Mostrando postagens com marcador Clive Owen. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Clive Owen. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

O Plano Perfeito

Título no Brasil: O Plano Perfeito
Título Original: Inside Man
Ano de Lançamento: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Spike Lee
Roteiro: Russell Gewirtz
Elenco: Denzel Washington, Clive Owen, Jodie Foster, Christopher Plummer, Willem Dafoe, Chiwetel Ejiofor

Sinopse:
Uma quadrilha de assaltantes de bancos, fortemente armados, entram em uma agência bancária em Nova Iorque e fazem de funcionários a clientes de reféns. Logo o local é cercado pela polícia e começa uma tensa negociação com os criminosos! Afinal o que eles estariam planejando? Queriam apenas assaltar o banco ou haveria algo mais por trás de tudo?

Comentários:
Filme de assalto a banco não tem como errar. Com um roteiro certo e uma boa produção então a coisa fica fácil. E ainda mais contando com um elenco desses... impossível não dar certo! E foi justamente o que aconteceu aqui. O filme é realmente muito bom. Provavelmente haverá quem não goste do final, até porque em certos aspectos fica mesmo complicado acreditar que tudo iria terminar daquela forma, mas eu penso diferente. Isso aqui não é vida real, isso aqui é cinema. Uma arte feita para entreter seu público por mais ou menos duas horas. E foi justamente o que tive ao assistir esse filme. Uma boa diversão, com lances que prenderam minha atenção. Diante disso e daquilo que eu estava mesmo buscando, não tenho do que reclamar. É um filme de assalto a banco dos bons e o mais diferente dentro da filmografia ativista de Spike Lee. Pode ver (se ainda não viu) sem qualquer receio de se aborrecer. 

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de março de 2021

Sin City

Título no Brasil: Sin City - A Cidade do Pecado
Título Original: Sin City
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio:  Dimension Films
Direção: Frank Miller
Roteiro: Frank Miller, Robert Rodriguez
Elenco: Bruce Willis, Mickey Rourke, Clive Owen, Jessica Alba, Benicio Del Toro, Alexis Bledel, Rosario Dawson, Michael Clarke Duncan

Sinopse:
Adaptação cinematográfica das histórias em quadrinhos da linha "Sin City". A história se passa no submundo, onde strippers, bandidos e criminosos, convivem em um mundo sombrio e perigoso. O mais importante nessa cidade sufocante é chegar ao fim do dia simplesmente vivo.

Comentários:
A Nona arte encontra a sétima arte. Assim podemos conceituar esse filme "Sin City" que foi um sucesso do cinema quando lançado. E quando digo que as duas expressões artísticas se encontraram, não foi por pura retórica de palavras. O conceito do filme foi justamente passar a impressão ao espectador de que ele estaria vendo literalmente uma história em quadrinhos na tela grande do cinema. A linguagem é basicamente a mesma, os enquadramentos e até mesmo as cores do filme procuram capturar o espírito das comics. Apesar de uma certa estranheza inicial penso que o resultado ficou muito bom, criando uma linguagem única, fruto do encontro dos quadrinhos com os fotogramas de cinema. Celuloide em páginas impressas, se você captar bem o que quiseram fazer nesse filme. Fruto pioneiro de um novo estilo de fazer cinema, só podemos lamentar que seu senso estético não tenha criado maiores frutos. Até tentaram em algumas outras produçoes, mas como a bilheteria não foi das melhores resolveram encerrar por aqui. Enfim, se você gosta de quadrinhos e cinema, poucos filmes lhe seriam mais indicados do que esse.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Projeto Gemini

Eu fui ao cinema assistir a esse filme sabendo pouco ou quase nada sobre ele. Basicamente sabia apenas que era o novo filme de ação de Will Smith. Mais nada além disso. Por isso achei que seria apenas mais um filme genérico desse estilo. Os filmes de ação aliás estão rodando em torno de si mesmos há anos, sem novidade ou criatividade nenhuma. De fato esse "Projeto Gemini" não foge muito disso, porém a despeito de suas falhas acabou me surpreendendo de forma até positiva. Claro, a questão dos clones pode ser encarado como algo saturado, cujo tema já havia se esgotado no cinema. Porém conseguiram deixar esse aspecto mais em segundo plano. Não irrita a nossa paciência e nem ofende nossa inteligência. Nesse aspecto não me senti incomodado.

O roteiro procura muitas vezes desenvolver mais os personagens interpretados por Will Smith. Há o assassino profissional veterano, que agora repensa sobre sua vida de mortes e um clone dele, trinta mais jovem, que é levado pela agência a eliminar o velho assassino justamente porque agora ele começa a ter consciência e pode se tornar um elemento perigoso. O curioso é que o tempo todo os personagens se referem à "agência", mas nunca deixam claro que se trata da CIA. Do jeito que ficou, parece ser qualquer órgão do governo, mas sem especificar. Em termos de efeitos digitais os técnicos do filme precisaram criar um "Will Smith jovem", o seu clone. Ficou bom, mas em algumas momentos também ficou um pouco esquisito. A computação gráfica ainda não atingiu cem por cento de perfeição. E há um segundo clone, esse mais direcionado a ser uma mera "máquina de matar". Ele surge apenas em uma cena, mas causa estrago. No mais há boas cenas de ação (com destaque para a perseguição de motos) e lutas bem coreografadas. O diretor Ang Lee ainda não perdeu a mão para esse tipo de filme. Não chega a ser um clássico dos filmes de ação, mas funciona como entretenimento de fim de semana.

Projeto Gemini (Gemini Man, Estados Unidos, 2019) Direção: Ang Lee / Roteiro: David Benioff, Billy Ray / Elenco: Will Smith, Clive Owen, Mary Elizabeth Winstead,Benedict Wong / Sinopse:      Henry Brogan (Will Smith) é um assassino profissional que passa a ser perseguido por seu próprio clone, fruto do projeto Gemini desenvolvido pelo governo americano. A missão é de queima de arquivo, para que o velho matador não comece a prejudicar a agência de inteligência no qual trabalhou por anos a fio.

Pablo Aluísio.

domingo, 11 de agosto de 2019

Os Últimos Cavaleiros

Título no Brasil: Os Últimos Cavaleiros
Título Original: Last Knighs
Ano de Produção: 2015
País: Inglaterra
Estúdio: Lionsgate Pictures
Direção: Kazuaki Kiriya
Roteiro: Michael Konyves, Dove Sussman
Elenco: Clive Owen, Morgan Freeman, Aksel Hennie, Cliff Curtis, Giorgio Caputo, James Babson
  
Sinopse:
Inglaterra, Idade Média. Sir Amistal Raiden (Clive Owen) é um cavaleiro feudal que resolve partir em busca de vingança após seu senhor, o íntegro e honesto John Bartok (Morgan Freeman) ser morto por se recusar a pagar suborno a um importante e poderoso ministro da corte do Imperador. Dado como irrelevante e decadente, ele está disposto a tudo para honrar o nome de seu clã de cavaleiros guerreiros.

Comentários:
Na Europa medieval um rico senhor feudal, Lord Bartok (Morgan Freeman), é convocado para comparecer na corte, no gabinete do ministro Gezza Mott (Aksel Hennie). Ele é um membro corrupto do governo imperial e está atrás de puro suborno. O nobre Bartok porém se recusa a lhe dar uma grande fortuna em dinheiro, pois entende que isso corrompe os valores mais importantes da nação. Agindo assim acaba ganhando um inimigo poderoso, que estará disposto a tudo para colocar o seu clã Bartok em desgraça. O íntegro e honesto Lord só conta porém com a ajuda do comandante Raiden (Clive Owen), seu braço direito. A luta pela busca do poder será brutal. "Last Knights" (no Brasil, "Os Últimos Cavaleiros") é uma aventura medieval que foi lançada sem muito alarde em nossos cinemas. A proposta era realizar um filme à moda antiga, passada na era medieval, embora o roteiro nunca deixe claro em que exato período histórico se passe a estória. Isso é bem curioso e a direção de arte do filme, que usa elementos de culturas diferentes, parece confirmar a intenção de seus realizadores em não determinar em que momento na história se desenvolve todo o enredo. Em termos de elenco se destaca novamente Morgan Freeman. Sua participação porém dentro do roteiro é breve. Embora seja um dos personagens centrais do argumento ele logo deixa a cena, abrindo margem para a sede de vingança do personagem interpretado por Clive Owen. A produção é bem feita, embora não seja excepcional. Nos tempos atuais não há mais a construção de grandes cenários, sendo tudo criado em computador, em pura realidade virtual. Assim os grandes castelos e muralhas são apenas técnicas da mais pura computação gráfica. Algumas vezes funciona, mas devo confessar que em certos momentos tudo me pareceu pouco convincente. Não me passou veracidade. O roteiro também não traz maiores novidades, se concentrando na velha fórmula da vingança pessoal. Há uma quebra de ritmo na segunda metade do roteiro que poderá desagradar a algumas pessoas. De bom mesmo eu apontaria as boas cenas de lutas de espadas e uma ou outra bem realizada sequência de ação. "Last Knights" não chega a ser um grande filme, mas até que diverte bem, sem maiores pretensões.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Assassinato em Gosford Park

Robert Altaman encontra Agatha Christie? Quase isso. Na verdade o roteiro desse filme foi baseado numa estória criada pelo próprio Altman e não pela famosa escritora inglesa. Isso não quer dizer que seja totalmente original. Na verdade Altman aqui praticamente cometeu um plágio mesmo, criando um enredo que copiava em praticamente tudo as tramas de mistério de Christie. E como se deu isso? Copiando a "fórmula" da escritura. A coisa é simples, coloque um grupo de personagens em um ambiente restrito (pode ser um trem, um barco de cruzeiro ou como no caso aqui uma velha mansão) e depois revele um crime, um assassinato. A partir desse ponto basta apenas jogar com a real identidade do assassino, que no fim das contas pode ser qualquer um dos personagens. Joguinho de mistério. A grande original nesse tipo de enredo, obviamente, sempre foi a Agatha Christie. Altman aqui apenas a copiou sutilmente (ou nem tanto).

No filme temos um jantar de ricaços sendo organizado.Tudo se passa na década de 1930. Sir William McCordle e sua família recebem um grupo de milionários. A fina flor da sociedade da costa leste dos Estados Unidos. Apenas barões. Tudo vai correndo bem naquele estilo de falsidade grã fina até que um corpo é encontrado. Um homem está morto! Pronto, quem poderia ser o assassino? Não disse que seguia basicamente a fórmula dos livros de Agatha Christie? Pois então... O curioso é que esse filme apesar de ser bom e interessante, acabou seguindo a sina de muitos filmes de Robert Altman, ou seja, ser muito elogiado pela crítica, mas ignorado pelo público. O filme custou 20 milhões de dólares, mas só faturou 1,4 milhão em bilheteria. Tremendo fracasso comercial. Mesmo assim acabou levando um Oscar importante para casa, o de melhor roteiro. Pois é, algumas vezes ser levemente desonesto, copiando a ideia original dos outros, pode também dar bons frutos, inclusive sendo premiado pela Academia.

Assassinato em Gosford Park (Gosford Park, Estados Unidos, Inglaterra, 2001) Direção: Robert Altman / Roteiro: Julian Fellowes, Robert Altman / Elenco: Clive Owen, Helen Mirren, Maggie Smith, Ryan Phillippe, Michael Gambon, Kristin Scott Thomas, Charles Dance, Stephen Fry, Emily Watson / Sinopse: Grupo de milionários se reúnem numa sofisticada e bonita mansão localizada no campo. Todos estão lá para um jantar fino e refinado, mas a sofisticação acaba quando um corpo é encontrado. Houve um assassinato e o assassino se encontra entre eles. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Direção. Indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante (Emily Watson), Melhor Atriz Coadjuvante (Maggie Smith), Melhor Direção (Robert Altman), Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino. Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas

O diretor Luc Besson literalmente torrou 177 milhões de dólares para levar ao cinema essa adaptação dos quadrinhos franceses "Valerian and Laureline" de Jean-Claude Mézières e Pierre Christin. Poucas pessoas conhecem a obra original que hoje em dia chama mais a atenção pelo fato de George Lucas ter se inspirado justamente nela para criar o seu universo próprio de "Star Wars". As semelhanças são muitas. Certos personagens são praticamente os mesmos dos filmes de Lucas, com pequenas variações. A questão porém é que como se trata de quadrinhos dos anos 60 e 70, poucos jovens a conhecem. Assim não foram ao cinema conferir esse filme. Com uma bilheteria de pouco mais de 40 milhões de dólares a fita já é considerada um dos grandes fracassos comerciais do ano. Até o diretor do estúdio que a produziu foi demitido essa semana. O prejuízo passa dos 100 milhões de dólares, o que deve enterrar futuras adaptações desse universo. E pensar que esse filme deveria ser o primeiro de uma longa franquia...

Apesar disso, do filme ter afundado nas bilheterias, devo dizer que gostei do resultado. Artisticamente tudo é muito bem cuidado e desenvolvido. O roteiro é bom. Partindo da premissa que "Valerian and Laureline" tem centenas de edições, com uma longa e complexa saga nos quadrinhos, o roteiro escrito pelo próprio diretor Luc Besson foi muito bem adaptado. Ele consegue apresentar todos os personagens com êxito para o espectador que nunca leu na vida uma HQ dessa saga. Além disso imprime um ritmo muito bom e eficiente no próprio enredo. Tampouco nega as origens juvenis do material original. E Besson não foi certeiro apenas no roteiro que escreveu. Ele acertou também na direção, na escolha do design de produção e nos efeitos digitais. É inegavelmente um filme muito bem realizado, que não vai decepcionar aos que gostam desse tipo de ficção de aventuras, com tudo o que podem esperar desse tipo de filme. Há todo um universo singular, com criaturas fantásticas e muita ação. Como background narrativo há ainda uma boa trama envolvendo uma raça de seres que tiveram seu planeta natal destruído. Tudo de muito bom gosto. Pena que o público de certa maneira ignorou. Pelo visto o cinema europeu ainda precisa aprender muito com o cinema americano em termos de marketing e promoção. No final das contas foi justamente isso que faltou para que essa produção milionária tivesse o sucesso que merecia.

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (Valerian and the City of a Thousand Planets, França, Alemanha, Inglaterra, 2017) Direção: Luc Besson / Roteiro: Luc Besson, baseado nos quadrinhos "Valerian and Laureline" de Pierre Christin e Jean-Claude Mézières  / Elenco: Dane DeHaan, Cara Delevingne, Clive Owen, Rihanna, Ethan Hawke, Rutger Hauer, Herbie Hancock / Sinopse: Em um futuro distante dois agentes, o Major Valerian (Dane DeHaan) e a sargento Laureline (Cara Delevingne) são enviados para recuperar um artefato importante que está nas mãos de um contrabandista infame. O objeto tem ligação com a destruição de um planeta de uma civilização pacífica e desenvolvida, cujos últimos descendentes farão de tudo para também recuperar esse artefato.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

The Knick

The Knick 1.01 - Method and Madness
Basta dar uma pequena olhada nos nomes que estão envolvidos nessa nova série da Home Box Office (HBO), para perceber que o mundo do cinema está cada vez mais interessado no que se está produzindo na TV. Estrelada por Clive Owen e dirigida por Steven Soderbergh, a série The Knick é de fato uma grata surpresa. O enredo se passa em 1900, em Nova Iorque. A medicina, ainda sem os recursos adequados, luta para salvar vidas. No centro de tudo está o Dr. John W. Thackery (Owen), um cirurgião arrojado que deseja aprimorar as técnicas de cirurgia. Esqueça os protagonistas nesse estilo, principalmente daquelas séries tradicionais de médicos bonitões e virtuosos. O Dr. Thackery é bem diferente dos heróis de branco que você está acostumado a ver. Ele é arrogante, viciado em drogas e racista! Achou pouco?! Pois é, um retrato mais próximo das pessoas reais. Some-se a isso o fato do episódio piloto ser bem realista e cru (a ponto de mostrar em detalhes aspectos das cirurgias, com bastante sangue espirrando na tela) e você certamente terá um programa e tanto. Só não recomendo mesmo para quem tem horror a ver sangue jorrando aos montes. Outra série que já mostra desde os primeiros momentos que tem grande qualidade e que veio para ficar. Aproveite e acompanhe, já que estamos em plena estréia da primeira temporada. / The Knick 1.01 - Method and Madness (EUA, 2014) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 1.02 - Mr. Paris Shoes
No segundo episódio da série "The Knick" continuamos a acompanhar a rotina de médicos e enfermeiras de um hospital de Nova Iorque no começo do século xx. A série tem ótimos roteiros que mostram não apenas as técnicas utilizadas naqueles tempos (que eram primitivas e bem longe do que se vê hoje em dia) como também os aspectos sociais da interação entre os personagens. A principal delas vem do racismo velado que existia entre brancos e negros. Veja, não estou me referindo a um racismo sutil, feito de pequenas nuances, mas sim de um racismo direto, frontal, sem meias palavras. O Dr. Algernon Edwards (André Holland) é um cirurgião talentoso, sério e muito competente no que faz. Sua opinião dentro da equipe de cirurgia do hospital porém de nada vale simplesmente porque ele é negro! E para piorar o episódio deixa claro que o racismo não partia apenas dos brancos, mas dos próprios negros também. Em determinado momento ele tenta atender uma paciente negra que sem sutileza nenhuma deixa claro que prefere ser atendida em outro hospital a ser tratada por um médico negro como ele! Morando em um bairro afastado, numa pensão só para pessoas de cor, no meio da sujeira e insetos, ele ainda tem que entrar em uma briga corporal um irmão de sua raça que implica com seus belos sapatos comprados em Paris (daí o título do episódio). Além dessa linha narrativa ainda acompanhamos o Dr. John W. Thackery (Clive Owen) se afundando cada vez mais em seu vício de ópio e cocaína e os desafios do uso pioneiro da energia elétrica dentro dos centros cirúrgicos naqueles tempos primitivos. / The Knick - Mr. Paris Shoes (EUA, 2014) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 1.03 - The Busy Flea
E continua a saga de "The Knick". O cenário é um hospital de Nova Iorque no começo do século XX. A ciência ainda não está muito avançada, mas já registra vitórias importantes. Nesse episódio o Dr. John W. Thackery (Clive Owen) recebe a visita de uma antiga paixão do passado. Ela teve um caso ardente e apaixonado com ele, mas no último minuto se decidiu por casar com outro homem. Péssima escolha. O sujeito não era fiel e acaba contraindo sífilis de uma prostituta. Depois obviamente ela fica doente também. O pior é que parte de sua face é corroída e ela, ainda jovem, se vê desfigurada pelos rastros terríveis deixados pela enfermidade. Apenas Thackery seria de confiança para realizar uma cirurgia que amenizasse tais danos estéticos. O problema é que ele também não anda muito bem, sempre abusando da heroína, sua companheira até mesmo dentro do hospital, na hora do trabalho! Já o Dr. Algernon Edwards (André Holland) continua sofrendo forte preconceito racial de seus colegas de profissão. Embora seja inteligente, culto e preparado, ele é tratado como um médico de segunda classe, onde não se abre oportunidade para que ele demonstre suas habilidades com o bisturi. Revoltado por dentro, resolve ajudar pessoas pobres no porão do hospital, mas isso é certamente uma péssima ideia pela falta de mínimas condições para a prática segura da medicina. O resultado acaba sendo previsível, infelizmente. Temos aqui mais um excelente episódio dessa nova série "The Knick" que desde seu começo tem demonstrado ser uma das melhores coisas da TV americana. / The Knick 1.03 - The Busy Flea (EUA, 2014) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 1.04 - Where's the Dignity
As coisas não são fáceis para o Dr. Algernon Edwards (André Holland). Ele é um excelente médico, centrado, focado e estudioso. Some-se a isso o fato dele dominar uma nova técnica de cirurgia que foi criada na Europa. O lógico seria que ele fosse o responsável pelo uso do procedimento no hospital, mas isso não acontece. Como se sabe Edwards é negro e nessa condição sofre todos os tipos de preconceitos na Nova Iorque do começo do século XX. Os demais médicos não confiam nele e até os enfermeiros fazem pouco caso de seu preparo intelectual, o chamando às escondidas de "Dr. Negrinho". Até os pacientes (mesmo sendo também negros) não querem ser atendidos por ele! Uma situação lamentável. Então diante desse quadro a única coisa que sobra a Edwards é também jogar duro. Ele aceita dar instruções na cirurgia, mas impedido de agir, resolve se calar bem no meio da sala de cirurgia. Agora ou os brancos lhe deixam operar o paciente ou esse morrerá ali mesmo. Alguns espectadores podem se chocar com o racismo mostrado pela série, mas isso se justifica pelo contexto histórico que os roteiros exploram. No outro arco narrativo o Dr. John W. Thackery (Clive Owen) divide seu tempo entre a recuperação de uma velha amiga que ficou sem a cartilagem de seu próprio nariz por causa de uma doença devastadora e as visitas noturnas constantes a um antro de consumo de ópio em Chinatown. A enfermeira Lucy Elkins (Eve Hewson) decide segui-lo até aquele inferninho para ter certeza sobre seu vício cada vez mais frequente na popular droga oriental. Afinal de contas onde foi parar a dignidade no meio de todas aquelas pessoas? / The Knick 1.04 - Where's the Dignity (EUA, 2014) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Roteiro: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 1.06 - Start Calling Me Dad
No começo do século XX, a medicina ainda não tinha todo o aparato tecnológico que vemos hoje em dia. Dessa forma os próprios médicos tinham que procurar por algum meio para suprir as deficiências próprias da época. Em jogo a vida de muitos pacientes à beira da morte. Valia de tudo, inclusive adaptar aspiradores na sala de cirurgia e coisas do tipo. Para o cirurgião Dr. John W. Thackery (Clive Owen) a busca por novas invenções que salvam vidas era o mais importante obstáculo a ser superado. Assim ele acaba inventando um novo instrumento cirúrgico para reverter as enormes hemorragias que matavam muitas mulheres em trabalhos de parto naqueles tempos pioneiros. Um tubo de borracha inserido no útero nas pacientes que evitava que elas viessem a morrer em pleno parto. Essa busca por inovações tecnológicas acaba sendo a salvação do Dr. Algernon Edwards (André Holland). Pego em flagrante, ao usar instalações do hospital sem autorização, para atender doentes carentes, ele é salvo da demissão quando Thackery descobre que mesmo sob condições adversas, Edwards conseguiu inventar uma nova técnica cirúrgica que salva vidas em procedimentos de operação de hérnia. Admirado pelas habilidades cientificas de seu colega, decide não apenas poupá-lo de ir para a rua como também o leva para o quadro ilustre de cirurgiões do estabelecimento. Um bom episódio da série, mostrando as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da saúde em um tempo onde a improvisação e a imaginação poderiam ser a única tábua de salvação para muitos enfermos. / The Knick 1.06 - Start Calling Me Dad (EUA, 2014) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 1.07 - Get the Rope
A série "The Knick" tem investido bastante na questão racial. Embora seja passada no começo do século XX, os roteiristas acharam por bem criarem certas pontes com o momento atual em que vive os Estados Unidos. Nesse episódio um homem branco confunde uma negra com uma prostituta de rua. O mal entendido acaba mal. O rapaz negro que a defende dos insultos acaba sendo morto. Isso causa uma explosão de revolta pelas ruas da cidade de Nova Iorque e o caos se instala. Nem o hospital escapa do pandemônio que é instaurado. Nem é preciso ser muito inteligente para entender que o roteiro desse episódio tem tudo a ver com um caso recente que aconteceu em Ferguson, no estado americano do Missouri, quando um jovem negro chamado Michael Brown levou seis tiros dados por um policial branco. Foi uma forma indireta e até mesmo sutil encontrado pelos produtores para tratar sobre o caso que abalou a mídia por lá. Além disso desde o primeiro episódio um dos conflitos dramáticos mais explorados pela série vem justamente das dificuldades enfrentadas pelo Dr. Algernon Edwards (André Holland) em se impor na profissão. Inteligente e competente, ele nunca é levado à sério ou respeitado, nem mesmo pelos pacientes, simplesmente porque é negro. Pelo menos a partir desse episódio o Dr. John W. Thackery (Clive Owen) começa a superar seus próprios preconceitos em relação ao colega de profissão e começa a valorizar suas ideias e seu trabalho. Viciado em ópio e cocaína, sua vida particular tem se revelado uma bagunça completa. Grande profissional, não consegue superar seus problemas particulares, amenizados em parte depois que resolveu se envolver com a enfermeira Lucy Elkins (interpretada pela atriz Eve Hewson, que diga-se de passagem é uma gracinha). Enfim, "Get the Rope" tenta assim tocar em um assunto importante, mas sem parecer panfletário ou chato demais. Conseguiu. / The Knick 1.07 - Get the Rope (EUA, 2014) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco:  Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb, Eve Hewson.

The Knick 1.08 - Working Late a Lot
Um aspecto até bem comum e pouco conhecido é o vício em drogas de médicos. Como profissionais de saúde eles possuem amplo acesso a substâncias que outras pessoas comuns não têm. Para se tornar um viciado é questão apenas de pequenos passos. O protagonista da série "The Knick" vive esse drama. Brilhante cirurgião, o Dr. John W. Thackery (Clive Owen) tem sérios problemas nesse campo. Além de seu conhecido vício em ópio, que era bastante popular naqueles tempos, comercializado abertamente em casas orientais, ele também se mostra dependente químico da cocaína. Quando o hospital e a cidade ficam sem cocaína (usada legalmente no começo do século XX) por causa de problemas de importação, ele fica completamente fora de si. Aparentando problemas de abstinência o Dr. Thackery começa rapidamente a surtar pela falta da droga. Tudo bem claro, a olhos vistos, inclusive por outros médicos do hospital. O pior é que ele precisa fazer uma conferência para um grupo de pesquisadores e inventores de sua área, o que deixa a situação ainda mais delicada. Completamente alucinado sobe ao palco, mostrando para todos os presentes os efeitos da falta do entorpecente em seu organismo (esse tipo de situação iria, com os anos, classificar a cocaína como substância viciante, sendo banida para sempre das práticas médicas). Se a vida profissional vai se tornando caótica, a vida pessoal não vai também pelo rumo certo. Ele está cada vez mais envolvido com uma enfermeira que conhece todos os seus problemas e até ajuda ao conseguir um último frasco de cocaína disponível no hospital. Por falar nisso, o chefe da unidade hospitalar resolve ir atrás de doadores privados para que o hospital não feche as portas por falta de recursos. Infelizmente não consegue muito retorno. Chega até mesmo a procurar a Igreja Católica, mas essa já possui seus próprios hospitais de caridade e não pode ajudar a curto prazo. Pelo visto a vida na medicina não era nada fácil há cem anos. / The Knick 1.08 - Working Late a Lot (EUA, 2014) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 1.09 - The Golden Lotus
No começo do século XX a cocaína era um produto legal, comercializada e vendida em farmácias, geralmente usada em procedimentos cirúrgicos como fator anestésico. Só depois de um certo tempo é que as autoridades de saúde descobriram que ela tinha um alto poder de gerar dependência química em seus usuários. O enredo desse episódio gira exatamente em torno disso. Embora seja um cirurgião brilhante o Dr. John W. Thackery (Clive Owen) se revela também um viciado em cocaína. Quando a substância some de Nova Iorque por problemas de distribuição ele simplesmente surta com uma pesada crise de abstinência. Chega ao ponto inclusive de arrombar uma farmácia da cidade em busca da droga. Preso em flagrante, é levado para a delegacia e só consegue ser liberado após o dono do hospital onde trabalha oferecer propina ao corrupto policial que o tem em custódia. Isso em nada abala sua jornada em busca da substância. Ele entra em desespero. Para ajudá-lo a enfermeira Lucy Elkins (Eve Hewson) promete a ele que irá conseguir sua cocaína. Ela é perdidamente apaixonada pelo médico e está disposta a fazer tudo, absolutamente tudo, pelo seu amado. Lucy chega ao ponto de ir ao bairro chinês de Nova Iorque, numa casa de ópio, para conseguir algumas gramas da droga. Para isso chega ao ponto mais baixo que uma mulher pode chegar, tudo para amenizar um pouco a dor do Dr. Thackery. Na outra linha narrativa o Dr. Algernon Edwards (André Holland) recebe uma notícia surpreendente. Há alguns meses ele teve um romance com uma jovem senhorita branca. Ela vem ao hospital lhe informar que está grávida! Inicialmente Edwards fica feliz com a notícia, mas logo depois se decepciona completamente com o fato de que ela quer o aborto pois não estaria preparada para lidar com o preconceito da sociedade. Afinal Edwards é negro e seu filho seria mestiço. Em um mundo onde o racismo imperava ela queria se livrar o mais rapidamente possível do "problema". Claro que essa situação acaba deixando o médico completamente devastado. Será que ele teria coragem de realizar o aborto em seu próprio filho? Como sempre "The Knick" mantém um excelente nível. Essa série criada pelo diretor e roteirista Steven Soderbergh é seguramente uma das melhores coisas da TV americana em exibição. Não deixe de conferir. / The Knick 1.09 - The Golden Lotus (EUA, 2014) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Steven Katz, Jack Amiel / Elenco:  Clive Owen, André Holland, Eve Hewson, Jeremy Bobb.

The Knick 1.10 - Crutchfield
No começo do século XX a cocaína era usada de forma cotidiana em procedimentos cirúrgicos e médicos. Não se tinha ainda a noção de que essa droga pudesse criar uma forte dependência dentro do organismo. É justamente esse o drama pelo qual passa o Dr. John W. Thackery (Clive Owen). Brilhante cirurgião, ele simplesmente não consegue mais viver sem doses diárias da droga. Imerso em seu próprio vício, sem limites, ele começa então a ter delírios de pura paranoia. Quando um outro médico anuncia que fará uma publicação sobre os tipos sanguíneos existentes na humanidade, Thackery entra em parafuso. Ele se considera muito mais inteligente e competente do que seu concorrente. Assim ele emerge em uma insana busca para compreender o que determinaria os tipos sanguíneos e como se poderia superar o velho problema que sempre surgia quando eram feitas tentativas de transfusão de sangue. Como está completamente surtado e chapado ele levanta teorias completamente idiotas e malucas sobre o tema, apostando que o tipo sanguíneo seria determinado pelo tamanho das hemácias e outros absurdos. Seu acesso de loucura acaba levando à morte uma pequena garotinha de nove anos e então Thackery finalmente compreende que chegou mesmo o momento de ir em busca de ajuda. Acaba sendo internado em uma clínica de recuperação com o falso nome de Crutchfield (que acabou sendo também usado para nomear o episódio). Na última cena há um momento de fino humor negro quando descobrimos que na clínica se tentava curar o vício em cocaína com doses de... heroína! Acredite se quiser! Isso me fez lembrar de um livro best-seller que fez muito sucesso anos atrás chamado "A Assustadora Historia da Medicina", de Richard Gordon. Até evoluir, a medicina realmente tentou e experimentou tratamentos que eram de fato bem assustadores. Pura tentativa e erro. Enfim, esse episódio que fecha a primeira temporada foi um dos melhores da série, mostrando mais uma vez o grande talento do diretor e roteirista Steven Soderbergh. Esse sabe realmente como fazer uma boa série de TV. / The Knick 1.10 - Crutchfield (EUA, 2014) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 2.01 - Ten Knots
O Dr. John W. Thackery (Clive Owen) continua sua luta contra o vício de cocaína. Como foi mostrado no episódio anterior ele começou a ser tratado dessa dependência com... heroína! Coisas de um tempo em que a medicina ainda engatinhava, um festival de horrores para falar a verdade. Ao visitá-lo, seu colega de profissão, o Dr. Everett Gallinger (Eric Johnson), descobre que ele está pior do que nunca, completamente surtado, tendo alucinações e sofrendo de delírios. Além da paranoia começa a ver a garotinha que morreu em suas mãos na sala de operação enquanto operava com a mente cheia de drogas. Diante daquela situação horrenda Everett resolve então colocar em prática uma solução radical para a situação. Ele resolve retirar John da clínica de forma clandestina e o leva até seu veleiro. Amarrando Thackery ele pretende dar um choque de reabilitação no amigo. Obviamente que a crise de abstinência bate forte, mas Everett acredita que está no caminho certo. Apenas a desintoxicação completa daquelas drogas salvariam sua vida. John obviamente surta mais uma vez e até tenta agredir Everett, porém aos poucos vai percebendo que a agonia de ficar sem suas doses diárias vai diminuindo com o tempo. Everett também lhe propõe um desafio para ajudar a passar o tempo, desviando o pensamento de John das drogas. O desafia a aprender dez complicados nós de marinheiro, já que eles estão em alto mar. Se conseguir ele o levaria de volta a Nova Iorque. Mais amena é a paixão que a enfermeira Lucy Elkins (Eve Hewson) nutre por John. Ela não consegue esquecê-lo de jeito nenhum, é um amor que foge da razão. Mesmo com todos os problemas pela frente, ela não consegue deixar de pensar em seu querido amado e fica desesperada quando descobre que ele sumiu da clínica. O amor realmente é lindo e supera todos os desafios e barreiras... Temos aqui o primeiro episódio da segunda temporada, mais uma vez de excelente nível. O sucesso da primeira temporada tem permitido ao diretor e roteirista Steven Soderbergh caprichar cada vez mais, tudo resultando em uma das melhores séries da atualidade. / The Knick 2.01 - Ten Knots (EUA, 2015) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb, Eve Hewson, Eric Johnson.

The Knick 2.02 - You're No Rose
O Dr. John W. Thackery (Clive Owen) volta ao trabalho no hospital. Viciado em cocaína e heroína, ele garante à direção do Knick que está apto para voltar como chefe da cirurgia. O problema é que a confiança já não é mais a mesma de antes. Quem fica muito feliz com sua volta é a enfermeira Lucy Elkins (Eve Hewson). Ela é completamente apaixonada por ele e no passado fez de tudo por esse que ela considera o grande amor de sua vida. Thackery porém tem outros planos e já em seu primeiro reencontro com Lucy a diz que não a ama e que só teria ficado com ela no passado porque estava sob efeitos de drogas pesadas. A rejeição amorosa deixa Lucy arrasada. Para complicar ainda mais ela recebe a visita de seu pai, um pastor evangélico. Ele quer saber como vai Lucy, como é a sua rotina e sua vida. Enquanto isso o Dr. Algernon Edwards (André Holland) resolve contar a Thackery que está sofrendo de um sério problema de visão e que ele poderia comandar uma cirurgia experimental para tentar curá-lo. Uma má ideia. Apesar de estar afastado das drogas, Thackery ainda tem alucinações, inclusive com a de uma garotinha que morreu em suas mãos durante uma operação mal sucedida. Sofrendo de abstinência ele também está prestes a sofrer uma recaída, principalmente quando resolve ir a um bar cheio de prostitutas perto do caís de Nova Iorque. Lá a oferta de drogas é farta, colocando em risco seus desejos de se manter limpo. Mais um bom episódio de "The Knick". Se você gosta de séries médicas essa tem vários aspectos singulares, diferenciados, é bem escrita, atuada e tem um contexto histórico dos mais interessantes. Outra que recomendo sem receios. / The Knick 2.02 - You're No Rose (EUA, 2015) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb, Eve Hewson.

The Knick 2.03 - The Best with the Best to Get the Best
Depois de um breve período em que conseguiu ficar longe das drogas, o Dr. John W. Thackery (Clive Owen) tem uma tremenda recaída. Dessa vez ele não se contenta em apenas usar cocaína ou heroína, pelo contrário, ele resolve fundir ambas numa mistura que futuramente seria conhecida como Speedball, um explosão química, fatal em muitos casos. E é assim, alucinado e viciadão, que ele começa a pesquisar para tentar achar a cura de uma doença que matou muitos no começo do século XX nos Estados Unidos: a sífilis. Curiosamente o Brasil inclusive passa por uma epidemia dessa antiga DST nos dias de hoje. Pois bem, na outra linha narrativa a enfermeira Lucy Elkins (Eve Hewson) resolve confessar todos os seus pecados em um culto protestante. Detalhe 1: seu pai é o pastor da igreja. Detalhe 2: sua confissão é tão cheia de coisas pesadas (como sexo, drogas e depravação de todos os tipos) que seu pai fica furioso pois acredita que foi humilhado perante todos os seus seguidores! Afinal se a filha dele é uma depravada, como ele pode indicar o caminho da salvação para os outros? Ao invés de lhe dar a eterna e infinita misericórdia de Deus o que ele faz nos bastidores? Promove uma agressão física contra a própria filha! Socos e pontapés para todos os lados. Por falar em evangélicos descontrolados esse episódio ainda tira outra casquinha ao mostrar um juiz protestante completamente parcial e colérico que resolve descontar seu fanatismo religioso contra uma freira católica que vai a julgamento. Por fim, fechando o episódio, o Dr. Algernon Edwards (André Holland) é surpreendido pela chegada de uma mulher a casa de seus pais se dizendo ser sua esposa! O pior é que ela não fala nada além da pura e cristalina verdade. Durma-se com um barulho desses. / The Knick 2.03 - The Best with the Best to Get the Best (EUA, 2015) Direção:  Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 2.04 - Wonderful Surprises
A medicina era qualquer coisa de brutal no começo do século XX. Usando pouco método científico e seguindo mais na linha da tentativa e erro os médicos de Nova Iorque procuravam por curas para doenças que matavam muitos na época como a terrível sífilis (uma doença sexualmente transmissível). Assim o Dr. John W. Thackery (Clive Owen) resolve aumentar artificialmente a temperatura de uma paciente após usar essa mesma técnica em porcos. O objetivo é destruir os vírus com o aumento da temperatura corporal. Nos animais deu certo, realmente o aumento de temperatura interna eliminou as doenças, mas em seres humanos a coisa toda desanda para o desastre completo. Um detalhe do roteiro desse episódio também traz um aspecto bem curioso das relações sociais dos membros da elite daqueles tempos. O motorista da ambulância do hospital resolve chantagear um grupo de mulheres ricas da sociedade. Todas elas abortaram usando da ajuda de uma freira, religiosa essa que está prestes a ser condenada. Dessa maneira ou elas a ajudam a escapar da cadeia ou então ela contará tudo o que sabe no tribunal. Em pouco tempo a justiça resolve absolvê-la, mostrando que o sistema judiciário americano nunca foi a maravilha que todos sempre pensaram. Pequenas e grandes corrupções já eram comuns naqueles tempos distantes. / The Knick 2.04 - Wonderful Surprises (EUA, 2014) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 2.05 - Whiplash  
O Dr. Dr. John W. Thackery (Clive Owen) realiza uma pesquisa para vencer o vício em morfina. Ele pensa ter localizado no cérebro humano a exata localização onde se cria essa dependência. Assim, em sua forma de entender a questão, basta tirar um pedaço desse lugar para que o paciente fique curado do vício em drogas! Claro que sob o ponto de vista atual isso é um absurdo científico, mas naquela época tudo era possível em termos de pesquisa. Assim ele arranca uma parte do cérebro do pobre paciente e essa fica completamente catatônico, lobotomizado. Enquanto isso a enfermeira gatinha Lucy Elkins (Eve Hewson) começa a aceitar os galanteios de um médico do hospital. Ela o acha meio devagar, mas pelo fato do sujeito ser um médico bem posicionado pode ser uma boa ideia se envolver com ele. Por fim o hospital precisa atender uma grande demanda de pacientes que chegam de uma explosão ocorrida na construção do metrô de Nova Iorque. / The Knick 2.05 - Whiplash (Estados Unidos, 2015) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Steven Katz, Jack Amiel / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 2.06 - There Are Rules
Nesse episódio o Dr. John W. Thackery (Clive Owen) vai até um parque de diversões, daqueles com atrações bizarras, bem populares no começo do século XX. Nessa noite em especial ele acaba conhecendo duas irmãs siamesas, expostas como aberração para curiosos. Ele resolve ajudá-las. Ao examinar as garotas vê que elas possuem órgãos internos independentes, com exceção do fígado. Isso significa que uma cirurgia de separação poderia ser realizada. O problema é que as jovens são praticamente escravas de um imbecil, um sujeito asqueroso que alega ter "comprado" as duas (olha o absurdo completo!) em uma viagem à Rússia. O máximo da barbaridade. Assim Thack pede que um dos empregados do hospital resgate as garotas, dando uma tremenda surra no canalha. Nesse episódio também vemos a morte da mãe de um dos cirurgiões do hospital. Ela está com um ofensivo câncer no esôfago (tudo mostrado em cenas fortes!). A cirurgia usando corrente eletrônica (um método experimental) se torna um completo fracasso, com a morte da paciente. Em tempos como aqueles a medicina ainda procurava um caminho seguro a seguir, com muitos experimentos que na maioria das vezes acabava em mortes na sala de cirurgia. Uma triste realidade. A ciência como todos sabemos, pode sim, ser bem assustadora. Por fim esse episódio tem uma cena bem, digamos, peculiar, quando a enfermeira Lucy Elkins (Eve Hewson) masturba um dos diretores do hospital para receber o convite de um baile beneficente! Pois é, não está fácil para ninguém mesmo! / The Knick 2.06 - There Are Rules (Estados Unidos, 2015) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb.

The Knick 2.10 - This Is All We Are
Episódio final da série "The Knick" de Steven Soderbergh. No geral foi uma boa série, muito bem produzida, com roteiros caprichados, tudo para mostrar aspectos da medicina no começo do século XX. Tudo se passa em um hospital de Nova Iorque, apelidado pelos moradores justamente de "Knick". O personagem central sempre foi o médico cirurgião Dr. John W. Thackery (Clive Owen). Alucinado, viciado em morfina e cocaína, ele ainda assim conseguia ser um excelente profissional. Nesse episódio final temos uma apoteose digna de seu carisma. Ele precisa passar por uma cirurgia e pensa adotar uma nova técnica desenvolvida por ele mesmo. O problema é que os demais médicos do hospital não saberiam usar esse procedimento. Sem pensar duas vezes o Dr. Thackery decide se operar!!! Isso mesmo, usando de espelhos ele decide fazer a cirurgia em si mesmo! Simplesmente bizarro. O curioso é que o roteiro deixa uma situação em aberto. Tackert desmaia na sala de cirurgia, mas nunca fica claro se ele apenas perdeu a consciência ou se morreu mesmo. Como se trata do último episódio penso que ele morreu de fato. Foi um final justificado para um médico que sempre teve um ego descomunal. / The Knick 2.10 - This Is All We Are (Estados Unidos, 2015) Direção: Steven Soderbergh / Roteiro: Jack Amiel, Michael Begler / Elenco: Clive Owen, André Holland, Jeremy Bobb, Juliet Rylance, Eve Hewson, Michael Angarano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Os Últimos Cavaleiros

Na Europa medieval um rico senhor feudal, Lord Bartok (Morgan Freeman), é convocado para comparecer na corte, no gabinete do ministro Gezza Mott (Aksel Hennie). Ele é um membro corrupto do governo imperial e está atrás de puro suborno. O nobre Bartok porém se recusa a lhe dar uma grande fortuna em dinheiro, pois entende que isso corrompe os valores mais importantes da nação. Agindo assim acaba ganhando um inimigo poderoso, que estará disposto a tudo para colocar o seu clã Bartok em desgraça. O íntegro e honesto Lord só conta porém com a ajuda do comandante Raiden (Clive Owen), seu braço direito. A luta pela busca do poder será brutal. "Last Knights" é uma nova aventura que está chegando nas telas. A proposta é realizar um filme à moda antiga, passada na era medieval, embora o roteiro nunca deixe claro em que país se passe a estória. Isso é bem curioso e a direção de arte do filme, que usa elementos de culturas diferentes, parece confirmar a intenção de seus realizadores em não determinar em que nação se desenvolve todo o enredo. Em termos de elenco se destaca novamente Morgan Freeman. Sua participação porém dentro do roteiro é breve. Embora seja um dos personagens centrais do argumento ele logo deixa a cena, abrindo margem para a sede de vingança do personagem interpretado por Clive Owen.

A produção é bem feita, embora não seja excepcional. Nos tempos atuais não há mais a construção de grandes cenários, sendo tudo criado em computador, em pura realidade virtual. Assim os grandes castelos e muralhas são apenas técnicas da mais pura computação gráfica. Algumas vezes funciona, mas devo confessar que em certos momentos tudo me pareceu pouco convincente. Não me passou veracidade. O roteiro também não traz maiores novidades, se concentrando na velha fórmula da vingança pessoal. Há uma quebra de ritmo na segunda metade do roteiro que poderá desagradar a algumas pessoas. De bom mesmo eu apontaria as boas cenas de lutas de espadas e uma ou outra bem realizada sequência de ação. "Last Knights" não chega a ser um grande filme, mas diverte, sem maiores pretensões.

Os Últimos Cavaleiros (Last Knighs, EUA, 2015) Direção: Kazuaki Kiriya / Roteiro: Michael Konyves, Dove Sussman / Elenco: Clive Owen, Morgan Freeman, Aksel Hennie / Sinopse: Comandante feudal (Owen) parte em busca de vingança após seu senhor (Freeman) ser morto por se recusar a pagar suborno a um importante e poderoso ministro da corte do Imperador. Dado como irrelevante e decadente ele está disposto a tudo para honrar o nome de seu clã de cavaleiros guerreiros.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Trama Internacional

Título no Brasil: Trama Internacional
Título Original: The International
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Tom Tykwer
Roteiro: Eric Warren Singer
Elenco: Clive Owen, Naomi Watts, Armin Mueller-Stahl

Sinopse:
Um agente da Interpol, Louis Salinger (Clive Owen), resolve se aliar com a promotora Eleanor Whitman (Naomi Watts) para desmascarar um grupo do crime organizado infiltrado dentro de uma das mais ricas instituições bancárias do mundo. Através de uma rede de contas internacionais essa quadrilha lava bilhões de dólares ao redor do mundo e não está disposta a abrir mão de suas atividades criminosas. Para isso se torna essencial eliminar a dupla que almeja revelar tudo ao grande público.

Comentários:
Em tempos de crise era de se esperar que o sistema financeiro internacional virasse o vilão número um do cinema. Até porque poucos duvidam que grandes corporações multinacionais acabem financiando de uma forma ou outra grupos terroristas ou governos corruptos ao redor do mundo. Esse é o mote principal desse "The International". O personagem de Clive Owen acaba seguindo o fio da meada e descobre algo estarrecedor. Bilhões viajam pelo sistema para financiar armas usadas em atentados terroristas e opressão de regimes ditadoriais. O filme tem excelentes cenas de ação e o diretor de fotografia Frank Griebe conseguiu algo muito difícil de alcançar: tirar beleza e impacto dos prédios de puro aço e concreto das frias cidades americanas. Ele tirou dos projetos modernos de arquitetura uma identidade para o próprio filme, ultrapassando no caso até mesmo em importância o diretor Tom Tykwer, pois deu um rosto (e até mesmo uma alma) a uma produção que tinha tudo para se tornar tão fria como a arquitetura dos ambientes onde as principais sequências são realizadas. No mais o roteiro vai se desenvolvendo baseado em muitas tramas e conspirações, tudo aliado a bem realizadas cenas de assassinatos, execuções, duelos e suspense. Apesar de muitos considerarem o resultado final um tanto burocrático, considero certamente uma boa diversão para o fim de noite.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Mandando Bala

Título no Brasil: Mandando Bala
Título Original: Shoot 'Em Up
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Michael Davis
Roteiro: Michael Davis
Elenco: Clive Owen, Monica Bellucci, Paul Giamatti

Sinopse:
Em meio a ação desenfreada uma mulher grávida entra em trabalho em parto e só conta com o auxílio de Smith (Clive Owen). Ele tem a missão de proteger a criança de um grupo de criminosos liderados por Hertz (Paul Giamatti). Para isso tentará manter a salvo o recém-nascido ao mesmo tempo em que tenta também sobreviver à caçada feroz que é iniciada.

Comentários:
Um filme que me chamou a atenção logo na primeira vez que assisti. Isso porque não é definitivamente um filme de ação convencional, longe disso, na realidade é uma espécie de paródia que nunca se assume como tal e que se vale de uma sucessão de cenas pra lá de absurdas para causar impacto ou risos nervosos nos espectadores. Alguns não compram a ideia e deixam o filme pela metade, outros resistem mas não gostam da proposta do filme e por fim há aqueles que acham tudo o máximo. De nossa parte podemos até achar algum mérito cinematográfico aqui, por causa da estética exagerada e sem noção. Talvez seja uma forma do cinema de ação sobreviver aos novos tempos em relação a uma geração criada em frente aos videogames. De qualquer maneira há defensores desse tipo de estética fora dos padrões. Prova disso é que a produção concorreu a dois prêmios no Satellite Awards nas categorias Melhor Filme e Melhor ator (Clive Owen). Arrisque para conhecer.

Pablo Aluísio.

sábado, 19 de abril de 2014

Closer - Perto Demais

Título no Brasil: Closer - Perto Demais
Título Original: Closer
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Patrick Marber
Elenco: Natalie Portman, Jude Law, Clive Owen, Julia Roberts 

Sinopse:
O complicado relacionamento envolvendo dois casais em uma cidade moderna dos Estados Unidos nos dias atuais. O que parecia algo estável se torna explosivo quando o interesse entre eles ultrapassa as fronteiras das relações da cada casal.

Comentários:
Closer é muito bom porque mostra o natural desgaste que sofre relacionamentos amorosos com o tempo. A mulher já não é tão mais atraente como antes, os homens revelam pequenas manias que enfurecem elas e por aí vai. O destaque no elenco vai obviamente para a personagem de Natalie Portman, uma garota bonita que ganha a vida explorando seus dotes femininos. Sua imagem com a peruca rosa de stripper já entrou para a galeria de figurinos inesquecíveis da cultura pop. Junte-se a isso a excelente trilha sonora e o roteiro, muito bem escrito por sinal, e você entenderá porque Closer é considerado um dos melhores filmes sobre relacionamentos amorosos lançados nos últimos anos Além disso esse filme é basicamente sobre relacionamentos. Por isso ele é mais indicado para as mulheres porque as mulheres adoram discutir sobre seus relacionamentos (os seus e os dos outros também!). Homens gostam mesmo é de assistir TV tomando cerveja e ficar falando mal do técnico de seu time de futebol! Provavelmente 99% dos homens não gostarão de Closer porque esse filme, como eu disse, é sobre o envolvimento de duas pessoas, coisa que geralmente só interessa a uma delas, a mulher! Mesmo assim, com essa visão um pouco sarcástica demais, eu acho o filme acima da média. Claro que ajuda muito as generosas cenas de nudez parcial da Portman mas ignore isso e assista pelas qualidades cinematográficas de Closer, afinal isso é apenas a opinião de mais um homem

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Rei Arthur

Existe muita especulação histórica sobre a existência real ou não do mitológico Rei Arthur. Até bem pouco tempo atrás havia um consenso entre os historiadores de que Arthur era de fato apenas um personagem literário que teria nascido nas antigas canções medievais dos trovadores que iam de vila em vila encantando seu público ao cantar as estórias de um rei justo, leal e devotado ao seu povo que havia existido há muitos anos, em um passado perdido na memória. Essa era a tese mais aceita entre os especialistas até que começou a surgir uma nova corrente afirmando que Arthur foi de fato um soberano do mundo real que teria governado logo após a saída das tropas romanas da Bretanha. Ele assim teria surgido no vácuo deixado pelas tropas imperiais de Roma que teriam voltado para a cidade eterna com o objetivo de amenizar as inúmeras crises que se abatiam na capital do império (pois Roma já estaria vivendo seus dias de queda e decadência).

O roteiro do filme então abraça essa segunda visão. O Arthur desse filme surge justamente dentro desse contexto histórico e isso é a primeira grande diferença de outros retratos feitos do lendário Rei no cinema. De fato sempre ficamos acostumados a ver Arthur como um Rei medieval, que reinou na chamada Baixa Idade Média. Já o Arthur que emerge nas telas aqui é um soberano do mundo antigo, ainda enfrentando os últimos suspiros das tropas romanas em seu país. Infelizmente o roteiro muitas vezes se preocupa mais com a ação e as cenas de batalhas do que por fatores históricos propriamente ditos. Mesmo assim é aquele tipo de produção que vale muito mais pelo que propõe do que por suas qualidades cinematográficas. Certamente não é um filme perfeito, tem furos e lacunas em seu enredo mas no final das contas tudo é salvo pela idéia interessante e moderna que defende. Teria mesmo Arthur sido um monarca justo e digno? Teria mesmo existido? Infelizmente nunca saberemos a resposta mas não custa nada também sonhar um pouco não é mesmo?

Rei Arthur (King Arthur, Estados Unidos, 2004) Direção: Antoine Fuqua / Roteiro: David Franzoni / Elenco: Clive Owen, Ioan Gruffudd, Keira Knightley / Sinopse: O filme tenta mostrar uma outra visão sobre o lendário Rei Arthur (Clive Owen). Sae o monarca medieval e entra em cena o rebelde nacionalista que luta contra as tropas do Império Romano na Bretanha.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Hemingway & Gellhorn

Ernest Hemingway (1899 – 1961) foi um dos maiores escritores da literatura americana. Embora fosse brilhante com as letras era um sujeito complicado de se viver. Sempre envolvido em brigas, caçadas, mulheres e bebidas, acabou criando uma mítica em torno de si mesmo e suas aventuras. Esteve presente em vários conflitos armados e foi justamente em um deles, na guerra civil espanhola, que se apaixonou por Martha Gellhorn, uma jornalista que atuava como correspondente de guerra. Enquanto o general Franco dizimava seus opositores (formados principalmente por voluntários que foram lutar pela democracia na Espanha), Hemingway e Gellhorn se apaixonavam perdidamente. E é justamente essa a história central dessa boa produção do canal HBO. Com Clive Owen e Nicole Kidman interpretando os personagens centrais o filme tenta captar aspectos da genialidade de Ernest Hemingway, ao mesmo tempo em que destrincha seu romance com Martha Gellhorn. É uma obra que exige fôlego do espectador pois tem mais de duas horas e meia de duração mas no final não decepciona, embora tenha alguns pequenos problemas.

Antes de mais nada é importante chamar a atenção para o fato de ser uma produção televisiva o que obviamente significa ter um orçamento bem mais modesto do que de um filme para o cinema. Aqui os produtores resolveram inserir os personagens principais dentro de cenas reais da época, tudo realizado de forma digital. Funciona? Em alguns momentos sim, em outros não. Claro que esse tipo de decisão foi feita para deixar o orçamento mais enxuto, pois seria bem complicado (e caro) reproduzir cenas da guerra civil da Espanha e da invasão da China pelo Japão (lugares onde o casal passa parte de sua história). Assim sempre que há necessidade da inclusão de alguma cena mostrando esses eventos históricos se utiliza dessa artimanha. Nicole Kidman está, como sempre, maravilhosa. Para os fãs de seu “talento natural” fica o aviso de que há boas seqüências sensuais dela ao lado do ator Clive Owen. Na mais marcante delas os dois se entrelaçam nus em um quartel de hotel em Madrid enquanto a cidade é bombardeada por forças leais a Franco. Por falar em  Clive Owen tenho algumas observações a fazer em relação ao seu trabalho. O seu Ernest Hemingway não me agradou completamente. Além de não serem fisicamente parecidos, Owen muitas vezes cai na caricatura ao retratar um escritor machista, porcalhão e nada ético. De uma maneira ou outra, mesmo com todas essas reservas, ainda vale a pena assistir ao filme, nem que seja para ter uma noção didática sobre a guerra civil espanhola e o nascimento da grande obra literária “Por Quem Os Sinos Dobram”. Fica a recomendação então.

Hemingway & Gellhorn (Idem, Estados Unidos, 2012) Direção: Philip Kaufman / Roteiro: Jerry Stahl, Barbara Turner / Elenco: Nicole Kidman, Clive Owen, David Strathairn, Rodrigo Santoro, Peter Coyote / Sinopse: O filme narra a história de amor entre a jornalista e corresponde de guerra Martha Gellhorn (Nicole Kidman) e o escritor Ernest Hemingway (Clive Owen).

Pablo Aluísio. 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Elizabeth - A Era de Ouro

Com o êxito do primeiro filme, “Elizabeth”, era natural que os produtores levassem adiante a saga da Rainha Elizabeth I nos cinemas. Praticamente toda a equipe do filme anterior foi mantida. Uma vez contada sua origem o roteiro de “Elizabeth – A Era de Ouro” se concentra agora em um dos maiores desafios da Rainha durante os anos em que esteve à frente da coroa britânica. A trama se passa no ano de 1585. Nessa época a Espanha se torna a maior potência do planeta, fruto de sua política de expansionismo além-mar. As novas colônias descobertas no chamado novo mundo trouxeram uma riqueza inimaginável para o país Ibérico. Ouro, metais preciosos, tudo parecia brotar da terra com incrível facilidade. De posse de tanta riqueza a Coroa espanhola logo tratou de construir uma poderosa armada para consolidar seus domínios nas terras da chamada América. Como todo império que se preze os interesses da coroa espanhola logo entraram em choque com a Inglaterra, outra potência colonialista. Para piorar o Rei espanhol defendia abertamente a irmã de Elizabeth, Mary Stuart, como a verdadeira Rainha da Inglaterra, sucessora legítima do Rei Henrique VIII. Católica fervorosa, filha de mãe espanhola, Mary era a preferida das cortes espanholas para assumir o trono inglês. Não apenas por ser a filha mais velha de Henrique VIII mas também por causa de suas origens que a ligavam diretamente com o trono espanhol. Seria maravilhoso para a Espanha ter naquele momento histórico uma Rainha com sangue espanhol correndo em suas veias. Na visão das cortes espanholas Elizabeth era apenas a filha da devassa Ana Bolena, uma mulher sem virtudes.

Com tantos interesses conflitantes não é de se admirar que as duas potências tenham entrado numa feroz guerra que iria determinar os rumos da Europa (e do mundo) nos séculos seguintes. Para suportar todas as pressões externas, Elizabeth ainda teve que lidar com problemas internos, entre eles sua indefinição para se casar e ter filhos, garantindo assim uma sucessão tranqüila para sua dinastia. E é justamente nesse momento em que ela acaba simpatizando com a chegada do nobre aventureiro Walter Raleigh (Clive Owen) que logo se tornou inaceitável para as cortes como seu par romântico. Ele definitivamente não tinha as qualificações certas para se tornar o consorte real da Rainha. “Elizabeth – A Era de Ouro” é uma produção bem mais movimentada que o primeiro filme sobre Elizabeth I. As grandes batalhas, os conflitos em mar e terra, tudo isso deixa a produção com um aspecto bem mais atrativo para o público atual. Some-se a isso o ótimo uso de efeitos digitais nos momentos mais cruciais da guerra entre Inglaterra e Espanha. O saldo final como sempre é muito bom. A crítica adorou e o público prestigiou. Outro ponto positivo foi o fato de finalmente ter sido agraciado com o Oscar de Melhor Figurino, sanando um erro na premiação do primeiro filme. Para Cate Blanchett o resultado também não poderia ter sido melhor pois conseguiu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro de melhor atriz. Um reconhecimento merecido de seu trabalho nas duas produções enfocando a Rainha Elizabeth I.

Elizabeth – A Era de Ouro (Elizabeth: The Golden Age, Estados Unidos, 2007) Direção: Shekhar Kapur / Roteiro: Michael Hirst, William Nicholson / Elenco: Cate Blanchett, Clive Owen, Samantha Morton, Geoffrey Rush, Tom Holland, Abbie Cornish / Sinopse: Segundo filme sobre a rainha Elizabeth I. Lutando contra os interesses da coroa espanhola que deseja colocar Mary Stuart no trono inglês e de pressões internas que querem que se case para garantir uma sucessão tranqüila, a Rainha tenta sobreviver dentro do quadro político de sua época.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Os Especialistas

A primeira impressão ao assistir "Os Especialistas" é de tristeza ao ver o grande ator de outrora, Robert De Niro, se prestando ao papel de alugar seu nome a quem pagar melhor. Sim, não existe função ou importância no personagem que ele interpreta aqui - tanto faz ele existir ou não, nada mudaria nesse filme. O Jason Statham está na dele, esse é o tipo de produção que ele sempre estrelou mas De Niro exercendo um papel tão sem relevância como esse é realmente desanimador. O roteiro é banal, a velha fórmula do assassino profissional que tem que cumprir uma série de mortes. A única diferença aqui é que ele realiza os assassinatos por causa do sequestro de seu amigo por um xeique do Oriente Médio. O roteiro só não explica como é que um profissional desse tipo consegue ter sentimentos de amizade tão fortes a ponto de se colocar em risco por qualquer pessoa que seja. Ficou forçado e bobo. Jason Statham repete seu personagem habitual, o sujeito durão que distribui farpas e tiros para todos os lados. Ele atualmente é o legítimo sucessor herdeiro dos brutamontes dos anos 80 como Chuck Norris e Arnold Scharzennegger. Seguindo nessa linha vai construindo uma vasta filmografia com muitos títulos, tantos filmes que fica até complicado de acompanhar. Algumas dessas produções são boas enquanto outras são completamente medíocres. De qualquer forma ele já tem seu público formado e por isso nada vai mudar com mais esse filme de ação de rotina.

Um dos problemas de "Killer Elite" é sua duração excessiva. É muita metragem para pouca estória. Eu sou da opinião que filmes de ação devem primar pela agilidade, pela rapidez. Filmes que não tem o que contar e que duram tanto como esse aqui geram no espectador a sensação de impaciência e nada mais. Público de filme de ação gosta de uma coisa só, não tem paciência para enrolação. Talvez a inexperiência do diretor Gary McKendry justifique isso. Com apenas 3 filmes em seu currículo a impressão que tive é que ele não soube chegar ao corte ideal, trazendo dinamismo para o argumento em si. Enfim, "Os Especialistas" deveria ser menos longo, com menos enrolação e Robert De Niro deveria ter vergonha na cara e manter a dignidade de uma filmografia tão importante como a dele. Fazendo filmes desse naipe só conseguimos ficar com vergonha alheia de sua presença insignificante em cena.

Os Especialistas (Killer Elite, Estados Unidos, 2011) Direção: Gary McKendry / Roteiro: Matt Sherring baseado no livro de Ranulph Fiennes / Elenco: Jason Statham, Clive Owen, Robert De Niro / Sinopse: Assassino profissional (Jason Statham) tem como missão cumprir uma série de mortes. Ele realiza os assassinatos por estar sendo chantageado por um xeique do Oriente Médio que sequestrou seu melhor amigo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Confiar

A pedofilia e o aliciamento de menores, inclusive sua exploração sexual está na ordem do dia atualmente. Os jornais diários sempre trazem notícias relacionadas ao tema. É complicado até mesmo entender como no atual estágio de nossa sociedade ainda se encontra espaço para esse tipo de crime tão terrível que atinge todas as camadas sociais. Diante dessa situação o cinema não tardaria a tratar do tema. "Confiar" é um desses filmes que tratam da delicada questão. Adianto que gostei bastante do resultado final. O filme mantém uma postura inteligente, não caindo nem no dramalhão e nem na violência gratuita como solução para toda aquela situação (algo que poderia transformar o argumento em um tipo de "Desejo de Matar contra pedófilos"). Um dos maiores destaques dessa produção ao meu ver foi a forma extremamente realista em que a personagem vítima do pedófilo foi retratada. Definitivamente um dos melhores retratos de adolescentes que já vi no cinema ultimamente pois ela não é mostrada nem como uma garota completamente ingênua e nem como uma pessoa que possa lidar com uma situação barra pesada daquela de forma adulta. 

Aliás é bom destacar o trabalho da atriz que interpreta Annie, chamada Liana Liberato, pois apesar da pouca idade já demonstra ser muito talentosa e segura de si em cena. Já Clive Owen finalmente dá uma pausa nos abacaxis que andou fazendo e entrega aqui uma interpretação bem digna, nada canastrona e no tom certo. Parabenizo também o diretor David Schwimmer (ex-astro de Friends) pelas opções que tomou ao rodar o filme. Nenhum personagem em cena é estereotipado ou raso, pelo contrário, todos são mostrados como pessoas inseridas dentro de sua comunidade, pessoas produtivas que desempenham suas funções, mesmo que sejam no fundo e em segredo predadores ou maníacos sexuais (nesse ponto a cena final fecha com chave de ouro o filme). Enfim, recomendo bastante, pois “Confiar” trata um tema sério e delicado de forma adulta e livre de soluções fáceis. É uma produção para assistir e se debater depois. 

Confiar (Trust, Estados Unidos, 2010) Direção: David Schwimmer / Roteiro: Andy Bellin, Robert Festinger / Elenco: Elenco: Clive Owen, Catherine Keener, Viola Davis, Liana Liberato, Noah Emmerich, Jason Clarke / Sinopse: Will (Clive Owen) e sue esposa Lynn (Catherine Keener) presenteiam sua filha Annie (Liana Liberato) com um novo computador. Navegando pela internet Annie conhece um homem que se diz ser um jovem de apenas 16 anos, tal como ela. Ele se identifica como Charlie e marca um encontro com a garota. O que ela não sabe é que na realidade se trata de uma outra pessoa, com intenções criminosas a seu respeito. 

 Pablo Aluísio.