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segunda-feira, 8 de maio de 2023

O Aventureiro do Mississippi

Título no Brasil: O Aventureiro do Mississippi
Título Original: The Mississippi Gambler
Ano de Lançamento: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Rudolph Maté
Roteiro: Seton I. Miller
Elenco: Tyrone Power, Piper Laurie, Julie Adams, John McIntire, Paul Cavanagh, Ron Randell

Sinopse:
Em 1854, no Mississippi, o jogador Mark Fallon (Tyrone Power) ganha em um jogo de cartas o colar de diamantes do jovem Laurent Dureau, uma herança de família que, no final, lhe trará felicidade e tragédia. Sua carreira no jogo lhe traz riqueza, mas também duelos, tragédias e complicações românticas.

Comentários:
Tyrone Power foi um dos maiores galãs da história do cinema americano. Era considerado em sua época o homem mais bonito do mundo. Por essa razão não podia interpretar nem perdedores e nem vigaristas - de corpo ou apenas de alma. Por isso o papel do jogador de cartas desse filme foi bem suavizado. Esses tipos de jogadores, que geralmente atuavam nos barcos que atravessavam o rio Mississippi, nunca tinham sido retratados antes como pessoas honestas, íntegras. Geralmente eram enganadores profissionais, mas não era conveniente e nem aceitável que Power viesse a interpretar um tipo de sujeito sujo como esse. Por isso vieram as mudanças no roteiro. O filme é bem romântico e daqueles com bela fotografia. E o tema histórico obviamente chama a atenção. A única coisa pouco crível é justamente o personagem de Power, bonzinho demais para ter existido na época em que a historia do filme se passa. A direção de fotografia se destaca, com o aproveitamento da beleza natural desse histórico rio do Sul dos Estados Unidos. Os antigos barcos brancos com seus lemes gigantescos também chamam a atenção nessa boa reconstituição histórica desse marcante período da história norte-americana.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Bando de Renegados

Excelente western! O filme começa quando John Wesley Hardin (Rock Hudson) ganha a liberdade. Ele ficou 16 anos preso, acusado de assassinatos diversos. Ele nunca aceitou as acusações, afirmando que só havia atirado em legítima defesa. De volta às ruas ele vai até um jornal local e deixa um manuscrito contando sua vida. Ele tem interesse em transformar tudo em um livro. E assim começa um longo flashback, voltando ao passado, para mostrar a vida de Hardin desde sua juventude. Filho de um pastor, ele teve parte de sua família destruída pela guerra civil. Hardin então tenta de tudo para subir na vida. No mundo dos jogos de cartas encontra uma saída. Ele é bom no carteado, porém durante uma partida mata um homem que o acusa de roubar no jogo. A partir daí sua vida muda drasticamente.

O homem que matou tem irmãos e eles querem vingança. Passam a persegurir Hardin pelas cidadezinhas por onde ele passa. Hardin é bom no gatilho. Logo mata mais um dos irmãos e passa a ser um dos "criminosos" mais procurados do velho oeste. Até mesmo os Texas Rangers passam a caça-lo pelo oeste americano. Só que Hardin, astuto, sempre consegue fugir. E mais acusações de assassinatos vão surgindo, colocando ele numa situação onde não existe mais volta. Assim como aconteceu em "Assim Caminha a Humanidade", Rock Hudson interpreta um personagem que vai desde sua juventude até sua velhice. O roteiro do filme é baseado em suas próprias palavras, por isso Hardin é quase sempre um injustiçado, um homem que luta para provar sua inocência. Ele não quer perdão, apenas que entendam seu ponto de vista. Ótimo faroeste, onde Rock Hudson mais uma vez prova porque foi um dos galãs mais populares da história do cinema americano.

Bando de Renegados (The Lawless Breed, Estados Unidos, 1952) Direção: Raoul Walsh / Roteiro: Bernard Gordon, William Alland, baseados no livro "The life of John Wesley Hardin", escrito por John Hardin / Elenco: Rock Hudson, Julie Adams, Mary Castle, John McIntire / Sinopse: O filme conta a história real de John Wesley Hardin (Rock Hudson), um dos homens mais procurados no velho oeste, acusado de várias mortes.

Pablo Aluísio.

domingo, 23 de agosto de 2020

E o Sangue Semeou a Terra

Título no Brasil: E o Sangue Semeou a Terra
Título Original: Bend of the River
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Anthony Mann
Roteiro: Borden Chase
Elenco:  James Stewart, Rock Hudson, Arthur Kennedy,  Jay C. Flippen, Julie Adams, Lori Nelson

Sinopse:
Baseado no romance de western escrito por William Gulick, o filme "E o Sangue Semeou a Terra" conta a história de um grupo de pioneiros que vão para o Oeste selvagem em uma caravana de carroças com a intenção de começar uma nova vida em terras distantes. Para vencer em sua jornada eles terão que lutar contra tribos indígenas hostis e comerciantes de provisões desonestos.

Comentários:
Clássico de faroeste da parceria entre o diretor Anthony Mann e o ator James Stewart. Juntos fizeram alguns dos melhores filmes de western da história do cinema americano. E não era uma parceria isenta de conflitos. Eles brigavam muito no set de filmagem, mas quem ganhava no final de tudo era o espectador, que era presenteado com grandes e inesquecíveis filmes do gênero. O filme tem uma linda fotografia, pois foi todo rodado em locações naturais, em parques nacionais de preservação dos Estados Unidos, com destaque para as cenas rodadas nas montanhas do Oregon e do Rio Columbia, onde várias tomadas foram feitas, usando até mesmo de um antigo barco histórico, o “The Queen River”. No excelente elenco temos dois destaques. O primeiro é o próprio James Stewart, aqui interpretando um personagem mais complexo. Ao contrário dos homens honrados que sempre interpretou no cinema, aqui seu personagem tem um passado nebuloso que ele precisava superar. Proteger a caravana que vai para o oeste vai significar sua redenção pessoal nesse sentido. Já o galã Rock Hudson, em começo de carreira, dá vida a um jogador de cartas, um tipo cheio de lábia, que se destaca na multidão por causa  de seu figurino exótico. Com um roteiro que louva a coragem dos pioneiros que foram para o velho oeste, esse clássico é um daqueles itens para se ter na coleção de filmes. Excelente em todos os aspectos.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

À Véspera da Morte

William Barclay "Bat" Masterson (1853 – 1921) foi um dos mais famosos xerifes do velho oeste. Elegante, sempre se vestia muito bem, mas não deixava de impor a lei e a ordem nas cidades onde exercia suas funções. Sua história pessoal e seus feitos deram origem a vários filmes e até mesmo a uma bem sucedida série de TV nas décadas de 1950 e 1960. Até música de sucesso virou no Brasil na voz de Carlos Gonzaga. Esse “À Véspera da Morte” é mais um bom western que tem como tema principal a história da vida de Bat Masterson. Nesse filme ele é interpretado por Joel McCrea. O roteiro se foca nos primeiros anos de Masterson. Após se envolver numa confusão numa pequena cidade do velho oeste, Bat resolve ir até Dodge City, onde seu irmão Ed Masterson (Harry Lauter) está profundamente envolvido na eleição do próximo xerife da cidade. Acontece que o atual xerife de Dodge City, o corrupto Jim Regan (Don Haggerty), está também tentando a sua reeleição. No meio do acirramento de ânimos pela disputa do cargo, Ed Masterson acaba sendo morto covardemente, nas sombras da noite. Só então a partir daí que Bat Masterson resolve ele próprio se candidatar a xerife da cidade. Com fama de rápido no gatilho e pistoleiro acaba vencendo o pleito, mas terá que provar o seu valor ao tentar impor ordem em Dodge City pois o lugar é infestado de criminosos, bêbados e desordeiros de todo tipo.

Algumas coisas me chamaram atenção nesse “The Gunfight at Dodge City”. O roteiro é bastante econômico e eficiente e não perde muito tempo em subtramas paralelas, muito provavelmente por causa de sua curta duração. Joel McCrea está muito bem no papel de Bat Masterson. Assim que é eleito o novo xerife da cidade ele começa a se vestir com aquela roupa característica desse personagem, terno e chapéu preto acompanhados da famosa gravata ao estilo francês. A única coisa que faltou mesmo no figurino clássico de Bat Masterson foi sua inseparável bengala, mas aqui é fácil de entender sua ausência. Masterson só começaria a usá-la muitos anos depois ao ser atingido por uma bala em seu joelho. Como a estória desse filme se passa antes desse evento era mais do que natural que o personagem surgisse sem esse acessório.

O vilão do enredo é obviamente o xerife Jim Regan que não se destaca muito. A produção é da Mirisch Corporation, uma produtora que sabia muito bem conciliar filmes de orçamentos baixos com bons resultados cinematográficos. Enfim, como não recomendar um western em que Joel McCrea interpreta o lendário Bat Masterson? Simplesmente impossível. Por isso não deixe de assistir e se possível procure ter o filme em sua coleção. Será uma bela aquisição.

À Véspera da Morte (The Gunfight at Dodge City, Estados Unidos, 1959) Direção: Joseph M. Newman / Roteiro: Martin Goldsmith, Daniel B. Ullman / Elenco: Joel McCrea, Julie Adams, John McIntire, Don Haggerty, Harry Lauter / Sinopse: Após chegar em Dodge City pela primeira vez o pistoleiro Bat Masterson (Joel McCrea) resolve disputar a eleição de xerife da cidade após a morte covarde de seu irmão mais velho, Ed Masterson. A decisão irá colocar a pequena cidade do velho oeste em pé de guerra.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de abril de 2019

Sangue Por Sangue

Um interessante western que reúne dois grandes nomes do faroeste americano da década de 1950: o ator Glenn Ford e o diretor Budd Boetticher, esse último mais conhecido por sua bem sucedida parceria ao lado do ator e produtor Randolph Scott. Nesse “Sangue Por Sangue” (também conhecido como “O Homem do Álamo” pois foi exibido com esse título na TV algumas vezes) acompanhamos a estória de John Stroud (Glenn Ford) que pouco antes da queda do forte Álamo resolve voltar para sua casa com o objetivo de ver se estava tudo bem com sua família. Durante sua ausência porém o Álamo é finalmente invadido e destruído pelo inimigo o que acaba criando um estigma ruim para Stroud.

Sua saída do Álamo acaba sendo entendida como covardia pelos familiares dos militares mortos na batalha, pois na visão deles Stroud deveria ter permanecido no forte, lutando até o fim e morrendo bravamente como todos os demais homens daquela guarnição militar em guerra contra as tropas mexicanas. O diretor Budd Boetticher preferiu aqui não focar o filme na luta travada no Álamo (John Wayne faria isso depois) e sim nos eventos posteriores aos acontecimentos históricos, mostrando a luta de Stroud (Ford) para recuperar sua reputação abalada. Sua chance de se redimir acaba surgindo justamente quando ajuda uma caravana de refugiados do conflito a atravessar uma perigosa região do deserto texano infestada de bandoleiros e tribos indígenas hostis.

O roteiro é simples e Budd Boetticher tenta tirar o melhor proveito da modesta produção que lhe foi disponibilizada pela Universal. Para isso ele não hesita em usar novamente seu talento em realizar filmes rápidos mas muito eficientes. Como já escrevi aqui antes não havia qualquer desperdício nos filmes de Budd – ele contava tudo com extrema economia e compensava essa situação com filmes extremamente eficientes em seu resultado final. O ponto alto do filme, por exemplo, mostra bem essa característica do diretor. De posse de poucos recursos ele promove na tela uma excelente perseguição de bandidos contra oito diligências de refugiados da guerra no meio do deserto.

Emparelhadas quatro a quatro os antigos meios de transporte de madeira descem por um imenso vale numa velocidade incrível. Um pico de adrenalina no filme, em uma cena extremamente bem realizada. Outro destaque dessa produção é seu elenco, que além de Glenn Ford ainda conta com Julie Adams, veterana do cinema e TV que até hoje está na ativa com quase 90 anos! Em suma, “Sangue Por Sangue”, apesar de não ser dos melhores filmes dirigidos por Budd Boetticher, mantém todas as características do cinema viril do cineasta. Ação, roteiro enxuto e cenas impactantes. Vale a indicação.

Sangue Por Sangue / O Homem do Álamo (The Man From Alamo, EUA, 1953) Direção: Budd Boetticher / Roteiro: Steve Fisher, D.D. Beauchamp, Niven Busch, Oliver Crawford / Elenco: Glenn Ford, Julie Adams, Victor Jory, Guy Williams / Sinopse: Após sair do forte Álamo poucas horas antes dele cair definitivamente diante de tropas mexicanas inimigas, John Stroud (Glenn Ford) tenta recuperar sua reputação pessoal, pois passa a ser considerado um covarde pelos familiares dos militares mortos na famosa fortificação.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 21 de março de 2019

E o Sangue Semeou a Terra

Argumento e Roteiro: O filme mostra as lutas de um grupo de pioneiros que adentram o Oeste americano em busca de terras para lá se estabelecerem. No caminho encontram tribos de índios selvagens e comerciantes de provisões desonestos. O roteiro se foca bastante na briga entre o líder da caravana, Glyn McLyntock (James Stewart), e um comerciante desonesto que recebe por um carregamento de alimentos mas não o entrega no acampamento dos pioneiros na montanha conforme havia sido contratado. Para evitar que seu grupo morra de fome Glyn resolve pegar suas provisões à força, o que gera uma série de conflitos na região. A estória e o roteiro em si são simples e o filme curto, mas tudo muito bem realizado.

Elenco: O destaque fica obviamente com James Stewart em mais um de seus personagens íntegros e honestos. Curiosamente seu Glyn McLyntock também tem um passado nebuloso quando era um assaltante das fronteiras distantes. A caravana de carroças com os pioneiros se torna assim sua redenção pessoal rumo a uma nova vida. Outro ator que chama atenção no elenco é Rock Hudson. Em começo de carreira, ele aqui interpreta um jogador e aventureiro, Trey Wilson. Seu figurino é exótico, com roupas e chapéu em cores incomuns, como lilás. Tudo bem diferente do que estamos acostumados a ver em personagens de filmes de western. Como era muito jovem ainda, sua atuação se mostra muito fraca e vacilante. Rock está sempre com um sorriso no rosto, não importando a situação. Realmente o ator era ainda muito inexperiente e deixa transparecer isso em suas cenas.

Produção: Um dos pontos altos do filme. Apesar de ter cenas feitas em estúdio “E o Sangue Semeou a Terra” foi praticamente quase todo rodado em locações distantes. O Estado americano escolhido para as filmagens foi o bonito Oregon, com muitas montanhas nevadas e rios exuberantes, entre eles o Rio Columbia onde as cenas com o barco “The Queen River” foram realizadas. Já a montanha Hood se destaca por sua beleza natural, sempre ao fundo das cenas. Tudo muito bonito para o espectador se deliciar com as lindas paisagens naturais.

Direção: “E o Sangue Semeou a Terra” foi mais uma bem sucedida parceria entre James Stewart e o diretor Anthony Mann. Aqui eles repetem de certa forma a fórmula que havia dado tão certo em “Winchester 73”, um dos maiores sucessos de bilheteria da dupla. O curioso é que apesar de ambos terem trabalhado em muitos filmes, eles geralmente brigavam bastante durante as filmagens. Não que se odiassem ou algo assim, mas o fato é que criaram uma relação tão próxima de amizade que geralmente diziam o que pensavam um ao outro, sem rodeios. Isso inevitavelmente criavam atritos entre eles. Aqui em “O Sangue Semeou a Terra” o diretor surge acima de tudo econômico e eficiente. Conta sua estória da melhor forma possível mas sem exageros ou afetações. O resultado se mostra muito bom no final das contas.

E o Sangue Semeou a Terra (Bend of the River, EUA, 1952) Direção: Anthony Mann / Roteiro: Borden Chase, baseado no livro de William Gulick / Elenco: James Stewart, Rock Hudson, Arthur Kennedy, Jay C. Flippen, Julie Adams / Sinopse: O filme narra as lutas de um grupo de pioneiros que vão para o Oeste selvagem em uma caravana de carroças com a intenção de começar uma nova vida em terras distantes. Para vencer em sua jornada, eles terão que lutar contra tribos indígenas hostis e comerciantes de provisões desonestos.

Pablo Aluísio. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Seu Único Desejo

Título no Brasil: Seu Único Desejo
Título Original: One Desire
Ano de Produção: 1955
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Jerry Hopper
Roteiro: Lawrence Roman, baseado no livro de Conrad Richter
Elenco: Anne Baxter, Rock Hudson, Julie Adams, Natalie Wood
  
Sinopse:
Clint Saunders (Rock Hudson) ganha a vida trabalhando no cassino de Tacey Cromwell (Anne Baxter). Eles mantém um romance que já dura anos. Realmente se gostam muito. O problema é que Clint tem ambições maiores na vida. Ele deseja ir embora, para uma nova cidade, procurando por um novo recomeço. Inicialmente Tacey hesita em lhe seguir, mas depois resolve deixar tudo para trás para junto a Clint e seu pequeno irmão Nugget (Barry Curtis) começar um novo lar. Nas primeiras semanas tudo vai muito bem, até que Clint começa a mostrar interesse numa bela e rica jovem da sociedade, Judith Watrous (Julie Adams), a filha de um senador. Para surpresa de Clint a garota também se mostra logo interessada por ele começa a fazer de tudo para levá-lo ao altar, deixando Tacey em uma situação realmente complicada e delicada. 

Comentários:
Belo filme! Realizado em uma das fases mais produtivas e bem sucedidas da carreira do ator Rock Hudson, o filme investe em um triângulo amoroso entre Clint (Hudson), Tacey (Baxter) e Judith (Adams). O primeiro é um sujeito pobre com muitas ambições. Ele quer deixar a profissão de carteador em cassinos para buscar algo melhor, talvez um bom emprego como bancário já que ele tem muita habilidade com números em geral. Para isso se muda para uma nova cidade no oeste ao lado da fiel e dedicada Tacey (Baxter). É o começo do século XX e as oportunidades estão por toda parte. Na nova localidade Clint vê uma oportunidade de subir na vida ao cortejar a rica Judith, filha de um senador! Seria a forma de subir rápido na vida, sem muito esforço. O problema é que ele está comprometido com Tacey. Como resolver esse problema? O roteiro é tão bem escrito que de repente somos surpreendidos com reviravoltas sutis que usam a ganância de Clint como suporte para os eventos que vão acontecendo. Judith que no começo parece ser uma jovem correta logo começa a conspirar para destruir o romance de Clint e Tacey, ao mesmo tempo em que a desmoraliza perante a comunidade por causa de seu passado de corista e garota de salão em cassinos do leste. 

A situação se torna tão tensa que tudo vai parar na justiça onde Tacey, indefesa, acaba sendo praticamente banida da cidade. Enquanto isso Clint vai caindo cada vez mais na teia arquitetada por Judith que de boa moça realmente não tinha nada. O mais interesse é que diante tudo que vai acontecendo em cena ficamos na dúvida se Clint é realmente um canalha ou apenas mais uma vítima das armações de Judith. Além da boa trama de autoria do romancista Conrad Richter o filme ainda se destaca pelas boas atuações de todo o elenco e uma participação que chamará bastante a atenção dos cinéfilos que gostam de filmes clássicos. Fazendo o papel de uma jovem órfã surge a futura estrela Natalie Wood, que convence tanto na caracterização de uma moleca sapeca como da de uma jovem adolescente rebelde que deseja fugir com o amor de sua vida (na realidade um homem casado que só lhe trará infelicidades). Anne Baxter também está maravilhosa. Sua personagem é de uma mulher mais velha que larga tudo por um grande amor, mas que depois vê seus sonhos de felicidade ruírem por causa de uma concorrente bem mais jovem e bem mais rica. Já Rock Hudson segue em sua linha tradicional, a do galã boa pinta, disputado por todas as mulheres. O diferencial é que seu papel é muito bem construído pelo roteiro, sempre deixando o espectador em dúvida sobre suas reais intenções. Em suma, mais um belo drama romântico dos anos 50, com o melhor que o cinema americano da época poderia oferecer ao público.

Pablo Aluísio.