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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Carrie, a Estranha

Carrie White (Chloë Grace Moretz) é uma jovem e tímida estudante que apenas quer levar uma vida normal como todas as outras garotas de sua idade. Sua vida porém passa longe da normalidade. Sua mãe caiu nas garras do fanatismo religioso, considerando tudo e a todos como seres pecadores e diabólicos. Por essa razão deu à sua filha uma educação extremamente rígida, onde tudo se revela como motivo para punição e penitência. Na escola o clima não é melhor para Carrie. Calada e retraída, ela logo vira alvo do bullying de suas colegas. As coisas pioram ainda mais quando acaba menstruando no chuveiro, pensando estar sofrendo de algum mal de saúde (por causa de sua educação religiosa fora dos limites nada lhe foi dito sobre sua própria sexualidade ao longo dos anos). Filmada em seu momento de pânico e choro no banheiro da escola é logo colocada na internet para que todos possam se divertir às suas custas. No meio de tantas turbulências Carrie acaba descobrindo que possui estranhos poderes, como mover objetos inanimados pelo seu quarto. Apesar da descoberta incrível resolve esconder isso das pessoas ao seu redor. A salvação para Carrie porém poderá finalmente vir no baile de formatura da escola, ainda mais depois de ser convidada por um aluno bonitão de sua classe. Talvez as boas notícias escondam algo ainda mais sinistro para ela. Afinal de contas a felicidade não parece ser um estado de normalidade na complicada vida de Carrie, considerada estranha demais pelos outros alunos de sua idade.

Remakes são sempre complicados e remakes de filmes já consagrados pelo público e pela crítica são ainda mais difíceis de engolir. O fato inegável é que o famoso livro de Stephen King já encontrou sua versão cinematográfica definitiva. Obviamente estou me referindo ao filme com Sissy Spacek, que foi dirigido brilhantemente por Brian De Palma em 1976. Uma obra prima do terror. Infelizmente há um certo preconceito entre os jovens com filmes antigos e somando-se a isso a falta de criatividade dos produtores e a busca pelo lucro fácil podemos entender perfeitamente porque esse novo Carrie foi realizado. A despeito da tecnologia ter evoluído muito mais nos dias atuais, não consegui visualizar nada que justificasse a realização de uma nova versão para o cinema da obra de King. Não há no novo filme nada de muito interessante ou inovador se formos comparar com o clássico dos anos 70. O roteiro se mostra até bem mais simples, sem maior desenvolvimento dos personagens principais. Embora de maneira em geral goste do trabalho da atriz Chloë Grace Moretz achei que sua atuação não encontrou o tom certo. Está muito exagerada em certos momentos, quase caindo na mais pura caricatura. Sempre com olhar assustado (para não dizer apavorado), ombros caídos e timidez extremamente patológica. O mesmo pode-se dizer da talentosa Julianne Moore, que com olhos arregalados e cara de maluca, interpreta a mãe fanática religiosa de Carrie. Sinceramente falando as duas atrizes parecem competir entre si para saber quem será mais excessiva em suas caracterizações. Os efeitos digitais também não empolgam muito (e a cena final na lápide me deu vontade de rir de tão desnecessária e boboca). Aliás se fosse definir o novo Carrie em apenas uma palavra seria justamente essa: desnecessária! A nova versão não precisava mesmo existir.

Carrie, a Estranha (Carrie, EUA, 2013) Direção: Kimberly Peirce / Roteiro: Lawrence D. Cohen, Roberto Aguirre-Sacasa, baseados na obra de Stephen King / Elenco: Chloë Grace Moretz, Julianne Moore, Gabriella Wilde / Sinopse: Carrie (Grace) é um jovem estudante muito tímida e oprimida que descobre ter poderes sensorias fantásticos. Vítima de bullying em sua escola ela decide em um momento de desespero, se vingar de todos que a humilham publicamente. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Terror. Vencedor do prêmio de Melhor Atriz Jovem (Chloë Grace Moretz).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Meninos Não Choram

Título no Brasil: Meninos Não Choram 
Título Original: Boys Don't Cry
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Kimberly Peirce
Roteiro: Kimberly Peirce, Andy Bienen
Elenco: Hilary Swank, Chloë Sevigny, Peter Sarsgaard

Sinopse:
Brandon Teena (Hilary Swank) é uma garota que decide assumir uma identidade masculina numa cidadezinha do Nebraska, um dos estados mais atrasados do interior dos Estados Unidos. Se fazendo passar por menino ela acaba ganhando a confiança dos moradores da região, inclusive iniciando um caso amoroso com uma linda jovem de sua idade. As coisas porém logo complicam pois sua identidade é desmascarada, dando origem a muita violência e intolerância por parte daquela sociedade.

Comentários:
O roteiro de "Boys Don't Cry" foi baseado numa história real e talvez por isso tenha mexido tanto com o público em seu lançamento. O interessante é que não se trata de uma fita que levante a bandeira do movimento gay ou algo do tipo mas sim apenas um retrato de uma jovem garota que não consegue lidar com sua identidade feminina. Essa mudança de papel acaba despertando e trazendo à tona o pior lado das pessoas, inclusive de gente próxima a ela, pelo qual tinha verdadeira confiança e amizade. Mesmo após todos esses anos não há como negar que esse foi o melhor trabalho da carreira da atriz Hilary Swank, que inclusive foi merecidamente premiada com o Oscar da Academia. Ela incorpora sem medo o personagem Brandon Teena e dá show de atuação para os espectadores. Um momento brilhante de sua vida como atriz. Assim podemos dizer que "Meninos Não Choram" é um filme que conscientiza e impressiona nas mesmas proporções sem se tornar em nenhum momento panfletário ou vulgar. Não deixe de assistir.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Stop-Loss - A Lei da Guerra

Título no Brasil: Stop-Loss - A Lei da Guerra
Título Original: Stop-Loss
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures, MTV Films
Direção: Kimberly Peirce
Roteiro:  Kimberly Peirce e Mark Richard
Elenco: Ryan Phillippe, Channing Tatum, Abbie Cornish, Joseph Gordon-Levitt, Timothy Olyphant

Sinopse: 
Um grupo de soldados americanos de volta aos Estados Unidos após servirem por longo período em conflitos no Oriente Médio se revoltam ao saberem que devem, por obrigação legal, se alistarem novamente nas forças armadas para voltar ao Iraque. Caso não o façam serão considerados desertores, podendo até mesmo serem presos por isso.

Comentários:
Esse filme é interessante porque retrata a geração americana jovem de hoje. Com a economia em crise o jovem americano que não consegue ir para a faculdade fica sem muitas opções de vida e acaba entrando nas forças armadas. Esse tipo de jovem é vulgarmente conhecido nos EUA como "lixo branco"! O exército americano hoje vive basicamente do alistamento desse pessoal. Como se sabe o serviço militar naquele país deixou se ser obrigatório por causa do que aconteceu na Guerra do Vietnã. Hoje o jovem que queira entrar nas forças armadas americanas acaba assinando um contrato de trabalho, com duração pré-fixada. O problema é que muitas vezes o exército adiciona uma pequena cláusula contratual afirmando que esses jovens precisam voltar ao serviço caso haja déficit de homens em operações militares no exterior. Esse malabarismo legal acabou ficando conhecido como "Stop-Loss". Obviamente uma forma de obrigar o soldado a voltar para às fileiras de guerra. Agora imagine você a surpresa que isso causa em muitos desses veteranos, pois a maioria deles, sem conhecimento legal, nem sabem da existência desse tipo de manobra legal. O roteiro do filme se desenvolve (muito bem) em torno dessa situação. O personagem principal não quer voltar para o front, pelo contrário, quer ficar nos Estados Unidos para tentar reconstruir sua vida mas se vê no meio de uma armadilha jurídica - caso não volte para as tropas será preso por deserção! O filme é um bom retrato do jovem americano dos dias atuais e conta com um elenco bem interessante, inclusive com a presença do ator Timothy Olyphant que depois faria muito sucesso com a série "Justified" no canal FX.

Pablo Aluísio.