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segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Evocação

Título no Brasil: Evocação
Título Original: The White Cliffs of Dover
Ano de Produção: 1944
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Clarence Brown
Roteiro: Claudine West
Elenco: Irene Dunne, Alan Marshal, Roddy McDowall, Elizabeth Taylor

Sinopse:
O filme narra a estória dramática da vida de Susan Ashwood (Irene Dunne), uma enfermeira americana em Londres que ajuda na recuperação e tratamento de centenas de feridos em combate. Seu trabalho se torna ainda mais importante quando seu próprio filho volta do campo de batalha, completamente destruído tanto do ponto de vista físico como psicológico. 

Comentários:
Outro filme da infância de Liz Taylor (ela tinha apenas 10 anos de idade quando a produção foi filmada). O roteiro foi baseado no poema de  Alice Duer Miller, o que já nos dá uma ideia de como o cinema era lírico naqueles tempos. Outro fato digno de nota em relação à pequena Elizabeth Taylor é que esse foi o primeiro filme com ela no elenco a concorrer ao Oscar, na categoria Melhor Fotografia em preto e branco (méritos do excelente diretor de fotografia, o respeitado e conhecido George J. Folsey, que merecia ter levado o prêmio para casa). Embora possa ser classificado como um drama de guerra com pitadas de  tragédia, esse filme tem como grande virtude resgatar um pouco do heroísmo das mulheres que serviram como enfermeiras durante a sangrenta segunda guerra mundial. Importante salientar que quando o filme foi lançado a guerra ainda persistia, o que no final das contas acabou se revelando uma bonita homenagem para todas essas heroínas anônimas que prestaram seus serviços no conflito mais devastador da história da humanidade.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Assassinato Num Dia de Sol

Assassinato Num Dia de Sol 
Mais uma adaptação para o cinema de um clássico da literatura de Agatha Christie. Esse foi um de seus livros mais bem sucedidos. Uma história onde o leitor teria que descobrir quem era o assassino dentro de um grupo de pessoas, no caso aqui, hóspedes de um hotel localizado numa praia isolada. E entre todos eles lá estava o detetive Hercule Poirot, que era belga e não francês, como ele mesmo tinha que explicar em praticamente todas as histórias que protagonizou. Sem dúvida a escritora amava esse personagem, tanto que o usou em praticamente todos os seus best-sellers. A trama é interessante e o fato de Poirot estar em um lugar de férias, tão ensolarado, até que rende bons momentos de humor, como na cena em que ele tenta nadar um pouco na praia. Claro que não daria muito certo!

Essas produções baseadas em Agatha Christie fizeram bastante sucesso entre o final dos anos 70 e começo dos anos 80. Esses filmes seguiam certas fórmulas, dentre elas a de usar um elenco numeroso, geralmente com atores veteranos. É o que também encontramos aqui. O destaque inicial vai para Peter Ustinov interpretando o detetive Poirot. Eu não canso de elogiar esse grande ator. Ele interpretava sempre em grande estilo, seja imperadores romanos loucos a personagens mais sutis, como o próprio Poirot. Maggie Smith também está ótima como a dona do hotel. Ela mesma uma suspeita do crime, embora fale demais pelos cotovelos para ser uma suspeita muito consistente. 

Roddy McDowall interpreta o escritor de biografias que está hospedado no hotel por causa de uma atriz que também está lá. Ele quer sua aprovação para seu livro, mas não consegue. E essa atriz, interpretada por Diana Rigg. é justamente a personagem que será assassinada. E praticamente todos os que estão hospedados naquele hotel possuem algum tipo de ressentimento e ódio contra ela, ou seja, todos são suspeitos do crime. Enfim, gostei do filme. Confesso que o crime em si soa um pouco elaborado demais, como não costuma acontecer tanto na vida real, mas isso, no final das contas, não é um defeito, mas sim uma qualidade das histórias da grande Agatha Christie. 

Assassinato Num Dia de Sol (Evil Under the Sun, Reino Unido, Estados Unidos, 1982) Direção: Guy Hamilton / Roteiro: Anthony Shaffer, Barry Sandler, baseados na obra de Agatha Christie / Elenco: Peter Ustinov, James Mason, Maggie Smith, Roddy McDowall, Diana Rigg, Jane Birkin
/ Sinopse: Uma atriz famosa é assassinada em um hotel de verão. O detetive Hercule Poirot terá que desvendar o crime já que o assassino está hospedado no mesmo hotel onde ele se encontra naquele final de semana. 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

O Abismo Negro

Título no Brasil: O Abismo Negro
Título Original: The Black Hole
Ano de Lançamento: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Productions
Direção: Gary Nelson
Roteiro: Jeb Rosebrook
Elenco: Maximilian Schell, Anthony Perkins, Ernest Borgnine, Roddy McDowall, Robert Forster

Sinopse:
Uma nave exploratória da Terra, a USS Palomino, descobre um buraco negro com uma nave perdida, a USS Cygnus, fora de seu horizonte de eventos. Então, uma equipe de astronautas é enviada para investigar o que estaria acontecendo.

Comentários:
Um filme infanto juvenil produzido pela Disney para a garotada dos anos 70. Nada muito especial. O roteiro bebe diretamente das antigas produções de ficção científica dos anos 50. Só que, claro, tudo atualizado para não ficar muito datado para a geração da discoteca. Tem uma direção de arte bonita que me fez lembrar, inclusive dessas antigas produções de matinê. Só que na tentativa de ser nostálgico, o filme acaba ficando meio repetitivo. O roteiro, assim se mostra extremamente fraco e sem direção. Ainda assim, é um produto Disney. Como tal, tem o seu nível de qualidade. Hoje em dia é bem complicado de achar. Virou um item raro. Peça de colecionador. Foi lançado no Brasil em VHS, na época, durante os anos 80.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

O Fabuloso Ladrão de Bagdá

Título no Brasil: O Fabuloso Ladrão de Bagdá
Título Original: The Thief of Baghdad
Ano de Lançamento: 1978
País: Estados Unidos
Estúdio: National Broadcasting Company (NBC)
Direção: Clive Donner
Roteiro: AJ Carothers, Andrew Birkin
Elenco: Peter Ustinov, Roddy McDowall, Ian Holm, Kabir Bedi, Daniel Emilfork, Frank Finlay

Sinopse:
Um ladrão esperto e inteligente ajuda um belo príncipe a lutar contra um bruxo malvado para ganhar a mão de uma linda princesa. Adaptação em filme para um famoso conto das mil e uma noites.

Comentários:
Eu ainda me lembro quando esse filme era reprisado pela antiga sessão da tarde dos anos 70. Era figurinha fácil na programação da rede Globo durante o período da tarde. E nem preciso dizer que era uma aventura imperdível naqueles tempos. Tinha uma boa produção, com efeitos especiais mais do que interessantes. Além disso, para quem gostava de cinema para valer, o filme contava com um elenco de veteranos da velha Hollywood. Todos eles em personagens secundários, mas que tinham grande importância dentro da história que o filme contava. Além do mais, havia um gênio da lâmpada e tudo o que você iria esperar da mitologia do Oriente Médio. Em suma, uma diversão simples e saborosa dos anos 70, que ficou muito conhecida no Brasil durante os anos 80, justamente por causa das reprises que passavam na televisão aberta. Um filme de aventura ao velho estilo com sabor de pura nostalgia. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Cleópatra

Alguns filmes mudam seu status conforme os anos se passam. Vejam o caso desse "Cleópatra". Na época de seu lançamento original ele não foi bem recebido pela crítica e sua bilheteria, embora tenha sido boa, não conseguiu recuperar o investimento da cara produção nas bilheterias. Muita gente reclamou, muita gente classificou o filme como um fracasso e o próprio estúdio se arrependeu de ter entrado em uma aventura cinematográfica tão cara e cheia de problemas. Vale lembrar que durante as filmagens a atriz Elizabeth Taylor teve um sério problema de saúde e quase morreu, para desespero da Fox que havia pago, pela primeira vez na história, um cachê de um milhão de dólares para uma atriz!

Pois bem, o tempo passou, os anos foram ficando para trás e "Cleópatra" foi sendo exibido na TV e depois lançado em vídeo, em edição luxuosa, cheia de extras. Com isso o filme foi ganhando uma nova avaliação (inclusive da crítica especializada) que lhe deu finalmente o título de grande cinema. E penso que foi uma justiça tardia. Sempre discordei totalmente das críticas dos anos 60 que avaliaram o filme como uma bomba. Longe disso. Esse é um dos melhores épicos já produzidos por Hollywood. Tanto isso é verdade que nunca mais houve outro filme sobre essa rainha do Egito nessas dimensões. Uma prova que de fato foi um daqueles filmes definitivos sobre um dos capítulos mais conhecidos da história. Em meu ponto de vista é uma obra-prima da sétima arte.

Cleópatra (Cleopatra, Estados Unidos, 1963) Direção: Joseph L. Mankiewicz / Roteiro: Joseph L. Mankiewicz, Ranald MacDougall / Elenco: Elizabeth Taylor, Richard Burton, Rex Harrison, Roddy McDowall, Martin Landau / Sinopse: O filme conta a história da rainha do Egito Cleópatra, que se envolveu romanticamente com Júlio César e depois teve um ardente romance com o general romano Marco Antônio.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

A Batalha do Planeta dos Macacos

Título no Brasil: A Batalha do Planeta dos Macacos
Título Original: Battle for the Planet of the Apes
Ano de Produção: 1973
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: John William Corrington
Elenco: Roddy McDowall, Claude Akins, Natalie Trundy, Severn Darden, Lew Ayres, Paul Williams

Sinopse:
Macacos e homens lutam em um mundo devastado. A guerra, que não parece ter fim, vai decidir quem irá dominar o planeta. E do lado dos macacos se destaca a liderança de Caeser (McDowall), decidido a se tornar o grande vencedor.

Comentários:
Os cinéfilos esqueceram que o clássico "O Planeta dos Macacos" lançado em 1968 deu origem a uma série de sequências, se tornando uma verdadeira franquia cinematográfica. A diferença é que o primeiro filme é hoje considerado um clássico do cinema, já suas continuações... passam longe desse status. Os filmes foram, de modo em geral, massacrados pela crítica da época. Muitos diziam que era uma jogada comercial rasteira para faturar mais alguns milhões de dólares com a fama do primeiro filme. Eu fico no meio termo. Há coisas boas e ruins nessas continuações. Nenhuma delas chega perto do primeiro filme, mas também trazem coisas interessantes. Esse aqui, por exemplo, foca mais no militarismo e nas cenas de ação. Não é um grande filme, mas em minha opinião passa longe de ser tão ruim como muitos falam por aí.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de agosto de 2021

Os Subterrâneos da Noite

Leo Percepied (George Peppard) sonha ser escritor, mas as coisas não andam nada bem para ele. Morando com a mãe, que trabalha como enfermeira, ele vê os anos passando e nada acontecendo em sua vida. Está estagnado. Para esfriar um pouco a mente ele passa a frequentar uma turma de jovens artistas. São atrizes, atores, pintores, poetas, todos desempregados e sem grande perspectiva de futuro, tal como ele próprio. Acaba conhecendo a jovem Mardou Fox (Leslie Caron) e se apaixona por ela. Mas o romance fica longe de ser isento de problemas. Ela tem histórico de problemas psicológicos, sofre surtos e começa a pressionar Leo de uma forma que nunca poderia imaginar.

Muito bom esse filme que mostra um grupo de jovens talentosos, mas sem emprego, em uma San Francisco do começo dos anos 60. Há um pequeno texto no começo do filme, como se fosse um aviso contra a vida boêmia desses jovens, que achei bem babaca. Coisa do moralismo da época. Ignore isso e aproveite a boa história que o filme tem a contar, mostrando esses jovens que parecem perdidos na vida, mas que no fundo estão amando (e sendo amados) por outros que se encontram na mesma situação. De certa forma o ator George Peppard tem um personagem muito parecido com o que iria interpretar em "Bonequinha de Luxo", a do jovem escritor procurando por um lugar ao Sol. E nesse espaço de tempo acaba encontrando sua verdadeira essência como ser humano.

Os Subterrâneos da Noite (The Subterraneans, Estados Unidos, 1960) Direção: Ranald MacDougall / Roteiro: Robert Thom, baseado na obra de Jack Kerouac / Elenco: Leslie Caron, George Peppard, Roddy McDowall, Janice Rule / Sinopse: O filme conta a história de um jovem escritor, seus amigos e sua grande paixão, com tudo se passando no ano de 1960, na cidade de San Francisco.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de janeiro de 2021

O Destino do Poseidon

Título no Brasil: O Destino do Poseidon
Título Original: The Poseidon Adventure
Ano de Produção: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Ronald Neame
Roteiro: Paul Gallico, Stirling Silliphant
Elenco:  Gene Hackman, Ernest Borgnine, Shelley Winters, Roddy McDowall, Pamela Sue Martin, Red Buttons

Sinopse:
Um grande navio de passageiros, o Poseidon, é levado ao limite por seu novo proprietário. Atingido por um enorme maremoto em alto-mar, o navio acaba virando de cabeça para baixo, com todos os tripulantes e passageiros a bordo. Depois da tragédia o corajoso reverendo Scott (Hackman) passa então a levar um grupo de sobreviventes em uma jornada pelas entranhas do navio na tentativa de achar uma saída para fora da embarcação prestes a afundar.

Comentários:
Sinceramente perdi as contas de quantas vezes eu assisti a esse filme durante os anos 80. Esse marcante exemplar do chamado "cinema-catástrofe" era figurinha fácil na programação da Rede Globo naquela década. E em um tempo em que não existia o filme do Titanic, esse "O Destino do Poseidon" era considerado um dos melhores filmes sobre o afundamento de um grande Transatlântico. E as semelhanças não eram gratuitas. De certa maneira o enorme Poseidon era mesmo o Titanic. A mesma história, só que passada em uma época diferente. Os especialistas em efeitos especiais tiveram um trabalho e tanto para recriar na tela um navio imenso virando de ponta cabeça, enquanto seus sobreviventes tentavam sair vivos daquele enorme desastre. E nem faltava o construtor arrogante dizendo que "Nem Deus poderia afundar o Poseidon!" (mesma frase atribuída ao dono da empresa ao qual pertencia o Titanic da história real). E para finalizar não poderíamos deixar de citar o numeroso elenco de veteranos do cinema. Dentro do script padrão do cinema-catástrofe dos anos 70 isso fazia parte da fórmula. Tinha sido assim com "Aeroporto", "Inferno na Torre" e outros filmes desse nicho. Não deixava de ser divertido ver todos aqueles astros e estrelas do passado, agora bem mais envelhecidos, sendo tragados por mais uma tragédia no cinema. Era sinônimo também de gordas bilheterias. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Canção Original ("The Morning After") e Melhores Efeitos Especiais (L.B. Abbott).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O Homem Que Quis Matar Hitler

Título no Brasil: O Homem Que Quis Matar Hitler
Título Original: Man Hunt
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Fritz Lang
Roteiro: Geoffrey Household, Dudley Nichols
Elenco: Walter Pidgeon, Joan Bennett, George Sanders, John Carradine, Roddy McDowall, Ludwig Stössel

Sinopse:
No meio do maior conflito armado da história (a segunda guerra mundial) um capitão das forças armadas britânicas, Alan Thorndike (Walter Pidgeon), é enviado para uma missão perigosa e praticamente suicida: localizar o esconderijo do líder alemão Adolf Hitler na Bavária para assassiná-lo. Capturado pelas tropas do III Reich, ele é torturado, mas consegue escapar. De volta à Londres, o militar começa a ser perseguido pelo serviço secreto alemão que por ordens diretas de Hitler deve matar aquele que ousou atentar contra sua vida.

Comentários:
Mais uma excelente obra do mestre Fritz Lang. O enredo é completamente ficcional, mas realizado em plena guerra, acabou despertando suspeitas no próprio Hitler que se convenceu que havia um plano mirabolante para matá-lo. Aumentou sua segurança pessoal e construiu um bunker inexpugnável em regiões isoladas da Alemanha. Curiosamente o Fuhrer acabou virando alvo não dos ingleses, como é mostrado no filme, mas sim de parte de seus próprios comandantes militares que tentaram matar o chefe em mais de uma ocasião, sendo a mais conhecida o atentado que foi enfocado em vários filmes, inclusive o conhecido "Operação Valquíria" com o astro Tom Cruise. Aqui o que vale mesmo é o desfile de técnicas do grande cineasta. Há obviamente todo um clima noir que ronda todo o desenrolar do enredo, que é muito bem bolado, Pena que a história ficou restrita apenas ao mundo da ficção. Uma boa oportunidade para conhecer bem o estilo do grande Fritz Lang, um dos diretores mais talentosos diretores europeus que já pisaram em Hollywood.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Talvez Seja Melhor Assim

Após sofrer um sério acidente de automóvel o ator Montgomery Clift entrou em um verdadeiro inferno astral. As dores constantes que sofria o fez se tornar dependente de drogas pesadas. Para piorar ainda mais o alcoolismo se agravou e Clift encontrou muitos problemas em seguir em frente na profissão. Após ficar quatro anos sem aparecer no cinema ele resolveu voltar, dessa vez para aquele que seria seu último filme na carreira, uma produção francesa e alemã que captou os últimos momentos desse grande ator no cinema. Os filmes de espionagem estavam na moda por causa do sucesso arrebatador da série James Bond então foi quase natural o aproveitamento de Clift, mesmo em ruínas, para estrelar essa tentativa um tanto mal sucedida de tentar repetir sob uma verniz mais séria o tema da espionagem durante a chamada guerra fria. Ele surge em cena muito magro e abatido, praticamente curvado, obviamente passando um aspecto bem doentio, o que poderá certamente chocar seus fãs, principalmente aqueles mais acostumados com seus primeiros filmes, onde interpretava galãs românticos ou trágicos.

Aqui em seu último papel Montgomery Clift interpreta o professor James Bower, um renomado físico que é recrutado pela CIA para ir até a Europa com o objetivo de ajudar na busca de um cientista russo que se tornou peça vital dentro do jogo de espionagem entre americanos e soviéticos. A trama se passa no auge da chamada guerra fria, bem na fronteira entre as duas Alemanhas, na região que foi apelidada pelo primeiro ministro inglês Winston Churchill de “Cortina de Ferro”. O enredo foi retirado do sucesso editorial “The Spy”, também conhecido como 'L'Espion', escrito pelo autor Paul Thomas. Clift, já com a saúde bastante abalada, passou por dificuldades para terminar o filme.

Muito abatido, sem energia, enfrentou seu último trabalho com muita dignidade mas também com muito sacrifício. Em determinado momento cogitou abandonar as filmagens por não aguentar mais se manter sóbrio, requisito necessário para cumprir o contrato que havia assinado. A crítica por sua vez não gostou muito do resultado. O fato da produção ser europeia, com ritmo devagar e características bem diferenciadas da indústria americana, fizeram com que a produção também fosse ignorada pelo público.  Clift não viveria muito após o lançamento do filme vindo a falecer em julho de 1966 em Nova Iorque. O cinema perdia assim um dos mais talentosos atores de sua história.

Talvez Seja Melhor Assim (L'espion, The Defector, Alemanha, França, 1966) Direção: Raoul Lévy / Roteiro: Robert Guenette, Raoul Lévy / Elenco: Montgomery Clift, Hardy Krüger, Roddy McDowall / Sinopse: Pacato professor de física é envolvido numa complexa rede de espionagem que tenciona levar para o ocidente um renomado cientista russo bem no auge da chamada guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Cleópatra

Seguramente um dos filmes mais famosos da história do cinema. O filme nasceu da megalomania dos executivos da Fox, em especial do todo poderoso Darryl F. Zanuck, que tomou às rédeas da realização do filme com punhos de ferro. Embora não tenha sido creditado como diretor a verdade é que ele acabou dirigindo muitas das cenas pessoalmente, mostrando a importância que o projeto tinha para o estúdio naquele momento. Vendo a rival MGM colecionando um sucesso atrás do outro com seus épicos bíblicos a Fox resolveu correr atrás do prejuízo. Mesmo com problemas de caixa resolveu investir milhões em uma produção extremamente arriscada e problemática. Desde o momento em que o filme foi anunciado pelo estúdio, Cleópatra chamou a atenção da imprensa. Era caro demais, suntuoso ao extremo e traria o mito Elizabeth Taylor como a famosa rainha do Egito.

Para contracenar com ela foi escalado o trio formado por Rex Harrison (Júlio César), Roddy McDowall (Otavio Augusto) e finalmente Richard Burton (Marco Antônio). O roteiro já era por demais conhecido. O general Júlio César se apaixona pela monarca do Egito, Cleópatra, uma mulher tão bonita quanto sedenta de poder. Após Júlio César ser assassinado por senadores contrários ao seu constante acúmulo de poder, o braço direito de César, o também general Marco Antônio, se une à rainha do Egito para destruir a sede de poder de Otavio, sobrinho de César que pretendia subir ao trono de forma absoluta. Essa página é muito conhecida porque foi a partir dela que a República Romana foi substituída pelo Império, dando origem a uma linhagem de imperadores sanguinários e pervertidos.

Elizabeth Taylor ganhou um milhão de dólares para interpretar Cleópatra. Nunca na história uma atriz recebera tanto dinheiro por um só filme. A quantia chocou as pessoas e Elizabeth Taylor cunhou uma de suas mais famosas frases: “Se existe um idiota que me paga um milhão de dólares por um filme, não serei idiota de recusar”  Quando as filmagens começaram Liz Taylor era considerada o supro sumo da Diva do cinema. Jovem, linda, famosa e rica, ela tinha todos os requisitos para interpretar a soberana com extrema fidelidade. Aliás os bastidores de filmagens do épico acabaram se tornando mais famosos que o próprio filme. Taylor se apaixonou por Burton e ambos começaram um caso amoroso ruidoso que escandalizou mais uma vez Hollywood. Entre tapas e beijos eles colocaram a Fox em alerta. Para piorar a atriz teve um sério problema de saúde durante as filmagens que tiveram que ser interrompidas. Com cenários enormes e centenas de milhares de extras contratados a paralização das filmagens custou uma soma imensa para os já cambaleantes cofres do estúdio. Após vários meses de confusões, brigas e escândalos o filme finalmente foi lançado e dividiu as opiniões. Para alguns críticos a produção era um show de mau gosto e da breguice. Para outros era uma maravilha da sétima arte.

O público prestigiou, pois a curiosidade era forte. Durante muitos anos se afirmou que o filme foi um fracasso de bilheteria. Não é verdade. Apesar de ter sido extremamente caro, Cleópatra conseguiu pagar os custos da produção. Sua bilheteria ao redor do mundo salvou o filme de ser um desastre e deixou um pequeno lucro para a Fox. Não era o que o estúdio estava esperando mas também estava longe de ser um grande fracasso. Hoje, após tantos anos, podemos dizer que o saldo final de Cleópatra é bastante positivo. A imagem de Liz Taylor como a rainha virou ícone de nossa cultura e o filme é símbolo de um tipo de cinema épico que não mais se faz hoje em dia, infelizmente. A maior prova da longevidade da produção é o fato de sabermos que até hoje, mesmo após tantos anos, nenhum filme conseguiu superar a grandiosidade dessa película. Não existe maior prova de sua qualidade do que essa.

Cleópatra (Cleopatra, EUA, 1963) Direção: Joseph L. Mankiewicz, Rouben Mamoulian (não creditado), Darryl F. Zanuck (não creditado) / Roteiro: Joseph L. Mankiewicz, Ranald MacDougall, Sidney Buchman / Elenco: Elizabeth Taylor, Richard Burton, Rex Harrison, Roddy McDowall, Martin Landau, Cesare Danova / Sinopse: A rainha do Egito Cleópatra (Elizabeth Taylor) se apaixona e tem um filho com o poderoso romano Júlio César (Rex Harrison). Após sua morte violenta no idos de março no Senado, ela resolve se unir com o General Marco Antônio (Richard Burton) contra as forças de Otávio Augusto (Roddy McDowall). A guerra irá definir o destino de Roma nos séculos seguintes.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

A Hora do Espanto

Charley Brewster (William Ragsdale) é um típico jovem americano que começa a desconfiar dos estranhos hábitos de seu novo vizinho, o misterioso e charmoso  Jerry Dandrige (Chris Sarandon). Após investigar por conta própria ele acaba descobrindo que Jerry é na verdade um vampiro, igual aos que vê todas as noites nos filmes da TV. Sem saber o que fazer pede ajuda a  Peter Vincent (Roddy McDowall), um ator decadente que apresenta um programa que exibe velhas produções de terror. Claro que essa ideia não dará muito certo!

Esse filme segue sendo um dos melhores feitos na década de 80. Quem foi jovem na época lembra do grande sucesso que fez, a tal ponto que deu origem a uma série de filmes genéricos, que inclusive imitavam seu título original. A premissa também tinha tudo a ver com os anos 80. Naquela época havia uma série de programas na TV, ou melhor dizendo, sessões de filmes, geralmente sendo exibidos nas madrugadas, que eram apresentados por atores veteranos do terror. Quem aqui no Brasil não se lembra do Cine Trash? Era bem nessa linha. Por isso o roteiro brincava bastante com essa situação, a de um jovem comum, que curtia esses filmes de horror e que de repente descobria que havia um vampiro de verdade se mudando para a casa ao lado!

Muito divertida essa ideia. Depois ele ia descobrindo mais e mais coisas e acabava pedindo ajuda a um apresentador de programas como as que eu falei, sessões de filmes porcarias, exibidos madrugadas adentro. Só que obviamente o sujeito era apenas um ator e não um caçador de vampiros! O mais legal desse ícone do terror 80´s é que todo o elenco está afinadíssimo em cena. A começar por Chris Sarandon como o vampiro, retomando todo aquele charme antigo dos monstros da Hammer. Charmoso e perigoso, ele se leva à sério em um filme que tinha duplo objetivo: fazer rir e dar sustos! Assim "A Hora do Espanto", o original e não suas refilmagens sem graça, ainda continua à prova do tempo, mesmo que seus efeitos especiais tenham envelhecido, nada consegue estragar essa produção verdadeiramente atemporal. Tudo envolvido agora com um delicioso saber de nostalgia.

A Hora do Espanto (Fright Night, Estados Unidos, 1985) Estúdio: Columbia Pictures / Direção: Tom Holland / Roteiro: Tom Holland / Elenco: Chris Sarandon, William Ragsdale, Amanda Bearse,  Roddy McDowall, Stephen Geoffreys, Jonathan Stark / Sinopse: Para seu espanto, jovem fã de filmes de horror de baixo orçamento descobre que seu novo vizinho é na verdade um vampiro! Filme premiado no Avoriaz Fantastic Film Festival na categoria de Melhor Direção (Tom Holland).

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de junho de 2018

Garotas Lindas aos Montes

Título no Brasil: Garotas Lindas aos Montes
Título Original: Pretty Maids All in a Row
Ano de Produção: 1971
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Roger Vadim
Roteiro: Gene Roddenberry, Francis Pollini
Elenco: Rock Hudson, Angie Dickinson, Telly Savalas, Roddy McDowall

Sinopse:
Um grupo cada vez maior de garotas começa a ser atacado por um criminoso desconhecido. As jovens e bonitas estudantes de um colégio na região logo ficam assustadas, com medo de saírem na rua. Michael 'Tiger' McDrew (Hudson), por outro lado, não parece se importar muito. Para ele o que realmente importa é aumentar cada vez mais o número de conquistas amorosas. Roteiro escrito por Gene Roddenberry, o criador da famosa série televisiva "Jornada nas Estrelas" (Star Trek).

Comentários:
Quando esse filme chegou aos cinemas o New York Times ironizou ao dizer: "Poxa, os filmes com Rock Hudson mudaram muito desde os tempos de suas doces e inocentes comédias românticas ao lado de Doris Day!". Era uma ironia que no fundo retratava uma verdade. "Garotas Lindas aos Montes" mostrava bem que não havia mais espaço para a inocência dentro do cinema americano. O personagem de Rock Hudson hoje em dia seria visto como um cafajeste ou em uma visão mais crítica, um misógino. Trabalhando em um High School da Califórnia (o equivalente a uma escola de ensino médio no Brasil), ele não se importa em agir fora dos padrões e seduzir quem quer que cruze seu caminho. O personagem de Rock exala sexualidade à flor da pele e com isso leva para a cama as colegas professoras, as alunas e até mesmo as secretárias. Curiosamente o próprio Rock afirmou na época que estava em busca de um papel assim, para mudar sua imagem de bom mocismo construído após tantos anos de carreira. O problema é que o público não o queria ver em personagens desse tipo e o filme afundou feio nas bilheterias, se tornando logo um grande fracasso comercial. A fita chegou até mesmo a ser rotulada de "vulgar e apelativa", dois adjetivos que jamais seriam usados nos antigos filmes de Rock. Revisto hoje em dia podemos perceber que há uma clara tentativa de ser mais ousado e moderno, pegando carona com o clima cultural da época. O problema é que não convence muito, nem mesmo na suposta trama de crime e mistério. Teria sido melhor para Rock rodar um quarto filme ao lado de Doris Day, usando daquela antiga fórmula de sucesso. Esse aqui, pelo visto, não agradou mesmo ao público da época.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

O Planeta dos Macacos

Título no Brasil: O Planeta dos Macacos
Título Original: Planet of the Apes
Ano de Produção: 1968
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Franklin J. Schaffner
Roteiro: Michael Wilson, Rod Serling
Elenco: Charlton Heston, Roddy McDowall, Kim Hunter, Maurice Evans, James Whitmore, James Daly

Sinopse:
Após sua espaçonave sofrer uma pane, o astronauta George Taylor (Charlton Heston) vai parar em um estranho planeta, muito parecido com a Terra, mas que é dominado por macacos! Os únicos humanos estão aprisionados como animais. Tudo não parece fazer muito sentido até que Taylor descobre uma terrível verdade sobre aquele lugar...

Comentários:
Esse é o filme que deu origem a tudo. Baseado na obra literária de Pierre Boulle o projeto do filme ficou arquivado por muitos anos pois o estúdio tinha receios do público não entender a proposta principal do enredo. Só após o ator Charlton Heston aceitar o convite para estrelar a película é que finalmente a Fox deu sinal verde para a produção do filme. Acabou sendo um marco histórico para a ficção no cinema. É curioso porque Charlton Heston foi uma estrela da Hollywood clássica, com uma filmografia épica que nada tinha a ver com esse tipo de universo. De fato "O Planeta dos Macacos" é seu filme mais sui generis, nada parecido com o trabalho que ele tinha desenvolvido anteriormente em sua carreira. Ele teve muita coragem em atuar nesse tipo de produção Sci-fi, algo que seus admiradores não esperavam. De uma forma ou outra o público adorou o resultado. O roteiro não se resumia em mostrar um universo estranho, de um mundo dominado por macacos, mas também em discutir aspectos sociais da própria época. Era um argumento inteligente, muito bem escrito, que fez com que o público jovem (em plena era da geração hippie, power flower) abraçasse a proposta do filme. Havia também ótimas sequências como àquela em que o personagem de Heston encontrava a estátua da liberdade afundada nas areias do praia. Algo para não esquecer! O sucesso foi tão grande que acabou dando origem a uma extensa franquia, com continuações ora interessantes, ora irregulares. Mesmo assim não há como diminuir o impacto desse histórico primeiro filme. Sucesso de público e crítica acabou levando também um merecido Oscar na categoria de melhor maquiagem (para John Chambers). Simplesmente indispensável para qualquer cinéfilo que se preze.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

A Hora do Espanto

Os melhores filmes de adolescentes foram feitos nos anos 80. Disso pouca gente pode discordar. Agora que tal misturar tudo isso com velhos monstros de terror? E se um típico jovem dos anos 80 descobrisse que seu novo vizinho era na realidade... um vampiro? Pois é, a ideia parece simples, mas rendeu um excelente filme de terror juvenil. "A Hora do Espanto" foi um grande sucesso de bilheteria na época, tanto que acabaria gerando mais três filmes (uma sequência, um remake e sua continuação). Nenhum desses conseguiu repetir a mesma qualidade cinematográfica.

Produzido em uma época em que os efeitos digitais ainda eram muito primitivos, tudo feito com maquiagem e figuras monstruosas reais, o filme ainda hoje mostra que é de fato uma fita muito boa, que conseguiu resistir até mesmo ao passar dos anos. Um aspecto curioso é que o "caçador de vampiros" do filme não passa de um ator canastrão, de velhos filmes, que agora precisa lidar com um vampiro real. Homenagenando antigos astros dos filmes da Universal ele recebeu o nome de Peter Vincent (de Peter Cushing e Vincent Price). Enfim, "A Hora do Espanto" marcou época no cinema dos anos 80, merecidamente aliás.

A Hora do Espanto (Fright Night, Estados Unidos, 1985) Direção: Tom Holland / Roteiro: Tom Holland / Elenco: Chris Sarandon, William Ragsdale, Roddy McDowall, Amanda Bearse / Sinopse: Um típico jovem dos anos 80 descobre que seu novo vizinho é na realidade um vampiro. Para ajudá-lo a combater o monstro ele pede ajuda a um velho ator de filmes de terror do passado.

Pablo Aluísio.

sábado, 27 de abril de 2013

A Hora do Espanto 2

Alguns filmes são tão bons e tão especiais que não precisam de seqüência. Seus enredos já são perfeitamente fechados em si, não havendo nenhuma razão racional para se levar em frente o tema. Foi o caso de “A Hora do Espanto”, considerado por muitos um dos melhores filmes de terror da década de 80. Infelizmente como se tornou um grande sucesso acabou virando também vítima de seu próprio êxito. O enredo de “A Hora do Espanto” era esperto, bem conduzido e único. Foi então que resolveram tentar apostar no grande sucesso do filme original para a produção dessa continuação desnecessária, sem qualquer charme ou razão plausível de existência. A trama e o roteiro eram tão oportunistas e picaretas que deixaram muitos fãs do primeiro filme completamente envergonhados. Não havia uma boa estória e nem um gancho para levar adiante tudo. Criaram uma nova vampira que seria supostamente a irmã do vampiro do primeiro filme (que vergonha meu Deus!), tudo embalado com efeitos especiais ruins e atuações medíocres.

Desnecessário esclarecer que “A Hora do Espanto II” foi um desastre em todos os aspectos. A tal vampira que surgia nesse enredo tão batido (Ele estava em busca de vingança?! Que novidade!!!) foi interpretada pela fraca atriz Julie Carmen que simplesmente não consegue dizer a que veio durante todo o filme. A intenção do roteiro era transformar essa personagem numa criatura da noite sensual e perigosa, uma versão feminina e barata do personagem feito por Chris Sarandon no primeiro filme. Bom, isso ficou apenas na intenção mesmo pois os resultados se mostraram muito ruins. A atriz falha em ser sensual e voluptuosa, se tornado ao invés disso apenas caricata, com muitas caras e bocas, sem esquecer é claro daqueles terríveis penteados armados da década de 80. Hoje soa tudo ridículo. Curiosamente no time dos vampiros malvados quem acabou se destacando foi um personagem secundário, Bozworth (Brian Thompson), um vampiro gourmet, apreciador de insetos nojentos que os devora como se fossem iguarias finas. Antes de comer ainda os cita pelo seu nome cientifico! Nonsense? Claro que sim, porém a coisa mais sem sentido mesmo em “A Hora do Espanto II” é a sua própria existência. Fuja desse filme como um vampiro foge da cruz!

A Hora do Espanto 2 (Fright Night 2, Estados Unidos, 1988) Direção: Tommy Lee Wallace / Roteiro: Tom Holland, Tim Metcalfe / Elenco: Roddy McDowall, William Ragsdale, Traci Lind, Julie Carmen, Brian Thompson / Sinopse: Após os acontecimentos do primeiro filme a dupla formada por Peter Vincent (Roddy McDowall) e Charley Brewster (William Ragsdale) se vê novamente às voltas com novos vampiros que agora estão sedentos não apenas de sangue mas de vingança também.

Pablo Aluísio. 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Hora do Espanto

Hoje vivemos uma nova onda de vampirismo no cinema. Vários filmes voltaram a explorar essa mitologia e essa nova moda se estendeu em toda cultura pop, seja em jogos RPGs, livros, séries de TV e muito mais. Um clima bem diferente de quando "A Hora do Espanto" surgiu nas telas na metade da década de 80. Era um fato: o personagem do vampiro estava em baixa. Christopher Lee não queria mais saber de fazer filmes de Drácula e a Hammer era vista como uma produtora fora de moda. Nos Estados Unidos a coisa era ainda pior pois os filmes que mostravam vampiros geralmente o faziam em tom de deboche como "Amor a Primeira Mordida" em que o galã decadente George Hamilton fazia um vampiro muito afetado e fanfarrão. Nenhum estúdio pensava seriamente sobre o tema e os fãs do estilo estavam desamparados. Até que o diretor descolado  Tom Holland resolveu convencer a Columbia a investir meros nove milhões de dólares em um novo roteiro seu. Era um filme de vampiros certamente, mas bem diferente do tradicional. Ao invés da trama se passar em castelos isolados da Transilvânia a estória se passava em um bairro suburbano, tipicamente americano. O jovem Charley (William Ragsdale) era  igualzinho aos garotos que iriam assistir ao filme. Eles curtiam filmes trashs na TV e eram apaixonados pela garota mais bonita da escola. A diferença era que seu vizinho era um vampiro! Um ser da noite morando ao lado, já pensou?

Desnecessário dizer que quando o filme surgiu nas telas caiu imediatamente no gosto do público jovem que ia aos cinemas. O roteiro era divertido, movimentado, tinha ótimos efeitos especiais e criava uma identificação imediata com a platéia. Quer fórmula mais certeira do que essa? Dois personagens eram divertidas releituras feitas em cima dos vampiros do passado e de seus caçadores incansáveis.  Chris Sarandon tem aqui uma das melhores interpretações de sua carreira. Vivendo o vampiro sensual e gentleman Jerry ele rouba todas as cenas. Para falar a verdade sua caracterização lembra muito outra, que foi feita por Frank Langella no Drácula de 1979 mas mesmo assim consegue ter também uma identidade própria. Outro personagem ótimo é  Peter Vincent (nome que mistura Peter Cushing com Vincent Price, dois ícones do cinema de terror das décadas passadas). Interpretado com raro brilhantismo por  Roddy McDowall, ele é um apresentador de TV e ator decadente, que posa de caçador de vampiros nas telas mas que na realidade é um covarde inveterado. O sucesso do filme foi fenomenal e cunhou até mesmo a expressão "Espantomania", um rótulo que começou a ser usado em filmes que seguiam pela mesma linha (jovens com problemas sobrenaturais). Com o tempo o filme só ganhou em charme e simpatia e dá de dez a zero em seu péssimo remake que foi lançado há pouco tempo. "A Hora do Espanto" é aquele tipo de filme cuja estória já encontrou a versão definitiva no cinema. Um terror nota dez que até hoje diverte e encanta. Se já viu reveja, se ainda não conhece, corra para ver - será certamente um belo programa para essa noite!

A Hora do Espanto (Fright Night, Estados Unidos, 1985) Direção: Tom Holland / Roteiro: Tom Holland / Elenco: Chris Sarandon, William Ragsdale, Amanda Bearse,  Roddy McDowall,  Stephen Geoffreys / Sinopse: Charley Brewster (William Ragsdale) é um típico jovem americano que começa a desconfiar dos estranhos hábitos de seu novo vizinho, o misterioso e charmoso  Jerry Dandrige (Chris Sarandon). Após investigar por conta própria ele acaba descobrindo que Jerry é na verdade um vampiro, igual aos que vê todas as noites nos filmes da TV. Sem saber o que fazer pede ajuda a  Peter Vincent (Roddy McDowall), um ator decadente que apresenta um programa que exibe velhas produções de terror.

Pablo Aluísio.

sábado, 14 de abril de 2007

A Força do Coração

Título no Brasil: A Força do Coração
Título Original: Lassie Come Home
Ano de Produção: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Fred M. Wilcox
Roteiro: Hugo Butler, Eric Knight
Elenco: Roddy McDowall, Donald Crisp, Elizabeth Taylor, Dame May Whitty

Sinopse:
A vida não está fácil para a família Carraclough. Para diminuir as despesas e ganhar algum dinheiro eles resolvem vender Lassie para um rico duque da região. Isso deixa o pequeno Joe Carraclough (Roddy McDowall) muito entristecido mas para sua alegria Lessie não está disposta a abandonar sua antiga família! Assim uma jornada de volta ao lar começa com muitas aventuras e perigos para a sua fiel amiga.

Comentários:
Os filmes de Lassie fizeram muito sucesso nas décadas de 1940 e 1950. Até os anos 70 seus filmes eram reprisados constantemente nas TVs abertas brasileiras, em especial na Sessão da Tarde da Rede Globo. Esse "Lassie Come Home" tem um atrativo muito especial para cinéfilos de plantão. Em seu elenco surge a futura estrela Elizabeth Taylor. Na época em que o filme foi realizado ela era apenas uma garotinha simpática, com apenas onze anos de idade. Por essa razão entendemos bem porque Liz foi desde muito jovem uma autêntica movie star. O interessante é que ela conseguiu não apenas fazer a transição de atriz mirim para grande estrela do cinema americano como também o fez com raro talento, mostrando sua evolução ao longo dos anos em seus filmes. De fato foi uma artista que cresceu ao lado de seu público. "A Força do Coração" foi o segundo filme de Elizabeth Taylor. Um ano antes ela já tinha aparecido em "There's One Born Every Minute" de Harold Young, onde apesar de ser tão jovem já se destacava dentro do elenco. Em suma, eis uma excelente oportunidade não apenas de ver a pequena Elizabeth Taylor como também de matar as saudades dos nostálgicos filmes de Lassie.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

O Chicote Fatal

Título no Brasil: O Chicote Fatal
Título Original: Black Midnight
Ano de Produção: 1949
País: Estados Unidos
Estúdio: Lindsley Parsons Productions
Direção: Budd Boetticher
Roteiro: Clint Johnston, Erna Lazarus
Elenco: Roddy McDowall, Damian O'Flynn, Lyn Thomas, Kirby Grant, Gordon Jones, Fay Baker

Sinopse:
O filme conta a história de uma família de rancheiros do velho oeste. Eles criam cavalos de raça e quando um dos animais é roubado surge uma dúvida sobre quem teria cometido o crime? No oeste a punição por roubo de cavalos era a morte por enforcamento.

Comentários:
Pouca gente sabe, mas o fato é que esse foi o primeiro faroeste dirigido por Budd Boetticher. O cineasta seria um dos mais importantes e produtivos durante a era de ouro do western norte-americano. Não se sabe bem a razão, mas ele decidiu assinar o filme como Oscar Boetticher! O que teria levado ele a adotar um outro nome? De qualquer forma foi sua estreia no gênero cinematográfico do qual seria mais lembrado pelos anos. O filme é na média, nada excepcional. Um ponto que chama a atenção é que é estrelado pelo ator Roddy McDowall. que muitos anos depois iria interpretar no cinema um de seus personagens mais famosos, o caçador de vampiros fajuto Peter Vincent do grande sucesso de bilheteria "A Hora do Espanto". Foi um veterano do cinema, com mais de 250 filmes ao longo da carreira!!! Um recorde! Infelizmente ele faleceu em 1998. De qualquer forma o filme vale como registro do comecinho de sua carreira, quando ainda era apenas um jovem sonhando com o sucesso em Hollywood.

Pablo Aluísio.