A premissa desse filme é inegavelmente muito boa. Uma nave espacial vinda de um planeta distante cai no planeta Terra após ser atingida por pedaços de um grande asteroide. Isso foi há 65 milhões de anos! Nessa era primitiva não existia nem sequer a humanidade habitando nosso planeta. O mundo era dominado por grandes dinossauros. Da tripulação da nave acidentada só sobrevive o piloto e uma jovem garota. E agora nesse mundo de monstros devoradores gigantes eles precisam acima de tudo sobreviver e encontrar uma nave pequena que foi parar no alto de uma colina após o acidente, que poderá tira-los da Terra. Bom enredo Sci-fi não é mesmo? Só que o que começa bem vai ficando banal e acaba em um final clichê que, particularmente em meu caso, soou muito decepcionante.
Pense bem. Temos um homem e uma mulher chegando no planeta Terra há 65 milhões de anos. Não existe a humanidade. O que você pensaria de um enredo desses? Ora, no meu caso pensei que esse casal iria se tornar a origem da vida humana na Terra. Uma espécie de fonte primordial de nossa espécia por aqui, um Adão e Eva vindos do espaço. Eram os deuses astronautas? Seria uma boa sacada, um lance muito bem orquestrado nessa fantasia de ficção. Mas o que acontece no final do filme? Os roteiristas perdem uma grande chance de escrever um final arrebatador para tudo. Surge um final onde impera a banalidade e a previsibilidade no desfecho da história. Esqueceram de que todo grande filme de ficção apresenta igualmente um grande final. Basta lembrar, só para citar um exemplo, do final de "O Planeta dos Macacos". Esqueça! Talvez isso seja demais para roteiristas do mundo atual.
65: Ameaça Pré-Histórica (65, Estados Unidos, 2023) Direção: Scott Beck, Bryan Woods / Roteiro: Scott Beck, Bryan Woods / Elenco: Adam Driver, Ariana Greenblatt, Chloe Coleman / Sinopse: A história do filme se passa 65 milhões de anos no passado. Uma nave vinda de um planeta distante cai no primitivo planeta Terra, um mundo dominado por dinossauros. Da tripulação só sobrevive o piloto e uma jovem garota que agora tentarão sobreviver nesse mundo selvagem e pré-histórico.
Pablo Aluísio.