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terça-feira, 3 de outubro de 2023

Assassinato a Sangue Frio

Título no Brasil: Assassinato a Sangue Frio
Título Original: The Onion Field
Ano de Lançamento: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Black Marble Productions
Direção: Harold Becker
Roteiro: Joseph Wambaugh, Eric Roth
Elenco: John Savage, James Woods, Christopher Lloyd, Ted Danson, Ronny Cox, Lee Weaver

Sinopse:
Dois criminosos em um carro são parados por uma patrulha policial em uma estrada quase desértica perto de Los Angeles. Eles conseguem render os dois tiras durante a abordagem e os levam para um campo de cebola bem distante da cidade. Ali precisam decidir o que vão fazer com os homens da lei. Será que matá-los seria uma boa saída?

Comentários:
Bom filme policial do final da década de 1970. O filme, quando lançado nos Estados Unidos, causou uma certa repercussão porque sua história era totalmente baseada em um crime real envolvendo a execução de dois patrulheiros da Califórnia e os desdobramentos na justiça de tal crrme. O título original do filme, "O Campo de Cebolas", retrata o lugar onde tudo aconteceu. Inclusive o diretor fez questão de filmar tudo no mesmo local onde teria ocorrido os assassinatos. Mostra bem a perversidade e a psicopatia de certos criminosos, o perigo de ser um policial trabalhando nas madrugadas de uma grande cidade dos Estados Unidos na época e os problemas e erros que acabam acontecendo no sistema judiciário daquele país. O cinema dando sua versão do submundo da criminalidade que acontece no mundo real. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 17 de março de 2023

Coisas para se Fazer em Denver Quando Você Está Morto

Título no Brasil: Coisas para se Fazer em Denver Quando Você Está Morto
Título Original: Things to Do in Denver When You're Dead
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax
Direção: Gary Fleder
Roteiro: Scott Rosenberg
Elenco: Andy Garcia, Christopher Walken, Christopher Lloyd, Steve Buscemi, William Forsythe, Treat Williams

Sinopse:
Sujeito inescrupuloso e canalha contrata um bando de criminosos de baixo clero para fazer um servicinho sujo para ele. Eles devem dar uma surra homérica em um cara que está lhe causando problemas familiares. Não para matar, não para aleijar, apenas uma surra bem dada, para ele se ligar com quem está se metendo. Só que o plano criminoso que parece ser simples foge do controle. 

Comentários:
Filme que assisti ainda nos tempos do VHS, em plenos anos 90. Fez até um bom sucesso nas locadoras e ganhou até mesmo uma áurea de cult movie quando foi lançado. Começa com um sujeito que contrata um bando de criminosos para dar uma surra em um de seus desafetos. Coisa simples, nada demais. Apenas uma advertência em ritmo de socos e chutes. Só que como sempre acontece nesse tipo de situação, a coisa toda foge do controle e escamba para o caos generalizado. O elenco é muito bom, sendo liderado pelo ator Andy Garcia, um sujeito de classe, de origem cubana que sempre se saiu bem em suas produções, mesmo quando era um mero coadjuvante. Ele havia se destacado como coadjuvante em O Poderoso Chefão III e Os Intocáveis, então o estúdio começou a investir em sua carreira como astro principal. Essa foi uma tentativa. Um filme bom, que apesar de não ter sido um sucesso de bilheteria nos cinemas, certamente ainda é lembrado hoje em dia por quem aprecia bons filmes daquela boa década de 90. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 15 de junho de 2021

Anônimo

O nome original em inglês desse filme é Nobody (Ninguém). Uma boa definição para o protagonista Hutch Mansell (Bob Odenkirk). Ele é pai de dois filhos, leva uma vida tediosa que se resume a ir para o trabalho (nada empolgante) e no fim do dia voltar para a casa. A rotina é tão massacrante que todos os dias parecem iguais, sem mudanças. Uma noite sua casa é invadida por um casal de assaltantes. Há uma tentativa de reação, mas no último segundo Hutch decide recuar. O filho mais velho dele leva a pior. E roubam uma pulseirinha de sua filhinha, algo que se torna um gatilho para Hutch. Ele decide então ir atrás dos ladrões e num efeito colateral completamente imprevisível ele mata um parente de um chefão da máfia russa. Pronto, aberto a caixa de Pandora, a violência explode sem limites. E o passado dele retorna também. Para quem pensava que Hutch era apenas um pai tedioso de vida ordinária, se descobre que ele no passado foi assassino de uma das agências do governo americano.

Você provavelmente conhece o ator Bob Odenkirk das séries de sucesso "Better Call Saul" e "Breaking Bad". Nas duas séries ele interpretava o mesmo personagem do advogado Saul Goodman, tudo numa pegada mais de humor. Agora, nessa produção, Bob Odenkirk tenta ir por outro caminho, em um filme de ação que parece ter saído de alguma coleção de vídeos VHS guardada desde os anos 80. Há muita violência estilizada, cenas exageradas, metralhadoras matando dezenas de pessoas e coisas do tipo. Há igualmente uma leve camada de humor negro e também uma boa trilha sonora, cheia de músicas antigas. É um bom filme, principalmente para quem aprecia o gênero de filmes de ação com boas cenas de tiroteios e lutas corporais extremamente violentas. Se é o seu tipo de filme, certamente não vai se decepcionar.

Anônimo (Nobody, Estados Unidos, 2021) Direção: Ilya Naishuller / Roteiro: Derek Kolstad / Elenco: Bob Odenkirk, Aleksey Serebryakov, Christopher Lloyd, Connie Nielsen / Sinopse: A casa do pacato pai de família Hutch Mansell (Bob Odenkirk) é assaltada. O que os criminosos não poderiam prever é que ele iria atrás deles e que no passado aquele senhor havia sido um assassino profissional.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Piranha

O primeiro filme dessa franquia "Piranha" foi lançado ainda no final dos anos 1970. Era claramente um filme que tentava surfar a onda do sucesso de "Tubarão" de Steven Spielberg. Depois de algumas sequências realmente ruins como "Piranhas 2: Assassinas Voadoras" e filmes que eram pura imitação trash como "Piranhaconda" e "Mega Piranha", o estúdio do primeiro filme resolveu fazer um remake, mas com outra pegada, partindo até mesmo para uma espécie de auto paródia. Esse filme aqui tem em seu favor o desenvolvimento da tecnologia digital. Assim ao contrário das piranhas do primeiro filme, que eram mais peixes comuns, temos aqui um tipo de piranha pré-histórica, que todos achavam estar extintas. Elas saem das profundezas de um lago após um pequeno tremor de terra. Nesse mesmo lago, claro, tem uma mega festa de verão. Garotas de bikini dançam sensualmente, a bebida rola solta e a balada não tem hora para terminar.

Então você junta um bando de jovens com um cardume de piranhas sedentas em um lago no Arizona e pronto... estão presentes todos os elementos que os fãs queriam encontrar em um filme como esse. Agora imagine um lago de águas cristalinas que logo se transforma em uma poça de sangue vermelho. É isso, o filme exagera no gore e tudo se torna uma grande matança de garotas bonitas de silicone nos seios. O elenco tem duas presenças interessantes. A primeira vem com Richard Dreyfuss. Aqui há uma referência óbvia ao primeiro Tubarão. Pena que o Dreyfuss é logo trucidado pelas piranhas assassinas. Já a atriz Elisabeth Shue paga um mico enorme como a xerife que tenta colocar ordem naquela bagunça. Para quem já foi indicada ao Oscar ter esse filme na sua filmografia pessoal não deixa de trazer uma certa vergonha alheia.

Piranha (Piranha 3D, Estados Unidos, 2010) Direção: Alexandre Aja / Roteiro: Pete Goldfinger / Elenco: Elisabeth Shue, Jerry O'Connell, Richard Dreyfuss, Christopher Lloyd / Sinopse: Piranhas da pré-história que viviam em cavernas subterrâneas de um lago no Arizona, se soltam após um tremor de terra. Sedentas e ferozes, elas passam a atacar um numeroso grupo de jovens que fazem uma grande festa nesse mesmo lago azul.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A Família Addams 2

Título no Brasil: A Família Addams 2
Título Original: Addams Family Values
Ano de Produção: 1993
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Barry Sonnenfeld
Roteiro: Paul Rudnick
Elenco: Anjelica Huston, Raul Julia, Christopher Lloyd, Christina Ricci, Joan Cusack, Christopher Hart

Sinopse:
Segundo filme para o cinema baseado na obra do cartunista  Charles Addams. Nessa segunda produção a Família Addams tenta resgatar seu amado tio Fester de seu novo amor, uma viúva negra chamada Debbie, que só está interessada em seu dinheiro. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de arte. Também indicado ao Globo de Ouro na categoria de melhor atriz (Anjelica Huston).

Comentários:
Charles Addams usava seus desenhos para criticar a própria sociedade americana. Afinal quem nunca teve um tio babão que caia de amores por uma mulher mais jovem e interesseira que só estava de olho no dinheiro dele? Essa situação não é apenas comum, mas totalmente familiar para muitas pessoas. Nessa continuação temos uma ampliação de espaço para o personagem interpretado por Christopher Lloyd, o que acabou sendo muito divertido. Talento certamente nunca lhe faltou. Outro aspecto digno de nota no elenco é que esse filme marcou a despedida do ator Raul Julia ao um de seus personagens mais conhecidos e famosos. Ele morreu ainda jovem, de forma até inesperada, sendo esse um de seus últimos filmes. Uma pena também que esse elenco nunca mais tenha sido reunido. Em minha opinião esse filme reuniu o melhor time de atores e atrizes para interpretar esses personagens. Simbiose perfeita, um show de talento. Nunca mais conseguirão reunir tanta gente talentosa para dar vida a essa família mais do que divertida - e estranha! Ter tanta gente boa trabalhando junto, só nessa franquia original mesmo. Todo o que vier depois será apenas uma pálida sombre desses dois primeiros filmes.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Limites

Laura (Vera Farmiga) sempre teve um relacionamento ruim e problemático com o pai Jack (Christopher Plummer). Desde a infância e adolescência ela quis ter um pai presente, responsável, que lhe ajudasse na vida. Só que isso nunca aconteceu. Jack sempre foi ausente na sua criação, além de ser um péssimo exemplo para qualquer um. Os anos passam e Jack se tornou idoso, sem ter para onde ir. Claro, nesse momento ele então decide procurar a filha. O problema é que ela também tem uma vida complicada, pois se tornou mãe solteira, precisando lutar para criar sozinha o seu filho. E do choque de gerações nasce a linha narrativa principal desse filme.

Lendo o resumo, a sinopse do filme, pode ficar parecendo que se trata de um drama. Não é isso. Embora trate do desastroso relacionamento entre pai e filha, o roteiro também abre espaço para sutilezas, adotando um tom até leve, aberto também para o humor. Os personagens pegam a estrada e isso abre margem para aquele tipo cinematográfico que conhecemos bem, o road movie.

De uma maneira ou outra o grande motivo para o cinéfilo conferir esse filme é o excelente elenco. Começando pela presença de Christopher Plummer. É incrível, mas o veterano ator aos 89 anos de idade parece viver o melhor momento de sua longa carreira. Ele foi premiado com o Oscar por seu trabalho em "Toda Forma de Amar" e segue firme, trabalhando como nunca, aparecendo em filmes realmente muito bons. É um exemplo de vida. Já Vera Farmiga dá um tempo nos filmes de terror - estilo onde também se tornou produtora de sucesso - para mais uma vez mostrar que é uma atriz realmente talentosa. Sua personagem sob esse ponto de vista não deixa de ser um presente em sua carreira. Então deixo a dica. É um filme ainda pouco conhecido, pouco comentado, mas que vale muito a pena conhecer.

Limites (Boundaries, Estados Unidos, Canadá, 2018) Direção: Shana Feste / Roteiro: Shana Feste / Elenco: Vera Farmiga, Christopher Plummer, Christopher Lloyd, Lewis MacDougall / Sinopse: Idoso e sem ter onde morar, Jack (Plummer) decide ligar para a filha Laura (Farmiga). Eles sempre tiveram uma convivência conturbada, mas agora vão ter que se acostumar juntos, superando as antigas barreiras do passado.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Com a Corda no Pescoço

Henry Lloyd Moon (Jack Nicholson) é um renegado confederado que após o fim da guerra civil forma um bando de criminosos como ele para roubar bancos e cavalos nas localidades mais distantes do velho oeste americano. Após uma perseguição sem tréguas por homens da lei ele tenta chegar ao Rio Grande onde espera atravessar a fronteira em direção ao México, se livrando assim das mãos do xerife. Ele porém não tem muita sorte e seu cavalo desmaia de exaustão. Preso e levado de volta para a cidade, Moon finalmente é julgado e condenado a morte por enforcamento (a pena padrão para ladrões de cavalos naquela época). Sua única chance de não ser enforcado é ser escolhido por alguma mulher da região como marido. Há em vigor uma lei da guerra civil que livraria os condenados à forca caso alguma senhorita o escolhesse para se casar. A justificativa dessa norma legal era simples: como muitos homens tinham morrido na guerra o número de mulheres solteiras e solitárias era muito grande e todo homem era alvo de disputa mesmo se estivesse condenado a morrer no laço da forca. Dessa forma o casamento livraria o criminoso de ser pendurado na forca até a morte!

Assim no último minuto, já no cadafalso, a senhorita Julia Tate (Mary Steenburgen) então decide escolher Moon para ser seu marido, o livrando da morte! A sorte parece finalmente ter sorrido para ele, mas na realidade mal sabe o ex condenado no que estaria se metendo! Começa assim esse divertido “Com a Corda no Pescoço”, filme estrelado e dirigido por Jack Nicholson. Embora seja passado no velho oeste o roteiro deixa claro, desde o começo, que o tom da produção será leve, divertido, se apoiando muito mais no relacionamento do estranho casal do que em qualquer outra coisa. É quase uma comédia de costumes. Nicholson novamente se sai muito bem. Seu personagem é um bandido sem eira nem beira, barbudo e maltrapilho, que vaga em busca de alguma oportunidade. Ele parece mais um renegado sem futuro do que qualquer outra coisa. Já a atriz Mary Steenburgen está uma graça como uma mulher que resolve se casar com “aquilo” para no fundo ter apenas um empregado de graça em seu rancho e na mina onde sonha encontrar finalmente ouro, depois de muitos anos de busca. O elenco de apoio é acima da média, com destaque para as presenças de Christopher Lloyd, que interpretaria anos depois o cientista Dr. Brown da série "De Volta para o Futuro" e John Belushi, comediante de sucesso do programa "Saturday Night Live" que havia brilhado em "Clube dos Cafajestes" no cinema nesse mesmo ano. Enfim, eis um western com tempero de muito humor, que não deve ser levado à sério, pois é pura e simples diversão pipoca, onde aliás funciona muito bem.

Com a Corda no Pescoço (Goin' South, EUA, 1978) Direção: Jack Nicholson / Roteiro: John Herman Shaner, Al Ramrus / Elenco: Jack Nicholson, Mary Steenburgen, Christopher Lloyd, John Belushi / Sinopse: Moon (Nicholson), ladrão de bancos e cavalos, é salvo no último minuto da forca ao ser escolhido pela senhorita Tate (Steenburgen) como seu marido. A união trará muitas confusões. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz (Mary Steenburgen).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Os Anjos Entram em Campo

É uma produção Disney feito para a garotada que une sentimentos caros aos evangélicos americanos com o esporte dito nacional por lá, o beisebol. No enredo (bobinho) um garoto torce com paixão pelo pior time da liga. Uma equipe de beisebol que só perde, partida após partido. Até que um dia ele decide rezar e pedir a Deus que ajude aqueles jogadores. Dito e feito. O Senhor então envia um grupo de anjos (literalmente falando) para levantar a bola daquele time que só perde. Bom, deu para ver que o filme não é para todos. É mais especialmente indicado para o público infanto-juvenil, centrado em meninos de famílias religiosas.

O que vai interessar ao cinéfilo mais comum é o bom elenco de apoio, contando com atores que iriam se tornar bem populares como Matthew McConaughey. Ele inclusive não tem muito espaço a não ser interpretar um dos atléticos jogadores, mascando um chiclete atrás do outro (uma espécie de mania dos jogadores de beisebol). Fora essa curiosidade o filme vai interessar mesmo a poucos, a não ser que você adore beisebol, algo complicado de encontrar em nosso país.

Os Anjos Entram em Campo (Angels in the Outfield, Estados Unidos, 1994) Direção: William Dear / Roteiro: Dorothy Kingsley, George Wells / Elenco: Danny Glover, Christopher Lloyd, Matthew McConaughey, Adrien Brody, Brenda Fricker / Sinopse: Garotinho pede ajuda a Deus para seu time de beisebol que só faz perder, sendo o pior da temporada. Então uma ajuda divina vem em seu socorro, com anjos literalmente entrando em campo!

Pablo Aluísio.

domingo, 8 de abril de 2018

Anastasia

Essa foi a primeira animação da Fox. Veio em um momento em que esse mercado começava a ser disputado pelos demais estúdios de Hollywood por causa dos grandes sucessos de bilheteria da Disney, que reinava sozinha e absoluta nesse mundo de longas de animação. Tecnicamente é um filme perfeito, a tal ponto de chegou a concorrer a dois Oscars (ambos relacionados ao maravilhoso trabalho que foi realizado em sua trilha sonora). O enredo foi escrito em cima da lenda que persistiu por décadas após a morte da família do último czar da Rússia, Nicolau II. Dizia-se que a sua filha mais jovem, Anastasia, teria sobrevivido ao massacre da revolução comunista. Ela teria ido embora, morar em algum lugar lugar da Europa. Era a última representante da monarquia destronada.

Claro que historicamente você não deve esperar muito dessa animação. A ideia dos produtores e do diretor Don Bluth (de "Fievel") era contar uma estorinha de conto de fadas, com princesas perdidas, etc. Nada de dissecar o que de fato aconteceu na revolução russa! O grande vilão é Rasputin, que na história real era um protegido da família Romanov (veja que ironia!). Os verdadeiros vilões da morte da família Romanov foram os comunistas que comandados por Lênin, promoveram um banho de sangue inocente na Rússia. Isso porém não é mostrado na animação. Todo o mal cabe apenas ao bruxo Rasputin, aqui voltando do mundo dos mortos, o que rende algumas sequências que na minha opinião nem eram muito adequadas para crianças. Afinal ele retorna praticamente como um zumbi, com pedaços de seu corpo caindo pelo caminho! Mesmo assim gostei de praticamente tudo, das músicas, do romance entre Anastasia e um jovem que vive de pequenos golpes, do estilo e da riqueza dos desenhos, da paleta de cores, etc. No final o filme foi elogiado pela crítica, mas não chegou a ser um campeão de bilheteria, apenas retornando um pequeno lucro para a Fox Talvez essa coisa toda de revisitar um período tão complicado da história tenha atrapalhado um pouco seu sucesso. Ignore esse aspecto e procure se divertir com o que a animação tem de melhor.

Anastasia (Anastasia, Estados Unidos, 1997) Direção: Don Bluth, Gary Goldman / Roteiro: Susan Gauthier, Bruce Graham / Elenco (dubladores): Meg Ryan, John Cusack, Christopher Lloyd, Kirsten Dunst, Angela Lansbury / Sinopse: O bruxo Raputin resolve amaldiçoar a família imperial da Rússia. Depois de uma noite de caos e violência apenas a princesa Anastasia consegue sobreviver. Ela vai parar em um orfanato, sem memória, sem lembrar de seu passado. Após se encontrar com um jovem ela decide ir a Paris para reencontrar sua avó, que a procura por anos e anos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Música ("Journey To The Past" de Stephen Flaherty e Lynn Ahrens) e Melhor Trilha Sonora Original (Stephen Flaherty, Lynn Ahrens e David Newman).

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Despedida em Grande Estilo

A ideia do roteiro é bem simples. Um trio de aposentados (interpretados por Michael Caine, Morgan Freeman e Alan Arkin) decide fazer um assalto a banco. A vida deles está piorando a cada dia. A casa está sendo levada pelo banco por falta de pagamento, a aposentadoria por 30 anos de trabalho está virando pó porque a empresa que os paga está indo embora para outro país e não há perspectiva, na idade deles, de arranjar um novo emprego. Assim sem dinheiro e sem futuro eles decidem roubar o mesmo banco que está executando suas dívidas. É a velha situação explicada por um dos velhinhos: "como não temos nada a perder vamos fazer o assalto!"

O filme é um remake do final dos anos 70. Embora seja um filme de assalto a bancos não espere por nada muito sério ou tenso! (como, por exemplo, "Um Dia de Cão" que é citado no filme, com trechos sendo exibidos na TV). Esse filme na verdade é bem no estilo "family friendly", ou seja, uma produção feita para toda a família, sem violência, sem nada que vá chocar a família tradicional. Em certo sentido é uma comédia leve, que brinca com a idade dos personagens principais e sua estranha decisão de cometer um crime que exigiria muito deles. Algo nada adequado para pessoas de sua idade. O elenco, como se pode perceber, é todo de veteranos. O trio está muito bem, mas há ainda outros destaques. Christopher Lloyd aparece pouco, tem cenas esparsas, mas acaba roubando o show quando surge na tela. Ele está muito engraçado como um velho decrépito. O humor sempre foi mesmo seu forte. Outra surpresa entre os coadjuvantes vem da presença de Ann-Margret, interpretando uma velhinha bem fogosa. Então é isso, um filme para toda a família, sem nenhum tipo de stress. Não é aquele tipo de comédia que fará você vai rolar de rir, mas no final diverte. É um passatempo agradável, em suma.

Despedida em Grande Estilo (Going in Style, Estados Unidos, 2017) Direção: Zach Braff / Roteiro: Theodore Melfi, Edward Cannon/ Elenco: Michael Caine, Morgan Freeman, Alan Arkin, Christopher Lloyd, Matt Dillon, Ann-Margret / Sinopse: Três aposentados, sem dinheiro e sem pensão, decidem assaltar um banco, o mesmo que está executando suas casas na justiça. Eles acreditam que não têm mais nada a perder e que na pior das hipóteses teriam uma cama, um plano de saúde e um teto... na prisão! Afinal a vida não está fácil para ninguém...

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Sin City: A Dama Fatal

Quase dez anos depois do lançamento de "Sin City" eis que surge essa sequência tardia. Como era de se esperar os fãs de quadrinhos odiaram (provavelmente formam o grupo mais chato que existe dentro da cultura pop) e a crítica em geral, com receios dessa gente, acabou malhando o filme. Por isso adiei bastante o filme, só assistindo ontem, quase três anos após seu lançamento. Meu conselho é: ignorem a opinião dos leitores de quadrinhos e ignorem até mesmo os críticos de plantão. Não há nada de errado nesse "Sin City: A Dama Fatal" como tanto se falou. Pelo contrário, o filme é até muito divertido.

Dirigido pela dupla  Frank Miller e Robert Rodriguez, o filme segue os passos do primeiro. A linguagem é aquela que já conhecemos. A intenção dos realizadores é fazer com que o público tenha a sensação de que está lendo uma história em quadrinhos na tela do cinema. Poucas vezes criou-se uma simbiose tão forte em termos de linguagem ligando a sétima com a nona arte. As sequências do filme parecem desenhos das comics, com o farto uso do contraste entre o preto e o branco. É, como escrevi, basicamente o sistema que foi usado no primeiro filme. Não compreendo porque o primeiro foi tão elogiado e esse tão criticado se usam a mesma maneira de se contar o enredo. Pura rabugice dessa gente.

Tudo vai acontecendo de maneira fragmentada. Todas as estórias parecem ter apenas um ponto em comum: a presença do personagem brucutu Marv (interpretado por Mickey Rourke embaixo de forte maquiagem). Ele fica quase sempre no bar de strippers onde se apresenta sua musa, a bela Nancy (Jessica Alba), que agora passa por um momento complicado da vida. Consumida pelo desejo de vingança ela bebe além da conta. Seu alvo é um senador corrupto com quem ela quer acertar velhas dividas. A tal dama fatal do título é uma das melhores coisa do filme. Interpretada por Eva Green (em generosas cenas de nudez), ela é a principal razão para se assistir a esse filme. Como o próprio título sugere, ela é de fato uma mulher fatal, aquele tipo de beldade que parece sempre pronta a transformar todos os homens que encontra em seus capachos. Tudo com interesses escusos e imorais. Só vendo para crer. Então é isso, apesar de toda a avalanche de críticas negativas que o filme sofreu em seu lançamento, recomendo sem receios esse "Sin City 2". É violento, incisivo, mas principalmente divertido. Pode assistir sem qualquer tipo de aversão e preconceito.

Sin City: A Dama Fatal (Sin City: A Dame to Kill For, Estados Unidos, 2014) Direção: Frank Miller, Robert Rodriguez / Roteiro: Frank Miller / Elenco: Mickey Rourke, Jessica Alba, Josh Brolin, Eva Green, Joseph Gordon-Levitt, Rosario Dawson, Bruce Willis, Ray Liotta, Christopher Lloyd / Sinopse: Marv (Mickey Rourke) acaba se envolvendo em inúmeros problemas, principalmente quando é procurado por Dwight (Josh Brolin). Ele quer vingança contra uma mulher pelo qual se apaixonou e que o usou para fins ilegais e imorais. Filme indicado ao Jupiter Award e ao Women Film Critics Circle Awards.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

A Maldição de Quicksilver

Título no Brasil: A Maldição de Quicksilver
Título Original: Quicksilver Highway
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox Television
Direção: Mick Garris
Roteiro: Clive Barker, Stephen King
Elenco: Christopher Lloyd, Matt Frewer, Raphael Sbarge
  
Sinopse:
Baseado na obra “Pesadelos e Paisagens Noturnas” de Stephen King, esse filme traz duas pequenas estórias. Aaron Quicksilver é um sujeito misterioso que vaga pelas estradas empoeiradas do interior dos Estados Unidos contando velhas estórias de terror para quem encontra pela frente. Em uma delas ele relembra a insensatez de um homem que havia perdido sua mão em um acidente. Na outra os apuros enfrentados por um senhor que havia adquirido uma dentadura amaldiçoada.

Comentários:
Produção feita para a TV americana que foi lançada no mercado de VHS no Brasil. O roteiro foi escrito por dois gênios do universo de terror. O escritor de livros de sucesso Stephen King escreveu o roteiro de "Chattery Teeth" e Clive Barker de "The Body Politic". De certa maneira o filme se apoia na velha fórmula de explorar pequenos contos de terror ligados entre si por um tipo de instrumento narrativo que vai ligando todas as narrativas. É interessante que assim que foi lançado o filme foi muito elogiado pela crítica dos Estados Unidos, a ponto de ser indicado ao Oscar da TV americana, o Primetime Emmy Awards. Na verdade o roteiro original quase foi adaptado para o cinema, mas o estúdio Fox, no último momento resolveu cortar custos para lançar na TV mesmo. Parte do elenco ficou, como o ótimo ator Christopher Lloyd (o Dr. Emmett Brown da série "Back to the Future"). Em termos de suspense e medo não vá esperando por algo muito assustador. A opção dos realizadores foi mesmo produzir um produto pop para consumo médio. Nada muito fora dos padrões, embora o filme seja inegavelmente bom e divertido. Faz muitos anos que vi sendo exibido pela última vez. Pode ser uma boa opção para a saturada programação dos canais a cabo. Deixo assim a dica.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Contos Assombrosos

Título no Brasil: Contos Assombrosos
Título Original: Amazing Stories
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Amblin Entertainment, Universal Television
Direção: Steven Spielberg, Joshua Brand, John Falsey
Roteiro: Joshua Brand, John Falsey
Elenco: Kevin Costner, Charles Durning, Dom DeLuise, Christopher Lloyd
  
Sinopse:
Fita com três episódios da série "Amazing Stories" entre elas "Pilot" onde Kevin Costner interpretava um piloto da Segunda Guerra Mundial e "Professor B.O. Beanes" onde o ator Christopher Lloyd interpretava um professor sádico que literalmente perdia sua cabeça. Por fim em "The Mummy" um dublê de filmes de terror passava por apuros ao ter que sair rapidamente do set de filmagens para encontrar sua esposa no hospital onde ela estava tendo seu filho. Muita diversão e humor com a marca registrada de Steven Spielberg, em seu auge na carreira.

Comentários:
Vamos voltar um pouquinho aos anos 80? Naquela década não existia internet, nem TV a cabo e nem muito menos o mundo digital que conhecemos hoje em dia. A maioria das séries americanas não passavam na TV aberta brasileira (que era a única que existia). Por isso algumas fitas VHS (lembra delas?) chegavam ao nosso mercado com episódios dessas mesmas séries. Uma delas era especialmente interessante porque era produzida pelo genial Steven Spielberg. Assim por volta de 1986 o selo CIC começou a lançar episódios de "Amazing Stories" com o título de "Contos Assombrosos". Na primeira fita tínhamos 3 deles. No primeiro o astro Kevin Costner interpretava um piloto da força aérea americana que se via numa situação absurda: o trem de pouso de seu avião era destruído pelos inimigos! Sem ter como pousar ele acaba sendo abençoado por uma solução mágica! (só vendo para crer). Outro episódio trazia Christopher Lloyd (o cientista maluco de "De Volta Para O Futuro") em outro conto com muito realismo (nem tanto) fantástico! Eram tempos muito complicados para quem era fã da sétima arte, porém havia também muita alegria em chegar numa locadora e alugar uma série americana que quase ninguém tinha visto. Bons tempos aqueles...

Pablo Aluísio.

domingo, 17 de janeiro de 2016

De Volta Para o Futuro Parte III

Terceiro e último filme da série. Também é considerado (com toda a razão) como o mais fraco da trilogia. É a tal coisa, misturar gêneros cinematográficos diversos pode até soar interessante, mas tem que dosar bem as coisas. O exemplo de  "Cowboys & Aliens" está aí para provar que não estou exagerando. Aqui o diretor Robert Zemeckis misturou ficção com western. Funciona? Apenas em termos. Durante uma das entrevistas de promoção do filme o cineasta explicou que o roteiro não passa de um puro capricho seu. Acontece que a Paramount resolveu produzir as duas sequências (Parte II e III) de uma só vez, para economizar custos e aumentar lucros. O problema é que Zemeckis só tinha de fato um roteiro pronto, acabado e lapidado (justamente o do segundo filme). Então surgiu a dúvida de como ele poderia criar algo para a terceira parte. Meio na correria ele teve essa ideia de levar McFly e o Dr. Brown para o velho oeste americano. Como ele adorava filmes de faroeste seria algo no mínimo divertido.

A questão é que apenas uma ideia divertida não garante um bom filme. "De Volta Para o Futuro III" assim usa de todos os meios para trazer elementos clássicos do western (como cenas clichês e nomes de mitos do gênero) para divertir o máximo possível. No fundo, se formos analisar bem, o filme nem é uma ficção e nem um western, mas sim uma comédia de costumes. Conforme o filme vai seguindo em frente vamos percebendo que as tais ideias originais vão sumindo, se esgotando. Para segurar a barra até o The End, Zemeckis então resolveu reciclar tudo o que já havia sido visto nos dois filmes anteriores. É como eu sempre digo: um dos problemas mais recorrentes em franquias de sucesso do cinema americano é a falta de originalidade, a ausência de uma coragem maior para inovar - parece que os produtores têm medo de investir em algo que não seja mais do mesmo (vide esse último "Star Wars" para perceber bem isso). Diante de tudo o que sobra é apenas um prato requentado, sem grandes inovações, a não ser o contexto histórico da América dos tempos dos índios e cowboys. Muito pouco, para falar a verdade.

De Volta para o Futuro Parte III (Back to the Future Part III, Estados Unidos, 1990) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Mary Steenburgen / Sinopse: No presente, após retornar de mais uma viagem de volta ao passado, o jovem Marty McFly (Fox) recebe uma carta do Dr. Brown (Lloyd) lhe informando que está agora no passado, no velho oeste americano. Ele encontrou o grande amor de sua vida, a bela e doce Clara Clayton (Mary Steenburgen), mas está enfrentando também alguns sérios problemas. Caberá a McFly voltar para aqueles tempos pioneiros para ajudar seu velho amigo de aventuras. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Música (Alan Silvestri) e Melhor Ator Coadjuvante (Thomas F. Wilson).

Pablo Aluísio.

sábado, 16 de janeiro de 2016

De Volta Para o Futuro Parte II

Título no Brasil: De Volta Para o Futuro Parte II
Título Original: Back to the Future Part II
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Elisabeth Shue, Thomas F. Wilson
  
Sinopse:
De volta para o futuro, o jovem Marty McFly (Michael J. Fox) e o cientista maluco Doc Brown (Lloyd) descobrem que algo inesperado aconteceu no passado, mudando a realidade do presente deles. Eles então percebem que precisam voltar mais uma vez até 1955 para modificar mais uma vez o passado, colocando tudo no caminho certo de uma vez por todas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Ken Ralston, Michael Lantieri, John Bell, Steve Gawley). Também vencedor do BAFTA Awards na mesma categoria.

Comentários:
Na primeira vez que assisti "De Volta Para o Futuro II" não gostei muito. Em minha opinião a metalinguagem do roteiro (onde os personagens entravam nos acontecimentos que vimos no primeiro filme) não funcionou muito bem. Com os anos o filme foi me parecendo bem melhor, embora até hoje considere apenas o primeiro filme da série realmente impecável. O terceiro também foi prejudicado pela falta de ideias novas, além das brincadeiras com o western, que nem sempre funcionavam direito. Aliás ambos os filmes foram rodados de forma simultânea pois a Paramount acreditava tanta na franquia que por questão de aproveitamento de custos resolveu rodar logo as duas sequências uma atrás da outra para maximizar seus lucros. Nesse segundo, como já escrevi, o maior problema vinha mesmo do roteiro que ficou excessivamente truncado. Algo semelhante aconteceu com a franquia do Exterminador do Futuro. Em ambos os casos o que temos é uma ótima ideia, realmente genial, que só funcionava muito bem em apenas um filme. Era realmente tudo muito bem bolado, porém também limitado em termos temporais. Tentar esticar uma trama por si simples para algo expansivo demais acabou de certa maneira esvaziando o que havia de mais criativo nesses filmes. Nesse filme, por exemplo, parte do charme do primeiro filme se foi. Temos dois Marty McFly em cena, o do primeiro filme que volta para 1955 e o segundo que volta lá para impedir que uma coisa importante venha a acontecer, mudando definitivamente os rumos do futuro. Esse segundo McFly fica o tempo todo caracterizado como se fosse um espião, com blusão de couro negro e um tipo de rádio amador portátil (pois é, não existia ainda o celular quando o filme foi realizado). De maneira em geral passa longe da qualidade do primeiro filme, embora seja longe de ser um filme ruim. Ele apenas não funciona tão bem quanto todos estavam esperando.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

De Volta Para o Futuro 2

Depois do enorme sucesso de bilheteria do primeiro filme Spielberg resolveu que o filme deveria ter não uma continuação, mas duas, que foram rodadas simultaneamente. Robert Zemeckis se empenhou em não decepcionar os fãs. O problema é que o filme original parecia fechar em si muito bem. O roteiro era redondinho, muito criativo e bem bolado. Mexer em algo assim seria no mínimo imprudente. A verdade é que mesmo com toda a dedicação de Zemeckis e sua trupe de roteiristas o roteiro final desse filme saiu realmente truncado. Marty McFly (Michael J. Fox) voltava novamente ao passado, encontrava seu outro “eu” (que surgia aparecendo em cenas do primeiro filme) e tentava mudar o rumo de seus filhos – no futuro! Bem confuso pra falar a verdade. Segundo Zemeckis eles próprios, os que estavam escrevendo o enredo do filme, se enrolaram e tiveram que se guiar através de uma série de storyboards. Se foi confuso assim para eles, imagine para o público!
   
Mesmo assim o filme fez outro grande sucesso. A crítica de um modo em geral elogiou, embora com certas reservas. Michael J. Fox já não era o ator com cara de jovem adolescente como antes – mas isso foi consertado com um pouco de maquiagem, luzes, ângulos mais adequados. Na época ele era um ídolo juvenil dos mais requisitados. Aparecia em revistas de adolescentes e causava um tumulto por onde passava, tamanha a sua popularidade. Não era para menos. Além de estrelar essa franquia milionária e de sucesso ainda se destacava na TV na boa sitcom “Caras e Caretas” (que chegou a ser exibida na Rede Globo nas tardes, durante a chamada “Sessão Comédia”). “De Volta Para o Futuro 2” é isso, uma produção que apesar dos pesares consegue manter o bom nível do filme original. Tudo muito criativo, bem realizado (os efeitos especiais não envelheceram) e claro muita pipoca. Provavelmente a franquia seja a mais perfeita já realizado pelo produtor Steven Spielberg. Uma delícia pop.

De Volta Para o Futuro 2 (Back to the Future Part II, Estados Unidos, 1989) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson / Sinopse: Marty McFly (Michael J. Fox) vai até o futuro quando encontra diversos problemas com sua família (e com ele próprio). Para consertar isso ele tem que novamente voltar ao passado, em 1955, para dar alguns ajustes no destino.

Pablo Aluísio.

De Volta Para o Futuro 3

Robert Zemeckis sempre foi um grande fã de westerns. Assim que apareceu a oportunidade o diretor resolveu que queria radicalizar ainda mais a franquia de sucesso que dirigia. E foi assim que decidiu levar a trama de “De Volta Para o Futuro” para o velho oeste. Essa foi a terceira e última aventura de Marty McFly (Michael J. Fox) e o Doutor Brown (Christopher Lloyd). Ao contrário do segundo filme da série esse aqui tinha um roteiro bem mais centrado, menos complicado, com a estória praticamente toda passada numa cidadezinha do velho oeste, sem tantas idas e vindas entre presente, passado e futuro, como acontecia no filme anterior. De certa forma “De Volta Para o Futuro 3” é uma mera desculpa para Zemeckis brincar com o velho e bom faroeste, suas mitologias clássicas e seus personagens marcantes. As referencias ao gênero pulam o tempo todo na frente do espectador. Numa das mais divertidas o personagem de Michael J. Fox ao ser perguntado sobre qual seria o seu nome responde... Clint Eastwood! Muito divertido realmente.

No final do segundo filme já tínhamos o gancho para essa aventura. Marty recebia bem no meio de um temporal uma carta misteriosa, escrita no século XIX, por Doc Brown. Nela ele explicava que estava vivendo feliz no velho oeste pois havia se apaixonado por uma mulher daquela época. O problema é McFly descobre um terrível acontecimento no passado na vida do Dr Brown e decide ir até lá para evitar o trágico fato! Ao voltar ao passado ele encontra seus antepassados (Seamus McFly), índios, cowboys, pistoleiros e tudo o mais que se tem direito em se tratando de filmes de faroeste. A seqüência final com a locomotiva no despenhadeiro é excelente, tudo combinando com o clima de leve diversão pop que marcou toda a franquia. O filme foi rodado junto com “De Volta Para o Futuro 2” mas só chegou nas telas um ano depois, em 1990. Seu sucesso foi bem mais modesto do que dos filmes anteriores, mas mesmo assim fechou com chave de ouro essa série de filmes tão simpáticos, que realmente marcaram época. Mais um triunfo na carreira de Steven Spielberg, que produziu os filmes, tendo na direção seu amigo Robert Zemeckis.

De Volta Para o Futuro 3 (Back to the Future Part III, Estados Unidos, 1990) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Mary Steenburgen / Sinopse: Para evitar um terrível acontecimento Marty McFly (Michael J. Fox) decide voltar ao passado, no velho oeste americano, onde se encontra seu amigo, o Dr. Brown (Christopher Lloyd).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Uma Cilada Para Roger Rabbit

Título no Brasil: Uma Cilada Para Roger Rabbit
Título Original: Who Framed Roger Rabbit
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures, Amblin Entertainment
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Gary K. Wolf, Jeffrey Price
Elenco: Bob Hoskins, Christopher Lloyd, Kathleen Turner, Charles Fleischer, Joanna Cassidy

Sinopse:
Anos 1940. Embora Roger Rabbit (Charles Fleischer) seja um dos grandes astros de seu estúdio de animação, ele não se sente feliz. Ultimamente anda depressivo e triste por causa de seu conturbado relacionamento com Jessica Rabbit (Kathleen Turner). Para contornar toda essa situação o estúdio resolve contratar os serviços de um detetive particular, Eddie Valiant (Bob Hoskins), o que dará origem a inúmeras confusões. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Edição.

Comentários:
Hoje em dia pode até ser visto apenas como uma divertida mistura de animação com atores reais, mas o fato é que esse filme foi um marco e tanto em termos de avanços tecnológicos na época. Nunca, em nenhum período histórico do cinema, havia se conseguido chegar em tamanha perfeição técnica, fruto da entrada da tecnologia digital na produção de filmes. Outro fato que chama bastante a atenção foi a união - pela primeira e única vez na história - de praticamente todos os grandes estúdios de animação de Hollywood para a realização de apenas um filme. Todos eles cederam os direitos de seus personagens e assim o espectador é presenteado com uma vasta galeria de personagens da Disney, da Warner, da MGM clássica e tantos outros que desfilam pela tela. A supervisão foi dada ao genial cartunista Richard Williams, o criador da Pantera cor de rosa. A Academia inclusive lhe concedeu um prêmio especial por esse trabalho e pelo conjunto de sua obra que é realmente maravilhosa. Curiosamente o enredo procura explorar uma estória de detetives numa Hollywood dos anos 1940, onde havia charme e glamour em abundância diante das telas e muita decadência e crime por trás delas. Um exemplo perfeito disso pode ser encontrado na personagem de Jessica Rabbit, tão sensual e perigosa como uma mulher fatal dos filmes noir daquela década. A personagem dublada com sensualidade á flor da pele pela atriz Kathleen Turner acabou fazendo mais sucesso que o próprio coelho protagonista. Inicialmente a animação seria dirigida pelo próprio Steven Spielberg, mas no último momento ele resolveu deixar a direção a cargo de seu pupilo Robert Zemeckis. Com ótimo elenco, primazia técnica e um roteiro saborosamente nostálgico, "Who Framed Roger Rabbit" é realmente uma das melhores animações de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A Família Addams

Título no Brasil: A Família Addams 
Título Original: The Addams Family
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Barry Sonnenfeld
Roteiro: Caroline Thompson, baseada na obra de Charles Addams
Elenco: Anjelica Huston, Raul Julia, Christopher Lloyd, Christina Ricci

Sinopse: 
A Família Addams pode ser tudo, menos normal. Com gosto exagerado para o sombrio, eles na verdade são uma versão radical da típica família americana suburbana. Agora terão que lidar com um misterioso acontecimento envolvendo seu querido tio Fester (Christopher Lloyd). Adaptação da famosa obra do cartunista Charles Addams para o cinema.

Comentários:
Poucas vezes vi uma escolha de elenco tão acertada como essa no cinema americano. Os famosos personagens criados por Charles Addams encontraram atores simplesmente perfeitos para a tela. Some-se a isso uma brilhante direção de arte e uma produção requintada e de bom gosto e você terá um grande filme em mãos, sem exagero algum. O humor negro nunca foi tão divertido e engraçado como aqui. Obviamente todos estão ótimos em seus respectivos papéis mas destaco Christina Ricci e Anjelica Huston. Ricci parece ter incorporado a sua personagem Wednesday Addams não apenas nesse filme mas em sua própria personalidade como atriz. Basta ver qualquer outro filme dela para entender isso. Já Huston está tão adequada à Morticia Addams que para ser sincero nem seria necessária aquela maquiagem toda! Barry Sonnenfeld conseguiu assim realizar aquilo que chamo de "adaptação perfeita", definitiva. Tanto isso é verdade que nenhuma tentativa posterior de trazer essa estranha família de volta às telas deu certo. É algo parecido com o que aconteceu com Drácula de Bram Stoker. Depois daquela adaptação não há mais espaço para mais nada. Assista, se divirta muita e dê boas risadas!

Pablo Aluísio.

terça-feira, 1 de maio de 2012

De Volta Para o Futuro

Resolvi rever "De Volta Para o Futuro" hoje! Ainda continua tão divertido e legal como da primeira vez que assisti há muitos anos. Confesso que o que mais senti falta foi da dublagem original (assisti legendado). Isso porque apesar de sempre preferir filmes legendados aqui o caso é diferente. Quando se passa a infância assistindo filmes dublados como esse ficamos com apego àquelas vozes. Os dubladores brasileiros realmente fizeram um trabalho maravilhoso em "De Volta Para o Futuro", principalmente nas dublagens de Marty McFly e Doc Brown. Ouvir as vozes originais dos atores americanos não foi tão legal, devo admitir.

Senti falta mesmo, o que é compreensível pois adorava rever o filme na Globo na Sessão da Tarde, por exemplo. Coisa parecida também acontece com "Curtindo a Vida Adoidado" - a gente cresce assistindo ao filme dublado e aquelas vozes fazem uma falta danada quando assistimos à versão original, legendada. Mas voltando ao filme: esse tem um dos roteiros mais redondinhos que já vi. Nada é gratuito e todas as peças se encaixam maravilhosamente bem. Claro que por ser uma aventura infanto juvenil dos anos 80 ninguém aqui vai pedir por profundidade ou conteúdo. "De Volta Para o Futuro" é pura diversão mesmo, tem um clima de anos 80 que vai encher muito marmanjo de saudades. E pensar que o filme já tem mais de 25 anos! Puxa vida! Quer voltar para o passado? Que tal rever "De Volta Para o Futuro"? Garanto que será mesmo uma viagem no tempo...

De Volta Para o Futuro (Back To The Future, Estados Unidos, 1985) Direção: Robert Zemeckis / Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale / Elenco: Michael J Fox, Christopher Lloyd, Crispin Glover / Sinopse: Matin McFly (Michael J. Fox) é um adolescente da década de 80 que acaba voltando 30 anos no tempo, indo parar em 1955, quando seus pais, ambos jovens, estão começando a se relacionar. Clássico da filmografia dos anos 80.

Pablo Aluísio.