O filme conta a história de uma jovem freira que antes de fazer seus votos definitivos em sua ordem religiosa decide voltar para a sua casa, para reencontrar seus pais e seu irmão mais velho. E como toda família a dela também tem problemas. Os pais foram hippies na juventude, ainda fumam maconha e nunca conseguiram entender porque sua filha decidiu virar freira. Logo a Igreja Católica, uma das instituições mais conservadoras e caretas do mundo... Complicado demais entender algo assim. O irmão mais velho é um veterano da guerra do Iraque. Ele sofreu um ataque a bomba no campo de batalha que deixou seu rosto deformado. Ainda é um homem jovem, mas a guerra acabou com sua vida. Agora vive trancado no quarto de sua casa, com vergonha de sua aparência. Antes da guerra era um jovem bonito, boa pinta e todas as garotas do colégio queriam ser sua namorada. Com a guerra ele perdeu praticamente tudo, a saúde, a imagem e sua auto estima.
Esse é tipicamente um filme indie norte-americano com tudo o que mais agrada nesse tipo de cinema independente. Os personagens são bem trabalhados pelo roteiro e os dramas humanos são valorizados. A família da jovem freira é um microcosmo da própria sociedade de seu país, onde as guerras trazem dor, sofrimento e feridas que nem o tempo pode curar. Também mostra o choque de valores entre gerações, onde os pais são progressistas enquanto a filha é considerada uma careta a ponto de virar freira. Tudo de cabeça para baixo em um filme muito bom, que vale a pena conhecer.
A Irmã (Little Sister, Estados Unidos, 2016) Direção: Zach Clark / Roteiro: Zach Clark / Elenco: Addison Timlin, Ally Sheedy, Alex Karpovsky / Sinopse: Uma jovem freira, prestes a fazer seus votos definitivos na vida religiosa, decide passar uma última semana ao lado de sua familia e descobre que a vida fora do convento também tem seus dramas cotidianos.
Pablo Aluísio.