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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Embattled: Dias de Luta

Parece filme ruim, mas surpreendentemente é um filme muito, muito bom. O ator Stephen Dorff interpreta um lutador veterano de MMA. No passado, ele teve uma vida familiar conturbada. Quando a carreira começou a decolar, ele brigou com a esposa e chegou a bater nela. Foi preso por violência doméstica. Depois abandonou a família, com um filho pequeno. Os anos passam e seu filho cresce. Ele se torna um jovem que está tentando encontrar um rumo na vida. Ainda estudante, ele vê as lutas como uma boa opção para ganhar um dinheiro rápido. E pede ajuda ao pai, que o negligenciou durante toda a sua existência. Inclusive, chegou a passar dificuldades financeiras, pois o velho, mesmo muito rico, nunca o ajudou nessa questão. Então, diante de uma vida familiar tão problemática, o velho lutador decide ajudar o filho, mas as coisas logo saem do controle. Há muitas mágoas no meio de caminho. E um choque entre eles, entre pai e filho, acaba se tornando inevitável. Conforme as tensões aumentam, logo a categoria resolve faturar. O que seria mais bem-sucedido do que uma luta entre pai e filho no octógono? 

Esse filme me surpreendeu. Eu pensei que seria um filme desses de lutas de artes marciais que são feitos em série todos os dias. Mas não, tem um roteiro excelente. Aqui, sim, os personagens são muito bem trabalhados e desenvolvidos. Embora as cenas de luta ainda estejam no centro da questão, eu diria que o mais importante é o relacionamento conturbado entre pai e filho. O ator Stephen Dorff encontra um dos melhores papéis de sua carreira. Ele realmente está excelente na pele desse veterano das lutas, que basicamente é um sujeito inescrupuloso, grosseiro, um verdadeiro escroto. O filme assim se sustenta muito bem até seu final. Vale como drama familiar e funciona também como filme de luta. Recomendo sem restrições.

Embattled: Dias de Luta (Embattled, Estados Unidos, 2020) Direção: Nick Sarkisov / Roteiro: Frank Ragen / Elenco: Stephen Dorff, Drew Starkey, Elizabeth Reaser / Sinopse: Pai e filho, ambos lutadores de MMA, acabam tendo que se enfrentar no octógono. E eles têm um histórico familiar muito conturbado e problemático. As diferenças familiares pelo visto vão acabar sendo resolvidas na base da violência.

Pablo Aluísio.

sábado, 21 de maio de 2022

O Portão

Título no Brasil: O Portão
Título Original: The Gate
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: New Century Entertainment
Direção: Tibor Takács
Roteiro: Michael Nankin
Elenco: Stephen Dorff, Christa Denton, Louis Tripp, Jennifer Irwin, Deborah Grover, Sean Fagan

Sinopse:
Garotos encontram o que parece ser um ovo fossilizado. Depois encontram um buraco no quintal de sua casa que parece ser um portão que leva diretamente ao inferno. E de lá começam a surgir pequenas criaturas mortais.

Comentários:
Esse filme de terror dos anos 80 chamava mais a atenção por seus bons efeitos especiais do que por causar medo ao espectador. A história de garotos que acabam encontrando por acaso um portão para o inferno servia basicamente como pano de fundo para o ataque dos monstrinhos. Sim, monstrinhos, pois eram demônios em miniatura, o que não significava que eles não tinham poder de destruição. Na época chamou a atenção o efeito de um corpo se transformando em dezenas de pequenos demons, algo que funcionava muito bem na era do VHS. As cenas são bem montadas e apostam em suspense também já que o orçamento não suportava muitas tomadas de efeitos pois custavam caro. Melhor assim pois toda a situação passou a ser melhor trabalhada. Esse filme inclusive poderia sofrer um remake com os efeitos digitais do mundo atual. Seria no mínimo curioso e interessante.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

O Retorno da Lenda

Bom faroeste. O filme mostra inicialmente a vida do velho Henry, que vive ao lado do filho adolescente em uma fazenda no velho oeste. A vida é dura. Um dia, cavalgando em sua propriedade, ele encontra um homem ferido e desmaiado perto de um riacho. Ele levou um tiro. Ao lado dele Henry encontra uma bolsa com dinheiro. Decide então levar o homem (naquele momento inconsciente) para casa. Acaba amarrando o sujeito porque um pouco de cautela seria mais do que necessária. Afinal aquele sujeito poderia ser um criminoso. Não demora muito e chega um grupo na sua fazenda. O líder se diz xerife de uma cidade próxima. Está em busca de um bandido que foi atingido por um tiro. O problema é que o homem baleado, ao recobrar a consciência, disse a Henry que ele era o xerife que havia sido perseguido por bandidos. Afinal quem estaria dizendo a verdade no meio daquela delicada situação? Quem é o xerife e quem é o bandido?

Eu costumo dizer que para se fazer um bom western basta apenas um bom roteiro que explore uma situação básica de tensão. É justamente o que acontece aqui. Há um fazendeiro no meio de pessoas que contam histórias que podem ser verdades ou mentiras. Claro que no fundo ele está no meio de um fogo cruzado. Certamente em algum momento ele vai ter que se posicionar. O roteiro desse filme ainda abre margem para a exploração de uma das maiores lendas do velho oeste (e claro que não vou contar do que se trata para não estragar as surpresas para o espectador). No geral gostei bastante da história do velho Henry (Old Henry). É um filme até curto (menos de 90 minutos de duração), mas que cumpre muito bem sua proposta de ser um bom entretenimento no fim de noite.

Old Henry (Estados Unidos, 2021) Direção: Potsy Ponciroli / Roteiro: Potsy Ponciroli / Elenco: Tim Blake Nelson, Stephen Dorff, Scott Haze, Gavin Lewis / Sinopse: O filme conta a história do velho Henry (Nelson) que tem uma fazenda no velho oeste. Certo dia encontra um homem ferido em sua propriedade e decide ajudá-lo. Só que um bando de homens armados surge atrás do mesmo sujeito. O líder deles, um mal encarado que se diz chamar Ketchum (Dorff), afirma ser xerife. E quer que o fazendeiro entregue o homem. Estaria dizendo a verdade?

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de dezembro de 2020

Medo Ponto com Br

Título no Brasil: Medo Ponto com Br
Título Original: Feardotcom
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: William Malone
Roteiro: Moshe Diamant, Josephine Coyle
Elenco: Stephen Dorff, Natascha McElhone, Stephen Rea, Udo Kier, Amelia Curtis, Jeffrey Combs

Sinopse:
Um detetive da cidade de Nova York investiga mortes misteriosas que ocorrem 48 horas depois que os usuários acessam um site chamado feardotcom. Qual seria o segredo que estaria por trás desse website tão mortal?

Comentários:
Thriller policial com doses de terror e suspense. Nos Estados Unidos surgiu com o subtítulo de "O último site que você verá na sua vida". No Brasil chegou a fazer um certo sucesso. Agora, nada justifica o péssimo título nacional, afinal é um filme estrangeiro, com história passada em Nova Iorque. Por qual razão então usaram o ".br"? O mais correto seria que o filme aqui em nosso país se chamasse simplesmente "Medo.com". Pronto, mais simples e menos idiotizado. No mais o filme tem algumas boas cenas e a presença do bom ator Stephen Dorff. Ele que nunca ganhou uma chance de verdade no cinema. Ele se destacou apenas em "Os Cinco Rapazes de Liverpool", onde interpretou o ex-Beatle Stuart Sutcliffe. Na TV recentemente esteve interpretando também um detetive em "True Detective", uma das melhores coisas que a HBO produziu nos últimos anos. Já esse filme do começo dos anos 2000 é apenas regular. Para assistir uma vez e depois esquecer.

Pablo Aluísio.

domingo, 24 de novembro de 2019

Sangue & Vinho

Título no Brasil: Sangue & Vinho
Título Original: Blood and Wine
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Bob Rafelson
Roteiro: Nick Villiers, Bob Rafelson
Elenco: Jack Nicholson, Michael Caine, Stephen Dorff, Judy Davis, Harold Perrineau, Mike Starr

Sinopse:
Alex (Jack Nicholson) tem um casamento horrível. Sua vida profissional também acabou. Ele vende vinhos, alguns de péssima qualidade. Nesse momento crucial de sua vida ele decide radicalizar. Se une a um amigo e a sua amante cubana para roubar um colar de diamantes que custa uma verdadeira fortuna.

Comentários:
Eu sempre gostei muito do Jack Nicholson. Ele é seguramente um dos meus atores preferidos de todos os tempos. Porém é fato que conforme sua carreira ia chegando ao fim ele meio que deixou de se importar com os filmes que fazia. Simplesmente ligou o controle remoto. Não se importou mais. Jack se aposentou há quase 10 anos. Antes disso ele faz alguns filmes bem mais ou menos. Esse "Blood and Wine" foi um deles. Não causou nenhuma repercussão dentro da mídia e de certa maneira passou em brancas nuvens. Não chegou sequer a ser lançado nos cinemas brasileiros, indo direto para o mercado de vídeo. Perguntado por um jornalista porque havia trabalhado nesse filme, o bom e irônico Jack simplesmente respondeu: "Eu queria dar um trabalho para meu velho amigo Bob Rafelson". Pois é, Jack entrou no projeto apenas para que o diretor finalmente conseguisse financiamento para esse roteiro que estava há anos engavetado. Eu considero um filme sem brilho, apagado. Custou pouco e rendeu muito menos nas bilheterias. Jack Nicholson deu de ombros, acendeu o cigarro e se foi. Ele sabe que já fez praticamente tudo o que um grande ator como ele poderia ter feito. Por que se importar ainda? Tudo bem, é um ponto de vista. O problema é alguém no público também se importar em ver o filme. Por que alguém iria assistir ao filme? Aí é o grande X da questão.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

True Detective - Terceira Temporada

True Detective 3.01 - The Great War and Modern Memory - E começa a terceira temporada dessa excelente série da HBO. Eu gostei muito da primeira temporada, porém a segunda deixou um pouco a desejar no meu ponto de vista. A boa notícia é que nessa terceira leva de episódios tudo me pareceu bem de acordo com os primeiros episódios e isso é obviamente sinal de qualidade. Aqui temos dois policiais, Wayne Hays (Mahershala Ali, ótimo ator) e Roland West (Stephen Dorff). Eles estão em uma noite particularmente tediosa quando recebem o chamado da central. Duas crianças estão desaparecidas. Elas saíram para passear de bicicleta e nunca mais foram localizadas. Sabemos que esse caso acabaria mudando a vida dos tiras justamente porque o primeiro episódio explora três linhas temporais diferentes, no passado distante, quando as crianças sumiram, em um passado mais recente e finalmente no presente. E o caso, pelo visto, segue misterioso e sem solução. Gostei muito desse primeiro episódio. Pelo andar da carruagem essa terceira coleção de episódios inéditos promete e muito! Irei acompanhar com atenção e esperando pelo melhor. / True Detective 3.01 - The Great War and Modern Memory (Estados Unidos, 2019) Direção: Jeremy Saulnier / Roteiro: Nic Pizzolatto / Elenco: Mahershala Ali, Carmen Ejogo, Stephen Dorff.

True Detective 3.03 - The Big Never  
Duas crianças desaparecidas. O menino foi encontrado dentro de uma gruta, com as mãos unidas, como se estivesse rezando. Nesse episódio o policial Wayne Hays (Mahershala Ali) descobre o local exato onde ele foi morto. Sua cabeça foi jogada contra uma pedra pontuda. No lugar ele também encontra brinquedos dentro de uma pequena valise. Ao que tudo indico esses brinquedos foram usados para atrai-lo. A menina segue desaparecida. Há rumores por todos os lados dizendo que ela ainda está viva, mas as tentativas de localizá-la não dão em nada. Hays fica tão obcecado pela busca que basta sua filha sumir um pouco de sua vista, dentro de um supermercado para que ele entre em desespero. É uma paranoia formada justamente pelo caso que está investigando. Outras pistas vão surgindo. Um fazendeiro que mora perto do lugar onde o menino foi morto diz que viu um carro marrom rondando a região no dia em que as crianças desapareceram. Havia uma mulher branca, acompanhada de um homem negro. As pistas porém são vagas demais para dar uma direção melhor para as investigações. / True Detective 3.03 - The Big Never  (Estados Unidos, 2019) Direção: Daniel Sackheim / Roteiro:  Nic Pizzolatto / Elenco: Mahershala Ali, Carmen Ejogo, Stephen Dorff.

True Detective 3.04 - The Hour and the Day
Os investigadores seguem na sua via crucis para descobrir o que aconteceu com as crianças. O garoto foi encontrado numa caverna. A menina sumiu. Eles então resolvem descobrir quem vendeu as bonecas de pano que foram encontrados na cena do crime. Descobrem a velha senhora que os vendeu numa quermesse da igreja católica da cidade. E ela consegue se lembrar de um homem negro, cego de um olho, que havia lhe comprado dez bonecas de uma só vez - algo que nunca havia acontecido antes. Sem dúvida uma pista importante. Um aspecto importante do roteiro desse episódio vem do fato de que ele deixa bem claro, em diversas idas e vindas no tempo, que o caso ficou sem solução por anos, ou melhor dizendo, décadas! Um verdadeiro martírio para todos os envolvidos. / True Detective 3.04 - The Hour and the Day (Estados Unidos, 2019) Direção: Nic Pizzolatto / Roteiro: Nic Pizzolatto / Elenco: Mahershala Ali, Carmen Ejogo, Stephen Dorff.

True Detective 3.05 - If You Have Ghosts
Nesse episódio o policial Wayne Hays (Mahershala Ali) explode os miolos do catador de lixo, um veterano da guerra que vivia de recolher latas, roupas velhas, pelas ruas, etc. Criou-se uma mentalidade (errada) de que ele teria algo a ver com a morte das duas crianças. Então os caipiras decidem dar uma surra nele, mas quando chegam lá tudo vai pelos ares - pois havia várias armadilhas prontas para detonação. Outro aspecto interessante desse episódio é que ele revela que a garota pode estar viva. Muito provavelmente virou prostituta nas ruas, usuária de drogas, mas os tiras não conseguem encontrá-la. Uma mulher liga para a polícia e pede para que a deixem em paz, fazendo entender que no passado ela foi alvo de abuso infantil, talvez do próprio pai que ela agora quer distância. Pedofilia? Pode ser... / True Detective 3.05 - If You Have Ghosts (Estados Unidos, 2019) Direção: Nic Pizzolatto / Roteiro: Nic Pizzolatto / Elenco:  Mahershala Ali, Carmen Ejogo, Stephen Dorff.

True Detective 3.06 - Hunters in the Dark
As investigações tomam um novo rumo onde o pai das crianças passa a ser o principal suspeito. Só que a situação é tão enrolada e de complicada solução que o chefe do departamento de polícia resolve encobrir tudo. Oficialmente a polícia assume a versão de que o homem que vivia de recolher lixo foi o culpado. Ele teria matado as crianças. Provas? Roupas deles teriam sido encontradas em sua casa. Tudo balela, tudo prova plantada. Claro, os dois detetives não concordam com isso tudo e seguem em frente, porém enfrentando cada vez mais pressão para desistirem de tudo. Não é de se admirar que o caso tenha durado anos e anos sem um fim definitivo. Para piorar, as pistas de que Julie estaria viva, sendo prostituta e usando drogas em algum lugar, ficam ainda mais evidentes. Até o tio dela, um drogado, estaria disposto a entregar parte da verdade em troca de sete mil dólares. Jogo sujo. / True Detective 3.06 - Hunters in the Dark (Estados Unidos, 2019) Direção: Daniel Sackheim / Roteiro: Nic Pizzolatto, Graham Gordy / Elenco: Mahershala Ali, Carmen Ejogo, Stephen Dorff.

True Detective 3.07 - The Final Country 
A pista da vez é um estrenho sujeito. A descrição fala em um homem alto, negro, com apenas um olho. O outro seria cego. Quem seria esse homem misterioso? Qual seria sua ligação com a morte das crianças? Um casal que morava perto da floresta também sempre surge nas investigação. Era formado por um homem negro e uma mulher branca. E coisas avulsas vão surgindo também ao longo do episódio. Teria a mãe vendido a própria filha para uma rede de pedofilia comandas por homens poderosos do estado? Muitas perguntas, muitas pistas, nenhuma resposta definitiva. Sobra para o velho detetive aceitar o convite de um senhor chamado Hoyt. Ele quer esclarecer as coisas, colocar seu ponto de vista. Será que pelo menos isso seria verdade? A conferir no próximo episódio. / True Detective 3.07 - The Final Country (Estados Unidos, 2019) Direção: Daniel Sackheim / Roteiro: Nic Pizzolatto, Nic Pizzolatto / Elenco: Mahershala Ali, Carmen Ejogo, Stephen Dorff.

True Detective 3.08 - Now Am Found
Esse é o último episódio da terceira temporada. E como termina a terceira temporada de True Detective? Segura, que lá vai spoiler. Depois de 25 anos de investigação finalmente os dois detetives descobrem o que aconteceu com a menina Julie. O homem negro, cego de um olho, é localizado e ele conta tudo... ou quase tudo. A pessoa chave em seu desaparecimento foi a filha do Sr. Hoyt, uma mulher mentalmente perturbada chamada Isabel. Após perder o filho e o marido em um acidente de carro, ela perdeu também a razão, ficando insana. Um dia olhando pela janela viu Julie passando. Achando ela parecida com sua filha Mary, que morreu no acidente, ela pediu para que a menina a visitasse. Contando com a aceitação da mãe de Julie e menina então foi levada para a casa de Isabel. E lá ficou por algumas semanas, brincando com o irmão. A visita da menina fez bem para a saúde mental de Isabel, a tal ponto que ela foi se recuperando. Infelizmente durante uma brincadeira na floresta o pequeno irmão de Julie morreu ao cair e bater a cabeça numa pedra. A partir daí tudo desandou. Julie foi parar em um abrigo para freiras e lá tentou retomar sua vida. Para evitar que fosse perseguida as freiras forjaram sua morte, mas no final de tudo Julie reencontrou a felicidade, se casou e teve uma filhinha. Numa das cenas finais o policial negro Wayne Hays (Mahershala Ali) vai parar na casa de Julie, agora mãe e esposa. Foi um desfecho ideal para um caso que parecia sem solução. E felizmente para todos a menina desaparecida finalmente estava feliz. E assim temos um final feliz apropriado para essa temporada. / True Detective 3.08 - Now Am Found (Estados Unidos, 2019) Direção: Daniel Sackheim / Roteiro: Nic Pizzolatto / Elenco: Mahershala Ali, Carmen Ejogo, Stephen Dorff.

Pablo Aluísio.

sábado, 18 de agosto de 2018

Ruas Selvagens

Título no Brasil: Ruas Selvagens
Título Original: Deuces Wild
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Scott Kalvert
Roteiro: Paul Kimatian, Christopher Gambale
Elenco: Stephen Dorff, Brad Renfro, Fairuza Balk, Norman Reedus, Max Perlich, Drea de Matteo

Sinopse:
Dois irmãos se envolvem com gangues pelos bairos mais violentos de Nova Iorque. Um deles sucumbe ao vício, tendo uma overdose fatal. O outro que sobrevive decide então lutar contra o tráfico de drogas no bairro onde mora, causando com isso uma verdadeira guerra nas ruas.

Comentários:
Assisti a esse filme principalmente pela presença do ator Stephen Dorff. Gosto de seu trabalho desde a primeira vez que assisti "Os Cinco Rapazes de liverpool" onde interpretava o "quinto Beatle", Stuart Stutcliff. A partir daí ele fez uma série de filmes menores, nenhum deles de grande repercussão nas bilheterias. Esse "Ruas Selvagens" é até bem realizado, mas parte de uma premissa meio furada. Um membro de gangue que quer varrer as drogas de Nova Iorque! Quem já ouviu falar numa coisa dessas? Membros de gangues são criminosos e como tais usam o tráfico como principal fonte de renda. Bandido é bandido! Não tem sentido tentar colocar valores morais em um personagem criminoso. O resto do elenco é todo jovem, mas sem muita expressão. Acredito que seja apenas um filme passageiro, desses que você assiste na TV a cabo sem maiores compromissos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Leatherface

Esse foi um dos últimos trabalhos do cineasta Tobe Hooper, falecido recentemente. Ele não dirigiu o filme, apenas o produziu e deu algumas sugestões ao roteiro. A fita é uma nova tentativa de levar em frente a franquia "O Massacre da Serra Elétrica", só que ao invés de seguir contando a história da infame família assassina, o roteiro volta no tempo, para mostrar as origens de Leatherface, o mais violento e insano membro do clã. Assim somos levados até os anos 1950. A família Sawyer vive em uma pequena fazenda decadente e perdida no meio do Texas. São violentos, sádicos e mentalmente perturbados. Quando o jovem caçula faz aniversário eles levam um ladrão de porcos da região para ser torturado ao lado do bolo com velinhas. Mais alucinado do que isso impossível.

Depois passam dos limites quando matam e torturam a adolescente filha do xerife Hal Hartman (Stephen Dorff). O policial não consegue provas contra todos, mas tem uma vitória ao enviar os dois filhos mais jovens daquela família assassina ao reformatório especializado em jovens criminosos que são diagnosticados com problemas mentais. Jared, o futuro Leatherface, assim cresce nesse manicômio judiciário juvenil. Após dez anos de sua internação há uma rebelião na instituição e ele finalmente ganha a liberdade. Ele foge com outros internos, psicopatas jovens, que logo espalham terror pelas estradas e fazendas por onde passam. Para capturá-los vai novamente o xerife Hartman, só que agora ele pretende matar todos eles, sem se importar com a lei.

Como não poderia deixar de ser o filme é bem violento. Essa franquia nunca foi conhecida pela sutileza, muito pelo contrário, sempre foi sanguinária ao extremo. O problema é que o roteiro não avança muito em sua proposta original. É certo que saber o começo da vida do monstruoso  Leatherface seria algo bem interessante para os fãs de terror, mas aqui eles não conseguiram desenvolver muito esse personagem. Ele, sob supervisão médica, até consegue avanços, se torna uma pessoa melhor, até se apaixona e defende uma jovem enfermeira no reformatório, mas uma vez solto e sem medicação se torna novamente um louco feroz. A volta ao convívio com sua família (uma quadrilha de caipiras insanos) só piora tudo. O clímax acontece justamente quando ele usa pela primeira vez a serra elétrica para trucidar duas vítimas. Poderia ser uma cena de alto impacto, mas achei bem banal. Então é isso, um novo filme que tenta revitalizar uma antiga franquia, com resultados bem modestos.

Leatherface (Estados Unidos, 2017) Direção: Alexandre Bustillo, Julien Maury / Roteiro: Seth M. Sherwood, Tobe Hooper, Kim Henkel / Elenco: Stephen Dorff, Lili Taylor, Sam Strike, Vanessa Grasse, Sam Coleman / Sinopse: Após a morte violenta da adorável filha adolescente do xerife, o jovem Jared Sawyer (Strike) é enviado para um manicômio juvenil onde fica internado por dez anos. Após uma rebelião de internos ele consegue fugir ao lado de outros malucos violentos. Juntos, pelas estradas do Texas, causam terror e massacres sanguinários por onde passam.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Os Cinco Rapazes de Liverpool

Mesmo depois de tantos anos de seu lançamento (e lá se vão 21 anos de sua estréia!) ainda considero o melhor filme já feito sobre os Beatles no cinema. O mais famoso grupo de rock da história aqui surge como um bando de jovens amigos, que ainda não sabiam direito o que fariam da vida, mas que nesse meio tempo resolveram apostar no velho sonho de fazer sucesso no mundo da música. O interessante é que nessa fase eles eram cinco e não quatro, como foram imortalizados. O roteiro assim foca na figura de Stuart Sutcliffe (Stephen Dorff), o quinto Beatle, que para muitos ainda segue sendo um completo desconhecido. Grande amigo pessoal de John Lennon, ele foi incorporado aos Beatles por causa de sua amizade, embora não soubesse tocar direito nenhum instrumento. Na verdade ele sonhava ser artista plástico e se casar com sua namorada, a bela Astrid Kirchherr (Sheryl Lee), embora o destino lhe reservasse outro caminho.

A história dessa grande amizade é o foco principal dessa produção que contou ainda com uma maravilhosa trilha sonora, que procurou revitalizar o som que o grupo tinha na época, quando eles foram para a Alemanha lutar por alguns trocados, tocando em boates cavernosas e bares de strip-tease. Nunca os Beatles foram tão humanos e próximos de nós como nesse filme, um verdadeiro clássico moderno que mostra acima de tudo que é possível se fazer um grande filme sobre alguns dos maiores mitos do olimpo da música mundial. Um belo retrato de uma amizade que rompeu a barreira do tempo.

Backbeat - Os 5 Rapazes de Liverpool (Backbeat, Inglaterra, Alemanha, 1994) Direção: Iain Softley / Roteiro: Iain Softley, Michael Thomas / Elenco: Stephen Dorff, Sheryl Lee, Ian Hart. / Sinopse: O filme resgata a história dos Beatles em seus primórdios. Filme vencedor do BAFTA Awards na categoria de Melhor Filme Musical.

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A Vida em Motéis

Depois da morte da mãe, os irmãos Flannigans ganham o mundo. Apesar de serem bem jovens, eles resolvem ir embora com medo de irem parar em algum orfanato. Para isso resolvem pular em um trem em movimento, como fazem os andarilhos americanos. No momento em que Jerry Lee (Stephen Dorff) tenta subir no vagão porém ele cai e acaba perdendo sua perna, esmagada nos trilhos. Os anos passam e os irmãos sentem como é duro ganhar a vida como eles, sem ninguém que os ajude. Vivendo de empregos medíocres, indo de motel barato em motel barato nas beiras de estrada, eles tentam levar a vida em frente, mas isso definitivamente não é fácil, muito pelo contrário, os caminhos tortuosos são muitos e uma noite, após atropelar por acidente um garoto numa noite de nevada, Jerry decide que sua hora chegou. Engatilha sua arma e... será que terminará sua vida de forma tão cruel e melancólica? A única coisa que parece lhe prender nessa vida cheia de dramas e dificuldades é mesmo a presença sempre constante de seu irmão, Frank Lee (Emile Hirsch), um jovem sonhador, que sempre lhe conta incríveis estórias envolvendo muita imaginação, em uma verdadeira fuga da dura realidade da vida. Para Frank o maior desafio é mesmo esquecer Annie James (Dakota Fanning), a problemática filha de um prostituta que ele ainda parece amar.

Gostei bastante desse pequeno, mas muito humano "The Motel Life". O roteiro é realmente muito bem escrito, mostrando a vida de dois irmãos abandonados à própria sorte. Pobres e sem destino, eles vão tentando sobreviver um dia de cada vez. Frank Lee tem uma imaginação e tanto e Jerry Lee tem bastante talento com desenhos. Essa característica dos irmãos abre margem à excelentes animações que vão se sucedendo ao longo da estória. Enquanto Frank vai contando os enredos, Jerry os imagina em seu traço de desenho. Há um constante clima de melancolia e tristeza que vai acompanhando os personagens em suas andanças rumo a lugar nenhum. Em termos gerais é um filme triste, sobre pessoas que estão à margem da sociedade, sem esperanças e sem perspectivas maiores de um dia melhorar de vida. Mesmo assim vale muito a pena. A dupla central de atores é ótima. Há muito tempo que Emile Hirsch se destaca na ala mais jovem de Hollywood, estrelando filmes ótimos como, por exemplo, "Na Natureza Selvagem". Seu papel aqui é muito emocional pois ele ama uma garota tão problemática quanto ele mesmo. Já Stephen Dorff é outra grata surpresa. Quem não se lembra de sua marcante interpretação do "quinto Beatle" Stuart Sutcliffe em "Backbeat - Os 5 Rapazes de Liverpool"? Pois é, depois de alguns anos meio sumido ele volta finalmente a um bom personagem nessa bela fita, onde tem alguns dos melhores diálogos do roteiro para declamar. Assim deixo a preciosa dica desse filme que certamente vai agradar a um tipo de público mais sensível e sentimental.

A Vida em Motéis (The Motel Life, Estados Unidos, 2012) Direção: Alan Polsky, Gabe Polsky / Roteiro: Micah Fitzerman-Blue, Noah Harpster / Elenco: Emile Hirsch, Stephen Dorff, Kris Kristofferson, Dakota Fanning / Sinopse: Dois irmãos tentam viver nos Estados Unidos após a morte de sua mãe com câncer. Vivendo de pequenos empregos, morando em motéis baratos, eles tentam se agarrar a algum fio de esperança em suas sacrificadas existências. Filme indicado ao prêmio do Chicago International Film Festival.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Blade

Já que os personagens de quadrinhos estão em alta ultimamente no mundo do cinema que tal relembrar de um dos mais improváveis sucessos desse universo? Se trata de “Blade”, personagem de segundo escalão que nunca conseguiu se destacar nem nas revistas em quadrinhos. Também pudera, se tratava de um herói incomum, meio homem, meio vampiro, um morto-vivo amaldiçoado que habitava o universo do submundo em plena década de 70. Tudo muito exagerado, gore e sujo. Blade era uma espécie de vira-lata no meio do panteão Marvel com todos aqueles heróis virtuosos e cheios de moralidade Made in USA. Ele não era alto, loiro e nem bonitão, pelo contrário era um personagem negro, feio e com cara de poucos amigos. Uma mudança de paradigma certamente. Blade era nitidamente encarado como um recurso de último mão, vindo do gueto, quando não havia mais nenhuma outra estória para publicar nas revistas – quase um tapa-buraco mesmo. Talvez por ser tão sem importância o anúncio de seu filme tenha causado tanta surpresa na época. Se por um lado isso era ruim também era bom pois dava muito mais liberdade para os realizadores, sem aquela legião de leitores “especialistas” pegando no pé o tempo todo!

Os vampiros hoje estão na moda mas “Blade” foi realizado muitos anos antes disso. Era uma produção modesta com nenhuma pretensão de se tornar um blockbuster. Se desse um pequeno lucro já estava de bom tamanho. Os efeitos eram em pequeno número e serviam basicamente à estória, ao enredo e não o contrário. Para o papel principal o ator Wesley Snipes foi contratado. Ele estava longe de ser um astro e sua carreira era formada basicamente por filmes de ação de segunda linha que faziam mais sucesso no mercado de vídeo do que nas salas de cinema. O curioso de tudo é que quando chegou nas telas “Blade” começou a surpreender. Foi alcançando posições e mais posições entre os mais vistos e em pouco tempo estava desbancando grandes produções de estúdios rivais. De fato olhando para trás “Blade” é de certa forma o grande responsável pelo boom de adaptações dos personagens Marvel que viria a seguir. Ele mostrou que havia todo um mercado ávido em consumir os personagens desse universo. Seu sucesso abriu as portas para o Homem de Ferro, o Capitão América, Thor e todos os demais. Quem diria que um vampiro underground conseguiria realizar tal feito? Então se você está hoje assistindo ao novos filmes da Marvel agradeça a ele, ao Blade!

Blade, O Caçador de Vampiros (Blade, Estados Unidos, 1998) Direção: Stephen Norrington / Roteiro: David S. Goyer / Elenco: Wesley Snipes, Kris Kristofferson, Stephen Dorff / Sinopse: Blade, um sujeito dividido entre o mundo dos homens e dos vampiros precisa deter uma nova ameaça que vem diretamente das trevas para o mundo dos vivos. Agora ele lutará para sobreviver ao caos que se instala.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 26 de março de 2013

Na Trilha da Vingança

 Sam (Stephen Dorff) finalmente é libertado após longos anos na cadeia. Assim que sai entra em contato com Buddha (Willem Dafoe) que deixa para ele uma pequena maleta com dinheiro, uma arma e fotos de um figurão que ele deve assassinar em breve. Sam tem uma divida de gratidão com Buddha e por isso resolve aceitar o tal serviço. O problema é que ele não está psicologicamente bem após longos anos preso. Sam sofre alucinações com eventos e pessoas de seu passado e a partir de determinado momento começa a confundir realidade com delírios. Isso se reflete bastante no conturbado relacionamento que começa a ter com uma atriz pornô fracassada chamada Florence (Michelle Monaghan) a qual não consegue mais saber se é apenas fruto de sua mente perturbada ou uma pessoa real, que vem para completar sua redenção pessoal.

“Na Trilha da Vingança” é um thriller B que pretende, sob uma verniz psicológica, dissecar a mente de um criminoso marcado pelos anos de prisão. O elenco é bom e traz de volta Stephen Dorff que já fez muitos bons filmes em sua carreira mas que ultimamente tem preferido o cinema independente com produções baratas e ousadas do ponto de vista artístico. Willem Dafoe interpreta um dos personagens centrais da trama, o enigmático Buddha, mas aparece pouco, geralmente em alucinações de Sam. A atriz Michelle Monaghan é talentosa e praticamente segura as pontas em diversos momentos do filme. Ela age não apenas como a amante de Sam mas também como sua consciência interior. O enredo não é muito linear, há idas e vindas na estória, geralmente sem um fio condutor muito preciso. A cena final, por exemplo, é continuação de um evento que começa lá pela metade do filme. A duração é pequena – pouco mais de 70 minutos – e se concentra em um evento bem especifico da vida de Sam (Dorff). No saldo final pode ser bem interessante embora tenha pretensões modestas. Vale como uma boa amostra do cinema independente americano da atualidade.

Na Trilha da Vingança (Tomorrow You're Gone, Estados Unidos, 2012) Direção: David Jacobson / Roteiro: Matthew F. Jones / Elenco: Stephen Dorff, Michelle Monaghan, Willem Dafoe / Sinopse: Após sair da prisão Sam (Dorff) é contratado por Buddha (Dafoe) para eliminar um figurão da cidade. O problema é que psicologicamente ele não está nada bem, o que torna o “serviço” muito mais complicado do que deveria ser.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Os Cinco Rapazes de Liverpool

Definitivamente o melhor filme já realizado sobre as origens dos Beatles. O foco é voltado basicamente para os meses em que a banda esteve em Hamburgo se apresentando em boates de strip tease de má reputação e casas de shows de quinta categoria. Eram jovens, inexperientes mas acima de tudo corriam atrás do sonho de um dia se tornarem famosos no mundo inteiro. É justamente esse o ponto mais relevante do filme pois capta o momento da juventude dos rapazes de Liverpool quando tudo era possível e não havia limites para sonhar. O roteiro é caprichado, muito fiel do ponto de vista histórico e resgata a figura de Stuart Stutcliffe do esquecimento. Ele era o melhor amigo de John Lennon na época, um companheiro de farras que o guitarrista integrou ao grupo, mesmo não sando músico e não sabendo tocar direito nenhuma nota. De fato em Hamburgo os Fab Four eram na realidade cinco. Esse fato inusitado inclusive deu origem a um dos lemas publicitários do filme que até hoje soa bem bolado. Dizia o poster original de Backbeat: “Conheça John, Paul, George, Pete e... Stu?!” Além de Stuart outra personagem dos primórdios do grupo ganha também destaque nessa produção: a artista plástica Astrid Kirchherr (interpretada pela linda Sheryl Lee no auge de sua beleza). Astrid não era apenas a namorada de Stu mas também uma pessoa influente entre os Beatles, tanto que teve papel fundamental na mudança de visual do grupo. Saiu o estilo “Teddy Boy” com muito couro negro e entrou uma imagem mais sofisticada, com cabelos lisos de franjas – que se tornaria a marca registrada do grupo em sua primeira fase.

John Lennon é interpretado em Backbeat pelo ótimo ator Ian Hart. Sua caracterização realmente é perfeita, inclusive conseguindo reproduzir perfeitamente o timbre de voz característico de Lennon. De fato temos que admitir que todos os Beatles estão bem caracterizados em cena, exceto talvez Pete Best que surge bastante apagado dentro do roteiro (talvez porque ele logo tenha sido tirado do conjunto sendo substituído por Ringo Starr que tinha mais carisma e presença de palco). O roteiro não tem medo também em tocar em temas polêmicos como a morte de Stuart Stutcliffe. Morto precocemente na flor da idade por causa de um problema cerebral. Durante anos rolou um boato de que o próprio John Lennon teria algo a ver com seu problema de saúde. Lennon era um sujeito brigão na juventude e vivia se metendo em brigas de bar. Consta em algumas versões que foi durante uma dessas brigas de rua que Stu foi severamente ferido ao ter sua cabeça batida em um muro. Verdade ou ficção? Nunca saberemos. O que porém podemos ter certeza é que Backbeat é um ótimo retrato do grupo em seu início. É o verdadeiro Gênesis dos Beatles. Quem diria que aqueles garotos iriam se transformar no conjunto de rock mais popular da história? Coisas do destino. Assista ao filme e tente entender os caminhos que levaram os rapazes de Liverpool para esses picos da glória, da fama e do sucesso.

Os Cinco Rapazes de Liverpool (Backbeat, Estados Unidos, 1994) Direção: Iain Softley / Roteiro: Iain Softley, Michael Thomas, Stephen Ward / Elenco: Stephen Dorff, Ian Hart, Sheryl Lee, Rob Spendlove, Jennifer Ehle, Gary Bakewell, Chris O'Neill, Frieda Kelly / Sinopse: O filme acompanha o começo da carreira do grupo musical The Beatles. Aqui vemos os cinco rapazes ingleses de Liverpool tentando alcançar o sucesso em Hamburgo na Alemanha.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

As Torres Gêmeas

Como hoje é 11 de setembro vale a pena recordar desse filme que enfocou a grande tragédia que se abateu sobre a cidade de Nova Iorque em 2001. Antes de qualquer coisa é interessante citar o fato de que mesmo após mais de uma década dos atentados nenhum grande filme foi realizado sobre o trágico acontecimento. Nenhuma produção de ponta ou obra de arte foi criada em cima do 11 de setembro. Isso é um fato. O que temos até agora são apenas filmes medianos como esse. Por que isso aconteceu? Penso que o 11 de setembro atingiu tão fundo na alma daquele país que até hoje eles não conseguiram assimilar bem tudo o que aconteceu. A impressão que fica foi que toda a nação americana realmente ficou traumatizada com o tamanho e a eficiência do ataque terrorista. Os americanos tinham aquela mentalidade de que eram inatingíveis, que suas forças de segurança jamais deixariam que algo assim acontecesse. 

Quando os aviões bateram nas torres eles ficaram sem reação imediata. Como se viu eles realmente não estavam preparados para o que efetivamente ocorreu em Nova Iorque naquela data. Foi realmente uma surpresa e um choque. Dito isso vamos ao filme propriamente dito. "As Torres Gêmeas" conta a história real dos policiais John McLoughlin (Nicolas Cage) e Will Jimeno (Michael Pena). Após o colapso de uma das torres eles ficaram soterrados sob centenas de toneladas de escombros! De fato foram um dos poucos sobreviventes do ataque terrorista. A primeira parte do filme, mostrando os acontecimentos anteriores ao atentado, tem um ritmo lento, pouco interessante. Já o segundo ato é mais interessante pois a reconstituição é extremamente bem feita em seus mínimos detalhes. O problema é que o filme mesmo melhorando levemente nunca emplaca, nunca empolga. Talvez todos nós estejamos fartos do assunto que foi massivamente explorado pela mídia desde 2001 ou talvez o roteiro não seja tão instigante, caindo na vala comum. A escolha de Oliver Stone para dirigir o filme também foi equivocada. Esse é um cineasta contestador que gosta de expor as feridas da América. Já o roteiro desse filme tem doses extras de patriotada, como não poderia deixar de ser. O texto tenta a todo custo lamber as feridas deixadas pelos ataques. Em vão. Stone certamente não foi a escolha certa, notamos nitidamente um desconforto no trabalho dele. O resultado se vê na tela pois o filme parece truncado. A verdade pura e simples é que talvez nunca tenhamos um grande clássico no cinema sobre o 11 de setembro. O povo americano é muito centrado em si mesmo e odeia ver eventos históricos como esses retratados na tela grande. Eles não querem recordar suas derrotas mas sim suas vitórias, o que é normal. A conclusão que chegamos é que as feridas do 11 de setembro ainda estão bem abertas e longe de serem cicatrizadas.  

As Torres Gêmeas (World Trade Center, Estados Unidos, 2006) Direção: Oliver Stone / Roteiro: Andrea Berloff / Elenco: Nicolas Cage, Michael Pena, Douglas J. Aguirre, Maria Bello, Maggie Gyllenhaal, Jon Bernthal, Stephen Dorff / Sinopse: "Torres Gêmeas" acompanha a história de dois policiais que se encontram no centro do grande atentado terrorista ocorrido em 11 de setembro de 2001. 

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Inimigos Públicos

Michael Mann volta a acertar a mão na cinebiografia do lendário criminoso John Dillinger. Talvez seu grande mérito tenha sido contar a história real do Gangster sem muitas liberdades criativas, o que certamente estragou um pouco a outra biografia que tinha dirigido antes, "Ali" com Will Smith. O roteiro do filme é simples e conta parte da vida do famoso bandido, desde o momento em que consegue fugir de um presidio de segurança máxima após cumprir dez longos anos de pena até a noite em que encontrou seu trágico fim nas mãos dos agentes do FBI. Entre esses dois pontos cruciais do filme o espectador é apresentado a vários dos arrojados assaltos feitos por Dillinger e sua gangue durante a grande depressão que arrasava a economia dos EUA naqueles anos. O filme não é tão movimentado como alguns possam pensar, só existem duas grandes cenas de ação durante as mais de duas horas de duração. Não esperem por isso uma chuva de balas em cada cena, pois o diretor foi bem sucedido em tomar outra direção ao mostrar, mesmo que de forma rápida e sem muita profundidade, aspectos da vida pessoal do personagem, dando destaque para o romance de Dillinger com Billie, o grande amor de sua vida.

No elenco dois nomes se destacam: Johnny Deep como John Dillinger está, como sempre, ótimo, mas aqui um pouco mais contido do que o normal. Não há a menor sombra de exageros como seus outros personagens mais famosos como em Piratas do Caribe ou A Fantástica Fábrica de Chocolate. Ele faz um Dillinger bem mais soturno e realista, um bandido que vive o presente pois sabe que na vida que leva não terá um futuro. Já Christian Bale no papel do principal agente na caçada de Dillinger, Melvin Purvis, não consegue empolgar em nenhum momento. Para falar a verdade o ator repete o problema de Exterminador do Futuro 4, quando sua falta de carisma atrapalha o desenvolvimento de seus personagens. Mesmo fazendo o papel do homem da lei sua atuação não empolga e é apática.De qualquer maneira esse é o tipo de filme obrigatório nesse ano para quem gosta de cinema. Provavelmente ganhará algumas indicações ao Oscar na próxima premiação, pois sem dúvida é um filme feito para brilhar na noite de entrega dos prêmios da Academia. A produção é de luxo e sua estréia nos EUA já demonstra que será um grande sucesso de bilheteria.

Inimigos Públicos (Public Enemy, EUA, 2009) / Direção: Michael Mann / Elenco: Johnny Depp, Christian Bale, Marion Cotillard, Giovanni Ribisi, Channing Tatum, Stephen Dorff, David Wenham, Stephen Graham. / Sinopse: Durante a grande depressão nos anos 30, o FBI forma uma equipe especial para caçar o bando de assaltantes liderados por John Dillinger. Eleito o inimigo número 1 dos EUA todos os esforços são concentrados para colocar o criminoso atrás das grades.

Pablo Aluísio.