Mostrando postagens com marcador Mike Binder. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mike Binder. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Preto e Branco

Título no Brasil: Preto e Branco
Título Original: Black or White
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Relativity Media
Direção: Mike Binder
Roteiro: Mike Binder
Elenco: Kevin Costner, Octavia Spencer, Gillian Jacobs, Bill Burr, Mpho Koaho
  
Sinopse:
Elliot Anderson (Kevin Costner) é um advogado quase aposentado que precisa lidar com a maior tragédia de sua vida, a morte de sua esposa em um acidente de trânsito. A questão se torna ainda mais delicada porque Elliot agora terá que criar sozinho sua jovem neta, uma menina negra, fruto de um relacionamento complicado de sua filha, também já falecida, com um rapaz desajustado que simplesmente foi embora após seu nascimento. A morte de sua esposa faz com que a avó paterna da garota, Rowena Jeffers (Octavia Spencer), passe a exigir a presença de sua neta em sua casa, já que em sua opinião a menina precisa agora de uma nova figura materna como referência. A idéia não parece ser a ideal para Elliot, o que acaba desencadeando uma tensão racial entre as duas famílias da menina que são de etnias e origens bem diferentes. Filme vencedor do African-American Film Critics Association (AAFCA) na categoria de Melhor Atriz (Octavia Spencer). Também indicado ao Black Reel Awards.

Comentários:
Em pouco menos de seis meses dois filmes estrelados por Kevin Costner, ambos enfocando questões raciais, foram lançados nos cinemas americanos. Em "McFarland dos EUA" (já comentado aqui no blog) tínhamos um treinador americano branco que enfrentava o desafio de treinar uma equipe formada por jovens latinos pobres. Em "Black or White" mais uma vez o mesmo argumento vem à tona, só que ao invés de explorar o problema do latino imigrante das periferias das grandes cidades, temos a tensão racial entre um advogado branco, avô de uma netinha negra e a família dela por parte de pai, que deseja ter a guarda da garotinha, mas sem o seu apoio. Quando isso acontece começam os questionamentos: Seria ele um racista, a tal ponto de negar a convivência da menina com seus parentes negros que moram numa região mais pobre e humilde da cidade? Ou apenas um sujeito devastado pela morte da esposa que não quer mais problemas em sua vida? O roteiro deixa claro desde o começo que o personagem de Costner não é um racista, mas um homem que está decidido a vencer na disputa pela guarda da criança. E quando esse tipo de disputa surge em um tribunal todas as armas parecem válidas, principalmente quando os advogados de sua avó negra (em excelente atuação de Octavia Spencer) decidem jogar sujo. A questão mais importante desse filme, principalmente para o profissional da área jurídica, é demonstrar que a ética precisa se impor ao simples desejo de vencer uma ação judicial.

Não é inventando mentiras ou impondo uma verdadeira chantagem social e emocional sobre o magistrado que se conseguirá realizar a verdadeira justiça. Há limites e esses devem ser respeitados. Qualificar alguém de racista apenas por ele ser um branco que deseja continuar com a guarda da neta negra é, além de uma calúnia infame, também um vitimismo fora de propósito, que ultrapassa qualquer tipo de ética profissional. No mais, gostei bastante da atuação de Kevin Costner. Seu personagem tem problemas com bebidas, é um bom homem, mas que se vê no meio de uma luta bem sórdida para falar a verdade. Octavia Spencer também se destaca mais uma vez. Uma atriz com muita expressividade. Sua personagem também não é a de uma má pessoa, mas apenas uma avó preocupada com o destino da criação de sua neta e que nesse processo acaba fazendo concessões demais aos seus advogados. Além deles há vários personagens secundários bem interessantes, como o jovem professor de matemática (interpretado pelo talentoso Mpho Koaho). Assim no final o que temos aqui é um roteiro articulado, bem honesto, que toca em um tema extremamente delicado. Um bom filme, ideal para uma reflexão posterior bem sincera sobre os rumos que a sociedade anda trilhando ultimamente sobre a questão racial. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A Outra Face da Raiva

Título no Brasil: A Outra Face da Raiva
Título Original: The Upside of Anger
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Mike Binder
Roteiro: Mike Binder
Elenco: Joan Allen, Kevin Costner, Erika Christensen, Keri Russell, Evan Rache Wood, Alicia Witt
  
Sinopse:
A vida parece desmoronar para Terry Ann Wolfmeyer (Joan Allen). Esposa e mãe de quatro filhas rebeldes, ela vê tudo ruir após seu marido simplesmente decidir ir embora, sem mais, nem menos. Ele nem ao menos se deu o trabalho de explicar a ela porque decidiu abandonar sua própria casa, deixando sua mulher e filhas completamente desamparadas. Precisando lidar com a dor da perda e da estigma social de ter sido abandonada assim, ela acaba encontrando algum apoio em seu próprio vizinho, Denny (Kevin Costner), um sujeito charmoso e simpático, que logo lhe desperta atenção. Filme indicado ao Chicago Film Critics Association Awards e ao Satellite Awards.

Comentários:
Depois da queda, a redenção. Essa frase pode ser aplicada tanto à personagem principal desse drama romântico como ao próprio Kevin Costner. Depois de seguir seu próprio ego descontrolado e fracassar de forma estrondosa com a bomba "Waterworld" ele teve que aprender a ser humilde novamente em Hollywood. Aceitou pequenos papéis em filmes menores e topou servir de coadjuvante em bons roteiros que lhe trouxessem de volta parte do prestígio que havia perdido poucos anos antes. É o que faz aqui em relação a Joan Allen. A trama gira em torno dessa dona de casa comum, suburbana, que vê seu mundo ficar de cabeça para baixo após ser abandonada pelo marido. Alguns homens infelizmente agem assim, abandonam o casamento por não aguentarem mais a pressão de cuidar de uma casa, filhos e os inúmeros problemas que surgem dessa situação. Abandonada, ela acaba encontrando algum refúgio na bebida e para sua sorte (ou azar, dependendo do ponto de vista), descobre que seu vizinho bonitão também é bom de copo. Juntando o útil ao agradável ela vai se recuperando emocionalmente ao se envolver com ele, ao mesmo tempo em que precisa lidar com novos problemas, principalmente vindos de suas filhas, nem sempre pacíficas e compreensivas (você bem sabe como são as adolescentes). No geral um bom drama familiar, com Costner lambendo suas feridas após cair do Olimpo dos grandes astros de Hollywood.

Pablo Aluísio.

domingo, 30 de junho de 2013

Um Cara Quase Normal

Jack Giamoro (Ben Affleck) é um sujeito bem sucedido. Tem sua própria agência de talentos, uma ótima casa, carros modernos e uma linda esposa, a ex-top model Nina (interpretada pela não menos maravilhosa deusa loira Rebecca Romijn). Tudo parece correr às mil maravilhas até que de repente as coisas começam a dar errado. Clientes deixam sua agência, as receitas caem, o pai sofre um derrame e por fim, para arruinar de uma vez por todas a sua ascensão pessoal e profissional, sua mulher tem um caso com um de seus mais importantes clientes. Tudo parece desmoronar de uma vez na cabeça do agora pobre coitado Jack. Essa é a premissa inicial desse “Um Cara Quase Normal”. Como era de se esperar o título nacional é dos mais estúpidos e certamente muitos deixaram de ver esse filme por essa razão. Quem se aventurar porém terá uma boa surpresa pois "Man About Town", seu título original, é uma película bem interessante, mostrando os dois lados da mesma moeda, onde o sucesso e o fracasso ficam bem próximos.

O elenco é liderado por Ben Affleck. Bom, já sabemos que ele é muito mais talentoso como diretor do que como ator pois sua lista de atuações canastras é longa. Aqui pelo menos ele não compromete. Seu papel é de um jovem homem de negócios com muita sede de poder e dinheiro que em determinado momento de sua vida tem uma revelação e começa a entender que no fundo isso não tem tanta importância como ele pensava. Sua vida mais parece um castelo de cartas que vai ao chão ao menor sinal de mudanças. Sua reviravolta no modo de pensar curiosamente começa quando ele decide entrar em um curso de escrita, ministrado por um professor com ares de charlatão (ótimo papel nas mãos de John Cleese, ator e comediante de mão cheia). Quando começa a escrever um diário com suas impressões da vida (uma das tarefas do tal curso) começa a finalmente entender os rumos de sua existência. Em essência temos aqui um filme divertido, leve, mas que também traz algumas questões interessantes. Esqueça o idiota titulo nacional e assista para tirar suas próprias conclusões.

Um Cara Quase Normal (Man About Town, Estados Unidos, 2006) Direção: Mike Binder / Roteiro: Mike Binder / Elenco: Ben Affleck, Rebecca Romijn, John Cleese / Sinopse: Jack (Affleck) é dono de uma agência de talentos que de repente vê os principais aspectos de sua vida pessoal e profissional ruir.

Pablo Aluísio.