Ethan Renner (Kevin Costner) é um veterano agente da CIA que após um trabalho mais do que complicado descobre estar sofrendo de um câncer no cérebro. Com a notícia de sua morte iminente, sua carreira de assassino profissional dentro da agência chega ao fim. Dispensado do serviço ele então decide voltar par a Paris onde mora sua ex-esposa e sua filha, uma adolescente que ele mal conhece por causa dos anos em que passou fora de casa, trabalhando ao redor do mundo. Sabendo que tem apenas três meses de vida decide arriscar tudo para reconstruir um relacionamento com a filha, mas conforme a convivência vai se tornando mais próxima, logo descobre que lidar com uma adolescente nessa fase de sua vida não é algo muito simples de fazer. Ela é insegura e como quase toda adolescente também tem um gênio mercurial, surgindo sempre mal humorada. Mas o tempo de sossego logo passa para Ethan. Sua fama o leva a ser contactado por uma nova e misteriosa mulher que ele desconhece completamente, Vivi Delay (Amber Heard), que logo oferece uma bolada para Renner voltar ao seu velho trabalho. Ela deseja contratar Ethan para um novo serviço sujo. Ele terá que ajudá-la a localizar e eliminar o criminoso internacional conhecido como "O Lobo" que está também em Paris. A execução porém não será tão fácil como parece, pois antes de Ethan chegar até ele terá que passar pelo Albino (Tómas Lemarquis), um sádico matador com muitos crimes em sua ficha corrida.
Assim começa o novo filme de Kevin Costner. O roteiro tenta mesclar aspectos da conturbada vida familiar de um ex-agente da CIA com sua nova realidade, a de assassino profissional da "iniciativa privada". Assim que vi o nome do diretor McG na ficha técnica desanimei completamente, afinal de contas o que poderíamos esperar de um sujeito que assinou abobrinhas ao estilo de "As Panteras: Detonando" e "Guerra é Guerra!"? Felizmente o roteiro de Luc Besson consegue salvar parte do filme da banalidade completa. Digo em parte, porque nem tudo tem salvação nesse filme. Para começo de conversa a fita se mostra longa demais e com sérios problemas de ritmo pois ora a trama avança a passos largos, ora puxa o freio de mão. Outro problema é que o filme desliza no fio da navalha entre três gêneros diferentes sem ser bom em nenhum deles. Falha na aproximação entre pai e filha, deixa a desejar nas cenas de ação e funciona muito pouco nas cenas mais cômicas ou divertidas. De bom mesmo o espectador encontrará mesmo uma Paris cada vez mais linda e bem fotografada, inclusive com direito a um show de luzes nas costas do astro Costner. Outro bom ponto vem da trilha sonora, com muita música dance e hits franceses. Kevin Costner talvez por ser "americano demais" não se enquadra muito bem no cenário, mas no geral o filme fica mesmo no padrão mediano por causa de sua presença. Há pequenos detalhes no roteiro que nos remete a outros filmes de Besson como "Nikita - Criada Para Matar" e "O Profissional ", mas curiosamente o visual arrebatador e diferenciado que sempre foi a marca do cineasta aqui se mostra ausente pois o filme é esteticamente bem quadradinho e careta, quase burocrático. Talvez se Besson tivesse assumido mesmo a direção teríamos algo bem melhor do que o toque pesado e sem graça de McG.
3 Dias Para Matar (3 Days to Kill, Estados Unidos, França, 2014) Direção: McG / Roteiro: Adi Hasak, Luc Besson / Elenco: Kevin Costner, Hailee Steinfeld, Connie Nielsen, Tómas Lemarquis / Sinopse: Ex-agente da CIA aposentado por invalidez acaba sendo contratado por misteriosa mulher para localizar e matar um assassino chamado "O Lobo" pelas ruas de Paris.
Pablo Aluísio.