terça-feira, 7 de outubro de 2014

Jornada nas Estrelas - Primeiro Contato

Título no Brasil: Jornada nas Estrelas - Primeiro Contato
Título Original: Star Trek - First Contact
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Jonathan Frakes
Roteiro: Rick Berman, baseado na obra de Gene Roddenberry
Elenco: Patrick Stewart, Jonathan Frakes, Brent Spiner, LeVar Burton 

Sinopse:
No futuro, mais precisamente no século XXIV, o planeta Terra sofre uma nova e perigosa ameaça. Uma raça de extraterrestres denominada Borg, caminha em direção ao nosso mundo com o objetivo de assimilar a humanidade e todos os recursos naturais de sua biosfera. Apenas o comandante Jean-Luc Picard (Patrick Stewart) e sua tripulação a bordo da nave interestelar Enterprise podem deter o avanço dessa terrível ameaça para a sobrevivência da Terra. 

Comentários:
Em 1987 surgiu na TV americana a série "Jornada nas Estrelas: A Nova Geração". Era uma forma de trazer de volta para a telinha o universo de "Star Trek" que havia encantado os fãs na década de 1960. Novos personagens, novas aventuras e roteiros bem trabalhados garantiram o sucesso do programa que ficou no ar até 1994. Depois de sete temporadas e 176 episódios estava mais do que claro que o projeto havia dado muito certo na TV, mas a dúvida que todos queriam saber é se emplacaria também no cinema. A resposta veio finalmente com o primeiro filme "Jornada nas Estrelas: Generations" que foi muito bem sucedido comercialmente. Esse filme aqui "Jornada nas Estrelas - Primeiro Contato" é o segundo filme da nova franquia. Se no anterior os produtores sentiram uma certa necessidade de ainda usar personagens clássicos, em "Star Trek: First Contact" temos finalmente uma produção realizada exclusivamente para os novos fãs que acompanharam toda a saga da nova Enterprise comandada pelo capitão Jean-Luc Picard (Patrick Stewart). Roteiro extremamente preciso, sem pontas soltas, esse filme é considerado por muitos como o melhor da nova tripulação e isso se deve principalmente aos vilões, os Borgs, uma raça a meio caminho entre o mundo orgânico e a mais pura tecnologia cibernética. Esses personagens já tinham sido explorados com enorme êxito na série e agora ganharam as telas do cinema no mundo todo. O resultado é de fato acima da média. Com excelentes efeitos especiais e uma maquiagem primorosa (que inclusive foi indicada ao Oscar na categoria) esse foi de fato o filme que consolidou o espaço de Picard e os novos personagens na sétima arte. Para ver e rever sempre, pois uma boa estória jamais fica datada como bem está provado aqui nessa bela produção.

Pablo Aluísio.

O Último Matador

Título no Brasil: O Último Matador
Título Original: Last Man Standing
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Walter Hill
Roteiro: Walter Hill
Elenco: Bruce Willis, Bruce Dern, William Sanderson, Christopher Walken

Sinopse:
John Smith (Bruce Willis) é um assassino profissional que chega na pequena cidade de Jericho, no Texas, bem no começo dos anos 30. O lugar está sendo disputado com violência entre dois grupos rivais. O ambiente ideal para Smith ganhar muito dinheiro com seus "serviços". O que ele não desconfia é que em breve terá que ele próprio impor justiça naquela terra sem lei, algo que mudará completamente seus planos iniciais.

Comentários:
Poucos sabem, mas "Last Man Standing" é na verdade um remake americano do clássico "Yojimbo" do mestre Akira Kurosawa. Inicialmente a versão Made in USA seria passada no velho oeste, adotando como era de se esperar um tom bem ao estilo do western americano mais clássico. Isso mudou porém quando Bruce Willis resolveu aceitar o convite para realizar o filme. O diretor Walter Hill entendeu que seria melhor mudar o cenário onde o enredo iria se desenvolver, transportando todo o argumento para a década de 1930 onde reinavam os grandes gangsters do período da lei seca. Curiosamente Hill não jogou toda a ambientação western fora, mantendo as filmagens na inóspita e ensolarada região de Galisteo, New Mexico, locação muitas vezes utilizada para filmagens de faroestes. Isso deu ao filme um colorido bem diferenciado onde o background natural parece ser o de um filme de western da velha escola com atores vestindo figurinos de filmes policiais noir. Bruce Willis encontra um personagem bem adequado para seu estilo, com poucas palavras e muita ação. Infelizmente a profundidade e a sutileza psicológica do filme original foram deixadas de lado, até porque não era pretensão de Walter Hill seguir minuciosamente o trabalho de Kurosawa. Mesmo assim é aquele tipo de filme que vale a pena assistir, nem que seja pelo menos uma única vez na vida. Um bom entretenimento.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Risco Imediato

Título no Brasil: Risco Imediato
Título Original: Good People
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Millennium Films
Direção: Henrik Ruben Genz
Roteiro: Kelly Masterson, Marcus Sakey
Elenco: James Franco, Kate Hudson, Tom Wilkinson, Sam Spruell 

Sinopse:
Tom (James Franco) e sua esposa Anna (Kate Hudson) formam um casal que, em dificuldades financeiras, resolve alugar o porão de sua casa para ajudar no pagamento da hipoteca de onde moram. O problema é que o inquilino é um assaltante de bancos e assassino que acaba sendo encontrado morto por uma overdose de drogas pouco tempo depois de se mudar para lá. Depois que seu corpo é removido, casualmente Tom acaba também encontrando no quarto alugado uma maleta cheia de dinheiro proveniente de seu último roubo. Toma então uma decisão que irá se arrepender depois ao decidir que ficará com a pequena fortuna de 200 mil libras para si. Não tardará para que outros criminosos venham em busca do dinheiro, o que colocará Tom e Anna em sério perigo de vida.

Comentários:
O filme até que começa bem. O roteiro mostra esse simpático casal que só deseja mesmo ser feliz, mesmo levando uma vida muito apertada do ponto de vista financeiro. O problema é que eles estão em apuros nesse campo. A hipoteca está vencida e eles estão prestes a serem despejados da casa onde moram.  Depois que encontram a mala cheia de dinheiro roubado de seu inquilino falecido a vida dos dois vira pelo avesso. Obviamente criminosos violentos virão atrás da grana e policiais corruptos não tardarão a também tentar pegar seu naco daquele dinheiro todo. E assim quando pensamos que tudo se resumirá em um inocente casal tentando sobreviver em jogo sórdido as coisas mudam - para piorar no meu ponto de vista. Eles resolvem levar os bandidos para uma casa isolada nos arredores de Londres. Uma casa em reformas, com tudo ainda muito precário, já que Tom (Franco) que trabalha na construção civil ainda está terminando as obras no local. Lá criam uma série de armadilhas para eliminar um por um seus perseguidores. O que se segue é um verdadeiro banho de sangue. Esse roteiro derrapa justamente nisso. Fiquei com a sensação de estar assistindo a uma versão adulta e violenta de "Esqueceram de Mim", onde o garotinho também bolava uma série de armadilhas em sua casa para prejudicar os bandidos invasores. No final de tudo muitas perguntas e pontas soltas pairam no ar. A mais intrigante delas é: Por que o casal não se mandou logo após encontrar o dinheiro, aquela pequena fortuna? Por que resolveram esperar pelo surgimento de criminosos psicopatas em seu caminho? Teria sido muito fácil eles fugirem na mesma noite em que encontraram a sacola cheia de libras. São perguntas sem respostas. De qualquer maneira vale a presença da sempre gracinha Kate Hudson, com direito a generosas cenas de nudez onde expõe seu dotes que a natureza lhe deu. Obviamente os marmanjos vão gostar. Já para quem estiver em busca apenas de um bom thriller policial de suspense a sensação não será de plena satisfação. Poderia ter sido bem melhor se os clichês não fossem tão recorrentes.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de outubro de 2014

Morto ao Chegar

Título no Brasil: Morto ao Chegar
Título Original: D.O.A.
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Annabel Jankel, Rocky Morton
Roteiro: Charles Edward Pogue
Elenco: Dennis Quaid, Meg Ryan, Charlotte Rampling, Daniel Stern 

Sinopse:
Na véspera de natal o professor Dexter (Dennis Quaid) entra cambaleando numa delegacia de polícia. Quase perdendo os sentidos ele tem uma queixa a fazer, uma tentativa de assassinato promovida contra ele mesmo! Como isso teria sido possível? Através de flashbacks o espectador é então apresentado a todos os fatos que o levaram até aquela situação delicada e perigosa.

Comentários:
Ao longo de todos esses anos Hollywood bem que tentou recriar o clima dos antigos e clássicos filmes noir. Nem sempre deu certo, seja por um motivo ou outro. Esse "D.O.A" (sigla em inglês que significa exatamente "Morto ao Chegar" do título nacional) procura captar pelo menos a essência daquelas produções. O problema central é que na minha opinião não existe como recriar toda aquela estética que tanto marcou dentro do cinema americano dos anos 1930, 40 e 50. É algo que ficou para trás definitivamente (e isso também é parte importante do charme daqueles filmes de detetives antigos). O que sobra dessa tentativa mal sucedida é porém um bom filme de suspense e mistério dos anos 80. Realizado pelo braço adulto da Disney, a Touchstone Pictures, o filme apostou no carisma do jovem casal formado por Dennis Quaid e Meg Ryan (que eram na época casados de fato). Quaid até se esforça para trazer um certo clima nostálgico para seu personagem chamado Dexter Cornell, mas tudo fica mesmo com gosto plastificado, de coisa fake. Vale como curiosidade e não aborrece, o que já é uma vantagem e tanto, vamos convir.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A Loja Mágica de Brinquedos

Título no Brasil: A Loja Mágica de Brinquedos
Título Original: Mr. Magorium's Wonder Emporium
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Zach Helm
Roteiro: Zach Helm
Elenco: Natalie Portman, Dustin Hoffman, Jason Bateman

Sinopse:
Mr. Edward Magorium (Dustin Hoffman) é um simpático e imaginativo dono de uma secular loja de brinquedos que afirma ter mais de 240 anos de idade! A alegria e a mágica de viver seriam as responsáveis por sua incrível longevidade, mas o tempo passou e ele finalmente decide que irá se aposentar. Assim resolve deixar seu mágico estabelecimento para a doce e meiga jovem Molly (Natalie Portman) que deve levar a magia do lugar em frente a partir de agora.

Comentários:
Não chega a ser um filme ruim, longe disso. Na verdade é uma tentativa de se realizar uma fábula mágica, direcionada principalmente  para as crianças. O elenco é muito bom e conta não apenas com a experiência e talento do grande Dustin Hoffman, que infelizmente tem pago alguns micos em filmes inexpressivos, como também com Natalie Portman, provavelmente a melhor atriz de sua geração. O problema é que infelizmente o roteiro não ajuda. Zach Helm dirigiu e escreveu o roteiro, mas não consegue convencer muito. Na verdade esse foi seu primeiro filme como diretor e sua falta de experiência em conduzir o enredo se torna bem visível e clara. Embora tenha sido o roteirista de outra obra que passeava por um realismo fantástico como em "Mais Estranho que a Ficção", aqui ele não consegue obter o mesmo resultado positivo. De bom mesmo podemos apenas citar a bela direção de arte e os efeitos especiais, discretos e usados de forma correta, como instrumento para se contar a estorinha e não o contrário. No geral é um filme indicado mesmo para a garotada que provavelmente conseguirá se divertir, apesar dos erros que ele apresenta.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Quem Vai Ficar Com Mary?

Título no Brasil: Quem Vai Ficar Com Mary?
Título Original: There's Something about Mary
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Roteiro:  Ed Decter, John J. Strauss
Elenco: Cameron Diaz, Matt Dillon, Ben Stiller, Lee Evans

Sinopse:
Ted (Ben Stiller) passou toda a sua adolescência apaixonado pela linda e loira Mary (Cameron Diaz). Agora, adulto e mais estabilizado em sua vida, fica com a curiosidade de saber onde estaria sua paixão platônica de seus dias de juventude. Para localizar a beldade decide então contratar um detetive particular, dando origem a inúmeras confusões que nem ele mesmo poderia prever. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias Melhor Filme - Musical ou Comédia e Melhor Atriz (Cameron Diaz).

Comentários:
Mais uma comédia americana que apela para a vulgaridade sem limites com o desesperado objetivo de fazer rir. Claro que os tempos de "Porky´s" e similares já havia passado, mas os produtores tentaram levantar a bola do gênero mais uma vez. No geral não há muito o que se elogiar de um filme cuja cena mais marcante seja a de uma garota com o cabelo em pé, por ter usado um "gel" nada comum (quem assistiu entenderá do que estou escrevendo!). Cameron Diaz no final das contas é quem leva o filme praticamente inteiro nas costas. Simpática e sem medo de pagar grandes micos na tela, ela traz muita simpatia para seu trabalho e ajuda a tornar a produção um pouco mais suportável. Já o chato do Ben Stiller continua o mesmo. Humorista sem graça, repete sempre o mesmo papel, filme após filme, a do sujeito levemente aparlemado que se envolve em grandes confusões, apesar de ter uma personalidade que as evita a todo custo. A direção é dos cineastas Bobby e Peter Farrelly, bem conhecidos por serem os mais politicamente incorretos do cinema americano atual, fazendo piadas com coisas e pessoas que normalmente causam perplexidade nos espectadores (deficientes físicos e gordos são seus alvos preferidos). Aqui estão mais contidos, embora a dose de baixaria esteja garantida para os fãs da dupla. Assista sem compromisso, dê alguns sorrisinhos amarelos e depois fique com vergonha de si mesmo por ter se divertido com tamanha bobagem.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A Força do Amor

Título no Brasil: A Força do Amor
Título Original: Breathless
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures, Columbia Pictures
Direção: Jim McBride
Roteiro: François Truffaut, Jean-Luc Godard
Elenco: Richard Gere, Valérie Kaprisky, Art Metrano

Sinopse:
Jesse Lujack (Richard Gere) não cabe em si mesmo de tanta vontade de viver intensamente cada minuto de sua vida. Para isso ele toma atitudes fora do comum, causando perplexidade em todos ao seu redor. Ao lado de Monica Poiccard (Valérie Kaprisky) ele quer viajar e ganhar o mundo, sempre com o rádio de seu carro sintonizado no último volume em seu grande ídolo, o roqueiro dos anos 50 Jerry Lee Lewis.

Comentários:
Esse filme foi um tremendo fracasso de público e crítica em seu lançamento. Na época em que foi lançado a película recebeu adjetivos do tipo "imbecil", "estúpido" e outros "elogios". Sempre achei muito exageradas as reações, inclusive me surpreendi bastante com isso já que o roteiro foi escrito e criado pelo prestigiado François Truffaut. Mudou sua capacidade de escrever bons textos ou mudaram as boas intenções de quem sempre o elogiou no passado? Enfim, são mistérios da crítica mundial. De uma forma ou outra quero chamar a atenção para a vivacidade da interpretação de Richard Gere. Esse é um personagem bem diferenciado de sua carreira, um sujeito que parece viver a mil, beirando inclusive a doença mental (não entregarei as surpresas do roteiro, mas saibam que dei uma dica importante por aqui). Curiosamente seu personagem também tem uma obsessão louca pelo roqueiro pioneiro Jerry Lee Lewis, procurando imitar sua personalidade radiante e fora dos padrões. O próprio título original "Breathless" é o nome de um famoso sucesso do assim conhecido "The Killer". No geral o que sobra de toda essa salada com coca-cola é um filme que sempre considerei muito divertido, com altos e baixos sim, mas longe do rótulo de "porcaria" que lhe foi imposto injustamente na época em que chegou aos cinemas pela primeira vez.

Pablo Aluísio.

O Agente da Estação

Título no Brasil: O Agente da Estação
Título Original: The Station Agent
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: SenArt Films, Next Wednesday Productions
Direção: Thomas McCarthy
Roteiro: Thomas McCarthy
Elenco: Peter Dinklage, Patricia Clarkson, Bobby Cannavale

Sinopse:
O filme acompanha a vida do pequeno e frágil Finbar McBride (Peter Dinklage). Quando seu único amigo verdadeiro morre, ele resolve se mudar para a zona rural de New Jersey, exercendo um emprego que o deixa bastante isolado das demais pessoas. Sua rotina porém irá mudar quando conhece uma mulher que está passando por uma grave crise pessoal. Filme vencedor do BAFTA Film Award na categoria de Melhor Roteiro Original.

Comentários:
Pequeno e brilhante filme independente americano. Muitas pessoas só conhecem o ator Peter Dinklage por causa de seu personagem Tyrion Lannister na série de grande sucesso "Game of Thrones". Pois bem, saibam que ele já brilhava muito antes, em uma carreira mais do que interessante dentro do circuito mais alternativo. Um exemplo perfeito é justamente essa produção "The Station Agent", que infelizmente, apesar dos artigos elogiosos em seu lançamento, passou despercebida de muita gente boa. O filme tem um lirismo mesclado com melancolia que conquista o espectador já nos primeiros minutos. O personagem de Peter Dinklage, chamado Finbar McBride, leva uma vida que para muitos seria banal e depressiva demais, muitas vezes imerso em profunda solidão. Mesmo assim lá está ele, todos os dias, cumprindo sua jornada e por mero acaso  encontrando pessoas das mais diversas, algumas inclusive bem bizarras. É um retrato muito honesto de uma América que poucos procuram conhecer. O grande trunfo é justamente trazer para a tela o cotidiano das pessoas comuns e seus pequenos dramas pessoais. Nisso o filme certamente se revela como uma bela peça de arte.

Pablo Aluísio.

Sinédoque, Nova York

Título no Brasil: Sinédoque, Nova York
Título Original: Synecdoche, New York
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: Charlie Kaufman
Roteiro: Charlie Kaufman
Elenco: Philip Seymour Hoffman, Samantha Morton, Michelle Williams

Sinopse:
Caden Cotard (Philip Seymour Hoffman) é um diretor teatral de Nova Iorque que começa a trabalhar em uma peça nova, que ele pretende ser a mais inovadora de sua carreira. O problema é que sua vida pessoal vive um período completamente caótico e não demora para que Caden comece a misturar aspectos de sua existência real com o texto de sua nova encenação. Filme indicado à Palma de Ouro em Cannes.

Comentários:
Passa longe de ser um filme de fácil assimilação. Na verdade é o extremo oposto disso. Isso porém não é complicado de entender pois basta ver o nome do cineasta Charlie Kaufman nos créditos para antecipar o que virá pela frente. Esqueça coisas como roteiro linear, enredo objetivo, com sentido e foco racional nos atos dos principais personagens. "Synecdoche, New York" passa bem à margem de tudo isso. Se fosse definir tudo diria que é uma obra sensorial e não racional, que foge dos padrões e convenções do cinemão mais comercial americano. É um cult moderno, um festival de momentos, que nem sempre se conectam entre si. Para maravilha do cinéfilo em busca de algo inovador, o elenco é liderado pelo fantástico Philip Seymour Hoffman em uma de suas atuações mais corajosas e viscerais, algo mesmo monstruoso em todos os sentidos. Ele se entrega completamente ao seu papel e mostra no final das contas porque foi de fato um dos mais talentosos atores da história do teatro e do cinema. Uma cereja de bolo recomendado apenas para pessoas inteligentes e em busca de algo diferente na sétima arte.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Carrie, a Estranha

Carrie White (Chloë Grace Moretz) é uma jovem e tímida estudante que apenas quer levar uma vida normal como todas as outras garotas de sua idade. Sua vida porém passa longe da normalidade. Sua mãe caiu nas garras do fanatismo religioso, considerando tudo e a todos como seres pecadores e diabólicos. Por essa razão deu à sua filha uma educação extremamente rígida, onde tudo se revela como motivo para punição e penitência. Na escola o clima não é melhor para Carrie. Calada e retraída, ela logo vira alvo do bullying de suas colegas. As coisas pioram ainda mais quando acaba menstruando no chuveiro, pensando estar sofrendo de algum mal de saúde (por causa de sua educação religiosa fora dos limites nada lhe foi dito sobre sua própria sexualidade ao longo dos anos). Filmada em seu momento de pânico e choro no banheiro da escola é logo colocada na internet para que todos possam se divertir às suas custas. No meio de tantas turbulências Carrie acaba descobrindo que possui estranhos poderes, como mover objetos inanimados pelo seu quarto. Apesar da descoberta incrível resolve esconder isso das pessoas ao seu redor. A salvação para Carrie porém poderá finalmente vir no baile de formatura da escola, ainda mais depois de ser convidada por um aluno bonitão de sua classe. Talvez as boas notícias escondam algo ainda mais sinistro para ela. Afinal de contas a felicidade não parece ser um estado de normalidade na complicada vida de Carrie, considerada estranha demais pelos outros alunos de sua idade.

Remakes são sempre complicados e remakes de filmes já consagrados pelo público e pela crítica são ainda mais difíceis de engolir. O fato inegável é que o famoso livro de Stephen King já encontrou sua versão cinematográfica definitiva. Obviamente estou me referindo ao filme com Sissy Spacek, que foi dirigido brilhantemente por Brian De Palma em 1976. Uma obra prima do terror. Infelizmente há um certo preconceito entre os jovens com filmes antigos e somando-se a isso a falta de criatividade dos produtores e a busca pelo lucro fácil podemos entender perfeitamente porque esse novo Carrie foi realizado. A despeito da tecnologia ter evoluído muito mais nos dias atuais, não consegui visualizar nada que justificasse a realização de uma nova versão para o cinema da obra de King. Não há no novo filme nada de muito interessante ou inovador se formos comparar com o clássico dos anos 70. O roteiro se mostra até bem mais simples, sem maior desenvolvimento dos personagens principais. Embora de maneira em geral goste do trabalho da atriz Chloë Grace Moretz achei que sua atuação não encontrou o tom certo. Está muito exagerada em certos momentos, quase caindo na mais pura caricatura. Sempre com olhar assustado (para não dizer apavorado), ombros caídos e timidez extremamente patológica. O mesmo pode-se dizer da talentosa Julianne Moore, que com olhos arregalados e cara de maluca, interpreta a mãe fanática religiosa de Carrie. Sinceramente falando as duas atrizes parecem competir entre si para saber quem será mais excessiva em suas caracterizações. Os efeitos digitais também não empolgam muito (e a cena final na lápide me deu vontade de rir de tão desnecessária e boboca). Aliás se fosse definir o novo Carrie em apenas uma palavra seria justamente essa: desnecessária! A nova versão não precisava mesmo existir.

Carrie, a Estranha (Carrie, EUA, 2013) Direção: Kimberly Peirce / Roteiro: Lawrence D. Cohen, Roberto Aguirre-Sacasa, baseados na obra de Stephen King / Elenco: Chloë Grace Moretz, Julianne Moore, Gabriella Wilde / Sinopse: Carrie (Grace) é um jovem estudante muito tímida e oprimida que descobre ter poderes sensorias fantásticos. Vítima de bullying em sua escola ela decide em um momento de desespero, se vingar de todos que a humilham publicamente. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Terror. Vencedor do prêmio de Melhor Atriz Jovem (Chloë Grace Moretz).

Pablo Aluísio.

domingo, 28 de setembro de 2014

A Marca do Medo

O professor Joseph Coupland (Jared Harris), da prestigiado universidade de Oxford, resolve reunir um grupo de pesquisas para estudar fenômenos paranormais. Seu foco se concentra numa jovem garota, com um vasto histórico de internações em instituições psiquiátricas. Abandonada e órfã, ela desenvolveu desde muito cedo em sua vida estranhos poderes telecinéticos. A jovem afirma existir uma entidade espiritual chamada Evey, mas para o renomado pesquisador tudo não passaria de uma forma de exteriorizar aspectos e poderes psíquicos de sua própria mente. O cientista rejeita explicações religiosas ou baseadas no ocultismo. O que ele pretende mesmo realizar com suas experiências é provar que tudo pode ser explicado apenas do ponto de vista científico. Assim ele resolve isolar a jovem em uma antiga casa nos arredores de Londres. Leva seu grupo de pesquisa e começam a colher dados sobre seu comportamento e suas capacidades fora do comum. O que começa de forma racional e controlada porém logo perde o controle, se transformando em um verdadeiro caos, com eventos inexplicáveis e situações completamente fora do comum, o que leva o cientista a entrar em desespero, negando inclusive suas explicações baseadas apenas na observação puramente científica.

Assim começa esse novo terror chamado "A Marca do Medo". Como o próprio roteiro informa no começo da exibição tudo se baseia em uma história real acontecida no ano de 1974. Foi uma tentativa de se explicar coisas como fantasmas e manifestações paranormais de uma forma puramente racional e com base em eventos naturais. O curioso é que o diretor desse filme realizou uma obra bem sólida, que pouca margem dá para sensacionalismos ou cenas de maior impacto. Ao contrário disso tentou reproduzir literalmente o que teria supostamente acontecido na história original. O resultado não é magistral, mas consegue certamente manter o interesse. A jovem atriz Olivia Cooke  que interpreta a personagem Jane Harper, que supostamente estaria possuída por uma entidade do mal, ora surge como uma garota que deseja ser acima de tudo normal, ora como uma figura sinistra e de complicada compreensão. Some-se a isso o fato do filme utilizar de cenários escuros e sombrios de um velho casarão e você terá um bom clima para filmes de terror em geral. Não chega a ser repleto de sustos, até porque não é um enredo meramente ficcional, mas por outro lado privilegia mesmo o suspense, a tensão e a ansiedade com os rumos que a história vai tomando. Embora o final seja um pouco rendido aos clichês mais conhecidos, a fita se mantém como boa opção para os fãs de terror em geral. Não é bobo, nem violento em demasia e privilegia uma boa história de fantasma. E o fato de tudo ser passado na Inglaterra só ajuda ainda mais pois de aparições sobrenaturais em velhas casas os ingleses sabem tudo.

A Marca do Medo (The Quiet Ones, Estados Unidos, Inglaterra, 2014) Direção: John Pogue / Roteiro: Craig Rosenberg, Oren Moverman / Elenco: Jared Harris, Sam Claflin, Olivia Cooke / Sinopse: Professor da universidade de Oxford começa a realizar uma série de experiências com uma jovem que manifesta estranhos poderes paranormais. Para o professor tudo poderia ser explicado de um ponto de vista puramente científico. O que ele não sabia é que a ciência nem sempre pode explicar tudo o que acontece em nosso mundo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A Vida em Motéis

Depois da morte da mãe, os irmãos Flannigans ganham o mundo. Apesar de serem bem jovens, eles resolvem ir embora com medo de irem parar em algum orfanato. Para isso resolvem pular em um trem em movimento, como fazem os andarilhos americanos. No momento em que Jerry Lee (Stephen Dorff) tenta subir no vagão porém ele cai e acaba perdendo sua perna, esmagada nos trilhos. Os anos passam e os irmãos sentem como é duro ganhar a vida como eles, sem ninguém que os ajude. Vivendo de empregos medíocres, indo de motel barato em motel barato nas beiras de estrada, eles tentam levar a vida em frente, mas isso definitivamente não é fácil, muito pelo contrário, os caminhos tortuosos são muitos e uma noite, após atropelar por acidente um garoto numa noite de nevada, Jerry decide que sua hora chegou. Engatilha sua arma e... será que terminará sua vida de forma tão cruel e melancólica? A única coisa que parece lhe prender nessa vida cheia de dramas e dificuldades é mesmo a presença sempre constante de seu irmão, Frank Lee (Emile Hirsch), um jovem sonhador, que sempre lhe conta incríveis estórias envolvendo muita imaginação, em uma verdadeira fuga da dura realidade da vida. Para Frank o maior desafio é mesmo esquecer Annie James (Dakota Fanning), a problemática filha de um prostituta que ele ainda parece amar.

Gostei bastante desse pequeno, mas muito humano "The Motel Life". O roteiro é realmente muito bem escrito, mostrando a vida de dois irmãos abandonados à própria sorte. Pobres e sem destino, eles vão tentando sobreviver um dia de cada vez. Frank Lee tem uma imaginação e tanto e Jerry Lee tem bastante talento com desenhos. Essa característica dos irmãos abre margem à excelentes animações que vão se sucedendo ao longo da estória. Enquanto Frank vai contando os enredos, Jerry os imagina em seu traço de desenho. Há um constante clima de melancolia e tristeza que vai acompanhando os personagens em suas andanças rumo a lugar nenhum. Em termos gerais é um filme triste, sobre pessoas que estão à margem da sociedade, sem esperanças e sem perspectivas maiores de um dia melhorar de vida. Mesmo assim vale muito a pena. A dupla central de atores é ótima. Há muito tempo que Emile Hirsch se destaca na ala mais jovem de Hollywood, estrelando filmes ótimos como, por exemplo, "Na Natureza Selvagem". Seu papel aqui é muito emocional pois ele ama uma garota tão problemática quanto ele mesmo. Já Stephen Dorff é outra grata surpresa. Quem não se lembra de sua marcante interpretação do "quinto Beatle" Stuart Sutcliffe em "Backbeat - Os 5 Rapazes de Liverpool"? Pois é, depois de alguns anos meio sumido ele volta finalmente a um bom personagem nessa bela fita, onde tem alguns dos melhores diálogos do roteiro para declamar. Assim deixo a preciosa dica desse filme que certamente vai agradar a um tipo de público mais sensível e sentimental.

A Vida em Motéis (The Motel Life, Estados Unidos, 2012) Direção: Alan Polsky, Gabe Polsky / Roteiro: Micah Fitzerman-Blue, Noah Harpster / Elenco: Emile Hirsch, Stephen Dorff, Kris Kristofferson, Dakota Fanning / Sinopse: Dois irmãos tentam viver nos Estados Unidos após a morte de sua mãe com câncer. Vivendo de pequenos empregos, morando em motéis baratos, eles tentam se agarrar a algum fio de esperança em suas sacrificadas existências. Filme indicado ao prêmio do Chicago International Film Festival.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

3 Dias Para Matar

Ethan Renner (Kevin Costner) é um veterano agente da CIA que após um trabalho mais do que complicado descobre estar sofrendo de um câncer no cérebro. Com a notícia de sua morte iminente, sua carreira de assassino profissional dentro da agência chega ao fim. Dispensado do serviço ele então decide voltar par a Paris onde mora sua ex-esposa e sua filha, uma adolescente que ele mal conhece por causa dos anos em que passou fora de casa, trabalhando ao redor do mundo. Sabendo que tem apenas três meses de vida decide arriscar tudo para reconstruir um relacionamento com a filha, mas conforme a convivência vai se tornando mais próxima, logo descobre que lidar com uma adolescente nessa fase de sua vida não é algo muito simples de fazer. Ela é insegura e como quase toda adolescente também tem um gênio mercurial, surgindo sempre mal humorada. Mas o tempo de sossego logo passa para Ethan. Sua fama o leva a ser contactado por uma nova e misteriosa mulher que ele desconhece completamente, Vivi Delay (Amber Heard), que logo oferece uma bolada para Renner voltar ao seu velho trabalho. Ela deseja contratar Ethan para um novo serviço sujo. Ele terá que ajudá-la a localizar e eliminar o criminoso internacional conhecido como "O Lobo" que está  também em Paris. A execução porém não será tão fácil como parece, pois antes de Ethan chegar até ele terá que passar pelo Albino (Tómas Lemarquis), um sádico matador com muitos crimes em sua ficha corrida.

Assim começa o novo filme de Kevin Costner. O roteiro tenta mesclar aspectos da conturbada vida familiar de um ex-agente da CIA com sua nova realidade, a de assassino profissional da "iniciativa privada". Assim que vi o nome do diretor McG na ficha técnica desanimei completamente, afinal de contas o que poderíamos esperar de um sujeito que assinou abobrinhas ao estilo de "As Panteras: Detonando" e "Guerra é Guerra!"? Felizmente o roteiro de Luc Besson consegue salvar parte do filme da banalidade completa. Digo em parte, porque nem tudo tem salvação nesse filme. Para começo de conversa a fita se mostra longa demais e com sérios problemas de ritmo pois ora a trama avança a passos largos, ora puxa o freio de mão. Outro problema é que o filme desliza no fio da navalha entre três gêneros diferentes sem ser bom em nenhum deles. Falha na aproximação entre pai e filha, deixa a desejar nas cenas de ação e funciona muito pouco nas cenas mais cômicas ou divertidas. De bom mesmo o espectador encontrará mesmo uma Paris cada vez mais linda e bem fotografada, inclusive com direito a um show de luzes nas costas do astro Costner. Outro bom ponto vem da trilha sonora, com muita música dance e hits franceses. Kevin Costner talvez por ser "americano demais" não se enquadra muito bem no cenário, mas no geral o filme fica mesmo no padrão mediano por causa de sua presença. Há pequenos detalhes no roteiro que nos remete a outros filmes de Besson como "Nikita - Criada Para Matar" e "O Profissional ", mas curiosamente o visual arrebatador e diferenciado que sempre foi a marca do cineasta aqui se mostra ausente pois o filme é esteticamente bem quadradinho e careta, quase burocrático. Talvez se Besson tivesse assumido mesmo a direção teríamos algo bem melhor do que o toque pesado e sem graça de McG.

3 Dias Para Matar (3 Days to Kill, Estados Unidos, França, 2014) Direção: McG / Roteiro: Adi Hasak, Luc Besson / Elenco: Kevin Costner, Hailee Steinfeld, Connie Nielsen, Tómas Lemarquis / Sinopse: Ex-agente da CIA aposentado por invalidez acaba sendo contratado por misteriosa mulher para localizar e matar um assassino chamado "O Lobo" pelas ruas de Paris.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Sexta-feira 13 - Parte 5 - Um Novo Começo

Título no Brasil: Sexta-feira 13 - Parte 5 - Um Novo Começo
Título Original: Friday the 13th - A New Beginning
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Danny Steinmann
Roteiro: Martin Kitrosser, David Cohen
Elenco: Melanie Kinnaman, John Shepherd, Shavar Ross

Sinopse:
Dez anos depois de matar o assassino mascarado Jason Voorhees, Tommy Jarvis está finalmente se recuperando. Ele passou seus últimos anos internado em hospitais psiquiátricos. Apesar do longo tratamento ainda não conseguiu se livrar de pesadelos sobre o retorno de Jason. Quando Tommy é enviado para uma casa de recuperação rural na Califórnia para adolescentes com transtornos mentais, uma série de terríveis assassinatos começam a novamente acontecer. Teria Tommy enlouquecido de vez ou Jason teria encontrado uma saída para o mundo dos mortos?

Comentários:
Depois do filme anterior que se denominava "O Capítulo Final" o que os fãs poderiam esperar? Pelo lógica nada mais, afinal seria o fim da franquia mas... o fato é que a lógica não se aplica muito nos filmes da série "Friday the 13th". Os executivos então tiraram da cartola "Um Novo Começo"! Ora, não era segredo para ninguém que os filmes de Jason Voorhees tinham se transformado numa mina de ouro para a Paramount. Afinal as produções eram baratas, não precisavam contar com elenco famoso e caro e rendiam seus milhões de dólares na bilheteria sem muito esforço. E como Jason estava sempre usando máscaras não havia problemas em substituir o ator que o encarnava a cada novo filme sangrento! Bem ao contrário de "A Hora do Pesadelo", por exemplo, que a cada nova produção havia problemas para aceitar o cachê pedido por Robert Englund para voltar à pele de Freddy Krueger. Essa quinta aventura optou por incorporar elementos que estavam na moda nos filmes de terror da época (estamos falando de meados dos anos 80). O resultado em minha opinião é muito bom até, apesar da apelação. Durante toda a projeção ficamos curiosos em saber como os roteiristas levam em frente um enredo que já deveria ter acabado no filme anterior. A imaginação a serviço do lucro!

Pablo Aluísio.

Sexta-feira 13 - Parte 6

Título no Brasil: Sexta-feira 13 - Parte 6 - Jason Vive
Título Original: Jason Lives - Friday the 13th Part VI
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Tom McLoughlin
Roteiro: Tom McLoughlin
Elenco: Thom Mathews, Jennifer Cooke, David Kagen

Sinopse:
Tommy Jarvis (Thom Mathews) vai ao cemitério para se livrar de uma vez por todas do corpo do serial killer Jason Voorhees (C.J. Graham), mas ao invés disso vez acaba inadvertidamente o trazendo de volta à vida! O assassino de milhares de jovens inocentes estava de volta. Agora Jason quer vingança, e Tommy deverá derrotá-lo de uma vez por todas. Indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor coleção em DVD / Blu-Ray.

Comentários:
Certa vez li uma crítica sobre o personagem Jason Voorhees dizendo que ele era o psicopata mais sem graça do cinema. Isso porque ele não passava de um assassino com um facão matando um bando de jovens em todos os filmes da franquia "Friday the 13th". Para piorar parecia imortal pois nunca morria, apesar de ser esfaqueado, baleado, decapitado e tudo mais que você possa imaginar. Certamente após um tempo Jason ficou mesmo completamente ridículo. A Paramount porém não queria perder sua lucratividade e por essa razão tomou um dos poucos caminhos que ainda restavam para o personagem, se auto satirizar. "Jason Lives - Friday the 13th Part VI" segue a linha violenta dos demais filmes mas pela primeira vez se dá ao luxo de rir de si próprio. Talvez por essa razão tenha sido elogiado em seu lançamento, encontrando o sucesso no mercado de VHS, onde se tornou um campeão de locações. Provavelmente o público já estava cansado de pagar entradas de cinemas para ver Jason, mas ele ainda valia o preço de uma locação no fim de semana. Assim no final das contas o humor (mesmo que negro) salvou a fita da irrelevância completa. Até hoje o filme é considerado um dos melhores da franquia. Se ainda não conhece dê uma chance a mais para Jason e sua incrível sede de sangue.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Eu Sou o Número Quatro

É uma aventura infanto-juvenil mais indicada para jovens na faixa de 15, 16 anos. Nada é muito original no roteiro. Basicamente é a velha estória de um grupo de jovens escolhidos que herdaram poderes especiais de um planeta distante e que estão escondidos na terra. Assim temos uma parte passada em um colégio americano (high School) com todos os tipos que já conhecemos de centenas de filmes anteriores (lá estão os nerds, os esportistas valentões, as patricinhas gatinhas, etc, etc). Essa parte inicial realmente é mais do mesmo. Nada de novo. No segundo ato temos o confronto entre os seres espaciais. Aqui ainda é um pouquinho mais movimentado, cheio de efeitos digitais (os vinte minutos finais do filme é todo em cima de muita pirotecnia). O grande problema dessa produção realmente é seu roteiro inexpressivo. Nada é muito desenvolvido, nem explicado. As coisas mais absurdas vão surgindo na tela sem nexo, ao acaso. A impressão que temos é que os produtores e o diretor estão pouco se importando com o público, no fundo se trata de mais um produto que tenta pegar carona no sucesso de Crepúsculo, só que saem os vampiros e entram os ETs.

O elenco é todo formado por desconhecidos. O único ator em cena que conheci foi o Timothy Olyphant dos seriados Damages e Justified. Ele interpreta um guerreiro que protege justamente o número quatro, que recebe o nome de John Smith. Esse ator que faz esse papel, chamado Alex Pettyfer, é muito fraco. Não tem expressão e nem muita presença mas tem bom look, o que no final das contas deve ser a única coisa que vá importar para as adolescentes que assistirão ao filme. A direção do D.J. Caruso é sem novidades, burocrática, feita sob encomenda para o estúdio. Enfim, o filme é isso, nada de muito relevante mas quem sabe possa vir até mesmo agradar ao público a que se destina.

Eu Sou o Número Quatro (I Am Number Four, Estados Unidos, 2011) Direção: David J. Caruso / Roteiro: Alfred Cough, Milles Milar / Elenco: Timothy Olyphant, Alex Pettyfer, Dianna Agron / Sinopse: Seres de outros planetas envolvidos numa disputa intergalática procuram se disfarçar de terráqueos. Um deles se faz passar por um simples adolescente de High School. Não tardará para que seus inimigos extraterrestres o venham caçar na Terra.

Pablo Aluísio.

Os Últimos Dias em Marte

Título no Brasil: Os Últimos Dias em Marte
Título Original: The Last Days on Mars
Ano de Produção: 2013
País: Inglaterra, Irlanda
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Ruairi Robinson
Roteiro: Sydney J. Bounds, Clive Dawson
Elenco:  Liev Schreiber, Romola Garai, Elias Koteas

Sinopse:
Um grupo de pesquisadores em Marte está em seu último dia de expedição no planeta vermelho. Durante um procedimento padrão de rotina um dos membros da equipe acaba sendo engolido por uma fenda. Enquanto os demais tentam lhe socorrer algo inesperado acontece. Uma bactéria desconhecida começa a infectar a todos, transformando a missão em uma terrível luta pela sobrevivência.

Comentários:
"The Last Days on Mars" até que começa muito bem. Em seus trinta primeiros minutos a tônica do roteiro é de seriedade, com muitas informações cientificas e bons efeitos digitais. A direção de arte, figurino e designs dos rovers espaciais são bem realizados. Eles se parecem até com antigas diligências do velho oeste, numa óbvia referência usada pelo diretor para criar um vínculo entre os pioneiros da colonização americana e aquelas astronautas em Marte, que afinal de contas também são pioneiros do espaço. Em determinado ponto chegamos mesmo a pensar que estamos vendo um filme realmente sério sobre o assunto. O problema é que como consta na sinopse logo uma bactéria começa a se alastrar entre os pesquisadores, transformando os infectados em verdadeiros zumbis espaciais. Pois bem, a partir do momento em que isso acontece a coisa toda desanda. O roteiro se torna extremamente derivativo a ponto de ser impossível não encontrar paralelos com a conhecida franquia "Aliens". Há uma tentativa de resgate desesperado dos sobreviventes mas isso também se torna caótico. No final das contas não chega a ser um filme ruim mas que deixa muito a desejar, principalmente para quem esperava encontrar por algo diferente. O clímax deixa a porta aberta para futuras continuações. Será que alguém vai se interessar?

Pablo Aluísio.

domingo, 21 de setembro de 2014

O Álamo

Título no Brasil: O Álamo
Título Original: The Alamo
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Wayne
Roteiro: James Edward Grant
Elenco: John Wayne, Richard Widmark, Laurence Harvey, Frankie Avalon

Sinopse:
Durante o ano de 1836 cresce o sentimento de separação do Texas do México. A intenção dos revolucionários é transformar o isolado estado em uma República independente. Para destruir o foco rebelde o governo mexicano envia um formidável exército de repressão comandado pelo general Santa Anna. Para resistir a invasão se insurge um pequeno mas valente grupo de homens no Álamo. Formado por soldados de carreira, voluntários e americanos do Tennessee liderados pelo coronel Davy Crockett (John Wayne) eles resolvem ficar no local para enfrentar bravamente o inimigo. Filme indicado aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Música e Melhor Ator Coadjuvante (Chill Wills). Filme vencedor do Oscar de Melhor Som. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Sonora Original (Dimitri Tiomkin).

Comentários:
Ao longo da carreira John Wayne dirigiu oficialmente apenas dois filmes, esse "O Álamo" e "Os Boinas Verdes" em 1968. De maneira não creditada ainda participou como co-diretor de "Rota Sangrenta" de 1955, "Os Comancheros" de 1961 (quando o diretor Michael Curtiz ficou doente demais para finalizar o filme) e por fim "Jake Grandão" de 1971. Em todas essas produções Wayne não fez feio como cineasta, muito pelo contrário, sempre pareceu tomar todas as decisões corretas. De todos os que assinou a direção nenhum foi tão pessoal quanto esse ousado faroeste de 1960. A intenção era recriar em cores épicas o famoso combate pela luta do forte Álamo (na verdade uma missão abandonada) no Texas. O evento histórico até hoje é celebrado no estado da rosa amarela justamente por ter sido um exemplo da bravura e orgulho do homem texano, que se recusou a se render mesmo diante de um poderoso exército mexicano que estava ali para garantir que o Texas continuasse a ser parte do México. No total o Álamo contava com apenas 185 homens que lutaram de forma corajosa contra mais de sete mil soldados sob comando do generalíssimo Santa Anna. Vale a pena ressaltar a coragem de John Wayne em algumas decisões que tomou ao rodar essa produção. A primeira delas foi o comprometimento com a história, evitando se render a meras concessões comerciais. Isso fez com que Wayne rodasse um filme longo, com duas horas e quarenta minutos de duração. 

Como bem sabemos filmes longos demais vendem menos ingressos pois ganham menos sessões de cinema durante o dia. Isso porém não depõe contra o resultado final, pois o filme jamais se torna pesado ou cansativo de assistir. O importante é que Wayne quis contar sua história da forma correta, sem perder nenhum detalhe histórico importante. A boa notícia é que seu objetivo foi alcançado. No desenrolar da trama também podemos notar que o cineasta John Wayne trouxe para a película muita coisa que aprendeu ao trabalhar ao lado de grandes diretores em sua carreira. A influência mais notável vem de John Ford. Wayne tenta recriar na tela pequenas nuances e detalhes que eram muito presentes na obra de Ford. Obviamente não consegue o mesmo impacto, até por falta de maior experiência atrás das câmeras, mas se sai muito bem. Assim "The Alamo" é uma prova que se quisesse, John Wayne poderia ter tido também uma bela carreira como diretor. Infelizmente o ator achava que dirigir trazia muita pressão, responsabilidades e riscos e por isso preferiu seguir trabalhando apenas como ator, atuando em seus bons e velhos faroestes. Uma pena, se tivesse seguido certamente teríamos por aí algumas pequenas jóias cinematográficas como esse "O Álamo".

Pablo Aluísio.

A Verdadeira História de Martin e Lewis

Título no Brasil: A Verdadeira História de Martin e Lewis
Título Original: Martin and Lewis
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: John Gray
Roteiro: John Gray, Arthur Marx
Elenco: Sean Hayes, Jeremy Northam, Paula Cale

Sinopse:
Jerry Lewis (Sean Hayes) é um comediante de night clubs de Nova Iorque que conhece o cantor e ator Dean Martin (Jeremy Northam). Depois de algum tempo se apresentando nas mesmas casas noturnas eles percebem que podem fazer um belo número juntos. A união de um palhaço careteiro e um galã de voz bonita acaba caindo no gosto do público e não demora para que todas as portas do show business se abram para eles, inclusive do cinema em Hollywood. Filme indicado ao Screen Actors Guild na categoria de Melhor Ator (Sean Hayes).

Comentários:
Telefilme bem realizado que se propõe a contar a história da dupla Jerry Lewis e Dean Martin. Juntos eles fizeram grande sucesso não apenas nos palcos, mas no cinema também. Foi uma parceria muito bem sucedida mas também repleta de dramas e problemas e o roteiro procura explorar o que acontecia nos bastidores. O filme é de certa forma didático e vai avançando na história até o rompimento entre eles. O primeiro desafio de se realizar uma produção como essa era encontrar uma dupla convincente de atores. Em relação ao papel de Jerry Lewis o ator Sean Hayes se sai muito bem. Para quem não lembra ele fez muito sucesso na série Will & Grace onde interpretava um gay muito divertido. Fisicamente ele lembra um pouco Lewis, mas o diferencial vem mesmo em sua atuação, que se revela bem inspirada. Já Jeremy Northam como Dean Martin está apenas correto. Também pudera, interpretar o Mr. Cool Martin não era mesmo uma tarefa das mais simples. Assim deixo a dica. O filme certamente não esgota o tema mas divertirá a quem é fã da dupla e da história do cinema americano.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de setembro de 2014

Poltergeist III

Título no Brasil: Poltergeist III
Título Original: Poltergeist III
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Gary Sherman
Roteiro: Gary Sherman, Brian Taggert
Elenco: Heather O'Rourke, Tom Skerritt, Nancy Allen

Sinopse:
A pequena Carol Anne (O'Rourke) dessa vez é enviada para morar com seus tios, uma forma de tentar livrar a jovem dos fantasmas que a atormentam. No novo lar, em um apartamento sofisticado de um grande edifício, tudo parece ter sido deixado para trás definitivamente. Mas será que a paz realmente reinará na vida de Carol Anne? Filme indicado ao Framboesa de Ouro na categoria Pior Atriz Coadjuvante (Zelda Rubinstein).

Comentários:
Se o segundo filme da franquia não tinha muita razão de ser, imagine a terceira parte! Infelizmente muitas séries vão ao limite simplesmente porque continuam rendendo uma margem de lucro considerada satisfatória pelos estúdios. Assim resolveram apelar, trazendo novamente a garotinha Carol Anne Freeling (O'Rourke) e os fantasmas que giram em torno dela de volta às telas. Nem preciso dizer que esse é o pior filme de todos. Se no segundo filme tínhamos um enredo que só fazia sentido em parte, aqui temos um roteiro que não faz sentido nenhum. O próprio argumento é muito fraco, tentando fazer terror em um arranha-céu de uma grande cidade americana! Existe cenário mais inadequado do que esse? Certamente não e por isso o filme tenha uma carga mínima de suspense e tensão. Tudo muito fraco e sem graça. Sinceramente não deveria nem mesmo existir para ser sincero. Em termos de "Poltergeist" ainda vale a mesma dica: assista ao primeiro e esqueça todos os demais.

Pablo Aluísio.

Poltergeist 2 - O Outro Lado

Título no Brasil: Poltergeist 2 - O Outro Lado
Título Original: Poltergeist II The Other Side
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM
Direção: Brian Gibson
Roteiro: Michael Grais, Mark Victor
Elenco: JoBeth Williams, Craig T. Nelson, Heather O'Rourke

Sinopse:
Depois dos acontecimentos terríveis do primeiro filme a família Freeling parece finalmente ter encontrado a paz, mas para sua decepção a garotinha Carol Anne Freeling (Heather O'Rourke) continua a despertar a atenção das pessoas, em especial de um grupo ligado ao mundo oculto e obscuro do mal. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhores Efeitos Especiais. Indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Terror e Melhores Efeitos Especiais.

Comentários:
Sequência do grande sucesso Poltergeist. A primeira grande ausência é a do próprio Steven Spielberg, que havia dado uma significativa ajuda no primeiro filme - que é considerado um clássico dos filmes de terror até nos dias atuais. Sua produção e seu dedo aqui fazem falta. Esse segundo filme tem aspectos interessantes, mas o roteiro apenas dá voltas em torno de si mesmo, tentando levar em frente um enredo que já havia se fechado muito bem no primeiro filme. O grande destaque vai para a equipe que criou os efeitos especiais, que são realmente ótimos, justificando as várias indicações que recebeu, inclusive da Academia. A garotinha Heather O'Rourke também chama a atenção pelo talento, apesar da pouca idade. Infelizmente morreu muito cedo o que acabou elevando ainda mais o status dessa franquia entre os fãs de filmes de terror. No geral é isso, um filme tecnicamente muito bem realizado, mas com um roteiro que deixa a desejar.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Heróis de Ressaca

Título no Brasil: Heróis de Ressaca
Título Original: The World's End
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures, Focus Features
Direção: Edgar Wright
Roteiro: Simon Pegg, Edgar Wright
Elenco: Simon Pegg, Nick Frost, Martin Freeman, Pierce Brosnan

Sinopse:
Depois dos quarenta anos, Gary King (Simon Pegg) resolve reunir seus quatro melhores amigos da escola secundária para um reencontro, fazendo o chamado quilômetro dourado, um caminho onde terão que beber em 12 bares (pubs) até chegar ao último conhecido como The World's End! Quando jovens eles tentaram cumprir toda a maratona de bebedeiras, mas não conseguiram. Agora é a chance de realizar esse feito que havia ficado para trás. 

Comentários:
Sinceramente eu já assisti muito filme louco na minha vida, mas como esse estou pra ver... Começa quase como uma comédia de costumes, com uma reunião de cinco amigos. Quatro deles não estão muito empolgados de voltar para uma última grande rodada nos pubs da velha cidade onde moravam, mas para Gary King (Simon Pegg) isso parece ser a coisa mais importante de sua vida. E então, como do nada, o filme dá uma reviravolta completa, robôs (sim, robôs!) surgem, começam a atacar os cinco amigos e aí meu camarada poucas coisas são mais malucas do que o roteiro dessa produção. Tudo bem, os ingleses são conhecidos por terem um tipo de humor próprio, excêntrico e fora dos padrões, mas nada irá lhe preparar para algo assim, tão nonsense! No elenco não há nenhum ator que seja mais conhecido dos brasileiros, a não ser o ex-James Bond Pierce Brosnan, em um papel sem a menor importância, com pequenas aparições no começo e no fim do filme. No geral é aquele tipo de enredo que você fica se perguntando onde diabos estava a cabeça do roteirista quando resolveu escrever algo assim? Só para ter uma ideia a última cena nos lembra de um típico filme pós-apocalíptico ao estilo Mad Max! Insanidade pouca é bobagem!

Pablo Aluísio.

Máfia no Divã

Título no Brasil: Máfia no Divã
Título Original: Analyze This
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Harold Ramis
Roteiro: Kenneth Lonergan, Peter Tolan
Elenco: Robert De Niro, Billy Crystal, Lisa Kudrow

Sinopse:
Paul Vitti (Robert De Niro) é um mafioso típico de Nova Iorque. Durão e implacável, ele trata seus inimigos ao velho estilo siciliano. Para sua surpresa porém começa a notar mudanças bruscas de comportamento, sofrendo de crises emocionais, ansiedade e insônia. Para se tratar acaba contratando os serviços do terapeuta Ben Sobol (Billy Crystal), que logo perceberá que tratar de seu novo cliente não será nada fácil.

Comentários:
Uma das críticas mais recorrentes a Robert De Niro em sua carreira é que em determinado momento de sua filmografia ele colocou seu talento em controle remoto e começou a interpretar personagens que, em última análise, eram auto paródias de si mesmo. " Analyze This" é provavelmente um dos maiores exemplos disso. O personagem de Bob De Niro no filme, Paul Vitti, é uma caricatura de mafiosos italianos no cinema. O ator também exagera e muito na dose. Tudo bem que se trata de uma comédia e tudo mais, porém não era preciso fazer tantas caretas e apelar tanto para um tipo de atuação que certamente decepcionará os fãs dos bons momentos dele no cinema - basta lembrar de seus clássicos dos anos 70 para entender a queda brutal de qualidade em seu trabalho. Ao seu lado surge Billy Crystal, que tem um tipo de humor muito específico, geralmente interpretando judeus nova-iorquinos (ou seja, a maioria de suas piadas só farão sentido completamente para essa comunidade, o que não tem nada a ver com a nossa cultura de um modo em geral). Confesso que nunca gostei muito desse filme e nem o acho particularmente engraçado. Como nota triste final, vale lembrar que a direção foi do ator e cineasta Harold Ramis, falecido recentemente. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Jornada nas Estrelas III - À Procura de Spock

Título no Brasil: Jornada nas Estrelas III - À Procura de Spock
Título Original: Star Trek III - The Search for Spock
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Leonard Nimoy
Roteiro: Gene Roddenberry, Harve Bennett
Elenco: William Shatner, Leonard Nimoy, DeForest Kelley

Sinopse:
Após o terrível combate com Khan, o capitão Kirk (William Shatner) toma consciência do alto preço que sua nave e tripulação tiveram que pagar ao enfrentar seu inimigo. Entre as maiores perdas está justamente a morte de seu principal oficial, o Dr. Spock (Leonard Nimoy), cujo corpo é enviado para o planeta Gênesis. Algo porém parece estar errado, pois a consciência de Spock, ao que tudo indica, sobreviveu à morte de seu corpo! Agora Kirk fará de tudo para trazer seu leal amigo de volta à vida. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films em cinco categorias, entre elas Melhor Filme de Ficção, Melhor Direção e Melhor Ator (William Shatner).
                                                                                                                                                                            
Comentários:
Considerado até hoje um dos melhores filmes da franquia "Star Trek". O motivo que levou muitos a creditarem tantos méritos ao filme nem são tão complicados de explicar. Logo nos créditos descobrimos que a direção foi entregue ao próprio Sr. Spock, ou melhor dizendo, ao ator Leonard Nimoy. Para quem acompanha cinema não foi uma novidade digna de nota já que Nimoy é considerado não apenas um bom ator, mas também um cineasta de mão cheia. Antes de estrear no cinema como diretor nesse filme ele dirigiu algumas séries como "Carro Comando" na TV. Tão elogiado foi por essa direção que voltaria em "Jornada nas Estrelas IV - A Volta para Casa", esse considerado por muitos o melhor filme de "Star Trek" no cinema. O enredo dá sequência aos acontecimentos que foram mostrados no filme anterior, criando uma ligação essencial e obrigatória entre os dois filmes. Por essa razão aconselho rever "Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan" antes de assistir a esse. É também o filme da franquia que melhor explora as nuances e complexidades do personagem Spock, que sempre foi um dos pilares de "Star Trek", tanto na TV como no cinema.  Some-se a isso bons efeitos especiais e um roteiro envolvente e esclarecedor, e você terá um excelente marco não apenas dentro do universo de "Jornada nas Estrelas" como também de todo o gênero Sci-fi.

Pablo Aluísio.

Jogos de Guerra

Título no Brasil: Jogos de Guerra
Título Original: WarGames
Ano de Produção: 1983
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: John Badham
Roteiro: Lawrence Lasker, Walter F. Parkes
Elenco: Matthew Broderick, Ally Sheedy, John Wood

Sinopse:
David (Matthew Broderick) é um jovem com muito talento para o mundo da informática que acaba descobrindo uma maneira de entrar no computador central do sistema de segurança do governo americano. Uma vez lá, ele percebe que se quiser poderá até mesmo dar origem a uma guerra nuclear entre União Soviética e Estados Unidos. Filme indicado aos Oscars de Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia e Melhor Som.

Comentários:
Um clássico da guerra fria. Assim de forma bem singela poderíamos definir esse "WarGames", um filme que captou como poucos o clima de paranóia que estava no ar durante os anos do governo Reagan. Por décadas o mundo viveu o temor de presenciar uma guerra nuclear entre as duas maiores potências militares da época. Agora imagine se tudo acontecesse por causa de um adolescente, que adentrasse o sistema de defesa, e começasse uma guerra real a partir da invasão dos computadores de alta segurança do Pentágono! Afinal de contas o mundo informatizado ainda dava pequenos passos nos anos 1980. Curiosamente o evento mostrado no filme, embora seja mera ficção, quase aconteceu de fato durante uma invasão ao mesmo sistema mostrado no filme. Isso aliado a um bom roteiro e a um clima muito bem recriado garante o interesse em "WarGames" mesmo nos dias de hoje. Foi o primeiro filme de repercussão de um ainda quase adolescente Matthew Broderick que, apesar da pouca idade, já dava sinais de que se tornaria um astro nos anos que viriam. Um bom resumo de uma época que já não existe mais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Conspiração Tequila

Título no Brasil: Conspiração Tequila
Título Original: Tequila Sunrise
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Robert Towne
Roteiro: Robert Towne
Elenco: Mel Gibson, Michelle Pfeiffer, Kurt Russell

Sinopse:
"Mac" Mckussic (Mel Gibson) é um traficante de drogas que deseja endireitar sua vida após um último grande golpe. Nick Frescia (Kurt Russell) é um tira que deseja descobrir seus planos. Curiosamente Mac e Nick tinham sido grandes amigos no passado, quando ambos eram apenas dois jovens de Nova Iorque. Para desvendar os próximos passos de Mac, Nick decide usar Jo Ann (Michelle Pfeiffer), uma bonita proprietária de restaurantes pelo qual Mac se sente particularmente atraído. O problema é que Nick acaba também revelando ter uma queda pela charmosa loira. Está assim armado então esse perigoso triângulo amoroso.

Comentários:
Nos anos 80 como todos sabemos o cinema de ação viveu seus dias de glória. Aqui temos dois astros do gênero reunidos em um filme só, Mel Gibson e Kurt Russell. Eles resolveram dar um tempo em suas respectivas franquias de sucesso para co-dividir o estrelato nessa, que podemos qualificar como uma "comédia romântica de ação" (por mais estranho que isso hoje em dia possa parecer). Sem abrir mão de cenas violentas o filme procurava também explorar a tensão sexual e romântica dos três personagens centrais, interpretados com muito carisma por Gibson, Russell e Pfeiffer. Essa última aliás está linda, mostrando toda sua beleza estética em belas tomadas e closes centrais. Até passa a impressão ao espectador que o diretor Robert Towne estava perdidamente apaixonado por ela (e segundo fofocas de bastidores da época foi exatamente isso que aconteceu). De uma maneira ou outra, apesar de ter tantas estrelas em seu elenco o sucesso do filme foi bastante moderado, bem abaixo das expectativas dos produtores. Mas isso não foi um problema pois como se vivia no auge do mercado VHS o filme logo recuperou seu investimento, gerando bastante lucro quando foi lançado em vídeo alguns meses depois. Hoje em dia não é muito lembrado, embora possa ser encontrado em reprises esporádicas pelas TVs a cabo. Se não viu, vale a pena dar uma olhada, mesmo que seja só para matar as saudades daqueles tempos.

Pablo Aluísio.

Splash - Uma Sereia em Minha Vida

Título no Brasil: Splash - Uma Sereia em Minha Vida
Título Original: Splash
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Ron Howard
Roteiro: Brian Grazer, Bruce Jay Friedman
Elenco: Tom Hanks, Daryl Hannah, Eugene Levy, John Candy 

Sinopse:
Allen Bauer (Tom Hanks) é um cara comum que vai levando sua vida até o dia em que encontra uma garota muito especial, Madison (Daryl Hannah). Ela certamente não se parece com as outras mulheres e isso é fácil de entender, Madison na verdade não é uma humana mas sim uma sereia! Quando era criança Allen havia sido salvo no mar por uma sereia mas com o passar dos anos se convenceu que tudo aquilo não passava de um sonho - que agora está prestes a se tornar realidade novamente.

Comentários:
Bom, todo mundo precisa começar a carreira de algum jeito. Com Tom Hanks foi com essa comédia muito simples chamada "Splash - Uma Sereia em Minha Vida". Se fosse depender do mercado de cinema ele certamente estaria em apuros já que o filme não fez qualquer sucesso nas bilheterias mas... o mercado de vídeo estava nascendo nos Estados Unidos e assim a fita VHS de "Splash" logo se tornou um dos primeiros sucessos de vendas nesse novo nicho de consumo. É a tal coisa, nem sempre o que não funcionava no cinema poderia ser descartado nas locadoras pois era certamente o tipo de diversão descompromissada que agradaria toda a família em sua própria casa. A produção é da Touchstone Pictures, que pertence aos estúdios Disney. Assim nada acontece de muito sério em cena, ficando tudo ali na comédia inofensiva, ao estilo pueril. O roteiro é fraquinho mas o elenco, esse sim carismático, segura as pontas perfeitamente. Hanks, jovem e disposto a vencer no mundo dos filmes, se empenha ao máximo para agradar mas quem acaba roubando a cena mesmo é a sereia Madison (Daryl Hannah). Ela viraria símbolo sexual e estamparia as capas de revistas por causa de seu longo e conturbado namoro com o filho de JFK. Até o bom comediante John Candy faz uma pontinha. Então é isso, tem curiosidade para ver como as pessoas se divertiam em casa com seus video cassetes durante os anos 80? Eis aí "Splash" para você sanar suas dúvidas.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

City Hall - Conspiração no Alto Escalão

Título no Brasil: City Hall - Conspiração no Alto Escalão
Título Original: City Hall
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Castle Rock Entertainment, Columbia Pictures
Direção: Harold Becker
Roteiro: Ken Lipper, Paul Schrader
Elenco: Al Pacino, John Cusack, Bridget Fonda

Sinopse:
Um garoto negro de apenas seis anos é morto acidentalmente pela força policial durante uma troca de tiros com bandidos. O fato lamentável acaba criando grande repercussão na mídia, levando uma crise inesperada para o centro do poder na cidade. Diante disso o prefeito John Pappas (Al Pacino) começa então um jogo de interesses nos bastidores, sendo muitas de suas ações contestadas. Para revelar toda a verdade surge então um jovem idealista, Kevin Calhoun (John Cusack), disposto a descobrir todos os menores detalhes do caso.

Comentários:
Um bom filme da carreira de Al Pacino que hoje em dia está praticamente esquecido. Mostra os bastidores da chamada pequena política americana, onde tomamos consciência que a corrupção não é apenas uma epidemia no Brasil, mas em todos os sistemas governamentais ao redor do planeta, até mesmo na hipocritamente sociedade puritana e sacrossanta dos Estados Unidos. A direção do filme é levemente burocrática, diria até arrastada e sem maiores surpresas, o que deixa a película com uma insuspeita cara de telefilme. Isso porém é superado rapidamente por causa do trio central de atores. Pacino, como sempre, rouba os holofotes, embora tenha sido criticado na época de lançamento do filme por usar de certos artifícios de interpretação para criar uma falsa sensação de grande atuação. John Cusack, o eterno ator indie do cinema americano, também traz grande relevância para seu papel, de um sujeito que logo descobre as (sujas) regras do jogo. Por fim temos a simpatia da Bridget Fonda que nos anos 90 era muito bonita e charmosa. "City Hall" não está entre os grandes filmes da filmografia de Al Pacino (o que seria impensado pelas inúmeras obras primas em que atuou ao longo de todos esses anos), mas seguramente é um dos mais interessantes por causa de seu tema sempre atual, que o diga os brasileiros.

Pablo Aluísio.

Olga

Título no Brasil: Olga
Título Original: Olga
Ano de Produção: 2004
País: Brasil
Estúdio: Europa Filmes, Globo Filmes
Direção: Jayme Monjardim
Roteiro: Rita Buzzar, baseada no livro de Fernando Morais
Elenco: Camila Morgado, Caco Ciocler, Fernanda Montenegro

Sinopse:
O filme Olga narra parte da rica biografia da alemã Olga Benário (1908 - 1942), uma das mais importantes militantes comunistas de seu período. Perseguida pelo regime autoritário de seu país de origem ela foge para Moscou e depois vem parar em terras brasileiras onde alimenta o sonho utópico de participar ao lado de seus companheiros de uma revolução socialista em nosso país. Filme vencedor de diversos prêmios ao redor do mundo, entre eles o Havana Film Festival, SESC Film Festival, Cinema Brazil Grand Prize e ABC Cinematography Award nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte.

Comentários:
Durante muitos anos o cinema brasileiro sofreu de um certo preconceito de que não poderia realizar bons filmes históricos, seja por questões orçamentárias, seja por falta de experiência maior de seus cineastas (sempre envolvidos com outros gêneros como a pornochanchada ou os dramas sociais). Pois bem, aqui temos um filme nacional extremamente bem realizado, com excelente reconstituição de época, contando a vida de uma personagem importante dentro da trajetória política do país. Obviamente que um roteiro que fosse tratar da biografia de Olga Benário poderia cair em várias armadilhas, inclusive ideológicas, pois a película facilmente cairia na vala comum da panfletagem política mais rasteira. Felizmente os realizadores conseguiram contar sua vida fugindo desse tipo de armadilha fatal para qualquer produção cinematográfica digna. Não há o levante de bandeiras, sejam elas vermelhas ou reacionárias. O cineasta se propõe apenas a contar parte da vida de Olga passada no Brasil de forma bem honesta e imparcial. Sua ideologia inclusive é tratada com uma certa nostalgia melancólica, de um tempo que não existe mais, quando os partidários do movimento de esquerda eram mais sonhadores, ideológicos e menos cínicos e corruptos. Uma pureza de intenções que se perderia no tempo. Assim o que temos é um produto muito inspirado, com atuações maravilhosas e produção requintada. Nada que lembre os anos sombrios do cinema brasileiro. Assista sem receios.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Desejo de Matar 4 - Operação Crackdown

Título no Brasil: Desejo de Matar 4 - Operação Crackdown
Título Original: Death Wish 4 - The Crackdown
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Brian Garfield, Gail Morgan Hickman
Elenco: Charles Bronson, Kay Lenz, John P. Ryan

Sinopse:
Depois de vingar a morte de entes queridos nos filmes anteriores tudo o que Paul Kersey (Charles Bronson) deseja é reconstruir sua vida e viver em paz. Ele conhece uma mulher interessante e começa um bom relacionamento com ela, mas infelizmente a criminalidade não dá tréguas. A filha de sua namorada se torna vítima de uma gangue de traficantes de crack. Sem outra opção Kersey resolve voltar às ruas para limpar a escória da sociedade.

Comentários:
Quarto e penúltimo filme da violenta franquia "Death Wish". Aqui Charles Bronson resolveu voltar ao papel após uma proposta irrecusável da Cannon, que havia adquirido os direitos de filmagem de várias franquias de sucesso do passado como "Superman" e é claro, "Desejo de Matar". A parceria foi muito bem sucedida fazendo inclusive Bronson a estrelar outras fitas da produtora. Aqui nada de muito original, aliás todos os filmes da série "Desejo de Matar" são variações apenas do primeiro filme. Nada de muito inovador, a não ser a idade de Bronson que começava a se tornar um problema para as cenas mais agitadas. Mesmo assim o ator conseguiu manter seu carisma à prova de falhas. O filme segue de perto a linha das produções de ação dos anos 80, assim se você curte esse estilo certamente não ficará decepcionado. Afinal de contas Bronson sempre foi um ídolo supremo dos fãs de action movies.

Pablo Aluísio.

O Atirador - Legado

Título no Brasil: O Atirador - Legado
Título Original: Sniper - Legacy
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures
Direção: Don Michael Paul
Roteiro: John Fasano
Elenco: Asen Asenov, Tom Berenger, Chad Michael Collins

Sinopse:
Vários oficiais de uma antiga operação militar denominada "Sentinela" (realizada no Afeganistão durante a intervenção americana naquele país) começam a ser assassinados por um misterioso atirador de elite. Os Marines então enviam um grupo especial de snipers para localizar e matar o assassino. Enquanto isso o jovem Brandon Beckett (Chad Michael Collins) resolve desobedecer ordens diretas de seus superiores para ir também atrás do atirador que matou seu pai, o lendário Thomas Beckett (Tom Berenger). A caçada vai começar.

Comentários:
Mais uma sequência tardia de uma antiga franquia de ação. O primeiro filme foi realizado em 1993 e no Brasil recebeu o título de "Sniper, O Atirador". Depois em 2002 veio sua continuação "O Atirador 2", sendo seguida em 2004 por "O Atirador 3". Dez anos depois temos esse quarto filme. Tom Berenger, já bastante envelhecido, retorna no papel do militar Thomas Beckett, considerado o melhor atirador de elite da história dos fuzileiros navais americanos. Aqui para tentar abrir uma possibilidade de novas sequências futuras, seu bastão é passado para seu próprio filho, Brandon (interpretado por Chad Michael Collins, um jovem ator de séries de TV, como por exemplo "CSI: Investigação Criminal" e "Blue Bloods"). O tema do roteiro é obviamente batido e não traz maiores surpresas, mas o filme é bem realizado (produzido pela Sony, não poderia ser diferente) e conta com boas cenas de ação, principalmente naquelas que envolvem tocaias e execuções pelos snipers, tanto no Afeganistão como na Síria, onde parte do enredo se passa. Para quem assistiu aos filmes anteriores se torna uma boa pedida, uma opção válida de diversão em uma tarde entediada de domingo. Vale a pena arriscar e assistir ao filme.

Pablo Aluísio.

domingo, 14 de setembro de 2014

Desejo de Matar 3

Título no Brasil: Desejo de Matar 3
Título Original: Death Wish 3
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: Michael Winner
Roteiro: Don Jakoby, Brian Garfield
Elenco: Charles Bronson, Deborah Raffin, Ed Lauter

Sinopse:
O arquiteto e justiceiro Paul Kersey (Charles Bronson) vai para Nova Iorque para vingar a morte de um amigo policial, causada por uma violenta quadrilha de bairro. Agora, armado com um poderoso equipamento bélico, ele está decidido a livrar as ruas daquela marginália infecta.

Comentários:
Terceiro e considerado o mais violento exemplar da franquia "Death Wish 3". A premissa é praticamente a mesma de todos os demais filmes da série. Alguma pessoa próxima a Kersey é assassinada e ele não encontra respostas do sistema legal em punir os criminosos. Assim resolve agir com as próprias mãos, aplicando aquilo que entende ser o mais justo possível. Nesse exemplar realizado nos anos 80, onde todos os filmes pareciam competir entre si para ser o mais violento, Bronson chega a utilizar um lançador de mísseis para detonar os bandidos!!! Como se trata mais uma produção da Cannon a sutileza certamente foi deixada de lado completamente. Já Charles Bronson continua em seu tipo habitual, personagem de poucas palavras e muita ação! Nesse exemplar da série ele mata mais gente do que em praticamente todos os dois filmes anteriores - virando literalmente um exterminador de bandidos urbanos. Ecos de uma época em que os filmes de ação dominavam as bilheterias em Hollywood.

Pablo Aluísio.