sexta-feira, 1 de setembro de 2023
Uivo
quinta-feira, 1 de setembro de 2022
Top Gun: Maverick
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022
Lucy in the Sky
Não demora muito e Lucy fica completamente obcecada pelo novo amante, que tem fama de mulherengo. E enquanto tenta ser escalada para a próxima viagem espacial, ela descobre que ele tem outra amante. É o gatilho para ela começar a perder completamente sua razão! Muito bom filme. Gostei de praticamente tudo. Elenco afinado, direção segura e um roteiro preciso. Como o título original do filme faz uma referência óbvia a uma das mais conhecidas músicas dos Beatles, Lucy in the sky with diamonds, ela também está presente na trilha sonora. Enfim, temos aqui uma história que parece de pura ficção, mas que foi verdade, o que não deixa de ser surpreendente.
Lucy in the Sky (Estados Unidos, 2019) Direção: Noah Hawley / Roteiro: Brian C. Brown, Elliott DiGuiseppi / Elenco: Natalie Portman, Jon Hamm, Zazie Beetz, Dan Stevens, Pearl Amanda Dickson, Ellen Burstyn / Sinopse: A história da paixão avassaladora de uma astronauta por um colega durante os preparativos de uma nova viagem espacial da NASA.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 22 de julho de 2020
Mad Men - Sétima Temporada
Essa foi a última temporada de "Mad Men". Para uma série que havia sido planejada para ter no máximo três temporadas, ter sete no final realmente a desgastou um pouco. O sucesso de uma série muitas vezes atrapalha no quesito qualidade. De qualquer maneira foi algo que agradou aos fãs do programa. Nessa última temporada foram produzidos 14 episódios no total, sendo exibidos originalmente entre os meses de abril de 2014 a maio de 2015. Por essa época a primeira temporada da série começou a ser exibida em canais de TV aberta no Brasil com o nome de "Mad Men: Inventando Verdades". Segue abaixo os principais episódios comentados.
Mad Men 7.01 - Time Zones
Primeiro episódio da última temporada de Mad Men. Os tempos agora são outros. Don Draper (Jon Hamm) está tentando começar vida nova em Los Angeles. Desde que surtou perante um importante cliente ele foi colocado na geladeira por sua agência de publicidade. Como sua esposa tem a pretensão de iniciar uma carreira de atriz a cidade acaba se revelando uma boa opção, mas Draper não parece muito bem naquele outro estilo de vida. No fundo ele é um nova-iorquino nato, de nascimento e hábitos. Não demora muito e decide retornar para a Bib Apple com o objetivo de resolver alguns negócios pendentes. Na viagem conhece casualmente a viúva Lee Cabot (interpretada pela atriz Neve Campbell da franquia Pânico!). Claro que logo surge um flerte entre eles, com direito a troca de olhares e carinhos, muito embora tudo acabe dando em absolutamente nada depois. Ela até o convida para visitar seu apartamento em Manhattan, mas Draper, quem diria, declina do convite! Estaria o velho conquistador com seus dias contados? Enquanto isso na agência, Peggy Olson (Elisabeth Moss) tem um osso duro de roer. Todas as suas ideias para comerciais de novos produtos são barradas por seu chefe. Ela não consegue emplacar mais nenhum slogan, nenhum roteiro! O tempo, pelo visto, fechou completamente para ela em seu emprego. Assim começa a fase final de "Mad Men". Acredito que o tom dos episódios vão ficar cada vez mais melancólicos e soturnos daqui em diante. Afinal de contas Don Draper é um personagem meio trágico, o que viria bem de acordo com sua proposta dentro da trama. / Mad Men 7.01 - Time Zones (EUA, 2014) Direção: Scott Hornbacher / Roteiro: Matthew Hoffman Weiner / Elenco: Jon Hamm, Neve Campbell, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.
Mad Men 7.02 - A Day's Work
Episódio do dia dos namorados. É tradição em séries americanas a produção de episódios como esses, que explorem datas e celebrações como natal, dia de ação de graças, etc. Nesse em particular o tema gira em torno do Valentine's Day. O amor está no ar, menos para os principais personagens de "Mad Men". Peggy Olson (Elisabeth Moss), por exemplo, tem um ataque após confundir as flores enviadas para sua secretária, pensando que foram enviadas para ela. Solteirona e infeliz, ela acaba protagonizando um papelão no escritório. Já para Sally Draper (Kiernan Shipka) o dia parece ser de revelações. Após ir ao enterro de uma colega de escola ela resolve ir até a agência de publicidade onde o pai trabalha, mas acaba descobrindo que ele foi afastado de lá (em episódios anteriores Don acabou surtando durante uma reunião importante, o que acabou queimando seu filme entre os colegas publicitários do escritório onde trabalhava). Agora ele passa os dias de bobeira, sem objetivos claros. Para piorar tem muitos conflitos com sua jovem namorada que tem sonhos de ir morar na Califórnia para emplacar como atriz de novelas e séries produzidas na costa oeste. Por fim, para explorar melhor o papel da mulher negra dentro do mercado de trabalho da época, o roteiro explora os problemas que vão surgindo dentro da agência envolvendo duas secretárias. Só para exemplificar: o velho sócio Bertram Cooper (Robert Morse) sugere a Joan Harris (Christina Hendricks) que ela transfira a nova recepcionista negra da entrada da agência para um setor mais interno, deixando meio óbvio seu racismo por medo de associar a imagem da empresa com uma trabalhadora de sua raça. Racismo sutil, mas igualmente danoso. / Mad Men 7.02 - A Day's Work (EUA, 2014) Direção: Michael Uppendahl / Roteiro: Matthew Weiner, Jonathan Igla / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.
Mad Men 7.03 - Field Trip
Afastado da agência de publicidade (por ter surtado durante uma reunião, conforme visto em episódios anteriores) Don Draper (Jon Hamm) decide viajar até a Califórnia para encontrar sua esposa Megan (Jessica Paré). Ela foi tentar uma carreira como atriz, mas definitivamente as coisas não andam muito bem. Muitos testes e poucas aprovações fazem com que ela adote uma personalidade dada a escândalos públicos. Seu agente acaba ligando para Don para que ele tente controlar a situação. Com tudo dando errado na profissão Megan resolve descontar nos outros suas frustrações e acaba sobrando até mesmo para Don que atravessou o país com a intenção de realmente ajudá-la. Eles discutem e resolvem dar um tempo. Para surpresa de Don a viagem até a Califórnia, que poderia se transformar em pura perda de tempo, acaba lhe reservando um encontro completamente ao acaso com Roger Sterling (John Slattery). A conversa é breve. Roger diz a Don que ele deveria voltar para a agência. Conselho dado e aceito. De volta a Nova Iorque Draper faz o que Roger lhe sugeriu. Sua presença porém causa um certo desconforto. Os sócios se reúnem e mesmo com receios resolvem recolocar Don de volta ao trabalho. A questão é que ele também é acionista da agência e não haveria como simplesmente o demitir. Para isso se concretizar porém haverá certas condições para seu retorno, algo que Draper poderá ou não concordar. Bom episódio, porém na média de "Mad Men". Depois que Draper saiu da agência seu personagem perdeu um pouco o interesse. Ele ficou de bobeira, sem muito o que fazer. Em sua sétima temporada "Mad Men" realmente ficou tal como seu protagonista, rodando em círculos, sem ter para onde chegar. / Mad Men 7.03 - Field Trip (EUA, 2014) Direção: Chris Manley / Roteiro: Matthew Weiner, Heather Jeng Bladt / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.
Mad Men 7.04 - The Monolith
Anos atrás Don Draper (Jon Hamm) contratou Peggy (Elisabeth Moss) para trabalhar como redatora de sua agência. Ela não tinha experiência e só queria ser aceita no emprego. O tempo passou, Don caiu em desgraça dentro da agência de publicidade que ajudou a fundar como sócio e agora se vê na humilhante situação de ser subordinado justamente a ela, Peggy! Draper precisa segurar sua posição e para isso resolveu concordar em seguir regras, entre elas parar de beber e seguir a hierarquia dentro da empresa. Não passa dois dias e ele começa a romper todo o acordo que havia prometido cumprir. Tempos nebulosos começam a se formar em torno do escritório. Na década de 60 houve a explosão do movimento hippie. Os jovens começaram a renegar o modo de vida capitalista, com seu consumismo e começaram a formar comunidades por todos os Estados Unidos. E é justamente para uma delas que a filha de Roger Sterling (John Slattery) resolve fugir. Ela deixa o filho para trás e literalmente larga tudo. A ex-esposa de Roger o procura, desesperada, e o casal resolve ir buscá-la. Tentando ser mais amigável Roger faz de tudo para parecer compreensivo com a filha, mas perde a paciência ao presenciar ela aderindo ao chamado "amor livre", muito popular entre hippies. Basicamente uma regra onde ninguém seria de ninguém por baixo dos lençóis. Nem precisa dizer que tudo acaba muito mal entre eles. Mais um bom episódio de "Mad Men", uma das séries que melhor representa o grande salto de qualidade pelo qual atravessa a TV americana nos dias atuais. / Mad Men 7.04 - The Monolith (EUA, 2014) Direção: Scott Hornbacher / Roteiro: Matthew Weiner, Erin Levy / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, John Slattery, Vincent Kartheiser.
Mad Men 7.05 - The Runaways
Don Draper (Jon Hamm) tem uma surpresa quando recebe o telefonema de sua sobrinha. Apesar de ser uma linda jovem ela é do tipo vida louca. Hippie, grávida de um vagabundo que foi preso vendendo maconha, ela precisa urgentemente de dinheiro para seguir viagem. Draper que não está em Los Angeles aconselha que ela vá até o apartamento de sua esposa, Megan (Jessica Paré), até ele chegar na costa oeste. Nesse episódio ocorre algo completamente bizarro com Peggy Olson (Elisabeth Moss). Um dos desenhistas da agência pira e resolve dar para ele, como símbolo de seu afeto e amor, seu próprio mamilo que ele arranca com uma faca! Acaba parando numa camisa de força. Por fim Betty Francis (January Jones) anda tendo novos problemas em seu casamento. Desde que se separou de Draper ela se casou novamente com um homem mais velho, um figurão da política. Durante um jantar ela resolve soltar algumas opiniões sobre o governo Nixon e os protestos contra a guerra do Vietnã, algo que deixa o maridão possesso de raiva, até porque ele a considera apenas uma esposa trófeu, uma mulher bonita para exibir aos amigos. Nada de mostrar inteligência ou opinião própria! Imagine o grau de machismo estúpido do cidadão! As mulheres dos anos 60 eram, além de reprimidas, profundamente subestimadas e até mesmo maltratadas. Um sinal de tempos bem mais primitivos nas relações sociais e familiares. / Mad Men 7.05 - The Runaways (EUA, 2014) Direção: Chris Manley / Roteiro: Matthew Weiner, David Iserson/ Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones.
Mad Men 7.06 - The Strategy
Peggy Olson (Elisabeth Moss) é designada pela agência para criar um comercial de TV para uma rede de fast food. Ela então bola uma propaganda em que uma mãe em seu carro vai até uma lanchonete da rede para comprar o jantar de seu marido. Tudo muito tradicional e familiar, mostrando uma típica família americana conservadora. No meio do caminho para a apresentação aos clientes bate uma insegurança e ela fica indecisa se aquela seria mesmo a melhor ideia, a melhor estratégia. Pior fica quando Don Draper (Jon Hamm) resolve dar algumas sugestões, a deixando ainda mais insegura. Nesse episódio a agência também perde um cliente importante, uma empresa de carros. Em outro arco narrativo Joan Harris (Christina Hendricks) é pedida em casamento, mas seu pretendente é gay e só quer mesmo uma mulher de fachada, para não atrapalhar sua ascensão na carreira executiva. Uma situação bem delicada, literalmente falando. / Mad Men 7.06 - The Strategy (Estados Unidos, 2014) Direção: Phil Abraham / Roteiro: Matthew Weiner, Semi Chellas / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, Christina Hendricks.
Mad Men 7.07 - Waterloo
O evento histórico relembrado nesse episódio é a chegada do homem à lua em 1969. Todos os personagens param para assistir esse grande acontecimento pela TV. Bem interessante. Pois bem, nesse episódio também temos muitos problemas, entre eles o fato da agência de publicidade ir se esfacelando aos poucos. Ao longo da série vimos fusões, compras e agora temos o desmembramento da agência. Curiosamente um dos estopins para a separação vem do fato do novo diretor focar em demitir Don Draper (Jon Hamm). E dentro desse universo de puxadas de tapetes só fica em pé o mais bem preparado. No outro pólo narrativo Peggy Olson (Elisabeth Moss) fica com os nervos à flor da pele ao perceber que vai ter que fazer sozinha a apresentação da campanha da Burger Chef para os diretores da empresa. Algo de muita responsabilidade, que envolve muito dinheiro. Essa parte do roteiro explora a mudança da posição das mulheres no mercado de trabalho. De simples secretárias elas passaram a ter mais responsabilidades. Por fim esse episódio marca a despedida de Bertram Cooper (Robert Morse). O simpático velhinho, fundador da agência, morre de forma repentina. Sua cena de despedida foi feita com muita criatividade, com ele dançando e bailando como se estivesse em um velho musical estrelado por Fred Astaire. Simpático adeus, diria até mesmo lírico. Bacana, bonito. / Mad Men 7.07 - Waterloo (Estados Unidos, 2014) Direção: Matthew Weiner / Roteiro: Matthew Weiner, Carly Wray / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, Robert Morse.
Mad Men 7.08 - Severance
A série vai caminhando para seu fim já com sinais de desgaste. Os roteiros vão apenas se repetindo, sem maiores novidades. Isso é o que eu chamo de "síndrome do esgotamento", quando tudo já foi explorado e não há mais nada a se inovar. Os personagens e a trama apenas se arrastam, episódio após episódio, sem chegar a lugar nenhum. Nesse temos poucos momentos importantes dentro da trama. Há uma seleção de modelos para participarem de uma campanha de casacos de pele. Nada mal. Don Draper (Jon Hamm), para variar, flerta com várias delas. Tudo termina em uma lanchonete, onde Roger Sterling (John Slattery) mostra pela primeira vez seu exótico (e bizarro) bigode! Nessa mesma lanchonete Draper fica obcecado por uma garçonete que ele jura que já a conhecia de algum lugar, mas sem conseguir lembrar exatamente de onde e nem de quando. Outro bom momento desse episódio acontece quando Joan Harris (Christina Hendricks) leva cantadas nada sutis de alguns clientes de uma fábrica de meias de seda. Os caras não parecem ter muita noção. Nem os roteiristas pois esse tema de assédio é algo mais recente (precisamente dos dias atuais) e não do contexto histórico em que a série se passa (no final dos anos 1960). Assim houve um certo equívoco histórico no desenvolvimento do enredo. De qualquer forma não é algo que vá prejudicar a série como um todo. / Mad Men 7.08 - Severance (Estados Unidos, 2015) Direção: Scott Hornbacher / Roteiro: Matthew Weiner / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, Christina Hendricks, John Slattery.
Mad Men 7.09 - New Business
Mais um episódio da última temporada de "Mad Men". Aqui Don Draper (Jon Hamm) emplaca mais um romance em sua vida, uma garçonete divorciada que ele conheceu por acaso. Sua ex-esposa Megan (Jessica Paré) está indo embora, levando praticamente todos os móveis do apartamento onde vivia com Don. Só que isso não resolve a questão, Megan e seu advogado querem mais. Assim Don acaba assinando um cheque de um milhão de dólares para colocar fim na questão! Generosidade pouca é bobagem! Um aspecto curioso desse episódio é a participação da atriz Mimi Rogers. Ela foi a primeira esposa do astro Tom Cruise e andava sumida do cinema e da TV. Aqui Rogers interpreta uma modelo veterana chamada Pima Ryan. Durante uma das campanhas de publicidade da agência de Don ela resolve dar em cima de Peggy Olson (Elisabeth Moss) de uma maneira nada sutil. Sim, Pima é lésbica! Bom episódio, embora como já venha dizendo há tempos, com sinais de saturação. A verdade é que "Mad Men" foi se arrastando lentamente até o décimo quarto episódio dessa temporada quando finalmente a série foi encerrada. Já não era sem tempo! / Mad Men 7.09 - New Business (Estados Unidos, 2015) Direção: Michael Uppendahl / Roteiro: Carly Wray, Jonathan Igla / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.
Mad Men 7.14 - Person to Person
Esse é o último episódio da série "Mad Men". E como termina "Mad Men"? Aqui vão alguns spoilers. Depois de tantas idas e vindas na vida pessoal e na carreira, Don Draper (Jon Hamm) vai embora de Nova Iorque. Depois de uma longa jornada onde acima de tudo procura conhecer a si mesmo, ele vai parar na Califórnia. E acaba encontrando amparo emocional numa mulher improvável. Os fãs da série vão se surpreender. Entre os personagens secundários as mulheres se destacam. Joan tem uma proposta de negócios para Peggy. Elas podem começar a sua própria agência de publicidade, dirigida apenas por mulheres, por que não? Já Roger acaba se casando (mais uma vez), para surpresa de ninguém. O sujeito não desiste mesmo. E de todos os personagens o que tem fim mais trágico é Betty (January Jones), a bela ex-esposa de Don, diagnosticada com um câncer agressivo. E assim se fecham as cortinas dessa série que realmente deixou saudades em quem gosta de séries bem produzidas, com excelentes roteiros. A má notícia é que depois do fim de "Mad Men" não encontrei nenhuma série na mesma linha. O canal AMC bem poderia produzir algum Spin-off. Seria algo muito bem-vindo. Eu, com certeza, iria acompanhar com interesse. / Mad Men 7.14 - Person to Person (Estados Unidos, 2015) Direção: Matthew Weiner / Roteiro: Matthew Weiner / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks.
Pablo Aluísio.
Mad Men - Sexta Temporada
Essa é a sexta e penúltima temporada da série "Mad Men". Foi exibida originalmente nos Estados Unidos pelo canal AMC entre os meses de abril e junho de 2013. No total foram produzidos 13 episódios para essa temporada. "Mad Men" é até hoje reconhecida pelos críticos como uma das melhores séries já produzidas na TV americana. A história gira em torno de um grupo de executivos do ramo da publicidade nas décadas de 1950 e 1960. O protagonista é Don Draper (Jon Hamm), um publicitário que se destaca por suas ótimas ideias para vender todos os tipos de produtos comerciais, que vão desde carros até marcas de sabão em pó. Ao longo da série são mostrados aspectos de sua vida profissional e pessoal, em especial seus relacionamentos conturbados com as mulheres de sua vida. Segue abaixo um resumo dos principais episódios dessa temporada.
Mad Men 6.01 - The Doorway, Part 1
Esse é o primeiro episódio da sexta temporada. Com todos os personagens já bem delimitados, familiarizados com o público, os roteiros buscam desenvolver até mesmo os chamados personagens secundários, isso sem descuidar dos protagonistas. Nesse episódio Don e Megan viajam para o Havaí, para passar suas férias, uma vez que seu relacionamento amoroso vive de altos e baixos. A infidelidade de Don vai ficando cada vez mais óbvia para Megan. Afinal ele nunca foi homem de apenas uma mulher, essa é a verdade. Já Peggy tem sua grande chance de mostrar toda a sua capacidade profissional ao produzir uma campanha a ser exibida no intervalo do Super Bowl. Ela só não contava em ser sabotada pelas suas costas. Por fim Roger recebe más notícias sobre sua mãe. Como ele vai lidar com tudo isso? / Mad Men 6.01 - The Doorway, Part 1 (Estados Unidos, 2013) Direção: Scott Hornbacher / Roteiro: Matthew Weiner / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks
Mad Men 6.02 - The Doorway, Part 2
Esse segundo episódio é um complemento do primeiro. Nos Estados Unidos inclusive foi exibido em conjunto, tal como se fosse um longa-metragem. Ficou muito bom. Don faz amizade com um médico cirurgião em seu prédio, mas fica de olho mesmo em sua mulher. O relacionamento com a esposa obviamente vai de mal a pior. Peggy tenta salvar sua campanha, mas tudo parece desmoronar na sua frente. Coitada, tão empenhada profissionalmente, mas por seu mulher naqueles anos, sempre tão subestimada por seus colegas de trabalho. E Roger? Sua mãe falece. E ele não perde a chance de fazer uma cena em seu funeral. Sempre cínico, acaba ficando abalando pela partida de sua mãe, algo que ele não esperava acontecer tão cedo. / Mad Men 6.02 - The Doorway, Part 2 (Estados Unidos, 2013) Direção: Scott Hornbacher / Roteiro: Matthew Weiner / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks
Mad Men 6.03 - Collaborators
Don não perde chance e eomeça um caso com uma mulher casada. Ela mora em seu prédio, é esposa de um médico bem sucedido, mas que como marido deixa a desejar. Não comparece, deixando sua mulher carente. Assim Don não perde a chance e a leva para a cama. Mesmo assim segue "amigo" do marido traído, como se fosse seu camarada. E parece que os casos de infidelidade de Don "inspiram" outros colegas de trabalho. Até mesmo o nada galã Pete acaba tendo também seu casinho fora do casamento. Já Peggy pensa mais em sua carreira profissional do que nos assuntos de alcova. Ela tenta liderar uma equipe de homens, sem muito sucesso. O machismo ainda resistia em relação ao papel da mulher no mercado de trabalho daquela época. Tempos complicados para as mulheres trabalhadoras. Detalhe curioso: esse episódio foi dirigido pelo próprio ator Jon Hamm. E não é que ele tem jeito para essa coisa de direção? Pois é, além de galã é um potencial cineasta. / Mad Men 6.03 - Collaborators (Estados Unidos, 2013) Direção: Jon Hamm / Roteiro: Matthew Weiner, Jonathan Igla / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks.
Mad Men 6.07 - Man with a Plan
Se fosse definir esse episódio em poucas linhas diria que é algo ao estilo "Don Draper encontra 50 tons de cinza". Como se sabe ele está tendo um caso extraconjugal com sua vizinha do andar de baixo, uma mulher madura que está entediada com a vida chata que anda levando ao lado do maridão, um médico enfadonho. Nesse episódio Draper (Jon Hamm) resolve fazer um joguinho erótico com ela. Vão para um apartamento e juntos começam uma espécie de "mind games erótico", onde ela não entende muito bem o que ele quer, mas mesmo assim entra no jogo de dominação e sedução que ele propõe. Já no escritório as duas empresas de publicidade tentam organizar a fusão, algo que não será nada fácil. Destaque também para o flerte que vai surgindo entre Joan Harris e um novo empregado. Detalhe para registro: acho a atriz Christina Hendricks uma das mais sensuais da TV americana, mesmo ela não estando dentro dos padrões de magreza que impera hoje em dia na moda e no cinema. É uma ruiva exuberante para homem nenhum colocar defeito. E esse tipo de opinião é algo que apenas os homens entenderão plenamente. / Mad Men 6.07 - Man with a Plan (Estados Unidos, 2013) Direção: John Slattery / Roteiro: Matthew Weiner, Semi Chellas / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks.
Mad Men 6.08 - The Crash
Depois da fusão das duas companhias de publicidade é hora de criar uma nova campanha para a marca de carros Chevy. O problema é que esse é um momento ruim para Don Draper (Jon Hamm) em sua vida pessoal. Ele está envolvido com uma dona de casa, vizinha de porta de seu apartamento. Ela é casada com um médico, mas curtiu um caso extra conjugal com ele por um longo tempo. Agora, preocupado que o affair leve ao fim de seu casamento, decide colocar um fim no relacionamento. Para Draper levar um fora de uma mulher é sem dúvida algo novo em sua vida. Como se tudo não fosse caótico o bastante um médico visita a empresa e aplica uma estranha injeção nos funcionários que começam a agir de forma estranha, como se estivessem meio malucos (o roteiro não explica do que se trata ou qual seria a droga, mas tudo leva a crer que seria a infame LSD, muito em voga na época). Assim que toma a dose Draper começa a agir alucinadamente, pensando estar criando a melhor campanha de publicidade da história (embora suas ideias sejam um lixo completo, sem muito nexo ou sentido). Em casa sua filha Sally (Kiernan Shipka) fica sozinha de noite, cuidando de seus dois irmãos mais novos. Uma ladra aproveita a deixa e entra no apartamento, fazendo um arrastão nas coisas de Draper. Pega no flagra ela inventa uma lorota para Sally, dizendo ser sua avó que ela não conhece! Enquanto isso Draper segue em sua "Bad Trip". Bom episódio de Mad Men, valorizado por um clima um tanto quanto insano e lisérgico, vamos colocar desse modo / Mad Men 6.08 - The Crash (EUA, 2013) Direção: Michael Uppendahl / Roteiro: Matthew Weiner, Jason Grote / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.
Mad Men - 6.09 - The Better Half
Don Draper (Jon Hamm) acaba encontrando casualmente sua ex-esposa Betty Francis (January Jones) em um posto de gasolina. Ela está lá para pegar seu filho Bobby em uma acampamento de férias. Conversa vai, conversa vem, eles começam a relembrar do tempo em que eram casados. O que se perdeu com o tempo? Por que não deu certo? Algumas garrafas de vinho depois, não tem jeito, vão para a cama. Detalhe: ambos ainda são casados com outras pessoas, mas para Draper essa é apenas uma noite de aventuras em memória aos velhos tempos. Já na agência de publicidade as coisas começam a se complicar. Roger Sterling (John Slattery) quer ser um pai presente na vida do filho que teve com a secretária Joan Harris (interpretada pela sempre exuberante Christina Hendricks). Ela porém não acha que isso seja uma boa ideia, pois pode confundir a vida do garoto que mal sabe quem é seu pai verdadeiro. O roteiro do episódio ainda faz uma pequena referência ao filme "O Planeta dos Macacos", um dos grandes sucesso da época nos cinemas. Roger Sterling é repreendido por sua própria filha por levar o neto para ver o filme em um cinema, causando pesadelos no garoto durante à noite. Pelo visto Roger não leva mesmo muito jeito nem como pai e nem como avô. Por fim Peggy Olson (Elisabeth Moss) passa por maus bocados por viver em um bairro negro. Sendo ela e o marido brancos, logo passam a ser hostilizados pelos afros que moram pela vizinhança (com direito a pedradas na janela de vidro da sala). Uma amostra da tensão racial que imperava na sociedade americana da época! / Mad Men - 6.09 - The Better Half (EUA, 2013) Direção: Phil Abraham / Roteiro: Matthew Weiner, Erin Levy/ Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.
Mad Men 6.10 - A Tale of Two Cities
Depois da fusão das duas empresas de publicidade todos os esforços são dirigidos para a conquista de novos clientes. O gigante do ramo dos cosméticos, a Avon, acaba criando interesse na empresa de Don Draper (Jon Hamm). O problema é que ele mal sabe disso. A aproximação acaba ocorrendo de forma casual quando Joan Harris (Christina Hendricks) conhece um executivo da empresa. Ela obviamente também quer mostrar seu valor trazendo mais essa importante empresa para o quadro de clientes de sua agência, a questão porém é que ela não tem essa função. Joan é apenas uma secretária executiva, sem poder de negociação com potenciais novas marcas. Ela porém passa por cima da hierarquia corporativa e vai em frente... o que acabará se revelando um desastre. A atriz Christina Hendricks é um dos grandes atrativos da série por causa de seu inegável sex appeal e por essa razão tem tido mais espaço nas tramas dos últimos episódios. No outro arco narrativo Draper e Roger Sterling (John Slattery) vão até a ensolarada Califórnia. A intenção é obviamente consolidar um novo mercado na costa oeste. Como nem sempre as viagens se resumem ao puro mundo dos negócios Draper acaba indo parar numa festa hippie, onde todos os tipos de "bichos-grilhos" consomem drogas à beira da piscina. Ele próprio acaba fumando haxixe em demasia, indo parar no fundo da água, onde quase morre afogado. Bad trip! Nessa altura do campeonato as tramas de "Mad Men" se passam mais ou menos no ano de 1968. Pequenas inserções de músicas e eventos jornalísticos da época procuram situar o espectador. Continua com bom nível, mostrando que ainda terá vida longa pela frente. Só resta saber como os roteiristas conseguirão vencer o desafio de levar a série em frente, já que em termos puramente dramáticos a coisa toda começa a saturar um pouco. / Mad Men 6.10 - A Tale of Two Cities (EUA, 2013) Direção: John Slattery / Roteiro: Matthew Weiner, Janet Leahy / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.
Mad Men 6.11 - Favors
Mesmo após o fim de seu caso extraconjugal, Don Draper (Jon Hamm) ainda segue muito interessado em sua vizinha Sylvia Rosen (Linda Cardellini). Ela é casada com um bem sucedido cirurgião, mas seu casamento na prática já acabou há muitos anos. O problema é que seu filho acaba de ser convocado para servir o exército, em plena guerra do Vietnã. Assim ela acaba pedindo para Draper tentar de alguma forma livrar o garoto de ir para a guerra. Draper foi militar e serviu na guerra da Coréia, mas percebe que sua melhor chance de conseguir a dispensa do filho de sua amante pode surgir num jantar de negócios com executivos da GM, que possuem grande influência dentro do governo americano. As coisas porém não dão muito certo e um clima ruim surge na hora em que ele puxa o assunto da guerra. De uma forma ou outra Draper consegue, por meios insuspeitos, que o jovem não vá parar nas selvas vietnamitas. Isso reascende seu caso com Sylvia, mas ambos acabam sendo pegos no flagra pela filha de Draper, Sally (Kiernan Shipka). Ela entra no apartamento do pai e o pega literalmente com as calças nas mãos. O choque é inevitável, o constrangimento é completo e isso pode colocar Draper em apuros futuramente. Já no escritório de publicidade Pete Campbell (Vincent Kartheiser) acaba passando por uma situação também bem constrangedora e delicada ao descobrir que seu colega de trabalho é na verdade gay e está se insinuando para ele! Imagine a saia justa! Para piorar sua mãe, que sofre de lapsos mentais, está tendo um caso amoroso com seu próprio enfermeiro! Uma situação bizarra e muito complicada de se lidar. De certa maneira o roteiro desse episódio confirma o velho ditado que diz que a grama do vizinho é sempre mais verde, só que no caso Draper está de olho mesmo é na mulher de seu próprio vizinho que, coitado, nem desconfia do que acontece! / Mad Men 6.11 - Favors (EUA, 2013) Direção: Jennifer Getzinger / Roteiro: Matthew Weiner, Semi Chellas / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser.
Mad Men 6.12 - The Quality of Mercy
Depois de flagrar o próprio pai transando com a vizinha casada, Sally (Kiernan Shipka) decide que quer ir estudar em um colégio interno, instituição fina onde estudou Jacqueline Kennedy Onassis no passado. Para Don Draper (Jon Hamm) isso definitivamente não seria um problema, mas uma solução. Antes de ser admitida porém ela precisa passar por uma entrevista e um pequeno teste de convivência com as demais internas para só depois ser aprovada como uma nova aluna. Aí descobre que as garotas que estão estudando lá passam longe de apresentar um bom modelo de comportamento, pois gostam de fumar e beber às escondidas além de receber outros garotos escondidos em seu quarto durante a noite! Enquanto isso, na agência de publicidade, Don precisa lidar com uma ideia inteligente, mas em sua opinião pouco abrangente. Peggy (Elisabeth Moss) resolveu criar um comercial baseado no clássico de Roman Polanski, "O Bebê de Rosemary". Don acaba assistindo ao filme, mas termina achando a fita bem sinistra e sombria, pouco adequada para ser aproveitada no mundo da publicidade. Afinal eles estão ali para vender produtos e não assustar os consumidores. Peggy porém acha sua peça muito boa. Don argumenta afirmando que apenas as pessoas que viram o filme poderiam entender as nuances da publicidade. O choque de opiniões acaba criando um clima ruim dentro da agência, agravada pelo fato de Don achar que ela estaria se envolvendo com um dos diretores da empresa, misturando sua opinião pessoal com a criativa, que deveria ser completamente criativa. Embora já tenha chegado ao final nos Estados Unidos, ainda estou caminhando para ver os últimos episódios. "Mad Men" continua mantendo um excelente nível nos episódios, mesmo na sexta temporada. Uma série realmente imperdível. / Mad Men 6.12 - The Quality of Mercy (EUA, 2013) Direção: Phil Abraham / Roteiro: Matthew Weiner, André Jacquemetton / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheis, Kiernan Shipka.
Mad Men 6.13 - In Care Of
Esse é o último episódio da sexta temporada de "Mad Men". Para Don Draper (Jon Hamm) é o momento de finalmente encarar velhos fantasmas do passado. E isso começa a interferir também em sua vida profissional. Uma das novas contas publicitárias de sua agência é com a fabricante da tradicional barra de chocolate Hershey's. Durante sua exposição sobre o produto, Draper começa a contar uma bonita história nostálgica onde ele acaba explicando para seus clientes que aquele produto fazia parte de sua vida, pois teria criado um elo de ligação emocional com seu pai no passado. Uma de suas melhores lembranças da infância era aquela em que seu velho o teria levado até uma loja de doces para comprar uma barra Hershey's para ele. Uma recordação que Don jamais teria esquecido. Assim Draper termina dizendo que essa seria uma boa ideia para o comercial, mostrando um pai comprando uma barra para seu filho, em um ambiente nostálgico, recriando um momento marcante do passado. Uma forma de mostrar indiretamente a tradição do chocolate na história americana. Tudo muito bem exposto e vendido, se o próprio Draper não sofresse um colapso emocional logo ali, bem na frente de sua clientela, algo que choca a todos, inclusive seus colegas de trabalho. Na verdade Don está se sentindo esgotado e pressionado e por isso decide que chegou o momento de mudar de ares, quem sabe ir morar na Califórnia, trabalhando em uma pequena sucursal de sua agência. Uma forma de recomeçar tudo, buscando por novos caminhos. Antes disso porém é chegado o momento de encarar algumas coisas que ficaram pelo meio do caminho em sua vida. Assim numa verdadeira catarse pessoal, ele resolve levar seus filhos para conhecer a velha casa em ruínas no qual cresceu. Um antigo bordel no lado mais barra pesada da cidade, o que acaba rendendo uma ótima cena final para essa série que a cada temporada consegue se renovar, sempre trazendo aspectos interessantes de todos os seus personagens. / Mad Men 6.13 - In Care Of (EUA, 2014) Direção: Matthew Hoffman Weiner / Roteiro: Matthew Hoffman Weiner / Elenco: Jon Hamm, Elisabeth Moss, Vincent Kartheiser, January Jones, Christina Hendricks.
Pablo Aluísio.
domingo, 9 de dezembro de 2018
Maus Momentos no Hotel Royale
Desconfie de tudo o que verá nas primeiras cenas, principalmente nas identidades daquelas pessoas. Nem tudo é o que aparenta ser. O próprio Hotel Royale não é apenas um cenário, mas praticamente um personagem no meio do enredo. Um daqueles estabelecimentos comerciais que faziam sucesso nos anos 1960, mas que depois entraram em franca decadência, com poucos hóspedes, geralmente viajantes perdidos em busca de uma boa noite de sono e nada mais. Para falar a verdade é quase uma nova versão do "Bates Motel" de Psicose, mas com decoração vintage mais colorida e brega. Enfim, um bom filme que me agradou. De modo em geral gosto desse tipo de enredo que vai se construindo aos poucos, ligando diversos personagens que parecem não ter qualquer ligação entre si. Uma amostra de bom roteiro, muito bem escrito.
Maus Momentos no Hotel Royale (Bad Times at the El Royale, Estados Unidos, 2018) Direção: Drew Goddard / Roteiro: Drew Goddard / Elenco: Jeff Bridges, Jon Hamm, Dakota Johnson, Cynthia Erivo, Chris Hemsworth, Lewis Pullman / Sinopse: Um grupo de desconhecidos chega em um velho hotel decadente da fronteira entre dois estados americanos, cada um deles com um propósito próprio, não muito claro. Qual seria a ligação que existiria entre cada uma daquelas pessoas?
Pablo Aluísio.
sábado, 7 de julho de 2018
Beirute
Até que um dia recebe um estranho convite para dar uma palestra em Beirute. Ele não vai lá desde a morte da esposa, há dez anos. Mesmo assim, por causa da bela oferta em dinheiro, resolve retornar. A velha Beirute que ele conheceu já não existe mais. Tudo o que sobrou foram escombros e destruição. Pior do que isso. Ele descobre que o tal convite da universidade foi apenas uma fachada criada pela CIA que queria seu retorno para participar das negociações de resgate de um agente da embaixada americana que foi sequestrado por terroristas. E assim segue o enredo. No geral gostei dessa nova produção do Netflix. O roteiro poderia ter entrado mais fundo na questão libanesa, mas do jeito que está, valorizando mais as negociações do sequestro, até que prende a atenção. O ator Jon Hamm de "Mad Men" encara um de seus primeiros filmes como protagonista e não se sai mal. Ele tem o jeito certo para esse tipo de produção. Só falta encontrar o roteiro certo para virar, quem sabe, um novo astro de cinema.
Beirute (Beirut, Estados Unidos, 2018) Direção: Brad Anderson / Roteiro: Tony Gilroy / Elenco: Jon Hamm, Jay Potter, Khalid Benchagra / Sinopse: Mason Skiles (Jon Hamm) é um ex-agente diplomático americano que acaba caindo numa armadilha criada pela CIA. Ele retorna para Beirute, onde trabalhou dez anos antes, para se envolver nas negociações de sequestro de um membro da embaixada dos Estados Unidos. O líder dos terroristas é um velho conhecido seu, tendo trabalhado ao seu lado quando era apenas um jovem rapaz.
Pablo Aluísio.
sábado, 4 de novembro de 2017
Em Ritmo de Fuga
O personagem principal "Baby Driver" é interpretado por Ansel Elgort, ator adolescente que virou ídolo teen no sucesso juvenil "A Culpa é das Estrelas". Ele fazia o carinha que estava morrendo e que se apaixonava por Shailene Woodley. É uma tentativa de Hollywood em criar um novo ídolo do cinema, principalmente entre as colegiais. Vai colar? Só o tempo dirá, porém particularmente acho bem improvável de acontecer. Em termos de elenco o melhor vem dos coadjuvantes, não apenas pela presença de Kevin Spacey, como também de Jon Hamm e Jamie Foxx, todos interpretando membros da quadrilha. Hamm, de "Mad Men" está aos poucos entrando no mundo do cinema e Foxx, velho conhecido, é um dos destaques do filme por causa de seu personagem, um sujeito insano. Então é isso, um filme de assaltos a bancos, feito para o público juvenil. Nada demais, nada marcante, mas que com um pouquinho de boa vontade até diverte!
Em Ritmo de Fuga (Baby Driver, Estados Unidos, 2017) Direção: Edgar Wright / Roteiro: Edgar Wright / Elenco: Ansel Elgort, Jon Hamm, Kevin Spacey, Jamie Foxx, Eiza González, Lily James / Sinopse: Quadrilha de assaltantes de bancos conta com um excelente piloto, um ás do volante, que sempre consegue despistar os tiras durante as fugas alucinadas pelas ruas da cidade. Conhecido apenas como "Baby Driver" ele parece cool e tranquilo, mas na hora em que é necessário mostra toda a sua destreza como motorista de fuga.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Globo de Ouro 2016
Outro fato que chamou muito a atenção na premiação - a ponto de virar piada na internet - foi a reação do ator Leonardo DiCaprio quando Lady Gaga (por "American horror story: Hotel") foi anunciada como vencedora na categoria de Melhor atriz em minissérie ou filme para a TV. Leo parecia se divertir muito e acabou levando um "chega pra lá" nada sutil da cantora. Nem se fosse proposital, escrita por roteiristas da cerimônia, seria tão divertida a cena. Foi o momento mais comentado da noite. Por falar em DiCaprio ele também levou seu prêmio pelo elogiado "O Regresso", um dos melhores filmes de sua carreira que em breve irei comentar por aqui. Essa produção também levou o prêmio mais importante da noite, o da categoria Melhor Filme Drama. E como se isso não fosse o bastante ainda levantou o prêmio de Melhor Direção. Nada mal. Com isso se torna o favorito ao Oscar. Os outros atores premiados da noite foram Sylvester Stallone (por "Creed", quem diria) e Matt Damon (por "Perdido em Marte", um prêmio um pouco exagerado). No campo da animação "Divertida Mente" foi premiada. Muitos apostavam no filme do Snoopy.
Entre as atrizes foram premiadas Jennifer Lawrence (por "Joy", um filme apenas mediano), Brie Larson (por "O quarto de Jack", desbancando a favorita Cate Blanchett por "Carol") e Taraji P. Henson (pela série "Empire"). Na categoria comédia musical a simpática Rachel Bloom foi premiada por sua atuação em "Crazy ex-girlfriend". Kate Winslet também não foi esquecida e acabou sendo premiada pelo fraco "Steve Jobs". Um prêmio de consolação por um filme que foi muito esperado, mas que passou longe de cumprir as expectativas criadas. Já para os nostálgicos o grande momento da noite veio com o reconhecimento e o prêmio de Ennio Morricone pela trilha sonora do faroeste"Os 8 odiados". Merecido? Mais do que isso. Já o prêmio de Melhor Canção achei bem fraco ( a chatinha "Writing on the wall" de "007 contra Spectre" se tornou vencedora). Por fim, as séries. A estranha "Mr. Robot" caiu nas graças dos membros do Globo de Ouro e levou dois prêmios importantes: Melhor Ator Coadjuvante para Christian Slater e Melhor Série Drama, vencendo fortes concorrentes como "Game of Thrones" e "Narcos". Por essa pouca gente realmente esperava. Bom, se você estava precisando de um empurrão para conhecer a nova série eis ai sua deixa. Outra surpresa e tanto foi a premiação de "Mozart in the jungle", passando por cima da grande favorita "Orange is the New Black" (que tem um imenso fã clube no Brasil) na categoria de Melhor série de comédia ou musical. Pois é, para que tudo não ficasse muito chato não faltaram zebras nessa noite. Foi a cereja do bolo de uma noite divertida e agradável.
Mad Men - Jon Hamm foi novamente premiado no Globo de Ouro por sua atuação na consagrada série "Mad Men". Obviamente que houve quem não gostasse, principalmente para os brasileiros que torceram por Wagner Moura em Narcos. Bobagem. O prêmio de Hamm foi mais do que merecido. Grande parte do sucesso de "Mad Men" aliás se deve a ele, pois suas atuações são realmente na medida certa. Analise Don Draper. Ele passa longe de ser um personagem fácil de interpretar. Na superfície ele passa a imagem de um profissional bem sucedido, quase um gênio da publicidade. Por baixo de toda essa estampa se encontra um homem com muitos problemas emocionais e um passado conturbado. Draper nem é mesmo quem diz ser. Na verdade ele teve uma infância miserável, toda passada em um bordel imundo. Como se isso não fosse o bastante sua própria mãe era uma prostituta. Quem não levaria vários traumas de uma infância dessas?
O tempo passou e Draper deu a volta por cima, ainda mais depois que resolveu assumir a identidade de um colega morto em combate. Renovado, com outro nome, deixando tudo para trás ele acabou na verdade se reinventando. E é justamente dessa dualidade que vem o grande mérito do trabalho de Jon Hamm. Ele se saiu igualmente bem dando vida ao macho alfa bem sucedido que levava todas as mulheres para a cama, como também ao introspectivo, traumatizado e conturbado homem que tinha uma bagagem emocional muito pesada para levar nas costas. Com tudo isso toda crítica feita a Hamm se mostra vazia e sem sentido. Além do mais vamos convir que Wagner Moura não estava realmente bem como Pablo Escobar, principalmente por ostentar um péssimo sotaque, nada convincente. Juntando as falhas do ator brasileiro com o fato da série "Mad Men" ter encerrado suas temporadas (o que justificou um prêmio ao estilo "pelo conjunto da obra") você facilmente entenderá porque nenhum outro ator merecia levar o Globo de Ouro de 2016. Não apenas está de bom tamanho, como também, está mais do que justa sua premiação.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Minions
Título Original: Minions
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Illumination Entertainment
Direção: Kyle Balda, Pierre Coffin
Roteiro: Brian Lynch
Elenco: Sandra Bullock, Jon Hamm, Michael Keaton, Geoffrey Rush
Sinopse:
Os Minions estão na Terra desde o começo da história do planeta. Assim eles surgem na era dos grandes dinossauros, no surgimento do grande Egito Antigo e até mesmo nas guerras Napoleônicas. Agora, tristes e isolados numa região ártica, três minions, Bob, Kevin e Stuart resolvem ir embora atrás de um novo vilão para seguirem. Na viagem acabam parando na Nova Iorque dos anos 60 e lá descobrem que está para ser realizada uma grande convenção de vilões do mundo inteiro em Orlando. Sem pensarem muito, embarcam em uma nova aventura e ficam fascinados pela vilã inglesa Scarlet Overkill. Ela parece ser justamente tudo aquilo que procuravam!
Comentários:
Essa animação existe por motivos puramente comerciais. Depois do sucesso dos dois filmes da franquia "Meu Malvado Favorito" os produtores descobriram que os Minions eram um sucesso e tanto no mundo de brinquedos e produtos em geral para o público infantil. Estampando todos os tipos de bugigangas e mercadorias eles se tornaram mais rentáveis do que os próprios filmes onde eram meros coadjuvantes. Diante do sucesso era de se esperar que eles ganhassem seu próprio filme solo mais cedo ou mais tarde. Na minha opinião não foi uma boa ideia já que as simpáticas e carismáticas criaturinhas não conseguem levar um filme inteiro sozinhos. Eles funcionam muito bem em pequenas sequências divertidas, mas quando ficam o tempo todo em evidência logo surge o cansaço por parte do espectador. O roteiro assim se resume a uma sucessão de gags, algumas divertidas e outras nem tanto. Como os minions não vivem sem seguir algum vilão os roteiristas tiveram que inventar uma, versão feminina e inglesa, chamada Scarlet Overkill (que na versão original ganhou a voz da atriz Sandra Bullock). Usando a própria Inglaterra como cenário a traminha é frouxa e sem muitos atrativos, principalmente para o público alvo da fita que é justamente das crianças com menos de dez anos de idade. Há referências do mundo pop que até soam divertidas como a que envolve os Beatles e a capa do álbum Abbey Road, porém os pequeninos certamente não entenderão esse tipo de piada. A trilha sonora traz vários clássicos do rock dos anos 60 (a estorinha se passa nessa época) e assim somos surpreendidos com o som de grupos como The Doors, por exemplo. Infelizmente nada disso melhora o resultado final, que é bem pálido e descartável mesmo. Apenas o interesse em faturar muito no mercado infantil justifica realmente a existência desse filme, todo o resto é sem maior interesse.
Pablo Aluísio.
domingo, 2 de novembro de 2014
Apagar Histórico
Título Original: Clear History
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Pictures
Direção: Greg Mottola
Roteiro: Larry David, Alec Berg
Elenco: Larry David, Jon Hamm, Kate Hudson, Michael Keaton, Eva Mendes
Sinopse:
Nathan (Larry David) mais parece um hippie velho, com longa barba e cabelos rebeldes, mas no fundo é um executivo de marketing de uma montadora de carros elétricos. Na véspera de lançamento do veículo chamado Harold, ele resolve sair, levando suas ações. Desnecessário dizer que fica arruinado financeiramente já que o carro se revela um enorme sucesso de vendas. Com o fracasso de sua carreira profissional e pessoal, ele resolve ir morar numa cidadezinha costeira, onde acaba mudando de nome, sendo agora conhecido como Rolly, afinal o que ele quer mesmo é esquecer o seu passado a todo custo. Sua vida pacata porém logo vira ao avesso quando ele descobre que seu antigo sócio Will Haney (Jon Hamm) acaba de comprar uma mansão nas vizinhanças.
Comentários:
Quem já conhece o humor do ator, roteirista e diretor Larry David já saberá de antemão o que encontrará pela frente. Ele não é muito conhecido no Brasil, a não ser por ter sido um dos criadores da série "Seinfeld". Depois do sucesso espetacular desse programa ele resolveu arriscar com uma nova comédia, dessa vez produzida pela HBO chamada "Curb Your Enthusiasm" que também se tornou bem popular nos Estados Unidos. Agora ele está de volta para essa simpática fita de humor que novamente procura fazer graça com o seu tipo fora do comum. Larry David sempre fez um tipo de humor mais intelectual, usando bastante do timing judeu, onde ele parece estar sempre deslocado onde vive. De certa forma lembra até mesmo Woody Allen em sua essência. Diálogos bem escritos, situações constrangedoras e muito mal estar fazem parte de seu cardápio. Além disso seus personagens parecem sempre apresentar algum tipo de transtorno obsessivo, o que torna tudo ainda mais divertido, pelo menos sob uma viés de humor negro. Outro destaque vem do elenco coadjuvante, atores e atrizes famosos que aceitaram participar do filme apenas pelo prazer de contracenar com David. Entre eles temos o astro de "Mad Men" Jon Hamm e a eterna namoradinha da América, Kate Hudson. Uma comédia inofensiva que no final das contas cumpre seu objetivo de lhe proporcionar algumas boas risadas no fim de noite.
Pablo Aluísio.
sábado, 1 de novembro de 2014
Arremesso de Ouro
Esse provavelmente será mais um daqueles filmes americanos sobre beisebol que será ignorado completamente no Brasil. Não tem jeito, tirando os americanos, cubanos e japoneses, ninguém dá muita bola para esse esporte que inclusive está em decadência dentro do próprio EUA, por já não ter tantos admiradores como nos bons e velhos tempos. De fato os mais jovens andam preferindo basquetebol e futebol americano, deixando o beisebol com cara de "esporte para velhos". Se os gringos não andam dando muita bola o que dirá dos brasileiros... Mesmo assim vale a pena conhecer por causa não do esporte em si - que é realmente meio chato - mas pela estória que conta. Como se trata de um produto Disney não vá esperando nada de muito ousado ou revolucionário, pelo contrário, é um filme esteticamente muito convencional que se contenta apenas em contar uma boa estória que foi baseada em fatos reais e nada mais. Para os que adoram séries de TV o interesse certamente virá da presença do ator Jon Hamm, o publicitário Don Draper de "Mad Men". Ele é quem acaba trazendo algum interesse ao enredo, pois sua presença já vale a curiosidade. Pena que a Disney deixou a sutileza e a leveza de lado e resolveu realizar um filme que, na minha forma de ver, tem uma duração excessiva. Mais de duas horas contando a história de dois indianos tentando aprender a jogar beisebol de fato soa como algo cansativo. De qualquer forma faça um esforço e tente assistir, será pelo menos curioso acompanhar a viagem desses dois rapazes da miserável Índia para o país do beisebol.
Arremesso de Ouro / Um Braço de Um Milhão de Dólares (Million Dollar Arm, Estados Unidos, 2014) Direção: Craig Gillespie / Roteiro: Thomas McCarthy / Elenco: Jon Hamm, Aasif Mandvi, Alan Arkin / Sinopse: Agente esportivo à beira da falência resolve promover um último e desesperado golpe de marketing em sua carreira: trazer dois jovens indianos para se tornarem astros na liga de beisebol americana. Filme baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio.
domingo, 7 de julho de 2013
O Dia Em Que a Terra Parou
O enredo é praticamente o mesmo, pelo menos em sua premissa principal. No Central Park em Nova Iorque uma grande espaçonave pousa suavemente. Dela saem dois tripulantes, um homem e um grande robô gigante. Eles trazem uma mensagem de paz mas antes que consigam transmitir aquilo que desejam são atacados covardemente por membros das forças armadas americanas no local. O gesto de violência gratuita acaba gerando uma série de eventos que se tornam literalmente catastróficos para os seres humanos. Além dos problemas de roteiro esse remake tem outro sério problema: o ator principal, Keanu Reeves, se mostra completamente apático o filme inteiro, sem qualquer tipo de envolvimento maior. Sua apatia afunda o filme do ponto de vista dramático e a partir daí tudo se resume mesmo a uma série de efeitos digitais sem fim (e sem finalidade nenhuma para deixar bem claro). O resultado comercial foi considerado morno, já que passou muito longe de repetir o sucesso de “Guerra dos Mundos”. Melhor assim, já que de agora em diante os produtores de Hollywood pensarão duas vezes antes de estragar qualquer outro clássico sci-fi dos anos 50.
O Dia Em Que A Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, Estados Unidos, 2008) Direção: Scott Derrickson / Roteiro: David Scarpa, Ryne Douglas Pearson, Stuart Hazeldine, baseados no conto original escrito por Harry Bates / Elenco: Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Kathy Bates, Jon Hamm, John Cleese, Jaden Smith, Kyle Chandler / Sinopse: Uma nave especial pousa no Central Park em Nova Iorque. Dentro dois tripulantes vem com uma mensagem de paz e advertência para os rumos que a humanidade está tomando mas viram alvos gratuitos das forças armadas americanas.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Atração Perigosa
Apesar disso, do romance que não é lá muito convincente, o filme se salva mesmo nas ótimas sequências de ação. E se Affleck não é bom ator pelo menos é um diretor inteligente porque o time de coadjuvantes do filme é ótimo. A começar por Joh Hamm, que todos os fãs de Mad Man conhecem muito bem. Aqui interpretando o agente federal que sai na caça do bando de Affleck. Mais magro e esbanjando uma boa caracterização Hamm acrescenta muito ao resultado final. E por falar em séries outra estrela da TV dá o ar de sua graça, Blake Lively, deixa a patricinha de "Gossip Girl" de lado para viver aqui uma bagaceira de bar. O grande destaque porém vem da interpretação pequena mas tocante de Pete Postlethwaite. Recentemente falecido o ator empresta muita dignidade ao papel do florista, um personagem central da trama. Enfim, "Atração Perigosa" é um filme tão bom que nem a canastrice habitual de Affleck conseguiu estragar. Está recomendado.
Atração Perigosa (The Town, Estados Unidos, 2010) Direção: Ben Affleck / Roteiro: Peter Craig, Ben Affleck, Aaron Stockard / Elenco: Blake Lively, Ben Affleck, Jeremy Renner, Jon Hamm, Rebecca Hall, Brian Scannell, Jeff Martineau / Sinopse: Grupo experiente e sofisticado, especializado em roubos a bancos, resolve colocar em execução um ousado plano.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Solteiros Com Filhos
O modelo de família monoparental, ao estilo tradicional, tem sido substituído ultimamente por novas formas de relacionamento, algumas bem excêntricas, outras decorrentes do alto número de divórcios que a cada ano tem aumentado. O fato é que as pessoas finalmente entenderam que o importante na vida é ser feliz e não seguir dogmas de relacionamento impostos por tradições arcaicas e ultrapassadas. Assim se tornou bobagem hoje em dia ter uma certa postura rígida imposta por velhos costumes, como se casar em tal idade, ter forçosamente filhos, etc. Muitos hoje preferem seguir por outro caminho, permanecendo solteiros, sem filhos, com maior liberdade pessoal. Hollywood tentando entender o que se passa enfoca o tema nessa nova comédia romântica chamada "Friends With Kids". No enredo dois solteirões, Jason Fryman (Adam Scott) e Julie Keller (Jennifer Westfeldt) resolvem ter um filho por conta própria, mesmo permanecendo solteiros, não estando apaixonados um pelo outro e nem querendo algo parecido com o que acontece com seus amigos mais próximos, pessoas casadas ao velho estilo cujas vidas são infelizes e cheias de crises. Os casais do filme inclusive me lembraram de um antigo ditado que diz: "Poucas coisas no mundo são mais indicadas para destruir um ótimo relacionamento do que o casamento".
De fato os casais que passeiam pela tela vivem aos berros, em clima de total desrespeito pelo companheiro, estressados, com pouco carinho envolvido na relação (se é que isso ainda consiga resistir a monotonia típica de um casamento quadrado e tradicional). O casamento de Ben (Jon Hamm), por exemplo, destruiu até mesmo uma das poucas coisas boas que ainda tinha com sua esposa, a vida sexual. "Solteiros Com Filhos" até desenvolve bem toda a situação de pais solteiros com um filho em comum que continuam a se relacionar com outras pessoas sem qualquer culpa e stress. O problema é que em seus minutos finais, sem qualquer lógica ou fundamento, o comportamento dos personagens muda radicalmente e o filme sofre um viés conservador e bobo que leva tudo a perder. Jennifer Westfeldt, que estrela, dirige e assina o roteiro do filme se mostra muito inovadora no desenvolvimento do tema mas muito boba na conclusão da fita, transformando tudo em mais uma comédia romântica água com açúcar que Hollywood produz todos os anos. Faltou coragem para ela ir até as últimas consequências. O projeto nas mãos de alguém mais corajoso e menos conservador teria rendido excelentes frutos. Do jeito que ficou ficamos certos da falta de pulso da realizadora que preferiu o caminho fácil, piegas. Uma pena.
Solteiros Com Filhos (Friends With Kids, Estados Unidos, 2012) Direção: Jennifer Westfeldt / Roteiro: Jennifer Westfeldt / Elenco: Jennifer Westfeldt, Adam Scott, Maya Rudolph, Jon Hamm, Kristen Wiig, Chris O'Dowd, Megan Fox, Edward Burns / Sinopse: No enredo dois solteirões, Jason Fryman (Adam Scott) e Julie Keller (Jennifer Westfeldt) resolvem ter um filho por conta própria, mesmo solteiros, não estando apaixonados um pelo outro, e nem querendo algo parecido com o que acontece com seus amigos mais próximos, pessoas casadas ao velho estilo cujas vidas são infelizes e cheias de crises.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Mad Men
Conheci Mad Men justamente quando procurava algo diferente para assistir. Logicamente quando comecei a acompanhar a série ela era uma notória desconhecida do grande público, com poucos fãs, audiência e publicidade limitadas. Mad Men era basicamente um seriado cult para um público bem específico. E que público era esse? Basicamente admiradores de programas com mais conteúdo, que tivessem argumentos interessantes e instigantes. Mad Men, para quem ainda não sabe, retrata a vida de um grupo de publicitários americanos no começo da década de 1960. Embora traga um roteiro onde todo o elenco se destaca, a trama gira mais em torno de Don Draper, um típico cidadão americano, com uma bela esposa, uma casa, um carro do ano e filhos perfeitos e maravilhosos, ou seja, o próprio retrato do American Way of Life. Isso pelo menos em fachada pois ao longo dos episódios vamos descobrindo que nem tudo é o que parece ser e o bem sucedido publicitário tem um passado nebuloso e envolto em mistério.
Hoje em sua terceira temporada Mad Men perdeu muito do charme cult de sua estreia. O programa foi glorificado pela crítica americana (muito merecidamente é bom frisar) e acabou caindo no gosto popular nos Estados Unidos, vencendo inclusive vários prêmios importantes como o Globo de Ouro. Essa mudança de enfoque tem um lado bom e um ruim. O lado bom é que o trabalho de todos os envolvidos finalmente foi justamente reconhecido. O lado ruim dessa popularização é que agora com os holofotes em cima de si, Mad Men pode sofrer das mesmas pressões que costumam destruir boas ideias, principalmente no mundo da TV. Torço para que isso definitivamente não aconteça. Como admirador de bons seriados espero que o programa sobreviva ao seu próprio sucesso e que continue a surpreender aqueles que o assistem. Quer um bom conselho? Desliga o BBB e vá assistir Mad Men! (texto escrito em 2009).
Pablo Aluísio.