domingo, 17 de maio de 2015

O Clube dos Monstros

Título no Brasil: O Clube dos Monstros
Título Original: The Monster Club
Ano de Produção: 1981
País: Inglaterra
Estúdio: Chips Productions, Sword & Sorcery
Direção: Roy Ward Baker
Roteiro: Edward Abraham, Valerie Abraham
Elenco: Vincent Price, John Carradine, Donald Pleasence

Sinopse:
Um cavalheiro inglês de origem nobre decide patrocinar uma reunião de grandes mentes do terror. Ele pretende que o encontro se torne uma sessão onde os convidados contem as melhores estórias de terror. Eramus (Vincent Price) então começa a contar três contos sinistros e macabros.

Comentários:
Curioso filme de horror com o mestre Vincent Price. Aqui os produtores tentaram fazer uma mesclagem com o estilo dos clássicos filmes de terror - como o uso de pequenos contos ao longo da narrativa - aliada a algo que pudesse chamar a atenção do público mais jovem, com uso de música moderna, rock pesado, em vários segmentos. A mistura, apesar de bem intencionada, não consegue convencer. Além disso a tentativa de muitas vezes em ser engraçadinho quase leva tudo a perder. A produção é precária, com figurinos e maquiagem que não convencem muito. O que sobra de bom mesmo é o imbatível carisma do bom elenco. Além de Price, a fita ainda traz os ótimos John Carradine e Donald Pleasence. No roteiro três contos interessantes, no primeiro acompanhamos o surgimento de um terrível criatura que possui um poder sobrenatural, no segundo as aventuras de um pai de família que precisa esconder o fato de que é também um vampiro e no último a vida de uma misteriosa cidadezinha que procura esconder um terrível mal em sua história. No final das contas não chega a ser um clássico mas mantém seu charme nostálgico.

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de maio de 2015

O Cão dos Baskervilles

Título no Brasil: O Cão dos Baskervilles
Título Original: The Hound of the Baskervilles
Ano de Produção: 1959
País: Inglaterra
Estúdio: Hammer Film Productions
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Peter Bryan, baseado na obra de Arthur Conan Doyle
Elenco: Peter Cushing, André Morell, Christopher Lee

Sinopse:
Retornando à mansão de sua família depois que seu pai morre em circunstâncias misteriosas, Sir Henry Baskerville é confrontado com o mistério do cão sobrenatural que supostamente anseia por vingança contra a família Baskerville. Em noites escuras a lenda surge nos horizontes montanhosos e sinistros da região. O famoso detetive Sherlock Holmes e seu assistente Dr. Watson são então trazidos para investigar o mistério que ronda o lugar.

Comentários:
Uma das melhores adaptações de Sherlock Holmes para o cinema. O imortal personagem que nasceu nas linhas escritas por Arthur Conan Doyle recebeu um tratamento de gala da inspirada produtora de filmes de terror Hammer da Inglaterra. O curioso é que "The Hound of the Baskervilles" traz em seu elenco a mesma dupla que fazia tanto sucesso nos filmes de Drácula, na mesma empresa. Lee como o conde vampiro e Cushing como o intrépido caçador Van Helsing. Já aqui temos Peter Cushing no papel de Sherlock e Christopher Lee, o eterno Drácula, dando vida ao nobre Sir Henry Baskerville. Na verdade você pode perguntar a qualquer leitor dos livros de Sherlock sobre quem foi o ator que melhor personificou o personagem nas telas. Muitos lembrarão de Basil Rathbone mas a verdade é que certamente em algum momento o nome de Peter Cushing também virá à tona. O verdadeiro Sherlock não é aquele brutamontes que vemos na nova franquia, que é em essência uma bobagem, mas sim um herói intelectual que solucionava os casos a partir de um singular faro para investigações. Cushing está perfeito sob esse ponto de vista. A direção de arte também é um ponto positivo, transformando tudo em um belo momento da sétima arte. Em suma, eis aqui um clássico para não se deixar em branco. Grande momento do detetive mais famoso do mundo no cinema.

Pablo Aluísio.

Lenda Urbana

Título no Brasil: Lenda Urbana
Título Original: Urban Legend
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos, França
Estúdio: Canal+ Droits Audiovisuels
Direção: Jamie Blanks
Roteiro: Silvio Horta
Elenco: Jared Leto, Alicia Witt, Joshua Jackson, Tara Reid, Robert Englund, Rebecca Gayheart

Sinopse:
Uma série de mortes acontecem numa pequena cidade do meio oeste americano. A polícia não sabe esclarecer o que afinal de contas estaria acontecendo até que uma jovem estudante percebe que há um elo de ligação entre os assassinatos, pois todos, de uma forma ou outra, remetem a certas lendas urbanas bem conhecidas do imaginário popular. Também seguindo as pistas das mortes surge o ambicioso jornalista Paul (Jared Leto) que está em busca de um grande furo de reportagem.

Comentários:
Nos anos 1990 esse tipo de produção se tornou bem popular. Seguindo a linha das franquias "Premonição", "Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado" e "Pânico", a produção procurava fazer horror com temas específicos, edição eficiente e reciclagem de ideias antigas dos filmes do gênero. Nesse "Urban Legend" (que também viraria uma franquia nos anos seguintes) o que temos é um revisionamento das chamadas lendas urbanas, ou seja, estórias que são passadas oralmente de geração em geração onde se misturam eventos reais com pura imaginação. Só que ao invés de tudo ficar apenas no campo das crendices populares aqui as lendas ganham vida e em seu rastro são encontrados vários jovens assassinados. Esse foi o primeiro filme de repercussão do cineasta Jamie Blanks que depois rodaria outra produção em estilo semelhante chamada "O Dia do Terror". Já no elenco é bom citar a presença do recentemente oscarizado Jared Leto! Longe das grandes premiações ele jamais poderia prever nessa época que um dia seria laureado com um Oscar na categoria de Melhor Ator. Quem diria...

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

A Hora do Pesadelo 2

Título no Brasil: A Hora do Pesadelo Parte 2 - A Vingança de Freddy
Título Original: A Nightmare on Elm Street Part 2 - Freddy's Revenge
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Jack Sholder
Roteiro: David Chaskin, Wes Craven
Elenco: Robert Englund, Mark Patton, Kim Myers

Sinopse:
Freddy Krueger (Robert Englund), o assassino da rua Elm está de volta aos pesadelos dos adolescentes para continuar sua saga de mortes e violência. Seu alvo agora é um jovem que é raptado em seus sonhos pelo homicida lunático. 1,2... o Freddy está atrás de você, 3,4... tranque a porta do quarto, 5,6... mantenha o crucifixo ao seu lado, 7,8... é melhor ficar acordado, 9,10... nunca mais durma!

Comentários:
O primeiro "A Hora do Pesadelo" não foi um sucesso espetacular de bilheteria mas acabou encontrando uma verdadeira legião de fãs quando foi lançado em VHS. Em pouco tempo virou uma fita cultuada pelos admiradores do gênero e assim o estúdio percebeu que tinha um filão em mãos. Não tardou muito para que essa continuação fosse filmada. A primeira grande ausência que se nota aqui é a de Wes Craven que entrou em atrito com os produtores e não quis dirigir a sequência (embora tenha sido creditado no roteiro). Em seu lugar entrou Jack Sholder de "Noite de Pânico". De qualquer maneira para os fãs o que importava mesmo era o retorno do personagem Freddy Krueger que seria novamente interpretado pelo ator Robert Englund. "A Nightmare on Elm Street Part 2" não consegue ser um grande filme. Parte de sua trama é uma mera derivação do que se viu no primeiro filme e tirando uma ou outra cena mais bem bolada o que vemos é mais do mesmo. Seu grande mérito foi mesmo ter levado a franquia em frente, mostrando para a New Line que Krueger tinha potencial comercial. Com isso mais filmes do assassino Freddy Krueger ganhariam as telas e as locadoras nos anos que viriam.

Pablo Aluísio.

Serpentes a Bordo

Título no Brasil: Serpentes a Bordo
Título Original: Snakes on a Plane
Ano de Produção: 2006
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema, Mutual Film Company
Direção: David R. Ellis
Roteiro: John Heffernan, Sebastian Gutierrez
Elenco: Samuel L. Jackson, Julianna Margulies, Nathan Phillips

Sinopse:
Durante uma viagem sobre o Oceano Pacífico os passageiros de um avião descobrem desesperados que a aeronave está repleta de víboras e serpentes venenosas de todos os tipos. Elas foram colocadas lá por um criminoso que tem a intenção de matar uma testemunha chave que se conseguir depor contra ele em um caso de assassinato o condenará a uma longa pena de prisão.

Comentários:
A ideia era tão absurdamente apelativa (imagine, um monte de cobras dentro de um avião em pleno ar) que antes mesmo do lançamento do filme ele já havia virado um pequeno cult da cultura pop! A internet então virou uma febre com vários internautas brincando com a mania de soltar um palavrão atrás do outro do ator Samuel L. Jackson e as cobras surgindo nos lugares mais inusitados! Até mesmo um site especializado nesse tipo de humor, com muitas charges sobre o roteiro, viraram sucesso online. O problema é que quando o filme finalmente foi lançado muita gente ficou simplesmente decepcionada com o resultado. "Snakes on a Plane" tinha dois caminhos a seguir, ou se tornava um trash assumido, incorporando a galhofa em seu favor ou então se levava à sério demais e virava apenas um filme ruim. Infelizmente os produtores optaram pela segunda opção e aí a coisa desandou de vez. Talvez se fosse um filme trash sem recursos e tosco, se tornasse algo bem divertido mas do jeito que está não consegue nem mesmo ter esse tipo de carisma. Um desperdício de ruindade.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Arte 1: Marilyn Monroe

Só para deixar registrado assisti nessa semana no canal que é conhecido no Brasil como Arte 1 (excelente canal a cabo, recomendo bastante) um pequeno documentário na seção biografias sobre a minha querida Marilyn Monroe. Nem iria citar por aqui nos blogs porque afinal de contas se trata de um programa televisivo de pouco mais de 45 minutos - bem básico realmente - mas de qualquer forma vale a lembrança. O pitoresco vem do fato de também estar relendo parte da biografia de MM, aquele famoso "A Deusa", que inclusive já comentei aqui em tempos passados. Ler um livro simultaneamente em que se vê um programa desses cria uma sensação estranha. Foi quase como um choque causado pela comparação da riqueza de detalhes que encontramos em um livro com a rapidez e o resumo forçado do que se vê nas telas de TV hoje em dia.

Também pudera, resumir a vida de uma estrela como Marilyn em apenas 45 minutos não é nada fácil ou prático. Tudo vai soar bem artificial mesmo. Para se ter uma ideia em menos de 3 minutos se falou de seu casamento com Joe DiMaggio e depois se pulou para Arthur Miller, numa velocidade incrível. Realmente a TV não é um veículo adequado para se aprender nada em profundidade, nem nos melhores canais a cabo. A única coisa realmente boa foi a exibição de certas imagens bem marcantes, como uma pequena sequência de pouco mais de dois minutos mostrando aquelas que provavelmente foram as primeiras imagens de Marilyn em sua vida, ainda com cabelos pretos e aquele visual dos anos 40. Pena que durou tão pouco, quase uma metáfora sobre a vida de nossa querida musa da sétima arte.

Pablo Aluísio.

Capitão América: O Primeiro Vingador

A Marvel levou décadas para acertar no cinema, mas quando acertou, foi tiro no alvo, direto na mira. Esse aqui deu origem a outra franquia de sucesso. Como se sabe os filmes da Marvel, todos eles, formam um elo entre si, se passam no mesmo universo. Depois do sucesso dos filmes do Homem-Aranha, Homem de Ferro e Hulk, era de se esperar que fossem mesmo ressuscitar esse antigo herói dos quadrinhos. E quando escrevo antigo, não é força de linguagem. O Capitão América nasceu durante a II Guerra Mundial e foi usado, como era de se esperar, como personagem propaganda do esforço de guerra. Logo havia uma longa história para se contar, mais de 50 anos de histórias em quadrinhos para se adaptar ao cinema. Os fãs dessa longa tradição tinham que ser respeitados. Não poderia como ignorar tantas edições ao longo de todos esses anos.

E esse filme não esqueceu esse histórico em seu roteiro. É, como se sabe, também um filme de origens. Assim vemos como surgiu o herói, fruto de uma experiência para criar uma "super soldado". De garoto franzino, ele virou uma máquina de combate. E tem sua personalidade também, com sentimentos patrióticos fora do normal. Inclusive combatendo o nazismo e o fascismo, naquele momento histórico tentando dominar a Europa e o resto do mundo. Agora imagine parar para pensar... faz dez anos que esse filme foi lançado! Como o tempo passa rápido...

Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger, Estados Unidos,2011) Direção: Joe Johnston / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Chris Evans, Hugo Weaving, Samuel L. Jackson / Sinopse: Steve Rogers, um soldado  rejeitado, se transforma no Capitão América após tomar uma dose de um "soro do Super Soldado". Mas ser o Capitão América tem um preço quando ele tenta derrubar um traficante de guerra e uma organização terrorista.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

A Hora do Espanto

Os melhores filmes de adolescentes foram feitos nos anos 80. Disso pouca gente pode discordar. Agora que tal misturar tudo isso com velhos monstros de terror? E se um típico jovem dos anos 80 descobrisse que seu novo vizinho era na realidade... um vampiro? Pois é, a ideia parece simples, mas rendeu um excelente filme de terror juvenil. "A Hora do Espanto" foi um grande sucesso de bilheteria na época, tanto que acabaria gerando mais três filmes (uma sequência, um remake e sua continuação). Nenhum desses conseguiu repetir a mesma qualidade cinematográfica.

Produzido em uma época em que os efeitos digitais ainda eram muito primitivos, tudo feito com maquiagem e figuras monstruosas reais, o filme ainda hoje mostra que é de fato uma fita muito boa, que conseguiu resistir até mesmo ao passar dos anos. Um aspecto curioso é que o "caçador de vampiros" do filme não passa de um ator canastrão, de velhos filmes, que agora precisa lidar com um vampiro real. Homenagenando antigos astros dos filmes da Universal ele recebeu o nome de Peter Vincent (de Peter Cushing e Vincent Price). Enfim, "A Hora do Espanto" marcou época no cinema dos anos 80, merecidamente aliás.

A Hora do Espanto (Fright Night, Estados Unidos, 1985) Direção: Tom Holland / Roteiro: Tom Holland / Elenco: Chris Sarandon, William Ragsdale, Roddy McDowall, Amanda Bearse / Sinopse: Um típico jovem dos anos 80 descobre que seu novo vizinho é na realidade um vampiro. Para ajudá-lo a combater o monstro ele pede ajuda a um velho ator de filmes de terror do passado.

Pablo Aluísio.

O Exorcista

Responda rápido: Qual é o filme de terror mais conhecido e popular da história do cinema? Bom, se você respondeu "O Exorcista", acertou em cheio. Esse filme foi realmente um marco, um grande sucesso de bilheteria e um daqueles filmes que mudam o cinema para sempre. E tudo se baseou em um história real, ou quase isso, já que algumas coisas foram mudadas. Na história real foi um garoto a sofrer possessão demoníaca. A história acabou marcando a Igreja Católica pois foi uma possessão reconhecida pelo clero, pelos seus exorcistas. Tão traumática foi a experiência que após o exorcismo a Igreja comprou a casa onde tudo aconteceu. Demoliu a mesma e construiu uma praça no mesmo chão. Tudo para evitar que outras famílias viessem a morar ali.

Outro fato interessante, que só há pouco tempo foi descoberto, é que "O Exorcista" tinha tudo para vencer o Oscar de melhor filme em seu ano. Os membros da Academia estavam convencidos disso. Foi preciso a pressão de produtores ricos e influentes para que o filme não se tornasse o grande vencedor do Oscar. E por que isso aconteceu? Os produtores acreditavam que esse tipo de filme não poderia vencer. Não apenas pelo tema, mas também pelo gênero, o que bem demonstrou o preconceito existente em Hollywood contra filmes de terror em geral. Realmente lamentável.

O Exorcista (The Exorcist, Estados Unidos, ) Direção: William Friedkin / Roteiro: William Peter Blatty / Elenco: Ellen Burstyn, Max von Sydow, Linda Blair / Sinopse: Uma garota colegial é possuída pelo demônio conhecido como Pazuzu, criando um clima de terror e opressão sobre sua família. Para tentar salvar a menina o Vaticano envia dois padres especializados em exorcismo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 12 de maio de 2015

O Colecionador de Ossos

Filmes sobre psicopatas geralmente costumam serem, no mínimo, bons. Claro que existem exceções, principalmente no submundo dos filmes B, de baixo orçamento, mas dificilmente veremos uma produção classe A com enredo girando em torno de um serial killer que seja realmente fraco ou ruim. Assim não poderia ser diferente com esse "O Colecionador de Ossos". O elenco formado por Denzel Washington e Angelina Jolie funciona muito bem. Denzel interpreta um especialista veterano que está com problemas de locomoção, o que o impede de ir "in loco" participar das investigações.

Assim ele acaba funcionando como o lado intelectual dessa dupla formada ainda com a presença da inexperiente policial Amelia Donaghy (Jolie, estranhamente sensual em um papel que não deveria abrir margem para esse tipo de coisa). Como o próprio título sugere o assassino tem uma estranha obsessão por ossos humanos, o que torna tudo ainda mais macabro. Eu particularmente gostei do resultado final, mas a crítica da época se dividiu, sendo que o roteiro foi acusado, entre outras coisas, de ser pouco original e sem surpresas. Discordo, considero o filme até acima da média do que era produzido na década de 1990. Além disso o diretor Phillip Noyce (de "Perigo Real e Imediato" e "Jogos Patrióticos") sempre foi um competente realizador de blockbusters.

O Colecionador de Ossos (The Bone Collector, Estados Unidos, 1999) Direção: Phillip Noyce / Roteiro: Jeremy Iacone, baseado no livro escrito por Jeffery Deaver / Elenco: Denzel Washington, Angelina Jolie, Queen Latifah / Sinopse: Thriller de suspense e ação dos anos 90. Na trama uma dupla de investigadores precisa descobrir a identidade de um perigoso serial killer que está aterrorizando toda uma região.

Pablo Aluísio.

O Anjo da Guarda

North (Elijah Wood) é um garoto insatisfeito e frustrado com sua família que resolve partir em busca de uma nova, vivendo inúmeras aventuras enquanto não acha os pais que ele venha a considerar ideais. Esse filme, que não fez sucesso quando foi lançado, resolveu apostar em um tom de fábula. Elijah Wood era apenas um garotinho, mas mostrou muito talento em segurar o filme praticamente sozinho, com eventuais participações de atores famosos, como por exemplo, o astro Bruce Willis, que surge como narrador do enredo.

Esse clima de fantasia que o diretor Rob Reiner quis a todo custo manter não conseguiu agradar a todo mundo, alguns inclusive detestaram, a ponto até do filme ser indicado a várias categorias no Framboesa de Ouro (pior filme, direção, ator, roteiro, etc). Não era para tanto, acredito que o Framboesa tenha vindo em retaliação a Bruce Willis, que vinha em uma época turbulenta com a imprensa, com muitas trocas de acusações e ofensas. De qualquer maneira, se você não conhece a fita e queira arriscar um programa bem diferente deixo aqui a dica. Não posso afirmar que você vai gostar do resultado, mas posso garantir que será algo bem diferente.

O Anjo da Guarda (North, Estados Unidos, 1994) Direção: Rob Reiner / Roteiro: Alan Zweibel / Elenco: Elijah Wood, Bruce Willis, Jason Alexander / Sinopse: Um filme com toques infantis, estrelado pelo astro de ação dos anos 80 Bruce Willis.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O Falsificador

Título no Brasil: O Falsificador
Título Original: The Forger
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Lionsgate Films
Direção: Philip Martin
Roteiro: Richard D'Ovidio
Elenco: John Travolta, Christopher Plummer, Tye Sheridan, Jennifer Ehle
  
Sinopse:
Raymond J. Cutter (John Travolta) é um falsificador de obras de arte. Preso e condenado, ele não tem mais nenhuma paciência para esperar os dez meses que ainda faltam para ganhar a liberdade. Assim pede ao seu advogado que entre em contato com um criminoso lá fora, que poderá dar um jeito para ele ir embora da prisão. Um suborno é providenciado ao juiz de seu caso e Ray finalmente ganha as ruas. O problema é que agora ele terá que pagar 50 mil dólares que foram pagos ao magistrado para sua saída da prisão. Para isso precisará entrar em um novo e perigoso golpe, envolvendo o roubo de uma das maiores obras do mestre impressionista Claude Monet.

Comentários:
Esse filme estrelado por John Travolta que chegou aos cinemas americanos no mês passado investe nesse mundo de falsificações de grandes obras primas da pintura. O personagem interpretado pelo ator tem um talento e tanto para pintar falsificações praticamente perfeitas dos quadros originais. Longe da prisão ele agora foca seu objetivo em roubar e colocar no lugar uma falsificação de Monet que estará em exposição na cidade de Boston. O golpe será certamente o maior feito de sua carreira criminosa. O roteiro porém não se contenta em apenas contar essa história policial. Grande parte do filme se concentra também na delicada relação de Ray (Travolta) com seu filho adolescente que está com um tumor cerebral incurável. O jovem sabe que não tem muito tempo de vida e por isso faz alguns pedidos ao pai, entre eles conhecer sua mãe, há muito desaparecida. Para o rapaz, Ray diz que ela vive em Nova Iorque, mas na realidade ela é uma pobre coitada que mora em um trailer. Viciada em drogas, não conseguiu lidar com a responsabilidade de se criar um filho e um dia simplesmente foi embora de casa. A atriz Jennifer Ehle que a interpreta tem um excelente trabalho de atuação. Ela não aparece muito, mas certamente sua performance é uma das melhores coisas do filme. Uma mulher corroída pelo vício que tenta de todas as formas esconder isso de seu filho, com quem não tem qualquer contato há muitos anos. "The Forger" é sem dúvida um bom filme, uma boa fusão entre drama familiar e filme policial. Provavelmente Travolta tenha realizado o filme por causa da recente morte de seu filho. O roteiro investe bastante na relação entre pai e filho e isso certamente foi um atrativo para o ator. Uma forma de redenção cinematográfica desse verdadeiro drama pessoal e familiar que viveu recentemente.

Pablo Aluísio.

A Grande Jogada

Título no Brasil: A Grande Jogada
Título Original: 23 Blast
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchdown Productions LLC
Direção: Dylan Baker
Roteiro: Bram Hoover, Toni Hoover
Elenco: Mark Hapka, Bram Hoover, Stephen Lang
  
Sinopse:
Baseado em fatos reais o filme narra parte da história do jovem Travis Freeman (Mark Hapka). Ele é um estudante secundarista de uma escola localizada numa pequena cidade do Texas. Jogador do time de futebol americano local, ele sonha em um dia ir para a universidade para se tornar atleta profissional daquele popular esporte. Seus sonhos sobre o futuro porém sofrem um terrível revés. Durante uma partida ele sofre um sério ferimento ao redor dos olhos. O quadro se agrava em uma complicada infecção e ele acaba perdendo a visão com apenas 19 anos de idade. Filme premiado no Heartland Film Festival.

Comentários:
Mais um daqueles filmes sobre superação. O quadro não poderia ser mais devastador, um jovem atleta fica cego após sofrer uma pancada durante um jogo de futebol americano. Essa modalidade esportiva é bem conhecida por causa de sua brutalidade em campo, não sendo raro atletas ficarem paralíticos para sempre por causa das lesões físicas sofridas em campo. O problema aqui é um pouco diferente e em certos aspectos bem mais devastador. Imagine ficar sem a visão com apenas 19 anos, com todo um futuro promissor pela frente. Nada poderia ser mais terrível não é mesmo? O roteiro porém tenta a todo custo fugir do dramalhão e da cansada fórmula de filmes sobre doenças, apostando na recuperação de seu personagem principal que, com a ajuda do técnico de seu time, acaba até mesmo voltando ao campo, em um raro caso em que um deficiente voltou a jogar após perder sua visão. A história de Travis Freeman assim é enfocada mais na mensagem de sua superação pessoal do que na exploração de seu drama pessoal. Nada de muitas lágrimas pelo caminho. Após um inevitável momento de depressão e melancolia, ele resolve voltar para a vida, retornando para a escola, para os amigos e para o esporte. Como eu já escrevi antes, filmes sobre futebol americano desanimam logo de cara a maioria do público brasileiro que não entende suas regras e nem gosta do esporte. De uma maneira ou outra "23 Blast" até merece uma chance por causa de sua bonita mensagem de vida. Esqueça o futebol americano e se concentre na história principal. Assim o filme lhe soará bem melhor.

Pablo Aluísio.

domingo, 10 de maio de 2015

Jornada nas Estrelas: Generations

Bom filme que tenta unir as pontas entre duas gerações de atores da franquia "Star Trek". De um lado a equipe comandada pelo lendário Capitão Kirk (William Shatner) e do outro a nova geração capitaneada pelo comandante Jean-Luc Picard (Patrick Stewart). Para conciliar a falta de lógica de juntar em um mesmo enredo duas tripulações que viveram suas histórias em tempos diferentes da saga Jornadas nas Estrelas, os roteiristas acabaram dando um jeito, manipulando o espaço-tempo entre as duas equipes da Enterprise. O resultado desse malabarismo temporal é meio complicado de engolir, mas uma vez ultrapassado esse mal estar inicial as coisas até que ficam divertidas, principalmente se formos comparar a diferença de estilos entre Picard e Kirk. 

Esse último sempre foi o típico canastrão de ação dos anos 1960 (quando a série televisiva original surgiu nos Estados Unidos) e o segundo sempre se caracterizou por ser bem mais sério, contido e íntegro em seus ideais. Eu sempre preferi Picard por causa de sua personalidade mais realista e forte, já que o estilo de Kirk nunca me convenceu - uma pessoa como ele, que mais parecia um caminhoneiro espacial, dificilmente receberia o comando de uma nave como a Enterprise em um mundo real. De qualquer maneira como "Star Trek" é acima de tudo um produto de cultura pop, pura diversão, o filme acabou cumprindo seus objetivos. Aliás mais divertido mesmo que o próprio filme em si foi a indicação do Framboesa de Ouro para William Shatner na categoria Pior Ator Coadjuvante. Pelo visto os dias dos grandes canastrões acabaram mesmo.

Jornada nas Estrelas: Generations (Star Trek: Generations, Estados Unidos, 1994) Direção: David Carson / Roteiro: Rick Berman / Elenco: Patrick Stewart, William Shatner, Malcolm McDowell, Jonathan Frakes.  / Sinopse: Com a ajuda do Capitão Kirk, capitão da nave Enterprise em seu passado remoto, o Capitão Picard deve parar um cientista louco disposto a matar e destruir civilizações inteiras em uma escala planetária para entrar em uma matriz espacial.

Pablo Aluísio.

O Franco-Atirador

Título no Brasil: O Franco-Atirador
Título Original: The Gunman
Ano de Produção: 2015
País: Espanha, França, Inglaterra
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Pierre Morel
Roteiro: Jean-Patrick Manchette, Don MacPherson
Elenco: Sean Penn, Javier Bardem, Idris Elba, Jasmine Trinca
  
Sinopse:
Sean Penn interpreta Terrier, um mercenário americano que vai até a distante República Democrática do Congo. Sob a fechada de ser um membro de um grupo de ajuda humanitária ele é na verdade um assassino profissional, um franco-atirador disposto a matar qualquer um que se oponha aos interesses do grupo minerador estrangeiro poderoso que contratou seus serviços. Assim acaba matando um ministro de Estado do Congo, um sujeito que estava colocando em dúvida os milionários contratos de mineração de seu país. Após o assassinato Terrier descobre que ele próprio agora se tornou um alvo. Alguém quer matá-lo, numa típica operação de queima de arquivo. A questão porém é descobrir quem deseja que ele seja eliminado o mais rapidamente possível.

Comentários:
Que decepção Mr. Sean Penn! Alguns meses atrás o ator deu uma entrevista a um jornal inglês afirmando que o cinema comercial americano estava péssimo, apelando sempre para os mesmos roteiros sem inspiração, as mesmas cenas de ação tediosas e a uma fórmula que já não tinha mais o que dar em termos cinematográficos. Pois bem, depois de falar tudo isso o que o ator faz? Sim, um daqueles mesmos filmes de ação vazios que tanto criticou! Não sei onde Penn estava com a cabeça para estrelar essa fitinha comercial descartável. Logo ele, que vinha numa vibe bem mais artística, principalmente como cineasta, dirigindo pequenas preciosidades como "Na Natureza Selvagem", por exemplo. De repente o ator jogou suas convicções artísticas pela janela e resolveu estrelar essa produção sem nenhum atrativo, sem nenhuma novidade. O roteiro é um clichê da primeira à última cena. É aquele velho argumento de vingança, jogo de gato e rato e tudo o mais que você já deve estar farto de ver em tantos filmes americanos de ação semelhantes (a única novidade é que essa é uma produção feita na Europa que tenta imitar, sem muito sucesso, o que é realizado nos Estados Unidos). A impressão que tive foi que Sean Penn, aos 55 anos de idade, tenta voltar ao topo das bilheterias, seguindo os passos de seu colega Liam Neeson, que aos 62, entrou numa sucessão de filmes de ação cujo único objetivo se resume em fazer bonito em cinemas comerciais pelo mundo afora. Uma péssima escolha. Enfim, não recomendo o filme, é bem vazio e sem nenhuma proposta interessante de fato. A trama em si é mais do que previsível e você descobre quem está tentando matar o personagem de Penn com facilidade. Uma bobagem que será esquecida muito rapidamente. Não vale a pena o preço do ingresso no cinema.

Pablo Aluísio.

sábado, 9 de maio de 2015

Lenny

Lenny Bruce (1925 -1966) foi um dos mais inteligentes e ácidos humoristas americanos da história. Seu humor nascia da critica áspera e corrosiva da sociedade. Em seus textos literalmente nada escapava, fosse política, religião ou relacionamentos pessoais, não importava, Lenny sempre tinha algo explosivo para falar. Seu estilo fora dos padrões (principalmente nas décadas de 50 e 60, tempos moralistas por si só) obviamente lhe causaram muitos problemas que esse filme tenta resgatar. Claro que por ser tão único Lenny divertiu multidões mas também colecionou inimigos ao longo da carreira. Some-se a isso uma vida atribulada, com muitos problemas pessoais. “Lenny” é a cinebiografia desse comediante diferente, que usava apenas o microfone como arma e instrumento de sua visão de mundo. Um filme bem diferente, inclusive em se tratando de Bob Fosse, que sempre pareceu bem mais inclinado para outros gêneros, em especial, grandes musicais baseados em peças famosas da Broadway.

No papel de Lenny surge o talentoso Dusfin Hoffman. Hoje em dia o ator é apenas uma sombra do que foi em seu auge. É realmente triste ver um trabalho desses, tão brilhante, e depois tomar consciência de que estamos na presença do mesmo Hoffman que agora dubla animações sem qualquer relevância para sua rica filmografia. Uma das melhores coisas desse Lenny é a fotografia inspirada. Geralmente o personagem é mostrado no palco em um brilhante jogo de sombras e luzes que realmente impacta ao espectador. Dustin Hoffman obviamente brilha, tanto na recriação dos textos de Lenny Bruce em suas apresentações como nas conturbadas passagens de sua vida pessoal. Um retrato de um homem perturbado por muitos conflitos internos que mesmo assim ainda conseguiu produzir um humor inteligente e sagaz como poucas vezes foi visto na história do show business americano.

Lenny (Idem, Estados Unidos, 1974) Direção: Bob Fosse / Roteiro: Julian Barry, baseado em sua própria peça teatral / Elenco: Dustin Hoffman, Valerie Perrine, Jan Miner / Sinopse: O filme narra a conturbada história de Lenny Bruce, famoso comediante americano que tinha muitos problemas pessoais em sua vida.

Pablo Aluísio.

High School Band

Will (Gaelan Connell) é um típico garoto de high school (o equivalente ao ensino médio no Brasil). Tímido e com poucos amigos ele acaba sendo convidado por Charlotte (Aly Michalka) para ajudar em sua banda. Embora não toque nenhum instrumento ele parece entender bastante de música e por isso acaba virando uma espécie de empresário e conselheiro informal do grupo. O objetivo de todos é ganhar o chamado "Bandslam", um concurso de bandas de garagem de alunos das escolas americanas. Ajudando a formar um bom conjunto musical todos esperam sair vitoriosos nessa nova empreitada. Aqui temos um produto com a cara da Disney estampada. A primeira associação é com a franquia “High School Musical” mas há diferenças. Ao contrário daquele que é sem dúvida um musical, esse se camufla de drama juvenil, tendo a música apenas como um pano de fundo.

Os personagens não fogem também do clichê. Há o nerd com ares de cara legal, a garotinha revoltadinha que não sabe se relacionar direito (interpretada por Vanessa Hudgens, uma estrelinha teen nos EUA), o popular e bonitão cantor da banda rival que pretende ganhar o concurso (feito por Scott Porter, das séries Friday Night Lights e Hart of Dixie) e finalmente a loira e ex-cheerleader, que agora tenta vencer com sua própria banda (a beldade Aly Michalka). Para quem tem mais de 16 anos o elenco vai parecer todo desconhecido com uma única exceção, a presença da veterana Lisa Kudrow, da série Friends, aqui fazendo o papel de mãezona coroa de um dos garotos. No geral “High School Band” traz muito pop e rock farofa com falsa verniz de música indie. Não chega a aborrecer em nada mas obviamente é o tipo de filme feito para um público bem especifico, adolescentes é claro. Se tiver um em casa pode ser uma boa opção de presente.

High School Band (Bandslam, Estados Unidos, 2009) Direção: Todd Graff / Roteiro: Josh A. Cagan, Todd Graff / Elenco: Vanessa Hudgens, Gaelan Connell, Aly Michalka, Scott Porter, Lisa Kudrow / Sinopse: um grupo de jovens de high School forma uma banda para ganhar um concurso de música, a chamada Bandslam.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Jeff e as Armações do Destino

Jeff tem mais de 30 anos, mora no porão da casa de sua mãe, não trabalha, não estuda e passa o dia inteiro fumando maconha no sofá, enquanto assiste a comerciais de produtos inúteis na TV. Bom, pelo visto já deu para perceber que ele não é dos caras mais promissores que você já viu no cinema. Numa manhã sua mãe, Sharon (Susan Sarandon), irritada com tanto marasmo o manda ir na mercearia mais próxima para comprar uma cola de madeira para consertar a janela da sala. Meio letárgico, Jeff finalmente sai de casa para se envolver numa série de confusões, envolvendo seu irmão, que está sendo traído pela namorada, um mistério envolvendo o nome “Kevin” e a busca por um sentido maior em sua estagnada existência. “Jeff e as Armações do Destino” (péssimo título para o original “Jeff que vive em casa”) é um daqueles filmes pequenos, independentes, com enredo simples mas que consegue agradar, justamente por essa falta de qualquer pretensão.

Nesse ponto a produção se assemelha até mesmo ao personagem Jeff, um sujeito que não está muito preocupado com o futuro e vai vivendo um dia de cada vez. O curioso é que ele não parece ter plano nenhum para a vida mas mesmo assim se revela mais inteligente e profundo do que seu irmão “normal”, que passa a vida em busca de coisas materiais (como um Porsche) mas que pouco está ligando para o seu próprio relacionamento (ao qual é premiado com um belo par de chifres). O roteiro segue sua simplicidade embora no final revele algo mais New Age no destino parasita de Jeff. Isso talvez seja o mais interessante pois há toda um subtexto tentando ligar a vida medíocre de Jeff com os grandes dilemas do universo. Só vendo pra crer. Enfim, se você estiver em busca de algo diferente, que saia do lugar comum dos grandes filmes de estúdios americanos fica essa dica de Jeff, que vive no porão de casa, mas que parece entender muito bem a lógica transcendental que guia todas as coisas e pessoas no universo. 

Jeff e as Armações do Destino (Jeff, Who Lives at Home, Estados Unidos, 2011) Direção: Jay Duplass, Mark Duplass / Roteiro: Jay Duplass, Mark Duplass / Elenco: Jason Segel, Ed Helms, Susan Sarandon / Sinopse: Apesar de ter mais de 30 anos Jeff (Jason Segel), não trabalha, não estuda e passa o tempo todo fumando maconha no porão de casa. Sua vida muda quando sua mãe manda ele ir até a mercearia mais próxima comprar uma cola de madeira para a janela da sala.

Pablo Aluísio.

Dia dos Namorados Macabro

Que tal fugir dos clichês no dia dos namorados? Ao invés de dar flores e caixas de bombons para sua namorada sugerimos um presente pouco convencional, uma cópia desse (nada) romântico “Dia dos Namorados Macabro”. O filme, considerado um dos mais violentos da década de 1980, sofreu vários cortes da MPAA para ser finalmente exibido nos cinemas americanos. No total foram eliminados nove minutos de duração (praticamente um recorde) mas isso em nada diminuiu seu clima de terror slasher. Existe um remake feito recentemente mas vamos por enquanto deixar esse de lado, nos concentrando aqui no original que foi lançado em 1981. A estoria de “Dia dos Namorados Macabro” começa na década de 1960. Um grupo de mineradores fica preso em uma mina subterrânea. Tudo culpa de uma equipe de solo que saiu antes do tempo para celebrar o dia dos namorados com suas respectivas amadas.

Lá embaixo ficam soterrados cinco homens. Apenas um consegue sobreviver, Harry Warden. Após seis semanas ele consegue sair vivo após matar e canibalizar seus colegas de trabalho. Depois de ser trazido de volta o sobrevivente começa a apresentar distúrbios mentais. Também cria um enorme ódio ao dia dos namorados – afinal ele passou por tudo aquilo por causa dessa data infame. Depois de um ano internado em um sanatório consegue finalmente fugir atacando os antigos mineiros que o deixaram soterrado. E as mortes ocorrem justamente em um dia dos namorados. A partir daí a cidade de Valentine Bluffs evita celebrar essa data novamente. Passam-se vinte anos e finalmente todos voltam a se sentir seguros mais uma vez. As mortes ocorridas no passado mais parecem lendas distantes do que um fato real. O dia dos namorados volta assim a ser celebrado mas... não demora muito para ocorrer novas mortes em série. “Dia dos Namorados Macabro” é um bom exemplo dos rumos que os filmes violentos, geralmente enfocando algum psicopata, iriam seguir durante toda a década. Um programa diferente para passar ao lado de sua namorada nesse dia. Que tal a sugestão?

Dia dos Namorados Macabro (My Bloody Valentine, Estados Unidos,1981) Direção: George Mihalka / Roteiro: Stephen A. Miller, John Beaird / Elenco: Paul Kelman, Lori Hallier, Neil Affleck / Sinopse: Psicopata começa a matar em série durante o dia dos namorados. Ele odeia a data após ser soterrado em uma mina por causa de uma equipe que saiu de seu posto de trabalho justamente para celebrar o dia dos apaixonados.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Warlock - O Demônio

Título no Brasil: Warlock - O Demônio
Título Original: Warlock
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Steve Miner
Roteiro: David Twohy
Elenco: Julian Sands, Lori Singer, Richard E. Grant, Mary Woronov, Kevin O'Brien, Richard Kuss

Sinopse:
Warlock é um demônio que desce até a Terra em busca de um livro misterioso que traria em suas páginas o verdadeiro nome de Deus. Em posse dessa informação esse ser espiritual poderia dominar todo o universo.

Comentários:
Assisti a esse "Warlock - O Demônio" nos tempos do VHS, das locadoras de vídeo. Achei bem mais ou menos para falar a verdade. Por aqui, no Brasil, o filme foi distribuido pelo selo Paris Filmes e até chegou a ser bem famosinho entre os ratos de videolocadoras, mas mesmo assim não há como negar que é um filme de fraco para ruim. Para a época estava até de bom tamanho, mas visto hoje em dia tudo soa datado, desde os efeitos especiais, passando pelos figurinos, chegando até mesmo no Julian Sands, com sua canastrice loira à toda prova. O personagem voltaria ainda em uma continuação que quase ninguém assistiu - nem esse que vos escreve - que definitivamente não iria pagar para ver um Warlock 2. Ver o primeiro já estava de bom tamanho.

Pablo Aluísio.

A Inocência do Primeiro Amor

Título no Brasil: A Inocência do Primeiro Amor
Título Original: Lucas
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: David Seltzer
Roteiro: David Seltzer
Elenco: Corey Haim, Winona Ryder, Charlie Sheen, Courtney Thorne-Smith, Kerri Green, Tom Hodges

Sinopse:
Um adolescente de quatorze anos socialmente inepto experimenta um coração partido pela primeira vez quando seus dois melhores amigos - Cappie, uma figura de irmão mais velho, e Maggie, a nova garota por quem ele está apaixonado - se apaixonam.

Comentários:
Vamos colocar nos seguintes termos: esse filme romântico, visando atingir mais o público adolescente, foi uma espécie de "clássico" da Sessão da Tarde nas décadas de 1980 e 1990. É um bom filme, bem sentimental, mas numa base de nostalgia. Afinal praticamente todas as pessoas do mundo já tiveram um amor adolescente na vida - e muito provavelmente também quebraram a cara em algum momento. E o primeiro coração partido, meus caros, ninguém esquece! O elenco tem uma boa amostra dos ídolos jovens do cinema nos anos 80, aqui bem jovens. Dos que mais chamam a atenção temos Winona Ryder (muito, muito jovem mesmo!) e Charlie Sheen (prestes a estourar com Platoon). Então é isso, um filme sentimental que vai mexer com suas lembranças do passado.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Prêt-à-Porter

Título no Brasil: Prêt-à-Porter
Título Original: Prêt-à-Porter
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Etalon Film, Miramax
Direção: Robert Altman
Roteiro: Robert Altman, Barbara Shulgasser
Elenco: Sophia Loren, Julia Roberts, Marcello Mastroianni, Kim Basinger, Stephen Rea, Forest Whitaker, Tim Robbins, Lauren Bacall, Danny Aiello, Cher, Harry Belafonte

Sinopse:
Uma crônica da vida interconectada de um grupo de pessoas na preparação para a Paris Fashion Week. Filme indicado ao Golden Globes nas categorias de Melhor Filme - Comédia ou Musical e Melhor Atriz Coadjuvante (Sophia Loren).

Comentários:
O cineasta Robert Altman, falecido em 2006, pautou toda a sua carreira na realização de filmes mais independentes, que tivessem como foco principal um tipo de cinema mais cultural e inovador. Na fase final de sua carreira acabou caindo também nas graças dos grandes estúdios e das grandes estrelas que não perdiam a chance de aparecer em um de seus filmes. Assim o que temos nesse último momento de sua carreira são produções com roteiros ao estilo mosaico (vários personagens que vão se encontrando ao longo do enredo) e com elencos imensos. Algumas vezes funcionava, mas sinceramente falando em outras ocasiões a coisa toda ficava dispersa demais, sem foco, geralmente tudo se desenvolvendo ao mero acaso. "Prêt-à-Porter" vai bem por esse caminho. Não há exatamente uma história coesa para contar e nem tampouco algum personagem que possa ser considerado o principal, o eixo da trama. Na verdade a impressão que fica ao espectador é a que ele está vendo um documentário sobre o mundo fashion e não um filme convencional. Para quem gosta de moda há o interesse pelos desfiles e pelas roupas, pelo clima dos bastidores também. Já para quem vai atrás apenas de cinema o gostinho pode ser de decepção. Eu nunca me arrependi de ter visto um filme assinado por Robert Altman, porém devo admitir que em muitas ocasiões cheguei bem perto disso!  

Pablo Aluísio.

Cake: Uma Razão para Viver

Após sofrer um acidente de carro bastante sério, que inclusive vitimou seu próprio filho, um garotinho com apenas cinco anos de idade, Claire Bennett (Jennifer Aniston) precisa reencontrar o caminho de sua vida. Isso não será muito fácil. Ela sofreu vários ferimentos no acidente e por essa razão sua rotina diária é marcada por muitas dores em suas pernas e coluna. Para combater essa situação ela também recorre a um vasto cardápio de drogas. O uso excessivo de remédios acaba lhe causando estranhas alucinações, como a presença constante de uma conhecida de um grupo de apoio que resolveu se suicidar pulando de uma ponte em Los Angeles. Deprimida, sofrendo de intensas dores, alucinando com uma suicida e com a vida pessoal em frangalhos Claire só consegue encontrar algum tipo de apoio com sua empregada, a mexicana Silvana (Adriana Barraza). Para piorar ela começa também a nutrir uma estranha obsessão pela mulher que se matou, resolvendo ir visitar sua família, conhecendo seu marido e seu pequeno filho. Estaria de alguma forma tentando suprir o vazio familiar que sua vida se tornou após o acidente? Pois é, durante muitos anos eu reclamei da atriz Jennifer Aniston. Além de ter se tornado uma celebridade irritante, dessas que vivem em revistas de fofocas, ela ainda parecia presa eternamente na personagem Rachel Green de "Friends". Enfim, era o próprio modelo da superficialidade em Hollywood.

Depois de uma sucessão de comédias bobocas, meros passatempos descartáveis, eis que ela resolveu finalmente abraçar um projeto mais significativo e ousado. Despida de qualquer tipo de vaidade Aniston surge na tela como um bagaço, literalmente falando. Envelhecida, sem maquiagem e com o rosto inchado (que lhe dá uma aparência bem estranha) a atriz finalmente cresceu e saiu daquela fase de Peter Pan em que parecia encarcerada para sempre. Provavelmente seja o grande momento de sua carreira, ao ponto inclusive de ter sido considerada injustiçada pela Academia. Eu devo concordar. Para uma estrela como ela, a atriz finalmente deixou as bobeiras que vinha estrelando de lado para se entregar de corpo e alma a essa personagem. O roteiro não se propõe a explicar o que teria acontecido a Claire desde o começo. Inicialmente o texto apenas acompanha a rotina desgraçada dela e o público vai juntando as pequenas pistas do que teria lhe acontecido. Quando se torna obcecada pela jovem que se matou, ela própria começa a flertar com a ideia de também colocar um fim em seus problemas físicos, psicológicos e emocionais. O suicídio passa a ser visto então como algo válido para colocar um ponto final em seu sofrimento. Nesses momentos a melancolia parece tomar conta de todos os seus pensamentos. Um reflexo disso é que o filme em si acaba se tornando também uma obra muitas vezes pesada e de complicada assimilação. Curiosamente esse aspecto meio sombrio acaba se tornando também o grande mérito do filme em si. "Cake" certamente deixará muitos dos fãs de Jennifer Aniston assustados com sua proposta, mas ao mesmo tempo fará um bem imenso para sua carreira. Espero que ela a partir de agora siga por esse caminho.

Cake: Uma Razão para Viver (Cake, EUA, 2014) Direção: Daniel Barnz / Roteiro: Patrick Tobin / Elenco: Jennifer Aniston, Adriana Barraza, Anna Kendrick / Sinopse: A advogada Claire Bennett (Jennifer Aniston) precisa encontrar um novo sentido para sua vida após a morte do filho em um grave acidente de carro. Com sequelas da batida, que a impede de levar uma vida normal, Claire começa a pensar em fazer o mesmo que uma conhecida do grupo de apoio ao qual frequentava, que resolveu acabar com tudo ao se suicidar. Filme indicado ao Globo de Ouro a ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Jennifer Aniston).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Carta Selvagem

Quando uma garota pede a ajuda de Nick Wild (Jason Statham) para encontrar o homem que a estuprou em um quarto de hotel de Las Vegas, ele imediatamente entra em campo para descobrir a verdadeira identidade do criminoso. Ao que tudo indica se trata de Danny DeMarco (Milo Ventimiglia), filho de um rico industrial, um típico filhinho de papai mal caráter que nas horas vagas gosta de aterrorizar jovens mulheres pela cidade. Inicialmente Nick não pretende se envolver muito no caso. Desde que deixou as forças armadas ele vive no limite do possível em Vegas, realizando "serviços", que vão desde pequenos golpes até trabalhos como segurança para pessoas ricas e visadas pelo crime organizado. Embora ele inicialmente não estivesse a fim de criar um nova rixa em sua vida as coisas logo saem do controle e Nick acaba virando alvo de uma gangue de criminosos comandados por DeMarco. Para piorar tudo, enquanto tenta se manter vivo, ele acaba tendo uma recaída em seu velho vício de jogatinas... Isso mesmo, por baixo do jeito durão de ser, Nick é na realidade um velho jogador inveterado que nunca conseguiu ficar por muito tempo longe de uma mesa de cartas!

Aqui está o novo filme do ator Jason Statham. Quem curte o gênero ação já sabe o que encontrará pela frente. Essa é aquele tipo de produção que é obviamente indicada para o público masculino que gosta do estilo de Jason, um verdadeiro astro da pancadaria. A boa notícia é que o filme é realmente bom, divertido e com ótimas cenas de lutas. Numa delas o ator destrói um bar inteiro localizado em um cassino quando acaba encurralado por bandidos. Essa sequência tem uma ótima coreografia, aliada a um momento bem complicado na vida do personagem quando ele tenta se recuperar do baque de perder numa mesa de Blackjack o equivalente a meio milhão de dólares! Imagine o stress... O mais interessante é que o quebra-pau ocorre ao som de Dean Martin cantando um de seus velhos clássicos! Nem preciso dizer que adorei o resultado dessa estranha mistura, usando o repertório de um dos grandes cantores da história! Outro destaque vem da presença de duas atrizes que estão particularmente bonitas em cena, Anne Heche (está mais bonita do que nunca, pelo visto o tempo e o casamento lhe fizeram bem) e Sofía Vergara (que está sempre disposta a vestir o estereótipo da "latina burra e gostosa" que o americano médio parece adorar). Então é isso, "Carta Selvagem" vale a pena pois é curtinho, eficiente e funciona muito bem como entretenimento de ação.

Carta Selvagem (Wild Card, Estados Unidos, 2015) Direção: Simon West / Roteiro: William Goldman / Elenco: Jason Statham, Milo Ventimiglia, Anne Heche, Sofía Vergara, Stanley Tucci, Jason Alexander, Michael Angarano, Dominik García-Lorido / Sinopse: Nick Wild (Jason Statham) é contratado por uma velha conhecida, Holly (Dominik García-Lorido), para descobrir a identidade de um homem que a teria estuprado em um hotel de Las Vegas. No caminho acaba se envolvendo em muitas confusões e se torna amigo de um jovem milionário, Cyrus Kinnick (Michael Angarano) que deseja aprender as manhas do velho veterano.

Pablo Aluísio.

O Detonador de Alta Voltagem

Título no Brasil: O Detonador de Alta Voltagem
Título Original: Live Wire
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Christian Duguay
Roteiro: Bart Baker
Elenco: Pierce Brosnan, Ron Silver, Ben Crosn, Lisa Eilbacher, Tony Plana, Al Waxman

Sinopse:
Depois que um senador dos Estados Unidos é morto, um especialista em eliminação de bomba é trazido para investigar o explosivo mortal e tentar descobrir o plano dos terroristas.

Comentários:
Na década de 1990 o mundo do cinema recebeu de braços abertos o novo James Bond: Pierce Brosnan. Não tenho receios de dizer que em minha opinião ele foi um dos melhores astros da franquia, sem favor algum. Estrelou bons filmes e conquistou belas bilheterias na pele do agente secreto mais famoso da história do cinema. Foi justamente nessa época de sucesso de público e crítica que pintou no mercado esse péssimo "O Detonador de Alta Voltagem" (mais um nome sem noção para entrar na galeria dos mais obtusos títulos nacionais já criados por nossas distribuidoras). O enredo era banal, feito em uma época em que Brosnan ainda não tinha virado uma estrela e era apenas... bem, ele era apenas um ator desempregado atrás de qualquer coisa para trabalhar. Não adianta perder tempo com os méritos do filme ou a completa falta deles no quadro geral. Tudo gira em torno de terroristas, especialistas em explosão e coisas do gênero. Tudo funcionando como mero pretexto para cenas e mais cenas de ação gratuitas. Dizem que Brosnan chamou a atenção dos produtores de Bond por causa dessa fita B. Se isso é verdade mesmo pelo menos serviu para alguma coisa.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

De Bico Calado

Começo mais um texto reclamando de novo do péssimo título nacional. É incrível a falta de originalidade e criatividade dos tradutores das distribuidoras em nosso país. Bons filmes ganham nomes ridículos no Brasil. Deixando isso de lado vamos no concentrar na película em si. É uma produção inglesa, que usa do típico humor negro britânico. Muitas pessoas pensarão que se trata de mais uma comédia pastelão, não só pelo seu patético nome nacional mas também pela presença do ator e comediante Rowan Atkinson (o Mr. Bean) no elenco. Bom, esse é um daqueles casos em que realmente as aparências enganam. "Keeping Mum” tem um humor muito mais sofisticado do que se pensa. O enredo é tecido em cima da família do vigário anglicano Walter Goodfellow (Rowan Atkinson). Ele é um bom sujeito, apenas vive com a mente no mundo da lua e não consegue perceber o que está acontecendo com sua vida familiar. A filha é uma garota que troca de namorado (ou “ficante”, como queiram) toda semana. Para piorar sua esposa está apaixonada por um professor de golfe bonitão (interpretado pelo ator Patrick Swayze).

As coisas mudam quando chega a nova governante da casa. Ela é a senhora Grace Hawkins (Maggie Smith). No começo muito simpática, ela logo começa a intervir nos acontecimentos familiares, tentando colocar tudo nos eixos de uma forma nada comum. O que ninguém sabe é que Grace é uma ex-condenada da justiça britânica. Quando era jovem ela havia matado o seu marido infiel e sua amante e os colocado em um baú. Agora, cumprida sua sentença, ela volta para a sociedade, justamente para trabalhar na casa dos Goodfellows. O grande triunfo do filme é, além de seu roteiro bem escrito, a presença de um elenco muito bom com destaque para Rowan Atkinson (em um personagem divertido mas não humorístico) e a grande dama Maggie Smith. Quem acompanha a série “Downton Abbey” sabe sobre seu grande talento. Ela domina todo o filme e seu personagem, mesmo sendo quem é, cativa muito o espectador. Sou fã confesso dessa veterana atriz e por essa razão indico esse filme, mais particularmente para os admiradores de seu trabalho. Enfim, fica a dica dessa boa produção inglesa que mostra muito bem que humor pode muito bem ser feito com classe e inteligência.

De Bico Calado (Keeping Mum, Inglaterra, 2005) Direção: Niall Johnson / Roteiro: Richard Russo, Niall Johnson / Elenco: Rowan Atkinson, Kristin Scott Thomas, Maggie Smith, Patrick Swayze / Sinopse: Vigário anglicano do interior da Inglaterra tenta conciliar sua missão religiosa com sua problemática família. Para ajudar na casa é contratada uma nova governante, a Sra Grace, que mudará a vida de todos.

Pablo Aluísio. 

Miss Simpatia

Eu realmente nunca entendi como a Sandra Bullock virou uma estrela de primeira grandeza, com cachês milionários e destaque no mundo do cinema. Para falar a verdade sempre considerei sua filmografia muito abaixo do razoável. Grande parte de seus filmes são realmente bem bobinhos, alguns até admito que são divertidos, mas nada para se ter o status que ela tem dentro da indústria. Não que eu tenha antipatia por ela, longe disso, mas realmente não há como negar que ela fez sua carreira estrelando uma bobagem atrás da outra. Um exemplo é esse “Miss Simpatia” que fez tanto sucesso que até virou franquia! Mas afinal qual é o segredo dessa moça? Assistindo essa comédia descobrimos algumas pistas. A Bullock nunca fez o gênero das grandes musas do cinema, ela na verdade rema em outra maré. Seu jeito de garota despojada, quase moleca, sem nenhuma sofisticação é o seu grande charme em relação ao público. Muitas mulheres se identificam com ela por essa razão.
   
“Miss Simpatia” aliás investe justamente nisso, no choque que surge entre uma garota durona e o mundo fútil e artificial dos concursos de misses! É a tal coisa, choques de realidades geralmente são divertidos e engraçados e o roteiro do filme foi todo escrito aproveitando essa premissa. Sandra Bullock aqui interpreta uma policial rude e machona que acaba tendo que se disfarçar de miss para desvendar um crime ocorrido em um dos principais concursos de beleza dos EUA. O jeito sulista de Bullock então cai como uma luva para o enredo que explora exatamente a diferença existente entre o seu jeito de ser e as regras que norteiam a vida dessas dondocas e beldades. Não posso dizer que o filme é todo ruim porque há sim seqüências divertidas e engraçadas mas nada que justifique a grande bilheteria que essa comédia teve em seu lançamento. O público simplesmente adorou o jeito cafona e mal educada, além da risada de “porquinha” da personagem de Bullock! Agora uma coisa deve-se reconhecer: nada é mais engraçado no filme inteiro do que ver o eterno Capitão Kirk, o ator William Shatner, pagando mico como apresentador de concurso de misses! É realmente de rolar de rir... Por essa nem o Dr. Spock esperava...

Miss Simpatia (Miss Congeniality, Estados Unidos, 2000) Direção: Donald Petrie / Roteiro: Marc Lawrence, Katie Ford / Elenco: Sandra Bullock, Michael Caine, Benjamin Bratt, William Shatner / Sinopse: Gracie Hart (Sandra Bullock) é uma policial que precisa se infiltrar em um fútil e frívolo concurso de miss para solucionar um caso dos mais complicados.

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de maio de 2015

Não Me Mande Flores

George (Rock Hudson) é um sujeito completamente hipocondríaco. Casado com a simpática Judy (Doris Day) ele vive criando doenças novas que só existem em sua cabeça. As coisas pioram quando visita seu médico particular e acaba se confundindo com um exame de outro paciente. Convencido que está com os dias contados e que tem poucas semanas de vida, George ao lado de seu vizinho e amigo Arnold (Tony Randall) decidem arranjar um novo marido para a esposa para que ela não passe pelo trauma de sua morte sozinha. “Não me Manda Flores” foi o terceiro e último filme da dupla Rock Hudson / Doris Day. Eles emplacaram grandes sucessos nos anteriores “Confidências à Meia Noite” e “Volta Meu Amor” e assim era natural que voltassem a atuar juntos. O filme é baseado numa peça de teatro escrita por Norman Barasch e Carroll Moore. O ritmo é ágil, hilariante e o roteiro muito bem escrito. Obviamente como a estória foi criada para ser encenado no teatro o filme se concentra bastante dentro da própria residência do casal, em três atos bem delimitados, com poucos cenários.

Rock e Doris tinham uma química perfeita, eram grandes amigos. Esse tipo especial de entrosamento emtre eles acabou passando para a tela. Curiosamente aqui Doris e Rock, pela primeira e única vez, contracenam como marido e mulher. Doris é a esposa perfeita da década de 60. Agüenta as esquisitices do marido e é em essência uma dona de casa que chega ao ponto de se espantar quando o marido lhe sugere que termine seus estudos para arranjar um emprego! Já o personagem de Rock é também um maridão típico daqueles anos, que vai todos os dias ao trabalho com o jornal da manhã debaixo do braço. O único diferencial é seu hipocondrismo sem limites. Tony Randall, interpretando o vizinho e amigo de George, passa o tempo todo embriagado, lamentando a morte precoce do colega, o que rende ótimas cenas de humor. “Não me Mande Flores” foi dirigido por Norman Jewison em começo de carreira. É curioso ver seu nome nos créditos pois Jewison criaria toda uma filmografia de filmes fortes nos anos seguintes, com temáticas instigantes e polêmicas, algo que destoa completamente dessa comédia romântica divertida e amena. De qualquer modo não há como negar que seu trabalho é muito bom, com ótimo timing entre as cenas, nunca deixando desandar para o chato ou tedioso. Só a lamentar o fato de que nunca mais Doris e Rock contracenariam juntos no cinema. De fato essa foi a despedida deles das telas. Melhor assim, se despediram com um bom filme que fechou com chave de ouro a trilogia que o casal rodou junto. “Não Me Mande Flores” foi um excelente final para essa carismática dupla que marcou época.

Não me Mande Flores (Send Me No Flowers, Estados Unidos, 1964) Direção: Norman Jewison / Roteiro: Julius J. Epstein, baseado na peça teatral "Send Me No Flowers: A Comedy in Three Acts" de autoria de Norman Barasch e Carroll Moore / Elenco: Rock Hudson, Doris Day, Tony Randall / Sinopse: George (Rock Hudson) é um hipocondríaco incurável que se convence que tem poucos dias de vida. Pensando no melhor para sua esposa que ficará viúva ele resolve procurar um futuro marido ideal para ela!

Pablo Aluísio.

Os Primeiros Homens na Lua

A recente morte do mestre em efeitos especiais Ray Harryhausen, me fez recordar desse filme muito charmoso e nostálgico que foi um campeão de reprises na Sessão da Tarde das décadas de 70 e 80. O enredo era baseado nas estórias de outro ícone da fantasia e ficção, o mitológico H.G. Wells, que em 1901 imaginou em seu livro “The First Men in the Moon” a chegada do homem na Lua. Wells é considerado um dos pais do gênero science fiction. Nesse e em outros livros o autor demonstrou ter uma imaginação sem limites aliada a uma inventividade fora do comum. Claro que do ponto de vista atual muitos de seus textos soam ingênuos mas basta parar para entender o contexto histórico em que foram escritos para entender sua importância. Outro dado relevante: esse filme foi realizado apenas cinco anos antes do homem finalmente pisar na lua (algo que era considerado impossível na época). A produção foi assinada pelo próprio Ray Harryhausen que caprichou nos cenários e nos efeitos, usando inclusive sua marca registrada, a técnica de slow motion, com captura de movimentos quadro a quadro. Essa técnica traz nos dias atuais um sabor nostálgico simplesmente irresistível. O elenco era praticamente desconhecido do grande público o que não é de se admirar já que o foco do filme era realmente o universo fantástico de H.G. Wells.

Na estória acompanhamos a chegada da primeira expedição de astronautas terrenos na Lua. Uma equipe formada por diversas nacionalidades chega no solo lunar e lá encontra, para surpresa de todos, uma bandeira da Inglaterra e uma carta de posse em nome da Rainha Vitória datada de 1899. Claro que a descoberta deixa todos boquiabertos. Assim que a notícia se espalha o governo britânico sai em busca de respostas e acaba as encontrando em um idoso que se encontra há muitos anos morando em um asilo de Londres. Ele afirma ter ido à lua com a ajuda de um cientista maluco que morava perto de sua casa numa bucólica e bonita região do norte de Londres. O Dr. Joseph Cavor (Lionel Jeffries) havia criado uma substância que anulava a gravidade na terra. Com algo assim em mãos eles poderiam ir para qualquer lugar, inclusive na Lua, onde supostamente haveria uma riqueza mineral sem limites esperando por eles. Só que uma vez chegando lá eles encontram algo completamente diferente, uma civilização de seres parecidos com insetos. Revelar mais seria desnecessário. Lida assim a sinopse pode soar absolutamente ridícula nos dias de hoje mas o espectador tem que ver tudo com os olhos voltados para a história, no momento em que o livro original foi escrito. Fazendo isso não há como não se encantar com tanta imaginação e fantasia. Um realismo fantástico simplesmente adorável. Se você gosta do mundo sci-fi não deixa de ver esse que certamente foi um das produções mais influentes da história do cinema e da literatura.

Os Primeiros Homens na Lua (First Men in the Moon, Inglaterra, 1964) Direção: Nathan Juran / Roteiro: Nigel Kneale, Jan Read / Elenco: Edward Judd, Martha Hyer, Lionel Jeffries / Sinopse: Cientista consegue inventar uma substância que anula os efeitos da gravidade, tornando possível a viagem pelo universo. Sua primeira parada é a Lua onde encontra uma civilização de seres parecidos com os insetos da Terra.

Pablo Aluísio.

sábado, 2 de maio de 2015

Assim Caminha a Humanidade

"Giant" entrou para a história do cinema por vários motivos. O mais lembrado deles é o fato de ter sido o último filme de James Dean. Poucos dias após o fim das filmagens o ator resolveu participar de uma corrida e na viagem até lá morreu em um trágico acidente com apenas 24 anos. Outro ponto a se destacar é que esse é considerado até hoje o melhor filme de George Stevens. Diretor habilidoso, conseguia ótimos resultados por causa de um método inovador de trabalho. Ele utilizava várias câmeras, todas em ângulos diferentes e depois passava meses trancado no estúdio assistindo a cada registro, a cada tomada de cena. Só depois de montar o filme em sua própria mente é que ele finalmente dava o corte final em suas obras. Por essa razão "Assim Caminha a Humanidade" é uma verdadeira obra prima, uma ode ao Texas que até hoje impressiona por sua força e atemporalidade. Por fim, e não menos relevante, "Giant" é sempre lembrado pelas ótimas atuações do casal Rock Hudson e Elizabeth Taylor. Rock aliás considerado até aquele momento um mero galã de Hollywood conseguiu sua primeira e única indicação ao Oscar. O reconhecimento da Academia foi mais do que merecido pois o trabalho de Rock é realmente primoroso, onde ele interpreta um personagem em vários momentos de sua vida, desde a juventude até sua velhice. Permeando tudo temos os vastos campos do Texas. A própria imagem da casa de fazenda ao longe, sem nada por perto reflete bem a grandeza daquela região, onde grandes fortunas foram feitas praticamente da noite para o dia. O Ouro negro, como era chamado o Petróleo, fez a riqueza de muitas famílias texanas. E é justamente sobre isso que seu enredo enfoca.

Em sua autobiografia Rock Hudson relembra como foi tratado por George Stevens. O diretor lhe colocou a par de todos os aspectos da produção e chegou a dizer a ele que escolhesse a cor da casa de seu personagem no filme. Nunca um diretor havia feito algo assim com ele. Isso demonstrava o modo de trabalhar de Stevens, ele queria que todos se sentissem parte do processo de realização do filme. Hudson afirmou em seu livro que nunca vira nada igual antes. Se o diretor queria aproximação completa entre ele e o elenco o mesmo não se podia dizer dos dois atores principais. Desde o começo Rock Hudson e James Dean não se deram bem. Dean vinha de Nova Iorque e procurava ir fundo em suas interpretações. Hudson foi formado na Universal, dentro do Star System, e estava pouco preocupado com maneirismos do Actors Studio. Assim travou-se uma verdadeira batalha nas cenas, dois atores com formação completamente diferente que não se gostavam muito pessoalmente. Dean achava Rock um mero galã e um "poste" - apelido que usou por causa da grande altura do ator. Como ele era baixinho, Dean acabou sentindo-se intimidado por Rock. Já Hudson achava Dean esquisito, complicado de se lidar. Curiosamente apesar de ambos não se darem bem, os dois se tornaram grandes amigos da estrela Elizabeth Taylor. Para Dean, Liz era como uma irmã que nunca teve. Amorosa e simpática procurava entender o rebelde ator mesmo quando ele nitidamente se comportava mal com os outros. Já em relação a Rock ela se comportava como uma amiga de farras. Ambos tomaram grandes porres juntos e inventaram o Martini de chocolate, uma combinação explosiva que exigia um intestino de aço de quem ousasse beber aquela mistureba toda. Elizabeth Taylor virou amiga até os últimos dias de vida de Rock Hudson e quando esse morreu de AIDS em 1985 ela fundou uma instituição de apoio a pesquisas para combater a doença.

A edição do filme foi complicada e demorada. Havia muito material gravado, por diversas câmeras e assim George Stevens passou longos meses montando tudo aquilo. Quando o filme finalmente ficou pronto e foi lançado James Dean já havia morrido há mais de um ano. Como tinha se tornado um mito eterno da sétima arte com sua morte suas jovens fãs correram para os cinemas para conferir o último trabalho do encucado ator. O que viram foi uma produção completamente diferente de "Juventude Transviada". Enquanto aquele era uma crônica sobre a juventude e seus problemas, "Giant" era monumental, de enorme duração e com ares de cinema épico. A crítica se dividiu mas de forma em geral todos concordaram que estavam na presença de um dos maiores filmes já feitos por Hollywood. Um dos pontos mais criticados foi justamente a maquiagem realizada nos atores nas cenas em que eles surgem envelhecidos. Para Rock Hudson e Elizabeth Taylor as perucas grisalhas realmente não caíram bem. De fato apenas James Dean surge bem nessas cenas, o que não deixa de ser uma grande ironia pois ele nunca teria a chance de envelhecer como seu personagem, que aparece bêbado e caindo em um vexame público. Aliás muitas das falas de Dean ficaram ruins nesse momento final e o diretor George Stevens, sem opção, teve que contratar o ator Nick Adams para dublar certas partes do texto do ator falecido. Assim em conclusão podemos dizer que "Assim Caminha a Humanidade" não é apenas uma obra de cinema fenomenal mas também um marco histórico do cinema americano. Um filme tão grande quanto o Texas. Um momento maravilhoso do cinema americano que todos os cinéfilos devem assistir. 

Assim Caminha a Humanidade (Giant, Estados Unidos, 1956) Direção: George Stevens / Roteiro: Fred Guiol, Ivan Moffat baseados na obra de Edna Ferber / Elenco: Elizabeth Taylor, Rock Hudson, James Dean, Carroll Baker, Mercedes McCambridge, Jane Withers, Chill Wills, Sal Mineo, Dennis Hopper / Sinopse: "Assim Caminha a Humanidade" conta a estória do rico fazendeiro Bick Benedict (Rock Hudson) . Após cortejar e se casar com a mimada Leslie (Elizabeth Taylor) ele retorna para sua imensa casa de fazenda bem no meio do grandioso estado americano do Texas. Lá tem que lidar com todos os problemas de sua propriedade, inclusive seus empregados. Entre eles se destaca o estranho e taciturno Jett Rink (James Dean) que parece nutrir uma indisfarçável paixão pela esposa de seu patrão.

Pablo Aluísio.

O Homem de Alcatraz

Robert Stroud (Burt Lancaster) é um prisioneiro condenado à morte pelo assassinato de um barman numa briga de bar no Alaska. Tentando livrar seu filho da morte por enforcamento sua mãe resolve apelar para a esposa do presidente americano Woodron Wilson que, comovida pela luta da pobre senhora por seu filho, resolve permutar a pena de morte de Stroud para prisão perpétua em segregação (ou seja ele não poderia interagir com outros presos, ficando a maior parte do tempo solitário e isolado). Livre da morte ele então parte para cumprir sua pena de prisão em uma penitenciária federal. Certa tarde no pátio prisional ele acaba resgatando um pequeno pardal machucado e o leva para sua cela. Lá tenta ajudar o pequeno animal. O que começa com um simples ato de solidariedade acaba virando um assunto de enorme interesse para Stroud que a partir daí começa a estudar e ler livros sobre o tema, se tornando, mesmo dentro da prisão, uma das maiores autoridades científicas sobre patologias de aves. Dez anos depois é finalmente transferido para a terrível prisão de Alcatraz onde acaba se tornando um de seus prisioneiros mais famosos. A história de Stroud parece ficção mas não é, foi inspirada na vida do chamado “Birdman of Alcatraz”, um prisioneiro que sozinho aprendeu sobre ciências dentro de sua cela, lendo livros, artigos e tratados sobre diversos assuntos, entre eles veterinária, química, anatomia, fisiologia, histologia e até mesmo medicina! De fato ainda em vida Stroud foi analisado por especialistas e se constatou que ele tinha um QI de gênio, algo absolutamente fora do normal.

O filme “O Homem de Alcatraz” foi realizado um ano antes de sua morte em 1963 (infelizmente ele nunca chegou a assistir sua própria história no cinema) Apesar de todo o reconhecimento que teve por seus livros, ensaios e artigos publicados, Stroud jamais conseguiu aquilo que mais desejava na vida: recuperar sua liberdade. Morreu doente e abandonado, na prisão, após escrever um livro sobre o sistema penitenciário americano. Esse livro causou sensação em seu lançamento pois Stroud na época chamou atenção da administração Kennedy para o problema nas prisões do país. O próprio presidente Kennedy via nele um exemplo claro de que o sistema penal em vigor era falho e não propenso a dar uma segunda chance a ninguém, nem mesmo a um gênio como Stroud. Após o filme ter sido lançado vários livros sobre o prisioneiro foram lançados trazendo mais luz sobre sua vida pessoal. Algumas dessas biografias mostraram que há uma certa distância entre o que vemos no filme e o que aconteceu realmente. Por exemplo, não restam dúvidas que Stroud tinha um QI de gênio mas no mesmo exame em Alcatraz se constatou também que ele tinha uma personalidade psicopata (algo omitido no roteiro). Era violento e perigoso e muitos que o conheceram pessoalmente e assistiram ao filme depois não concordaram com a caracterização de Burt Lancaster, mostrando um sujeito doce e suave. De qualquer forma, mesmo com essas diferenças, não há como negar que “O Homem de Alcatraz” é uma excelente obra, digna de todo o status que tem (considerado um dos cem melhores filmes da história do cinema americano pelo American Film Institute). Historicamente ele pode até não ser muito fiel aos fatos reais mas não há como negar que do ponto de vista meramente artístico é uma obra prima digna de aplausos. Além disso levanta muitos temas pertinentes para discussão, colocando em debate o real propósito das prisões. Será que o sistema prisional realmente reabilita algum criminoso? Ou tudo não passa de meras teorias acadêmicas vazias? Assista ao filme e tire suas próprias conclusões.

O Homem de Alcatraz (Birdman of Alcatraz, Estados Unidos, 1962) Direção: John Frankenheimer / Roteiro: Guy Trosper baseado no livro de Thomas E. Gaddis / Elenco: Burt Lancaster, Karl Malden, Thelma Ritter / Sinopse: O filme conta a história de Robert Stroud (Burt Lancaster), um prisioneiro federal americano que se ficou famoso ao se tornar de forma autodidata dentro da prisão uma autoridade sobre assuntos científicos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

De Volta Para o Futuro 2

Depois do enorme sucesso de bilheteria do primeiro filme Spielberg resolveu que o filme deveria ter não uma continuação, mas duas, que foram rodadas simultaneamente. Robert Zemeckis se empenhou em não decepcionar os fãs. O problema é que o filme original parecia fechar em si muito bem. O roteiro era redondinho, muito criativo e bem bolado. Mexer em algo assim seria no mínimo imprudente. A verdade é que mesmo com toda a dedicação de Zemeckis e sua trupe de roteiristas o roteiro final desse filme saiu realmente truncado. Marty McFly (Michael J. Fox) voltava novamente ao passado, encontrava seu outro “eu” (que surgia aparecendo em cenas do primeiro filme) e tentava mudar o rumo de seus filhos – no futuro! Bem confuso pra falar a verdade. Segundo Zemeckis eles próprios, os que estavam escrevendo o enredo do filme, se enrolaram e tiveram que se guiar através de uma série de storyboards. Se foi confuso assim para eles, imagine para o público!
   
Mesmo assim o filme fez outro grande sucesso. A crítica de um modo em geral elogiou, embora com certas reservas. Michael J. Fox já não era o ator com cara de jovem adolescente como antes – mas isso foi consertado com um pouco de maquiagem, luzes, ângulos mais adequados. Na época ele era um ídolo juvenil dos mais requisitados. Aparecia em revistas de adolescentes e causava um tumulto por onde passava, tamanha a sua popularidade. Não era para menos. Além de estrelar essa franquia milionária e de sucesso ainda se destacava na TV na boa sitcom “Caras e Caretas” (que chegou a ser exibida na Rede Globo nas tardes, durante a chamada “Sessão Comédia”). “De Volta Para o Futuro 2” é isso, uma produção que apesar dos pesares consegue manter o bom nível do filme original. Tudo muito criativo, bem realizado (os efeitos especiais não envelheceram) e claro muita pipoca. Provavelmente a franquia seja a mais perfeita já realizado pelo produtor Steven Spielberg. Uma delícia pop.

De Volta Para o Futuro 2 (Back to the Future Part II, Estados Unidos, 1989) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson / Sinopse: Marty McFly (Michael J. Fox) vai até o futuro quando encontra diversos problemas com sua família (e com ele próprio). Para consertar isso ele tem que novamente voltar ao passado, em 1955, para dar alguns ajustes no destino.

Pablo Aluísio.