O rock "Shake, Rattle and Roll" se notabilizou e fez sucesso na voz de Bill Haley e seus Cometas. Ele foi uma espécie de pai cinquentão do Rock em seu surgimento, pois quando começou a fazer sucesso já tinha passado da idade de ser considerado um rockstar, tal como Elvis. Isso porém não o impediu de fazer muito sucesso, principalmente com seu clássico absoluto "Rock Around The Clock", considerado o primeiro grande sucesso de Rock´n´Roll nos Estados Unidos.
Elvis gravou pouco do material inesquecível e marcante de Bill Halley, mas o admirava bastante, tendo inclusive se encontrado pessoalmente com ele. É famosa a foto de Elvis, já devidamente fardado para o exército, ao lado de Halley. De qualquer maneira essa versão de Elvis não faria muito sucesso em sua voz pois seu potencial comercial já tinha se esgotado com o lançamento do single de Bill Haley.
A baladinha country "I'm Left, You're Right, She's Gone" foi gravada por Elvis Presley na Sun Records na data de 5 de março de 1955. É interessante notar que quando a Sun vendeu o passe de Elvis para a RCA Victor havia uma cláusula nesse contrato que dava para a nova gravadora direito a toda e qualquer gravação feita por Elvis no estúdio de Sam Phillips. Era o que se costumava chamar na época de "cláusula universal de direitos autorais".
Isso se referia a tudo, desde uma música completa gravada por Elvis na Sun, até pequenos takes, ensaios, restos de gravação, qualquer coisa, qualquer registro em áudio. E quando Elvis foi para a RCA também foram os tapes que ele havia gravado em Memphis. Alguns deles perfeitos e bem gravados, que não foram negligenciados pela gravadora de Nova Iorque. Assim essa música não deixou também de ter seu espaço nesse álbum com o selo da multinacional. E esse country foi até bem comercializado pela gravadora pois disquinhos de jukebox foram enviados para a região sul, principalmente ali perto do Arkansas, onde acabou fazendo bastante sucesso.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 31 de maio de 2023
terça-feira, 30 de maio de 2023
Godless
Quer uma boa dica de faroeste na Netflix? Eu indico essa minissérie chamada Godless. A história se passa em uma pequena cidade do velho oeste. É uma região de mineração e quando ocorre um grave acidente dentro dessa mina praticamente todos os homens morrem. Ficam apenas as mulheres, os idosos e as crianças. Uma situação delicada, ainda mais sabendo-se que uma quadrilha de bandoleiros liderados pelo assassino e "pastor" Frank Griffin (Jeff Daniels) está chegando na região em busca de vingança. Acontece que um dos bandidos de seu grupo fugiu com o dinheiro de um roubo a banco e ele se escondeu exatamente nessa região. Coloque na galeria de bons personagens também um xerife que está ficando cego e uma jovem viúva disposta a defender seu rancho de todas as formas.
Western dos bons, com bom roteiro que valoriza cada personagem, dando espaço a cada um deles. Foi particularmente gratificante ver também um bom ator como Jeff Daniels voltando a fazer algo relevante. E ele está ótimo no papel desse bandido com inspirações religiosas. Uma bíblia e um colt ao lado, velho tema explorado nos antigos filmes de faroeste. Também vale salientar a boa presença da atriz Michelle Dockery que interpreta uma das personagens centrais, uma bela mulher, mas firme e forte que defende seu rancho de criação de cavalos. Quem está acostumado a vê-la na popular série inglesa Downton Abbey vai ter uma surpresa. A beleza feminina não significa fraqueza, muito pelo contrário. Enfim, gostei muito. Espero que a Netflix produza mais material nessa linha. Os assinantes agradecem.
Godless (Estados Unidos, 2017) Direção: Scott Frank / Roteiro: Scott Frank / Elenco: Jeff Daniels, Michelle Dockery, Jack O'Connell, Merritt Wever, Thomas Brodie-Sangster / Sinopse: Uma quadrilha de bandoleiros liderados pelo procurado assassino Frank Griffin (Jeff Daniels) parte em direção a uma pequena cidade do velho oeste habitada apenas por mulheres, idosos e crianças. Ele quer vingança contra um de seus comparsas que fugiu levando todo o dinheiro de um roubo a banco.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 29 de maio de 2023
Um Rei em Nova York
Chaplin tinha planos de filmar uma fábula que havia escrito na Suíça onde morou em seus anos finais. Era a estorinha de uma adolescente que um dia acordava com asas. O projeto não foi em frente porque era uma produção complicada, com muitos efeitos especiais e só poderia ser produzida em Hollywood. Como ele também não queria voltar aos Estados Unidos resolveu filmar esse outro roteiro que havia escrito, uma comédia em tom de sátira sobre um monarca de um pequeno país da Europa que ia até Nova Iorque passar férias e acabava se tornando uma espécie de celebridade televisiva. Não demorava muito e acabava sendo acusado de ser um comunista infiltrado na América por direitistas fanáticos da extrema direita norte-americana.
Chaplin aproveitava essa história ficcional para disparar algumas farpas contra a direita americana, uma vez que ele próprio havia sido acusado de ser um comunista antes de fazer as malas e ir embora definitivamente dos Estados Unidos. É um filme interessante, o último em que Chaplin realmente trabalhou com afinco como ator. Ele porém não gostou muito do produto final. Era um perfeccionista por excelência e nunca chegou a ficar contente com o corte final do filme. Sem a estrutura de Hollywood, o veterano artista se viu fazendo concessões em termos de produção que ele jamais faria em seus tempos de glória no cinema. Ainda assim considero um bom filme. Um retrato dos anos finais de Chaplin, quando ele já estava praticamente aposentado. De fato podemos considerar esse seu último filme verdadeiro atuando como ator, aparecendo em praticamente todas as cenas. Foi uma despedida digna do ator Chaplin, não há como negar.
Um Rei em Nova York (A King in New York, Reino Unido, 1957) Direção: Charles Chaplin / Roteiro: Charles Chaplin / Elenco: Charles Chaplin, Maxine Audley, Jerry Desmonde, Oliver Johnston, Dawn Addams / Sinopse: O filme "A King in New York" cconta a história de um monarca de uma pequenino país do leste europeu que vai a Nova Iorque de férias e acaba se envolvendo em diversas confusões, tanto do ponto de vista pessoal como também político. Filme premiado pelo Cahiers du Cinéma.
Pablo Aluísio.
domingo, 28 de maio de 2023
O Milagre
Esse filme conta a história de uma menina que passa a ser considerada santa em um pequeno vilarejo da Irlanda durante o século XVIII. Os moradores passam a pensar assim depois que ficam sabendo que ela não se alimenta mais, vivendo apenas da fé em Deus. Uma enfermeira inglesa então é enviada para observar e analisar o caso. Provavelmente aqueles velhos homens do conselho da vila queriam algum tipo de aprovação da ciência sobre o que estaria acontecendo, mas a realidade é que assim que a enfermeira passa a ter suas conclusões, começa a sofrer forte pressão desses mesmos homens. Só vale se ela confirmar as crenças deles. Qualquer conclusão diferente iria realmente causar problemas para ela.
Gostei muito do filme. O tema é por demais interessante, lidando com fanatismo religioso e a verdadeira face de certas pessoas que se dizem cristãs. Cuidado com gente que vive colocando sua religião na cara dos outros, na maioria das vezes se trata de pessoas sórdidas. E é justamente o que vemos nesse filme. Os tais membros do conselho no fundo não querem a verdade dos fatos. Eles querem apenas a comprovação de suas crentices mais aburdas. E qualquer coisa que vá contra isso será combatido. São hipócritas! E não importa se a menina vai ou não morrer de fome, eles no fundo não ligam para ela, mas apenas para seus fanatismos. Nesse aspecto o filme realmente se supera, abrindo margem para muitas reflexões pessoais sobre as armadilhas (algumas delas fatais) colocadas dentro do pensamento religioso fanatizado.
O Milagre (The Wonder, Reino Unido, Estados Unidos, 2022) Direção: Sebastián Lelio / Roteiro: Sebastián Lelio / Elenco: Florence Pugh, Tom Burke, Kíla Lord Cassidy / Sinopse: Uma menina passa a ser vista como santa em uma vila irlandesa após passar 11 dias sem comer nada. Uma comissão da vila contrata uma enfermeira para observar tudo, mas as coisas não saem exatamente como eles queriam.
Pablo Aluísio.
sábado, 27 de maio de 2023
65: Ameaça Pré-Histórica
A premissa desse filme é inegavelmente muito boa. Uma nave espacial vinda de um planeta distante cai no planeta Terra após ser atingida por pedaços de um grande asteroide. Isso foi há 65 milhões de anos! Nessa era primitiva não existia nem sequer a humanidade habitando nosso planeta. O mundo era dominado por grandes dinossauros. Da tripulação da nave acidentada só sobrevive o piloto e uma jovem garota. E agora nesse mundo de monstros devoradores gigantes eles precisam acima de tudo sobreviver e encontrar uma nave pequena que foi parar no alto de uma colina após o acidente, que poderá tira-los da Terra. Bom enredo Sci-fi não é mesmo? Só que o que começa bem vai ficando banal e acaba em um final clichê que, particularmente em meu caso, soou muito decepcionante.
Pense bem. Temos um homem e uma mulher chegando no planeta Terra há 65 milhões de anos. Não existe a humanidade. O que você pensaria de um enredo desses? Ora, no meu caso pensei que esse casal iria se tornar a origem da vida humana na Terra. Uma espécie de fonte primordial de nossa espécia por aqui, um Adão e Eva vindos do espaço. Eram os deuses astronautas? Seria uma boa sacada, um lance muito bem orquestrado nessa fantasia de ficção. Mas o que acontece no final do filme? Os roteiristas perdem uma grande chance de escrever um final arrebatador para tudo. Surge um final onde impera a banalidade e a previsibilidade no desfecho da história. Esqueceram de que todo grande filme de ficção apresenta igualmente um grande final. Basta lembrar, só para citar um exemplo, do final de "O Planeta dos Macacos". Esqueça! Talvez isso seja demais para roteiristas do mundo atual.
65: Ameaça Pré-Histórica (65, Estados Unidos, 2023) Direção: Scott Beck, Bryan Woods / Roteiro: Scott Beck, Bryan Woods / Elenco: Adam Driver, Ariana Greenblatt, Chloe Coleman / Sinopse: A história do filme se passa 65 milhões de anos no passado. Uma nave vinda de um planeta distante cai no primitivo planeta Terra, um mundo dominado por dinossauros. Da tripulação só sobrevive o piloto e uma jovem garota que agora tentarão sobreviver nesse mundo selvagem e pré-histórico.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 26 de maio de 2023
Alias Grace
Gostei bastante dessa minissérie da Netflix. A história se passa no século XIX e começa quando um jovem médico decide fazer uma série de sessões com uma jovem que foi condenada por matar duas pessoas na propriedade rural onde trabalhava como empregada doméstica. Ela parece tão meiga, tão inocente, que sua situação intriga o jovem psiquiatra. Ele quer desvendar sua mente para escrever um artigo científico. E nessas sessões o roteiro desfila uma série de flashbacks contando a história do passado da Grace, mostrando as justificativas e as circunstâncias que levaram aquela jovem a ser condenada à prisão por homícidio qualificado. Como isso teria acontecido?
Alguns aspectos devem ser levados em conta quando for assistir a essa minissérie. A primeira delas é que a dublagem brasileira ficou meio estranha, principalmente no trabalho da dublagem da protagonista. O curioso é que passado o estranhamento inicial, se forma uma familiaridade com aquele estilo que vai fazer você preferir a dublagem mesmo, ainda que ela seja um tanto fora da curva. É o carisma vocal da dubladora. Outro aspecto digno de nota é o bom roteiro que vai mostrando as peças que deram origem a esse crime, inclusive mostrando a vulnerabilidade que jovens mulheres que trabalhavam como domésticas sofriam naqueles tempos. O abuso sexual era uma constante, além dos abusos psicológicos e de preconceito social. Um quadro terrível que levava jovens inocentes até mesmo a cometerem os piores crimes. Então deixo essa dica de boa minissérie. Vale muito a pena acompanhar todos os episódios.
Alias Grace (Estados Unidos, 2017) Direção: Mary Harron / Roteiro: Margaret Atwood / Elenco: Sarah Gadon, Edward Holcroft, Rebecca Liddiard / Sinopse: A minissérie conta a história de Grace Marks, uma jovem vivendo no século XIX que é condenada por matar seu patrão e a governanta de uma fazenda onde ela trabalhava. Ela passa a ser analisada por um jovem médico que deseja descobrir os segredos de sua mente.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 25 de maio de 2023
Tina Turner
Ontem tivemos a triste notícia da morte da cantora Tina Turner. Realmente esse tem sido um mês terrível para o mundo da música. Primeiro perdemos Rita Lee, agora Tina Turner. Duas cantoras que deixam um legado enorme para a música. Em termos de Tina Turner eu me lembro essencialmente de sua fase nos anos 80. Isso é fácil de explicar. Eu vivi essa época, vi o seu sucesso. Era um hit atrás do outro tocando nas rádios. Sem dúvida foi o período de auge em sua carreira, vendendo milhões de cópias de seus álbuns, fazendo grandes shows ao redor do mundo com destaque para sua apresentação no Rio de Janeiro, onde se apresentou para mais de 180 mil pessoas em pleno Maracanã lotado.
O interessante sobre tudo isso é que foi na década de 80 em que ela superou uma fase muito ruim de sua vida pessoal e profissional. Era o momento de superação. Ela deixava para trás um passado de muitos abusos físicos e psicológicos de seu marido, um sujeito completamente crápula e asqueroso que a explorava de todas as formas. Ike Turner foi o símbolo pereito do machismo tóxico e violento. Deixou marcas psicológicas profundas na artista.
E foi justamente nos anos 80 que ela procurava deixar tudo isso para trás. Foi seu momento de se reinventar como cantora, como pessoa e como artista. Se tornou um grande símbolo do poder de superação pessoal. E foi justamente nesse tempo de renascimento que eu a descobri como grande intérprete de verdadeiros hinos das paradas de sucesso. De fato, se você foi jovem naquela década era simplesmente impossível não conhecer algum de seus grandes sucessos. Sua musicalidade estava no ar, o tempo todo.
Infelizmente a vida humana tem seu ciclo final. Ela morreu na Suíça aos 83 anos de idade. Já estava aposentada e vinha sofrendo com perdas em sua vida pessoal. Dois de seus filhos tinham falecido, um bem recentemente. Isso obviamente arrasa com qualquer mãe. Enfim, Tina Turner, grande cantora que foi, também nos deixou uma bela lição de superação. Sempre buscar pelo momento atual, procurando se superar sempre, deixando no passado as coisas ruins que nos fizeram sofrer.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 24 de maio de 2023
Elvis Presley - For LP Fans Only - Parte 2
"Poor Boy" fez parte da trilha sonora do filme "Love Me Tender" (Ama-me com Ternura, no Brasil). Oficialmente a música teria sido escrita por Vera Matson e Elvis Presley, porém na verdade nem ele e nem ela criaram a canção e sim Ken Darby, o diretor musical dos estúdios Fox, marido de Vera. O Coronel Parker exigiu que Elvis figurasse como um dos autores por causa do valor dos direitos autorais. Depois que o próprio Elvis confessou que não fazia músicas, o velho empresário deixou isso de lado. Financeiramente era bom para ele e Elvis, mas do ponto de vista da verdade dos fatos não se sustentava. Elvis realmente não escrevia músicas, no máximo dava alguma ideia, mas sem escrever versos ou harmonias. Deixando isso de lado sempre gostei dessa música. É simples, com letra até juvenil, mas seu ritmo country mais leve e divertido a salva do lugar comum. A cena no filme também ficou muito boa, embora em minha opinião tenha tido uma edição ruim, que não valorizou a performance que Elvis tentava mostrar na tela.
"I Was The One" foi escrita pelo time de compositores formado por Aaron Schroeder, Claude Demetrius, Hal Blair e Bill Peppers. Por que ela foi tão trabalhada? Acontece que essa balada romântica fez parte das primeiras sessões de Elvis na RCA Victor. Era janeiro de 1956 e o estúdio estava nervoso, tentando recuperar rapidamente o dinheiro investido em sua contratação. As músicas que Elvis gravou nesse período foram bem estudadas, escritas pelos produtores, em especial Steve Sholes, que estava bem preocupado com seu emprego. Caso Elvis não se tornasse um sucesso de vendas ele certamente seria demitido.
Assim a música, que seria lançada como lado B do single "Heartbreak Hotel" foi lapidada mesmo, com todo mundo dando sugestão. O resultado ao meu ver ficou excelente. Como foi lançada em compacto, não fez parte da seleção musical do primeiro álbum de Elvis na RCA, o que sempre achei um grande erro de mercado. Aliás nem mesmo "Heartbreak Hotel", o grande clássico, entrou no disco original. Enfim, essas eram regras não escritas dentro da indústria musical da época. Os Beatles, alguns anos depois, iriam seguir por esse mesmo caminho. Só depois é que todos iriam perceber que era um erro.
"My Baby Left Me" foi escrita pelo compositor negro Arthur "Big Boy" Crudup. Ele foi muito importante dentro da carreira de Elvis porque sua primeira gravação profissional na Sun Records foi justamente feita em cima de uma de suas criações. Infelizmente Grudup morreu pobre e esquecido, destino de muitos artistas negros que viviam no sul dos Estados Unidos. No final da vida uma de suas únicas fontes de renda vinha justamente dos direitos autorais provenientes das gravações de Elvis. O próprio cantor lhe fez uma pequena homenagem lhe mandando uma placa em bronze com palavras de agradecimento. A versão que ouvimos aqui nesse disco foi gravada no dia 30 de janeiro de 1956, nos estúdios da RCA Victor.
Pablo Aluísio.
"I Was The One" foi escrita pelo time de compositores formado por Aaron Schroeder, Claude Demetrius, Hal Blair e Bill Peppers. Por que ela foi tão trabalhada? Acontece que essa balada romântica fez parte das primeiras sessões de Elvis na RCA Victor. Era janeiro de 1956 e o estúdio estava nervoso, tentando recuperar rapidamente o dinheiro investido em sua contratação. As músicas que Elvis gravou nesse período foram bem estudadas, escritas pelos produtores, em especial Steve Sholes, que estava bem preocupado com seu emprego. Caso Elvis não se tornasse um sucesso de vendas ele certamente seria demitido.
Assim a música, que seria lançada como lado B do single "Heartbreak Hotel" foi lapidada mesmo, com todo mundo dando sugestão. O resultado ao meu ver ficou excelente. Como foi lançada em compacto, não fez parte da seleção musical do primeiro álbum de Elvis na RCA, o que sempre achei um grande erro de mercado. Aliás nem mesmo "Heartbreak Hotel", o grande clássico, entrou no disco original. Enfim, essas eram regras não escritas dentro da indústria musical da época. Os Beatles, alguns anos depois, iriam seguir por esse mesmo caminho. Só depois é que todos iriam perceber que era um erro.
"My Baby Left Me" foi escrita pelo compositor negro Arthur "Big Boy" Crudup. Ele foi muito importante dentro da carreira de Elvis porque sua primeira gravação profissional na Sun Records foi justamente feita em cima de uma de suas criações. Infelizmente Grudup morreu pobre e esquecido, destino de muitos artistas negros que viviam no sul dos Estados Unidos. No final da vida uma de suas únicas fontes de renda vinha justamente dos direitos autorais provenientes das gravações de Elvis. O próprio cantor lhe fez uma pequena homenagem lhe mandando uma placa em bronze com palavras de agradecimento. A versão que ouvimos aqui nesse disco foi gravada no dia 30 de janeiro de 1956, nos estúdios da RCA Victor.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 23 de maio de 2023
Daniel Boone - A Conquista do Kentucky
Título Original: Daniel Boone: Frontier Trail Rider
Ano de Lançamento: 1966
País: Estados Unidos
Estúdio: 20th Century Fox
Direção: George Sherman
Roteiro: D.D. Beauchamp, Jack Guss
Elenco: Fess Parker, Ed Ames, Patricia Blair, Armando Silvestre, Dal McKennon, Jacqueline Evans
Sinopse:
O colonizador e pioneiro Daniel Boone (Fess Parker) lidera um grupo de colonos em direção ao território selvagem do Kentucky para fundar a cidade de Boonesborough. Ao longo do caminho, ele conhece e se apaixona por uma adorável mulher chamada Rebecca. Só que a chegada naquelas terras não vai ser apenas romântica. Muitos desafios terão que ser superados.
Comentários:
Daniel Boone foi um nome um nome importante da história da conquista do oeste nos Estados Unidos. Nos anos 60 foi produzida uma série de TV que se tornou um grande sucesso de audiência, inclusive conquistando muitos fãs até mesmo no Brasil. Então os produtores decidiram que um longa-metragem a ser lançado nos cinemas poderia ser uma boa ideia. Para isso contrataram o especialista em filmes de faroeste George Sherman. E ele definitivamente fez um bom trabalho. Montou uma equipe de roteiristas e se lançou no projeto de fazer o filme sobre esse personagem para ser lançado nos cinemas. O resultado ficou muito bom. Inova em certos aspectos, tem melhor produção, mas ao mesmo tempo mantém as características e o estilo que fizeram da série de TV todo aquele sucesso. Um filme que realmente fez a alegria dos fãs do faroeste e em especial dos que curtiam as aventuras de Daniel Boone nos anos da colonização.
Pablo Aluísio.
Cavaleiro da Fronteira
Título Original: Riders of the Deadline
Ano de Lançamento: 1943
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Lesley Selander
Roteiro: Bennett Cohen, Clarence E. Mulford
Elenco: William Boyd, Robert Mitchum, Andy Clyde, Jimmy Rogers, Frances Woodward, Richard Crane
Sinopse:
O Ranger Hopalong Cassidy decide abandonar suas funções de homem da lei após a morte de seu parceiro. De volta à vida civil ele se une a dois ex-rangers para descobrir as circunstâncias da morte daquele jovem que foi assassinado de maneira covarde, na pura traição, o que o leva a enfrentar uma perigosa quadrilha de bandoleiros.
Comentários:
Hopalong Cassidy foi outro personagem do velho oeste americano que foi bem popular em sua época. Até mesmo no Brasil onde seus filmes foram lançados e fizeram sucesso nos cinemas. Um aspecto curioso sobre esse filme é que ele contava com um jovem Robert Mitchum, ainda em um papel secundário. A ironia do destino é que ele iria se tornar um astro em Hollywood com o passar dos anos, enquanto o nome principal do elenco desse filme, o ator William Boyd, iria enfrentar uma clara decadência em sua carreira e nunca chegaria no primeiro time do cinema americano. Em suma, um faroeste com o sabor das antigas matinês de cinema, das tardes de sábado e domingo. Hoje em dia, como era de esperar, o filme se mostra datado. Ignore isso e procure apreciar a história do cinema pelo que tem de melhor.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 22 de maio de 2023
Os Homens Violentos da Klan
O ator Richard Burton deu completo apoio à luta dos direitos civis nos Estados Unidos na década de 1960. Ele sempre quis expressar no cinema suas convicções políticas. Então quando esse roteiro lhe foi oferecido pelo estúdio ele nem pensou duas vezes em aceitar a oferta. A história, baseada em fatos reais, contava parte do problema imenso que era a existência de organizações racistas e de supremacia branca no sul dos Estados Unidos. Entre elas havia a mais conhecida de todas, a infame Ku Klux Klan. No filme Burton interpretava um homem que lutava contra a Klan no interior do Alabama. Uma região com racismo estrutural intenso dentro da sociedade local. E tudo explodia quando um jovem negro era acusado de estupro de uma mulher branca.
Quando o filme foi lançado e chegou nos cinemas houve uma forte reação contra em estados do Sul do país. Alguns cinemas boicotaram o filme e se recusaram a exibi-lo. Richard Burton foi criticado e xingado. Pior do que isso, o ator foi ameaçado de morte por grupos racistas violentos. Isso obviamente o assustou bastante, assim como a sua esposa, a atriz Elizabeth Taylor. Em entrevistas, Burton se mostrou chocado em saber que a Klan ainda era forte e infiltrada dentro do círculo de poder nesses estados sulistas. A velha ferida aberta durante a guerra civil nos Etados Unidos ainda estava aberta!
Os Homens Violentos da Klan (The Klansman, Estados Unidos, 1974) Direção: Terence Young / Roteiro: William Bradford Huie, Millard Kaufman, Samuel Fuller / Elenco: Richard Burton, Lee Marvin, Cameron Mitchell / Sinopse: Uma pequena cidade no interior do Alabama, no sul dos Estados Unidos, explode em violência, fúria e ódio racial após um negro ser acusado de ter estuprado uma mulher branca na região.
Pablo Aluísio.
Mata-me Por Favor!
Título Original: Please Murder Me!
Ano de Lançamento: 1956
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros.
Direção: Peter Godfrey
Roteiro: Al C. Ward, Donald HydeEwald
Elenco: Angela Lansbury, Raymond Burr, Dick Foran, Russell Thorson, John Dehner, Lamont Johnson
Sinopse:
Um advogado consegue a absolvição de sua cliente, uma mulher acusada de assassinato. Após o veredito, ele descobre que ela realmente cometeu o assassinato e o manipulou para obter sua absolvição. Sentindo-se culpado e sabendo que ela não pode ser julgada novamente pelo assassinato, ele elabora um plano para levá-la à justiça.
Comentários:
Um bom exemplar do cinema noir da década de 1950. O filme hoje em dia é mais lembrado por causa de seu curioso título original (que foi traduzido literalmente aqui no Brasil), mas devo dizer que ele sobreviveria como boa obra cinematográfica mesmo se tivesse um título, digamos, mais normal. O roteiro é bem escrito e não está procupado em cenas de ação. Ao contrário disso se esforça para trazer convincentes cenas de tribunal. Há também uma questão ética envovlendo o advogado do filme e sua cliente. Em determinado ponto da trama ele cruza uma linha que não poderia ser ultrapassada por um profissional sério e ético, mas enfim, isso é cinema e cinema dos bons no final das contas.
Pablo Aluísio.
domingo, 21 de maio de 2023
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania
Mais um filme da Marvel com esse super-herói que nos quadrinhos sempre foi terceiro escalão dos personagens da editora. Curiosamente no cinema o Homem-Formiga até que deu certo, pelo menos do ponto de vista comercial. Eu considerei os filmes anteriores pelo menos divertidos. E se eu não estou enganado esse é o terceiro filme solo desse herói, o que não deixa de ser algo surpreendente. Eu sou de um tempo onde apenas super-heróis de primeiro time cmo Superman e Batman tinham o privilégio de ganharem trilogias no cinema. Hoje, pelo visto, as coisas andam mais banais. De qualquer forma são os novos tempos onde qualquer coisa com o selo Marvel ganha a aprovação dos grandes estúdios de Hollywood.
Já sobre o filme não há maiores novidades. O roteiro segue de perto a fórmula dos filmes Marvel, o que vamos convir já virou uma camisa de força das mais embaraçosas para roteiristas que queiram ser mais criativos e originais. A única novidade parcial vem do fato de que o enredo desse novo filme se passa todo em um mundo quântico. Devo dizer que em termos de direção de arte copiaram na cara dura o mundo de Avatar, com resultados menos impressionantes, claro. Também não deixa de ser um pouco decepcionante reencontrar ícones da Hollywood dos anos 80 como Michael Douglas e Michelle Pfeiffer bem envelhecidos, assumindo seus cabelos brancos. Fica um sabor de choque de realidade no ar pois o tempo passou, até mesmo para esses veteranos astros de Hollywood.
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (Ant-Man and the Wasp: Quantumania, Estados Unidos, 2023) Direção: Peyton Reed / Roteiro: Jeff Loveness, Stan Lee, Larry Lieber / Elenco: Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Douglas, Michelle Pfeiffer, Jonathan Majors, Bill Murray / Sinopse: O Homem-Formiga é enviado para um mundo quântico dominado por um tirânico e megalomaníaco vilão que tem planos de dominar todos os mundos do multiverso Marvel.
Pablo Aluísio.
Tormenta
Ridley Scott dispensa maiores apresentações. Eu sempre o considerei um dos melhores diretores de sua geração em Hollywood. Só que devemos considerar que até mesmo os maiores mestres fazem filmes menores. Esse "Tormenta" é um dos filmes menores de Scott. Hoje em dia quase ninguém mais lembra dessa fita dos anos 90. Ninguém dá muita bola para falar a verdade. E credito esse fato ao roteiro que não é grande coisa mesmo. Para falar a verdade, o filme tenta se sustentar o tempo todo nos efeitos visuais, o que sempre foi um erro, ainda mais para uma produção como essa que tentava reviver os velhos tempos do cinema-catástrofe dos anos 70.
E apesar dos resultados modestos, o diretor até que contou com um bom elenco em cena. Como sempre Jeff Bridges segurou muito bem as pontas. Ele sempre foi subestimado em Hollywood, mas sempre o considerei um bom ator, tanto que conseguia se sair bem em personagens mais dramáticos, como também em filmes de ação como esse. Seu personagem aqui, por exemplo, é plenamente físico, de atuação física e ele, mesmo não sendo um action hero, deu conta do recado. O elenco jovem também revelou um astro teen dos anos 90, o Scott Wolf que depois iria fazer muito sucesso na TV com o excelente seriado "O Quinteto", que eu na época acompanhava e adorava. Ryan Phillippe também teria uma boa carreira em Hollywood. Enfim, se você gosta do Ridley Scott dê uma nova chance ao filme.
Tormenta (White Squall, Estados Unidos, 1996) Direção: Ridley Scott / Roteiro: Charles Gieg Jr, Felix Sutton / Elenco: Jeff Bridges, Scott Wolf, Ryan Phillippe, Caroline Goodall, John Savage / Sinopse: Um grupo de adolescentes passa por provas de coragem em um pequeno veleiro que é atingido por uma tormenta em alto-mar no Caribe.
Pablo Aluísio.
sábado, 20 de maio de 2023
Anna Nicole Smith: Vocês Não Me Conhecem
Nessa semana a Netflix lançou esse documentário sobre a modelo Anna Nicole Smith. Ela foi uma das playmates mais populares da revista Playboy na década de 1990. Infelizmente teve carreira curta e trágica. E o documentário, que tem a intenção de contar sua história, mostra bem as origens de seus problemas. Ela nasceu em uma pequena cidade do Texas. Acabou sendo rapidamente mais um caso daqueles de gravidez na adolescência. Precisando criar o filho, entrou para o circuito de bares de striptease. Depois decidiu ir para a Califórnia onde sua carreira de modelo decolou de forma rápida. Para fazer sucesso, fez uma cirurgia de implante de próteses de silicone. Foi seu passaporte para o sucesso, mas também sua ruína.
Ela sofria fortes dores depois dessa operação e começou a ficar viciada em remédios pesados para aliviar esses problemas físicos. Enquanto a carreira decolava, ela afundava na vida pessoal. Sem preparo para tanta fama e dinheiro, as coisas saíram do rumo cedo demais. De certo modo, tirando as devidas proporções, trilhou um caminho parecido com o de Marilyn Monroe, que ela adorava. As histórias delas foram bem parecidas. Eram lindas loiras que não sabiam lidar direito com o sucesso que alcançaram. Também vieram de origens humildes. Um roteiro que parece ter se repetido na vida da Anna Nicole Smith. Uma tragédia anunciada.
Anna Nicole Smith: Vocês Não Me Conhecem (Anna Nicole Smith: You Don't Know Me, Estados Unidos, 2023) Direção: Ursula Macfarlane / Roteiro: Ursula Macfarlane / Elenco: Anna Nicole Smith, Henley Mohrman / Sinopse: Lançamento da Netflix que conta a história da modelo texana Anna Nicole Smith. Famosa por seus ensaios fotográficos para a revista Playboy nos anos 90 ela teve muitos problemas pessoas, profissionais e legais, todos mostrados nesse filme.
Pablo Aluísio.
Imagine
Em 1972 Yoko Ono decidiu fazer uma série de filmagens mostrando ela e seu marido John Lennon em pequenas sequências ou cenas. A ideia inicial dela seria transformar o material em curtas, só que depois de um tempo ela desistiu desse projeto inicial. Para não perder o material filmado, Yoko então decidiu reunir tudo em um longa, usando as músicas de John Lennon para o disco "Imagine" como trilha sonora. Até que ficou muito bom o resultado final. Sáo pequenos momentos, como John e Yoko passeando numa praça, ouvindo o planeta Terra, fazendo pequenos exercícios conceituais bem de acordo com a arte de vanguarda de Yoko.
Grande parte das cenas também foram filmadas na grande mansão de John nos arredores de Londres; A mesma casa onde os Beatles fizeram seu último ensaio de fotos, sendo que algumas dessas fotos foram usadas na capa e contracapa do disco Hey Jude. No final de tudo, ficam as boas músicas de John e a nítida impressão de que esse homem era perdidamente apaixonado pela Yoko. Alguns momentos mostram bem isso, como quando John lambe a sola do sapato de sua amada japonesa. Demonstração maior de adoração certamente você não vai encontrar por aí. Por fim, não vá confundir esse filme de 72 com outro, de mesmo título, lançado alguns anos após a morte de Lennon. São filmes diferentes.
Imagine (Reino Unido, 1972) Direção: Yoko Ono, John Lennon / Roteiro: Yoko Ono, John Lennon / Elenco: John Lennon, Yoko Ono, George Harrison, Jack Palance, Fred Astaire / Sinopse: Filme, em formato de clipes, mostrando aspectos da vida do casal Lennon e Ono, em Londres e em Nova Iorque. No elenco algumas participações especiais de veteranos da Hollywood clássica.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 19 de maio de 2023
Agente Infiltrado
Não faz muito tempo assisti ao filme "Alerta Lobo", produção francesa de ação. Pois bem, aqui temos outro exemplar do gênero. Pois é, os franceses que sempre tiveram a fama de só produzirem filmes cults, intelectualizados, filmes-cabeça, estão aos poucos virando a chave. E nesse processo estão surgindo bons filmes vindos da terra de Napoleão Bonaparte. Esse aqui segue na linha dos filmes de ação estrelados por brucutus, mas com certas sutilezas no roteiro, procurando trazer alma e uma certa sensibilidade nesse tipo de personagem. O resultado, devo dizer, me soou bom.
Como o próprio título do filme entrega, se trata da história de um agente que acaba se infiltrando na família de um mafioso. Ele tem experiência de campo, serviu no Oriente Médio, então esse novo serviço parece ser bem mais fácil. Só que ele acaba criando certos laços de amizade com membros da família do tal sujeito, inclusive com o garoto, filho caçula do criminoso. Quem estiver atrás de cenas de ação com trocas de tiros de armas pesadas também não vai sair decepcionado pois o filme tem fartas doses de adrenalina para dar a esse tipo de expectador. Enfim, um bom filme de ação Made in France, que pode ser assistido na Netflix, onde estreou nas primeiras posições entre os mais vistos. Nada mal.
Agente Infiltrado (AKA, França, 2023) Direção: Morgan S. Dalibert / Roteiro: Morgan S. Dalibert / Elenco: Alban Lenoir, Eric Cantona, Thibault de Montalembert / Sinopse: Agente Infiltrado conta a história de um agente especial do governo francês que passa a fazer parte de uma quadrilha liderada por mafiosos. Se fazendo passar por um dos seguranças armados do criminoso, ele precisa descobrir todos os seus segredos no mundo do crime.
Pablo Aluísio.
A Volta do Guerreiro Americano
Título Original: American Ninja 2: The Confrontation
Ano de Lançamento: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: Sam Firstenberg
Roteiro: Avi Kleinberger, Gideon Amir
Elenco: Michael Dudikoff, Steve James, Larry Poindexter, Gary Conway, Jeff Celentano
Sinopse:
Em uma remota ilha do Caribe, o Ranger do Exército Joe Armstrong investiga o desaparecimento de vários fuzileiros navais, o que o leva a O Leão, um supercriminoso que sequestrou um cientista local e produziu em massa um exército de guerreiros Ninja mutantes.
Comentários:
Essa dica vai para quem viveu a febre dos filmes de Ninjas que infestaram as locadoras de vídeos VHS nos anos 80. Eram tantos filmes que ficava complicado até mesmo distinguir uns dos outros. E eram todas produções B que rendiam ótimos lucros para seus produtores. E entre as produtoras de cinema que mais lucraram nesse nicho estava a Cannon, companhia cinematográfica fundada por dois judeus na Califórnia. Aqui no Brasil seus filmes eram lançados em VHS pelo selo América Vídeo - aquele mesmo das caixinhas azuis, cheias de estrelas. Um boom que demorou até mesmo a passar, sendo que os Ninjas ainda está por aí, em filmes e séries. Basta ter um roteiro precisando de assassinos experts em artes marciais para que eles apareçam. E esse segundo filme da franquia certamente não decepcionou os fãs de filmes desse estilo. Era tiro e queda!
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 18 de maio de 2023
A Morte do Demônio: A Ascensão
Mais um filme da franquia Evil Dead a chegar aos cinemas. É a tal coisa, se você ainda é um jovem impressionável que não viu os filmes anteriores pode até ser que venha a gostar. Não é o meu caso. Assisti ao primeiro filme nos anos 80 e fui acompanhando os altos e baixos da franquia nos anos seguintes. O que posso avaliar desse novo filme é que ele é sem novidades, sem ideias originais. Praticamente é a mesma história do primeiro filme, só que para parecer um pouco mais moderninho trocaram a cabana na floresta por um apartamento dos dias atuais. Quem diabos tenta fazer um filme de terror dentro de um apartamento? Coisa chata... Uma ideia bem ruim, devo dizer.
Tudo acontece após um terremoto. Uma fenda se abre no porão de um prédio. Um adolescente pula lá dentro e descobre alguns objetos interessantes, entre eles três velhos discos de vinil e um antigo livro, ele mesmo, o tal livro dos mortos do primeiro filme. Basta tocar os discos e abrir o livro para que as portas do inferno sejam escancaradas. E depois disso temos o de praxe. Muita violência, muito sangue e muita porrada. Eu fiquei entediado vendo o filme. Os personagens não são bem construídos, então ficamos com a sensação de que tanto faz se estão vivos ou sendo mortos pelo Diabo. Faltou mesmo um trabalho melhor nesse roteiro. Além disso os jovens são peças facilmente descartadas nesse tabuleiro. Pensando bem, até mesmo esse filme se revela bem descartável no final das contas.
A Morte do Demônio: A Ascensão (Evil Dead Rise, Estados Unidos, 2023) Direção: Lee Cronin / Roteiro: Lee Cronin / Elenco: Mirabai Pease, Richard Crouchley, Anna-Maree Thomas / Sinopse: O amaldiçoado e demoníaco livro Necronomicon Ex-Mortis é encontrado por um jovem após um terremoto e forças do inferno são libertadas para tocar o terror em seu mundo.
Pablo Aluísio.
O Padre Amorth e o Diabo
O lançamento do filme "O Exorcista do Papa" acendeu o interesse na figura do padre Gabriele Amorth. Ele era realmente o exorcista oficial do Vaticano enquanto viveu. A ideia de filmar um exorcismo real partiu do cineasta William Friedkin. Ele dirigiu o clássico do horror "O Exorcista" na década de 1970 e queria registrar um ritual de exorcismo realizado no mundo real. A ideia, interessante no começo, logo se revela algo meio tedioso. No mundo real o exorcismo é apenas um ritual de oração onde um padre faz orações ao lado de uma pessoa supostamente possuída pelo Diabo. Apesar de exibir um comportamento de uma pessoa perturbada, não existem os exageros de Hollywood sobre o tema. O suposto possuído não sobe as paredes feito lagartixa e nem levita. É algo muito mais sóbrio do que se possa pensar inicialmente.
O documentário assim se resume a ver um padre já bastante idoso orando ao lado de uma mulher sentada em uma cadeira vermelha. Nada muito além disso. Eu pensei que haveria nesse documentário pelo menos uma entrevista com o padre Gabriele Amorth, pois seria uma boa oportunidade para conhecer melhor sua personalidade, só que não tem nada disso; Talvez pela idade avançada ele resolveu não falar. Afinal ele apresentou muitas dificuldades até mesmo em declamar as orações por causa de sua idade. Pois é, a velhice e o passar do tempo muitas vezes se revelam mais desafiadores do que o próprio Diabo.
O Padre Amorth e o Diabo (The Devil and Father Amorth, Estados Unidos, 2017) Direção: William Friedkin / Roteiro: William Friedkin / Elenco: William Friedkin, Padre Gabriele Amorth / Sinopse: Documentário sobre um exorcismo real realizado pelo Padre Gabriele Amorth em Roma. Filme dirigido pelo diretor do clássico de terror "O Exorcista.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 17 de maio de 2023
Elvis Presley - For LP Fans Only - Parte 1
Em 1958 Elvis Presley se tornou oficialmente um soldado do exército dos Estados Unidos. Ele foi enviado para a Alemanha para uma divisão de tanques localizada na fronteira e sua carreira simplesmente parou. Não haveria mais shows e nem gravações em estúdio. Elvis estaria fora do jogo por dois longos anos, nos quais ele iria congelar na fria região próxima a Frankfurt. Nada de músicas novas, melodias românticas, rocks ou filmes em Hollywood.
Durante esse longo período fora, a RCA Victor não poderia ficar sem discos novos de sua maior estrela. No auge do sucesso, no pique da glória, Elvis conseguia vender mais que todos os demais artistas do selo juntos. Ele era um cantor indispensável para a saúde comercial da gravadora. Uma coisa era certa: o mercado não podia ficar sem discos novos de Elvis. Era preciso encontrar alguma saída, alguma solução para esse problema.
Assim a gravadora começou o lançamento de uma série de coletâneas. Usando fotos novas do artista, criava-se uma ilusão de que era um álbum novinho em folha do Rei do Rock. Só que na verdade todas as faixas eram meras rerises. Algumas até bem-vindas, pois só tinham sido lançadas antes pela Sun Records. E como se sabe a pequena gravadora de Memphis não tinha alcance nacional e nem muito menos internacional. Seus compactos foram vendidos em números limitados de cópias. Dar ao fã de Elvis na época a chance de ouvir as primeiras gravações do cantor, ainda no comecinho da carreira, não era ruim, pelo contrário, era um deleite para os colecionadores. Nasceu assim esse LP feito somente para fãs.
E foi através desse disco que muita gente ouviu pela primeira vez a música "That's All Right" que foi a primeira música gravada por Elvis Presley a ser lançada comercialmente. Chegou ao mercado pela primeira vez em um pequeno single da Sun Records. Foi gravada em julho de 1954, com um Elvis de apenas 19 anos de idade. Na época ele era motorista de caminhão da companhia de energia elétrica de Memphis. Composta originalmente por um artista negro chamado Arthur Crudup, o "Big Boy", essa música foi virada pelo avesso por Elvis. No estúdio ele deu seu toque pessoal para a baladinha country e acabou mudando a história da música mundial.
Pablo Aluísio.
Durante esse longo período fora, a RCA Victor não poderia ficar sem discos novos de sua maior estrela. No auge do sucesso, no pique da glória, Elvis conseguia vender mais que todos os demais artistas do selo juntos. Ele era um cantor indispensável para a saúde comercial da gravadora. Uma coisa era certa: o mercado não podia ficar sem discos novos de Elvis. Era preciso encontrar alguma saída, alguma solução para esse problema.
Assim a gravadora começou o lançamento de uma série de coletâneas. Usando fotos novas do artista, criava-se uma ilusão de que era um álbum novinho em folha do Rei do Rock. Só que na verdade todas as faixas eram meras rerises. Algumas até bem-vindas, pois só tinham sido lançadas antes pela Sun Records. E como se sabe a pequena gravadora de Memphis não tinha alcance nacional e nem muito menos internacional. Seus compactos foram vendidos em números limitados de cópias. Dar ao fã de Elvis na época a chance de ouvir as primeiras gravações do cantor, ainda no comecinho da carreira, não era ruim, pelo contrário, era um deleite para os colecionadores. Nasceu assim esse LP feito somente para fãs.
E foi através desse disco que muita gente ouviu pela primeira vez a música "That's All Right" que foi a primeira música gravada por Elvis Presley a ser lançada comercialmente. Chegou ao mercado pela primeira vez em um pequeno single da Sun Records. Foi gravada em julho de 1954, com um Elvis de apenas 19 anos de idade. Na época ele era motorista de caminhão da companhia de energia elétrica de Memphis. Composta originalmente por um artista negro chamado Arthur Crudup, o "Big Boy", essa música foi virada pelo avesso por Elvis. No estúdio ele deu seu toque pessoal para a baladinha country e acabou mudando a história da música mundial.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 16 de maio de 2023
Peça Perdão a Deus, Nunca a Mim!
Título Original: Chiedi perdono a Dio... non a me
Ano de Lançamento: 1968
País: Itália, Espanha
Estúdio: CIO Cinema
Direção: Vincenzo Musolino
Roteiro: Vincenzo Musolino
Elenco: George Ardisson, Dragomir Bojanic-Gidra, Cristina Iosani, Luigi Pavese, Giovanni Ivan Scratuglia, Franco Pesce
Sinopse:
Cjamango McDonald (George Ardisson) se considera um bom homem. O problema é que ele está cercado de facínoras e pessoas sórdidas por todos os lados. E quando sua família é morta por um bando de criminosos sanguinários ele parte em busca de vingança. Vingança que só será saciada com o sangue desses assassinos.
Comentários:
Esse filme na realidade pode ser considerado uma continuação (para muitos quase um remake) do clássico do western Cjamango (1967) de Edoardo Mulargia. Foi todo rodado no deserto espanhol de Almeria, uma região mais hostil e selvagem do que o próprio deserto da Califórnia e Arizona, onde os filmes americanos de faroeste eram produzidos e filmados. Em minha opinião esse é um filme até mesmo acima da média, lançado bem no período considerado o auge do western spaghetti. O filme foi bem avalizado pela crítica da época e chegou aos cinemas dos Estados Unidos. O mesmo êxito comercial se repetiu no Brasil pois o filme também foi lançado em nossos cinemas nos anos 60. Um bom exemplar do cinema italiano faroeste daqueles tempos. Vale a pena conhecer se ainda não viu.
Pablo Aluísio.
Terra Sem Lei
Título Original: Cherokee Strip
Ano de Lançamento: 1940
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Lesley Selander
Roteiro: Bernard McConville, Norman Houston
Elenco: Richard Dix, Florence Rice, William Henry, Victor Jory, Morris Ankrum, George E. Stone
Sinopse:
Depois de muitos anos de rixa entre duas famílias, um acordo de paz é celebrado entre os patriarcas dos clãs. Só que não demora muito e pessoas dessas mesmas famílias ficarão em lados opostos da lei. E a velha disputa volta a entrar em cena entre todos eles.
Comentários
Não era incomum rivalidades entre famílias no velho oeste, principalmente em relação a lutas de terras ou qualquer outro conflito que viesse a se estabelecer. A base da história desse filme é uma rivalidade contínua entre as famílias Morrell e Barrett, protagonistas do enredo. Enquanto os familiares de uma das famílias se tornam homens da lei, xerifes, a família rival entra para o mundo do crime, são bandoleiros que usam máscaras e espalham terror entre os moradores de pequenas cidades. Daí já viu onde tudo isso vai parar... É um bom faroeste B dos estúdios Paramount. Tem boas cenas de ação e um roteiro que procura explorar bem a rivalidade entre esses clãs familiares que existiam nos velhos tempos do oeste norte-americano.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 15 de maio de 2023
Golias Contra os Bárbaros
Título Original: Il terrore dei barbari
Ano de Lançamento: 1959
País: Itália
Estúdio: Alta Vista
Direção: Carlo Campogalliani
Roteiro: Gino Mangini, Emimmo Salvi
Elenco: Steve Reeves, Chelo Alonso, Bruce Cabot, Giulia Rubini, Arturo Dominici, Livio Lorenzon
Sinopse:
Um grupo violento de bárbaros vindos das florestas do norte da Europa invadem uma pequena vila e matam quase todos os seus moradores. Um jovem chamado Emiliano (Steve Reeves) decide então se levantar contra essas tribos invasores. Usando o nome de Golias ele parte para o massacre dos assassinos.
Comentários:
Algumas pessoas pensam que o cinema brucutu nasceu nos anos 80 com Stallone e Arnold Schwarzenegger e todos aqueles fortões. Nada mais equivocado. Antes de todos eles existiu Steve Reeves, o verdadeiro pioneiro dos filmes estrelados por homens musculosos e violentos, com espadas na mão, derrotando todo um enorme exército inimigo, lutando praticamente sozinho! E essa produção foi apenas mais um desses filmes de ação e violência estrelado por ele. Realmente era um ator que chamava a atenção. Steve Reeves era halterofilista e convencia plenamente em todos os personagens que exigiam um físico acima dos meros mortais. Não é á toa que ficou tão conhecido pelos filmes de Hércules que interpretou. Aqui ele remete a outro personagem da mitologia antiga, o gigante Golias. Não ficou nada a dever para essa lenda dos textos antigos. Em termos históricos o roteiro obviamente tem pouca credibilidade. Se existiu, o Golias do velho testamento teria vivido entre os séculos X e IX antes de Cristo. A crise romana contra os bárbaros ocorreu muitos séculos depois; De qualquer forma vale como diversão, afinal de contas era esse o objetivo de filmes como esse naquela época.
Pablo Aluísio.
O Túmulo do Horror
Título Original: La cripta e l'incubo
Ano de Lançamento: 1964
País: Itália, Espanha
Estúdio: E.I. Associates Producers
Direção: Camillo Mastrocinque
Roteiro: Tonino Valerii, Ernesto Gastaldi
Elenco: Christopher Lee, Adriana Ambesi, Ursula Davis, Véra Valmont, José Campos, James Brightman
Sinopse:
O conde Karnstein manda chamar um médico para ajudar sua filha doente, Laura. Sua enfermeira acredita que ela está possuída pelo espírito de uma ancestral morta, Carmilla. Todos ficam intrigados com as mortes misteriosas que cercam Laura. Até a própria Laura se convence de que o espírito de Carmilla a está forçando a matar.
Comentários:
Muitos acreditam que o cinema italiano nos anos 60 só produzia épicos romanos ou filmes de faroeste. Uma visão bem errada. Havia também uma consistente produção de filmes de terror, inclusive contando com o trabalho de diretores e atores estrangeiros. Esse aqui é um bom exemplo, um filme de horror que contava com o Drácula da época, nada mais, nada menos do que Christopher Lee no elenco. Sua presença talvez justifique a tentativa dos produtores italianos em seguir a estética dos filmes britânicos do gênero, principalmente tendo em foco os filmes da produtora Hammer. O espectador fica o tempo todo comparando o personagem de Christopher Lee, que é bem sinistro, embora queira parecer mais normal, com o famoso vampiro da literatura clássica de terror; Uma prova que o ator estava ficando estigmatizado como Drácula, algo que ele queria muito evitar em sua carreira. O resultado é obviamente um pouco irregular, mas o passar dos anos trouxe um sabor nostálgico muito complicado de superar, gostoso de saborear, ainda mais para quem aprecia filmes antigos de horror.
Pablo Aluísio.
domingo, 14 de maio de 2023
Lightyear
Buzz Lightyear é um astronauta que viaja pelo universo. Ao chegar perto de um planeta distante, sua nave sofre um problema técnico e ele se vê forçado a realizar um pouso forçado. Sua tripulação sobrevive e aos poucos vai se adaptando naquele planeta selvagem, mas habitável. Buzz entretanto não aceita essa situação, ficando anos tentando escapar do planeta para ir em busca de uma missão de resgate. Entrando sempre em hipervelocidade no espaço, ele não envelhece, enquanto os tripulantes que ficam no planeta vão envelhecendo cada vez mais. Só que para Buzz ainda haverá mais um desafio: Uma versão dele mesmo, mais velha e malvada, ameaçando seu presente e seu futuro. Eis em resumo, a história básica dessa animação.
Tecnicaamente é uma animação muito bem realizada. Eu não esperaria nada diferente disso numa produção da parceria Pixar-Disney. Só que tenho algumas observações a fazer. O roteiro do filme lida com temas de astrofísica que as crianças certamente não vão entender. Essa coisa de termos o Buzz ainda jovem, enquanto sua tripulação envelhece, é pura teoria da relatividade de Einstein. É um pouco demais colocar conceitos como esses para uma animação feita para os pequeninos. Isso se pode ver em filmes como "Interestelar", mas é um outro tipo de filme, para um outro típico de público. Assim, trocando em miúdos, parece que os roteiristas esqueceram das crianças que vão assistir ao filme. Fizeram um roteiro sofisticado demais, com temas científicos que fogem do normal para esse tipo de produto cinematográfico. No fundo me pareceu um roteiro feito para eles mesmos. Nada muito adequado para a meninada.
Lightyear (Estados Unidos, 2022) Direção: Angus MacLane / Roteiro: Angus MacLane, Matthew Aldrich, Jason Headley / Elenco: Chris Evans, Keke Palmer, Peter Sohn / Sinopse: A animação conta a história do astronauta Buzz Lightyear em uma aventura passada em um planeta distante. Surgido nas animações de Toy Story na forma de brinquedo, aqui vemos o personagem em seu primeiro filme solo no cinema.
Pablo Aluísio.
sábado, 13 de maio de 2023
Sexo Bilionário
Título Original: Money Shot: The Pornhub Story
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Suzanne Hillinger
Roteiro: Suzanne Hillinger
Elenco: Siri Dahl, Asa Akira, Noelle Perdue, Michael Stabile, Wolf Hudson, Natassia Dreams
Sinopse:
Documentário da Netflix que mostra o escândalo envolvendo uma gigante empresa da pornografia mundial, o site Pornhub, e os limites que esse tipo de material online pode vier a sofrer. Depois da acusação de crimes cometidos dentro da plataforma se deu início a um grande processo judicial envolvendo milhares de pessoas ao redor do mundo.
Comentários:
O site canadense pornográfico Pornhub tem bilhões de visitas ao mês. Sim, está certo, eu disse bilhões! O que mais surpreende é que depois de um tempo navegando no sucesso absoluto na rede começaram a pipocar denúncias e acusações envolvendo o site com o tráfico humano de mulheres, além dos costumeiros abusos sexuais que são comuns nesse tipo de material pornográfico. Esse documentário da Netflix expõe o problema, mostrando não apenas o lado dos acusadores e vítimas em geral, mas tambem dos profissionais do sexo que usam o site como meio de sobrevivência. Uma questão e um debate bem interessante do ponto de vista jurídico. Onde termina a liberdade de expressão, que garante até mesmo a exposição em sites de pornografia e onde começa a questão da ilegalidade? Eu gostei do documentário, pois traz importantes elementos para esse debate mais do que pertinente aos dias atuais.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 12 de maio de 2023
Traídos pela Paixão
Título Original: Silver Strand
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: MGM Television
Direção: George Miller
Roteiro: Douglas Day Stewart
Elenco: Nicollette Sheridan, Gil Bellows, Jennifer O'Neill, Jay O. Sanders, Tony Plana, Wolfgang Bodison
Sinopse:
Filme também conhecido como "Almas de Aço", mas lançado originalmente no Brasil como "Traídos pela Paixão" em VHS. O filme conta a história de um jovem militar da Marinha dos Estados Unidos que acaba se apaixonando pela linda esposa de um de seus oficiais superiores.
Comentários:
Na realidade esse é um telefilme, exibido pela televisão nos Estados Unidos. Só que no Brasil foi lançado no mercado de vídeo, nos tempos das locadoras VHS; Penso que isso acontecia com bastante frequência nos anos 90, alias; É até um bom filme, muito embora completamente quadradinho e convencional, afinal foi produzido para ser visto na TV mesmo, pela classe média norte-americana. No fundo só quer contar sua história de amor e romance, mas sem se comprometer muito, nem criar maiores polêmicas. O roteirista Douglas Day Stewart desse filme também escreveu o roteiro do consagrado filme de drama e romance "A Força do Destino" e ao ver essa produção chegamos na conclusão bem óbvia que ele no fundo está contando de novo a mesma história. Não foge muito da fórmula desse outro filme que foi sucesso nos cinemas com Richard Gere.
Pablo Aluísio.
O Preço de uma Escolha
Título Original: If These Walls Could Talk
Ano de Lançamento: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Home Box Office (HBO)
Direção: Cher, Nancy Savoca
Roteiro: Pamela Wallace, Earl W. Wallace
Elenco: Demi Moore, Sissy Spacek, Cher, Shirley Knight, Catherine Keener, Jason London
Sinopse:
Uma trilogia de histórias ambientadas na mesma casa, mas com ocupantes diferentes e ao longo de 40 anos, tratando de várias mulheres e crises morais sobre gravidezes inesperadas e sua escolha pelo aborto. Em 1952, quando o aborto era ilegal, uma enfermeira lida com sua gravidez inesperada e toma medidas drásticas para conseguir um aborto. Em 1974, uma dona de casa com quatro filhos descobre que está grávida e decide que não consegue criar outro filho. Em 1996, uma estudante universitária grávida decide fazer um aborto, mas não percebe os meios que deve percorrer para conseguir seu objetivo.
Comentários:
Originalmente esse filme foi produzido para ser exibido no canal a cabo HBO nos Estados Unidos. Só que no Brasil ainda não havia esse sistema, por isso o filme acabou chegando por aqui através de um lançamento no mercado de vídeo VHS. É um drama pesado, lidando com o delicado tema do aborto. Esse tema é o grande elo de ligação entre três histórias diversas envolvendo mulheres que passaram pelo traumático processo de abortar. Um tema bastante polêmico, ainda hoje em dia na pauta de discussão em diversos países, inclusive no Brasil. Do ponto de vista cinematográfico temos uma curiosidade e tanto. Um dos segmentos foi dirigido pela cantora e atriz Cher. E seu trabalho ficou muito bom. Ela explicaria depois que havia pedido dicas de direção a ninguém mais, ninguém menos, do que Steven Spielberg. Pelo visto aprendeu direitinho as liçoes de cinema dadas pelo mestre.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 11 de maio de 2023
Fall Time - Brincando com o Perigo
Título Original: Fall Time
Ano de Lançamento: 1995
País: Estados Unidos
Estúdio: Capitol Films
Direção: Paul Warner
Roteiro: Steve Alden
Elenco: Stephen Baldwin, Mickey Rourke, David Arquette, Sheryl Lee, Jonah Blechman, Michael Edelstein
Sinopse:
Três jovens decidem planejar um sequestro simulado, mas tudo dá errado porque um verdadeiro assalto a banco já foi planejado por outros dois criminosos, esses já experientes e calejados no mundo do crime.
Comentários:
Mais um filme que comento que assisti pela primeira vez nos agora distantes anos 90. Assisti em fita VHS, sim de locadoras de vídeo (alguém aí lembra delas?). Pois então. Dessa vez não gostei do filme, achei por demais irregular. Boa premissa, mas mal conduzida, com roteiro preguiçoso e cheio de furos. O elenco, como se pode perceber, trazia várias estrelinhas do cinema que estavam em ascensão. Lamento dizer, ninguém alcançou o estrelato. E tinha o Mickey Rourke, que havia feito excelentes filmes, mas já estava naquela fase de decadência na carreira, com sua filmografia indo pelo ralo. Se formos comparar com seus filmes da década anterior chega a ser uma covardia. Então é isso, um filme que não fez sucesso e que hoje em dia ninguém mais lembra. De qualquer maneira fica o registro aqui em nosso blog de cinema
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 10 de maio de 2023
Elvis Presley - Don´t / I Beg Of You
O primeiro material inédito lançado pela gravadora RCA em 1958 foi esse single de Elvis Presley com Don´t e I Beg Of You. “Don´t” foi composta especialmente para Elvis. Leiber e Stoller resolveram compor uma música romântica bem ao estilo dele, totalmente adequada para a sua característica vocal. Sem dúvida é um momento especial! Considerada pelos críticos e fãs como umas das melhores baladas românticas dos anos 50, ainda hoje consegue emocionar. Curiosamente a canção foi gravada na sessão que deu origem ao disco de natal "Elvis Christmas Album". Apesar de toda a gravação ter se concentrada no projeto natalino, Elvis conseguiu arranjar tempo para finalizá-la.
Esse fato vem demonstrar como Elvis era eficiente dentro dos estúdios nos anos 50. Em apenas 3 dias de gravação ele conseguiu emplacar 12 canções, que iam do gospel ao R&B de raíz. Certamente material não iria faltar para a RCA, muito pelo contrário, como bem demonstra a avalanche de lançamentos durante os primeiros anos da carreira de Elvis. Eram tantas as músicas disponíveis que muitas vezes os próprios singles do Rei competiam entre si. Apesar de toda essa correria e abundância de novos títulos o single não deixou de se tornar um grande sucesso alcançando o primeiro lugar da parada de singles logo no começo de 1958. Dessa forma o compacto "Don't / I Beg Of You" se tornava o sétimo single de Elvis a entrar no topo de sucessos da revista Billboard. Mais um disco de ouro para sua vasta coleção de prêmios.
Já o lado B do single vinha com outra canção que foi gravada na costa oeste em 1957 e que ficou bastante tempo arquivada, isso para os padrões dos anos 50 evidentemente! Tom Parker não gostou muito do resultado final e por isso seu lançamento foi sendo sistematicamente adiado até que ela foi finalmente colocada como lado B do single "Don't". Talvez para agradar Parker ou o próprio Elvis a música acabou tendo duas versões com arranjos diferenciados. Aquele que acabou prevalecendo e que se tornou oficial não é o melhor na minha opinião, pois a outra versão tem muito mais pique e energia. A mais rápida só iria chegar aos lançamentos da gravadora de Elvis muitos anos depois no CD "Essential Elvis - Stereo 57". Essa coleção acabou sendo a precursora do projeto "Follow That Dream" (FTD) que ao longo dos anos tem lançado vasto material inédito de Elvis, seja através de apresentações dos anos 70, seja pelo lançamento de edições revisionistas de seus álbuns clássicos, seja por meio de discos de takes alternativos. De qualquer forma "I Beg Of You" é um belo exemplo do melhor rock de Elvis Presley nos anos 50. Imperdível.
Pablo Aluísio.
Já o lado B do single vinha com outra canção que foi gravada na costa oeste em 1957 e que ficou bastante tempo arquivada, isso para os padrões dos anos 50 evidentemente! Tom Parker não gostou muito do resultado final e por isso seu lançamento foi sendo sistematicamente adiado até que ela foi finalmente colocada como lado B do single "Don't". Talvez para agradar Parker ou o próprio Elvis a música acabou tendo duas versões com arranjos diferenciados. Aquele que acabou prevalecendo e que se tornou oficial não é o melhor na minha opinião, pois a outra versão tem muito mais pique e energia. A mais rápida só iria chegar aos lançamentos da gravadora de Elvis muitos anos depois no CD "Essential Elvis - Stereo 57". Essa coleção acabou sendo a precursora do projeto "Follow That Dream" (FTD) que ao longo dos anos tem lançado vasto material inédito de Elvis, seja através de apresentações dos anos 70, seja pelo lançamento de edições revisionistas de seus álbuns clássicos, seja por meio de discos de takes alternativos. De qualquer forma "I Beg Of You" é um belo exemplo do melhor rock de Elvis Presley nos anos 50. Imperdível.
Pablo Aluísio.
Rita Lee
Rita Lee
Grande Rita Lee! Se você pertenceu à minha geração e cresceu ali por volta dos anos 70 e 80 não houve como não conhecer o trabalho dessa grande artista brasileira. Ela foi a trilha sonora da vida de muita gente, inclusive da minha que praticamente nasceu, cresceu e viveu ao som de suas músicas. Tive o privilégio de viver no tempo da Rita Lee, de ouvir suas canções tocando no rádio e de ter discos dela em minha casa. Quem gostava de música, gostava da Rita Lee. Associação obrigatória!
Realmente foi a rainha do rock brasileiro, mas não apenas isso, também foi uma grande artista pop e refletiu com seus discos as mudanças pelas quais passou a própria música brasileira ao longo de todos esses anos. Deixo aqui meus singelos agradecimentos a essa inigualável cantora, uma das que a cultura brasileira mais tem de se orgulhar. Rita que foi jovem na melhor época para ser jovem, que foi roqueira no auge do rock, que foi cantora em um tempo em que a nossa música era maravilhosa. Com ela se vai também grande parte dessa riqueza musical...
Obrigado Rita!
Paz e luz para sua alma!
Pablo Aluísio.
terça-feira, 9 de maio de 2023
Zorro, O Justiceiro Mascarado
Título Original: El Zorro
Ano de Lançamento: 1968
País: Espanha, Itália
Estúdio: ECC Cinema
Direção: Guido Zurli
Roteiro: Guido Leoni, Ambrogio Molteni
Elenco: George Ardisson, Giacomo Rossi, StuartFemi Benussi, Ignazio Spalla, Femi Benussi, Riccardo Pizzuti
Sinopse:
Dom Pedro, um latifundiário rico, poderoso e cruel, começa a oprimir a população pobre de uma pequena vila espanhola. Vendo toda essa injustiça um jovem nobre decide colocar uma roupa e uma máscara para combater suas injustiças, nascendo daí a lenda do Zorro, o Justiceiro mascarado.
Comentários:
Nada mais adequado do que o Zorro ganhar sua versão no cinema espanhol, afinal os personagens originais eram espanhóis, só depois sendo adaptados para viverem suas aventuras na Califórnia, o ensolarado estado da costa oeste dos Estados Unidos. Quem interpreta o Zorro nessa produção é o ator George Ardisson, bem conhecido dos fãs de western spaghetti. Apesar do nome artístico norte-americano, ele era italiano de Turim. Nessa versão não há maiores inovações em termos de roteiro. Só achei meio curioso a troca do nome de alguns personagens. Don Diego de La Viega se tornou Don Diego di Alcantara e o obeso e divertido Sargento Garcia virou Sargento Gomez! O que deverá ter ocorrido? Problemas de direitos autorais? Vai saber... de qualquer forma vale a pena conhecer essa versão espanhola do espadachim mais famoso do cinema.
Pablo Aluísio.
Os Dois Sargentos do General Custer
Título Original: I due sergenti del generale Custer
Ano de Lançamento: 1965
País: Itália, Espanha
Estúdio: Balcázar Producciones Cinematográficas
Direção: Giorgio Simonelli
Roteiro: Alfonso Balcázar, Marcello Ciorciolini
Elenco: Franco Franchi, Ciccio Ingrassia, Margaret Lee, Fernando Sancho, Franco Giacobini, Ernesto Calindri
Sinopse:
Durante a guerra civil, dois soldados da União de origem siciliana, Ciccio e Franco, são presos e acusados de deserção. A sorte de repente está do lado deles quando o exército da União Custer precisa de dois para uma operação de espionagem de emergência.
Comentários:
A história do General Custer já rendeu muitos flmes, livros e peças de teatro. Tudo fruto da tragédia que se abateu sobre ele e sua sétima cavalaria que foram dizimados no campo de batalha durante as chamadas guerras índigenas. Com certeza foi o evento do velho oeste envolvendo a cavalaria que mais deu origem a produtos da cultura pop. A tragédia e o massacre criaram uma forte sensação de choque no inconsciente coletivo e a arte se aproveitou disso. Esse filme aqui usa a figura do Custer apenas como pano de fundo. Esse western spaghetti também aproveita para trazer humor pois os dois atores principais do filme eram bem conhecidos na Itália justamente por trilharem e trabalharem nessa linha. Assim para quem deseja conhecer mais ou pelo menos assistir um filme mais sério ou histórico sobre Custer e a sétima cavalaria, esse filme obviamente não seria o mais indicado.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 8 de maio de 2023
O Aventureiro do Mississippi
Título Original: The Mississippi Gambler
Ano de Lançamento: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Rudolph Maté
Roteiro: Seton I. Miller
Elenco: Tyrone Power, Piper Laurie, Julie Adams, John McIntire, Paul Cavanagh, Ron Randell
Sinopse:
Em 1854, no Mississippi, o jogador Mark Fallon (Tyrone Power) ganha em um jogo de cartas o colar de diamantes do jovem Laurent Dureau, uma herança de família que, no final, lhe trará felicidade e tragédia. Sua carreira no jogo lhe traz riqueza, mas também duelos, tragédias e complicações românticas.
Comentários:
Tyrone Power foi um dos maiores galãs da história do cinema americano. Era considerado em sua época o homem mais bonito do mundo. Por essa razão não podia interpretar nem perdedores e nem vigaristas - de corpo ou apenas de alma. Por isso o papel do jogador de cartas desse filme foi bem suavizado. Esses tipos de jogadores, que geralmente atuavam nos barcos que atravessavam o rio Mississippi, nunca tinham sido retratados antes como pessoas honestas, íntegras. Geralmente eram enganadores profissionais, mas não era conveniente e nem aceitável que Power viesse a interpretar um tipo de sujeito sujo como esse. Por isso vieram as mudanças no roteiro. O filme é bem romântico e daqueles com bela fotografia. E o tema histórico obviamente chama a atenção. A única coisa pouco crível é justamente o personagem de Power, bonzinho demais para ter existido na época em que a historia do filme se passa. A direção de fotografia se destaca, com o aproveitamento da beleza natural desse histórico rio do Sul dos Estados Unidos. Os antigos barcos brancos com seus lemes gigantescos também chamam a atenção nessa boa reconstituição histórica desse marcante período da história norte-americana.
Pablo Aluísio.
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