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sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Máquinas Mortais

Esse é um projeto cinematográfico de Peter Jackson. Ele comprou os direitos autorais do livro original, escreveu o roteiro e produziu tudo em seu estúdio particular na Nova Zelândia. Tinha tudo para dirigir o filme também, porém optou por entregar a direção para Christian Rivers, que havia trabalhado ao seu lado como diretor de arte da saga "O Senhor dos Anéis". No total o filme custou mais de 100 milhões de dólares, mas até agora tem patinado nas bilheterias. No mercado americano o resultado comercial tem sido bem pífio. Talvez Jackson tenha previsto que o filme teria problemas e por isso resolveu não assinar a direção.

As referências também são bem óbvias. Nos vinte primeiros minutos lembramos claramente de "Mad Max". Afinal o enredo se passa em um mundo pós-apocalíptico. As grandes cidades já não são mais como eram antes. Ao invés de serem fixas no solo agora são móveis, se transformando em grandes máquinas de combate. Isso mesmo, parece estranho, mas Londres, por exemplo, virou uma esdrúxula maquinaria sobre rodas, destruindo e absorvendo tudo o que encontra pela frente. É obviamente uma visão distópica do mundo, com todos os exageros que você pode prever antes de entrar no cinema.

Em um filme como esse também não poderia faltar toneladas de efeitos digitais. E eles estão em cada ponto das cenas. Praticamente tudo o que você verá foi feito por computação gráfica. As máquinas, os cenários e o próprio mundo ao redor onde o filme se passa. De certo modo me lembrei imediatamente dos antigos filmes de Terry Gilliam. É aquela coisa que de tão rebuscada acaba tendo uma imagem de algo sujo, deteriorado. Acabou combinando bem com a proposta do enredo. Porém nem tudo é sujeira, fedendo a diesel saindo pelos canos envenenados das geringonças mecânicas. Há também espaço para a beleza visual, principalmente das naves que mais parecem asas deltas vindas do mundo de Avatar. No geral gostei do filme. Pode não ser especialmente criativo e nem está longe de fugir de clichês, mas entretém bem ao seu público alvo. Só resta saber se esse universo terá continuidade no cinema. Pelas fracas bilheterias acho que isso não vai acontecer.

Máquinas Mortais (Mortal Engines, Estados Unidos, Nova Zelândia, 2018) Direção: Christian Rivers / Roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh e Philippa Boyens, baseados na obra de Philip Reeve  / Elenco: Hugo Weaving, Hera Hilmar, Robert Sheehan, Stephen Lang / Sinopse: Após uma grande guerra que matou quase toda a humanidade, os sobreviventes se organizaram em grandes máquinas de guerra. Atravessando o mundo destruído eles procuram por recursos naturais e combustível para seguirem em frente com sua dominação. Enquanto isso uma jovem de passado misterioso tenta vingar a morte de sua mãe que envolveu uma pessoa importante de Londres.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Até o Último Homem

Um filme interessante por ser diferente. É a história de um soldado americano chamado Desmond Doss (Andrew Garfield) que é levado para lutar nos campos de batalha da II Guerra Mundial. Até aí, nada demais, seria uma história convencional sobre esse conflito. A diferença vem do fato do jovem soldado ser um adventista do sétimo dia, o que teoricamente o impediria de lutar no front, matando os inimigos. Alegando exceção de consciência (algo que também existe no direito brasileiro) ele então é designado para o corpo médico da corporação. Assim ele vai para a guerra não para tirar vidas, mas sim para salvar as vidas do maior número possível de soldados americanos atingidos pelo fogo inimigo.

A direção é de Mel Gibson. Após alguns anos em que ficou brigado com os principais nomes da indústria cinematográfica americana, ele retornou para dirigir essa produção. Gibson dividiu seu filme em dois atos bem distintos, na primeira parte mostrando aspectos da vida pessoal de seu protagonista e a segunda, já no campo de guerra na Europa, quando seu personagem principal acaba se tornando um herói no front. O segundo ato do filme é bem mais interessante. Gibson mostra muita habilidade em explorar as cenas de batalha. Por fim uma curiosidade histórica. Esse roteiro foi escrito originalmente para ser estrelado por Audie Murphy, um herói de verdade da guerra que havia virado astro de filmes de cowboy nos anos 50.

Até o Último Homem (Hacksaw Ridge, Estados Unidos, Austrália, 2016) Direção: Mel Gibson / Roteiro: Robert Schenkkan, Andrew Knight / Elenco: Andrew Garfield, Hugo Weaving, Vince Vaughn, Sam Worthington / Sinopse: O filme conta a história real do soldado Desmond Doss (Andrew Garfield). Ele é um jovem adventista do sétimo dia que se alista no exército americano durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Alegando objeção de consciência (de natureza religiosa), ele acaba se dispondo a ajudar os companheiros no campo de batalha, trabalhando como assistente médico. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Andrew Garfield), Melhor Direção (Mel Gibson), Melhor Edição (John Gilbert), Melhor Mixagem de Som (Kevin O'Connell e Andy Wright) e Melhor Edição de Som (Robert Mackenzie e Andy Wright).

Pablo Aluísio. 

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Até o Último Homem

Título no Brasil: Até o Último Homem
Título Original: Hacksaw Ridge
Ano de Produção: 2016
País: Estados Unidos, Austrália
Estúdio: Icon Productions
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Robert Schenkkan, Andrew Knight
Elenco: Andrew Garfield, Hugo Weaving, Vince Vaughn, Sam Worthington
  
Sinopse:
O filme conta a história real do soldado Desmond Doss (Andrew Garfield). Ele é um jovem adventista do sétimo dia que se alista no exército americano durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Alegando objeção de consciência (de natureza religiosa), ele acaba se dispondo a ajudar os companheiros no campo de batalha, trabalhando como assistente médico, porém se recusa a pegar em armas para matar o inimigo. Inicialmente sua postura lhe traz muitos problemas, inclusive quase o levando à corte marcial, porém uma vez no front ele acaba se destacando por causa de sua bravura e coragem. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Andrew Garfield), Melhor Direção (Mel Gibson), Melhor Edição (John Gilbert), Melhor Mixagem de Som (Kevin O'Connell e Andy Wright) e Melhor Edição de Som (Robert Mackenzie e Andy Wright). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Ator (Andrew Garfield) e Melhor Direção - Drama (Mel Gibson). Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Edição (John Gilbert).

Comentários:
"Hacksaw Ridge" parece ser o filme da redenção da carreira de Mel Gibson. Após anos de brigas e desavenças em Hollywood ele retorno ao topo, com um filme que é sucesso de bilheteria e crítica. Além disso conseguiu uma grande leva de indicações ao Oscar, mostrando que seu prestígio na Academia está de volta. De fato Gibson, que nunca foi bobo, acertou no alvo ao escolher a história certa para filmar. O que temos aqui é um dos capítulos mais curiosos e desconhecidos da guerra, a história de um pracinha que se recusava a lutar por causa de suas convicções religiosas. Nascido no interior dos Estados Unidos, ele se via obrigado por questões morais e patrióticas a ir para a guerra, mas uma vez no exército não admitia a possibilidade de matar o inimigo no campo de batalha. Acabou sendo enviado para uma das maiores carnificinas da guerra, na ilha de Okinawa, a porta de entrada para a invasão do Japão. Esse filme tem dois aspectos que merecem a atenção do espectador. Ele é basicamente dividido em dois atos. No primeiro somos apresentados à história pessoal de Desmond Doss antes dele seguir para a guerra, mostrando detalhes de sua vida pessoal, quando era apenas um civil. Nesse ato vemos um momento crucial na sua infância que o levou a se tornar uma pessoa bem religiosa, os problemas de relacionamento com seu pai (um homem corroído pela bebida e pelo fracasso) e o grande amor de sua vida, uma enfermeira do hospital de sua cidade.

No segundo ato, Doss finalmente entra para o exército. Sob o treinamento de um sargento durão chamado Howell (em boa interpretação de  Vince Vaughn), ele tenta sobreviver aos desafios do campo de combate. A primeira parte do filme achei bem mediana, um tanto plastificada, principalmente pelos excessos de "bondadismo" (a síndrome do bonzinho) do protagonista. Ele não parece ser uma pessoa real (embora tenha existido de fato, como bem demonstrado nas cenas finais, onde há uma breve entrevista com ele). O grande mérito dessa produção vem no segundo ato, no campo de guerra, na dureza da batalha. Como diretor, Mel Gibson conseguiu produzir tomadas excelentes, cenas tão boas de combate assim não tinha visto desde "O Resgate do Soldado Ryan"! Não é à toa que o filme tem sido considerado um dos mais bem editados do ano, pois certamente a luta entre japoneses e americanos nas areias vulcânicas de Okinawa valem por todo o filme! Mesmo sob intenso bombardeio dos navios americanos, os soldados japoneses conseguiam sobreviver, por contar com uma extensa rede de túneis subterrâneos por toda a ilha. Tudo muito bem demonstrado em cena. Então é isso, certamente é um dos melhores filmes do ano, pois conta com excelente produção, direção e roteiro. Talvez fosse ainda melhor se Gibson tivesse investido ainda mais nas cenas de luta, mas do jeito que está passa longe de ser decepcionante. É sim um dos melhores trabalhos assinados por Gibson. Um dos filmes obrigatórios do próximo Oscar. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 3 de março de 2016

The Dressmaker - A Vingança Está na Moda

Festa estranha, com gente esquisita... lembram da música do "Legião Urbana"? Pois é... os versos caem bem nesse novo filme da atriz Kate Winslet. Ela interpreta Myrtle 'Tilly' Dunnage. Quando era apenas uma criança ela foi envolvida (injustamente) na morte de um garoto da sua cidade, um lugarzinho poeirento no meio do deserto da Austrália. Para não ser presa foi embora. Muitas décadas depois resolve retornar. Ela viveu por muitos anos em Londres onde aprendeu uma profissão e se tornou uma estilista reconhecida. De volta para o lugar onde nasceu ela reencontra sua mãe, praticamente enlouquecida, morando sozinha numa velha casa e todos os tipos mais bizarros que você possa imaginar. Um velho químico, dono de uma farmácia, que na verdade é um pedófilo, um homem de negócios desleal e infiel à esposa e um policial homossexual que não consegue se conter ao ver finas peças de roupas elegantes (uma das coisas mais divertidas do filme, em interpretação impagável do ator Hugo Weaving. aquele mesmo que interpretou o agente Smith da franquia Matrix).

Pois bem, esse filme é bem estranho e não apenas em relação aos seus personagens. No começo ele adota um estilo de humor negro, depois vai se levando gradualmente mais à sério até se tornar quase um drama. Não entendo como Kate Winslet topou fazer um filme como esse porque comercialmente suas chances de fazer algum sucesso são próximas do zero absoluto. O filme não tem muita graça (o  que não o ajuda a se vender como uma comédia) e nem uma dramaticidade que justifique sua existência (o que torna seu lado drama bem raso e vazio). A única coisa boa acaba se resumindo em ver a própria Kate Winslet desfilando um figurino bem exótico (que ora se mostra elegante, ora exagerado e brega). A cidadezinha perdida no deserto onde se passa a história também não ajuda em nada. O lugar se mostra sujo, desolado e cheio de figuras asquerosas. Enfim, não é uma produção para todos os públicos. Só indico mesmo para os fãs mais radicais de Kate Winslet e ninguém mais.

The Dressmaker - A Vingança Está na Moda (The Dressmaker, Austrália, 2015) Direção: Jocelyn Moorhouse / Roteiro:  Rosalie Ham, P.J. Hogan/ Elenco: Kate Winslet, Hugo Weaving, Liam Hemsworth, Sarah Snook / Sinopse: Myrtle 'Tilly' Dunnage (Kate Winslet) é uma jovem estilista que resolve voltar para a cidadezinha onde nasceu após ter sido acusada na infância de ter matado um garoto na região. Ela quer descobrir toda a verdade de seu caso, ao mesmo tempo em que procura se vingar de todos aqueles que a prejudicaram no passado.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de julho de 2015

Terra Estranha

Depois de um escândalo sexual envolvendo a própria filha adolescente e o seu professor do ensino médio, uma família decide se mudar para uma cidadezinha isolada, bem no meio do deserto australiano. O lugar é atrasado e possui um clima insuportavelmente quente. A instabilidade emocional acaba sendo agravada pela própria hostilidade natural da região. A vida familiar não é das melhores, mesmo na nova casa. Há uma tensão sempre presente envolvendo todos os membros. A filha Lily Parker (Maddison Brown) não suporta mais o que ela considera pura opressão de seus pais e por isso desenvolve uma personalidade muito complicada de se lidar. Não demora muito e ela começa a se insinuar para todos os rapazes de sua idade, o que acaba lhe trazendo uma má fama entre os jovens da cidade. Em pouco tempo ela ganha o infame rótulo de vadia do bairro. Para piorar frequenta uma pista de skate onde rola muitas drogas e sexo casual. O pai Matthew (Joseph Fiennes) é um pacato funcionário de uma farmácia e não tem muita força para impor uma disciplina mais rígida em relação a ela e o filho caçula é um garoto com problemas emocionais, sem amigos, absorvido em si mesmo. Como se a rotina já não fosse ruim e pesada o bastante a família enfrenta um novo problema, esse bem maior do que qualquer outra complicação de relacionamento pessoal entre seus membros. Pela manhã, ao acordar, a mãe Catherine (Nicole Kidman) descobre que seus filhos simplesmente desapareceram, sem deixar rastros. Desesperada, ela busca ajuda com o xerife local e intensas buscas são organizadas para localizar os jovens pela região deserta ao redor da cidade, mas tudo parece ser em vão. Os moradores da cidade tampouco parecem também dispostos a ajudar na solução do mistério, o que aumenta ainda mais o desespero de Catherine. O que afinal de contas poderia ter acontecido com seus filhos?

Esse é o mais novo filme estrelado pela atriz Nicole Kidman. É uma produção australiana, país onde ela cresceu e considera seu lar, apesar de ser havaiana de nascimento. O roteiro explora o tema do desaparecimento de crianças, algo que é muito mais comum e rotineiro do que muitas pessoas pensam. Obviamente que a perda de um filho, sem saber de seu paradeiro ou destino, é devastador para qualquer mãe. O pior acontece quando a jovem garota adolescente (sempre uma fase complicada na vida de toda garota) tem sérios problemas emocionais causadas por um envolvimento impróprio com seu professor na escola, algo que destruiu sua reputação entre seus amigos, criando uma situação tão ruim que a família precisou até mesmo mudar de cidade. A família mostrada é desfuncional e cheia de problemas. O próprio passado da mãe, Catherine (Kidman), parece piorar ainda tudo, pois o pai associa o comportamento promíscuo da filha com a dela em seu passado. Kidman está muito bem no papel, uma mulher que começa a entrar em colapso quando percebe que sua família está desmoronando. Ela inclusive tem cenas bem corajosas, como aquela em que entra bem no meio da rua principal da cidade completamente nua e com os nervos em frangalhos após passar a noite no deserto numa busca desesperada e sem rumo pela filha. Com cabelos escuros, pintados de preto, ela consegue ainda ficar mais bela na tela, embora sua personagem não seja naturalmente sensual ou atraente, isso por causa do próprio roteiro que explora dramaticamente a perda de seus filhos. O final do filme pode vir a decepcionar alguns, principalmente aos que esperavam uma solução muito mais bem elaborada do mistério do desaparecimento dos jovens. Esse aspecto porém não me pareceu negativo, muito pelo contrário. Gostei do desfecho mais realista, pé no chão e que no final das contas faz todo o sentido. A proximidade com a realidade contou pontos a favor do roteiro e não o contrário. Muitas vezes a vida em família se torna insuportável, o que faz certas pessoas tomarem atitudes impensadas e irresponsáveis. Assim temos aqui um bom drama, bem escrito e atuado, que merecerá sua atenção.

Strangerland (Idem, Austrália, Irlanda, 2015) Direção: Kim Farrant / Roteiro: Michael Kinirons, Fiona Seres / Elenco: Nicole Kidman, Hugo Weaving, Joseph Fiennes, Maddison Brown / Sinopse: Após ir para uma nova cidade em busca de uma nova vida, uma família fugindo do escândalo sexual da filha adolescente que se envolveu com seu professor no passado, precisa lidar com o desaparecimento dela e do irmão. Para investigar o caso o xerife local David Rae (Hugo Weaving) começa intensas buscas pelo deserto, ao mesmo tempo em que procura sondar o que teria acontecido dentro da própria família antes dos filhos desaparecerem.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Capitão América: O Primeiro Vingador

A Marvel levou décadas para acertar no cinema, mas quando acertou, foi tiro no alvo, direto na mira. Esse aqui deu origem a outra franquia de sucesso. Como se sabe os filmes da Marvel, todos eles, formam um elo entre si, se passam no mesmo universo. Depois do sucesso dos filmes do Homem-Aranha, Homem de Ferro e Hulk, era de se esperar que fossem mesmo ressuscitar esse antigo herói dos quadrinhos. E quando escrevo antigo, não é força de linguagem. O Capitão América nasceu durante a II Guerra Mundial e foi usado, como era de se esperar, como personagem propaganda do esforço de guerra. Logo havia uma longa história para se contar, mais de 50 anos de histórias em quadrinhos para se adaptar ao cinema. Os fãs dessa longa tradição tinham que ser respeitados. Não poderia como ignorar tantas edições ao longo de todos esses anos.

E esse filme não esqueceu esse histórico em seu roteiro. É, como se sabe, também um filme de origens. Assim vemos como surgiu o herói, fruto de uma experiência para criar uma "super soldado". De garoto franzino, ele virou uma máquina de combate. E tem sua personalidade também, com sentimentos patrióticos fora do normal. Inclusive combatendo o nazismo e o fascismo, naquele momento histórico tentando dominar a Europa e o resto do mundo. Agora imagine parar para pensar... faz dez anos que esse filme foi lançado! Como o tempo passa rápido...

Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger, Estados Unidos,2011) Direção: Joe Johnston / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Chris Evans, Hugo Weaving, Samuel L. Jackson / Sinopse: Steve Rogers, um soldado  rejeitado, se transforma no Capitão América após tomar uma dose de um "soro do Super Soldado". Mas ser o Capitão América tem um preço quando ele tenta derrubar um traficante de guerra e uma organização terrorista.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 27 de março de 2013

V de Vingança

No Império Britânico do futuro um governo totalitário comanda todos os aspectos da sociedade. Liberdade de expressão, artes, política, tudo é tolhido por um sistema opressivo e controlador. É nesse ambiente sufocante que surge V (Hugo Weaving) que pretende com atos e táticas terroristas minar o centralismo do poder em seu país. Durante uma de seus ataques ao sistema ele acaba resgatando a jovem Evey Hammond (Natalie Portman) de um grupo de policiais violentos e agressivos. A partir daí resolve transforma-la numa espécie de discípula a qual tentará lhe ensinar os fundamentos e princípios que movem seus atos de terror contra o governo central. “V de Vingança” é mais uma adaptação da obra do famoso autor Alan Moore. Sua associação com o cinema sempre foi problemática, pois algumas das adaptações de seus quadrinhos para a tela grande foram literalmente desastrosas. Aqui Moore ficou tão contrariado com o resultado do filme que pediu que retirassem seu nome dos créditos, o que foi injusto pois “V” é certamente muito bom.

O longa foi produzido pelos irmãos Wachowski que depois de Matrix parecem ter perdido a mão para bons filmes. Aqui eles colocaram o projeto sob comando de James McTiegue, que trabalhou ao lado dos irmãos em Matrix como assistente de direção. O curioso é que o pupilo acabou superando seus mentores uma vez que “V de Vingança” se revelou um produto acima da média, muito bem roteirizado, dirigido e atuado. A trama é obviamente uma crítica ao crescimento burocrático dos governos ao redor do mundo, geralmente invadindo a esfera privada de seus cidadãos. Embora a visão futurista de uma Inglaterra fascista seja muito improvável (o berço dos direitos individuais jamais sofreria um revés dessa magnitude), o filme consegue agradar e fazer pensar, algo bem raro nos dias de hoje. O problema central de V parece ter sido que sua mensagem acabou sendo mal compreendida, principalmente pelos mais jovens, que quase sempre confundem anarquia com liberdade. Mesmo assim é uma produção digna de elogios, que merece ser redescoberta sempre que possível. Assista e tire suas próprias conclusões sobre a real mensagem que seu argumento tenta passar.

V de Vingança (V for Vendetta, Estados Unidos, 2005) Direção: James McTeigue / Roteiro: Andy Wachowski, Larry Wachowski baseados na obra de Alan Moore / Elenco: Natalie Portman, Hugo Weaving, Sinéad Cusack, Nicolas de Pruyssenaere, Stephen Fry / Sinopse: Na Grã-Bretanha do futuro um terrorista denominado simplesmente V (Hugo Weaving) tenta doutrinar uma jovem que resgatou em sua ideologia contra o sistema dominante.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de novembro de 2012

A Lenda dos Guardiões

Por mais incrível que isso possa parecer a verdade é que "A Lenda dos Guardiões" é uma animação sobre a II Guerra Mundial. Explico. O roteiro é totalmente inspirado nos eventos da Grande Guerra que abalou o mundo nos anos 40. Na verdade essa animação é uma alegoria daqueles acontecimentos. Senão vejamos: existem dois grandes grupos de aves. O primeiro grupo é formado por corujas que se consideram "Puras" (tal qual os nazistas e sua teoria da raça superior, os arianos). Esse grupo do "mal" também tem um líder carismático que escraviza e doutrina as corujinhas mais jovens (juventude Hitlerista) e as usam nos campos de batalha. Existe também toda aquela ideologia que já conhecemos bem dos regimes ditatoriais.

Já o outro grupo, chamado de "Guardiões" tem um personagem que é obviamente inspirado no primeiro ministro inglês durante a II Guerra: Winston Churchill. É um velho turrão, com passado de glórias no campo de batalha. Para completar assim como Churchill o personagem do filme também escreveu suas memórias contando as suas lutas do passado, inspirando a jovem corujinha do filme. O mais curioso dessa animação é que ela tenta passar simpatia e humanidade pelas corujas, um bicho que não tem quase nenhuma tradição nos personagens animados. Em algumas regiões do Brasil inclusive as pobres corujinhas são símbolos de forças do mal e até mesmo mal agouro (azar ou maldição). Por isso é bastante interessante o trabalho desenvolvido aqui. Um bom passatempo e uma boa alegoria sobre o maior conflito armado da humanidade. Em poucas palavras: World War II for Kids!

A Lenda dos Guardiões (Legend of the Guardians: The Owls of Ga'Hoole, Estados Unidos, 2010) Direção:  Zack Snyder / Roteiro: John Orloff, John Collee / Elenco (vozes): Emilie de Ravin, Hugo Weaving, Ryan Kwanten, Helen Mirren, Geoffrey Rush / Sinopse: Soren é uma jovem coruja que adora histórias de guerra contadas por seu pai. Ele lhe coloca a par sobre a lenda dos guardiões, guerreiros da mitologia que lutaram contra as forças do mal.  Soren nem desconfia que em breve estará envolvido em grandes aventuras com o mitológico grupo alado..

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Matrix

Quando "Matrix" surgiu nos cinemas causou grande repercussão. Era uma ficção com um argumento bem mais elaborado do que se estava acostumado a ver. De certa forma nada mais era do que uma visão pop feita em cima de crenças e conceitos bem mais profundos do conhecimento humano em relação à religião, filosofia e teorias de conspiração em geral. Como a juventude via de regra não gosta muito de ler, não indo direto às fontes dessa idéias, Matrix vinha bem a calhar pois tudo o que tinham que fazer era assistir a essa produção. Claro que todos esses conceitos foram tratados no roteiro do filme de forma bem mais superficial, apenas tangendo a verdadeira essência na qual se baseou. Seria uma espécie de cartilha de ABC sobre filosofia para jovens que não conheciam ou não queriam ler os grandes filósofos da cultura ocidental como Platão, Sócrates, etc. Até porque "Matrix" nada mais é do que um chiclete pop feito em cima do mito da caverna.de Platão. Mesmo assim não há como negar que apesar de ser mesmo um produto de cultura pop comercial "Matrix" serviu ao menos para criar o interesse nos jovens nesse tipo de tema. Esse aliás é o seu grande mérito: despertar a curiosidade dos mais jovens sobre esse tipo de questionamento existencial.

O enredo todos já conhecem: Neo (Keanu Reeves) é um jovem programador em um futuro distante que descobre ser a realidade apenas uma mera simulação. O mundo real parece ser um lugar inóspito controlado por computadores que mantém os corpos dos seres humanos em eterno torpor alimentado por ilusões meramente virtuais. Para enfrentar as máquinas no mundo real, Neo resolve se unir a outros rebeldes que pensam como ele, como Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss). A produção, feita em cima de um avassalador nível técnico (que venceu os Oscars de Melhor Edição, Efeitos Visuais, Som e Efeitos Sonoros) tenta desnortear o espectador enquanto o roteiro procura trilhar um rumo para aquilo tudo que vemos na tela. "Matrix" fez tanto sucesso que virou trilogia mas conforme as sequências foram sendo lançadas fomos descobrindo que os diretores irmãos Wachowski não conseguiram ficar à altura das expectativas, se perdendo pelo meio do caminho. De qualquer modo mesmo "Matrix" se perdendo nas suas sequências não podemos deixar de louvar seus méritos. É cultura pop em essência, cinema chiclete sim, mas que tentou ser mais inteligente do que a média geral do que estava sendo feito. Pena que as continuações não conseguiram desenvolver tudo a contento.

Matrix (Matrix, Estados Unidos, 1999) Direção: Larry Wachowski), Andy Wachowski / Roteiro: Larry Wachowski, Andy Wachowski / Elenco: Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss, Hugo Weaving, Joe Pantoliano, Gloria Foster./ Sinopse: Neo (Keanu Reeves) é um jovem programador em um futuro distante que descobre ser a realidade apenas uma mera simulação. O mundo real parece ser um lugar inóspito controlado por computadores que mantém os corpos dos seres humanos em eterno torpor alimentado por ilusões meramente virtuais. Junto dos rebeldes resolve enfrentar as máquinas que escravizaram a humanidade.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Capitão América: O Primeiro Vingador

O que posso dizer do "Capitão América"? Que ele foi um personagem criado para levantar a moral das tropas americanas durante a II Guerra Mundial? Acredito que todo mundo já sabe disso. Que depois de cumprir essa sua missão de marketing patriota perdeu o sentido? Também acredito que todos já devem ter percebido. Ele deveria ter cumprido sua missão e desaparecer mas não foi bem isso que aconteceu. O fato é que o Capitão se recusa a pendurar o escudo. Ao invés de sumir do mapa e se tornar apenas uma curiosidade do esforço de guerra americana ele voltou das cinzas e hoje há um renovado interesse no personagem. Como explicar isso? Ainda mais hoje em dia com tanto sentimento antiamericano por aí. Bom, de fato o Capitão América é uma entidade completamente ultrapassada e careta hoje em dia mas Hollywood é Hollywood e não perderia a chance de ganhar em cima de sua notoriedade e fama.

Assim desenterraram a velha bandeirona ianque, colocaram uma verniz de politicamente correto em cima do velho soldado e conseguiram vender novamente o (antigo) peixe. E o filme? Dentro do universo dos quadrinhos até que não faz feio, se convertendo em um produto cinematográfico mediano. Não é tão ruim a ponto de estar no mesmo nível que Mulher Gato e Lanterna Verde mas fica longe também de chegar perto do último Batman ou até mesmo de Homem Aranha. Assim fica na média, não surpreende mas também não decepciona. Em termos de direção de arte esperava um pouco mais. Na minha opinião o personagem foi modernizado demais. Além das mudanças em seu vestuário (como a inclusão de um feio capacete), ainda tentaram apagar seu uniforme, pouco se distinguindo dos soldados comuns. Que bobagem! Estariam com vergonha do fato do uniforme do Capitão ser na verdade uma bandeira americana disfarçada? Ora, me poupem. Tragam as estrelas e listras de volta!

Outro ponto a se criticar é a mudança no visual retrô em tudo a que se refere à II Guerra Mundial. As armas - inclusive aviões e tanques - não são nem um pouco compatíveis com às do conflito. Deveriam ter optado por um visual realmente anos 40, até porque até mesmo os fãs dos quadrinhos gostariam de ver algo nesse estilo. Há uma ideologia por trás desse personagem que na minha opinião deve ser mantida (queiram ou não os que não suportam propaganda patriótica norte-americana). O fato é que desvirtuando o personagem se perde sua essência. O filme "Capitão América" tem altos e baixos e duas partes completamente diferentes entre si. O ponto alto do filme acontece em seus primeiros 60 minutos. O personagem não chega a ser muito carismático mas mantém o interesse. O problema do filme é que em seu terço final se rende aos clichês do gênero, se transformando em pirotecnia e correrias descerebradas, tudo mais do mesmo, nada original. Enquanto se mostrou aspectos da origem do herói tudo ia muito bem, depois que partiu para a pancadaria o filme caiu assustadoramente. O vilão também não é grande coisa e cai na velha armadilha de tentar "conquistar o mundo"! Quantas vezes você já viu isso em um filme?! Enfim, Capitão América fica ali no meio termo. Não é ruim mas poderiam ter realizado um produto melhor - e por favor tragam a bandeirona de volta! Assuma a patriotada Tio Sam!

Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger, Estados Unidos, 2011) Direção: Joe Johnston / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Chris Evans, Hugo Weaving, Samuel L. Jackson / Sinopse: Soldado se torna objeto de experiências do exército americano que busca a criação de um combatente ideal para as guerras.

Pablo Aluísio.