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sexta-feira, 22 de março de 2019

A Espada de Damasco

Aventura das mil e uma noites produzida pelos estúdios Universal. Aqui não há grande segredo. A Universal realizava esse tipo de filme para as matinês, para um público jovem que frequentava o cinema no período matutino. Os filmes eram produções B, de baixo orçamento, com excesso de princesas, lutas de capa e espada e muita fantasia. Tudo isso se pode encontrar em "A Espada de Damasco". Na história Rock Hudson interpreta um jovem do deserto que vê seu pai ser assassinado por guardas do Califa de Bagdá. Jurando vingança vai até a cidade e lá conhece um comerciante que acaba lhe vendendo uma antiguidade, uma espada milenar que tem poderes mágicos, tornando aquele que a possuir literalmente invencível.

Não há como negar que esse tipo de produção soa totalmente datada nos dias de hoje. Nada é muito bem cuidado em termos de cenário, figurino, roteiro e diálogos. Tudo aparenta ser bem falso, filmado com pouco dinheiro no quintal dos estúdios Universal. É um tipo de aventura ligeira que hoje em dia aparente ser por demais inocente e até sem muito nexo. Em um produção infanto juvenil como essa "A Espada de Damasco" pouco coisa é ainda relevante nos dias de hoje mas gostaria de destacar o trabalho da simpática atriz Piper Laurie que empresta muito carisma ao resultado final. Fazendo uma princesa pouco convencional ela mantém o mínimo interesse em um argumento de teatro infantil. Em suma "A Espada de Damasco" não se sustenta nos dias de hoje, envelheceu e se tornou obsoleto. Só vale mesmo pela curiosidade de conhecer como eram os filmes das "Mil e Uma Noites" da Universal na década de 1950. Aqui realmente apenas a nostalgia e o saudosismo salvam o filme em uma revisão atual. O resto está ultrapassado pelo tempo.

A Espada de Damasco (The Golden Blade, EUA, 1953) Direção: Nathan Juran / Roteiro: John Rich / Elenco: Rock Hudson, Piper Laurie, Gene Evans / Sinopse: Na história Harun (Rock Hudson) é um jovem do deserto que vê seu pai ser assassinado por guardas do Califa de Bagdá. Jurando vingança vai até a cidade e lá conhece um comerciante que acaba lhe vendendo uma antiguidade, uma espada milenar que tem poderes mágicos, tornando aquele que a possuir literalmente invencível.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Com a Lei e a Ordem

O filme conta a história de um xerife de Tombstone. Não é Wyatt Earp, mas sim Frame Johnson (Ronald Reagan). Após duas décadas na cidade ele conseguiu erradicar a criminalidade. Um sucesso, mas agora já mais envelhecido, pensa em se aposentar, cuidando de um rancho que comprou na cidade vizinha de Cottonwood. Após capturar o temido pistoleiro Durango Kid ele finalmente decide que chegou a hora. Entrega sua estrela de xerife e finalmente se muda. Seu desejo é se casar com a bela Jeannie (Dorothy Malone) para viver em paz ao seu lado nos seus últimos anos de vida. Sua fama de xerife implacável porém não deixará isso acontecer. Em Cottonwood ele encontra uma cidade sem lei, dominada por uma família de criminosos. Um deles perdeu a sua mão anos atrás em um duelo com o próprio xerife Johnson. A sede de vingança ainda fala alto. Após o irmão de Johnson se tornar xerife na cidade e ser morto por esses criminosos, ele não vê outra alternativa a não ser voltar a ser o homem da lei da cidade, dando início a um novo confronto entre a lei e a criminalidade imposta por essa quadrilha de foras-da-lei.

Revisto nos dias atuais o grande atrativo desse faroeste "Law and Order" é a presença do ator e futuro presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan. Ele é o protagonista dessa fita B sem maiores destaques. O roteiro, embora procure inovar em certos aspectos, fugindo um pouco do velho tema da vingança, não traz maiores novidades. Esse tipo de enredo do xerife que não consegue colocar uma pedra em seu passado por causa dos criminosos que um dia perseguiu, já foi devidamente explorado em outros filmes de western. O filme também é muito curto, com 79 minutos de duração. Há um alívio cômico na presença de um agente funerário que vê seus negócios irem mal por causa da lei e da ordem instaurada pelo xerife Reagan e é só. No geral achei bem mediano realmente. Provavelmente se não fosse a presença daquele ator que um dia iria se tornar presidente, o filme não seria lembrado. Vale apenas como curiosidade histórica.

Com a Lei e a Ordem (Law and Order, Estados Unidos,1953) Direção: Nathan Juran / Roteiro: Inez Cocke, baseada na novela de W.R. Burnett / Elenco: Ronald Reagan, Dorothy Malone, Preston Foster / Sinopse: Frame Johnson (Ronald Reagan) é um velho xerife que só deseja se aposentar para criar gado em seu novo rancho, mas que não consegue se livrar da estrela de homem da lei por causa de seu passado e dos bandidos que desejam acertar contas com ele. 

Pablo Aluísio.

domingo, 3 de maio de 2015

Os Primeiros Homens na Lua

A recente morte do mestre em efeitos especiais Ray Harryhausen, me fez recordar desse filme muito charmoso e nostálgico que foi um campeão de reprises na Sessão da Tarde das décadas de 70 e 80. O enredo era baseado nas estórias de outro ícone da fantasia e ficção, o mitológico H.G. Wells, que em 1901 imaginou em seu livro “The First Men in the Moon” a chegada do homem na Lua. Wells é considerado um dos pais do gênero science fiction. Nesse e em outros livros o autor demonstrou ter uma imaginação sem limites aliada a uma inventividade fora do comum. Claro que do ponto de vista atual muitos de seus textos soam ingênuos mas basta parar para entender o contexto histórico em que foram escritos para entender sua importância. Outro dado relevante: esse filme foi realizado apenas cinco anos antes do homem finalmente pisar na lua (algo que era considerado impossível na época). A produção foi assinada pelo próprio Ray Harryhausen que caprichou nos cenários e nos efeitos, usando inclusive sua marca registrada, a técnica de slow motion, com captura de movimentos quadro a quadro. Essa técnica traz nos dias atuais um sabor nostálgico simplesmente irresistível. O elenco era praticamente desconhecido do grande público o que não é de se admirar já que o foco do filme era realmente o universo fantástico de H.G. Wells.

Na estória acompanhamos a chegada da primeira expedição de astronautas terrenos na Lua. Uma equipe formada por diversas nacionalidades chega no solo lunar e lá encontra, para surpresa de todos, uma bandeira da Inglaterra e uma carta de posse em nome da Rainha Vitória datada de 1899. Claro que a descoberta deixa todos boquiabertos. Assim que a notícia se espalha o governo britânico sai em busca de respostas e acaba as encontrando em um idoso que se encontra há muitos anos morando em um asilo de Londres. Ele afirma ter ido à lua com a ajuda de um cientista maluco que morava perto de sua casa numa bucólica e bonita região do norte de Londres. O Dr. Joseph Cavor (Lionel Jeffries) havia criado uma substância que anulava a gravidade na terra. Com algo assim em mãos eles poderiam ir para qualquer lugar, inclusive na Lua, onde supostamente haveria uma riqueza mineral sem limites esperando por eles. Só que uma vez chegando lá eles encontram algo completamente diferente, uma civilização de seres parecidos com insetos. Revelar mais seria desnecessário. Lida assim a sinopse pode soar absolutamente ridícula nos dias de hoje mas o espectador tem que ver tudo com os olhos voltados para a história, no momento em que o livro original foi escrito. Fazendo isso não há como não se encantar com tanta imaginação e fantasia. Um realismo fantástico simplesmente adorável. Se você gosta do mundo sci-fi não deixa de ver esse que certamente foi um das produções mais influentes da história do cinema e da literatura.

Os Primeiros Homens na Lua (First Men in the Moon, Inglaterra, 1964) Direção: Nathan Juran / Roteiro: Nigel Kneale, Jan Read / Elenco: Edward Judd, Martha Hyer, Lionel Jeffries / Sinopse: Cientista consegue inventar uma substância que anula os efeitos da gravidade, tornando possível a viagem pelo universo. Sua primeira parada é a Lua onde encontra uma civilização de seres parecidos com os insetos da Terra.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Simbad e a Princesa

Título no Brasil: Simbad e a Princesa
Título Original: The 7th Voyage of Sinbad
Ano de Produção: 1958
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Nathan Juran
Roteiro: Ken Kolb
Elenco: Kerwin Mathews, Kathryn Grant, Richard Eyer, Torin Thatcher, Alec Mango, Danny Green

Sinopse:
O filme conta a sétima viagem do marujo Simbad nos sete mares, em um universo repleto de magia, monstros e gigantes. A história começa quando uma linda princesa se torna vítima de um feitiço maligno de um bruxo. Caberá então ao bravo marinheiro Simbad (Kerwin Mathews) ir até uma ilha misteriosa para procurar por sua cura. Lá acaba encontrando uma série de monstros e criaturas que ele jamais sonhava existir. Filme indicado ao Hugo Awards.

Comentários:
Na década de 1950 o personagem do marinheiro Simbad, das mil e uma noites, virou sinônimo de aventura juvenil dentro da indústria de cinema dos Estados Unidos. Eram filmes com muita fantasia, monstros e magia. Esse "The 7th Voyage of Sinbad" é considerado um clássico do gênero. Em um tempo onde não existiam efeitos especiais mais elaborados, tudo era realizado de forma praticamente artesanal pelo mestre Ray Harryhausen. Nessa produção em particular, ele se utilizou de uma nova técnica chamada Dynamation, onde a animação era usada de forma muito sutil, praticamente parecendo uma cena real. O resultado é de fato excelente. Mesmo com a novidade, não abriu mão de seu estilo mais tradicional para dar vida a série de criaturas da mitologia como um Ciclope, um dragão medieval e um esqueleto guerreiro, armado de espadas afiadas. O resultado, além de muito nostálgico (os filmes de Simbad eram reprisados frequentemente na Sessão da Tarde durante os anos 70 e 80) ainda traz aquela diversão tão inocente e deliciosa de quando se é apenas um adolescente em busca de filmes de aventuras cheias de ação e fantasia.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de março de 2006

A Morte Tem Seu Preço

Título no Brasil: A Morte Tem Seu Preço
Título Original: Gunsmoke
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio:  Universal Pictures
Direção: Nathan Juran
Roteiro: D.D. Beauchamp
Elenco: Audie Murphy, Susan Cabot, Paul Kelly, Charles Drake, Mary Castle, Jack Kelly

Sinopse:
Reb Kittredge (Audie Murphy) é um jovem pistoleiro contratado que acaba se arrependendo de seu passado. Assim passa a defender a vida de um rancheiro e sua filha, ameaçados por um facínora que ambiciona suas terras.

Comentários:
Acredito que a década de 1950 legou alguns dos melhores filmes de faroeste da história. Mesmo quando esses filmes eram, digamos, considerados menores, a boa qualidade cinematográfica se revelava nas telas. Audie Murphy foi provavelmente o rei dos filmes B de western. Eram produções feitas com orçamentos menores, mas que nem por isso deixavam de se destacar. Esse "Gunsmoke" é muito bom. Inclusive daria origem a uma série de TV alguns anos depois (sem Murphy no papel principal). O tema aqui é o arrependimento. O personagem de Audie Murphy é um pistoleiro, um homem que colocava seu colt de aluguel a quem lhe pagasse melhor. Só que não seria de bom tom colocar o herói mais condecorado da segunda guerra mundial numa cilada dessas. Por isso o roteiro ia pelo caminho da redenção. O roteiro apenas adaptou a novela escrita por Norman A. Fox. Romances de western eram comuns na época e o cinema, claro, aproveitou muitas dessas histórias, transformando tudo em bons filmes do gênero.

Pablo Aluísio.