algo assim então aproveite e tente descobrir todos os mistérios que cercam esse misterioso desaparecimento em pleno ar.

Plano de Voo (Flightplan, Estados Unidos, 2005) Direção: Robert Schwentk / Roteiro: Billy Ray, Peter A. Dowling / Elenco: Jodie Foster, Peter Sarsgaard, Sean Bean, Erika Christensen / Sinopse: Durante um voo comercial entre a Alemanha e Estados Unidos uma mãe entra em desespero ao perceber que sua pequena filha Júlia simplesmente desapareceu dentro do avião. Agora terá que lutar contra o tempo para descobrir o que aconteceu.

Pablo Aluísio.

Astro Boy

Astro Boy é um dos personagens mais queridos do mundo mangá no Japão. Foi criado em 1953 por Osamu Tezuka, considerado um dos grandes gênios em sua arte. Através de suas estórias pretensamente simples Tezuka desfilava muito da natureza humana e sua relação com o meio ambiente, a tecnologia e os valores mais importantes da sociedade. O mundo habitado por Astro Boy está destruído pela ganância humana. O planeta virou uma espécie de lata de lixo por anos de exploração desenfreada. Os humanos então decidem viver em uma grande cidade acima das nuvens chamada Metro City. E lá que o cientista Dr. Tenma cria Astro Boy após perder seu próprio filho. No pequeno robô ele insere os melhores valores humanos, além de dar ao pequeno invento grandes poderes que deverão sempre ser usados para o bem de todos.

Essa animação americana dirigida pelo cineasta David Bowers (Por Água Abaixo) resgata o personagem Astro Boy para o mundo de hoje. Embora seja uma produção Made in  USA o filme procura manter intactos as melhores características da obra de Osamu Tezuka. Na lista dos atores que fizeram as vozes da versão original temos Nicolas Cage um fã assumido de quadrinhos que na época declarou que participar da animação foi uma honra e que faria até de graça se fosse preciso, só para ter o prazer de participar de um projeto com esse personagem que para ele é um ícone. Em conclusão temos aqui uma animação das mais competentes aliada ao resgate de um dos mangás mais famosos de todos os tempos.

Astro Boy (Idem, Estados Unidos, 2009) Direção: David Bowers / Roteiro: Timothy Harris, baseado nos personagens criados por Osamu Tezuka / Elenco (vozes): Bill Nighy, Donald Sutherland, Freddie Highmore, Nathan Lane, Nicolas Cage / Sinopse: Animação que mostra a origem do personagem Astro Boy, um garoto-robô que luta contras as injustiças do mundo.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de julho de 2013

Operação Valquíria

Esse é aquele tipo de filme que todo mundo sabe como vai terminar mas que mesmo assim não deixa de ser interessante. Além disso é ótimo para quem se interessa pela história da Segunda Grande Guerra Mundial porque foi um fato real, que tentou mudar os rumos do maior conflito armado que o mundo já viu. Como se sabe a Alemanha Nazista era liderada com mãos de ferro pelo sanguinário ditador Adolf Hitler. Ele tinha um plano insano de expandir o chamado Terceiro Reich para além das fronteiras da Alemanha. Em sua distorcida visão havia uma raça superior formada pelos arianos, alemães altos e loiros, que deveriam dominar as demais raças inferiores (praticamente todo o resto do mundo). Para crescer e dominar a nova raça deveria ter um “espaço vital” e por essa razão Hitler começou a invadir todos os países da Europa. Aos poucos Tchecoslováquia, Polônia, Áustria e outros foram caindo em questão de semanas. O sucesso espetacular parecia garantir ao Fuhrer a dominação do mundo. Isso durou até o momento em que resolveu invadir a União Soviética (Rússia e países controlados por Moscou sob um regime comunista brutal). Péssima ideia pois a partir dessa invasão a Alemanha literalmente começou a perder a guerra pois o exército russo sob o comando de Stálin fez picadinho das tropas de Hitler.

O filme começa justamente quando as tropas do Eixo começavam a sofrer uma derrota atrás da outra no front russo. Foi a partir desse momento que um grupo de oficiais do exército decidiu se livrar de seu megalomaníaco e lunático líder. Aliás é bom de se dizer que Hitler em momento algum da guerra foi bem visto pelos altos oficiais do exército alemão. O ditador era encarado por muitos generais como um maluco sem qualquer tipo de visão militar ou estratégica (de fato enquanto esteve servindo o exército alemão na I Guerra Hitler nunca havia passado do reles posto de cabo). Comandados por um inepto muitos oficiais resolveram dar cabo ao chefe nazista. A operação que tentou acabar com a vida de Hitler foi a “Operação Valquíria”. A idéia era colocar uma bomba durante uma das reuniões do ditador com alguns comandantes militares. Depois de sua morte o exército alemão tentaria uma última e desesperada tentativa de rendição com os aliados. Tom Cruise interpreta o Coronel Claus von Stauffenberg, o oficial responsável em colocar a bomba perto de Hitler numa casamata secreta no meio da floresta onde o ditador se encontraria com seu QG. Como se sabe as coisas não deram muito certo e Hitler só foi parado mesmo quando o exército vermelho entrou em Berlim, destruindo tudo pelo caminho. Mas isso é o de menos, releve o fato de você saber como o filme termina e assista acompanhado tudo com os olhares curiosos de quem presencia a história se desenvolvendo ao sabor dos ventos.

Operação Valquíria (Valkyrie, Estados Unidos, 2008) Direção: Bryan Singer / Roteiro: Christopher McQuarrie, Nathan Alexander / Elenco: Tom Cruise, Kenneth Branagh, Bill Nighy, Tom Wilkinson, Terence Stamp / Sinopse: O filme detalha os planos para matar o ditador e líder nazista Adolf Hitler por um grupo de altos oficiais do exército alemão descontentes com os rumos da Guerra após a invasão da Rússia.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A Morte Pede Carona

Não adianta. Certas estórias já encontraram seus filmes definitivos e por isso qualquer tipo de refilmagem (ou remake, na linguagem dos gringos) soa desnecessária. Na década de 80 um pequeno filme B chamado “A Morte Pede Carona” causou sensação em seu lançamento. Era um roteiro simples, é verdade, mas muito bem conduzido. No elenco o chamariz era Rutger Hauer (um ator símbolo daquela época) que deitava e rolava na pele de um serial killer que atormentava a doce viagem de um casal de pombinhos em férias. O filme marcou toda uma geração que curtia naquele momento a explosão do mercado de vídeo VHS. Havia suspense, tensão e muita violência – mas tudo muito bem conduzido em um roteiro esperto e cheio de boas situações.

Pois bem, o tempo passa, e como Hollywood não parece mais ter tanto fôlego para criar algo de novo resolveu-se refilmar aquele enredo que tanto causou furor em sua época. Assim chegamos nesse novo “A Morte Pede Carona”, tentativa desnecessária e burocrática de ganhar alguns trocados em cima da fama do original. Como vivemos em tempos politicamente corretos muito da crueza do enredo original foi bem amenizada. A premissa inicial continua a mesma: Grace Andrews (Sophia Bush) e Jim Halsey (Zachary Knighton) formam o lindo casalzinho que decide sair pela estrada em um carro antigo para desfrutar a delícia de uma viagem a dois para aproveitarem o feriado. No caminho resolvem dar carona a John Ryder (Sean Bean). Bem, já deu para perceber que essa é definitivamente uma péssima idéia. O novo “A Morte Pede Carona” não entusiasma, não assusta e nem marca. É mais uma bobagem Made in Hollywood reciclada. Uma decepção que só serve para uma coisa: nos lembrar de como era realmente bom o filme original. Por isso esqueça esse remake e se possível prefira ver o primeiro filme, vai valer muito mais a pena. E não se esqueça: nunca dê carona a estranhos.

A Morte Pede Carona (The Hitcher, Estados Unidos, 2007) Direção: Dave Meyers / Roteiro: Eric Red, Jake Wade Wall / Elenco: Sean Bean, Sophia Bush, Zachary Knighton / Sinopse: Jovem casal resolve dar carona um rapaz no meio da estrada. A idéia se revelará péssima já que o caroneiro é na verdade um cruel psicopata.

Pablo Aluísio.

A Rocha

Segue sendo lembrado pelos fãs de filmes de ação como um dos melhores momentos da carreira de Sean Connery no gênero. Ele aqui estrela ao lado de Nicolas Cage (no auge da carreira, muitos anos antes de virar um sombra do que foi, estrelando filmes sem qualquer qualidade como vemos atualmente). O enredo é pura fantasia mas diverte e entretém como poucos. Um militar, general condecorado, Francis X. Hummel (interpretado pelo sempre ótimo Ed Harris), se revolta contra a situação dos veteranos e o tratamento que o governo dos EUA lhes dá e resolve tomar uma decisão realmente radical. Ao lado de um grupo de fieis aliados ele rouba um lote de armas químicas e se encastela na antiga prisão de Alcatraz ao lado de vários reféns. A partir daí ameaça atacar a cidade de San Francisco se não lhe forem pagos 100 milhões de dólares. Para deter suas pretensões terroristas o governo americano envia para a “rocha” (como era conhecida Alcatraz pelos prisioneiros que lá ficavam) um grupo de elite que conta com dois especialistas.

O primeiro é Stanley Goodspeed (Nicolas Cage), especialista em armas bioquímicas e o segundo o ex-detento e único homem a fugir da prisão de Alcatraz, John Patrick Mason (Sean Connery). Juntos tentarão deter os planos do obstinado general. “A Rocha” foi dirigido por Michael Bay e produzido pela dupla Jerry Bruckheimer e Don Simpson (que morreu poucos meses antes da estréia do filme). A presença do trio já deixa claro o que o espectador vai encontrar no filme. Muitas explosões, ação desenfreada e um roteiro não muito trabalhado. Michael Bay que vinha do sucesso “Bad Boys” ainda não tinha se tornado esse cineasta alucinado dos dias atuais, onde seus filmes mais parecem um festival de pirotecnia, mas já demonstrava em “A Rocha” os caminhos que iria seguir em sua carreira. É curioso também o fato de Sean Connery ter feito esse filme. Ele vinha numa fase de busca por reconhecimento artístico e de repente se viu envolvido nesse projeto de pura ação e pipoca (chegou inclusive a participar da produção como produtor executivo). Deixando tudo isso de lado não há como deixar de se divertir nesse filme. É obviamente um blockbuster de ação, sem maiores pretensões a não ser divertir as massas. Olhando sob esse ponto de vista “A Rocha” certamente cumpriu seus objetivos cinematográficos.

A Rocha (The Rock, Estados Unidos, 1996) Direção: Michael Bay / Roteiro: David Weisberg, Douglas Cook / Elenco: Sean Connery, Nicolas Cage, Ed Harris,  John Spencer / Sinopse: Um general renegado (Ed Harris) decide tomar Alcatraz armado com armas químicas. Após ameaçar atacar a cidade de San Francisco o governo americano envia um grupo de elite para o local com a finalidade de deter o obstinado militar.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Anjos da Lei

Talvez seja o momento de Hollywood parar de adaptar antigas séries de sucesso da TV para o cinema. Esse “Anjos da Lei” é um exemplo disso. Eles não conseguem acertar nem uma vez, a imensa maioria das adaptações é de uma mediocridade sem fim. O seriado original fez muito sucesso e chegou a ser exibido por longos anos na Rede Globo. Nunca fui muito ligado e acompanhei poucos episódios mas é inegável que foi muito bem sucedida, ganhando muitos fãs. Também revelou para a popularidade o ator Johnny Depp, que fazia um dos policiais infiltrados no meio dos jovens de uma escola de ensino médio. Não tinha esse timing de comédia pastelão que vemos aqui, muito pelo contrário, os roteiros tendiam para o drama mais adolescente, embora sem se descuidar das boas cenas de ação e perseguição.

Depois de vários anos de seu cancelamento o ator Jonah Hill resolveu produzir e estrelar essa nova versão de “Anjos da Lei”. A premissa é a mesma da série antiga, ou seja, dois tiras se infiltram entre os estudantes para prender traficantes de drogas da pesada. O problema é que nessa adaptação pouca coisa funciona – o roteiro é primário, estúpido, histérico, com todas aquelas explosões para disfarçar a falta de um texto minimamente bem escrito. Para piorar as piadas não funcionam e tudo vira uma bobagem sem graça. A única coisa boa no final das contas é uma participação nonsense de Johnny Depp, revivendo seu antigo personagem. O ator que abandonou a série no seu auge por não suportar o fato de estar virando um ídolo teen se mostra muito galhofeiro em sua pequena participação. Não é grande coisa mas pelo menos deixa um sorriso amarelo para o espectador. Em suma, comédia das mais bobocas que não diz a que veio e não convence como filme policial. Um desperdício completo. Corra para as colinas.

Anjos da Lei (21 Jump Street, Estados Unidos, 2012) Direção: Phil Lord, Chris Miller / Roteiro: Michael Bacall / Elenco: Jonah Hill, Channing Tatum, Brie Larson, Johnny Depp / Sinopse: Dois policiais se disfarçam de estudantes de ensino médio para prender um grupo de traficantes que está vendendo uma nova droga para a garotada.

Pablo Aluísio.

Sons of Anarchy

Já que falamos de Charlie Hunnam eu gostaria de tecer alguns comentários sobre essa ótima série “Sons of Anarchy” (Filhos da Anarquia) que é estrelada por ele. O enredo gira em torno de um moto clube, algo bem comum nos Estados Unidos, bastando lembrar do motoqueiros mais famosos que existe por lá – os Hell´s Angels. O SAMCRO (denominação que os próprios membros usam para se referir ao “Sons of Anarchy”) é formado por um grupo  de amigos que desejam viver a vida sobre duas rodas. Foi fundado por um grupo de veteranos do Vietnã que de volta ao lar e cansados da disciplina militar resolvem fazer o extremo oposto do que tinha vivido nas selvas asiáticas, onde tudo que o membro teria que fazer era beber, ouvir rock e sair por aí pilotando pela noite as potentes motos Harley-Davidson. O trama da série é criada justamente quando o Sons deixa de ser apenas um grupo de amantes de motocicleta para virar uma perigosa gangue de criminosos envolvidos em tráfico de drogas e armas, além de assassinatos e contrabando. Deixando de lado a bela mensagem de liberdade que ajudou a criar o grupo tudo o que é resta é muita violência e caos.

Alguns aspectos dessa série do canal FX são bem interessantes. Muitos dos episódios giram em torno da luta pela liderança do clube. De um lado o veterano Clay (interpretado pelo excelente Ron Perlman, sim ele mesmo de “Hellboy”). Do outro lado representando os mais jovens surge Jax (Charlie Hunnam de “A Tentação” que comentamos ontem). Ele é filho de um dos fundadores do Sons, que ao que tudo indica foi morto por Clay anos antes. Fora isso acompanhamos os tramas familiares dos personagens, sua tentativa de conviver com a policia e políticos corruptos da região e as incríveis manobras criminosas em que se envolvem com cartéis colombianos de tráfico de drogas e grupo paramilitares de irlandeses (com conexões com o IRA, famoso grupo terrorista daquele país). Tudo muito bem roteirizado, produzido e atuado. “Sons of Anarchy” é aquele tipo de série que merece ser acompanhado do primeiro ao último episódio.

Sons of Anarchy (Idem, Estados Unidos, 2008 - 2013) Criado por Kurt Sutter / Elenco: Charlie Hunnam, Ron Perlman, Katey Sagal, Mark Boone Junior / Sinopse: Numa pequena cidade dos EUA um grupo de motoqueiros chamados “Sons of Anarchy” tenta sobreviver às lutas e artimanhas envolvendo policiais corruptos, cartéis de drogas e contrabandistas de armas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A Tentação

Gavin Nichols (Charlie Hunnam) está à beira do colapso. Ele sobe em um alto edifício e ameaça se jogar lá de cima. Hollis Lucetti (Terrence Howard) é o policial encarregado de tentar convencer o potencial suicida a desistir de suas intenções. Para tentar compreender porque ele está ali naquela situação pede que Gavin diga porque está prestes a pular. A partir daí o jovem contará tudo o que lhe aconteceu para que ele tomasse essa decisão terrível. Começa assim esse ótimo “A Tentação”. Esse é um caso típico de produção subestimada que não conseguiu ter a devida atenção em seu lançamento. Na realidade o grande trunfo de “A Tentação” é o seu roteiro. Ao relembrar de tudo o que aconteceu o jovem Gavin conta como conheceu Shana Harris (Liv Tyler), uma nova empregada do hotel em que gerencia. Ela era tímida e muito discreta e morava no mesmo prédio que ele. Também era casada com Joe Harris (Patrick Wilson), um sujeito muito religioso, beirando às raias do fundamentalismo cristão. 

O casal logo se torna amigo de Gavin e o convida para jantar com eles em seu apartamento. O que parecia ser apenas um encontro social trivial se revela muito mais pois Gavin é assumidamente ateu e não acredita em Deus. Para ele Deus é uma criação humana, já que não existem provas de sua existência. A forma de pensar de Gavin logo choca Joe que tenta lhe converter o que faz o jantar acabar subitamente. O que Joe não desconfia é que Gavin e sua esposa Shana estão cada vez mais próximos, a ponto de terem um relacionamento amoroso. Esse romance obviamente trará sérias conseqüências para todos os envolvidos. “A Tentação” é um filme realmente muito bom, acima da média. Os diálogos são muito bem escritos e a dualidade entre um homem bom (mas ateu) e um religioso fervoroso e fanático (que ao saber da traição esquece todos os fundamentos cristãos) é o grande achado de todo o filme. O elenco é liderado por Charlie Hunnam, ator muito conhecido de quem acompanha séries americanas. Ele faz o personagem principal de “Sons of Anarchy” do canal FX.  Ao seu lado surge Liv Tyler, em um papel bem diferente do que é habitualmente acostumada a fazer. Ela é uma esposa reprimida pelo marido, um evangélico alucinado. Não há a sensualidade tão famosa dela em cena. O resultado final é excelente. Em termos de argumento é um dos melhores filmes recentes lançados. Em seu texto mesclam-se assuntos de extrema relevância como adultério, fanatismo, religião, homofobia, amizade e muito mais. Não deixe de assistir.

A Tentação (The Ledge, Estados Unidos, Alemanha, 2011) Direção: Matthew Chapman / Roteiro: Matthew Chapman / Elenco: Charlie Hunnam, Terrence Howard, Liv Tyler, Patrick Wilson / Sinopse: Jovem esposa começa a trair o marido, um evangélico fanático, com o gerente do hotel onde trabalha. A traição irá trazer graves conseqüências para todos os envolvidos.

Pablo Aluísio. 

Em Transe

O famoso quadro “As Bruxas no Ar” está exposto em um grande leilão em Londres. A obra vale alguns milhões de dólares, não apenas por suas qualidade artísticas mas históricas também, pois é um marco do realismo nas artes plásticas. No meio dos lances porém algo inesperado acontece. Um grupo de ladrões entra no recinto e joga gás lacrimogêneo no meio do público. Todos correm para fora menos Simon (James McAvoy) pois é sua função proteger as obras de arte em situações como essa. Sem pensar duas vezes ele leva o quadro de Goya para os fundos da casa de leilão. O objetivo é deixar a obra no cofre de segurança máxima localizado atrás do palco mas antes que isso aconteça ele é interceptado pelos bandidos que tomam de posse o estojo onde deveria estar o quadro. Após sofrer uma forte pancada dada por um dos assaltantes Simon desmaia e cai. Os bandidos fogem pensando estar com o quadro mas ficam surpresos ao descobrir que dentro do estojo não se encontra a obra de Goya!

Mas afinal onde foi parar o milionário “Bruxas no Ar”? Essa é a premissa inicial desse “Em Transe”, novo filme do cineasta Danny Boyle. Pela cena inicial (descrita acima) é de se supor que se trata de um bom filme de roubos, com muita ação e violência mas a proposta não é bem essa. Assim que Simon (McAvoy) sofre a agressão ele perde a memória, fazendo com que a localização do quadro fique desconhecida, afinal ele seria a única pessoa que saberia do paradeiro da obra milionária. Para tentar descobrir onde ele próprio escondeu “Bruxas no Ar” ele começa um tratamento de hipnose com a Dra. Elizabeth (Rosario Dawson) que por sua vez também começa a querer tomar posse da obra. Revelar mais seria estragar as surpresas do filme ao espectador. De antemão é bom avisar que essa é mais uma daquelas tramas que sofrem várias reviravoltas ao longo do filme. Nem tudo é o que parece ser e nem todos são os mocinhos ou bandidos que o roteiro leva a pensar. Infelizmente o diretor Danny Boyle parece perder a mão em determinado momento por causa das várias reviravoltas que vão acontecendo. Em certas cenas o próprio espectador ficará perdido sem saber se o que vê na tela é real ou fruto apenas da hipnose de Simon. No geral é um bom filme mas que poderia ser bem melhor se fosse melhor conduzido.

Em Transe (Trance, Inglaterra, 2013) Direção: Danny Boyle / Roteiro: Joe Ahearne, John Hodge / Elenco: James McAvoy, Vincent Cassel, Rosario Dawson / Sinopse: Após sofrer uma agressão durante o roubo a uma famosa obra de arte o funcionário de uma casa de leilões resolve participar de sessões de hipnose para tentar lembrar onde escondeu o quadro milionário “As Bruxas no Ar” do pintor Goya. A solução do mistério despertará a cobiça não apenas do grupo de ladrões mas também da própria psiquiatra responsável pela hipnose dada ao seu paciente.

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Jurassic Park 3

Terceira e até agora última seqüência da franquia Jurassic Park (há rumores que um quarto filme esteja nos planos de Spielberg). Aqui temos a volta do personagem Dr. Alan Grant (interpretado pelo ótimo ator Sam Neill). Ele está de volta ao trabalho de pesquisa, procurando por novos fósseis e dando palestras para alunos na universidade. Ele tenta de todas as formas esquecer tudo o que lhe aconteceu no primeiro filme mas isso o persegue em todos os lugares. As coisas parecem mudar de rumo quando é contactado por Paul Kirby (William H. Macy, como sempre muito bem em cena). Ele afirma ao renomado cientista que é um grande empresário e que teria autorização para sobrevoar a ilha de Sorna ao lado da esposa. Para tanto gostaria de contratar os serviços do Dr. Grant como guia da viagem. A proposta soa tentadora e Kirby oferece uma quantia absurda pela possibilidade de contar com o renomado cientista na viagem. O que não se sabe é que na verdade o rico empresário não é tão rico como se pensa e nem está interessado em dinossauros mas sim em resgatar seu filho que desapareceu na ilha.

Como era de se esperar tudo acaba saindo errado. O avião cai e todos ficam expostos aos perigos da ilha que está recheada de dinossauros carnívoros, como Velociraptors, Tiranossauros e demais espécies. Em termos de monstros digitais a novidade vai para os Pterossauros, que ganham grande destaque na aventura. “Jurassic Park 3” não contou com a direção de Spielberg que deu o bastão para Joe Johnston que não tinha muita experiência no currículo. O resultado soa irregular. A trama é básica e a sensação de que o filme só existe para mostrar os dinos digitais é recorrente. Nem mesmo a presença de Sam Neill interpretando o carismático cientista Dr. Grant salva o filme da mesmice. Para piorar Spielberg novamente injeta sua dose de pieguice no relacionamento do garoto perdido na ilha e seus pais divorciados (uma velha obsessão do cineasta, obviamente inspirada em sua própria vida pessoal). No geral é um filme bem realizado tecnicamente, com boas seqüências de efeitos digitais e é só. O roteiro é simplório e nem os dinossauros soam mais tão fantásticos como antes. 

Jurassic Park 3 (Jurassic Park III, Estados Unidos, 2001) Direção: Joe Johnston / Roteiro: Peter Buchman, Michael Crichton / Elenco: Sam Neill, William H. Macy, Téa Leoni, Trevor Morgan, Laura Dern / Sinopse: Um empresário em busca de seu filho acaba voltando para a Ilha de Sorna onde ao lado do cientista Grant tentará sobreviver ao ataque de várias espécies de dinossauros.

Pablo Aluísio.

Rei Arthur

Existe muita especulação histórica sobre a existência real ou não do mitológico Rei Arthur. Até bem pouco tempo atrás havia um consenso entre os historiadores de que Arthur era de fato apenas um personagem literário que teria nascido nas antigas canções medievais dos trovadores que iam de vila em vila encantando seu público ao cantar as estórias de um rei justo, leal e devotado ao seu povo que havia existido há muitos anos, em um passado perdido na memória. Essa era a tese mais aceita entre os especialistas até que começou a surgir uma nova corrente afirmando que Arthur foi de fato um soberano do mundo real que teria governado logo após a saída das tropas romanas da Bretanha. Ele assim teria surgido no vácuo deixado pelas tropas imperiais de Roma que teriam voltado para a cidade eterna com o objetivo de amenizar as inúmeras crises que se abatiam na capital do império (pois Roma já estaria vivendo seus dias de queda e decadência).

O roteiro do filme então abraça essa segunda visão. O Arthur desse filme surge justamente dentro desse contexto histórico e isso é a primeira grande diferença de outros retratos feitos do lendário Rei no cinema. De fato sempre ficamos acostumados a ver Arthur como um Rei medieval, que reinou na chamada Baixa Idade Média. Já o Arthur que emerge nas telas aqui é um soberano do mundo antigo, ainda enfrentando os últimos suspiros das tropas romanas em seu país. Infelizmente o roteiro muitas vezes se preocupa mais com a ação e as cenas de batalhas do que por fatores históricos propriamente ditos. Mesmo assim é aquele tipo de produção que vale muito mais pelo que propõe do que por suas qualidades cinematográficas. Certamente não é um filme perfeito, tem furos e lacunas em seu enredo mas no final das contas tudo é salvo pela idéia interessante e moderna que defende. Teria mesmo Arthur sido um monarca justo e digno? Teria mesmo existido? Infelizmente nunca saberemos a resposta mas não custa nada também sonhar um pouco não é mesmo?

Rei Arthur (King Arthur, Estados Unidos, 2004) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: David Franzoni / Elenco: Clive Owen, Ioan Gruffudd, Keira Knightley / Sinopse: O filme tenta mostrar uma outra visão sobre o lendário Rei Arthur (Clive Owen). Sae o monarca medieval e entra em cena o rebelde nacionalista que luta contra as tropas do Império Romano na Bretanha.

Pablo Aluísio.

Jogos Mortais

Dentre as franquias de terror atuais uma das trajetórias mais curiosas foi a de “Jogos Mortais”. O primeiro filme era uma produção independente, de orçamento praticamente mínimo, com atores desconhecidos do grande público que conseguiu chamar atenção no concorrido Sundance Festival, aquele mesmo mantido pelo ator Robert Redford que funciona como um grande incentivo e promoção para filmes pequenos, independentes, procurando por distribuidores que aceitem lançar as películas em nível nacional. “Jogos Mortais” chamou logo a atenção por causa de seu roteiro singular e trama instigante. Além disso era extremamente violento o que chocou algumas pessoas em suas primeiras exibições. Quase todo o filme era ambientado em um só lugar: um banheiro imundo onde dois homens tentavam fugir da armadilha em que estavam encurralados. Ao seu lado jazia um corpo já em decomposição. Mas afinal de contas como eles foram parar lá? Eles teriam algo em comum? Quem os teria colocado naquela situação aflitiva?

Após alguns momentos eles descobrem que o cadáver tem em uma das mãos um pequeno gravador. Intrigados os dois acorrentados resolvem ouvir o que a fita tem a dizer e descobrem finalmente que estão em um verdadeiro jogo mortal, arquitetado e planejado por uma mente doentia pertencente ao serial killer Jigsaw (Tobin Bell). Não é preciso dizer que assim que “Jogos Mortais” foi bancado por um grande estúdio e ganhou lançamento nacional (e internacional) ele logo virou uma febre entre os fãs de filmes de terror. Era de fato um filme diferente, extremo, gore, que não fazia concessões. O sucesso foi espetacular. Não era para menos pois há tempos não aparecia um personagem tão marcante como Jigsaw, um assassino extremamente inteligente e ardiloso que colocava suas vitimas em situações limites, onde a chance de escapar tinha que passar por decisões horríveis por parte das vítimas. Era um jogo sádico, visceral, que expunha todas as hipocrisias das vidas dos que entravam nessa sinistra situação. Depois que “Jogos Mortais” virou um grande sucesso de bilheteria se tornou uma das franquias mais rentáveis e lucrativas do cinema americano contabilizando até o momento seis seqüências. Falaremos dessas continuações no momento oportuno. Por enquanto fica a dica de “Saw” uma das melhores produções surgidas no cinema de terror nos últimos anos. 

Jogos Mortais (Saw, Estados Unidos, 2004) Direção: James Wan / Roteiro: Leigh Whannell, James Wan / Elenco: Tobin Bell, Leigh Whannell, Cary Elwes, Danny Glover / Sinopse: Dois homens caem em uma armadilha mortal montada por Jigsaw (Tobin Bell), um verdadeiro jogo mortal do qual dificilmente sairão vivos.

Pablo Aluísio.

True Lies

Mais uma parceria entre o diretor James Cameron e o ator Arnold Schwarzenegger. Ambos tinham se dado extremamente bem nos filmes da série “O Exterminador do Futuro” e voltavam a trabalharem juntos novamente. A diferença é que aqui nada é levado muito à sério. De fato o filme tem uma levada mais para o humor, chegando ao ponto de fazer piada até mesmo com os clichês mais recorrentes dos filmes de ação. Aliás o ator Arnold Schwarzenegger vinha cada vez mais tentando emplacar nessa linha mais divertida, principalmente após o sucesso de “Irmãos Gêmeos”, uma fita com muito bom humor que acabou sendo muito bem sucedida nas bilheterias. O que parecia evidente é que Schwarzenegger queria deixar a atitude de durão quebra ossos de lado para vender uma imagem mais simpática, como um gigante de músculos bem mais amável e boa praça. Já James Cameron procurava por outro grande sucesso comercial na carreira. Ele nunca escondeu o fato de fazer filmes para as massas, para o grande público. Sempre foi um cineasta especializado em blockbusters e nunca escondeu isso de ninguém.

Com ótimos efeitos especiais “True Lies” contava em seu enredo a estória de Harry Tasker (Arnold Schwarzenegger), um agente secreto do governo americano especializado em terrorismo internacional que esconde sua verdadeira função até mesmo da esposa com quem está casado há vários anos. Ela pensa que o maridão nada mais é do que um vendedor de produtos de informática. A esposa Helen (Jamie Lee Curtis, em caracterização divertida), então decide sair da rotina ao se envolver com alguém mais perigoso e menos banal que seu marido. Assim começa a se sentir atraída por Simon (Bill Paxton), um vendedor de carros que diz ser espião (embora não seja coisa nenhuma!). É na realidade do extremo oposto de seu marido que é um espião de verdade disfarçado de homem comum. Após vários desencontros a entediada esposa termina se envolvendo de verdade em um caso extremamente perigoso de terrorismo cujo alvo principal é justamente o seu esposo. Como se pode perceber “True Lies” mescla uma comédia de costumes com um filme de ação desenfreada. A estranha combinação deu muito certo, por mais estranho que isso possa parecer, e deu a Arnold Schwarzenegger e James Cameron mais um grande sucesso de bilheteria em suas carreiras. Curiosamente o filme nunca teve uma seqüência. Por anos se especulou que o ator se uniria novamente a Cameron para levar a estória adiante mas isso definitivamente nunca aconteceu. Quem sabe um dia venha a acontecer, embora nessa altura do campeonato seja bastante improvável.

True Lies (Idem, Estados Unidos, 1994) Direção: James Cameron / Roteiro: Claude Zidi, Simon Michaël / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Jamie Lee Curtis, Tom Arnold, Bill Paxton, Tia Carrere / Sinopse: Agente do governo americano esconde seu trabalho por anos da esposa mas agora terá que revelar tudo uma vez que ela também vira alvo dos bandidos internacionais.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Atividade Paranormal 3

Um jovem casal e suas duas pequenas filhas começam a notar alguns barulhos e acontecimentos estranhos na casa onde moram. O marido que trabalha filmando casamentos resolve então colocar seu equipamento para filmar automaticamente a residência durante as madrugadas. Para piorar ainda mais a situação a filha mais jovem afirma ter um amigo imaginário chamado Toby, que conversa e interage com ela todos as noites. As imagens captadas pelas câmeras ao redor da casa irão revelar o que de fato está acontecendo. “Atividade Paranormal 3” é mais um filme da franquia mockumentary mais bem sucedida do cinema atual. Conhecido por alguns como “falso documentário” essa estética procura recriar os registros amadores, ou seja, filmagens caseiras, não profissionais, feitas por pessoas comuns em situações excepcionais. Desde “A Bruxa de Blair” que essa forma de filmar vem ocupando cada vez mais espaço no gênero terror e encontra aqui em “Atividade Paranormal” um ótimo veículo comercial, já que todos os filmes da franquia foram bem sucedidos de bilheteria.

Nesse em particular o enredo é um pouco mais fantasioso do que os demais. Os sustos não são tantos mas a imersão em uma trama que envolve bruxas e magia negra faz uma curiosa ligação com, ora vejam só, o clássico mockumentary definitivo, o já citado “A Bruxa de Blair”. Como os espectadores já estão acostumados essa série exige uma certa dose de paciência pois são muitos os momentos em que ficamos assistindo cenas supostamente gravadas de forma amadora sem que nada de importante aconteça de fato. Mesmo assim há pelo menos dois bons sustos nas cenas do armário e na cozinha com o pano em forma de fantasma. Fora isso nada de muito especial ou digno de nota. Nada de efeitos especiais caprichados ou cenas espetaculares como convém a essa franquia “Atividade Paranormal”. É a tal coisa, caso você gosta do estilo pode assistir sem receios mas se essa não for sua praia não adianta insistir pois é de maneira em geral mais do mesmo.

Atividade Paranormal 3 (Paranormal Activity 3, Estados Unidos, 2011) Direção: Henry Joost, Ariel Schulman / Roteiro: Christopher Landon, Oren Peli / Elenco: Lauren Bittner, Christopher Nicholas Smith / Sinopse: Família é atormentada por estranhos fenômenos paranormais que são atribuídos ao amigo imaginário de um das garotinhas.

Pablo Aluísio.

O Grande Dave

Ah Eddie Murphy! Um dia a festa acaba, a fama se vai e tudo o que sobra é tentar reviver os antigos anos de glória estrelando um filme atrás do outro para que algum dia tudo volte a dar certo. Esse “O Grande Dave” é mais uma tentativa do comediante em voltar ao topo. Após os trabalhos de dublagem nos filmes “Shrek”, Murphy queria voltar à velha forma, estrelando um novo filme em carne e osso. O projeto escolhido foi esse, o que de inicio soou como uma péssima ideia pois um dos maiores desastres de sua carreira, “Pluto Nash”, também tentava combinar comédia com Sci-fi. Ignorando essa má experiência anterior Eddie afirmou ter adorado o enredo fora do comum do projeto e tentou mais uma vez acertar o rumo do sucesso. O resultado? Um filme até que bem realizado tecnicamente mas que não consegue em nenhum momento relembrar os hilariantes filmes do ator nos anos 80. Lembrando até mesmo de filmes da Disney das décadas de 60, esse “Grande Dave” tentava até ser bem original.
   
O que mais prejudica o filme é justamente seu roteiro que não tem muito pé, nem cabeça. Eddie interpreta Dave, que na realidade é apenas uma sofisticada nave espacial comandada por pequenos alienígenas. Todas as funções executadas por Dave são controladas por equipes bem treinadas em seu interior que dão as diretrizes para seus atos. As coisas começam a complicar quando o objetivo passa a ser conquistar uma mulher humana. Se você não viu o filme ainda deve estar se perguntando que loucura de argumento é esse! Pois é, o público também achou esquisito demais e o filme, como não poderia deixar de ser, foi outro fracasso no currículo de Murphy. Ficou óbvio que nem todo mundo comprou a idéia estranha do roteiro, o que é natural pois esse tipo de estoria exige uma certa cumplicidade do espectador (e nem todo mundo tem boa vontade para isso). De uma forma ou outra se você embarcar na onda do filme poderá até mesmo dar uma ou duas boas risadas dessa rara comédia romântica de ficção!

O Grande Dave (Meet Dave, Estados Unidos, 2008) Direção: Brian Robbins / Roteiro: Rob Greenberg, Bill Corbett / Elenco: Eddie Murphy, Elizabeth Banks, Gabrielle Union / Sinopse: Dave (Eddie Murphy) é uma nave espacial em forma de ser humano que tenta se relacionar com outras pessoas. Na realidade todos os seus comandos são determinados por pequeninos alienigenas que trabalham em seu interior.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de julho de 2013

O Dia Em Que a Terra Parou

Com o sucesso espetacular de “Guerra dos Mundos” de Spielberg Hollywood resolveu reciclar mais alguns clássicos da ficção científica da década de 50. A bola da vez acabou sendo “O Dia Em Que a Terra Parou”, um dos mais cultuados filmes daqueles anos. O filme original era uma mensagem pacifista em uma época em que duas potencias nucleares se enfrentavam numa corrida armamentista sem precedentes. Com um roteiro extremamente inteligente ele evidenciava, através de uma estoria de ficção, a situação em que o mundo vivia. Pois bem, nesse remake a sutileza é deixada de lado para mais uma vez se investir pesadamente em toneladas de efeitos digitais enquanto o conteúdo que tornou o primeiro filme um clássico era ignorado sem maiores cerimônias. E onde foi parar a mensagem marcante do filme original? Em lugar nenhum, o novo “O Dia Em Que a Terra Parou” era puro pixel e nada mais. 

O enredo é praticamente o mesmo, pelo menos em sua premissa principal. No Central Park em Nova Iorque uma grande espaçonave pousa suavemente. Dela saem dois tripulantes, um homem e um grande robô gigante. Eles trazem uma mensagem de paz mas antes que consigam transmitir aquilo que desejam são atacados covardemente por membros das forças armadas americanas no local. O gesto de violência gratuita acaba gerando uma série de eventos que se tornam literalmente catastróficos para os seres humanos. Além dos problemas de roteiro esse remake tem outro sério problema: o ator principal, Keanu Reeves, se mostra completamente apático o filme inteiro, sem qualquer tipo de envolvimento maior. Sua apatia afunda o filme do ponto de vista dramático e a partir daí tudo se resume mesmo a uma série de efeitos digitais sem fim (e sem finalidade nenhuma para deixar bem claro). O resultado comercial foi considerado morno, já que passou muito longe de repetir o sucesso de “Guerra dos Mundos”. Melhor assim, já que de agora em diante os produtores de Hollywood pensarão duas vezes antes de estragar qualquer outro clássico sci-fi dos anos 50.

O Dia Em Que A Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, Estados Unidos, 2008) Direção: Scott Derrickson / Roteiro: David Scarpa, Ryne Douglas Pearson, Stuart Hazeldine, baseados no conto original escrito por Harry Bates / Elenco: Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Kathy Bates, Jon Hamm, John Cleese, Jaden Smith, Kyle Chandler / Sinopse: Uma nave especial pousa no Central Park em Nova Iorque. Dentro dois tripulantes vem com uma mensagem de paz e advertência para os rumos que a humanidade está tomando mas viram alvos gratuitos das forças armadas americanas.

Pablo Aluísio.

A Guerra dos Mundos

O original é um dos grandes clássicos do cinema sci-fi americano da década de 50. Esse aqui é o badalado remake que foi realizado com orçamento milionário, tendo no elenco o astro Tom Cruise e na direção o aclamado Steven Spielberg. Curiosamente os produtores optaram por um roteiro bem fiel ao primeiro filme, com algumas mudanças, é óbvio, mas também com uma postura de respeito e veneração pela obra original. O enredo todos conhecemos. De repente o nosso pequeno planeta Terra recebe visitantes nada simpáticos, vindos do universo com o firme propósito de destruir a humanidade e explorar os recursos naturais do nosso ecossistema. A primeira vez que assisti “Guerra dos Mundos” me lembrei de um programa Cosmos em que o excelente Carl Sagan questionava se era realmente uma boa idéia tentar entrar em contato com vida inteligente no universo, caso ela existisse. Isso porque a humanidade poderia virar alvo de uma raça superior do ponto de vista tecnológico.

Pois é justamente isso que temos aqui. Dirigido por Steven Spielberg o filme era a aposta de Cruise para voltar ao topo das maiores bilheterias. O fato é que remakes que ousam mexer com filmes consagrados do passado sempre correm o risco de se darem mal. A crítica torceu o nariz para a produção mas a união de Spielberg, Cruise e efeitos especiais de última geração se mostraram imbatíveis nas bilheterias. O filme se tornou um grande sucesso, chegando quase aos 600 milhões de dólares em faturamento. Mesmo com todo esse êxito comercial a produção ainda não consegue, mesmo nos dias de hoje, agradar aos especialistas no gênero que a consideram megalomaníaca e desprovida de alma. De qualquer forma como puro e simples entretenimento o novo “Guerra dos Mundos” cumpre o que promete. Se no primeiro filme o medo dos visitantes era uma metáfora da guerra fria, agora Spielberg manipula os acontecimentos em favor da mais simplória diversão pipoca. Se é isso que você procura então não deixe de conferir a essa nova visão do antigo clássico de ficção.

A Guerra dos Mundos (War of the Worlds, Estados Unidos, 2005) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Josh Friedman, David Koepp / Elenco: Tom Cruise, Dakota Fanning, Miranda Otto, Tim Robbins / Sinopse: O planeta Terra é invadido por terríveis seres espaciais que desejam se apoderar dos recursos naturais do ecossistema, destruindo a humanidade nesse processo.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de julho de 2013

Redenção

Esse é o novo filme do ator Jason Statham. Está sendo lançado com dois títulos diferentes, um no mercado britânico e outro nos Estados Unidos, cujas distribuidoras sempre procuram por um nome mais comercial frente ao público americano. Aqui Jason interpreta Joey Jones, um veterano inglês da guerra do Afeganistão. Após ver seu pelotão ser dizimado por inimigos ele acaba perdendo a razão e sai a esmo no meio de civis afegãos procurando por vingança. Escolhendo ao acaso  suas vitimas ele comete vários crimes de guerra ao executar pessoas inocentes (chegando ao ponto de enforcar um pai de família na frente de seus filhos apenas para saciar seu instinto de retaliação). Após esses fatos lamentáveis ele é desligado das forças armadas e levado a uma corte marcial mas antes que isso aconteça foge, indo morar nas ruas de Londres, vivendo praticamente como um sem-teto, um vagabundo qualquer. Sofrendo de problemas psicológicos ele acaba sendo espancado e na ânsia de fugir encontra um belo apartamento cujo morador ficará em Nova Iorque até o verão.

A partir desse ponto sua vida começa a mudar para melhor. Ele começa a se vestir bem, cuidar de sua aparência e acaba arranjando emprego como motorista de um membro da máfia chinesa em Londres. Também não esquece das pessoas que lhe ajudaram quando estava na sarjeta, entre elas uma freira católica e uma jovem que também era moradora de rua como ele. Quando essa é brutalmente morta ele resolve procurar por seu assassino, o que o traz de volta psicologicamente para seus dias de combate no Afeganistão. Temos aqui um bom filme, realmente acima da média das produções estreladas por Jason Statham. Não se trata apenas de mais um filme de pura ação e pancadaria do ator. De forma surpreendente no roteiro há toda uma preocupação em desenvolver bem os personagens principais.  No geral é um filme que provavelmente agradará tanto aos fãs dos filmes do estilo mais brucutu de Statham quanto dos que querem apenas assistir a uma película com uma boa estória. Se trata de mais um ponto positivo na filmografia de Jason Statham, que vem desempenhando muito bem o papel de legitimo herdeiro dos antigos astros de filmes de ação da década de 80.

Redenção (Redemption /  Hummingbird, Estados Unidos, Inglaterra, 2013) Direção: Steven Knight / Roteiro: Steven Knight / Elenco: Jason Statham, Agata Buzek, Vicky McClure / Sinopse: Joey (Statham) é um veterano de guerra que para fugir da corte marcial vai parar nas ruas de Londres, vivendo como sem-teto. Após ser brutalmente espancado resolve mudar os rumos de sua vida. Entra para a máfia chinesa e procura ajudar uma jovem freira católica em seus atos de caridade com os mais pobres. No fundo ele busca por algum tipo de redenção pelos crimes que cometeu.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sinais

Nas décadas de 70 e 80 começaram a surgir estranhos desenhos em plantações dos EUA e Inglaterra. Eram símbolos ou sinais bem delimitados, feitos com bastante precisão. Na época houve muita especulação sobre as origens de tais sinais e como sempre acontece nesse tipo de situação logo surgiram teorias bem curiosas. Algumas atribuíam essas marcações nas plantações a visitas de civilizações extraterrestres. Hoje em dia sabe-se que a maioria foi realmente feita por fazendeiros com muito tempo livre mas de uma forma ou outra a lenda prosperou e assim entrou dentro da cultura pop. Foi partindo dessa premissa que o cineasta M. Night Shyamalan resolveu explorar de forma bem imaginativa esse curiosos desenhos geométricos. “Sinais” foi realizado em uma época de prestigio e sucesso na carreira do diretor (hoje em dia ele sofre de uma crise criativa sem precedentes como todos sabemos). O enredo mostrava uma típica família americana do interior. Morando em uma pequena fazenda no meio oeste daquele país eles logo descobrem o fenômeno presente em suas próprias plantações.

O chefe da família é o Reverendo Graham Hess (Mel Gibson). Ele passa por uma séria crise de fé após a morte de sua esposa. Ao seu lado moram seus filhos e seu irmão. A rotina pacata da família começa a mudar quando Graham percebe vários desenhos em seu campo de cultivo. Sem maiores explicações ele tenta compreender do que se trata tudo aquilo até o dia em que entende que no fundo os tais desenhos são na verdade mapas de sinalização para localização de naves extraterrestres. Fantasioso demais para você? Achou parecido com filmes de ficção da década de 50? De certa forma sim, M. Night Shyamalan tentou recriar de alguma maneira o charme daquelas antigas produções sci-fi mas com um diferencial: ele também investiu bastante em criar um clima de tensão e medo ao estilo Hitchcock. Outro aspecto positivo é a maneira como o diretor tenta mostrar a suposta invasão alienígena. Ele parte do ponto de vista da família, a forma como seria vista esse tipo de situação sob o olhar de um grupo familiar comum e não de forma estrondosa e espetacular como em filmes como “Independence Day”. Mel Gibson, um ator complicado de se dirigir está bem e o restante do elenco não compromete. Da safra mais bem sucedida de M. Night Shyamalan “Sinais” é certamente um dos mais criativos e imaginativos filmes de sua autoria. Para quem gosta do estilo do cineasta realmente é um prato cheio.

Sinais (Signs, Estados Unidos, 2002) Direção: M. Night Shyamalan / Roteiro: M. Night Shyamalan / Elenco: Mel Gibson, Joaquin Phoenix, Rory Culkin / Sinopse: uma típica família do interior dos Estados Unidos é surpreendida por uma iminente invasão extraterrestre.

Pablo Aluísio.

New York, New York

Jimmy Doyle (Robert De Niro) é um saxofonista boêmio que volta da II Guerra Mundial e decide se casar com uma talentosa cantora, Francine Evans (Liza Minnelli), que tem o sonho de virar uma grande estrela de Hollywood. “New York, New York” foi uma curiosa tentativa do diretor Martin Scorsese em dirigir um musical ao velho estilo. Apaixonado por filmes antigos ele tentou, nessa rara incursão pela gênero, renovar e revitalizar os antigos musicais inspirados  nas peças da Broadway. Apesar dos grandes talentos envolvidos não há como negar que se trata de um filme bem abaixo das expectativas. Scorsese não mostra muita intimidade com musicais tornando o filme lento, pesado, muito melodramático para algo que deveria ser leve, divertido, simpático. A escolha de Robert De Niro também se mostra um equivoco já que ele definitivamente não leva jeito para a coisa, demonstrando em vários momentos que não tem qualquer familiaridade com o instrumento musical que finge tocar o filme inteiro.

Assim com tantos marinheiros de primeira viagem em filmes musicais sobra para Liza Minnelli a complicada tarefa de salvar musicalmente o filme, coisa que faz com raro brilhantismo. Não é de se estranhar já que Liza é um talento nato, que descende de uma linhagem de grandes cantoras. Ela se destaca pois tem talento musical para dar e emprestar ao resto do elenco. Apesar disso o filme não foi bem nem de bilheteria e nem de critica, que não comprou a idéia de Scorsese. Anos depois De Niro reconheceu os problemas do filme afirmando que já sabia que não daria certo pois Scorsese não tinha experiência com esse tipo de produção. Assim “New York, New York” foi sendo gradualmente esquecido até que Frank Sinatra resolveu resgatar a canção tema do filme, a transformando em um de seus maiores sucessos na carreira. Uma canção que virou símbolo da cidade de Nova Iorque sendo sempre lembrada em inúmeros filmes e comerciais até os dias de hoje. Um ícone cultural representativo de uma das maiores metrópoles do mundo.

New York, New York (New York, New York, Estados Unidos, 1977) Direção: Martin Scorsese / Roteiro: Earl Mac Rauch, Mardik Martin / Elenco: Liza Minnelli, Robert De Niro, Lionel Stander / Sinopse: O filme narra as duras lutas de um casal de artistas em Nova Iorque após o fim da segunda guerra mundial.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Blue Bloods

Séries policiais sempre estiveram no ar na TV americana. É uma tradição que vem de décadas. A explicação é fácil de entender. Casos policiais podem ser renovados a cada episódio em um ciclo interminável de enredos explorando novos crimes todas as semanas. Esse “Blue Bloods” estreou em 2010 no canal CBS e desde então tem sido um dos campeões de audiência por lá, sendo exibida em horário nobre. O elenco é liderado pelo ator Tom Selleck. Para quem é muito jovem é bom saber que ele estrelou uma das séries mais populares da TV americana, “Magnum”, onde interpretava um detetive no Havaí. Fez tanto sucesso que chegou a ser exibida por anos a fio pela Rede Globo em nosso país. Aqui Selleck volta ao mundo da telinha após passar uma temporada tentando emplacar uma carreira no cinema (que não resultou em nada muito memorável).

O enredo mostra uma família de policiais de Nova Iorque. São três gerações de tiras, desde o avô Reagan, até seu filho, Frank Reagan (Tom Selleck), atual comissário do NYPD (Departamento de Polícia de Nova Iorque). Na trama ele tem três filhos: Danny Reagan (Donnie Wahlberg), um detetive linha durão e brigão que ganha a vida descobrindo e resolvendo casos pelas ruas da grande cidade; Erin Reagan-Boyle (Bridget Moynahan), uma promotora de justiça que tem uma filha adolescente e finalmente seu irmão mais jovem, Jamie Reagan (Will Estes), que resolve largar uma tradicional universidade de direito para ser um policial de rua tal como seu pai e seu avô. Os episódios focam no dia a dia desses policiais, ora se concentrado em Selleck, ora se concentrado em seus filhos. “Blue Bloods” já está chegando em 70 episódios e segue em frente, sem sinal de cancelamento. Como se trata de um dos carros chefes de audiência da CBS não vemos aqui nada de muito ousado ou desafiador em termos de roteiro ou argumento mas mesmo assim se trata de uma boa série que vale a pena ser acompanhada.

Blue Bloods (Idem, Estados Unidos, 2010 - 2013) Criado por Mitchell Burgess, Robin Green / Elenco: Tom Selleck, Donnie Wahlberg, Bridget Moynahan, Will Estes / Sinopse: A série acompanha a saga de uma família de policiais de Nova Iorque. Exibido nos EUA no canal CBS.

Pablo Aluísio.

O Guarda-Costas

Um dos maiores sucessos da carreira de Kevin Costner também foi um dos mais fracos momentos de sua filmografia. “O Guarda-Costas” tinha um roteiro dos mais clichês, com Costner em um papel sem maior importância, servindo basicamente de escada para a cantora e estrela Whitney Houston. Aliás o estrelismo dela provavelmente seja a única razão para a existência desse filme sem grandes atrativos. Ela interpreta Rachel Marron, uma grande diva da música e do cinema (olhem só que falta de originalidade!) que começa a ser ameaçada por diversas cartas anônimas. Preocupada com sua segurança um ex-agente do serviço secreto, especializado em proteção de autoridades, Frank Farmer  (Kevin Costner), é contratado para manter a artista a salvo de possíveis atentados à sua vida. Não demora muito para que ambos comecem a sentir uma irresistível atração mútua. Frank porém resiste ao possível enlace romântico já que tem outros objetivos a alcançar.

“O Guarda-Costas” fez um grande sucesso de bilheteria apesar de suas falhas de roteiro, atuação (Whitney Houston não era de fato uma boa atriz) e principalmente direção (o diretor Mick Jackson parece negligente com o filme, do começo ao fim). Mesmo com tudo isso contra caiu no gosto popular. Mas afinal qual foi o segredo de seu grande êxito comercial? Muito simples, o filme foi salvo pela musicalidade de Whitney Houston que emplacou um grande hit na época, "I Will Always Love You", canção que transformou a trilha sonora em um recordista de vendas, com 10 milhões de cópias vendidas apenas no mercado americano. A canção ficou por 14 semanas em primeiro lugar na Billboard e obviamente ajudou a promover o filme para o grande público. As demais canções da trilha sonora também alcançaram boa repercussão nas paradas, principalmente "I'm Every Woman" e "I Have Nothing". Como se vê musicalmente temos algumas canções que marcaram época.  Já do ponto de vista exclusivamente cinematográfico não há como negar, é realmente um filme fraco que deixa bastante a desejar em vários aspectos.

O Guarda-Costas (The Bodyguard, Estados Unidos, 1992) Direção: Mick Jackson / Roteiro: Lawrence Kasdan / Elenco: Kevin Costner, Whitney Houston, Gary Kemp / Sinopse: Atriz e cantora famosa se apaixona por seu Guarda-Costas, que é contratado para lhe proteger de várias ameças enviadas a ela através de cartas anônimas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Superman – O Homem de Aço

Na iminência do fim de seu planeta o cientista e político Jor-El (Russell Crowe) decide tirar seu filho antes da destruição completa de Krypton. Direcionado para a distante Terra, o pequeno Kal-El atravessa o universo em direção a uma nova vida. Enquanto isso Krypton vive seus últimos e turbulentos dias. O violento General Zod (Michael Shannon) decide dar um golpe militar pois acredita que o sistema político de seu planeta é ultrapassado e ineficiente. Descoberto, logo é capturado e enviado para a zona fantasma onde espera-se que cumpra sua pena pela eternidade. Na terra o pequenino Kal-El é adotado pelo casal Kent, dois fazendeiros pacatos do agrícola estado americano do Kansas. Dotado de grandes poderes pela proximidade com o nosso sol ele cresce tendo que esconder sua verdadeira natureza ao mesmo tempo em que tenta se adaptar à sociedade humana e seus valores. Vivendo de empregos temporários e sem muita importância ele começa a vagar pelo país até descobrir finalmente o seu verdadeiro destino. Após finalmente entender quem é ele terá que enfrentar os antigos inimigos de seu pai, agora em direção ao planeta Terra com o objetivo de destruir a raça humana e recriar a sociedade de Krypton em nosso planeta. Depois de muitas expectativas chega finalmente aos cinemas o novo filme do Superman. Ao contrário do anterior, “Superman – O Retorno” que tentava criar um vinculo com a quadrilogia dos filmes com Christopher Reeve, esse aqui parte novamente do zero, recontando mais uma vez as origens do herói. Se formos comparar os filmes originais com esse novo vamos perceber que na realidade temos aqui a fusão dos roteiros de “Superman 1” e “Superman 2” em uma única produção. A estória é praticamente a mesma, sem tirar nem colocar muitas coisas, o que de certa forma vai decepcionar muita gente.

Esse novo filme também tem outros problemas: o enredo não é satisfatoriamente desenvolvido, o próprio Clark Kent é pouco trabalhado, surgindo do nada, sem mostrar qualquer traço mais marcante de personalidade. O ator que o interpreta, Henry Cavill, também deixa a desejar e só consegue criar saudades de Christopher Reeve. A direção de arte é pesada, escura, sombria, o que não condiz com esse personagem (afinal ele não é o Batman!). O próprio uniforme do herói é azul escuro, feio, com cores em tonalidades obscuras demais, dando a impressão que os produtores tiveram vergonha da roupa original do Superman. Para piorar o bom mocismo que marca tanto esse personagem também foi deixado em segundo plano. O Clark Kent desse filme é um sujeito barbudo, mal encarado, mais parecendo um trabalhador braçal qualquer do que o famoso patriota e conservador Kent. Em suma, o filme falha bastante, inclusive criando coisas sem muito sentido (por exemplo, os kryptonianos nascem debaixo da água, em casulos!) e outras bobagens que vão surgindo ao longo do filme. Para piorar a metade do filme é pura pancadaria, quando Superman finalmente enfrenta o general Zod e sua trupe. A rapidez das cenas de luta e destruição nos dá a incômoda sensação de estar assistindo a um vídeo game e não a um bom filme. Enfim, não foi dessa vez que conseguiram realizar um filme melhor do que aqueles que assistimos na década de 70. O Superman está de volta mas sem o bom e velho carisma de antes.

Superman - O Homem de Aço (Man of Steel, Estados Unidos, 2013) Direção: Zack Snyder / Roteiro: David S. Goyer, Christopher Nolan, baseados nos personagens criados por Jerry Siegel & Joe Shuster / Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon, Diane Lane, Russell Crowe, Kevin Costner, Laurence Fishburne / Sinopse: O filme narra as origens do super-herói Superman.

Pablo Aluísio.

O Demolidor

Na época de vacas magras da carreira de Stallone, os anos 90, ele tentou se voltar para os filmes de ação ambientados no futuro. Certamente estava de olho nos sucessos de bilheteria do rival Arnold Schwarzenegger, que sempre se deu muito bem nesse universo. Além de Sly o filme ainda trazia em seu elenco duas outras estrelas em ascensão: a simpática Sandra Bullock, para atuar nas cenas de alivio cômico e Wesley Snipes como o vilão da estória, um perigoso criminoso do século XX que é trazido de volta à vida depois de muitos anos. O mundo em que ele retorna é bem diferente daquele em que viveu, pois a criminalidade praticamente desapareceu e os policiais do futuro não têm muita coisa importante a fazer por causa disso. A trama é levemente baseada no famoso livro “Brave New World” de autoria de Aldous Huxley mas não espere nada de muito profundo ou marcante, já que “O Demolidor” é um filme de muita ação e não pretende ser mais do que isso.

Em termos de boas cenas de pancadaria e pirotecnia até que o filme se sai bem. O problema é que as piadinhas de certa forma minam o resultado final. Se “O Demolidor” tivesse adotado um tom mais sério e focado, principalmente investindo melhor no duelo dos dois principais personagens o filme teria sido bem melhor recebido pelo público e pela critica. Do jeito que está agradou apenas parcialmente o público de Stallone e em contrapartida não conseguiu trazer, por exemplo, as fãs de Sandra Bullock para as filas nas bilheterias dos cinemas. Por falar em Sandra Bullock ela recebeu mais uma de suas inúmeras indicações ao Framboesa de Ouro de pior atriz. De fato ela parece bem fora de seu ambiente nesse filme, mostrando que sua personagem, uma policial do futuro, não faz a menor falta na trama principal. Na época recordo que “O Demolidor” funcionava muito melhor no mercado de vídeo, algo que se repete atualmente. Visto como um programa descontraído e descompromissado o filme funciona razoavelmente bem. Não leve muito à sério e se divirta.

O Demolidor (Demolition Man, Estados Unidos,1993) Direção: Marco Brambilla / Roteiro:  Peter M. Lenkov, Robert Reneau / Elenco: Sylvester Stallone, Wesley Snipes, Sandra Bullock / Sinopse: No futuro um perigoso criminoso do passado é trazido de volta à vida causando muitos problemas para as forças policiais daquela época.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Star Trek – Além da Escuridão

Após violar uma das regras mais importantes da federação (aquela que determina que nenhuma expedição pode influir no destino e desenvolvimento natural das civilizações de outros planetas) o jovem Capitão Kirk (Chris Pine) acaba sendo punido pela frota estelar. Ele perde o comando da Enterprise e é removido para outra nave, ocupando dessa vez o posto de primeiro oficial. Quando tudo parecia perdido, uma reviravolta do destino muda os rumos de sua carreira novamente. Um ex-capitão da frota se rebela e se torna um terrorista e uma ameaça, atacando outras naves, criando problemas diplomáticos com os Klingons e o mais ousado de tudo: promovendo ataques na própria sede da frota estelar em San Francisco. Após um atentado que quase mata a todos o comandante geral Marcus (Peter Weller) resolve reabilitar Kirk para que esse vá até um ponto remoto do universo em busca do rebelde. Ao lado de Spock (Zachary Quinto) e toda a sua tripulação a Enterprise então parte para os confins da galáxia para colocar as mãos no insurgente, ao mesmo tempo em que tenta não despertar uma nova guerra interplanetária pois estará em território dominado pelo Império Klingon. Para sua surpresa o que parecia ser uma missão simples, de busca e prisão, acaba se revelando muito mais e Kirk se vê no meio de uma rede complexa de conspirações envolvendo a alta cúpula da Frota Estelar.

“Star Trek – Além da Escuridão” é o novo filme da franquia Jornada nas Estrelas a chegar nos cinemas. Falar sobre esse universo Star Trek é complicado e até desnecessário tamanha a sua importância dentro da cultura pop. São inúmeros os filmes, as séries, os livros, a influência e as demais vertentes dessa maravilhosa saga que nasceu na TV nos anos 60 e depois invadiu os cinemas, os quadrinhos e tudo mais a que tinha direito. A boa notícia para os fãs é que desde a retomada da franquia nos cinemas não há maiores sobressaltos. O cineasta J.J. Abrams se mostra muito preciso e talentoso ao lidar com a mitologia. Ele já tinha mostrado muito domínio em seu primeiro filme e repete o êxito aqui. O roteiro é ágil, bem escrito e se apóia em um personagem muito querido dos fãs, um vilão que surgiu ainda na série clássica e que agora retorna para resgatar sua posição dentro dessa série (cuja identidade não revelarei aqui no texto para não estragar a surpresa de quem ainda não viu o filme). Já do lado da tripulação original temos uma muito bem-vinda participação especial de Leonard Nimoy, o eterno Spock da série e dos primeiros filmes no cinema. Sua aparição é pequena, é verdade, mas seu carisma encherá de alegria os fãs mais saudosistas. Para quem gosta de efeitos especiais a produção é tecnicamente impecável, inclusive homenageando em sua direção de arte muitas das concepções que Gene Roddenberry usou nos primeiros episódios na TV. Os nativos primitivos de um planeta isolado que surgem logo na primeira cena do filme parecem ter saído de algum episodio da série clássica original. Enfim, só resta elogiar e recomendar. “Star Trek – Além da Escuridão” é realmente um excelente filme da eterna franquia Jornada nas Estrelas. Vida longa e próspera aos novos filmes.

Star Trek - Além da Escuridão (Star Trek Into Darkness, Estados Unidos, 2013) Direção: J.J. Abrams / Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman / Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Leonard Nimoy, Karl Urban / Sinopse: A Entrerprise sob o comando do capitão Kirk (Pine) é enviada a um setor distante do universo para capturar um ex-membro da frota estelar que agora está rebelado, promovendo ataques terroristas contra o alto comando da federação.

Pablo Aluísio.  

Avalon High

Filme produzido pela Disney para seu canal a cabo nos Estados Unidos. É baseado em um livro bem popular entre os adolescentes americanos escrito por Meg Cabot. O enredo é obviamente direcionado ao público jovem: A bonita e simpática Allie Pennington é transferida para uma nova escola. O local inicialmente se revela cheio de novidades mas nada a prepararia para o que acaba descobrindo pois seus novos colegas de classe são na verdade reencarnações da corte do Rei Arthur. Apaixonada pelo quarterback da escola ela acaba se envolvendo em muitas aventuras!

Pois é, pelo enredo já deu para ver que dificilmente um adulto vá curtir essa estória. Como se trata de um produto Disney não espere nada de muito ousado mas em compensação também não espere por algo mal feito. A produção segue o padrão do estúdio, muito embora adaptado para o universo das TVs a cabo, o que significa um orçamento mais modesto. O elenco é praticamente desconhecido do público brasileiro, todo formado por uma garotada ao estilo Disney: belas garotas e rapazes de boa aparência. O enredo tem romance e fantasia nas doses certas para os adolescentes. Quem já sintonizou alguma vez na vida o canal Disney Channel saberá muito bem o que lhe espera. Não chega a aborrecer como alguns programas que vemos ali mas para o público teen vai soar bem mais ideal. Só não recomendo para quem tem mais de 16 anos.
   
Avalon High (Idem, Estados Unidos, 2011) Direção: Stuart Gillard / Roteiro:  Julie Sherman Wolfe, Amy Talkington / Elenco: Britt Robertson, Gregg Sulkin, Joey Pollari, Devon Graye / Sinopse: Garota novata em escola descobre uma nova realidade em sua vida, ao mesmo tempo em que se envolve em muitas aventuras ao lado de seus novos colegas.

Pablo Aluísio.

domingo, 30 de junho de 2013

Um Cara Quase Normal

Jack Giamoro (Ben Affleck) é um sujeito bem sucedido. Tem sua própria agência de talentos, uma ótima casa, carros modernos e uma linda esposa, a ex-top model Nina (interpretada pela não menos maravilhosa deusa loira Rebecca Romijn). Tudo parece correr às mil maravilhas até que de repente as coisas começam a dar errado. Clientes deixam sua agência, as receitas caem, o pai sofre um derrame e por fim, para arruinar de uma vez por todas a sua ascensão pessoal e profissional, sua mulher tem um caso com um de seus mais importantes clientes. Tudo parece desmoronar de uma vez na cabeça do agora pobre coitado Jack. Essa é a premissa inicial desse “Um Cara Quase Normal”. Como era de se esperar o título nacional é dos mais estúpidos e certamente muitos deixaram de ver esse filme por essa razão. Quem se aventurar porém terá uma boa surpresa pois "Man About Town", seu título original, é uma película bem interessante, mostrando os dois lados da mesma moeda, onde o sucesso e o fracasso ficam bem próximos.

O elenco é liderado por Ben Affleck. Bom, já sabemos que ele é muito mais talentoso como diretor do que como ator pois sua lista de atuações canastras é longa. Aqui pelo menos ele não compromete. Seu papel é de um jovem homem de negócios com muita sede de poder e dinheiro que em determinado momento de sua vida tem uma revelação e começa a entender que no fundo isso não tem tanta importância como ele pensava. Sua vida mais parece um castelo de cartas que vai ao chão ao menor sinal de mudanças. Sua reviravolta no modo de pensar curiosamente começa quando ele decide entrar em um curso de escrita, ministrado por um professor com ares de charlatão (ótimo papel nas mãos de John Cleese, ator e comediante de mão cheia). Quando começa a escrever um diário com suas impressões da vida (uma das tarefas do tal curso) começa a finalmente entender os rumos de sua existência. Em essência temos aqui um filme divertido, leve, mas que também traz algumas questões interessantes. Esqueça o idiota titulo nacional e assista para tirar suas próprias conclusões.

Um Cara Quase Normal (Man About Town, Estados Unidos, 2006) Direção: Mike Binder / Roteiro: Mike Binder / Elenco: Ben Affleck, Rebecca Romijn, John Cleese / Sinopse: Jack (Affleck) é dono de uma agência de talentos que de repente vê os principais aspectos de sua vida pessoal e profissional ruir.

Pablo Aluísio.

Karate Kid

Eu sempre costumo dizer que alguns filmes já encontraram suas versões definitivas no cinema, por isso não é necessário tentar realizar remakes. Apenas a ganância em busca de caça-níqueis justifica a existência de certas produções. Um exemplo claro disso aconteceu com Karate Kid. A estória já havia encontrado seu veículo perfeito pois virou até franquia na década de 80. Infelizmente em crise completa de criatividade Hollywood resolveu ressuscitar o personagem nessa obra bufa, sem carisma, sem razão de existência, sem qualidade nenhuma. Para piorar o que já era uma idéia ruim o novo Karate Kid nada mais é que do uma tentativa (das mais desesperadas e toscas) do paizão Will Smith em transformar seu filhote Jaden Smith em astro instantâneo.

O enredo é muito parecido com o que já conhecemos. Dre Parker (o chatinho do Jaden Smith) se muda com a mãe para Pequim. Lá acaba se interessando por uma jovem garota chamada Meiving (Wenwen Han). O problema é que esse inocente e doce romance acaba irritando profundamente um valentão chamado Cheng, que não hesita em agredir Parker por sua ousadia de tentar conquistar a jovem de seus sonhos. Para aprender a se defender ele começa a ser treinado pelo Sr. Han (Jackie Chan, pagando mico), que através de sua arte marcial e filosofia tentará transformar o garoto em um grande lutador. É a mesma estória dos filmes anteriores só que agora maquiada para parecer algo diferente. Não colou. Nada de muito marcante acontece e o saldo final é mais do que negativo. É o tipo de filme que não soma em nada, não acrescenta nada de novo. Por isso é bem melhor rever os filmes originais, que eram bem melhores e muito charmosos com todo aquele estilo que só o cinema dos anos 80 conseguia reproduzir. Essa aqui é uma obra fajuta e descartável, sem a menor importância.

Karate Kid (idem, Estados Unidos, 2010) Direção: Harald Zwart / Roteiro: Christopher Murphey, Robert Mark Kamen / Elenco: Jaden Smith, Jackie Chan, Taraji P. Henson / Sinopse: Garoto americano após sofrer agressões na China resolve aprender artes marciais com um velho e sábio professor.

Pablo Aluísio.

sábado, 29 de junho de 2013

A Identidade Bourne

Esse foi o primeiro filme da franquia Bourne. Com toques de James Bond e muita ação os filmes Bourne fizeram grande sucesso e lançaram o ator indie Matt Damon no rol dos heróis de Action Movies. Não há como negar que todos os três filmes da série são bem realizados, bem roteirizados, com ótimo enfoque na mais pura ação. Como se sabe o gênero ação vive sua fase de ouro desde a década de 80 e segue colecionando ótimas bilheterias todos os anos, sendo que se formos analisar bem praticamente todos os blockbusters de Hollwyood atualmente são de ação (até mesmo os filmes de super-heróis). Praticamente não existem exceções. Mas voltemos a Bourne. Jason Bourne (Matt Damon) acorda de repente no meio do nada, sem memória e sem saber direito quem é. Em posse de um código, que parece ser um número relativo a uma conta bancária na Suíça, ele cruza a Europa e os Estados Unidos em busca de respostas. Como todos já sabemos Bourne é um agente especial de um programa ultra-secreto do governo americano que treina apenas a elite da elite.

Matt Damon se preparou bastante para o papel, afinal esse é o tipo de filme que era uma completa novidade para ele, uma vez que construiu sua carreira em cima de filmes mais alternativos, dramas em essência. Virar um astro de filmes de ação não é para qualquer um. Conforme explicou depois em entrevistas de promoção da fita ele treinou arduamente artes marciais para se sair bem em cena. Em muitas cenas – como a luta dentro do apartamento – literalmente dispensou dublês, realizando ele próprio toda a coreografia do confronto contra seu oponente. A produção de “A Identidade Bourne” foi cara e complicada pois o filme foi filmado em diversas locações, em países diferentes. O diretor Doug Liman também nunca tinha feito nada no gênero ação, sendo seus filmes anteriores pertencentes a outros estilos. Houve um tipo de atrito inicial entre Damon e o estúdio pouco antes do começo das filmagens pois resolveu-se mudar o roteiro da noite para o dia. “Esse não foi o filme que eu topei fazer” – avisou Damon, deixando claro que abandonaria o projeto caso o roteiro fosse modificado de última hora. Depois de muitas negociações ele e o diretor Doug Liman conseguiram então impor a primeira versão do texto, que é justamente essa que o espectador conferiu nos cinemas. Assim deixamos a dica do primeiro filme Bourne – caso você seja jovem demais para conhecer que tal uma maratona nesse fim de semana com toda a trilogia? Pode ser uma boa pedida, sem dúvida.

A Identidade Bourne (The Bourne Identity, Estados Unidos, 2002) Direção: Doug Liman / Roteiro: Tony Gilroy, W. Blake Herron / Elenco: Matt Damon, Franka Potente, Chris Cooper / Sinopse: Jason Bourne (Matt Damon) é um super agente da CIA que acorda sem memória. Agora terá que correr contra o tempo para entender a complexa rede de interesses no qual está supostamente envolvido.

Pablo Aluísio.