Título no Brasil: Olga
Título Original: Olga
Ano de Produção: 2004
País: Brasil
Estúdio: Europa Filmes, Globo Filmes
Direção: Jayme Monjardim
Roteiro: Rita Buzzar, baseada no livro de Fernando Morais
Elenco: Camila Morgado, Caco Ciocler, Fernanda Montenegro
Sinopse:
O filme Olga narra parte da rica biografia da alemã Olga Benário (1908 - 1942), uma das mais importantes militantes comunistas de seu período. Perseguida pelo regime autoritário de seu país de origem ela foge para Moscou e depois vem parar em terras brasileiras onde alimenta o sonho utópico de participar ao lado de seus companheiros de uma revolução socialista em nosso país. Filme vencedor de diversos prêmios ao redor do mundo, entre eles o Havana Film Festival, SESC Film Festival, Cinema Brazil Grand Prize e ABC Cinematography Award nas categorias Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte.
Comentários:
Durante muitos anos o cinema brasileiro sofreu de um certo preconceito de que não poderia realizar bons filmes históricos, seja por questões orçamentárias, seja por falta de experiência maior de seus cineastas (sempre envolvidos com outros gêneros como a pornochanchada ou os dramas sociais). Pois bem, aqui temos um filme nacional extremamente bem realizado, com excelente reconstituição de época, contando a vida de uma personagem importante dentro da trajetória política do país. Obviamente que um roteiro que fosse tratar da biografia de Olga Benário poderia cair em várias armadilhas, inclusive ideológicas, pois a película facilmente cairia na vala comum da panfletagem política mais rasteira. Felizmente os realizadores conseguiram contar sua vida fugindo desse tipo de armadilha fatal para qualquer produção cinematográfica digna. Não há o levante de bandeiras, sejam elas vermelhas ou reacionárias. O cineasta se propõe apenas a contar parte da vida de Olga passada no Brasil de forma bem honesta e imparcial. Sua ideologia inclusive é tratada com uma certa nostalgia melancólica, de um tempo que não existe mais, quando os partidários do movimento de esquerda eram mais sonhadores, ideológicos e menos cínicos e corruptos. Uma pureza de intenções que se perderia no tempo. Assim o que temos é um produto muito inspirado, com atuações maravilhosas e produção requintada. Nada que lembre os anos sombrios do cinema brasileiro. Assista sem receios.
Pablo Aluísio.
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terça-feira, 16 de setembro de 2014
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
O Tempo e o Vento
Título no Brasil: O Tempo e o Vento
Título Original: O Tempo e o Vento
Ano de Produção: 2013
País: Brasil
Estúdio: Globo Filmes
Direção: Jayme Monjardim
Roteiro: Tabajara Ruas, baseado na obra de Erico Veríssimo
Elenco: Fernanda Montenegro, Thiago Lacerda, Marjorie Estiano, Cléo Pires
Sinopse:
Em seu leito de morte Bibiana Terra Cambará (Fernanda Montenegro) relembra os principais fatos da história de sua família, algo que se confunde até mesmo com a fundação do estado do Rio Grande do Sul e toda a sua riqueza cultural. Assim conhecemos o surgimento do primeiro membro da família Terra, Pedro, que criado numa das sete missões acaba tendo que ir embora após o massacre dos religiosos e índios. Após ser encontrado agonizando em um leito de rio ele é levado para uma estância e lá se enamora de Ana Terra, dando origem a uma linhagem que se desenvolverá no transcorrer de todos os fatos importantes da região.
Comentários:
O imortal livro de Erico Veríssimo já havia sido adaptado com muito sucesso em formato de minissérie pela Globo mas agora volta como longa-metragem para o cinema. Gosto de dizer que Jayme Monjardim é um dos poucos cineastas (e diretores de telenovelas) no Brasil que conseguem trazer para sua obra elegância, sofisticação e talento. Seus trabalhos realmente possuem um diferencial em relação ao que é feito em nosso país. É um profissional de excelente nível, com pleno domínio das técnicas em sua direção. Um exemplo bem claro disso temo aqui, onde ele demonstra ter muito respeito com o livro que adapta para as telas. Essa nova versão de "O Tempo e o Vento" é muito bem realizada, com aquele tipo de capricho que vemos em que grandes produções. A fotografia se aproveita dos Pampas gaúchos de forma brilhante. Se existem problemas no filme certamente a culpa não é de Monjardim.
Talvez o calcanhar de Áquiles desse filme esteja em pontos dissonantes encontrado em seu elenco. Claro que Fernanda Montenegro está maravilhosa como Bibiana Terra Cambará, já idosa, relembrando todo o passado de sua família. Suas cenas ao lado de Thiago Lacerda são inspiradas. Já esse, na pele do carismático Capitão Rodrigo Cambará, também não decepciona. Claro que quem teve a oportunidade de ver a série com Tarcísio Meira nesse papel vai perceber que na interpretação de Meira o Capitão Rodrigo tinha mais vivacidade, mais presença, quase uma força da natureza. Com Lacerda temos uma boa caracterização mas nada excepcional ou que se compare ao trabalho realizado por Tarcísio Meira antes. Agora o ponto fraco mesmo vai para a atriz Cléo Pires. Sua personagem Ana Terra é uma das mais fortes dessa saga de "O Tempo e o Vento" mas Pires definitivamente não tem a garra e a experiência dramática para enfrentar o papel. Nas cenas mais dramáticas, vitais, ela não consegue passar para o espectador nem paixão, nem força, nem ira. Mesmo com esse problema eu deixarei a recomendação dessa nova versão. A trama é tão forte e marcante que consegue superar até mesmo falhas pontuais como essa. No geral temos que admitir que é um bom momento do cinema nacional atual.
Pablo Aluísio.
Título Original: O Tempo e o Vento
Ano de Produção: 2013
País: Brasil
Estúdio: Globo Filmes
Direção: Jayme Monjardim
Roteiro: Tabajara Ruas, baseado na obra de Erico Veríssimo
Elenco: Fernanda Montenegro, Thiago Lacerda, Marjorie Estiano, Cléo Pires
Sinopse:
Em seu leito de morte Bibiana Terra Cambará (Fernanda Montenegro) relembra os principais fatos da história de sua família, algo que se confunde até mesmo com a fundação do estado do Rio Grande do Sul e toda a sua riqueza cultural. Assim conhecemos o surgimento do primeiro membro da família Terra, Pedro, que criado numa das sete missões acaba tendo que ir embora após o massacre dos religiosos e índios. Após ser encontrado agonizando em um leito de rio ele é levado para uma estância e lá se enamora de Ana Terra, dando origem a uma linhagem que se desenvolverá no transcorrer de todos os fatos importantes da região.
Comentários:
O imortal livro de Erico Veríssimo já havia sido adaptado com muito sucesso em formato de minissérie pela Globo mas agora volta como longa-metragem para o cinema. Gosto de dizer que Jayme Monjardim é um dos poucos cineastas (e diretores de telenovelas) no Brasil que conseguem trazer para sua obra elegância, sofisticação e talento. Seus trabalhos realmente possuem um diferencial em relação ao que é feito em nosso país. É um profissional de excelente nível, com pleno domínio das técnicas em sua direção. Um exemplo bem claro disso temo aqui, onde ele demonstra ter muito respeito com o livro que adapta para as telas. Essa nova versão de "O Tempo e o Vento" é muito bem realizada, com aquele tipo de capricho que vemos em que grandes produções. A fotografia se aproveita dos Pampas gaúchos de forma brilhante. Se existem problemas no filme certamente a culpa não é de Monjardim.
Talvez o calcanhar de Áquiles desse filme esteja em pontos dissonantes encontrado em seu elenco. Claro que Fernanda Montenegro está maravilhosa como Bibiana Terra Cambará, já idosa, relembrando todo o passado de sua família. Suas cenas ao lado de Thiago Lacerda são inspiradas. Já esse, na pele do carismático Capitão Rodrigo Cambará, também não decepciona. Claro que quem teve a oportunidade de ver a série com Tarcísio Meira nesse papel vai perceber que na interpretação de Meira o Capitão Rodrigo tinha mais vivacidade, mais presença, quase uma força da natureza. Com Lacerda temos uma boa caracterização mas nada excepcional ou que se compare ao trabalho realizado por Tarcísio Meira antes. Agora o ponto fraco mesmo vai para a atriz Cléo Pires. Sua personagem Ana Terra é uma das mais fortes dessa saga de "O Tempo e o Vento" mas Pires definitivamente não tem a garra e a experiência dramática para enfrentar o papel. Nas cenas mais dramáticas, vitais, ela não consegue passar para o espectador nem paixão, nem força, nem ira. Mesmo com esse problema eu deixarei a recomendação dessa nova versão. A trama é tão forte e marcante que consegue superar até mesmo falhas pontuais como essa. No geral temos que admitir que é um bom momento do cinema nacional atual.
Pablo Aluísio.
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